Botanica Cap Livro Plantas Com Sementes
Botanica Cap Livro Plantas Com Sementes
Botanica Cap Livro Plantas Com Sementes
2014-05
http://www.producao.usp.br/handle/BDPI/44838
MARCLIO DE ALMEIDA
CRISTINA VIEIRA DE ALMEIDA
COM SEMENTES
UNIVERSIDADE DE SO PAULO
2014
Dados Internacionais de Catalogao na Publicao
DIVISO DE BIBLIOTECA DIBD/ESALQ/USP
Almeida, Marclio de
Morfologia da raiz de plantas com sementes [recurso eletrnico] / Marclio de Almeida e Cristina
Vieira de Almeida. - - Piracicaba: ESALQ/USP, 2014.
71 p. : il. (Coleo Botnica, 1)
CDD 582.04
A447m
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Autores
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APRESENTAO
O estudo da Morfologia Vegetal abrange a descrio das formas e estruturas dos rgos
constituintes das plantas, oferecendo subsdios para melhor compreender as estratgias adaptati-
vas das mais variadas espcies e seus diferentes habitats. uma Cincia bsica da Botnica que
fornece dados essenciais para a classificao dos grupos vegetais, as funes de seus rgos e sis-
das formas de propagao das plantas. Do ponto de vista evolutivo, importante destacar que a
conquista do ambiente terrestre pelas plantas somente foi estabelecida com a diviso de tare-
fas, sendo o desenvolvimento dos sistemas subterrneos, responsvel no somente por sua fixa-
o ao solo, como tambm, pela obteno de gua e sais minerais. A arquitetura do sistema areo
para a captura de luz solar, e consequente sntese orgnica, modificaram gradualmente a sobre-
vivncia das plantas. Somente aps o desenvolvimento das flores e sementes foi possvel a plena
conquista do ambiente terrestre, conferindo a grande variabilidade das espcies atuais. Sendo
assim, acreditamos que conhecer as estratgias adaptativas dos vegetais, distinguindo as dife-
renas morfolgicas existentes nas mais variadas espcies, nos permitir compreender os resulta-
dos dos processos de seleo natural, que garantem a sobrevivncia e permanncia dos vegetais
na Terra. Esta Coleo Botnica resultado de um projeto elaborado desde 2006, onde o objeti-
tando que, compartilhar nossos conhecimentos seja a melhor maneira de nos recompensar por
nosso trabalho, afinal, saber e no divulgar nos tornaria totalmente inbeis. Essa Coleo Botni-
ca, abordar as estruturas que constituem os vegetais: Raiz, Caule, Folha, Flor, Inflorescncia,
Fruto e Semente. Para sermos eficazes e pensando nessa e nas prximas geraes, publicamos
essa Coleo on-line, ponderando que nos dias atuais, a aprendizagem mvel atinge comunida-
des variadas que envolvem usurios por meio da aplicao de novos ambientes de e-learning.
Nossa experincia, somada ao contato dirio com estudantes, pesquisadores e empresas Biotec-
nolgicas, nos conduziram ao uso dessa ferramenta de aprendizagem que certamente, ampliar
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Sendo assim, essa Coleo Botnica est disponvel gratuitamente para voc acess-la ou
imprimi-la parcial ou totalmente, desde que voc gentilmente, faa a citao bibliogrfica dessa
obra. Esperamos com a elaborao deste trabalho, enriquecer seus conhecimentos em Botnica.
Os autores
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Alcanamos xito no que construmos com nosso trabalho, quando nos mantemos fiis a ns mes-
mos e aos nossos princpios alicerados na famlia, e s assim, no seremos corrompidos pelos
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Agradecimentos
Os autores agradecem a todos aqueles que os estimularam a concluir esta obra, consideran-
do o apoio recebido de seus verdadeiros amigos, em momentos de extrema fragilidade demonstrando com
suas atitudes que so pessoas efetivamente verdadeiras e fundamentais em suas vidas.
Agradecemos imensamente o apoio irrestrito que recebemos da MSc Gabriela Ferraz Leone e
da Biloga Rafaella Zanetti Dias, que no mediram esforos para nos apoiar e ajudar em todas as fases
de concluso desta obra.
Um agradecimento inestimvel a Dra. Katherine Batagin Piotto e a Dra. Erika Mendes Gra-
ner, pelo apoio e preciosa reviso do texto.
Aos nossos filhos Carolina, Denis, Lvia e Francisco um particular obrigado, no s por faze-
rem parte de nossas vidas, mas por se unirem a ns em todos os momentos de vitrias e fragilidades.
Profa. Dra. Deborah Yara dos Santos e ao Bilogo Danilo Soares Gissi, agradecemos pelo
estmulo e sugestes, assim como agradecemos ao Tcnico Jos Anibal Zandoval por nos disponibilizar
material vegetal para composio deste trabalho.
Agradecemos a Prof. Nasar Vieira Nogueira pelo apoio constante e pela fora proativa nos
momentos de cansao e desnimo, assim como o fez a Sra. Marley Placeres Vieira que incondicionalmen-
te, e mesmo a distancia, nos encorajara sempre.
Por fim, um muito obrigado especial, queles que direta e indiretamente nos estimularam a
retomar esta obra, iniciada em 2006, transformando um projeto inicial de um nico livro, em uma
Coleo Botnica , constituda por ora, em cinco volumes, tornando esse trabalho, ainda mais recom-
pensador!!!!!
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Sumrio
RAIZ ...............................................................................................................................................................13
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Morfologia da raiz de plantas com sementes
RAIZ
morfolgicos gerados na germinao da semente. Em funo disso, iniciaremos esse captulo des-
crevendo sucintamente a germinao1, sendo que os detalhes da morfologia das sementes sero
abordados no Volume V desta Coleo Botnica, completando assim, as informaes bsicas para
nas sementes maduras das Espermatfitas2. Tudo comea aps a hidratao da semente, que ati-
va as vias metablicas, iniciando o crescimento do eixo embrionrio, o qual ser nutrido pelo en-
dosperma (ou albmen) que disponibiliza a reserva da semente para o embrio pelos cotildones
que a radcula (raiz primordial do eixo embrionrio) emerge e se desenvolve em raiz primria fi-
uma nova planta a germinao do feijo, uma espcie de Angiosperma com dois cotildones
radcula4 (figuras 1 e 2), seguido pelo epictilo, que corresponde ao meristema apical caulinar do
embrio, localizado acima dos cotildones e a partir de seu crescimento surge a plmula 5 (caule e
folhas primrias).
1 Germinao: fase inicial do desenvolvimento de um novo indivduo a partir de uma semente, de um esporo, ou de uma gema.
2 Espermatfitas: plantas que produzem sementes (Gimnospermas e Angiospermas).
3Endosperma (albmen): tecido de reserva de natureza haploide nas gimnospermas e triploides nas Angiospermas, que pode ser mantido na
amndoa da semente ou absorvido, armazenado nos cotildones e disponibilizado por este(s) ao embrio durante a germinao.
4Eixo hipoctilo-radcula: Costuma-se empregar esse termo para se referir regio embrionria do hipoctilo e da radcula, uma vez que bas-
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s
s
Eudicotiledneas (figura 3) .
Efilo
Figura 3 Plntulas com sistema radicular pivotante ainda com a presena de cotildones
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A partir deste momento possvel distinguir o eixo embrionrio, constitudo pela radcu-
la, hipoctilo e epictilo. importante que voc saiba que a regio do epictilo na maioria das
Eudicotiledneas, s se torna evidente aps a abertura dos cotildones, como pode ser obser-
Observe agora outro modelo tpico de germinao, que ocorre nas Monocotiledneas
(Angiospermas com um nico cotildone) como o milho (figura 5), onde aps a emisso da ra-
adventcias na regio do colo ou coleto que podem crescer simultaneamente radcula for-
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seedling, aos poucos ser capaz de produzir e distribuir a energia necessria para o seu desen-
volvimento por meio da fotossntese, realizada pelas folhas e obteno de gua e nutrientes do
substrato, pelo sistema radicular (figura 7). Ainda nesta fase, os cotildones das Eudicotiled-
neas, aps exaurir a reserva do endosperma, perdem a funo, atrofiam e caem. A semente do
milho (Monocotilednea) permanece em contato com o solo, junto ao colo durante o desenvol-
vimento da plntula, e o cotildone permanece na semente at esta exaurir todas suas reservas.
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O nmero de cotildones (figura 8) varivel nas Espermatfitas, podendo ser nico, nas
Angiospermas Monocotiledneas (milho, arroz, trigo, sorgo); dois, nas Eudicotiledneas (feijo,
soja, laranja, mamona, abbora, amendoim) e variar de 4 a 27, nas Gimnospermas (pinheiros,
Agora que expusemos sucintamente como se inicia o desenvolvimento das plantas, va-
mos descrever seus rgos vegetativos, iniciando com as razes, onde voc vai adquirir conhe-
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Morfologia da raiz de plantas com sementes
desenvolvem folhas, exceto em casos especficos e raros, onde algumas plantas apresentam ra-
zes gemferas, assim chamadas por apresentarem gemas, assunto que ser abordado no captulo
de caule. Dois tipos bsicos de razes podem ser observados nas espcies vegetais, e sua distin-
o feita de acordo com sua origem, que pode ser embrionria e no embrionria.
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A ramificao de uma raiz tpica ocorre de forma endgena (no interior do rgo) a partir
de divises das clulas de um tecido interno chamado periciclo, que formam novas clulas em
direo superfcie, originando o meristema apical da raiz lateral, que crescer at atingir o exte-
rior, rompendo os tecidos da raiz que esto se ramificando. O conjunto da raiz primria e suas
importante que voc saiba que todas as razes formadas a partir da ramificao de uma raiz
Essa designao atribuda s razes com origem a partir do caule, de folhas ou de qual-
quer outra parte do vegetal, que no seja a raiz primria ou suas ramificaes. Do conjunto de
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Morfologia da raiz de plantas com sementes
Ao se comparar a origem dos dois tipos de razes, tpicas e adventcias, pode-se identificar
Figura 11 Linhas tracejadas = raiz primria com origem a partir da radcula do embrio em A: Eu-
dicotilednea (sistema radicular pivotante); e em B: Monocotilednea (sistema radicular
fascuiculado). Setas azuis = Razes adventcias com origem caulinar; Setas verdes: razes
secundrias
cial ou mesmo atrofia da raiz primria, o sistema radicular formado prioritariamente por razes
adventcias que se originam a partir da base caulinar e do hipoctilo, porm, todas as Esperma-
tfitas, quando propagadas, ou seja, multiplicadas assexuadamente (no via semente), seja pela
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ras, eucaliptos, abacateiro, limo-cravo, acerola, goiaba, caf, boldo, manjerico, violeta, amo-
Voc saber agora, como as razes so constitudas, e quais as funes de cada uma de
suas estruturas.
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por: coifa, regio lisa ou de crescimento, regio pilfera ou de pelos radiculares e regio suberosa
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As regies observadas na raiz primria so tambm presentes nas razes secundrias, ter-
cirias, e assim por diante, tanto em razes tpicas, bem como adventcias. Cada regio da raiz
1. COIFA (caliptra ou pileorriza): tecido que reveste o pice radicular, cuja forma se
assemelha a um capuz (h quem diga que se assemelha um dedal6) como se observa na figura
15. Essa estrutura proporciona proteo ao meristema radicular da planta, atenuando o atrito
com as partculas do solo durante o crescimento das razes terrestres, protegendo-as tambm
Figura 15 Coifas (setas) presentes em razes terrestres (A); aquticas (B); areas (C, D e E)
6Dedal: utenslio utilizado por costureiras para proteger da agulha a ponta dos dedos.
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raiz em funo do crescimento de suas clulas, resultantes da diviso celular no pice radicular
(meristema) protegido pela coifa. O nome lisa decorre do fato de que a epiderme dessa regio
Figura 16 Razes com as setas evidenciando a regio lisa (de crescimento ou de distenso)
3. REGIO PILFERA (pilosa ou de absoro): situada entre a zona lisa e a zona suberosa,
caracteriza-se pela presena de pelos radiculares, que surgem devido a evaginao (crescimento
para fora) da parede externa das clulas epidrmicas dessa regio, formando extenses micros-
cpicas semelhantes a pelos. Os pelos podem aumentar em at 60% a rea superficial de absor-
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Figura 17 - Razes evidenciando as regies: pilfera (setas azuis), lisa (setas vermelhas) e coifa
(setas verdes)
As clulas epidrmicas tambm absorvem gua e sais minerais, tanto que existem inme-
ras espcies que no desenvolvem pelos radiculares e por essa razo a funo de absoro fei-
ta exclusivamente pelas clulas epidrmicas. Enfatizamos que as razes de plantas aquticas flu-
tuantes, tambm costumam ser totalmente desprovidas de pelos, mas Cuidado!!! muito fre-
quentemente nestas plantas, como por exemplo o aguap. (figura 18), facilmente se confunde as
radicelas (razes secundrias) em incio de formao, com pelos radiculares, uma vez que neste
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forma abrupta, com o fim dos pelos radiculares e o incio das radicelas, muito pelo contrrio,
Figura 19 Razes evidenciando a regio de transio entre a zona pilfera e suberosa. Setas verdes:
pelos radiculares; setas azuis: radicelas
4. REGIO SUBEROSA (de ramificao): situa-se entre a zona pilfera e o colo 7 (coleto).
desprendem junto com a epiderme que gradativamente substituda pela periderme 8 (sber,
7Colo ou Coleto: A regio denominada colo ou coleto proveniente do desenvolvimento do hipoctilo no eixo embrionrio, est compreendi-
da entre o sistema radicular e areo, e por essa razo, apresentam caractersticas morfolgicas externas (organogrficas) e internas
(anatmicas) de transio entre raiz e caule, geralmente ocupando a regio do nvel do solo.
8Periderme: Revestimento da raiz em estgio secundrio, presente em Gimnospermas e Angiospermas Eudicotiledneas, que em substituio
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suberosa, a partir da formao das razes secundrias e suas ramificaes (figura 22).
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alagadios ou se desenvolvem na gua, esta classificao permanece, desde que suas razes
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(figuras 25, 26 e 27), consequentemente as razes esto livres (suspensas) na gua (figura 27),
sem nenhum contato com o solo. Em funo da facilidade de absoro de gua e sais minerais
nesse ambiente, a presena de pelos radiculares muito rara nestas razes (figuras 28 e 29), e ge-
ralmente apresentam as coifas mais desenvolvidas quando comparada aos demais ambientes
(figuras 18 e 29). importante que voc saiba que, embora essa seja uma Coleo Botnica onde
exemplo de uma samambaia, Salvinia que apresentam folhas modificadas cuja funo exata-
Figura 25 Plantas aquticas flutuantes com razes aquticas. C: Salvinia: samambaia evidenci-
ada aqui como exemplo de planta aqutica
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Figura 27 Planta flutuante com razes aquticas Figura 28 - Planta flutuante com razes aquticas
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Figura 30 Razes areas (setas) que se desenvolvem no ambiente areo com principal
funo de fixao, caracterstica de orqudeas
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Figura 31 Razes areas (setas) que se desenvolvem no ambiente areo com principal funo de fixao,
caracterstica de trepadeiras, bromlias e orqudeas
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Figura 32 - Razes areas (setas) que se desenvolvem no ambiente areo com principal funo de
fixao, caracterstica de trepadeiras e orqudeas
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As razes areas tm por funo auxiliar a fixao da planta ao hospedeira. Existem ainda,
as razes areas que partem dos ramos e se estendem at o solo dando sustentao s plantas
de grande porte (figuras 33, 34 e 35). Estas razes sero estudadas mais adiante quanto a funo
de escoras.
Figura 33 Razes areas (setas) em plantas terrestres que auxiliam o suporte da planta
As razes areas so tambm classificadas como adventcias por ter origem principalmen-
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Figura 34 - Razes areas (setas) em plantas terrestres que auxiliam o suporte da planta
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Figura 35 - Razes areas (setas) em plantas terrestres que auxiliam o suporte da planta
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As razes tambm podem ser classificadas de acordo com sua funo. J no incio da germi-
nao da semente, a funo prioritria da radcula ao eclodir da semente e originar a raiz princi-
pal, fixar o vegetal ao solo ou mesmo ao hospedeiro e posteriormente absorver gua e sais mi-
nerais (seiva bruta), que sero conduzidos atravs dos vasos condutores do xilema, para os de-
mais rgos da planta. Durante o desenvolvimento, a raiz pode, na dependncia das necessida-
des da planta, passar s funes de armazenar reservas alimentares, fixar a planta a diferentes
condies e substratos, realizar trocas gasosas, sugar seiva de hospedeiros, entre outras funes
especficas. Dessa forma, para facilitar sua compreenso, vamos iniciar a classificao das razes
quanto s suas principais funes, considerando inicialmente as plantas terrestres com razes
subterrneas.
Todavia, dependendo da origem da raiz em que a reserva se encontra, essas recebero denomina-
es diferentes:
1.1. RAZES TUBEROSAS AXIAIS - quando o eixo principal (raiz principal), pela deposi-
o de reservas, torna-se mais longo e grosso do que qualquer uma das ramificaes. Este o ca-
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Figura 36 Razes Subterrneas Tuberosas Axiais. A: rabanete, B: cenoura, C: batata doce; D: beter-
raba e E: nabo
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mescem pela deposio de reservas, ficando impossvel distinguir o eixo principal. Este o caso
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Ainda em relao s plantas terrestres, porm, com razes areas, destacam-se as funes
2. RAZES ESCORA (razes suporte): So razes adventcias que se originam nos ramos
alto, com copa frondosa com muita resistncia ao vento, ou ainda em plantas fixadas em solos
alagados ou muito instveis. Entre as plantas que apresentam essa classificao destacam-se o
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foi citada como exemplo de planta que apresenta razes escora. Todavia,
tanto a ideia de escora continua vlida, porm, neste caso como ramos!!!
Como comentamos na apresentao deste livro, a morfologia das plantas refere-se sua
excessiva, em argila com reduzida drenagem (ambiente alagadio) e em argila com drenagem
crescendo rente ao solo, rasgando a superfcie e tornando-se visvel. Sua forma achatada vertical-
mente, assemelham-se a uma tbua, o que lhe confere o nome: Tabular. Essas razes promovem
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Razes tabulares podem apresentar acleos, que so projees epidrmicas com formato
adaptadas a solos lamacentos ou inundados, com baixos nveis de oxignio, como os pntanos
trocas gasosas atravs de pneumatdios, que so orifcios presentes em toda superfcie dos
pneumatforos, garantindo dessa forma, o suprimento de oxignio aos tecidos da raiz, permi-
Figura 45 Raiz Respiratria (pneumatforo) em plantas de manguezais, caracterizada por apresentar geo-
tropismo negativo e possuir orifcios (pnematdios) que auxiliam nas trocas gasosas
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Morfologia da raiz de plantas com sementes
classificadas apenas como plantas com razes areas. As espcies de orqudeas epfitas apresen-
tam suas razes revestidas por uma epiderme multiestratificada (velame) que possibilita alm da
quando as plantas com razes areas interagem negativamente com seu hospedeiro, causando a
mrias9, as quais germinam e se desenvolvem sobre uma rvore, originando razes areas
(adventcias) que descem junto ao tronco, normalmente se enrolando a ele, at atingir o solo,
planta hospedeira, inicialmente impedindo a chegada de seiva elaborada s razes da mesma. Es-
te fato, acarreta a morte da planta. Essas espcies de hemiepfitas, assim permanecem at a de-
rem. As razes estranguladoras so tpicas da maioria das figueiras (figuras 49 , 50, 51, 52, 53 e
54).
9 Hemiepifita primria: Planta que inicia sua vida como epfita, ou seja, vivendo sobre um hospedeiro, e desenvolve razes que crescem at atin-
gir o solo. Esse assunto ser melhor abordado no volume II Caule.
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Morfologia da raiz de plantas com sementes
Figura 49 - Razes areas estranguladoras (setas vermelhas). A seta azul evidencia a planta estranguladora
(hemiepfita primria) e as setas pretas: a planta hospedeira
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Figura 50 Razes areas estranguladoras (setas vermelhas). A setas brancas evidenciam a planta es-
tranguladora (hemiepfita primria) e a seta preta: a planta hospedeira
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Figura 51 A: Razes areas estranguladoras (setas vermelhas). A seta amarela evidencia o caule da planta
hospedeira e as setas azuis : a planta hemiepifita primria; B: detalhe de A
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Figura 52 A: Razes areas estranguladoras (setas vermelhas). A seta amarela evidenciam o caule e as
folhas da planta hospedeira e as setas azuis : a planta hemiepfita primria com razes estran-
guladoras; B: detalhe de A
Figura 53 A: Razes areas estranguladoras (setas vermelhas). A seta amarela evidencia o caule da
planta hospedeira; B: detalhe de A
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Figura 54 Razes areas estranguladoras (setas vermelhas). A seta amarela evidencia o caule da planta hospedeiro
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sempre possvel observar que tipo de seiva est sendo sugada pelos haustrios, ou mesmo at
onde suas razes esto penetrando no hospedeiro, de forma bastante prtica, identificamos as
plantas hemiparasitas pela presena de clorofila em suas folhas verdes, indicando a necessidade
de realizar fotossntese e transformar a seiva bruta em elaborada, fato esse desnecessrio quando
a seiva sugada j foi sintetizada pelo hospedeiro, o que caracteriza as plantas holoparasitas como
Figura 55 - Erva de passarinho, plantas hemiparasitas (setas vermelhas) com razes sugadoras ou
haustrio (setas brancas) penetrando na planta hospedeira (seta rosa). O crculo vermelho
representa a regio inicial de germinao da semente da planta parasita
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Figura 57 Cip-chumbo ou fios de ovos, plantas holoparasitas (setas vermelhas) com razes
sugadoras ou haustrio (seta preta) penetrando na planta hospedeira (seta bran-
ca). As setas azuis mostram em detalhe as flores do cip-chumbo e as setas roxas
evidenciam os apressrios, estrutura de fixao no hospedeiro
danthaceae. De acordo com o Bilogo Danilo Soares Gissi essa famlia composta por plantas
junto s Rafflesiaceae com outras famlias, entretanto, estudos filogenticos apontaram que o ho-
inteiramente no interior do caule das hospedeiras, diferentemente do cip chumbo em que so-
perodo frtil, quando as flores aparecem nos troncos. Salienta ainda o Bilogo que, no Brasil
ocorrem dois gneros, Apodanthes que parasita espcies de Casearia (Salicaceae) e Pilostyles que
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Morfologia da raiz de plantas com sementes
Figura 58 Pilostyles blanchetti parasitando uma Bauhinia. Imagem: Danilo Soares Gissi
7. RAZES GRAMPIFORMES Razes areas adventcias com origem caulinar, que auxi-
liam as plantas trepadeiras, aderindo-se como grampos na casca dos troncos das plantas hos-
pedeiras ou em muros e rochas, permitindo desta forma sua fixao no substrato (figuras 59 e
60).
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Figura 59 - Planta trepadeira (hera) apresentando razes grampiformes (setas) para fixao em muros, rochas ou
outras em plantas
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Antes de encerrarmos o assunto de raiz, convm salientar que muitas sero as situaes
que podem causar duvidas ao observador, dessa forma lembre-se nem tudo que est sob o so-
lo raiz, como voc pode observar na figura 61, que evidencia a presena de frutos em incio
de desenvolvimento no amendoinzeiro, sendo enterrados pelo ginforo 10. Outro ponto interes-
sante a presena de ndulos radiculares, que podem causar a impresso de doenas no siste-
Figura 61 Sistema radicular de amendoinzeiro evidenciando a formao de frutos jovens (setas azuis), frutos
(setas brancas), ginforo (setas verdes) e ndulos radiculares nas razes secundrias (setas vermelhas). A seta
amarela evidencia a raiz principal
10 Poro final do receptculo floral que contm o gineceu (rgo feminino) e que em amendoinzeiro, apresenta crescimento com geotropismo
positivo enterrando o fruto, que se desenvolve no solo.
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Outro caso interessante de razes encontrado em plantas como o trevo, que apresentam ra-
zes coniformes com funo elstica (razes contrteis) que conferem planta uma resistncia ao
serem puxadas do solo. Essas razes permitem que ocorra o rompimento da parte area man-
tendo o caule subterrneo que volta a emitir novas folhas em condies favorveis (figura 62).
Figura 62 Raiz contrtil (seta azul) presente em trevo roxo. Crculo e seta verme-
lha: caule subterrneos
Sobre as razes acreditamos que essas sejam as informaes principais para voc entender e
diferenciar os diversos tipos e funes dessa estrutura que foi fundamental nos processos evolu-
tivos dos vegetais. Com os esquemas a seguir, finalizamos o primeiro volume: Raiz, e o prximo
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V. BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA
BELL, A.D. Plant form: an illustrated guide to flowering plant morphology. 2nd ed. Portland: Timber
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VIDAL, W.N.; VIDAL, M.R.R. Botnica organografia: quadros sinticos ilustrados de fanergamas.
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