A Doutrina Secreta 2
A Doutrina Secreta 2
A Doutrina Secreta 2
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Grande Onente Mistico
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ArteFoik
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A Doutrina
Secreta
1
Volume 2 - Simbolismo
Arcaico Universal
H.P.Blavatsky
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H. P. BLAVATSKY
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sintese da ciencia, da religiao e da filosofia
Volume II
SIMBOLISMO ARCAICO
UNIVERSAL
'
PENSAMENTO
HELENA PETROVNA BLAVATSKY
A DOUTRINA SECRETA
Smtese de Ciencia, Filosofia e Religiao
Tradu ao de
^
RAYMUNDO MENDES SOBRAL
VOLUME II
a
EDITORA PENSAMENTO
SAO PAULO
Escola do Grande Oriente Mistico
BdigSia An
9876543
Direitos reservados.
EDITORA PENSAMENTO LTDA .
Rua Or . M rio Vtcente, 374 , tone 63- 3141 ,
04270 Sic Paulo, SP
UJ
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*5
*
Esta obra
dedicada aos verdadeiros Teosofos
de todos os paises ,
seja qual for a raga a que perten$am .
Eles a solidtaram e para eles foi escrita .
HELENA PETROVNA BLAVATSKY
S UMAR I O
Parte If
A EVOLUQAO DO SIMBOLISMO
Se o I
^ SIMBOLISMO E IDEOGRAFIA
9
As MitologiaS e as Tradi oes contem verdades historicas Ha uma diferen a
^ ^
etitre Emblema e Stobolo
expjicadas alegoncamente
A Pot&ncia Migica do Som
bolismo.
*
O primeifo c uma seric de Pinturas Gralicas
A Historia Esoterica esti oculta peJos Simbolos
A linguagem do Misterio chama-se hoje Sim -
Se ao II
^ A LINGUAGEM DO MISTERIO E SUAS CHAVES
Moists
Os Numeros Ocultos sao Pedras
A idenddade dos Simbolos Antigos
A criagao de varios Adaos
As Ragas Satanicas ,
Segao III
A SUBSTANCIA PRIMORDIAL E O PENSAMENTO DIVINO
Os Metaflsicos ocidentais est3o longe da Verdade
O pensamento Divino
32
Os Sete Prakritis
Do Trfplice Uno emanou todo o Cosmos
Os
O Fogo
O ter da CiSncia Todo o Cosmos surgiu do Pensamento Divino
A Ciencta Oculta ainda conserva a chave de todos OB Problemas do Mundo.
Segao IV
CHAOS, THEOS, KOSMOS
O Espago , Recipiente e Corpo do Universo era seus Sele Prinripios O
49
.
Caos se converteu na Alma do Mundo O Primeiro Triangulo O Nascb
memo da Mente
Cosmolatria
O Inefivel Nome Os Quatro Elementos Primfaios
Segao V
Prajapatts e Patriarcas
SOBRE A DIVINDADE OCULTA, SEUS SIMBOLOS E SIGNOS
O Macroposopo e o Microposopo
Secret*$ de que se compoe o Nome de Deus
As Sete Letras
A Alraa Universal era
considerada a Mente do Cnador Demiutgo Significado dos Animals e
56
Plant as Sagrados
Construtores
Simbolos dos Poderes Ativos Os Sete e os Dez
Houve uma Revelagao Universal Primordial ?
como Slmbolo do Espfrito Simbologia Antiga.
O Cisne
Segao VI O OVO DO MUNDO
O Ovo o Slmbolo do Universo e sens Corpos Esfericos O Ovo e a
66
Area Dez , o Numero Sagrado do Universe Simbolismo das Divindades
Solares e Lunares Os Quatro Animals Sagrados sao os Simbolos dos
Quatro Principles Infer lores do Homem
Globe Alado
As Serpentes de Fogo
O Ovo && nascimento aos Quatro Elementos - Todos os
0
Deuses Egipcios eram Duais
A Cosmogoma Escandinava
do Eden cstao simbolizados pelo Cubo.
Os Quatro Rios
Segao VII OS DIAS E NOITES DE BRAHMA 76
e Menores
O Presente Kalpa o Var&ha ( Boar )
TrSs Pralayas Principals
Os Avatares indicam Ciclos Maiores
Uma Chave Cabalistica Qua-
torze Manus no Final de um Maha-Yuga
A Chegada da Noite Cosmica
O Satya-Yuga e a Primeira das Quatro Idades, e Kali a Ultima
Volta de Morn e Devapi,
A -
Segao VIII
O LOTUS COMO S1MBOLO UNIVERSAL
O L6tus 6 o Slmbolo da Ctiagao e da Geragao
A Ideagao Divina passa
86
do Abstrato ao Concreto
O Deus Criador e Pensamento tornado Vislvel
Antropomorfismo Hebreu O Significado Esoterico do Pecado e da Queda,
no G nese
O Significado Sagrado da Letra M ,
Segao IX
A LUA: DEUS LUNUS, PHOEBE
Personificagao da Lua
Deuses Solares e Lunares, Ragas e Dinastias
94
Feminino
sua Chave Fisiologica
Uma Alegoria do Zobar
O Aspecto Dual da Lua
A Complex!dade do Slmbolo Lunar:
Ritos do Culto Lunar ,
baseados no Conhecimento da Fisiologia
Masculinas-Femininas, frutificam a Terra
Pagas
O Culto da Lua 6 tao amigo quanto o Mundo
aceito de todas as Deusas Virgens-Maes.
0 Sol e a Lua , como Divindades
A Virgem- Mae Imaculada e Deusas
A Lua, Slmbolo
Secao X
O CULTO DA ARVORE, DA SERPENTE E DO CROCODILO 111
O Fruto da Arvore do Conhecimento
Slmbolo da Initiagao
Arvore da Vida e da Cruz
Serpen tes e Dragoes cT2tn Names que
os Adeptos Iniciados dos Tempos Antigos davam aos Sabios
A Serpen te,
Os Ocultistas conhecem os Significados Primitivos da
A Arvore da Vida tem suas Raizes no Ceu
As Serpentes e Dragoes de Sete Cabe as da Antiguidade simbolizam os
^
Sete Principles da Natureza e do Homem O Crocodile 6 o Dragao Eglpcio
O Significado dos Sete Fogos, das Sete Vogais, etc.* representados pelas
Sete Cabe as da Serpen te da Eternidade
^ .
Se?ao XI
DEMON EST DEUS INVERSUS
O Bern e o Mai: podem existir dois Absolutos E femes? Como SatS*
119
foi antropomorfizado
Nao hi Vida sem Morte
as Duas Faces de Uma S6 e Mesma Coisa
O Bern e o Mai sao
O Mai denota a Polaridade da
Materia e do Espirito A Queda
ficado da Rebel!ao e Queda dos Anjos
o desejo de Conhecer
^ O Signi
Adeptos da Mao Direita e da Mao
Esquerda A Guerra dos Deuses Dais Aspectos de Vishnu As Formas
-
Criadoras sao Entidades Viventes e Consciences
Piriimide Branca.
A Piramide Negra e a
SegSo XII
A TEOGONIA DOS DEUSES CRIADORES
A Hierarquia das Formas
O Artifice do Universe mo e o Dens mais
132
Elevado
O Ponto a Unidade que da infeio ao Sistema Inteiro
Criacocs na Cosmogonia Hindu O Logos 6 o Verhum Sin&nimos do Logos
As
Poderes Feminmos da Natureza O Mist rio do Som
e o Numero sao os tres Fatores da Criagao
A Luz, o Som
^
A Doutrina Pitagdrica dos
Numeros A Mae dos Deuses
A Antiguidade das Piramides Anjos,
Arcanjos, Principados, Vi etudes, Dominances, Tronos, Querubins e Serafins
Os Deuses Cosmicos Graus de Manifestable O Nome Impronunciavel
A Cosmogonia de Conftido Os Sete e os Quatorze Ciclos de ExistSnda
Os Simbolos do Mistdrio das Trevas
Divino e Deus.
O Eu Supremo a Unico que
Se$ao XIII AS SETE CRIAQOES
As Sete Criagoes Putinas A Ogdoada O Primeiro Homem Pensador e
153
-
o Fenomeno dos Quatro Elementos
micos
Jeov^ , Deus
dos Elementos
Hlemento 6 Dual em sua Natureza
Se ao XV SOBRB KWAN-SHI -YIN E KWAN-YIN
>
Sao Paulo acreditava nos Deuses 05s-
- Astarteia e a Virgera Maria Cada
As Formas
Fisicas dos Elementos.
Parle III
APENDICE
SOB RJE
'
fiter e a For a
^
A Cignria teti que aprender o que na realidade sao a Materia, o Atomo, o
a Luz um Corpo ou nao?
Conceitos sobre a Constitui ao do Eter
Autor da Natureza 6 a prdpria Natureza .
Hip<5teses con tradttdrtas
Os Ocultistas dizem que o
^
$e?ao III
fi A GRAVITAQAO UMA LEI ?
Conceitos rientlficos sobre a Gravidade Opinioes de Pitagoras e Platao
200
sobre os Regen tes Planet rios
^
Fohat , a Inteligenda Animadora e o Fluido
Universal Eletrico e Vital As Formas da Natureza sao Individualidades Inte -
-
ligentes
Teoria de Newton sobre o Vacuo Universal
Magneti sroo Cdsmico
Causa da Rotacao,
Movimento Perpduo
Ideias de Kepler sobre Formas Cosmicas A
Secao IV
AS TEORIAS CIENTIFICAS DA ROTAQAO
211
da Cifcncia
HLp<5tese quanto k Origem da Rota ac, dos Planet as e dos Cometas
^
As Formas sao Realidades .
Paradoxo
Seeao V AS MASCARAS DA CIENCIA F'tsica ou Metafisica? 219
Doutrina e Prindpio Ocultos em Spiller
For a e Substancia no Ocultismo
^
Definifdes dentificas da For$a
Que a Forga ? Os Ocultistas dizem
que a Causa da Luz > do Calor, do Som , da Coesao, do Magnetisrao, etc., 6
uma Substancia
Que e um Atomo ?
c FIsicas^
Os Setc Raios Mistico s do Sol Causas e sens Efeitos
Os Quarenta e Nove Fogos Originais personificados:
sua rela ao com as Faculdades Psiquicas Humanas e as Potenctas Quitnicas
O Trincfpio Indiviso do Sistema Filosdfico Vishisbtadvaita.
Secao VI
ATAQUE DE UM HOMEM DE CIENCIA A TEORIA
CIENTXFICA DA FORQA
Varies homens de ciencia ingleses chegam quase a etisinat Doutrinas Ocuhas
236
Segao VIII
A TEORIA SOLAR 253
Breve andlise dos element os compotics e simples da cUncia em oposqao as
doutrinas ocullas At 6 que ponto e cienttfica esta teoria, tal como aceita geral-
>
Segao IX
A FORQA FUTURA
Suas possibilidades e impossibilidades . Causa e Efeitos da Eletrictdade C6smica
O Som um Poder Oculto
Keely , urn Oeultista Inconsciente O Signi -
266
Segao XI
O PENSAMENTO ANTIGO COM VESTUARIO MODERNO
A Quimica e a Ciencia Oculta Rogerio Bacon tinha a Cbave da verdadeira
significagao da Magia e da Alquimia
O Atomo e inseparavel do Espirito
290
A Trindade em Unidade
dade Real
A Gnese dos Elememos Pur Anas versus Socie-
Segao XII EVIDENCIA CIENTIF1CA E ESOTERICA DA TEORIA
NEBULAR MODERNA, E OBJEQOES A MESMA 299
A Teoria Nebular 6 errdnea
O Sol e os Planetas sao Irmaos Co Uterinos *
Cosmos
Que 6 a Materia Primitiva ?
Oriental da Evolugao.
A Sele ao Natural e a Doutrina
^
Se ao XIII AS FORQAS: MODOS DE MOVIMENTO OU INTELIGENCIA ? 312
^ Os Efeitos da Materia Primitiva sentidos atrav6s de Inteligencias denominadas
Dhyan-Chohans
Estas Inteligencias devem ser admitidas pela Ciencia
Mente Universal e a Luz Divina ( Fohat ) que emana do Logos
A
Os Feno-
menos Terrestres sao Aspectos da Natureza Dual dos Dhyan-Chohans Cdsmicos
A Lei de Analogia e a Primeira Chave para o Problems do Mundo
rentes classes de Humanidades
Distintos Sentidos em outcos Mundos
Tudo tem seu perlodo de Vida : a Terra , a Humanidade, o Sol, a Lua, os
Planetas, as Ragas , etc,
Dife-
Soqrao XIV
DEUSES, MONADAS E ATOMOS
O Cosmos esta cheio de Existences Invisfveis e Inteligentes So os mais
322
*
^ Carma e a EVOLUgAO
Se ao XV
C1CLICA E CARMA
Lei Una que govema o Mundo do Ser
Os Ocultistas tro igual
respeito a Vida Animal Externa do Homem e k sua Natureza Espiritual Interna
A influencia Esoterica dos Ciclos Carmicos sobre a tica Universal
Ninguem pode escapar ao seu Destino Dominant* Carma , a Lei de Com-
346
pensate)
As Grandes Mudan as Geoldgicas nao sao mais que instrumentos
^
que atuam periodicatnente para alcan ar certos fins
e os Ciclos Menores
Carma- Nfrnesis
Astrologia, uma Ciencia .
^ Os Grandes Ciclos
Profecias Antigas e Modernas A
360
^ O Zodiaco Ona ZODIACO
Se ao XVI E SUA ANTIGUIDADE
Btblta A Antiguidade do Zodiaco Messias Avatares e os
Signos do Zodiaco Deuses Caldeu-Judeus e Ciclos
Zodiaco dos Hindus Condusao Cientifica
Metodos Astronomicos Hindus e sua verificagao.
A Antiguidade do
O principio do Kali Yugs Os
Seijio XVII
RESUMO DA SITUAgAO
Que i liter , Materia , Energia ?
Quao pouco se conhece do Universo Material
379
SE
^ AO I
SIMBOLISMO E IDEOGRAFIA
* N3o sempre o simbolismo, para quern o sabe decifrar , uma
revelagao mais on menos data , mais on menos confusa, do que
seja Deus? ... .
Attav s de tod as as coisas . . brilha debilmente
^
algo da Ideia Divina . Mais aioda: o prdprio emblems ante o qual
se reuniram e se congrats ram os homens, a cruz , nSo possui senao
uma significa$ao extrinseea e acidental /1
CARLYLE ( Sartor Resartus )
fest ados abertamente desde 1875, quando escrevemos Isis sent VSu\
Hi trinta anos vein o Professor Max Muller ensiimndo, em seus livros e confe-
rences, no Times , na Saturday Review e em varias revistas, na tribuna da Royal Insti-
,
^
de nuvetts, fazendo do c u sobre sua cab &ca a abbbada do pais do sonho, na qual se
9
Escola do Grande Oriente Mistico
Eis ai uma exposi ao bastante correta do mito lunar, sob o seu aspecto
astronomico . Contudo^, a Selenografia e a menos esoterica das divisoes da
simbologia lunar . Para dominar a Selenognose se nos permitem o neolo-
gismo ha mister conhecer a fundo algo mais que o seu significado astro-
no mico. A Lua esta intimamente relacionada com a Terra , como se mostrou
Todas as sociedades esotrica$ fizeram uso de emblemas e simbolos como a
Soriedade Pitagdtica, a dos Ekusinos, as Ccnfrarias Herm&icas do Egito, os Rosa-
(3) Veja se a Se ao IX: A Lua , Deus Lunus, Phoebe*.
(4 )
*
^
O s culo XIX.
^
(3) Do tamil olai , folha de palmeira,
li
Escola do Grande Orients Mistico
cxuzes e os Francoma oes. Muitos desses emblemas nao convem que sejam dlvulgados ;
^
e urna diferen a muito pequena pode modificar consideravelmente a significacao do
^
emblema . Os selos magicos, fundados em certos principios dos numeros, incluem-se
entre eles, e, ainda que pare$am monstruosos e ridfeuios aos olhos dos ignorantes, trans
mitem todo um corpo de doutrina aos que souberem reconbec los.- -
As sociedades acima enumeradas sao todas rektivamente modernas;
nenhuma deks remonta akm da Idade Mdia. Tamb&n muito natural
que os estudantes das escolas arcaicas mais vetustas se abstenham de divul
gar segredos de uma itnportanda muito maior para a humanidade ( por
-
serem perigosos em maos ignorantes ) que os chamados segredos ma o-
nicos , os qua is, como dizem os franceses, passaram a ser segredos de ^
Polichinelo!
^ -
Mas tal restri ao deve entender se tao- s6 quanto ao significado psico-
Idgico, ou , mais propriamente, psico-fisiologico e cosmico de um sfmbolo
ou de um emblema , e, ainda assim, s6 parcialmente, Porque, embora o
Adepto nao deva comunicar as condi$6es e os meios que conduzem a uma
correla ao de element os ( sejam estes fisicos ou psiquicos ) , estari, contudo,
^
serapre disposto a transmitir ao estudante serio o segredo do pensamento
antigo em tudo o que coneeme A histdria oculta sob o simbolismo mitold -
gico, abrindo assim um Horizonte maior a visao retrospectiva do passado e
propercionando informa oes titeis relacionadas com a origem do homem, a
-
^
evolu?ao das Ra?as e a geognosia. E no entanto esta 6 a queixa de nossos
dias, nao s6 entre os tedsof os, mas tambm entre os raros profanos que se
interessam pelo assunto : Por que os Adeptos nao revelam o que sabem ?
A isto se poderia responder: Por que haveriam de fazeJo, sabendo de ante-
mao que nenbum homem de ciencia aceitaria , nem mesmo como hipotese,
e muito menos , por tanto, como teorias ou axiomas , os fatos que Ihe dessem
a conhecer? Porventura acei tastes o ABC da Filosofia Oculta, contido
em The Theosophist, no Budismo Esot rico e em outras obras e revistas,
e acred!tastes no que eks diziam ? O pouco que vos foi oferecido nao
chegou a ser ridicularizado e posto em confronto, de um lado, com a teoria
animal* e do simio de Haeckel e de Huxley, e, de outto, com a historia
da cos tela de Adao e da ma a ? Apesar de tao pouco desejiveis perspectivas,
^
muitas coisas sao expostas na presente obra, e a autora se ocupa, da maneira
mais completa que lhe possivel, das questoes referentes A origem do
homem, a evolugao do Globe e das Ra as , humanas e animals .
^
As provas que sao apresentadas, confirmando os antigos ensinamentos,
se encontram disseminadas em todas as escrituras das civiliza oes da Anti-
^
guidade. Os Puranas , o Zend Avesta e os clissicos antigos estao repletos
de fatos que tais ; mas ninguem se deu ao trabalho de os recompilar e os
*
comparar entre si. A razao 6 que todos estes fatos foram registrados simbo
licamente; e os espfritos mais penetrantes e perspicazes entre os nossos
-
arianistas e egiptdlogos s6 mui raramente aprofundaram suas investigates,
obscurecidos que estavam por suas ideias preconcebidas, e, ainda com mais
freqiiSncia, pelos pontes de vista parciais do significado secreto . No entan
to, ate uma parabola e um simbolo falado : uma fic ao ou uma ftfbula, dizem
-
^
alguns; uma representaa alegorica de realidades da vida, de aconteci
-
12
Escola do Grande Orients Mistico
13
Escola do Grande Oriente Mistico
O autor esti plenamente convenrido de que existiu uma linguagem antiga, que
parece haver desaparecido para os tempos modernos, ate o presente, mas de que restaur
.
ainda numerosos vestigios , , O autor descobriu que aquela razao geometrica |a razao
integral numerica do di &metro para a cireunferenda do cfrculo| era a origem bem
antiga e provavelmente divina , . . das medidas lineares ... Parece mais ou menos
provado que o mesmo sistema de geometria, de numeros, de razao e de medidas era
conhecido e usado no continente da America do Norte, antes ainda de que o conhecesse
a posteridade semfta . , .
A singularidade dessa linguagem era que podia estar contida dentro da outra,
por um process o oculto, nao sendo percebida senao com a ajuda de certas instrufoes ;
as letras e os signos silabicos possuiam , ao mesmo tempo, os poderes ou as significasoes
dos numeros , das figuras geom& ricas, das pinturas ou ideografias, e dos slmbolos, cujo
objetivo era deterroinado e especificado por meio de parabolas, sob a forma de narracoes
completes ou parciais, mas que tamtam podia ser exposto separada ou icdependente
mecte, e de varies modos, por meio de pinturas , obras de pedra e construes de cerra .
-
Para esclarecer o que pode haver de ambfguo no termo linguagem, direi ; primeiro,
que esta pa lavra signifies a expressao falada das ideias; e segundo, que pode significar
a expressao das ideias por qualquer outro meio , Aquela antiga linguagem era de tal
modo infiltrada no texto hebraico que, empregandose os caracteits escruosr cuja pro-
nunria forma a linguagem definida em primeiro lugar, se podia intencionaliuente cornu-
nicar uma s rie de ideias muito diferentes das que se exprescam com a leitura dos
^
signos foneticos, A segunda linguagem exprimia veladamente series de ideias, cdpias
mentals de coisas sensiveis, que pod!am ser desenbadas, e de coisas que, nao sendo
seosfveis, podiam classificar -se como reais; do mesmo mode, por exemplo, que o numero
9 pode ser tornado como uma realidade, embora nao tenha exist ncia sensivel, e que
uma revolu ao da lua, considerada como algo a parte dessa mesma lua que fez a re vo-
lume , ^
pode ser havida como a origem e a causa de uma ideia real, apesar de nao
possuir tal revolu io nenhuma substand a , Esta linguagem de ideias pode consistir em
^
slmbolos que se achem concredzados em termos e signos arbitrarios, que tenham urn
campo muito limitado de conceitos sem impottancia, ou pode ser uma leitura da Natu-
res, era alguma de suas manifestoes, de um valor quase incomensur vel para a dvi-
^
lizaijao huraana. A imagem de uma coisa natural pode dar nascimento a ideias de
assuntos coordenados, que se irradiem em sentidos diferentes e atd opostos, como os
raios de uma roda, dando higar a realidades naturais que per tenham a um gnero de
Ld4ias muito distinto da tendenda apaiente apresentada na primeira leitura, Uma
iddia pode dar origem a outra ideia conexa ; mas, assim acontecendo, todas as ideias
resultantes, por mais incongtuentes que paregam, guardam o liame com a imagem ^ ori -
ginal e devem estar harmonicamente reladonadas entre si , Desse modo, de uma id ia
suficientemente fundamental, que se tenha formado, pode-se chegar b concep ao do
^
^
prdprio Cosmos e ate a de todos os por me nores de sua constru ao, Semelhante aplicaqfo
^
da linguagem comum uu em desuso ; mas o autor destas linhas pergunta se em alguma
dpoca remota nao foi essa lingua, ou outra semelhante, univemlmente adotada, pas
sando a ser o apanagio de uma classe ou casta selecionada , & medida que se revestia
-
de formas cada vez mais veladas, Quero com is so dizer que a linguagem popular ou
nativa serviu, ela mesma , originarkmente, como vefculo deste raodo especial de comu-
nicacao das ideias. Existem a esse respeito sdrtas provas , e parece realmente que houve
na histdria da ra a humana, em conseqii&ncia de fatores que cos escapam, pelo menos
^
o presente, o desaparecimento ou a perda de uma lingua primitiva perfeita , assim
como de um sistema perfeito de ci ncia , Deveraos dizer que eram perfeitos por causa
^
de sua origem e importancia divinas? T
Origem divina ** nao quer significar aqui uma revela;
< ao de um Deus
antropomdrfico, no alto de uma montanha , no meio de rellmpagos e trovoes;
mas , segundo entendemos , uma linguagem e um sistema de ciencia trailsmi-
tidos primeira humanidade por homens de uma ra$a mais adiantada, tao
(7) De um manuscrito.
14
elevada que aparecia como divina aos olhos daquela humanidade infantil;
em uma palavra , par. uma humanidade proveniente de outras esferas ,
Esta idcia nada encerra de sobrenatural , e o aceita -la ou recusa -la depende
do grau de vaidade e presunfao da pessoa a quern seja exposta. Porque,
se os professores da Ciencia estivessem dispostos a confessar que, ernbora
eles nada saibam ou antes, nada queiram saber sobre o destino do
homem desencarnado, esse futuro pode, contudo, encerrar um mundo de
surpresas e revela oes inesperadas, quando os seus Egos se acharem libertos
^
do corpo material, entao o cepticismo materialista nao teria o mesmo 6xito
que hoje tem . Quem , dentre eles , sabe ou pode dizer o que sucedera
quando o Ciclo de Vida deste Globo chegar ao seu fim , e a nossa mae Terra
25
Escola do Grande Orients Mistico
SE II
^ AO
mente fechada, que conduz ao Vestfbulo dos Mist rios. O grande sistema
^
arcaico, conhecido desde o$ tempos pre-hist6ricos como a Ciencia Sagrada
da Sabedoria , sistema que existe em todas as religioes, assim antigas como
possui a sua linguagem universal
entrevista pelo ma ao Ragon
^
modernas, onde os seus tra os podem ser acompanhados, possuia e ainda
^ -
a lin
gua dos Hierofantes , que compreende sete dialetos , por assim - dizer ,
cada um dos quais trata de um dos sete miseries da Natureza, a que
especialmente apropriado. Cada dialeto tinha o seu simbolismo peculiar.
Podia-se, desse modo, decifrar a Natureza em sua plenitude ou em um de
seus aspectos particulares.
A prova esta em que, ate o presente, os orientalistas em geral, e os
xndianistas e egiptologos em especial, experiment am grande dificuldade para
interpreter os escritos alegoricos dos arios e os anais hieraticos do Egito.
Assim acontece porque eles se obstinam em nao admitir que todos os anais
antigos foram escritos em uma lingua que era universal e conhecida igual-
mente por todas as nagoes nos dias da antigiiidade, mas que hoje so
inteligivel para uma pequena minoria . Assim como os numeros atibicos ,
que todos os homens entendem, seja qual for a sua nacionalidade; ou assim
como a palavra inglesa and , que se transmuda em et para os franceses, und
para os alemaes , y para os espanh6is, e assim por diante, mas que pode
ser express* em todas as na oes civilizadas pelo signo &; da mesma forma
^
todas as palavras da Lingua do Misterio possufam igual significacao para
todo o mundo. Alguns homens notaveis tentaram revigorar uma lingua
-
desse genero, universal e filosdfica: Delgarme, Wilkins, Leibnitz ; mas Denial
mieux , em sua Pasigrapbte, foi o unico que conseguiu demonstrar a possi-
bilidade disso. O m&odo de Valentim , chamado Cabala Grega , baseado
na combina ao de caracteres gregos , pode servir de modelo.
^
16
Escola do Grande Oriente Mistico
que parece con ter a descrigao do sistema do mundo , tat como o en tend lam em Heli<$ *
polis na poca das primeiras dinastias, so veio ao nosso conhecimento por interm6dio
de algumas raras copies da und&ima e duodecimo dinastias. Cada um dos verslculos
que o compdem era ja interpret ado de Ires ou quatro maneiras diferentes; tao dife
rentes que, segundo esta ou aquela esqola , o Demiurgo se convertia ora no fogo solar,
-
Ra-sbu, ora na agua primordial . Quinze seculos mais tarde, o numero das interpre
ta oes havia aumentado consideravelinente. * O tempo, em seu transcurso, havia modi
--
^
ficado as ideias sobre o Universo e as formas que o regem. Durante os cuttos dezoito
seculos de eristencia do Cristianismo, a maioria de seus dogmas foram elaborados, desen- .
volvidos e transformados; quantas vezes, pois, nao teriam os sacerdotes eglpcios aiterado
os seus dogmas no decor rer daqueles cinquenta seculos, que separam Teoddsio dos Reis
Consttutores da Pirlmides? 1
Temos para n6s que o ilustre egiptdlogo aqui foi demasiado longe ,
17
Escola do Grande Orients Mistico
-
O seu sistema , no entanto, provou se atualmente que e identico, nesta
parte especial da simbologia
principalmente a chave dos mistdrios da
astronomia relacionados com os da gera ao e da concept ao
^ aquelas ideias
das anrigas religioes, cuja teologia desenvolveu o elemento filico. O sistema
judeu de medidas sagradas, aplicado aos stmbolos religiosos, 6 o mesmo
da Gracia , da Caldfia e do Egito, no que se refere is combina oes geom
^
tricas e numericas, porquanto foi adotado pelos israelitas durante os seculos
-
de escravidao e cativeiro naquelas duas ultimas na oes 2, Que sistema era
^
-
( 2 ) Conforme dissemos em Isis sent Veu ( volume II, pp. 458 439 ): "At agora,
apesar de todas as investigasoes e controversial a Histdria e a G nda permanecem na
mesma ignorancia de sempre acerca da origem dos Judeus. Eles tanto podem ser os
Chand las desterrados da India antiga , os pedreiros menrionados por Veda-Vyasa e
^
Manu, como os Fenlcios de Herddoto, os Hicsos de Josef o, descendentes dos pas tores
IS
Escola do Grande Oriente Mistico
esse? O autor de The Source of Measures acredita que 'os Livros Mosaicos
tinham per objetivo, usando uma linguagem artificial , estabeleeer um sis-
tema geometrico e numerico de ciencia exata , que devia servir como origem
das medidas . Piazzi Smyth 6 da mesma opiniao . Alguns emditos julgam
que esse sis tema e essas medidas sao identicos aos empregados na construct)
da Grande Piramide , o que s6 em parte i verdade . A base de tais medidas
era a razao de Parker diz Ralston Skinner em The Source of Measures .
O autor de tao extraordindrio livro conta que fez essa descoberta com
o uso da razao integral do diametro para a circunferencia, revelada por
John A , Parker, de New York . A razao 6 de 6 561 para o diametro, e de
20 612 para a circunferencia . Diz ainda que esta razao geomdtrica foi a
origem antiqufssima, e provavelmente divina , do que veio a ser, por mani-
pula oes exotericas e aplicaqoes pr ticas, as medidas lineares britunicas,
^ ^
cuja unidade fundamental, isto 6 , a polegada, era tambdm a base de um
dos edvados reals egfpcios c do pe romano .
Descobriu ainda que existiu uma forma modificada da razao, a saber , 113 a
355, e que, ao mesmo tempo em que esta ultima mdicava , por sua origem , o valor exato
de ( pi ), ou 6 561 para 20 612, servla tambem como base para calculos astronomicos.
O autor descobriu que um sistema de ciencia exata , geom trlca, num riea e astrono-
^
^
mica, baseado sobre essas relafoes, e cuja aplica ao pratica se observa na Grande Pira -
^
mide egfpcia , era em parte o conteudo daquela linguagem que se acha oculta na letra
do texto hebreu da Bthlia . A polegada e a medida de dois ps de 24 polegadas, posta
assim em uso por meio dos elementos do cfrculo e das razoes mendonadas, viu-se que
forraavam a base ou fundamento daquele sistema central de ciencia egfpdo e hebreu ,
enquanto que, por outra parte, pareceu que o sistema era, em si mesmo, considerado
como de origem divina ou proveniente de revelagao divina.
sao bem mals curiosas do que qualquer das existentes entre a Piramide C os numeros
astronotnicos. As primeiras sao tao exatas e not veis quanto reais; as segundas, que
sao apenas imagindrios { ? ) , s6 tiveram curso por aquele processo que os meninos de
escola chamam de cola ; e novas medidas, recentemente tomadas, farao com que todo
o trabaiho seja tefeito. *
pairs, on ainda um misto de todos esses. A Biblia fala dos Tfrios como um povo da
mesma rafa dos i&raelitas , atribuindo a estes a supremacia sobre aqueles . . . Nao obstan-
te, seja qual for a origem dos Judeus, deve ter sido um povo da ta a hibrida, ja que a
^
Biblia no-Ios mostra consorciandose livremente, nao so com os Cananeus, mas com
gente de todas as nagoes e ra as que se punham em contato.
^
( 3 ) Knowledge , vol. I, veja-se tamb&n a correspond&icia de Petrie a The Aca-
demy , 17 de dezembro de 1881.
( 4 ) The Origin and Signification of the Great Pyramid , p. 8.
19
Escola do Grande Oriente Mistico
20
Escola do Grande Oriente Mistico
brios redntos se celebravam os Mistdrios, e cujos muros haviam tantas vezes testemu
nhado as cerimdoias da iniriagao de raembros da fatnflia real. O $arc<5fago de ptfrfiro,
-
que o Professor Piazzi Smyth, Astrdnomo Real de EsaSeia, rebaixa ao nlvel de um
celeiro de trigo, era a fonte batismdy de onde o necSfito safa nascido de novo , converter
dose em um Adcpto. ** 7
-
Riram se do que dissemos. Fomos acusados de haver plagiado nossas
id ias do visionirio Shaw, escritor ingles que sustentara ter sido o sarcd-
^
fago usado para a celebragao dos Mist rios de Osiris ; quando nem sequer
^
conheciamos a existencia desse autor. E agora, seis ou sete anos depots
( 1882 ) , eis o que esereve Staniland Wake:
-
A ehamada Camara do Rei
sobre a qual escreveu um pit&mtdist& entusiasta;
* As paredes
dominante falam com eloquSncia de futuras gldrias'
polidas, os materials selectonados, as imponentes proposes e a situagao
se nao era a clmara das per
feigoes' do tumulo de Cheops, era , provavelmente, o recinto onde ttnha admtssao o
ncSfito depots de atravessar a estreita passagem do alto e a grande galeria com a extre
midade pouco eievada, que graduaimente o preparavam para a fuse final dos Mtstbios 7 .
-
-
.
( 6 ) Op cit.t I, 519.
( 7 ) The Origin and Significance of the Great Pyramid, p. 93 ( 1882 ).
( 8 ) VII, 13 e seguintes.
23
Escola do Grande Orients Mistico
mais que urn ou dots capitulos do volume completo dos primitivos mist-
rios arcaicos ; so o Ocultismo oriental pode vangloriar-se de estar na posse
integral do segredo, com suas sets chaves.
Na presente obra serao feitas comparasoes e apresentadas as explica-
tes que forem possfveis; quanto ao resto, sera deixado k intui ao pessoal
^
do estudante. Ao dizer que o Ocultismo oriental detlm o segredo, nao
pretende a autora significar que ela possua o conhecimento completo , nem
mesmo aproximado, porque seria absurdo. O que sabemos, n <5s o expo-
-
mos ; o que nao podemos explicar , cumpre ao estudante descobri lo por si
mesmo.
Mas, embora tudo leve a crer que todo o ciclo da Linguagem uni
versal nao seja ainda conhecido durante vdrios s culos, basta o que ji foi
-
^
descoberto na Biblia por alguns sabios para comprovar matematicamente a
existencia dessa linguagem. Como o judaismo se urilizava de duas das
sete chaves, e estas duas foram agora descobertas, )& nao se trata mais de
especulacoes ou de hipdteses individuais, e muito menos de coincidfcncias ,
senao de uma interpretagao correta dos text os da Biblia, do mesmo modo
que uma pessoa versada em aritm tica le e verifies uma adi$ao. Em
^
suma, tudo o que dissemos em Isis sem Veu esta hoje confirmado no livro
Egyptian Mystery or The Source of Measures, com as interpreta$oe$ da
Biblia por meio das chaves numericas e geometricas.
Mats alguns anos e este sistema eliminar a interpreta ao literal da
^ ^
Biblia, assim como a de todas as demais crengas exotericas, mostrando os
dogmas k sua verdadeira luz. Entao, aquele ineg vel significado, por mais
^
incompleto que esteja, desvendara o Misterio do Ser, e ao mesmo tempo
mudari totalmente os modernos sistemas cienrificos de Antropologia , Etno -
logia e
sobretudo Cronologia. O elemento filico que se encontra
em todos os nomes de Deus e nas narra oes do Anti go Testamento, e em
^
parte no Novo Testament o , podera tambem, com o tempo, modificar muito
as modernas teorias materialistas da Biologia e da Fisiologia,
Livres da crueza rude com que hoje sao apresentados, os quadros da
Natureza e do ho mem , pela autoridade dos corpos celestes e de seus mis-
teri os, retirarao o veu que encobre as evolucoes da mente hum ana , e deixa-
rao ver quao natural era semelhante curso do pensamento. Os chamados
sfmbolos falicos so pareeem repulsivos por causa do elemento material e
animal que neles se introduziu , De infcio, tais simbolos eram perfeita-
mente naturais, pois river am sua origem entre as ra as arcaicas, que, saben
^
dose descendentes de antepassados androginos, faziam assim representar
-
as primeiras manifestacoes dos fen6menos da separate dos sexos e do
subseqiiente misterio pelo qual elas, por sua vez, criavam , Se as ragas
posteriores, e notadamente o povo eleito , degradaram os mesmos sim -
bolos, isto em nada altera a origem deles. A pequena tribo semita
das menores ramificagoes dos cruzamentos da quarta e quinta sub ragas,
-
uma
Continente
as chamadas mongol turania e indo-europeia , depots da submersSo do grande
s6 podia aceitar aquele simbolismo com o sentido que lhe
davam as nafoes de onde procedia * provavel que, no comedo do periodo
24
Escola do Grande Orients Mistico
mosaico, as slmbolos nao fossem tao grosseiros como vieram a ser mais
tarde, quando Ezra refundiu todo o Pentatettco. Para dar um exemplo,
o mito da filha do Farao ( a mulher ), do Nile ( o Grande Abismo e a
Agua ) e do menino encontrado a flutuar dentro de uma cesta de junco, nao
havia sido originariamente compos to para Moises , nem por ele; descobriu-se
que era muito mais antigo, pois figura nos tijolos babildnicos, na lenda do
tei Sargao, que viveu muito antes de Moises .
O Sr . George Smith , em sua obra Assyrian Antiquities, diz o seguinte:
*
25
Escola do Grande Oriente Mistico
Mas agora, que o Professor Sayce teve & coragem de fazer recuar de
2 000 anos as pocas atribufdas aos reis caldeus, ve-se que Sargao deve ter
^
precedido Moises em 2 000 anos pelo menos . A confissao 6 bem signifi-
cative, faltando, porem, um ou dois zeros as quantidades.
Ora , qual e a dedu ao logica ? Certamente a que nos autoriza a dizer
^
que a versao de Esdras, a respeito de Moises, fora por ele ouvida quando
esteve na Babilonia , haven do Esdras aplicado ao legislador judeu a alegoria
concemente a Sargao. Numa palavra : que o Exodo nunca foi escrito por
Moises, e sim recopUado por Esdras de amigos materials.
Sendo assim , por que outros simbolos e mi cos muito mais grosseiros
em seu elemento filico nao podiam ter sido acrescentados por Esdras, ver -
sado que era no ultimo culto falico da Caldeia ? Diz-se que a primitiva
cren a dos israelitas era muito diferente da que veio a ser, v5rios s<fculos
^
depois, adotada pelos talmudistas e, anteriormente a estes, por David e
Ezequiel .
Tudo isso, a despeito do elemento exoterico, tal como hoje se v dos
dois T e stamentos , e mais que suficiente para classifies! a Biblia entre as
obras esotericas, e associar o seu sistema secreto ao simbolismo indiano,
caldeu e egipcio Todos os simbolos e numeros biblicos, sugeridots por obser-
-
( 15 ) Para recordar como a teligtao esatirica de Moists foi vdri&s vezes abando
oada e substituida pelo culto de Jeovi, tal como instituldcr por David, do que 6
-
cxeroplo o caso de Ezequiel, leiam se as p ginas do vol. II de his sem Veit . Certo,
^
devia haver boas razoes para que os saduceus, que deram quase todos os grandes
Sacerdotes da Judeia, aceitassem as Leis de Moisds, mas desprezassem os chamados
Livros de Moists : o Pentateuco da Sinagoga e o Talmud ( ? ).
26
Escola do Grande Orients Mistico
ftsico, abstfato e concreto , fotam a prinapio regis trades por modificagdes
da forma geometries. Cada Cosmogonia come ou por um rfrculo, um
^
ponto, um tridngulo e um quadrado, ate o numero 9, tudo sintetizado
depois pela primeira linha e o drculo, a Ddcada mistica de Pitigoras, a
soma total que continha c exprimia os misterios de todo o Cosmos ; misterios
registrados no sistema indiano com uma exatidao cem ve2es maior que em
outro qualquer sistema , para todo aquele que pode entender a linguagem
mfsrica . Os numeros 3 e 4, com a sua soma de 7, assim como os ntimeros
5, 6, 9 e 10, sao as pedxas angulares das Cosmogonias Ocultas. A Decada,
com suas mil combina oes, se encontra em todas as partes do Globo.
^
Pode ser identificada nas grutas e nos templos cavados na rocha do Indostao
e da Asia Central; nas pir Amides e nos monolitos do Egito e da America ;
nas catacumbas de Ozimandyas; nos baluartes das fortalezas coroadas de
neve do Ciucaso; nas rufnas de Palenque; na ilha da Piscoa; em toda a
parte onde o homem da antiguidade pos os pes. O 3 e o 4, o triangulo
e o quadrado, ou os signos universal masculino e feminino, que indicam
o primeiro aspecto da evolu ao da divindade, estao representados perpetua
^
mente nos Cus pelo Cruzeiro do Sul, como o estao na Cruz Atisata egipda,
-
conforme muito bem o expos o autor de The Source of Measures:
"O desdobramcDto do Cubo d a Cruz com a forma egfpcia, o Tau, ou a cruz
crista . . . Uoindo um circulo & primeira, temos a Cruz Ansata . . . Os numeros 3 e 4
coat ados sobre a cruz mostram uma forma do candelabro | hebreu| de ouro | no Sanctum
Sanctorum f , e o s 3 + 4 = 7 e 6 + J - 7 dao os dias no ctrculo da semana> como as
sete luzes do sol , Da mesma forma que a semana de sete luzes deu origem ao mis e ao
ano assim t&mbdm indica o tempo do nascimento , . . A forma da cruz 6 , assim , deter-
minada pelo uso simultatieo da formula 113 : 355, e o slrobolo se completa pelo homem
pregado na cruz 15 . Esta esp6cie de medida estava associada k idia da origem da vida
humana, e dal a forma fdlica
27
Escola do Grande Oriente Mistico
que elas apresentam os con tor nos de um homem estendido sobre uma cruz 17, em uma
serie de desenhos nos quais a forma de um homem acaba por $e converter na de uma
cruz, mas feitos de tal modo que a cruz pode ser tomada pelo homem e o homem
pela cruz , ..
Sabe-se que entre os Aztecas foi conservada a tradi o de uma narrativa completa
^
do dtiuvio . . . O Barao de Humboldt diz que devemos procurar o pais de Aztalan,
que e o pais de origem dos Aztecas, na altura do paralelo 42 de latitude Norte, pelo
menos , de onde, viajando, chegaram por fim ao vale do Mexico. Neste vale, as peque-
nas elevates de terra do extremo Norte se conver tern em elegantes pimnides de paira
e em outras estrututas, cujos restos estao sendo agora descobettos. A relagao que existe
entre as reliquias astecas e as egipcias 6 bastante conhecida . . . Atwater, depois de ter
examinado centenas delas, esti convencido de que esses povos conhecjaro Astronomia.
Uma das mais perfeitas con $ ttuoes em forma de piramide, deixadas pelos Aztecas, e
assim descrita por Humboldt :
A forma desta piramide ( de Papantla ) , que tem sete andares, mais ina e
alongada que a de qualquer outro monumemo do mesmo gnero at hoje descoberto;
mas sua altura nada tem de extraordinaria , pois e de apenas 57 ps, e sua , base mede
25 ps de cada lado, Ha nela , pordm , uma particukridade digna de nota ; foi toda
const!uida com enormes pedras talhadas , e sua forma e muito pur a. Tres escadas ,
cujos degraus sao ornados com liieroglifos esculpidos e pequenos nichos dispostos com
bastante simetria, conduzem ao alto. Q numero dos nichos parece ter rekfao com os
318 stgnos simples e compostos dos dias do seu calenddrio civil *
318 o valor Gndstico de Cristo, assim como o numero famoso dos disciplinados
e circuociados servidores de Abraao. Se considerarmos que 318 um valor abstrato
e universal , que exprime o valor da circunferGncia cujo dumetro c a untdade, a razao
-
de seu uso na composigao de um calendaxio civil toma se evidente. **
forma de cruz.
4
( 18) Skinner , The Source of Measures, ed, de 1875, SesSo II, $ 24, pp. 54 59 - -
28
Escola do Grande Orients Mistico
29
Escola do Grande Oriente Mistico
busca cncontrar uma fdrrmila de meio ter mo. Chega ate a dedicar todo
urn volume a demonstrate* de que Adao nao foi o primeiro homem 21
criado sobre a terra 5. As rellquias do homem pr adamita , ja exumadas ,
^
em vez de quebrantar nossa fe na Sagrada Escritura , acrescentam mais
proves em favor de sua veracidade 22. Como ? Da maneira mats simples
do mundo; pois o autor declara que, de ora em diante, nos ( o clero }
podemos deixar os homens de cidncia prosseguir em seus estudos, sem
-
procurar dete los com o temor da heresia , Nao ha duvida que \i um
console para os senhores T. H. Huxley, Tyndall e Sit Charles Lyell!
A narra?ao da Biblia nao prittcipia pela criaqao, como geralmente se supoe, mas
pela formajao de Adao e Eva, mlhoes de anos depots de haver side criado o nosso
.
planets Sua hist6ria anterior, no que conceme Escritura, ainda nao foi escrita..
E possivel que tivesse havido, nao uma , mas vinte racas diferentes sobre a terra antes
.
da epoca de Adao, como talvez haja vbte ra as diferentes em outros mundos. 23
^
Que ou quais eram entao essas raas, )i que o autor insiste em sus-
tentar que Adao foi o primeiro homem de nossa raqa? Eram a ra a e as
ra$as Sat&nicas! Sata nunca ( esteve ) no cu , ( sendo ) os anjos e os ^
homens uma especie . A ra a pr&adamita de Anjos foi a que pecou .
^
Lemos que Sata foi o primeito Principe deste tnundo , Tendo side morto
em conseqiiencia de sua rebeliao, permaneceu na Terra como Espirito desen-
carnado , e tentou Adao e Eva.
As primeiras idades da rafa satsbica, e principalmeftte durante a vida do mesmo
Sata |!!!|, podetn ter sido um periodo de civilizagao patriarcal e de relativa tranqiiili-
dade ( epoca dos Tubal-Cains e dos Jubais, quando as riSntias e as artes tentaram
implant ax suas raizes naquele solo maldito )
- ..
Que assunto para um poema dpicoi
DeveJn ter ocorrido incidentes Inevit veis. Vemos diante de nds , , , o alegre amante
.-
^
primitivo fazendo a corte & sua enrubecida bem-amada, ao cair o rocio da noite, sob
.
a fronde dos carvalhos, que eQtao cresciam , 1i onde agora \& nao medra o carvalho. . ;
.
e o velho patriarca de amanho .. com a inocente prole primitiva saltitando alegremente
ao seu lado. .. Mil quadros semelhantes se desdobram aos nossos olhos! ' 1
nao assinar, nem mesmo com um pseudonimo, tern um certo fundo de ver -
dade, Porque as rafas prf -adamitas ( nao sa tunicas, mas simplesmente at]an-
tes > bem como as hermafroditas que as precederam ) se acham mencionadas
na Btblia ( quando lida esotericameme ) , da mesma forma que o estlo na
Doutrina Secreta. As Sete Chaves descobrem os mistfrios, passados e futu
ros, das sete grandes Ra as-Rafzes e dos sete Kalpas. Certamente que
-
^
a gfinese do homem e a geologia segundo o esoterismo serao rejeitadas pela
Cidncia ( tanto quanto as ra$as satSnicas e pr6-adamitas ) ; nao obstante, se
os cientistas, por nao terem outro caminho para sair das dificuldades, se
virem na contingencia de escolher entre as duas versoes, estamos conven-
ddos de que
parte, a Linguagem do Misterio
apesar da Escritura, e uma vez entendida, ainda que cm
hi de prevalecer o ensinamento arcaico.
( 24 ) Ibid ., pp . 206-207*
n
Escola do Grande Oriente Mistico
SE
^AO III
A SUBSTANCIA PRIMORDIAL E O
PENSAMENTO DIVINO
O TER
( esse Proteu hipotetico, uma das ficqoes representativas
da cinria moderns, e que, nao obstante, foi admitido desde hi muito tempo )
e um dos principles" inferiores do que chamamos Substancia Primor-
dial ( Akasha em sanscrito ) , um dos sonhos da antiguidade, que ora se
converteu no sonho da cienck de nossos dias . a maior e a mais ousada
das especulacoes que sobrevivem dos antigos filosofos. Para os ocultistas,
porem, o Eter e a Substantia Primordial sao ambos realidades , Mais data
mente, o Eter 6 a luz Astral, e a Substancia Primordial 6 o AkSsha, o
-
Upadhi do Pensamento Divino.
Em Unguagem modema, poderia este ultimo ser chamado Ideaqao
Cdsmica, Esplrito; e o primeiro, Substancia Cdsmica, Materia. Os dots
( o Alfa e o Omega do Ser ) sao as duas facetas da Existencia Absoluta.
Os antigos jamais se dirigiram a esta ultima, nem Ihe deram nome algum ,
exceto alegoricamente. Na mais ajitiga das rasas arianas, a ra$a bimdu,
o culto das classes intelectuais nao consistiu nunca , como entre os gregos,
32
Escola do Grande Orients Mistico
33
Escola do Grande Oriente Mistico
verdadeiro Deus por ele anundado, urns coisa 6 cert a : tal Divindade nao
era Jeovd, nem tampouco o criador do mundo e de tudo o que nele
.
existe Porque nao se tratava do Deus de Israel, mas do Desconheddo
dos pantefstas, antigos e modernos, que nao mora em templos construidos
pala mao do homem" 1.
O Pensamento Divino nao pode ser definido, nem sua significafao
explicada, exceto pelas inumer veis manifestagdes da Substanda Cdsmica,
^
na qual aquele Pensamento 6 sentido espiritualmente pelos que tfem capa -
cidade para tanto. Dizer isto, depois de enunciado que a Divindade Desco-
nbedda 6 abstrata, impessoal e assexa , devendo estar na raiz de toda Cos
mogonia e de sua subseqiiente evolusao, equivale a nao dizer absolutamente
-
nada . como se tentassemos resolver uma equa ao transcendente sem
^
dispormos, para determinar o valor real de seus terruos, senao de certo
ndmero de quantidades desconhecidas,
Nas primitivas cartas simbdlicas da antiguidade, o Pensamento Divino
aparece representado por uma obscuridade sem limites, em cujo fundo,
conforme mostram os, surge o primeiro ponto central em branco
-
lizando deste modo o Espfrito Materk coevo e coeterno, que faz o seu
aparecimento no mundo fenomenal, antes de sua primeira diferencia ao.
simbo-
-
Quando o Uno se converte em Dois , pode-se entao nome4 lo como Espf ^ -
rito-Materia. Ao Espirito " podem ser atribuidas todas as manifesta oes
^
'
^
uma express ao moderna , em uso na chamada filosofta ocidental ) , como se
evidenda no Princfpio Vital e na submissao da Natureza h ordem majes
tosa da Lei imutivel. A Materia deve ser considerada como o objetivo
-
em sua mais pura abstra ao, a base existente por si mesma, cujas manvan
^
taricas diferencia oes setenarias constituem a realidade objetiva , subjacente
-
^
aos fen6menos de cada fase da existencia consciente. Durante o perfodo
do Pralaya Universal , a Idea ao Cdsmica e inexistenle, e os diversos estados
^
diferenciados da Substanda Cdsmica se resolvem novamente no estado pri-
mitivo de obvidade abstrata potenciala.
O impulso manvantario principia com o redespertar da Idea ao Cds
^ --
gir da Substanda Cdsmica
primeira
mica , a Mente Universal, simultanea e paralelamente com o primeiro emer
sendo esta tiltima o velculo manvantarico da
de seu estado pralaico nao diferendado. A Sabedoria Absoluta
entao se reflete em sua Ideagao, a qual , por um processo transcendente,
superior e incompreensivel a consdenda Humana , se transforma em Ener-
gia Cdsmica : Fohat. Vibrando no seio da Subst&ncia inerte, Fohat a impul
sions A atividade e guia suas primeiras diferencia oes em todos os Sete
-
^
( 1) XVII, 23-24.
( 2 ) O tetmo Protilo deve-se ao eminente qufmico Professor Crookes, que deu
esse nome & prMatrk , se se pode assim chamar a substAucta primordial e absoluta-
mente homogen ea , suspeitada
se nao ainda efeUvamente descoberta pela ciencia
na composigao ultima do a tamo. Mas a segregate* indpiente da materia primordial em
Itomos vena a dar-se subsequentemente a evolucao de nossos Sete Prdtilos. o ultimo
destes que o Professor Crookes esta pesquisando, bavendo recentemente aeusado a
possibilidade de sua existfincia em ROSSO piano.
34
Escola do Grande Oriente Mistico
35
como resultado a conscincia do Ego individual. Sua manifestafao varia
com o grau do Upadhi. Por exemplo; com o princfpio conhecido poi
Manas, surge como conseincia mental; e com a constru ao mais sutilmente
^
diferenciada de Budhi, sexto estado da materia, e tendo por Base a expe-
rience da Manas, como uma corrente de Intuigao Espiritual.
O Objeto puro, separado da cons tie ncia , nos e desconbecido enquanto
vivemos no piano do nosso Mundo de trs dimens5es; pois so conhecemos
os estados mentals que ele suscita no Ego que o percebe. E, enquanto
durar o contraste entre o Sujeito e o Objeto, isto 6 , enquanto apenas dispu
sermos dos nossos cinco sentidos, e nao soubermos como liber tar o nosso
-
Ego, que e todo percep ao, da escravidao dos mesmos sentidos , seri impos
^
slvel ao Eu pessoal romper a barreira que o separa do conhecimento das
-
coisas em si* ou da substantia.
Aquele Ego , progredindo em um atco de subfetivrdade ascendente,
deve esgotar as experineias de todos os pianos. Antes, porm , que a
Unidade seja absorvida no Todo, neste ou em outro piano, e antes que
Nirvanico
tanto o Sujeito como o Objeto desapare am na nega ao absoluta do Estado
^ ^
nega ao, repetimos, so em relagao ao nosso piano
^
pode escalar o pirkeulo da Onisciencia , o Conhecimento das Coisas em si
mesmas , e chegar proximo a solu ao do enigma ainda mais txanscendente,
nao se
^ - -
ciosos e ignorantes
de Parabrahman.
diante do qual ate os mais elevados Dby&n Chohans se prostemam silen
o Inefavel Misterio a que os vedantinos dao o nome
aspecto fertomenal
mente degrada-lo. E at mesmo falar da Idea ao Cosmica
^
Mas, assim sendo, dar um nome ao Princfpio Incognoscfvel e simples-
-
salvo em seu
equivale a querer armazenar o Caos primordial, ou
aplicar um rdtulo a Eternidade,
Que 6 , pois, a Substantia Primordial , essa coisa misteriosa a que
sempre se referiu a Alquimia , e que serviu de tema s especuk oes fUo-
^
soficas de todos os tempos ? Que pode ser, finalmente, inclusive em sua
-
pre diferencia ao fenomenal ? Ela mesma o Todo da Nature2a tnanifestada,
^
e ttada para os nossos sentidos. mencionada sob nomes diferentes em
todas as cosmogonias; todas as filosofias se referem a ela, e atd os nossos
dias continua sendo o Proteu sempre fugidio e sempre presente na Natu-
reza. Nos a tocamos , sem a sentir ; nos a olhamos, e nao a vemos ; nos a
respiramos, e nao a percebemos; nos a ouvimos e a inalamos, sem ter a
menor nofao de sua exisi ntia ; porque ela esta em cada mokcula daquilo
que em nossa ilusao e ignoranda chamamos de Materia , em qualquer de
seus estados, ou no que concebemos como uma sensa ao, um pensamento,
^
uma emo ao. Numa palavra , 6 o Updhi, ou o vefculo de todos os fen6
^ -
menos possiveis, sejam fisicos , psiquicos ou mentais . Nas primeiras frases
do GS nests , como na Cosmogonia caldtia; nos Pur Anas da India e no Livro
dos Mottos do Egito; por toda a parte, ela abre o ciclo da manifesta ao,
chamada o Caos e a Face das Aguas incubadas pelo Espfrito proce- ^
dente do Desconhecido, seja qual for o nome que se de a e$se Esplrito,
( Veja-se a Sejao IV ) .
36
Escola do Grande Orients Mistico
( 5) Efisiot , VI, 12 .
}7
Escola do Grande Oriente Mistico
38
f
melhot a evolugao do que n6s , tanto em seu aspecto fisico como no espi-
rituaL
Tata os fildsolos antigos, a evolugao era um tcorema -universal, uma douttina
que abiangia iudof e HID prinefpio estabelecido; ao passo que os nossos wodemos evolu -
cionistas nao nos podem oferecer seoao meras teorias especulativas, com teoremas
pardais> quando nao inteiramente negatives. instil que os representantes dc nossa
tinda moderna encerrem o debate e pretendem que a questao se acha resolvida, s6
.
porque a obscura fraseologia da narragao mosaica . . contradiz as explicagoes definidas
da 'd &ncia exata\ 9
39
Escola do Grande Oriente Mistico
40
f
que o tradutor Dr , Burnell, uma vez que nao hesita entre o texto de
Kulluka Bhatta e o comentArio de Medhatithi. Rejeitando os tanm&tras,
ou elementos sutis, e o dttnam&tra de Kulluka Bhatta, diz ele, aplicando os
principles do Eu Cosmico:
Os
agua e terra
3eis
.
parecem antes set o Manas7 mais os cinco prindpios
ter, ar, fogo,
Havendo unido cinco destas seis partes com o elemento espiritual |o
.-
ele criou ( assim ) todas as coisas que existem . Atmam&tra 6 , pois, o atomo
espiritual, por oposi ao aos seus proprios atomos elementais, nao reflexives .
^
Medh&tithi assim corrige a tradugao do versiculo imediato;
17. Como os elementos sutis das formas corporals do IJno dependem daqueles
eeis, os sabios chamatn & sua forma Sbarira.
dizer apenas um perfodo de longa dura ao. Nos Purdnas tambem nao 6 em pregada a
A palavra eternidfide , pela qual os te<51ogo$ cristaos interpretam o termo
42
Escola do Grande Oriente Mistico
vazia e sem forma, &o passo que o primeiro mo era propriamente o Cdu,
mas o Abismo , o Caos , com as trevas sobre a sua face 16 .
E o Espirito de Deus se movia sobre a face das Aguas 17, isto e,
sobre o Grande Abismo do Espafo Infinito. E este Espirito e Narayana
ou Vishnu .
E Deus disse: Faga-se o firmamento ..
18
e Deus , o segundo,
obedeceu, e fez o firmamento' * 16
.
E Deus disse: Fa$a-se a luz , houve
a luz 20. Mas esta ultima nao significa absolutameme a luz fisica , mas,
cotno na Cabala, o Adao Kadmon andr6gino, ou Sephira ( a Luz Espiritual )
os dois sendo urn s6 ; ou , segundo o Livro dos Numeros caldeu, os Anjos
secunddrios sendo os primeiros os Elohim, que sao o agregado daquele
Dtus que faz . Pois a quem sao dirigidas aquelas palavras de comando?
E quem e o que ordena ? O que ordena e a Lei Eterna, e quem obedece
sao os Elohim , a quantidade conhecida operando em x e com x , ou o coefi
ciente da quantidade desconhecida , as Formas da For a Una. Tudo isso 6
-
^
Ocultismo, se encontra nas Estlncias arcaicas. Nao tem nenhuma impor -
tance dar a essas Forjas o nome de Dhyan-Chohans ou o de Auphanim,
como o faz Ezequiel .
existente
A Luz Una Universal, que sao Trevas para o homem, 6 sempre
estd escrito no Livro dos Numeros caldeu. Dela procede
periodicamente a Energia, a qual se reflete no Abismo ou Caos, este dep6
sito dos mundos futures; e que, uma vez desperta, agita e fecunda as
-
Entao, acordam novamente os Brahmas e os Buddhas
nas e um novo Universo vem a existenda.
No Sepher Yetzlreb, o Livro Cabalistico da Criao, 6 evidente que
Formas latentes, que constituem suas potencialidades eternamente presentes.
as Forgas coeter-
.
sistema dc Hesiodo como no de Orfeu ( Veja-se o notdvel trabalho de James Danner
leter, Cosmogonies Aiyennes , em seus Essais Orientaux. ) Assim , o concrito original
grego do Caos 6 o da Religiao-Sabedoria Seereta . Em Hesiodo , pois, o Caos 6 infinito.
sem limites, sem comedo e sem fim no tempo; uma abstra ao e uma present visivel a
^
um td tempo ; o Espa o cheio de trevas, que 6 a materia primordial em seu estado pr -
^
<6smica . Porque , no seu sentido etimoldgico, Caos 6 Espa o , segundo Aristoteles, e o
^
Espafo d a Divindade sempre Invislvel e Incognoscivel de nossa Filosofia ,
( 17 ) G$nese> I, 2.
.
( 18 ) Ibid , I, 6.
.
( 19 ) Ibid. I, 7.
( 2 0 ) Ibid, I, X
( 21 ) O Espirito manif estado: o Espirito Divino, Absolute, i uno com a Subst & n
cia Divina absoluta ; Parabrahman e Mdlaprakrki sao unos em e$$6ntia. Portacto, a
Idea ao Cdsmica e a Substancia Cdsmica, em seu car ter primordial, sao tamb m unas
^ ^ ^
43
Escola do Grande Oriente Mistico
bendito seja o Seu nome, que vive por todo o sempre! Voz, Espirito e
Verbo, eis o que e o Espirito Santo5 22. E esta 6 a Trindade abstrata
cabalista, antropomorfoada com tanta sem-cerimdnia pelos Padres cristaos.
Dessa triplice unidade surgiu todo o Cosmos. Primeiro, do Uno emanqu
o mimero Dois ou o Ar ( o Pai ) , o Elemento criador ; depots, o mimero
Tres, a Agua ( a Mae ) , procedeu do Ar ; o liter ou o Fogo completa o
Quatro mistico, o Arbo- al 23. Quando o Culto dos Ocultos quis teve-
-
lar se, comegoti por fazer um ponto ( o Ponto Primordial ou o Primeiro
Sephira , o Ar ou o Espirito Santo ) , figurado em uma Forma sagrada ( os
Dez Sephiroth ou o Homem Celeste ) , e o cobriii com uma Vestimenta rica
e esplendida: que e o Mundo 2*.
Ele fez do Verno o seu Mensageiro, do Fogo flamifero o seu Ser-
vidor 1
diz o Yetztrehy mostrandb o cardter cosmico destes uldmos Ele-
mentos evemerizados ( bumanizados ) 25 e que o Espirito repassa cada itomo
do Universo.
Paulo cbama Elementos aos Seres Cdstnicos invisiveis. Mas hoje
3
.
o Principio incubador criou a fantasma-
o Akasha dos Adeptos hindus ; a Luz Astral de Ltiri ; a Aura nervosa e o Fluido dos
Magnetizadores; o Od de Reichenbach; o Psychod e a Forga Ectenica de Thury; a
Forga Psiquica* de Sergeant Cox e o magnetismo atmosf &ico de alguns fisicos ; o galva -
m'smo; e, finalmente, a eletricidade; todos estes nao passam. de nomes diferentes para
as multiplas manifestagoes ou efeitos da mesma Causa misteriosa que anima e penetra
todas as coisas, o Arqueu dos gregos.
dignos deste nome, que nao tenha um fundament o histdrico, e tambdm
cientifico. Os mitos *' diz com muita razao Pococke
esta provado
que nao sao fibulas senao na justa medida em que os deixamos de entender;
e eram verdades na medida em que eram antes entendidos
A iddia dominante mais precisa que se encontra em todos os ensina -
mentos antigos, a respeito da Evolu ao Cosmica e da primeira criavao
^
do nosso Globo com todos os seus produtos organicos e inorgdnicos
palavra estranha na pena de um ocultista! e que todo o Cosmos surgiu
do Pensamento Divino . Este Pensamento impregna a Matdria , que coe-
-
terna com a Realidade Unica ; e tudo o que vive e respira e produto das
emana oes do Uno Imutavel , Parabrahman
^
Mulaprakriti, a Raiz Una
Etema. O primeiro destes dois aspect os o do Ponto Central dentro, por
3
-
Ensinava -se, portanto, nos tempios inter nos, que este Universo vislvel de Espl
rito e Matdria nlo 6 senao a Imagem conereta da Abstra ao Ideal; que foi plasmado
^
segundo o modelo da primeira Id ia Divina. Assim , o nosso Universo existia em
estado latente desde toda a Etetnidade . A Alma que anima este Universo 6 o Sol
Central puramente espifitual ou a Divindade suprema. N3o foi o Uno quetn plasmou
a sua id&a, dando-lbe a forma conereta , mas o seu Primogenito; e como ela foi cons
trulda sobre a figura geomdtrica do d o d e c a e d r o o Primog&iito bouve por bem
-
empregar 12 000 anos em sua cria <7ao \ Esse numero esti indicado na cronologia tir-
rena 3, segundo a qual o homem foi criado no sexto milenio. Concord* isso com a
teoria eglpcia dos 6 000 ADOS 31 c com o compute hebreu . Mas 6 isso a forma
1
exot6rica. O c&mputo sccrero explica que os 12 000 e os 6 000 anos sao Anos de
Brahma, equivalendo um Dia de Brahma a 4 320 000 000 de anos. Sanchuniaton 32
declara em sua Comogania que, quando o Vento ( Espirito ) se enamorou de seas
prdprios principles ( o Caos ) , uma uniSo Intima se estabeleeeu entire eles , uniao que
foi chamada Pothos ( TtiOoj l e da qua] a semente de tudo proveio. O Caos nao tinha
conseiencia de sua propria produgao, pois era insensivel; mas de seu enlace com o
Vento nasceu M6t , ou o Ilus ( limo ) w. E deste procederam os Esporos da criagao
e a existencia objetiva do Universo 34.
, ..Zeus-Zen ( /Ether ), com suas esposas ChthonLa ( a Terra Cadtica ) e Metis
( a Agua ); Osiris
^
que tamb m representa o /Ether , a primeira emansgao da
Divindade Suprema, Amun, origem primitiva da Luz, com Isis-Latona, a Deusa Terra
e tamb m a Agua; Mithras 55, o Deus nascido da rocha, slmbolo do Fogo do Mundo
^
masculino, ou a Luz Primordial personificada; e Mithra, sua mae e esposa ao mesmo
tempo o elemento puro do Fogo, o principio ativo ou masculine, considerado como
Hi
Escola do Grande Orients Mistico
48
Escola do Grande Oriente Mistico
SECXO IV
CHAOS, THEOS , KOSMOS
ilimitada, cujos Prinrfpios, segundo a fraseologia ocultista
cada um
deles constituindo, por sua vez, um setenario , s6 matiifestam em nosso
mundo fenomenal a estrutura mais densa de suas subdivi$6es, Ningudm
jamais viu os Elementos em sua plenitude , reza a Doutrina. Devemos
buscar a nossa Sabedoria nas express5es originais e sin6nimos dos povos
primitives . At o ultimo deles, o povo judaico, apresenta a mesma idda
em seus ensinamentos cabalistas , quando fala da Serpente de sete cabe as
do Espa o, chamado o Grande Mar . ^
^
No prindpio os Alhim criaram os C6us e a Terra ; os aeis jSephiroth| . .
- Eles
criarara Sris, e nestes estao baseadas todas as coisas. E estes [Sets! dependem das
sete formas do cr&nio, inclusive a Dignidade de todas as Dignidades / *
49
Escola do Grande Oriente Mistico
---
materia, as formas cdsmicas cegas da Natureza; e que o Espirito represent* a inteli
gSncia que as dirige. As doutrbas cosmogdnicas Arias, hermgticas, drficas e pita
gdricas, assim como as de Sanchuniaton e de Berose, se baseiam no postulado irrefn
tAvel de que o JEthcs e o Caos, ou, em linguagem platdnica, a Mente e a Matdria,
eram os dois principios primordial e coeternos do Universe, indfependcctes por com
pleto de tudo o mais. O primeiro era o prindpio intelcctual que a tudo vivifica; e o
-
Caos, um prindpio fluidico, "sem forma e inconsciente Da uniao dos dois nasceu
o Uaiverso, ou melhor, o Mundo Universal, a pnmeira Divindade andrdgina sendo
a Materia Cadtica o seu Corpo, e o Eter a sua Alma . No expressar de um Eragmento
de Hermias , o Caos, adquirindo a eonsetfnek cm virtude desta uniiio com o Espirito,
ficou radiante de alegria; e assim nasceu o Prot6gonos, a Luz ( o PrimogSnito 3 Tal
6 a Trindade Universal, segundo o conceito metaflsico dos antigos, que, radodnando
por analogia, fizeram do homem, composto de Inteligdncia e Materia, o Microcosmo
do Macrocosmo , ou do Grande Universo. 4
J50
Escola do Grande Oriente Mistico
51
Escola do Grande Oriente Mistico
Agua , com todos os seres ormndos desta Matria-Prima . Moises ensina que somente
a Terra c a Agua podem produzir uma Alow Vivente; e nas Escrituras lemos que a
erva nao pdde crescer antes que o Etemo finesse cbover sobre a Terra . No Popoi
Vuh mexKdfto , o bomera e criado do barro ou argil*. ( terra giaise ) , retirada do fundo
das iguas, Brahma, sentado em seu ldtus, cria o grande Muni, o pximeiro hornem, mas
somente depois de haver chamado & exist ncia os espiritos, que assim tiveram priori-
dade sobre os mortals; e o criou da Agua, do Ar e da Terta. Sustentam os alquimistas
que a Terra primordial ou pre-edamita, quando reduzida a sua primeira substanda, era,
em seu segundo perfodo de transformafao, semeibante a Agua clara , sendo que no
primeiro era, propriamente, o Alkahest 6. Esta substanda primordial contain em si
a ess nda de todos os elementos constitutivos do homem; nao so os de sua estrutura
^
flsica como o prdprio sopro de Vida" em estado latente e pronto para ser despertado,
Aguas
Este sopro de vida ptovem da incubacao do Espirito de Deus sobre a face das
o Caos, que deste modo se identifica com a substanda primeria. Era desta
\Sldma que Paracelso pretendia fazer o seu Homunculo; e dai tambem a razao por
que Tales, o grande filosofo da Natureza, dizia que a Agua era o princlpio de todas
as coisas na Natureza 7 . . . Job afirma que as coisas mortas se formam debaixo das
Sguas, e dos habitantes que nek existem 8. No texto original, em lugar de coisas
raortas" esta escrito: "Rephraim mortos , os Gigantes ou homens primitivos poderosos,
dos quais a Evolu ao talvez venha a mostrar , alguro dia, que a nossa ra a arual des^
cende. 6 ^ ^
No perfodo primordial da cria ao di2 a Mytbologie des Indous,
de Polier ^ , submergido na iSgua, repousava no
o Universo rudimentar
seio de Vishnu . Brahma , o Arquiteto do Mundo, saindo desse Caos e dessas
Trevas, flutuava ( moviase ) sobre as aguas, mantendo-se em cima de uma
folha de I<5tus, sem poder distinguir nada mais aldm de agua e trevas .
Analisando tao angustioso estado de coisas, Brahma , consternado, disse
consigo mesmo: Quem sou eu ? De onde venho? * ' Ouviu entao uma
vozl 0: Dirige os teus pensamentos a Bhagavat * . Brahma, deixando a
posicao em que estava , sent a-se sobre a folha de lotus em atitude contem-
plativa, e reflexiona sobre o Eterno, que, satisfeito com essa prova de
piedade, Ihe abre o entendimento, dissipando a obscuridade primitiva . Em
seguidai Brahma sai do Ovo Universal ( o Caos Infinito ) sob a forma de
LU2, pois sua inteligncia agora est4 desperta, e comega a trabalhar. ^ Ele
se move sobre as Aguas Etemas, trazendo em si o Esplrito de Deus ; e,
em sua capacidade de Agitador das Aguas, e Vishnu ou NSr&yana ,
evidente que tudo isso e esot rico; mas , nao obstante , em sua id&a
^
principal guarda certa identida.de com a cosmogonia egipcia, cuja exposi ao
se inicia com Athtor 11 ou a Mae-Noite
representando a Obscuridade^
( 6 ) Termo criado por Paracelso pm significar o dissolveme de todas as
substlncias .
( 7 ) Entre os gregos, os Deuses-Rios, todos eles Filbos do Oceano Primitivo
ou o Caos cm seu aspecto masculine
, cram os respectivos antepassados das xa as
^
hel nlcas. Para eles, os gregos, o Oceano era o pai dos Deuses ; de modo que, sob
^
este aspecto, haviam antecipado as teorias de Tales, como muito bem observou Aris-
tdteles ( Metaph., I, 4 5 ).
*
( 8 ) XXVI, 5.
( 9 ) Isis sem V f u , I, 1334.
( 10 ) O Esplrito ou voz oculta dos Mantras ; a manifestable ativa da forga
latente ou potenda oculta.
( 11 ) Ortografia do Archaic Dictionary.
52
Escola do Grande Oriente Mistico
Uimitada
como o Elemento Primitivo que cobria o Abismo Inf ini to, ani
mack pela Agua e pelo Espfrito Universal do Eterno, e o unico habitantc
do Caos. De modo semelhante principia a histdria da cria rao ms Escri
-
-
turas judaicas, com o Espfrito de Deus e sua Emanacao criadora: outra ^
Divindade 12.
Ensina o Zohar que sao os eletnentos primordiais
a trindade de
Fogo, At e Agua , os Quatro Pontos Cardiais e todas as Formas da Natu -
reza , que formam coletivamente a Voz da Vontade, Memrab, ou o Verbo,
Logos do TODO absoluto e Silencioso , O Potito Indivisfvel, Illmitado e
Desconhecido" se estende sobre o Espa o e forma assim urn Vdu, o Mfila-
^
prakriti de Parabrahman, que oculta esse Ponto Absoluto,
Mas cosmogonias de todas as nafdes, os Arquitetos, sintetizados pelo
Demiurgo ( na Btbliaf os Elohim ou Albim ) , sao os que, do Caos , formam
o Cosmos; e sao o Theos coletivo andrdgino, Espirito e Materia. Por
meio de uma sdrie ( y o m ) de fundamentos ( hasolb ) t os Alhim fizeram
surgir o cu e a terra ' ia. No Genesis> primeiramente sao os Alhim , depois
-
Jahva Alhim, e, por ijltimo, Jeov, ap6s a separate dos sexos no capitulo
IV. E de notar que cm parte alguma das cosmogonias de nossa Quinta
Ra a, a nao ser na mats revente , a da Btblia, se v o ine&vel e impronun-
^
MIST6RIOS
cidvel NOME 14 simbolo da Divindade Desconherida, que so se usava nos
relacionado diretamente com a Criacao" do Universo. Sao
os Agitadores, os Corredores, os Theoi ( de 0etv, correr ) que procedem a
obra da formacao; os Mensageiros da Lei Manvant rica, que no Cristia -
^
nismo de hoje passaram a simples 'Mensageiros" ( Malachim ). A mesma
coisa ocorre tamb m no Hinduismo ou Brahmanismo primitivo: no Rig
^
Veda, nao BrahmS quem cria, mas os PrajSpatis , os Senhores do Ser *1,
que sao tamb m os Rishis; estando o termo Rishi, segundo o Professor
Mahadeo Kunte, associado k palavra correr ( conduzir ), que a eles se aplica
em seu cara ter terrestre, quando, como Patriarcas, conduzem suas Iegi5es
para os Sete Rios.
Demais, a mesma palavra Deus", no singular que abrange todos os
deuses, ou Yheoi, veio at6 as na$oes de civiliza ao superior" aitstvSs de
^
uma estranha fonte, tao completa e eminentemente f lica como o Lingam ,
de que a India se fala com tSo rude franqueza. A id6ia de que a palavra
Deus ( God ) seja derived a do anglo-saxao Good ( Bom ) esta fora de cogi-
ta$ao, porque em nenhuma outra lingua , desde o KboJa persa at o Deus
latino, se encontrou exemplo de que um nome de Deus derivasse do atri
buto de Bondade ( Good-mss ) , Aos latinos, veio do ariano Dyaus ( Dia );
-
-
aos eslaves, do grego Baccho [ Bagh Bog ) ; e aos de ra a sax6nia , direta
mente do hebreu Yod ou Jod. Este ultimo 6\ a letra numeral 10, macho^ -
( 12 ) N5o nos referimos &qui k Btblia cot rente ou aceita , mss k verdadeira
Escritura judaica, que hoje se explica k luz da Cabala.
( 13) GGnest, II, A .
( 14 ) ImpromindiveT, pela
simples raz&o de ser inodstente. Nunca foi um
nome nem palavra atgunia , mas uma idSta impossfvel de exprimir. Em seu lugar foi
criado um substitute no aiSculo que precedeu a nossa era.
Escola do Grande Orients Mistico
54
Escola do Grande Orients Mistico
"Ele nao 6 senao a causa ideal das potencies que devem ser produzidas na obra
da criagao; e dele procedem as potendas que hao de ser criadas depots que se tornarem
a causa real. A}ora aquela causa ideal, nao hi nenhuma outta a que se possa relacionar
o mundo ... Pelo poder daquela causa, todas as eoisas criadas chegatn a manifestar-se
.
por sua prdpria natureza 23
SECAO V
SOBRE A DIVIiNDADE OCUETA ,
SEUS SIMBOLOS E SIGNOS
56
Escola do Grande Orients Mistico
, e ainda, coletivamente,
Nao tem forma ou existencia ,
O prdprio Filon chama ao
nem semelhan a com nenhuma outra c o i s a
^
Criador o Logos que vem imediatamente depois de Deus, o Segundo
Deus quando se ref ere ao Segundo Deus , que 6 uma SABEDORIA ( a do
Deus Supremo ) *. Nao Deus a Divindade. Nao-Coisa e Trevas. Nao
tem nome, e, portanto, 6 chama da AimPoph, a palavra Ayin significando
nada 4.
A maior parte dos sistemas gndsticos que chegaram at6 n6s, mutilados
que foram pelos Padres da Igreja , nao passam de meros cascoes adulterados
das especula oes originais. Est as, alias, nunca foram franqueadas ao pdblico
^
ou ao leitor comum : se o seu significado oculto ou esot rico houvesse sido
^
revelado, o ensinamento teria deixado de ser esoteric, e isto nao podia
acontecer.
Marcos, o chefe dos marcosianos, que viveu no meado do segundo
seculo e ensinava que a Divindade devia ser estudada sob o slmbolo de
quatro silabas, revelou ao publico mais verdades esot ricas que nenhum
^
outro gndstico. Mas at ele nunca foi bem compreendido, pois nao senao
na superflcie ou letra morta de suz Revelaqao que Deus aparece como um
57
f
-ExistSncia e Sem Sexo |o Ain-Sopb cabalfstico ) , desejou que o seu Inefavel |o Primeito
Logos ou .iEoa| nascesse, e que o seu Invisivel se revestisse de uma forma , sua boca
se abriu e pronunriou o Verbo, semelhante a Ele mesmo, Este Verbo ( Logos ), como
permanecesse proximo, manifestou-se sob a forma do Uno Invisivel, demonstrando
assim o que era. O Nome |Inefavei| foi articulado |por meio do Verbo| da seguinte
maneira. Ele \ o Supremo Logos ] pronunciou a primeira Palavra de seu Nome . . . que
era uma combina ao |silaba| de quatro elementos |letras ] , Depois foi acrescentada a
^
segunda combina ao, tambem composta de quatro elementos , Em seguida, a terceira,
^
de dez elementos, que foi sucedida pela quarts, com doze elementos. A pronuncia de
todo o nome compreende, portanto, trinta elementos e quatro combinacoes, Cada
elemento tern suas proprias letras, seu carater, pronuncia, agrupamento e semelhan as
peculiars; mas nenhum deles percebe a forma daquilo de que e o elemento, nem ^
entende a voz do seu vizinbo; contudo, o som que cada um emite diz tudo |o possivel ]
quanto ele julga ser bom chamar ao todo. . , E sao estes sons que manifested na
forma o /Eon Sem Existencia e Nao-Geravel; e sao estas formas que se chamara os
Anjos que perpetuamente contemplam a Face do Pai 5 |o Logos, o Segundo Deus ,
que permanece proximo a Deus, o Inconcebivel , segundo Filionj. 8
58
f
( 9 ) P 79 . .
.( ID ) Arndbw, VI, XII .
59
Escola do Grande Orients Mistico
lanto
( 11 )
de mais facil compreensao para o kitor.
-
Usamos cste termo porque 6 o geralmente aceito e consagrado, sendo por
( 12 ) Veja-se Dunlap, Sod: the Mysteries of Adoni, p. 23.
-
( 13 ) Veja sc Buiaq Museum , de Maspero.
( 14 ) Entre os antigos iudeus, conforme provou Le Cletc, a palavra Oulom
significava tao s6 um periodo de tempo cujo principio e fim nao cram conhccidos.
A palavra "Etemid.ade , propriamente dita , nao extstia na lingua hchraica com o
significado, por exemplo, que os ved ant Luos atribuem a Parabrahman.
60
Escola do Grande Orients Mistico
fora de sua propria essenria , Deus criou os dois cus, como uma Mattiz
( o Ovo do Mundo ) . Os Cristaos, por&n, elegeram como slmbolo de
seu Espirito Santo a pomba, o ptfssaro, nao o ovo.
Quem quer que chegue a conhecer o Hud , ( ) a Mercabah e o
Lahgash ( linguagem secreta ou encantamemo ) , aprenderi o segredo dos
segredos . A significaqao de Lahgash e quase identica k de Vach , o poder
' 3
61
Escola do Grande Orients Mistico
foi feitfl *.. . e este o homem dual ' ( Auszvge aus dem Sohar , pp. 13 15 ) , Ass'un ,
9
E ainda :
.
No prindpio, havia a Vontadc do Rei, anterior a qualquer outra existdncia . .
Ela |a Vontade| esbo ou as formas de todas as coisas que haviam estado ocultas, mas
^ -
que agora apareciam . E, como um segredo escondido, saiu da cabega de Am Soph uma
centelha nebulosa de matdria, sem contomos nem forma . . . A Vida 6 atralda de
baixo, e a feme sc renova em cima; o mar esti sempre cheio, e estende suas iguas
por toda a parte / *
6. nett utua arvore havia crescido, nem \ima flor havia desabrochado,
7 . Quando nenhum dos Deuses havia surgido,
8 nenhutna planta erescia, e nao existia a ordem 21.
*
deve ter alguma significa ao profunda e oculta, pois nao so figura em todas
^
as cosmogonias e religioes do mundo, mas foi tambem escolhido pelos
cristaos da Idade M dia , os Cruzados, como Vefculo do Espirito Santo,
^
que, segundo a cren a, conduzia o exercito 4 Palestina para libertar o
^
tilmulo do Salvador das maos dos sarracenos, Se devemos acreditar no que
diz o Professor Draper em seu Intelectudl Development of Europe, os
Cru2ados que Pedro o Eremita comandava eram precedidos, & frente do
exercito, pelo Espfrito Santo sob a forma de um ganso em companhia de
nma cabra . Seb, o Deus egfpcio do Tempo, traz um ganso sobre a cabe$a ;
Jupiter toma a forma de um. cisne, como tambem o faz Brahma; e a raiz
de tudo isso e aquele mist&io dos misterios, o Ovo do Mundo *
64
Escola do Grande Orients Mistico
o reprodutor das formas hum anas, mas tambem o prindpio frutificador, o poder
gerador que penetra o Universo. O emblema maternal e igualmente um distfndvo
religiose. Foi esse respeito a produ ao da vida , que introduziu no culto de Osiris
^
os emblemas sexuais , Seri de estranhar que considerassem com reverSncia o grande
misterio do nascimento humano? Seri am cles, impuros porque assim pensavam , ou
rtds que o somos por pensar de maneira diferente ? Mas nenbum homem inteligente
e pura poderia julga-los daqueie modo. * . Teroos caminhada muito, e pot setid&s
bastante impuras, desde o tempo cm que aqueles antigos anacoretas falaram pela pri-
meira vez de Deus e da alma nas prolutididades soleoes de seus primitivos santuarios .
Nao devemos sorrir do seu modo de buscar a causa infinita e incomp reensivel atrav s
^
de todos os mist rios da Natureza, pois, assim fazendo , estaremos projetando a sombra
^
de nossfl propria grosseria sobre a sua simplicidade pfrtriarcwl.
( 24 ) .
Progress of Religions Ideas , I, 17 e seguintes
65
Escola do Grande Oriente Mistico
SECAO VI
O OVO DO MUNDO
( 1) .
An Analysis of Ancient Mythology , volume III , p , 165
66
Escola do Grande Oriente Mistico
.
formou ura Ovo. . e o Senhor do Universo, ele pr6prio, habilltou sob o aspecto de
Brahma . Neste Ovo, 6 BrUmane, estavam os continents, os mares e as montanhas,
os plan etas c as divisoes dos planetas , os dcuses, os demdnios e a humanidade 7.
67
Escola do Grande Oriente Mistico
, .
( 10 ) Ibid , cap LXXX, 9 .
( 11 ) Veja-se Our Figures , de Max Muller ,
( 12 ) Para um cabalista seria muito mais plausfvel que, assim como o cifron
arabe tem sua raiz no sunyan htndu, do mesmo modo os Sephiroth cabalfsticos dos
,
judeus ( Sephrim ) provieram da palavra cipher nao no sentido de va2io, mas no de
.
criacao por meio do numero e dos graus de evoIu?ao E os Sephirotb sao 10 ou 0 .
, .
( 13 ) Veja-se: Gnostics and their Remains 370 ( 2 * edi ao ) , de King
^
( 14 ) De Vita Pytbag.
.
( 13 ) Adraite-se que a data do seu nasrimento 6 o ano de 60S antes de Cristo
68
f
69
Escola do Grande Oriente Mistico
70
Escola do Grande Oriente Mistico
-
Philae , no alto Egito, preparava se urn ovo, artificialmente, de argila mistti
rada com incensos diversos. Era o ovo incubado por um processo especial,
-
dele saindo uma cerasta ou vibora de chifres . Outrotanto se fazia antiga
mente nos templos da India , cm rclagao % cobra - O Deus Criador emerge
-
do ovo que sai da boca de Kneph , sob a forma de uma Serpente alada;
pois a Serpente o simbolo da Sabedoria Integral . Entre os hebreus, a
mesma Divindade e simbolizada pelas Serpentes de Fogo on Voadoras
de Moises, no deserto; e entre os misticos de Alexandria vem a ser o
Orphio-Christos , o Logos dos gndsticos Os protestantes tentam provar
,
que se devia produzjr a vida . . . A palavra em hehreu para a serpente era Nachash ,
mas esta significa tambem bronze
( 20 ) XXI , 5 e segs .
( 21 ) .
Ibid , , 16-17
72
Escola do Grande Oriente Mistico
( 22 ) Kerubim .
( 23 ) II Reis, XVIII, 4.
( 24 ) Supra, p . 120-1.
( 25 ) VoL III , 124.
( 26 ) Movers, Pboinizer , 282.
( 27 ) .
Veja se Isis stm Vtu , p 56 do VoL I.
72
Escola do Grande Oriente Mistico
Entre os egipcios, o Deus oculto era Amon, ou Mon, o Oculto , o
Esp/ rito Supremo. Todos os seus Deuses eram duais a Realidade den-
tlfica para o santujrio; seu duplo, a Entidade fabulosa e mitica , para as
massas. Por exemplo, como ja assinalamos na Se$ao Chaos, Theos, Kos -
mos , H6rus o Maior era a Id6ia do Mundo ainda na mente do Demiurgo,
73
Escola do Grande Oriente Mistico
74
Escola do Grande Oriente Mistico
se diz ) , na Luz Astral , caiu am Raio de Lux Ftia, que fez transbordar a
e af se congelou. O Invxsivd fez soprar um Vento ardente, que
fundiu as Aguas congeladas e dissipou a Nvoa. As Aguas ( o Caos ),
chamadas as Correntes de Eliwagar , destilando em gota vivificantes, calram
e criaram a Terra e o Gigante Ymir, que s6 tinha a apar&icia de homem
( o Homem Celeste ) , e a Vaca Audumla ( a Mae'', a Luz Astral ou Alma
Cosmica ) , de cujas tetas flulram quatro torrentes de leite os quatro
pontos cardiais, os quatro mananciais dos quatro rios do Eden, etc,; qua-
tro que estao simbolizados pelo Cubo eir todos os seus multiples signi-
ficados mlsticos.
Os cristaos ( espedalmente os das Igrejas latina e grega ) perfUharam
integralmente o simbolo, e veem nele uma evocagao da vida eterna, da
salva ao e da ressurrei ao, Ha uma confirma ao disso no costume tradi
^ ^ ^
cional de se presentearem Ovos da Pascoa * Desde o Anguinum, o Ovo
-
do Druida Pagao, cujo nome por si &6 fazh Roma tremer de medo, atd o
Ovo da Pascoa vermelho do campones eslavo, transcorreu todo um cido.
-
E, no entanto, seja na Europa dvilizada , seja entre os selvagens mais atra
sados da America Central, encontramos sempre o mesmo pensamento arcai -
co primitivo, se nos damos ao trabalho de pesquisa-lo e se, em consequencia
do orgulho de nossa pretensa superioridade intelectual e flsica, nao desfi
guramos a idda original do simbolo.
-
75
Escola do Grande Oriente Mistico
SE
^AO VII
OS DIAS E NOITES DE BRAHMA
76
Escola do Grande Orients Mistico
de lado por enquanto. Bastara dizer, sobre este ponto, que todos os
esfor os de imagina ao dos Wilfords, do Bentleys e de outros Edipos da
^ ^
Cronologia Indiana Esoterica se tem lamentavelmente malogrado. Os nos-
sos eminentes sbios orientalistas nao conseguiram ainda esclarecer a ques-
tao dos computes , seja o dos Manvantaras , seja o das Quatro Idades;
resolveram entao cortar o No Gdrdio, proclamando que tudo nao passa de
uma inven ao do cerebro bramantico . Amem! e que descansem em paz
^
os grandes-sabios. Essa invencao* ser expknada no final dos Comen-
tirios a Estancia II da Antropognese, no volume III, com o acr&cimo
de algumas informa oes esot&icas,
^
Vejamos, no entanto, quais eram as tres esp&ies de Pralaya e qual a
crenga popular a esse respeito. Neste ponto ela se acha de acordo com
o Esoterismo.
Acerca do Prdaya > que e precedido por quatorze Manvantaras, presi-
didos por outros tantos Manus, e que termina com a Dissolu ao Incidental
ou de Brahma, diz o Vishnu Purina, em parifrases condensadas: ^
Ao fim de mil Periodos de Quatro Idade, que* perfazem um dia de Brama ,
a Terra esta quase exausta. O eterno ( avyaya ) Vishnu assume entao o corlter de
Rudra, o Destruidor ( Shiva ) , e volta a reunir todas as crlaturas em si mesmo. Entra
nos Sete Raios do Sol, e absorve todas as Aguas do Globo; faz evaporar a umidade,
secando assim toda a Terra . Os oceanos e os rios, as torrentes e os arroios, todos se
evaporam. AJimentados deste modo com abundante umidade. os Sete Raios Solares se
convertem, por dilata$ao, em Sete S6is, e finalmente bcendeiam o Mundo, Hari, o
destruidor de todas as coisas, que 4 a Chama do Tempo, Kaligni, acaba por consumir
a Terra . Entao Rudra , convertendose em Jumtrdana , exala nuvens e chuva, 4
Ha varias esp&ies de Pralaya; mas nos antigos livros hindus trs perio-
dos principals sao mencionados especialmente, O primeiro indicado por
Wilson, chama-se Naimittika 5, "Ocasional ou Incidental , e 4 causado
pelos intervales entre os Dias de Brahma; e a destrui ao das criaturas e de
^
tudo o que tem vida e forma , mas nao da substdneia , que permanece em
statu quo atA a nova Aurora que sucede aquela Noite. O segundo chama-se
Prakritika , e ocorre no fim da Idade ou Vida de Brahma , quando tudo o
que existe se resolve no Elemento Primario, para ser de novo modelado
no final dessa Noite mais longa. O terceiro, Atyantika , nao diz respeito
aos Mundos nem ao Universo, mas tao somente a certa classe de individua
lidades. E , pois , o Pralaya individual ou Nirvana ; uma vez alcan ado, \k
-
nao ha existncia ulterior possfvel, deixa de haver renasdmento, a nao ^
ser apds o Maha Pralaya. Esta ultima Noite
que tem a dura ao de
311 040 000 000 000 a nos , com a possibilidade de ser quase dobrada pelo ^
.
( 4 ) Veja-se o volume V, pp. 190-3
( 5 ) No Vedanta e no Nyaya, Nimitta de que proven Naimittika
apresentado como a Causa Eficiente, quando em oposi ao a Upadana , a Causa f is tea
^
Ou material . No Sankhya , Pradhana 6 uma causa inferior a Brahma ou melhor : Brahma,
sendo em si mesmo uma causa , e superior a Pradhana. Incidental A portanto, uina
tradu ao erronea , devendo ser substituido, conforme pensam alguns eruditos, por Causa
^
Ideal . Causa Real ainda seria melhor.
78
Escola do Grande Oriente Mistico
o EspflfO nao 6 mais que |uma| Chama, o Elemento do Vento se apodera da proprie-
dade rudimentar ou forma que a Causa da Luz, e, tendo esta desapareddo ( pralifla ),
tudo passa. a ser da natureza do At , Estando destruida o rudimento da forma, e
privado o Fogo | ? Vibhavasu ] de seu rudimento, o Ar extingue o Fogo e se estende . . .
sobre o Espago , que 6 privado de Luz, quando o Fogo se submerge no Ar. Entao o
Ar, acompanhado do Som , que 6 a fonte do ter, se estende por toda a parte nas
-
dez tegioes . . . ate que o ter se apodera do Contato ?$parsha, Coesao Tato?|, sua
propriedade rudimentar, cuja per da traz a destnii ao do \r , e o ter I ? Khaf pertna -
^
nece sem modificagao; privado de Forma , Gosto, Tato Sparsha e Olfato, existe |in|
corporeo |murtiraat| e vasto, e penetra todo o Espafo. 0 ter AkishaJ, cuja proprie
dade caracteristica e rudimentar o Som |o Verbo|, 6 $6 o que existe , ocupando todo
-
o Numero ?| dos Elementos ( Bhut nt A .-
&di s) devora
t
o Som
^
.
o vezio do Espapo ( ou antes , formando todo o conteddo do Espa$o ) Entao a Origem
J
/ A i
os 0emiurgos coletivos e as
i
legides de Dhyan Cbohans ], e todos os ekmentos jexistentes| 13 sao, por sua vezf sub-
mergidos no Elemento original. Este Elemento Primirio 6 a Consci&iria combinada
com a Propriedade das Trevas | Tamasa, ou melhor: Trevas Espirituais ] e 6 ele prdprio
absorvido |desintegrado| por Mahat la Intelig ncia Universal , cuja propriedade caracte-
ristica 6 a harmonia |Buddhi|, e a Terra e Mahat sao os limites interiores e exteriores
.
do Universo De modo que, assim como ( no Princfpio ) foram contadas as sete Formas
da Natureza |Prakriti|, dasde Mahat l Terra , assim ... -
estas sete voltam a entrar suces
siva mente uma na outra u .
O Ovo de BrahmS ISarva - mandalal , se dissolve nas Aguas que o todeiam , com
suas sete zonas [ dvipas f , seus sete oceanos , suas sete regioes e suas montanhas . A
camada de Agua e tragada pelo Fogo; o JcLnto [ de Fogo 6 absorvido pelo do Ar; o
-
Ar mistura se com o Eter |Akasha|; o Elemento Primirio |Bh&t&di, a origem, ou
melhor , a causa do Elemento Primiriol devora o ter , e | ele mesmo] destruido pelo
Intelecto (Mahat, a Grande Mente, a Mente Universal |, o qual, juntamente com todos
esses, 6 arrebatado pela Natureza |Prakriti| e desflparece . Este Prakriti 6 essencial
mente o mesmo, quer se componha de partes distintas , quer seja compacto: mas o
-
que 6 separado finalmente se perde ou e absomdo no coropacto. 0 esplrito [ Pums |
tatnb&n, que uno, puro, eterno, impereclvel que em tudo penetra, uraa parte
^
daquele Esplrito Supremo que est 4 em todas as^ coisas . Esse Esplrito | Servesha [, que
80
Escola do Grande Orients Mistico
-
( 15 ) Vishnu Purina , voh V, pp . 198 200. Os erros de Wilson loram corrigidos,
e os termos originals postos entre pa rentes es.
( 16 ) Como o que aqui se descreve e o Mana on Grande Prakya, chamado
Final, tudo reabsorvido no Elemento Uno original ; '" os proprios Deuses, Brahma
e tudo o tnais dcsaparecem durante esta longa Noite
e o que se diz.
81
Escola do Grande Orients Mistico
,
B raisheetb barah elohim atb hasbama* yem v' aih baa retz ou seja: No prill*
dpio ( os ) Deus ( Deuses ) criou ( criaram ) os ecus e a terra, ( o que signifies: ) os seis
( Sephiroth de Constnjfao 1?, acima dos quais esta Braisheeth , pertencem todos ao
Ahaixo. Ele criou sets ( e ) sobre estes estao ( existem ) todas as Coisas
dependem das sete formas do Cranio , inclusive a Digmdade de todas as Dignidades.
. E este$
E a segunda Terra nao entra nos calculos, e e por isso que estd dito: E dela ( dessa
44 4
Terra ) , que sofreu a maldi ao , saiu . . . Ela ( a Terra ) estava sem forma e vazia;
^
e as trevas reinavam sobre a face do Abismo, e o Espirito de Elohim , , . soprava
{ me racba phetb, isto planava , cobria, agitava -se... ) sobre as aguas \ Treze depen-
dent de treze ( formas ) da mais elevada dignidade. Sets mil anos pendem ( referemse )
nas ( is ) seis primeiras palavras. O S6timo { milhar , o milenio ) sobre ela ( a Terra
raaldita ) i o que 6 forte por si mesmo , E foi completamente devastada durante doze
..
horas ( u m . d i a ...
) , Na d &ima terceira , ela ( a Divindade ) restabdecera . ..
e tudo
seri renovado como antes, e todos aqueies seis continqarao. 18
^^ ^-
Os Sephiroth de Constru ao sao os seis Dhy n Chohans, ou Manus,
ou Prajapatis , sintetizados pelo s timo "B raisheeth , a Primeira Emana ao
ou Logos, e que, port an to, sao chamados os Con strutores do Universo ^
Inferior ou Fisico, todos pertencentes ao Abaixo. Estes seis agentes, simbo -
lizados pelo duplo triangulo entrela ado:
^
& 6
cuja essencia pertence ao Set into, sao os Upadhi, a Base ou Pedra Funda -
mental sobre a qual esta edificado o Universo objetivo; os Numenos de
todas as coisas. Sao, pois, ao mesmo tempo, as Formas da Natureza , os
Sete Anjos da Present ; o Sexto e o Setimo Principios do Homem ; as
-
Esferas espiritual psico-fisicas da Cadeia Setendria ; as Ra as-Raizes, etc.,
etc. Todos "dependem das Sete Formas do Cranio , inclusive o mais ^
Elevado.
A Segunda Terra nao entra nos calculos , porque nao i Terra alga
ma , senao o Caos ou Abismo do Espa o em que repousava o Universe-
-
^
-Paradigma ou Modelo, na Idea?ao da Super-Alma, incubando-o. O termo
"Maldisao induz em erro, porque significa simplesmente Determinagao
ou Destine, ou aquela fatalidade que levou a Terra ao estado objetivo.
Isto se coniirma por se achar a "Terra , submetida & "Maldigao , descrita
como "sem forma e vazia , e em cujas profundezas abissais o "Sopro dos
Elohim , ou Logos coletivos, produziu ou, por assim dizer, fotografou a
primeira Idea ao Divina das coisas que deviant ser. Este processo se
^
repete depois de cada Pralaya , antes de iniciar-se um novo Manvantara,
ou Perlodo de Exist&ncia senciente individual.
"Treze dependem de treze Formas : refere-se aos treze Perfodos perso-
nificados nos treze Manus, com SvSyambhuva, o d6eimo quarto ( o numero
82
Escola do Grande Oriente Mistico
de 13, em vez de 14, e mais ura veu ) ; esses quatorze Manus que reinam
duiante o periodo de um Maha Yuga, urn Dia de Brahma. Os treze-qua-
-
torze do Universe objetivo dependem das treze quatorze Formas-Paradigmas
Ideais ,
O significado dos seis mil Anos que " pendem das seis primeiras
Palavras ", hi que busci-lo tambem na Sabedoria hindu , Trata-se dos seis
( sete ) Reis de Edom primitivos, que simbolizam os Mundos ou Esferas
de nossa Cadeia , durante a Primeira Ronda , assim como os homens ptimor-
diais desta Ronda . Sao a Primeita Ra a-Raiz pr-adamita setendria, ou os que
^
existiram antes da Terceira Raga separada . Como eram sombras ou espec *
tros sem o enten dimen to, pois ainda nao haviam comido o fruto da Arvore
do Conherimento, e nao podiam ver o Parzuphin, ou a Face nao podia
ver a Face ; quer dizer, os homens primitivos eram Inconscientes , "E
por isso os ( sete ) Reis primordiais morreram , isto e, foram destrufdos 19.
Mas quem sao esses Reis? Sao os " Sete Rishis, certas divindades ( secun-
darias ) , Indra ( Shakra ) , Manu e os Reis sem Filhos, ( os quais ) sao criados
e perecem durante um periodo , como nos diz o Vishnu Purdna 20. Pois
o s6timo milhar , que nao e o milenio da Cristandade exotrica , mas o da
Antropogenese, representa, segundo o Vishnu Purdna, tan to o Stimo
Periodo da Cria ao , o do homem fisico, como o Setimo Prindpio, macro-
^
cdsmico e microcdsmico, e tamb m o Pralaya que sucede ao Setimo Periodo,
a Noite de Brahma , que tem a mesma duragao do Dia.
Foi completamente devastada durante doze horn * , na Dcima-
-Terceira ( duas vezes seis mais a sintese ) que tudo sera restabelecido, e
os seis continuarao \
Assim observa o autor da Qabbalah, com muita razao :
Muito antes de sua epoca |a de Ibn
Gebiroif . . . muitos seculos antes da Era
Crista, ha via na Asia Central uma Religiao-Sabedoria , da qual depois subsistiram
.
fragmentos entre os sibios do Egito arcaico, entre os antigos Chineses, hindus, etc. .
|E| a Qabbalah tcm sua origem, seguramente, em fontes ananas da Asia . Central,
Persia , India e Mesopotamia ; porque de Ur e de Haran vieram Abralo e muitos
outros, para a Palestine 21
-
uOuvem se rufdos cstranhos de todos os lados . .. Sao os ruidos precursors
da Noite de Brahma ; o crepusculo desponta no horizonte , e o Sol se oculta detras do
trig6simo grau de Makara |o d cimo signo do Zoctiaco ] , e nao mais akangiri o signo
de Mina |o signo zodiacal de Piscis , on Peixe|, Os Gurus dos Pagodes, encarregados
( 19 ) Compare-se com o Stphra Dtzcnioutha .
( 20 ) Vol , I, p. 50,
( 2 1 ) PP . 219-221 .
83
Escola do Grande Orients Mistico
guinf sem detenga , atd que a raga Humana se aproxime de seu aniquilamento jpra-
laya|. Quando . . * o fim da Idade Kali estiver perto, descera sobre a Terra uma parte
daquele Ser divino que exisie por sua prdprta natureza espirttrual |Kalki Avatar| . . .
dotado das oito faculdades sobre-humanas . . . Ele restabeleceri a Justiga sobre a terra;
* as mentes dos que viverem atd o fim do Kail Yuga serao despertadas, e serao tao
-
( 22 ) Veja se: Les Fils de Dieu el VInde des Brabmanes , de
( 23 ) Se no & profeda, que ser entao ?
Jacolliot, p. 230,
84
Escola do Grande Oriente Mistico
^ .
di fanas como o cristal Os homens assim transfonuados. serao cocao sementes de
seres humanos , e darao nascimento a uraa xaga quc seguiii as eis da Idade Krita
lou Idade de Pureza ] , Como esti dito: Quando o Sol e a Lua e o \sterismo Lunar ]
Tishya e o placeta Jupites estiverem na mesma casa, a Idadc Kri :a ou Satya| reapa-
recerf - . . ** 24
.
( 24 ) Wilson, Vishnu Purfatat IV, pp 224 9. -
( 25 ) O Manya Purina mention Kat&pa
* .
( 26 ) Vishnu Pur fata, ibid
( 27 ) Max Muller traduz o nome por Morya, da dinastia Morya , qual per-
-
tencia Chandragupta ( veja se; History of Ancient Sanskrit Literature ) .
No Matsya
.
Purana , cap CCLXXII , 6 mentioned a uma dinastia de dez Motyas ou Maureyas. No
mesmo capftulo se diz que os Morya s urn dia reinarao na India, depois de restaurar
a ra a Kshattriya, dentro de varios miltitios .Mas esse reino sera puramente espi -
^
ritual, e nao deste mundo . .
Seri o reino do proximo Avatar O Coronel Tod
acredita quc o nome Morya , ou Maurya, 6 uma corruptda de Mori, uma tribo Rajput;
e o comentador do Mahdvanso pens* que alguns prfncipes rcccberam o nome Maurya
de sua cidade chamada Mori, ou, segundo o Professor Max Muller , de Morya N3gara,-
.
o que e mais correto, de acordo com o Mahdvanso original A enciclopedia sanscrita
S3
Escola do Grande Oriente Mistico
SECAO VIII
O LOTUS COMO SlMBOLO UNIVERSAL
86
f
fica e desenvolve em forma concrete , de seu protdtipo ideal, tudo o que
nasce da Agua ou da Terra Primordial fez evolucionar a Brahma. A
flor do Lbtus, que na edegoria btota do umbigo de Vishnu ( o Deus que,
nas Aguas do Espago, repousa sobre a Serpente do Infinito ) , 6 o sfmbolo
mais exprcssivo que ja se imaginou. o Universo que se desenvolve do
Sol Central, o Ponto, o Germe sempre oculto , Lakshmi, que e o aspecto
feminino de Vishnu, e e tambem chain a do Padma , o Lotus, figura no
R&may&na flutuando igualmente sobre utna flor de Ldtus, na Criagao
e durante o malaxar do Oceano do Espago, como tambem surgindo do
Mar de Leite V, do mesmo modo que Venus Afrodite da Espuma do
Oceano.
. . . Entao, sentado sobre um l<$ tus,
A Fulva Deusa da Beleza,
A Shri sem par .
Exsurge do seio das ondas . ..
87
Escola do Grande Oriente Mistico
vezes o apresentam com uma crianga sentada na flor, ou dela surgindo *. assim
que Osiris e Isis , os filhos de Cronos, ou do Tempo sem fimr no desenvolvimento
de suas for gas naturals , vieram a ser, naquela cena , os pais do homera , sob o nome
de Hdrus
Nao seri demais insbtirmos sobre o uso da fungao geradora como base de uma
linguagem simbdlica e de uma arte cientifica da palavra , A id&a nos condu2 imedia*
tamente a refletir sobre o tema da causa criadora . Observa-se que a Natureza , em
sua obra, construiu urn maravilhoso raecanismo vivo, governado por uma alma vivente
que A ela se uniu; e conhecer o seu processo de desenvolvimento, saber de onde vem ,
qual o seu presente e para onde vai , e coisa que ultrapass a toda a capaddade da mteli-
gncia humana 9 .
( 2 ) Cap. LXXXI ,
( 3 ) Gbtcse , I, 11.
( 4 ) Nos Purfnas hindus, Vishnu, o Primeiro Logos, e Brahml , o Segundo,
ou o Criador Ideal e o Criador Pratico, sao os que se achara represent ados: um
manifestando o L6tus, o outro dele surgindo,
( 5 ) Veja-se a Segao IX, A Lua; Deus Lucus, Phoebe l
( 6 ) Nao, porm , a capaddade das faculdades psfquicas educadas de um Ini
dado na Metafisic* oriental e nos Mistdiios da Natureza Criadora . Foi o Profano
-
das eras passadas que degradou o ideal puro da Criagao Cdsmica, com um emblema
88
Escola do Grande Oriente Mistico
89
Escola do Grande Oriente Mistico
-
reclusao come ou quando os maometanos herdeiros diretos do simbo
^
lismo hebreu, depois do dero cristao conquistaram o pais e impuseram,
pouco a pouco, suas maneiras e costumes ao povo hindu. A mulher, antes
e depois das Vedas, era tao livre quanto o homem ; e nenhum pcnsamento
impuro terrene jamais se interpds no simbolismo religioso dos primeiros
arianos . Sao puramente semiticas a idda e sua aplicatjao. Confirma-o o
autor da mencionada revel a ao cabalistica, repleta de profunda erudifao,
^
quando conclui as passagens a que acima nos referimos:
"Se a estes orgaos, como simbolos de agentes criadores cosmicos, se pode asso-
ciar a id&a da oilgem da 3 medidas, assim como a dos periodos de tempo,' entao,
efetivamente, nos Templos construfdos como Moradas da Divindade, aquela parte
designada como Sanctum Sanctorum, on o Recinto Mais Sagrado, deveria tomar o
seu nome da reconhecida santidade dos drgaos geradores, considerados como simbolos
tan to das medidas como da causa criadora. Entre os antigos sdbios nao havia netn
name, netn ideia, netn stmbolo , para a Causa Primeirfl. 11
,
( 11 ) Ibid. p 17, .
( 12 ) A mesraa id ia tszi represented* exotericamente nos incidentes do 6xodo
do Egito. O Senhor Deus tenta o Farad de nwneira impiedosa , e o "atormenta com
grandes flagelos , para que o Rei nao escape ao castigo e de assim pretexts para
mais um triunfo do "povo eleito . ^
90
Escola do Grande Orients Mistico
pagaos em geral
a Trindade , per exemplo
ao mesmo passo, certo numero de simbolos puramen te egipcios e de dogmas
foram reproduzidos e
incorpora dos nos Sinoticos e no Evangelho de Sao Joao, e evidente que a
identidade desses simbolos era conhecida dos autores do Novo Testamento,
quem quer que tenham sido. Devi am tambem conbecer a prioridade do
Esoterismo egfpcio, vis to que adotaram alguns simbolos que sao tipos de
conceitos e cren as puramente egipcias, em seu significado externo e interno,
^
e que nao se encontram no Canon judaico. Um destes simbolos e o
nenufar ( ou a ucena ) , que aparece nas maos do Arcanjo nas primeiras cenas
^
de sua apari ao a Virgem Maria ; e tais imagens simbolicas foram conser-
^
vadas at os nossos dias na iconografia das Igrejas grega e romana , Assim,
a Agua , o Fogo e a Cruz, assim como a Pomba , o Corcjeiro e outros animais
s&grados, com todas as suas combina oes, possuem esotericamente um signi
^
ficado identico, e devem ter sido adotados a guisa de aperfei oamento do
-
judaismo puro e simples . ^
O Lotus e a Agua figuram entre os mais an tig os simbolos, e sua ori
gem essencialmente ariana, embora passassem depois a propriedade comum
-
ao subdividir-se a Quinta Ra a. Vejamos um exemplo. As letras , como
^
tamWm os numeros, eram todos misticos, quer em combinacao, quer sepa-
radamente. A mais sagrada de todas 6 a letra M , E a um s6 tempo
masculina e feminina , e foi criada para simbolizar a Agua em sua origem,
o Grande Oceano. Tern career mfstico em todos os idiomas, orientals e
ocidentais, 6 um signo que representa as ondas da dgua, assim: ft /\ .
\ No
esoterismo aria no, como no semita , esta letra foi sempre o simbolo das
aguas. Por exemplo, em sanscrito Makara, o d cimo signo do Zodiaco,
^
quer dizer um crocodilo, ou melhor, um monstro aquatico: sempre a asso-
ciate com a agua , A letra Ma equivale e corresponde ao mimero 5,
que se compoe de um Bindrio, simbolo dos dois sexos separados, e do
Ternario, simbolo da Terceira Vida, a progenie do Bindrio. Isto ainda
frequen temente simbolizado por um Penrigono, que 6 um signo sagrado,
um Monogtama divino. Maitreya e o nome secreto do Quin to Buddha e
do Kalki-Avat&ra dos bramanes, o ultimo Messias que vira no fim do
Grande Ciclo. M e tambem a letra inicial da palavra grega Metis ou
Sabedoria Divina; de Mirora, o Verbo ou Logos; e de Mithras, Mithr, o
.
Mistdrio da Monada Todos esses elementos provieram do Grande Abismo
e nele nasceram , e sao os filhos de Maya, a Mae , Mut no Egito, Minerva,
a Sabedoria Divina, na Grecia; de Maria ou Miriam ou Myrrha, etc , a .
91
Escola do Grande Oriente Mistico
^ ^
Agua. Esta e a razao por que, no Judafsmo e no Cristianismo, o Messias
,
( Peixe )
o signo do Zodfaco, chamado Miham em sHnscrito, e &t com Matsya
Avatara , e o Lotus, simbolo da matriz, ou o nenufar, que tem
igual significado.
Entre as reliquias do Egito antigo, quanto maior e a antiguidade dos
sfmbolos e emblemas votivos dos objetos desenterrados, mais a flor do
Ldtus e a Agua aparecem relacionados com os Deuses Solares. O Deus
Khnum, o Poder Onico, ou a Agua, sendo, como ensinava Tales, o princf -
pio de todas as coisas, senta-se em um trono colocado no centra de um
Lotus. O Deus Bes acha se sobte um Lotus, pronto para devorar seus
-
filhos. Thot, o Deus do Mist&io e da Sabedoria, o Escriba sagrado do
Amend, usando o disco solar como capacete e tendo uma cabe a de touro
o touro sagrado de Mendes e uma das formas de Thot ^
e um corpo
humano, esti sentado em um L6tus completamente aberto. Finalmente, a
Deusa Hiquit , sob a forma de uma ra , aparece repousando sobre um Ldtus,
o que mostra sua rela ao com a Agua . E 4. pela figura nada poetica deste
^
simbolo da ra, incontest a velmente a signo da mais antiga das Divindades
eglpcias, que os egiptdlogos em vao tem tentado descobrir o mistdrio e as
fun oes da Deusa. Sua ado ao na Igreja, pelos primeiros cristaos, demons-
^ ^
tra que estes o conheciam melhor do que os nossos modern os orientalists.
-
A Deusa Ra ou Sapo era uma das principals Divindades cosmicas rela-
cionadas com a Criagao, por causa da natureza anffbia desse animal, e
principalmente de sua aparente ressurrei$ao depois de longos perfodos de
vida solitaria, entocado em velhos muros, rochedos, etc. Nao so havia ela
( 13 ) Exodo , II, 10. Veia-se tambem o episodic* das sete filhas do sacerdote
de Madian, que vieram tirar agua e a quem Moises ajudou a dar de beber ao rebanho
de seu pai; por cujo servi o o Madia oita deu a Moises sua filha Zipporah , ou Sippara,
^
a Onda brilhartle, por esposa. ( xodo , II, 16-21 ) . Tudo isso tem o mesmo signifi-
cado oculto.
92
Escola do Grande Orients Mistico
93
Escola do Grande Oriente Mistico
SEQAO IX
tem com a Terra rela oes mais estreitas que outro qualquer globo sideral.
^
O Sol 6 a Fonte de Vida de todo o Sistema Planetario; a Lua da Vida ao
nosso Globo; e as primeiras ra as o sabiam e compreendiam, desde a sua
^
infancia. Ela e a Rainha, e 6 tambem o Rei. Era o Rei Soma antes de se
transformar em Febo e na casta Diana , acima de tudo, a Divindade
dos cristaos, que lhes veio por intermedio dos judeus mosaicos e cabalis-
tas, embora tal coisa fosse ignorada pelo mundo civilizado, durante muito
tempo, precisamente desde que morreu o ultimo Padre da Igreja que era
Iniciado, levando consigo para o tumulo os segredos dos Templos pagaos .
Para alguns Padres , coma Origenes e Clemente de Alexandria, a Lua era
o simbolo vivente de Jeov; era o Dispensador da Vida e da Morte,
o que dispoe da Existencia ( em nosso Mundo ). Pois, se Artemis era
Luna no C6i, e, entre os gregos, era Diana na Terra, presidindo ao nascL
(1 ) De Epipsycbidion.
94
Escola do Grande Orients Mistico
mento e & vida da crianfa, entre os egfprios era Hekat ( Hecate ) no Inferno,
a Deusa da Morte, que mandava sobre a magia e os encantamentos Mais .
ainda: como personifica oes da Lua , cujos fenomenos sao triadicos, Diana
^ -
-Hecate-Luna e o Tres em Urn ; porqne ela Diva triformis, tergemina, tri
- -
ceps, tres cabegas num s6 pesco o *, como Brahma Vishnu Shiva. Portanto,
-
^
e o protdtipo de nossa Trindade, a qual nao foi sempre inteiramente mas-
culina . O numero 7, tao frequente na Btblia e tao sagrado durante o
setimo dla ou Sdbado, veio da antiguidade aos jucfeus, e tern sua origem no
quidruplo 7 contido nos 28 dias do mes lunar, do qual cada parte sete
ndria representada por um quarto da Lua.
-
Nao seri demais apresentarmos aqui uma vista panorsimica sobre a
origem e evolu ao do mito e do culto lunar, na antiguidade histdrica do
^
nosso lado do globo A origem primeira nao pode ser averiguada pela
*
Ciencia exat a , que rejeita a tradicao; por sua vez, a his toria arcaica do
mito um livro fechado para a Teologia , que, sob a hibil dire ao dos
Papas , lan ou a interdi?ao sobre todo f ragmen to de literatura que nao ^
^
leva o imprimatur da Igreja de Roma.
Que seja mais antiga a filosofia religiosa egfpcia ou a indoariana ( a
Doutrina Secreta afirma que 6 a ultima ) , pouco importa ao caso, uma vez
que os "cultos Lunar e Solar sao os mais antigos do mundo. Ambos
sobreviveram e perduram ainda em nossos dias; para uns, abertamente;
para outros
como, por exemplo, na simbologia crista
secretamente.
O gato, sfmbolo lunar , estava consagrado a Isis, que, em certo sen -
tido, era a Lua, assim como Osiris era o Sol, conforme se v& freqiiente-
mente na parte superior do Sistro, que a Deusa tem na mao Esse animal .
era objeto de grande venera ao na cidade de Burbaste, que conservava
^
rigoroso luto por ocasiao da morte dos gatos sagrados; pois que fsis,
como Lua, era particularmente adorada naquela cidade dos mistdrios. Do
simbolismo astrondmico relacionado com o gate ja dissemos na Sevao I,
e ningu m o descreveu melhor que Gerald Massey em suas Lectures e em
^ -
The Natural Genesis. Diz se que os olhos do gato parecem seguir as fases
lunares em seu crescimento e diminui ao; e que suas drbitas brilham como
^
duas estrelas na escuridao da noite. Dai provdm a alegoria mitologica
que mostra Diana ocultando-se na Lua , sob a forma de um gato, quando,
em companhla de outras Deusas, procurava escapar i perseguigao de Tifon,
segundo referem as Metamorfoses de Ovidio. No Egito, a Lua era, ao
mesmo tempo, o Olho de Osiris , o Sol.
O mesmo sucedia com o Cinocefalo. O macaco com cabe$a de c5o
era o signo que simbolizava ora o Sol , ora a Lua , se bem que o Cinocefalo
fosse mais um simbolo hermitico que reUgioso. fi, com efeito, o hierd-
glifo do plane ta Mercurio, e do Mercuric dos filosofos alquimistas, os quais
diziam que
Mercurio deve estar sempre perto de Isis, como seu ministry -, porque, sem
Mercdfio, nem Isis uem Osiris podem teaiizar seja o que for na Grande Obra 1* ,
(2 ) A Deuse Tpipop
^ oJ no sactuario de Alcamenes,
95
Escola do Grande Orients Mistico
revolu des estelares e sinodicas, e pela durapio do ano solar com a volta das estates,
^
aplicandose aos tnesmos perfodos a medida natural do dia e da noite, on seja , do
dia dividido em luz e sombra. Descobrir-se-ia tamb6n que havia , no mesmo perfodo
do ano solar , utn dia solar tnais comprido e outro mais curto que todos os demais,
assim como dois dias solaxes em que o dia e a noite tinham igual duragao; podendo
as pocas do ano correspondentes a esses dias ser assinalada com a maior precisao
nos grupos de estrelas dos ceus , ou nas corsstelafoes, sob reserva de seu movimento
retr6grado, que com o tempo necessitaria de corre ao por intercala ao, como sucedeu
^ ^
na histdria do Diluvio, em que se fez uma corre ao de 150 dias em utn perfodo
^
de 600 anos, durante o qual a confusao dos signos indicadores do tempo havia aumen-
tado . . . Isso tern naturalmente que ocorrer com todas as ra$as e em todas as pocas;
e queremos crer que semelhante conhecimento tenha sido inerente a esp de Humana , ^
antes do chamado perfodo historico como durante o mesmo /' 4 ^
Sobre esta base, procura o autor alguma fun ao ffsica natural , que a
^
especie hum ana possufsse em comum e que se relacionasse com as mam-
festagoes periodicas, de tal modo que a rela ao entte as duas classes de
. ^
fenomenos , . se chegue a determinar no uso popular", Esta fun ao ela
a encontra em : ^
<9 ( a ) O fenomeno fisiologico feminino, que ocorre em cada m $ de 28 dias , o
mes lunar, ou 4 semanas de 7 dias, de maneira que se produzam 13 repeti?oes do
perfodo em 364 dias , que constituent o ano solar de 52 semanas de 7 dias; ( b ) a
gesta ao do feto, que 6 assinalada por um perfodo de 126 dias , ou 18 semanas de 7
^
dias; ( c ) o chamado perfodo de viabilidade , que e de 210 dias , ou 30 semanas
de 7 dias; { d ) a perfodo do parto, que se complete em 280 dias , ou 40 semanas de
7 dias, ou 10 meses lunares de 28 dias , ou ainda 9 meses do calendario de 31 dias,
contando-se sobre o arco real dos ceus a medida do tempo da passagem da escuridao
da matriz k luz e gloria da existSncia consciente, este mistdrto e milagre scmpitemo
e inesctutdvd . . . Assim , os perfodos de tempo observados , que marcam os trabalbos
da obra do nascimento, vlriam a ser uma base natural para os calculos astronomicos . * *
Podemos quase asscgurar , , , que este era o modo de calculate empregado em rodas as
na oes, seia espontaneamente , seja por via indireta e em virtude de ensmamento.
^
Era o m todo seguido entre os hebreus, pais ate hoje eles cakulam o calendario na
^
base dos 354 e 355 dies do ano lunar; e dispomos de eleraentos que nos autorizam a
dizer que era taiubem o metodo dos antigos egipcios, conforme provamos em seguida ,
A idda fundamental que estava na raiz da filosofia religiosa dos hebreus era
que Deus continha todas as coisas em si mesmo 5, e que o bomem era feito a sua
imagem ; o homem compreendendo a mulher O lugar do bomem e da mulher entre
os bebreus correspond ia , entre os egipcios, ao do touro e da vaca , consagrados a
Osfris e a Isis , que eram representados respectivemen te por um homcm com cabe a
de touro e uma mulber com cabeqa de vaca , sfmbolos que eram objeto de culto. ^
Sabia -se que Osfris person if icava o Sol e o rio Nilo, o ano tropical de 365 dias,
numero que e o valor da palavra Neilos , e o touro, sendo tambem o prinefpio do
logo e da fot<;a produtora da vida ; ao passo que Tsts era a Lua , o leito do rio Nilo,
ou a Mae-Terra , para cujas energias parturientes a agua era indispensivel ; o ano lunar
de 354 -364 dias ; a reguladora dos perfodos de gesta<;ao; e a vaca, indicada pda lua
crescentc . . .
(4) Pagrnas 7 - 8 .
(5) NCM;5O vedantina desfigurada e rebaixada do concetto de Parabrabman,
que cont m em s i mesmo todo o Universe, porque ele prdprio 6 0 Uni verso ilimltado
^
e nada existe fora dele .
( 6 ) Predsamente como sucede ainda em nossos dias , na India , com o touro
de Shiva e a vaca que representa virias Sbakis ou Deusas ,
97
Escola do Grande Oriente Mistico
dores cdsmicos , pode ser associada a idtia d e . . periodos de tempo, entao, e efetiva-
*
mente , na constru o dos Templos como Casas do Senhor ou de JehovS , aquela parte
^
(7 ) Dd o culto votado a Lua pelos hebreu3 ,
(8) Macho ou f #mea os criou.
P ginas 1 M 5 .
(9)
^
98
Escola do Grande Oriente Mistico
designada como o Sanctum Sanctorum , ou o Red n to Mais Sagrado, devia ter tin*cfo
seu noine da reconhecida santidade dos 6rgaos ge tad ores, encarados como sfmbolos
tan to de medidas quanto da causa criadora.
Entrc os Srfbios antigos n3o ha via nem nome netn idda nem sfmbolo para a
.
Causa Primeira w Para os hebreus, o conceito indireto desta Causa se apoiava em
-
um termo de compreensao negativa , isio 6, Ain Soph ou O Sem Limites. Mis o
stmbolo de sua primeira manifesta ao compreensivei era a concepgao de um ritculo
^
com o diametro, para represen tar uma idei a ao mesmo tempo geometries, fdlica e
..
astronomica , porque a unrdade nasce do O ou circulo , sem o qual nao poderia
ex is tir ; e do 1, ou unidade primordial , saem os nove digitos e, geome tries mente,
.
todas as formas plana s Assim , na Cabala , o circulo com o diametro 6 a figura dos
10 Sephiroth , ou emanagoes, que compdem o Adlo Kadmon , ou Homem Arqu6 tipo,
origem criadora de todas as coisas ...
A idlia de relacionar a figura do drculo e
seu diametro, ou seja , o numero 10, com a sigtiificagao dos 6rgaos reprodu tores e
com o Recinto Mais Sagrado . . . foi aplicada a construgao da Camara do Rei ou
Sanctum Sanctorum da Grande Piramide, a do Tabern culo de Moists e a do
Sanctum Sanctorum do Templo de Saloraao ... ^
a figura de uma dupla matrix,
pois em hebreu a Ietra He ( H ) representa o ndmero 5 e simboliza ao mesmo tempo
a matrix; e duas vezes 5 fazem 10, isto 6, o numero f 41ico/' U
Certamente que nao pode haver maior sinceridade do que essa ! . Justi-
fica inteiramente o que disse Gerald Massek em sua conferencia sobre o
Culto da Lua, Antigo e Moderno :
( 13 )
( 14 )
-
Ibid . , pp. 23 24 ,
Pneumatologie; Des Esprits , t . Ill, p. 117, Arch&logie de la Vier
ge Mere .
100
Escola do Grande Oriente Mistico
( 15 ) P. 23 .
( 16 ) Qabbalah, de Myet , 335-6.
101
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102
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104
Escola do Grande Oriente Mistico
explica a Igreja Latina. Deste modo,
a Igreja rebaixa ao nivel terreno o ideal nobre e espiritual da Virgem Maria ,
e a faz descer a categoria inferior das Deusas antropomdrficas das multidoes.
se de
Certamente que Neith
Isis, Diana, etc, , seja qual for o nome que
era uma Deusa demiurgica, a um tempo visivel e invisfvel, que
106
Escola do Grande Oriente Mistico
Mundo Inferior .
.
( 28 ) Harthor e a Isis infernal, a Deusa por excelencia do Oddente ou do
107
Escola do Grande Oriente Mistico
E claro, uma vez que Pindaro assim eanta a assun ao : < cEla esta sen
^
tada d diretta de seu Pal ( Jupiter ) . . . e e mats poderosa que todos os
*
O mesiiio santo homem , que nada tem de sofista, admite ainda que a
Virgem e a Lua . Sendo ela a Luciana da Igreja , aplicamJhe ao parto este
verso de Virgilio: " Casta fave Lutina, tuns jam regnat Apollo ( Se gra -
ciosa , 6 casta Lucina , o teu querido Apolo agora e rei ) 34. E acrescenta
aquele inocente santo: Como a Lua , a Virgem e a Rainha do Ceu 3&.
Isso decide a questao, Segundo os escritores do genero de De Mirville,
quanto mats semelbanga hi etitre as concepts pagas e os dogmas cristaos,
mais a religiao de Cristo se afirma como divina , e mais se comprova que
e a unica verdadeiramente inspirada, sobretudo em sua forma catolica roma-
na . Os incredulos homens de ciencia e academicos , que julgam ver na
Igreja Latina precisamente o contrario de uma inspiragao divina , e que se
obstinam em nao aceitar os maliciosos plagios antecipados de Sa tanas , sao
severamente chamados a capitulo. Mas entao eles nao creera em nada ,
e ate recha am o Nabathean Agriculture , como uma novela e uma cole ao
^
de absurdos e supers tiroes queixa-se o memorialista , uEm sua perver- ^
-
tida opiniao, o ddolo da Lua de Qu tamy e a estatua da Madona sao uma
e a mesma coisal Faz vinte e cinco anos que um nobre Marques escreveu
seis grandes volumes , ou , como ele os chama , Memorias a Academia Fran-
cesa , com o iinico objetivo de provar que o Catolicismo Romano 6 uma
crenga inspirada e revelada. A guisa de documenta ao, apresenta inumeros
^
fatos, tendentes a mostrar que todo o Mundo Antigo, acolitado pelo Demo-
tiio, desde o Diluvio , esteve plagiando sistematicamente os ritos, cerimo-
niais e dogmas da futura Santa Igreja , que so iria surgir muitos s culos
depots. Que teria dito esse fiel discipulo de Roma se chegasse a ouvir o ^
( 30 ) Magic , p , 133.
( 31 ) De Mirville , Ibid . , pp. 116 e 1.19 .
( 32 ) Hinos a Minerva, p, 19.
( 33 ) Sermao sobre a Santa Virgem , de Pindaro ,
( 34 ) Virg., HeIV , 10 .
.
( 34 ) Apocalipse , cap. XII
105
Escola do Grande Oriente Mistico
tendem todos a provar que o culto da Igreja Catdlica Romana e tao antigo
quanto o Mundo no que se ref ere ao Sabeismo e a Astrolatria?
A razao da Astrolatria dos primitives cristaos e dos catolicos roma -
nos que lhes sucederam , ou do culto simbolico do Sol e da Lua , culto
identico ao dos gnosticos , ainda que menos filosdfico e puro que o "culto
do Sol dos masdeistas , e a consequencia natural do nascimento e origeru
do Cristianismo. A adoqao, pda Igreja Latina , dc sfmbolos como a Agua,
o Fogo , o Sol , a Lua e as Estrelas, e muitos outros, e simplesmente a conti-
nuant* do antigo culto das naoes pelos primeiros cristaos.
Por exemplo , Odin obteve sua sabedoria , poder e conhecimentos sen-
tando-se aos pes de Minur , o Jotun tres vezes sibio, que passou a vida
junto a fonte da Sabedoria Primordial , cujas Aguas cristalinas Ihe aumen-
tavam o saber diariamente. Mimir abeberou -se , na fonte , do conhecimento
superior , porcjue o Mundo ha via nascido da Agua ; sendo esta a razao por
que a Sabedoria Primordial se encontrava naquele misterioso elemento .
O olho que Odin tinha de sacrificar para adquirir esse conhecimento pode
ser o " Sol que ilumina e penetra todas as coisas ; sendo o outro olho a Lua ,
cujo reflexo olha do fufido das aguas e finalmente se some no Oceano
quando el a desapareee 37. Mas e algo mais que isto . Loki , o Deus do
Fogo, con tarn que se ocultou nas Aguas , e tambem tia Lua , a distribuidora
de luz , cuja imagem ele viu ali. Esta cren$a de que o Fogo encontra refugio
na Agua nao se limitava aos amigos escandinavos. Era partilhada por todos
os povos , e foi, por ultimo, adotada pelos primeiros cristaos, que simbofi-
zaram o Espirito Santo sob a forma do Fogo , "linguas fendid as semelhantes
ao Fogo o sopro do Sol-Pab Este Fogo desce tambem na Agua ou
no Mar Mare, Maria . A Pomba era, em algumas nagoes, o slmbolo da
Alma ; estava consagrada a Venus , a Deusa nascida da espuma do mar , e
totnou -se mais tarde o stmbolo da Anima Mundi crista , o Espirito Santo.
Um dos capftulos de mais carater oculto, no Livro dos Martos, e o
intitulado A transforma ao no Deus que da Luz na Senda das Trevas ,
^
onde a Mulher-Luz da Sonibra serve a Thot no re tiro da Lua . Thot-
-Hermes ali se esconde , porque e o representante da Sabedoria Secreta .
Ele e o Logos manifestado na face luminosa da Lua ; e a Divindade Oculta
ou Sabedoria Obscura quando se retira pata o hcmisferio oposto. A
Lua, como alusao ao seu poder > da-se freqiientemente o nome de : A Luz
-
que brilha nas Trevas \ ou A Mulher -Luz . Tomou se, por isso, o sfmbolo
110
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SE X
^ AO
112
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113
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114
Escola do Grande Oriente Mistico
E ainda:
O numero 7 o dia fcstivo de toda a terra , o dia do nascimento do mundo.
Hu nao set se haver* alguem que possa celebrar como e devldo o numero 7. 9
sua casa no alto, assim como a Sabedoria ( Sophia ) construiu a sua com sete pi!ares...
Os tipoa primitivos de Kronos erom sete, e assim o prindpio do tempo no eeu esta
baseado sobre o numero e o nome de sete, por causa da indica ao das estrelas. As
^ dizer, o Index da
sete estrelas, durante a sua revolu ?ao anual , tnantinham , por assim
mao direita estendida , e descreviam am drculo no ceil superior e no C< u inferior
O numero 7 sugerlu , natural men te , a Ideia de uma medida por sete, que conduziu ao
que se poderia chamar numera ao setenal , e a que se tra asse o mapa do drculo divi
^
dindo-o em sete seines, correspondente ^
as sete grandes constelafoes. E foi assim que
-
se formou no cu o Heptanomis celeste do Egito.
-
Quando o Heptanomis se rompeu , dividindo se em quatro partes, fez-se a sua
multipiicacao por quatro , e os vinte e oho signos tomaram o lugar das sete eonste-
la oes primitivas; o zodiaco lunar de vinte e oito signos foi o resnltado que se obteve,
^
dando-se vinte e oito dias Lua ou ao mes lunar Na disposj ao chinesa, os quatro
^
setes sao atribuidos a quatro Gnios , que presidem aos quatro pontos cardiais ou
melhor : as sete constela oes do Norte constituem o Guerreiro Negro; as sete do
^
Oriente { outono chines ) formam o Tigre Branco; as sete do Sul sao o Pissaro Ver-
melho; e as sete do Oddente ( chamadas primaveris ) sao o Dragao Azul. Cada um
destes quatro espiritos preside ao seu Heptanomis durante uma semana lunar , 0
geradot do primeiro Heptanomis { Tifon, o de sete estrelas ) assume entao urn carlter
lunar . ,. Nesta fase vemos que a deusa Sefekh, cujo nome signiiica o numero 7,
e o Verbo feminmo, ou Logos , no lugar da mae do tempo, que era o primeiro Verbo
como deusa das Sete Estrelas / 10
O autor mostra que era a Deusa da Ursa Maior e Mae do Tempo que
representava no Egito, desde as eras mais remotas, o Verbo Vivo, e que
Sevekh-Kronus, cujo simbolo era o Crocodilo-Dragao, a forma pre-plane-
taria de Saturno, foi chamado seu filho e esposod era o seti Verbo-Logos 11.
Tudo isso e muito claro, mas nao foi somente o conhecitnento da
astronomia que levou os amigos a adotarem a numeraqao setetud . A causa
primeira tem um sentido muito mais profundo, que sera explicado oportu-
namente.
As cita oes acima nao significant digressoes. Fizemo-las para mostrar :
( a) a ^
razao por que um Iniciado complete era ebamado Dragao, Serpen te
Naga ; e ( b ) que a nossa divisao setendria era usada pelos sacerdotes das
primeiras dinastias do Egito por motivo identico ao nosso e com o mesmo
fundamento. Ha necessidade, porm, de um esckrecimento complementer.
Conforme jd dissemos, os Quatro Genios dos quatro pontos cardiais, de
Gerald Massey, e o Guerreiro Negro, o Tigre Branco, o Passaro Vermelho
e o Dragao Azul, dos Chineses , chamam-se nos Livros Sagrados os Quatro
Dragoes Ocultos da Sabedoria e os Nagas Celestes * Ora , vemos que
o Dragao-Logos , de sete cabe as ou setenario, foi fracionado, por assim dker
^
no decorrer dos seculos, em quatro partes heptanomicas ou vinte e oito
por oes , Cada semana, no m s lunar , tem um cara ter oculto diferente; cada
^
dia dos vinte e oito tem suas caracteristicas especiais; porquanto cada uma
das doze constela oes, quer seja con sider a da separadamente ou em combi
^
na ao com outros signos, exerce uma influencia oculta , para o bem ou
-
^
para o mal .
Corresponde isso a soma de cotibecimentos que o homem pode adqui
rir na terra; contudo, sao mui poucos os que chegam a adquiri-los, e ainda
-
mais raros os sabios que atingem a faiz do conhecimento simbolizado pelo
grande Dragao-Raiz, o Logos Espiritual daqueles signos visfveis . Mas os
que o alcangam recebem o nome de Dragoes , e sao os Arhats das Quatro
Verdades ou das Vinte-e-oito Faculdades ou atributos, e sempre foram
chamados assim .
Os neoplat6nicos de Alexandria afirmam que para se tornar um caldeu
ou mago verdadeiro, devfa o homem dominar a ciencia ou o conhecimento
dos perlodos dos Sete Regentes do Mundo, com quem esta a Sabedoria
integral . E a Jamblico se atribui outra versao, que nao implies altera 5a o
,
de significado:
( 10 ) . . -
Op at , II * 312 13 .
(1 1 ) Ibid., I, p. 321.
116
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( 12 ) Proclus, Timceus , I .
( 13) Prep Evang . , 1 III , 3.
117
Escola do Grande Oriente Mistico
uma cruz, o Signo da Vida . Aos seus p$ ja2 o cadaver, envolto pelos multtplos
anis de enorme serpente, o Agathodsemon , guardiao dos defuntos. .. Na terceira . ..
o tnesmo Antibis catrega sob o bra o um objeto oblongo , .. preso de tal modo que da
^
aos contornos da figuta a forma de uma cruz latma completa . . . Aos ps do deus ha
um rombdide, o Ovo do Mundo dos egipdos, para o qual se airasta uma serpente
enroscada em drculo.. . Sob os.. . bustos ... ve-se a letra w, repetida sete vezes
numa linha, fazendo lembrar os Notnes ... Bern notivel tamb&n a linha de
caracteres, aparentemente palmirianos, que se vdem sobre as pcrnas do priraeiro Anubis.
Quando d figura da serpente supondo-se que esses talismas se originera, nao do culto
de Isis, mas do culto posterior dos ofitas, bem pode representar aquda Serpente
perfeita e verdadeira que leva para fora do Egito, isto , do corpo, todos os que
tem confianca nela , e os conduz, atraves do Mar Vermelho da Morte, k Terra de
-
Promissao, protegendo os durante a viagem contra as Serpentes do deserto, isto ,
contra os Regentes das Estrelas. 14
( 14 ) .
Op. cit.t pp 366-8 ,
( 15 ) Apoc . } X, 4.
118
Escola do Grande Oriente Mistico
SE?AO XI
119
Escola do Grande Oriente Mistico
( 1) Job , I I , 1.
( 2) Genesis , VI, 2.
120
Escola do Grande Orients Mistico
Como dizer que e o Diabo que nos tenta, quando a Igreja nos ensina ,
invocando a autoridade de Cristo , que e Deus quem o faz ? Abri um livro
piedoso, nao importa qual seja , em que se defina a palavra 'tenta ao em
seu sentido teoldgico, e vereis logo duas defini oes: ^
^
( 3) .
Sao Tiago, I, 13
121
f
1.* Aquelas afligoes c penas com as quais Deus prova o seu povo.
2. Aqueles meios e sedu oes de que se serve o Demdnio para iludir e alucicar
a human idade 4. ^
Os ensinanientos de Cristo e os de Sao Tiago se contradizem, se acei-
tos literalmente; e qual o dogma que os pode conciliar, se se rejeita a inter-
pretaao oculta ?
Em face desses preceitos divergentes , bem avisado sera o filosofo que
puder decidir qual o momento em que Deus desaparece para dar lugar ao
Diabo! Quando lemos , portanto, que Mo Demonic e um mentiroso e o
pai da mentira , que 6 a menlira encarnaJa , e ao mesmo tempo nos dizem
que Sat a, o Demdnio, era um filho de Deus e o mais belo de seus Arcanjos ,
em vez de acreditar que o Pai e o Filho sejam a personifica rao de uma gigan -
tesca e eterna Mentira , nos preferimos buscar esdarecimentos junto ao ^
panteismo e a filosofia paga.
Uma vez que estamos de posse da chave do Genesis , a Cabala cien-
tifica e simbdlica nos ha de revelar o segredo, A Grande Serpen te do
Jardim do Eden e o Senhor Deus sao identicos; e o tnesmo sucede com
Jeova e Cairn ( aquele Caim a quem a Teologia se refere como um assas-
sino e renegado de Deus ) . Jeovd manda o Rei de Israel recensear
o seu povo ; taxnbem Sata o induz a fazer a mesma coisa Jeova se trans-
( 4) Sao Tiago, I, 2, 12, e Sao Mateus, VI , 13. Veja se Cruden , sub voc.
( 5) Padma Purdm.
122
Escola do Grande Oriente Mistico
^
segue . , , e o impede de alcangar . , a emancipaqao . Os . . sabios evitam a c6lera; nao
,
te deixes , filho meu , dominar por ela . Nao permitas que esses inafensivos espiritos
das trevas sejam molestados; que o ten sacrificio cesse . A miseriedrdia e o poder dos
jusios . 6
.
do "Dr JekylT.
Na natureza Humana , o mal nao indica senao a polaridade da Materia
e do Espirito, a "luta pela vida entre os dois prinerpios manifestados no
Espago e no Tempo, principles que sao identicos per se , por terem suas
raizes no Absolute. No Cosmos , deve o equilibria ser mantido As opera- .
goes dos dois contraries produzem a harmonia, como as forgas centrfpeta
e centrifuga , que, sendo interdependen tes , sao necessaries uma a outra , a
123
Escola do Grande Orients Mistico
,
ego e tipo
sabeu de Samael ) significa , esoterica e filosoficamente, o Ano em seu
mau aspecto asrrologico, com seus doze meses ou Asas * * de males inevi -
( 7) Vo!, II, cap, X,
124
Escola do Grande Orients Mistico
-
confundem se todos os combatentes , e o estudante ja nao pode distingui-los
claramente, uns dos outros . A explicagao esoterica pode, contudo, levar
um pouco de ordem a essa confusao, em que Jeova se converte em
Saturno, e Miguel com o seu ex&cito em Sata com os Anjos Rebeldes ,
por obra dos esforgos indiscriminados de fieis excessivamente zelosos , que
veem o Diabo em cada um dos Deuses pagaos. O verdadeiro signifieado
muito mais filosofico, e a legenda da primeira Queda dos Anjos adqulre
um matiz rientffico quando interpretada corretamente .
Cronos representa a Duragao ilimitada e, portanto, imut vel, sem prin-
^
ciple* e sem fim que transcende a divisao do Tempo e do Espago. Os Anjos,
Devas ou Gnios, que nasceram para atuar dentro do espago e do tempo,
is to e, para abrir caminho at raves dos Sete Circulos dos pianos superes-
pirituais e at regioes supraterrSneas , fenomenais e circunscritas, diz-se
alegoricamente que se rebelaram contra Cronos e lutaram contra o Leao,
que era entao o Deus vivente e supremo Quando a alegoria mostra Cronos ,
,
por sua vez, mutilando a Urano, seu pai , o sentido e muito simples , O
Templo Absolute se converteu em fini to e condition ado ; uma parte e
subtraida do todo, indicando assim que Saturno, pal dos Deuses , foi trans-
formado de Duragao Eterna em Periodo limitado. Cronos , com sua foice,
corta ate mesmo os ciclos mais longos, que para nos sao como se nao
125
Escola do Grande Oriente Mistico
tivessem fim, mas que , nao obstante, sao limitados na Eternidade ; e com
.
a mesma foice destrdi os rebeldes mais aguerridos Sim ; nao ha um so que
escape a foice do Temple ! Podeis orar a Deus ou aos Deuses, podeis zombar
daquele ou destes, a foice nao se deteri a milionesima parte de um segundo
em seu curso ascendente e descendente.
Os Titas da Teogonia de Heslodo foram copiados , na Grecia, dos Suras
e Asuras da India Esses Titas de Hesiodo, os Uranidas, figuravam a prin
,
126
Escola do Grande Orients Mistico
ele se expressa:
Os Purdnas ensinam sempre doutrinas incompadveis! Segundo esta passagem
o Ser Supremo nao 6 somente a causa inerte da cria ao, mas exetee tamWin as (undoes
^
( 10 ) Esta narrativa se entende com a terceira Guerra , visto que ali hi referenda
a continentes terrestres, mares e rios.
( 1 1 ) Vishnu Purina, Wilson, vol . III, pp. 203-5.
( 12 ) Vishnu Purina , Wilson , vol , II, 36, na histdria de PrahlSda, o filho de
Hicanyakashipu , o Sata purSnico , o grande inimigo de Vishnu, e o Rei dos Tr&
Mundos em cujo cora ao Vishnu penetroru.
^
127
Escola do Grande Orients Mistico
.
de uma providSncia ativa 0 Comentador cita um tearto do Veda cm apoio dcsta
opiniao: ' A Alma Universal, peaetrando nos homens, govema o seu comportamento*.
As incongruencias sao, aliis, tao frequentes nos Vedas como nos Purdttas.
dos Vaishnavas. Tais Deuses sao denominados de tribo ou &e raq& isto 6 , }
Seja qual for a opiniao que se faga a respeito dos hindus, nem mesmo
seus inimigos podem t- lo em conta de n scios. Povo cujos santos e sdbios
^
leg a ram ao raundo as maiores e mats sublimes filosofias, devem saber como
discemir a diferenga entre o justo e o in justo. At o selvagem pode dis-
tinguir o branco do preto, o bem do mal, a sinceridade e a veracidade do
engano e da falsidade. Os que relataram aquele episddio na biografia do
seu Deus nao podiam deixar de perceber que, no caso, esse Deus que era
-
o Arqui Enganador; tocando aos Daityas, que nunca haviam transgredido
os preceitos dos Vedas > o lado honroso na bistdria, e sendo eles os verda-
deiros Deuses L Devi a, portanto, haver e ha realmente, urn significado
sec reto por tris desta alegoria. Em nenhuma classe da sociedade, em
nenhuma nagao, a a stud a e o embus te sao considerados virtudes divinas
salvo talvez nos meios clericals dos tedlogos e jesuitas modernos .
^
O Vishnu Purdna como todas as demais obras do gnero, caiu mais
tarde em maos dos brSmanes dos templos, e os antigos manuscritos foram,
sem duvida , adulterados peios scctirios. Em tempos idos, porm , eram os
Puranas obras esot ricas, e o sao ainda para os Iniciados que os podem ler
^
com a chave que possuem.
Quanto a saber se os brfonanes Iniciados darao a conbecer algum dia
o significado de todas as alegorias, 6 questao que nao diz respeito a autora
deste livro. O objetivo que se propoe demonstrar que nenhum fildsofo ,
hon rando os Poderes Criadores, poderia aceitar
e jamais aceitou
face exterior da alegoria como seu verdadeiro esplrito, com a possfvel exee
gao de
a
ISO
Escola do Grande Oriente Mistico
e canscientes
e nao vemos pot que nao possam ser aceitas como tais
jamais haverao de confundir a Causa com o Efeito, nem tomat o Esplrito ,
-
da Terra por Parabrahman ou Ain SopK De qualquer modo, eles conhe
cem bem a verdadeira natureza do que os gregos chamavam Pai iEther,
-
Jupitcr-Tita , etc - Sabem que a Alma da Luz Astral e divina, e que o seu
corpo
as ondas de luz nos pianos inferiores
e infernal. Esta Luz foi
simbolizada no Zohar pela "Cabe a Magica , a Dupla Face sobre a Dupla
^
Piramide; erguendo-se a Piramide negra sobre urn campo de alvura ima -
cu)ada > com uma cabe$a e uma Fare brancas dentro do seu Trmngulo negro;
a Piramide Branca , invertida
reflexo da primeira nas Aguas escuras ,
mostrando a imagem negra da Face branca,
Tal e a Luz Astral , ou Demon est Deus inversus.
in
Escola do Grande Oriente Mistico
SECXO XII
A TEOGONUA DOS DEUSES CRIADORES
132
Escola do Grande Oriente Mistico
133
Escola do Grande Orients Mistico
134
Escola do Grande Oriente Mistico
135
Escola do Grande Oriente Mistico
dar lugar e apoio a todas as coisas e a toda esp cie de exist ncia que possa ser objeto
^
de conhecimento , . . |E| a ess nria uua , da qual vem exist ncia um centro de ener-
gia . . . |que ele chama Logos| , 14
Este Logos 6 o Shabda Brahman dos hindus, a que o autor nao quer
dar nem sequer o nome de Ishvara ( o Senhor Deus ) , pelo receio de que
o termo possa criar confusao na mente do publico . o Avalokiteshvara
dos budistas , o Verbum dos cristaos em seu sentido esoterico vercUdeiro ,
e nao em sua alteragao teoldgica .
...
semelhantes centros de energia
sao quase inumeraveis no seio de Parabrahman. Nao se deve super que |mesmo| este
Logos seja |o Criador, ou que nao seja | mais que um centro unico de energia , , .
O numero deles 6 quase infinito... |Este| c o prtmeiro Ego que aparece no Cosmos,
e o fim de toda a evolugao. | o Ego abstrato|. . . Esta a prttneira manifestagao
|ou aspecco da Parabrahman ... Quando comega a ter existencia como ser consci-
ence... Parabrahman Jhe aparece, do ponto de vista objetivo, como Mtilaprakriti
Tende isso em mente. , porque af esta a origem de toda dificuldade em rdagao a
.
Purusha e Prakriti, com que tropegam os virios escritores que se tm ocupado da filo-
sofla. vedantina , , . Mtilaprakriti 6 material para ele |o Logosf , da mesma forma que
um objeto material para n6s. Este Mdlaprakriti nao Parabrahman, como os caractc
res que ornam uma coluna nao sao a pr6pria coluna; Parabrahman e uma realidade
-
incondicionada e absoluta, e Mdlaprakriti uma especte de v6u langado sobre ela.
Parabrahman nao pode ser visto tal como 6 em si mesmo. visto pelo Logos com
um vu que o encobre, e este veu 6 a poderosa extensao da Materia Cdsmica ...
Parabrahman, apos haver aparecido como o Ego, por um lado, e como Mdlaprakriti, por
outro, atua como energia unica por interned io do Logos . 15
136
Escola do Grande Orients Mistico
Causa sem Causa de tudo, nao podc ser compreendido nem localizado nem
nom e a do, E dai o seu nome A in-Soph, que e uni ter mo de nega ao: o
Inescrutavel, o Incognoscivel e o I nominiver Fazem dele, port an to, um ^
Circulo Ilimitado, uma Esfera , da qual a inteligencia humana , cm seu maior
alcance, nao pode perceber senao a curvatura. Eis o que escreve algu m
que j & decifrou grande parte das dificuldades do sistema cabalistico, ao tratar ^
de um dos significados do seu esoterismo geom trico e numerico:
^
Cerrai os olhos e , usando vossa faculdade de pcrcep ao conscicnte, tentai pro-
^
jetar o pensamento externamente , em todas as diregoes , at6 o extreme limite. Vereis
que linhas ou raios de perce p?ao iguais se estendem uniformemente em todas os
sentidos, de tal modo que o vosso supremo esforgo de petccpgao iri tcrmlnsr na
abobada de uma esfera. O limite desta esfera seri , for osamente , um Circulo maximo,
^ ^
e os raios diretos do pensamento, ero toda e qualquer dire ao, devem ser linhas retas ,
raios do circulo. Serd esse, por canto , em termos humanos, o limite extreme do con-
ceito compreensivo do Ain- Soph mantfestado, conceito que se represents coma uma
figura geomdtrica, ou seja , um drculo, com seus elementos de circunfer ncia ( a curva )
^
e diametro ( a linha reta ) , dividido em raios . Assim , uma forma geometries e o
primeiro meio cognosdvel da relafao de Ain-Soph c a inteligencia do homem .
V7
geom& ricas, que, estudadas com atengao, nao s6 proporcionam utna expli-
cagao cientifica da existencia real , objetiva 17, dos Sete Filhos da Divina
Sophia ' , que e esta Lux de Logos, mas tambem. mostram, com o auxilio
1
( 17 )
o somos.
Objetiva
no mundo de Maya , naturalmente; mas tao real quanto nos
( 18 ) No curso da manifestsgao cosmlca, esta Daiviprakriti , em lugar de ser
a Mae do Logos, deveria, estrttamente falando, ser chamada sua Filha , { The Theoso-
pbistt fevereiro de 1887, Notas sobre o Bhagavad Gita , p. 305. )
( 19 ) Os sabios que, como Stanley Jevons entre o$ modernos , inventaram um
metodo para fazer o incompreensivel assumir forma tanglvel, so o puderam conseguir
recorrendo o cumero e figuras geotnetricas .
m
Escola do Grande Oriente Mistico
Prajapaii era esce Universo. Vach estava era segundo piano . Ele se uoiu a
ela produziu estas criaturas e voltou a fundir -se em Prajapati.
Isso relaciona VSch e Sephira com a Deusa Kwan Yin, a Mae Mise-
ricordiosa , a Voz Divina da Alma , ate rnesmo no Budismo exot rico; com
-
-
o a spec to feminino de Kwan-Shai Yin , o Logos , o Verbo da Cria ao , e ^
ao mesmo tempo com a Voz que e audivel ao Iniciado , segundo o Budismo ^
Esotdirico; Bath Kol , a Filia Vocis, a Filha da Voz Divina dos hebreus, que
responde do Propiciatorio no Veu do Teraplo, e um resultado .
Neste ponto, cabe-nos assinalar, bidden temente, uma das muitas calu-
nias que os bons e piedosos * ' missionaries tem lan ado, na India , contra
^
a religiao do pais. A alegoria do Shatapatha V> rahmana de que Brahma, }
como Pal dos bomens , consumou a obra da cria ao mediante uma ligagao
^
incestuosa com a propria fliha Vach , tambem chamada Sandhya, o Crepus-
culo, e Shatarupa , a de cem formas, e constantemente atirada em rosto aos
bramanes , como condena ao de $ua detestavel e falsa religiao \ A parte
^
a circunstancia, esquecida propositadamente, de que o Patriarca Lot incor-
reu em crime igual, sob a forma humana, ao passo que Brahma , ou melhor ,
Prajapati, cometeu o incesto sob a forma de um gamo com sua filha, que
tinha a de uma cor a ( rohit ) , a leitura esoterica do terceiro capitulo do
Genesis mostra a mesma coisa . Alem disso, hi eertamente um significado
cosmico , e nao fisiologico , associado a alegoria hindu , pois Vach 6 uma
permuta ao de Aditi e de Mulaprakriti, ou o Caos, e Brahma uma permu
^
ta ao de Narayana , o Espirito de Deus que penetra na Natureza e a fecunda ;
-
e ^portanto nada tem de filico o conceito,
Como ji dissemos Aditi -V 3ch o Logos feminino, ou o Verbo, a Pala
^
vra ; e na Cabala Sephira tambem o e, Os Logos femininos sao todos corre-
-
lagoes, em seu aspeeto numdnico , de Luz, Som e liter, o que denota como
os antigos estavam bem informados, tanto em Ciencia Fisica , tal qual hoje
conhecida dos modernos, quanto no tocante origem desta Ciencia nas ^
esferas Espiritual e Astral ,
Os nossos escritores da antiguidade diziam que Vach se divide em quatro espe-
cies , charaadas Par& , Pashyanti , MadbyaroS, VatkhacL Esta informagao se encontra
no prdprio Rig Veda e em varies XJpanhhads, Vaikhari Vach e a nossa linguagem
articulada ,
140
Escola do Grande Orients Mistico
que esta Divindade era o Logos, e nao a M6nada que habita na Solidao e
no Silencio , porque Pitagoras ensinava que a Unidade, sendo indivisivel,
nao 6 um numero. Esta e tamb m a razao por que se exigia do candid a to
^
a admissao na escola piiagorica a condi ao de ja haver estudado como
^
prepara ao preliminar , Aritmdtica , Astronomia, Geometria e Musica, consi-
^
deradas as quatro divisoes da Matematica 24. Explica-se igualmente por
que afitmavam os pitagdricos que a doutrina dos Numeros , a mais impor-
tante do Esoterismo , fora revelada ao homem pelas Divindades Celestes;
que o Mundo fora lirado por Caos por ineio do Scm e da Harmonia , e
construidos de acordo com os principios da escala musical; que os sete
planetas, que regem o destino dos mortals , tem um movimento harmonioso
e, como diz Censorino,
Intervalos que correspondent aos diastemas musicais, produzindo varies sons
tao perfeitamente acordes , que deles result a a mais suave melodia , para n6s inaudivel
exclusivamente devido a magnitude do som , que o nosso ouvido e incapaz de perceber /
tos as Linhas; das Linhas , as Superficies; das Superficies , os Solidos ; destes, os Corpos
Sdlidos , cujos elementos sao quatro, o Fogo, a Agua , o Ar e a Terra; com os quais,
depois de sua transformagao |corrdagao| e total aheracao, foi construido o Mundo/ 25
Se isso nao resolve o mist rio por completo, pode lev an tar, pelo menos,
^
uma potita do vu daquelas maravilhosas alegorias , que ocultam Vach, a
diosa que produz alimento e Agua
mais misteriosa de todas as Deusas bramSnicas, chamada "a Vaca melo-
a Terra , com todos os seus poderes
misticos ; e tambem aquela que nos proporciona alimento e subsistSncia
a Terra fisica. Isis e igualmente a Natureza mistica e a Terra; e os
seus chifres de vaca a identificam com Vach, que, depois de reconhecida
como Para em seu aspecto mars elevado, se converte, no extreme inferior
e material da cria ao, em Vaikhari . , portanto a Natureza mistica , embora
^
fisica , com todas as suas formas e ptopriedades magicas .
Como Deusa da Linguagem e do Sam , e como permuta ao de Aditi ,
Vach ainda 6 o Caos , em certo sentido, Em todo caso, 6 a Mae dos Deu ^ -
ses ; e de Brahma, Ishvara ( ou o Logos ) e VSch, bem como de Adao
Kadmon e Sephita, ha de partir a verdadeira Teogonia manifeslada. Mais
.
al&n, tudo sSo Trevas e especulacoes abstracts Com os Dhyan Chohans
ou Deuses, os Videntes , os Prof etas e os Adeptos em geral se acham em
( 24 ) Conta Justino o Mdrtlr que, devido d. sua ignor ncia destaa quatro den
^
cias, teve recusada a sua admissao como candidato h Escola dos Pitagdricos.
-
.
( 25 ) Diogenes Laercio , era Vit . Pytbag
141
Escola do Grande Oriente Mistico
terrenofirmc. Seja como Aditi ou seja como a Sophia Divina dos gn<5s ~
ticos gregos, ela e a Mae dos Sete Filhos * dos Anjos da Face do Abismo.
His o que diz o JJvro de Dzyan , isto d, o Verdadeiro Conhecimento,
obtido pda meditagao:
A Grande Mae tem no seu seio o A , a j, o , a segunda [ e
e esta prestes a dados a luz , os valentes Filhos de A | | { ou 4 320 000 , o
Ciclo ) , cujos dots Antecessores sao o O ( Circulo ) e o { Ponto ) . 9
glam uma poca tao remota que durante esse perfodo o Sol se levantara duas vezes
onde entao se punba , e se pusera duas ve2es onde ent 2o se levantava .. .
Isso . . . sd se
pode corapreender como um fa to natural por efeito de dois dclos de precessao, ou um
periodo de 51 736 anos/' 29
142
f
Mor Isaac 29 nos mostra que os antigos sfrios definiam o seu Mundo
de Regentes e Deuses Ativos do mesmo modo que os caldeus. O
mundo inferior era o Sublunar ( o nosso ) , supervisionado pelos Anjos da
primeira ordem ou da ordem inferior; o mundo que vinha imediatamente
depois era Mercuric, regido pelos Arcanjos ; o seguinte era Venus, cujos
Deuses eram os Frincipados ; o quarto era o Sol, dominio e morada dos
Deuses mais elevados e poderosos do nosso sistem a , os Deuses sol a res de
todas as na oes; o quin to era Marte, governado pelas Virt tides ; o sexto,
^
Bel ou Jupiter, regido pelas Dominates ] e o setimo, o mundo de Saturno,
pelos Tronos,
Esses sao os Mundos da Forma. Alem deles estao os Quatro Mundos
superiores; mas o numero dos superiores 6 igualmente sete, sendo que os
Tres mais eievados nao se podem mencionar nem pronunciar \
O oitavo Mundo, compos to de 1 122 estrelas, era o dominio dos
Querubins ; o nono, pertencente as estrelas move is ou errantes, incontaveis
em razao de sua distand a, tinbam os Sera fins ; quando ao d ciino, diz Kir-
^
cher , citando Mor Isaac, que era constitufdo por estrelas invisiveis que se
poderiam tomar por nuvens, tao aglutinadas se acham na regiao que chama-
mos de Via Straminis , a Via Lactea ; e ele se apressa em explicar que
estas sao as estrelas de Lucifer , submersas juntamente com este em seu
terrivel naufragio .
O que vem depois e alem dos Dez Mundos ( nosso Quaternario ) , ou o
-
Mundo Arupa , nao podiam descrever os sirios. Tudo o que sabiam que
ali comecava o vasto e incompteenslvel Oceano do Infinito, a mansao da
Verdadeira Divindade, sem limite nem fim ,
Champollion demonstra que a mesma cren a existia entre os egipcios.
^
Hermes , depois de falar do Pai-Mae-e-Filho , cujo Espirito coletivamente
o Fiat Divino formou o Universo, diz: Sete Agentes ( M dios ) foram
tambem formados para conter os Mundos Materials ( ou manifestados ) ^
dentro de seus circulos respectivos, e a a ao de tais Agentes recebeu o
^
nome de Destino . Enumera a seguir sete, dez e doze ordens, cuja expli -
caao aqui exigiria demasiado tempo.
Como o Rig Vidhdna, e tambem o Brahm&nda Purdna e todas as obras
do mesmo genero, quer descrevam a eficacia magica dos Mantras do Rig
Veda, ou os Kalpas futures , representam , con forme declara ao do Dr.
^
Webster e de outros, compila oes modernas pertencentes, como e provi-
^
vel , so a epoca dos Pur Anas'\ 6 inutil referir ao leitor as suas explica oes
^
misticas ; sendo preferfvel citar apenas os livros arcaicos, que os orienta-
ils tas desconhecem por complete. Estas obras esclarecem o que tan to intriga
os estudantes, a saber ; que os Saptarshis, os Filhos nascidos da Mente
de Brahma , sao mencionados no Shatapatha Brdhmana por uma serie de
nomes, e no Mahdbhdrata por outros ; e que o Vdyu Purdna enumera nove
Rishis em vez de sete, acrescentando a Iista os nomes de Bhrigu e Daksha.
Mas o mesmo sucede em todas as Escrituras exotericas . A Doutrina Secreta
143
Escola do Grande Oriente Mistico
e os puramente Human os
Mas por enquanto s6
vem os Deuses Solaces de nosso Sistem a , os Planetarios , os Submundanos
nos
os Herois e os Manushi.
-
ocupamos dos Deuses Prd Cosmicos Divinos,
os Prajapatis ou os Sete Construtores. Este Grupo consta infalivelmente
de todas as Cosmogonias. Em razao da perda dos documentos arcaicos
egipcios, pois , segundo Maspero, os materials e os dados historicos de
que dispomos, para o estudo da histdria da evolu ao religiosa no Egito,
^
nao sao completos, nem inteligiveis muitas vezes , temos que recorrer aos
antigos hinos e inscricoes tumulares para corroborar em parte, e indireta-
mente, as afirmagdes da Doutrina Secreta . Uma dessas inscri oes mostra
que Osiris como Brahm&-Praj&pati , Adao Kadmon , Ormazd e muitos ^
outros Logos
era o chefe e a sintese do Grupo de Criadores ou Cons-
trutores Ames que Osiris se tornasse o Deus Uno e supremo do Egito,
,
14>
pode ser pronunciado , a "Palavra que nao 6 Palavra , hi que procuri-lo
entre os Sete nomes das Sete primeiras Emana oes , ou Filhos do Fogo ,
^
nas Escrituras secretas de todas as grande s na oes, inclusive no Zohar, a
^
doutrina cabalistica da raenor de todas elas , a na ao judaica. Essa Palavra ,
^
composta de sete letras em todas as linguas , acha - se oculta nas ruinas arqui-
tetonicas de todas as grandes constru oes sagradas do inundo, desde as
^
ruinas cicldpicas da ilha da Pascoa ( resto de um continente submergido nos
mares , nao ha 20 000 anos, mas ha cerca de 4 OpO 000 de anos ) 54, at6 as
primeiras piramides egipcias.
Mais adiante trataremos mais a fundo desta questao, e daremos exem-
plos pridcos para provar as afirmagoes contidas no texto.
Por enquanto bast a demonstrar , com algumas indica oes , a veracidade
^
do que afirmamos no inicio desta obra , ou seja , de que nenhuma Cosmo-
gonia , em todo o mundo , excetuada unicamente a dos cristaos , atribuiu
jamais a Causa Onica Suprema , ao Principio Universal Divino, a cria ao
imediata de nossa Terra , do homem ou de algo relacionado com utn e outra . ^
Tal asserto se aplica tanto a Cabala hebraica ou cald6ia como ao GSnesis,
se e que este foi algum dia inteiramente compreendido e, o que e ainda
mais importante , corretamente traduzido .15 Em toda parte ou hi um Logos
146
Escola do Grande Oriente Mistico
urn
"
Mundos
a Luz quc brilha nas Trevas , cm verdade
ou o Arquite to dos
esta , esotericamente, no plural. A Igreja latina, paradoxal como
sempre , com reservar exclusivamente a Jeova o epfteto de Ctiador, adota
toda uma ladainha de nomes para as Formas atwas deste Criador, nomes
. que traem o segredo. Realmente ; se tais Formas nao tm nenhuma relagao
-
com a chamada CriagSo , por que dar lhes os nomes de Elohim ( Alhim ) ,
palavra plural, Obreiros e Energia Divinas ( EvepYrtat ), Pedras Celestials
Incandescentes ( lapides igniti coelowm ) , e, principalmente, os de Susten-
tadores do Mundo ( Ko<rpekpdTopeJ ) , Governadores ou Regentes do Mundo
( Rectores Mundi ) , Rodas do Mundo ( Rotae, Auphanim ) , Chamas e Pode-
res, Filbos de Deus ( Bne Alhim ) , Conselheiros Vigilantes, etc.? 36
Tem-se afirmado muitas vezes , e como sempre injustamente, que a
China, pais quase tao antigo quando a India, nao tinha Cosmogonia. Dizem
que tal coisa era desconhecida de Confucio, e que os budistas levaram para
ali a sua Cosmogonia, sem introduzir nela um Deus pessoal 37. O Yi-King ,
"a essencia mesma do pensamento antigo e a obra comum dos mais vene-
rados s bios , nao chega a expor uma Cosmogonia definida. Contudo,
^
' 5
ha via uma e bem clara. Apenas, como Confucio nao admitia uma vida
futura 3g, e os budistas Chineses rejeitam a idia de Um Criador , limitan -
do-se a aceitar uma Causa unica com seus inumeraveis efeitos, tem sido um
e outros mal compreendidos pelos que acred!tam num Deus pessoal. O
"Grande Extreme , como principle "das mudangas ( transmigragSes ) , e a
mais curta ( e talvez a mais sugestiva ) de todas as Cosmogonies, para aque
les que como os sectarios de Confucio, amam a virtude por si mesma e
-
procuram fazer o bem desinteressadamente, sem pensar no resultado ou
em recompensa. O Grande Extremo de Confucio produz "Duas Figuras .
Estas duas produzem, por seu turno, as "Quatro Imagens , as quais dao
nascimento aos "Oito Simbolos . Alega-se que, se os discipulos de Confucio
at veem "o c u , a terra e o homem em miniatura , n<5s podemos ver tudo
3
Tu ds Ex is rente , e tao profunda e secrets e a Tua ExistSncia que ningu m pode pene-
^
trar e descobrir o teu segredo. Tu Vives , mas cao dentro de qualquer limite de tempo
que se possa fixar e conhecer ; Tu Vives, mas nao em fungao de um espirito on alma,
porque Tu es Tu mesmo , a Alma de todas as Almas . Grande 6 a dist nda entre esta
^
Divindade caballstica e o Jeova biblico, o Deus impiedoso e vingativo de Abraao,
Isaac e Jacob, o Deus que tenton o primeiro e lutou com o ultimo. Nenhum vedan-
tino ddxaria de repudiar semelhante Parabrabman !
-
( 36 ) Veja se De Mirville, Des Esprits Vol. II , p. 294.
( 37 ) Edkin, Chinese Buddhismt capit , XX, p , 294. E procederam com rcuita
sabedoria .
( 38 ) Se a nao admit * a, era com fundamento no que ele chamava as mudangas *
ou, em outros termos, os renasdmentos do homem e suas constantes transformagoes.
Negava imortalidade a per&onalidade do homem , cocno nds o negamos, nao ao Homem.
247
de Confucio ) hi de ver sempre a mesma ideia cm sua Tirade, em seu
Tetraktys e em sua Decada, que surgem da Monada Onica e solitdria. O
bidgrafo cristao de Confucio leva a ridiculo o filosofo chines por falar de
adivinhaqao , antes e depois desta passagem ; e o apresenta como tendo dito:
Os oito simbolos determinant a boa e a mi fortuna, e conduzem is grandes
a oes. Nao hi imagens que se possam imitar e que sejam maiores que o ceu e a terra .
^
Nao hi mudan as maiores que as quatro estates Jele queria fakr de Norte, Sul , Leste
^
e Oste, etc. | . Nao hi imagens suspertsas mais brilhantes que o sol e a lua. Para
preparar as coisas com vistas ao seu uso, nenhuma existe maior que o sabio. Para
determinar a boa e a mi fortuna, tiao existe nada maior que as palhas divimtiri&s e a
tartaruga. 39
parti- pris , pode ver grande diferen a entre uma Tartaruga e um Cordeiro
^
como aspirantes ao ritulo de sagrado, visto que ambos nao passam de
simbolos e nada mais . O Touro, a Aguia, o Lean e as vezes a Pomba sao
os animal's sagrados da Biblia do Ocidente 40; os tres primeiros veem-se
148
Escola do Grande Oriente Mistico
der ados em sua maioria como os autores do Mantras ou Hinos do Rig Veda.
-
Eles sao ora sete , ora dez , at que se convertem em Prajdpati, o Senhor dos
Seres; e depois passa m a ser os sete e os quatorze Manus, como represen-
tantes dos sete e dos quatorze Ciclos de Existencia,. ou Dias de Brahma,
Deus ) , porque ele possui equivalent s e semelli antes nas Escrituras . Vou dizer-te , por
meio de alusoes , uma parte do mistdrio ' ; quando tiveres irinta e trs anos de idade ,
tu me compreenderas . Assim sucede com o mistrio da Tartaruga . Divertindo-se
com a poesia das metaforas biblicas , que associam o nome de Jeovd com "pedras
heandescentes , atiiimis sagrados , etc . , e dtacdo a Biblia de Vettce ( XIX, p. 318 ),
escreve um piedoso escritor francos ; Certamente , todos eles sao Elobim , como seu
Deus" ; pois esses Anjos 'assumem , por meio de uma santa usurpaqao , o prdprio nome
divino de Jeova , toda vez que o representam . ( De Mirville , Des Esprits, vol . II ,
p . 294 ) . Ningudm jamais duvidou que o Nome deve ter sido assumido quando, sob
a aparnda do Inftnito, do Uno Incognoscfvel , os Ma /achtm ou Mensageiros desciaiii
para comer e beber com os homens . Mas , se os Elobim , e at Seres Inferiores , que
assument o nome de Deus , eram e sao arnda adorados, por que chamar Demdnios a
esses mesmos Elobim , quando aparecem sob os nome de outros Deuses?
( 4 1 ) Mateus , XXIV, 28 .
*
149
f
-
A palavra Corvo i empregada soraente uma vez, e tomada no sentido de Eth h *
orebv aijNTnx
= 678, ou 113 X 6,335enquanto
vezes. Seu valor 6 71, e 71 x 5
que a Pomba d mencionada dneo
. Seis diametros, ou o Corvo, cruzandose,
=
dividinam a circunsferncia de um cfmilo de 355 em 12 partes ou compartimentos:
e 355 subdividido para cada unidade por 6 igualarLa 213-0, ou a Cabcga p 'priudpio^ j
do primeiro versiculo do (Sinesis , Este, dividido ou subdividido do mesmo modo por
-
2, ou o 355 por 12, daria 213 2, ou a palavra Brish, pgya , ou a primeira palavra
130
do Genesis , com o seu prefixo pte-positivo, significando, astronomicamente, a mesma
forma geral concreta que aqui se determines. 43
horebv admite o mesmo valor numerico que a Cabega, e nao voltou para
a Area, ao nasso que a Pomba regressou, trazendo o ramo de oliveira .
Quando Noe, o novo homem da nova Raga ( cujo prototipo e o Vaivasvata
Manu ) , se preparava para deixar a Area ( a Matriz ou Argha da Natureza
terrest re ) , e o simbolo do homem puramente espi ritual, sem sexo e andro-
gino, das trs primeiras Ragas, que desapareceram da Terra para sempre.
Numericamente, na Cabala , Jeova , Adao e Noe sao um so, Quando muito,
represent am , port an to, a Divindade que desce no monte Ararat e, depois,
-
no Sinai, para encamar se no homem, sua imagenty pelo processo natural,
a mat riz da mae, cujos simbolos no GSnesis sao a Area , o Monte ( Sinai ) ,
etc. A alegoria judaica e mais astronomica e fisiologica que antropomorfica.
Tal e o abismo que separa o sistema drio do semitico, embora assente
a mhos sobre a mesma b&se. Diz um expositor da Cabala:
"A id i& fundamental na filosofia dos hebreus era a de que Deus eneerrava em
si mesmo tod as as coisas, sendo o homem a sua imagern , o homem incluindo a mulher
( como andrdgino; e que ) a geometria ( e os numeros e medidas aplicaveis a astronomia )
estao contidos nos termos homem e mulher . Aparente incoftgruencia de semelhante
mtodo desaparecia mostrandose a relagao do homem e da mulher com um sistema
especial de ntimeros, de medidas e de geometria, pelos perfodos de gestagao, que
proporctonavatn o lago de uniao entre os termos usados e os fatos apresentados, e
aperfeigoavam o m&odo adotado. 44
151
Escola do Grande Oriente Mistico
-
o ter se aplicado o ciclo inteiro dos aconterimentos, desde Adao e os
Patriarcas
. -
Noi 7 a objetivos lilicos e astron&micos, regendo se uns pelos
outros, como, por exemplo, os periodos lunares Dai tambem o iniciar-se
a Genese dos hebreus apds a satda da Area , no fim do Diltivio, isto e, na
Quarta Raga.
Com o povo ariano nao foi assim,
O Esoterismo Oriental jamais rebaixou a Divindade Una e Infinita ,
que contem todas as coisas, a nsos semelhantes; e isso se demonstra pela
ausencia de Brahma no Rig Veda e pelas modestas posigoes que neste
ocupam Rudra e Vishnu , os quais, muitos sdculos depois, se converteram
.
nos grandes e poderosos Deuses , os Infinitos dos credos exotericos Mas
eles mesmos , apesar de serem Cri adores" os trs, nao sao os Criadores
e antecessores diretos dos homens , Vemos ali que tais antecessores
ocupam uma posigao ainda menos elevada na escala, e sao chamados Praj&
.
patis, Pitris, nossos Antepassados Lunares, etc , mas nunca o Deus Uno e
-
Infinito. A Filosofia Esot rica apresenta somente o homem flsico como
^
criado a imagem da Divindade; Divindade esta, alias, que nao represent a
mais que os Deuses Menoresy\ O Eu Superior, o EGO verdadeiro, o
unico que e divino, que e Deus .
152
Escola do Grande Oriente Mistico
SE XIII
^ AO
AS SETE CRIAgOES
Nao havia dia nem noite, nem ceu nem terra, nem escuridao
nem luz, Gem o que quer que fosse , com exce ao do Uno, incom-
^
pteensfvel para a Intel igertcia , ou Aquilo , que e Brahma e Puma
( Espirito ) e Pradhana ( Materia |grosseira| ) l .
Vishnu Purina ( I, II )
153
Escola do Grande Oriente Mistico
(4) Timoeus ,
(5) E a quarta cria ao e aqui a prijnaria , pois as coisas imoveis sao, antes
^
de tudo, cenhecidns como primarias 7
( 6 ) Como e posslvel que as ' divindades 71 tenham sido criadas depois dos ani-
mals ? A significa ao esoterica da expressao animate7 6 : os germes de toda trida ani
^
mal , inclusive o homem . O homem 4 chamado um animal sacrificial , isto 6 , o rinico
-
da criagao animal que oferece sacrificios aos Deuses. Muitas vezes tambtn; quando
se fa la nos textos sagtados de animate sagrados 77, quef -se fazer alusao aos doze signos
do Zodiaco, como ja tivemos oportunidade de mendonar.
( 7 ) Wilson , Vishnu Purdna , pp . 74-75.
154
tiatureza inerente , a obra se interrompe. Eis o que se diz no Primciro Livto
de Manu :
"' No fim de cada Doite ( Pralaya ), Brahma , que esUvfl fidormecido, desperta , e
pela s6 energia do movimento faz emanar de si mesmo o Espirito | ou a Mentc|, quc
em sua essfricia, e e contudo cao C > s
155
Escola do Grande Oriente Mistico
Acontece que essa represen taao e a prdpria 0gd6ada sao vus, exa
tamente como nas sete cria oes do Vishnu Pur Ana , as quais se acrescentam
-
^
mais duas, sendo que a oitava, ch&mada Anugraha, possui ao mesmo tempo
os atributos de bondade e obscuridade , o que 6 mais lima ideia sankhiana
que puranica , Pois Irineu dk tambcm que:
Eles |os gn6sticos [ tinham utna oitava criagao seicelhante, que era, a um tempo,
boa e ma , divina e buiuana . Afirtnavam que o homem foi form ado no oitava dia.
Diziam vezes que o homem foi feito no sexto dia, e outras vezes que o fora no
oitavo ; a nao ser que quisessem signtftcar que a parte terrestre foi formada no sexto
,
dia, e a parte carnal | ? | no oitavo, estabelecendo uma distingao entre essas duas
partes.* 12
chefe dos sete Pitris Lunares , nome que eles davam aos Dhyan -Chohans
lu nates. Afirtnavam ~ escreve o mesmo Irineu
c
que esses sete c6us
sao inteligentes, e a elcs aludiam como se fosscm anjos ; e acrescenta que,
por esse motivo, chamavam Hebdomas a Ia6, enquanto que & mae deste
davam o nome de Ogdoas, porque, segundo explica , ela conservava o
numero da Ogddada primoginita e primdria do Plerotnd u.
Esta Ogdoada Primogenita era , na Teogonia , o Segundo Logos, o
Manifestado, porque havia nascido do Primeiro Logos Setuplo ; de modo
que 6 a oitava neste piano manifestado; e em Astrolatria era o Sol, Mart
tanda , o oitavo filho de Aditi, que el a repud iou , conservando os Sete Filhos,
-
os planet as. Porque os an tigos jamais consideraram o Sol eomo um planeta ,
e sim como estrela central e fixa . Esta e, assim , a segunda Hebdomada
nascida do Uno de Sete Raios , Agni, o Sol e muitos outros ; mas nao os
sete planet as, que sao Jrmaos de Surya , e nao seus Filhos. Entre os gnds-
ticos, esses Deuses Astra is eram os filhos de Ildabaoth 15 ( de tlda, criangra ,
e baoth , ovo ) , o Filho de Sophia Achamoth , a filha de Sophia ou Sabedoria ,
euja regiao e o Pleroma. Ildabaoth faz nascer de si mesmo esses Seis
Espiritos Estrelares ; Jove ( Iao ) ( Jehova ) , Sahaoth, Adonai, ( Adoneus ) ,
El6i ( Eloxus ) , Osraios ( Oreus ), Astaphaios ( Astaphaeus ) 16, e sao eles
que constituent a Hebdomada segunda ou inferior. Quanto a terceira,
compoe-se dos sete homens primordiais, as sombras dos Deuses Lunares,
projetadas pela priiueira Hebdomada .
Ve-se, portanto, que os/ gnosticos nao se distanciavam muito da Dou-
trina Esot rica , mas apenas a vekvam . Em relagao is censuras que lhes
^
( 12 ) Ibid., I, XXX.
( 13 ) Superiores tao so aos Espiritos ou C6us da Terra.
( 14 ) .
Ibid , I, V , 2
( 15 ) Veja-se Isis sens V 6u , II, p, 183.
( 16 ) Veja-se tambem: Gnostics and their Remains , de King, p. 97. Outras
seitas consideravam Jeova como o proprio Ildabaoth. King o identifies com Saturno.
156
Escola do Grande Oriente Mistico
^
nossa Doutrina Arcaica. Os nomes que correspondem a Parabrahman, a
Brahma e a Manu , o primeiro Homem pensador, sao compostos de sons de
uma, trs ou sete vogais , Marcos, cuja filosofia era certamente mais pita
gorica que outra coisa , fala de uma revelafao que lhe fora feita acerca dos
-
sete C us, que emitiam, cada um , o som de uma vogal, ao pronunciar os
^
sete nomes das sete hierarquias Angelicas ,
Depois que o Espirito impregnou ate o mais fnfimo dos dtomos dos
Sete Principios do Cosmos, come a entao a Segunda Criaqao, que sucede
ao perlodo de repouso ja mencionado ^ acima .
Os Criadores ( Elohim ) esbo am durante a segunda Hora a forma
^
do Homem , diz o rabino Simeao no Nuchthemeron dos Hebreus. Ha
doze horas no dia , reza a Mishna e durante elas se processa a cria -
ao . As doze horas no dia sao tambem uma copia enfraquecida da
Sabedoria primiriva, um eco tenue mas fiel. Sao com os 12 000 Anas
Divines dos Deuses, um veu cidico. Cada Dia de Brahma corresponde a
14 Manus, que os cabalistas hebreus, seguindo, atis, o exemplo dos cal-
deus, alteraram intencionalmente para 12 H o r a s O Nucbthemeron
de Apolonio da Tiana e a mesma coisa. O Dodecaedro estd oculto no
Cubo perfeito , dizem os cabalistas. O sentido mistico desta frase e que as
157
Escola do Grande Oriente Mistico
Entretanto, o que e Luz em nosso piano sao trevas nas esferas supe-
rior
^.O
homem e a muJher. . . do hdo do PAI ( Espirito ) se referem a
Criagao Primaria ; e do la do da Mae, k Criagao Secundaria . O Homem
Dual 6 Adao Kadmon , o prototipo abstrato masculino e feminino, e o
Elohim diferenciado . O Homem procede do Dhyan-Chohan , e 6 um Anjo
Cafdo , um Deus exilado, como se mostrara.
Na India, as Criagoes eram descritas do seguinte modo 22 :
-
I . A Primeira Criagao i Criagao Mahat tattva , assim denominada por-
que foi a auto-evolugao primordial do que se devia converter em Mahat, a
Mente Divina , consciente e inteligente ; esotericamente, o Espirito da
Alma Universal .
O mais digno dos ascetas, por tneio do seu poder ( o poder daguela causa ) :
toda causa produzida surge por sua propria natureza.
E por outra partq:
Pois que os poderes de todos os seres nao sao compreendidos senao por meio
do coohecimento de Aquilo ( Brahma ) que est alero do raciocinio, da criagao e de
todas as coisas semelhantes, tais poderes dizem respeito a Brahma.
( 23 ) I, 240.
( 24 ) Bnickcr, ibid.
159
Escola do Grande Orients Mistico
160
ele a origem de todo set , tanto comciente como tnconscienle", se bem
que a escola esoterica rejeite a ideia de existir algo que seja inconsciente,
salvo em nosso piano de ilusao e ignorancia .
Durante este perlodo da Segunda Criagao, aparece a Segunda Hierar-
quia dos Manus , os Dhyan-Chohans ou Dev as, que sao a origem da Forma
( Rupa ) , os Chitrashikhandinas, os de Brilhante Coroa , ou Rikshas;
esses Rishis que se converteram nas Almas animadoras das Sete Estrelas
{ da Ursa Maior ) Em linguagem astronomica e cdsmica, esta Criagao se
ref ere ao periodo da Nvoa de Fogo, a primeira fase da Vida Cosmica depois
de seu estado Caotico 30, quando os Atomos saem de Lava.
III . A Terceira Criagao: A Terceira Criagao ou Criagao Indriya foi
uma forma modificada de Ahamkara, a sensagao do EU ( de Aham , EU ) ,
chamada a Criagao Organica ou Criagao dos Sentidos , Aindriyaka. Estas
tres foram a Criagao Pakrita, os desenvolvimentos ( distintos ) da Natureza
indistinta , precedidos do Prindpio indistinto 31. A expressao prece
cfidos d e . . . devia ser aqui s ubstituida por comegando por Buddhi ,
-
pois este ultimo nao 6 uma quantidade distint a nem indistinta, mas
participa de ambos os aspectos, no homem como no Cosmos . Unidade
ou Monada humana no piano da ilusao, Budhi , uma vez livre das tres
formas de Ahamkara e de seu Manas terrestre, passa verdadeixamente a ser
uma quantidade distinta, assim em duragao como cm extensao, porque
eterno e imortal.
Dissemos atras que a Terceira Criagao, abundantemente provida do
atributo de bondade , e chamada Urdhvasrotas; e, uma ou duas piginas
adiante, a Criagao Urdhvasrotas foi mencionada como sendo a sexta cria-
gao . .
ou a das divindades 22 Isso tnostra daramente que os Manvan-
taras anteriores, bem como os posteriory , foram intencionalmente confun-
didos , com o objetivo de impedir que os profanos percebessem a verdade.
fi o que os orientalistas chamam de incongruencias e contradigoes . As
.
tetnente Brahman com Btahma, o que tnereceu reparo de seus sqcessores Os Text os
-
originals Sanscrit os sao preferidos por Fit zed ward Hall, na tradugao do Vishnu PurJtta ,
aos textos de que se utilizou Wilson. Se o Professor Wilson houvesse usufruldo das
que se teria exptessado de manetia diferente
vantagens que hoje se acharo ao alcance do cstudante da filosofla bindu, setn duvfda
.
diz o editor de sua obra Isso faz
letnbrar a resposta dada por urn dos admiradores de Thomas Taylor aos eruditos que
eriticaram suas tradugoes de Platao: Taylor pode nao ter sabido gtego tanto quanto
.
os seus ctfttcos, mas conhecia Platao melhor do que eles Os nosscw orientalistas atuais
desfiguram o sentido mlstico dos textos sanscritos muito mais do que o fez Wilson,
cmbota cstc liltimo certamente fosse responsdvel por erros bem grosseiros.
.
( } l ) Op, cit .7 p 74 .
. .
( 32 ) ? 75
261
Escola do Grande Oriente Mistico
tres Criagoes que comefam com a Inteligenda sao elemental ; mas as seis
cria oes que procedem das series a cuja frente vem o Intelecto sao obra de
^
Brahma 33. Criagoes aqui significant sempre periodos de evolugdo. Mahat ,
o Intelecto ou a Mente, que corresponde a Manas , situando-se o primeiro
no piano cdsmico e o segundo no piano humane, taxnbem se encontram aqui
abaixo de Buddhi, ou Inteligncia supradivina , Por conseguinte, quando
lemos no Linga Parana que '"a primeira Cria ao foi a de Mahat, sendo o
^
Intelecto o primeiro a manifestar-se , devemos aplicar essa cria ao ( especi -
ficada ) a primeira evolu ao do nosso Sistema e ate mesmo a nossa Terra, ^
^
vis to que nenhuma das cria oes precedents foi examineda nos Purdms,
^
em que apenas se Ihes fez referenda acidental, uma que outra vez .
Esta Cria ao dos primeiros Imortais, ou Devasatga, foi a ultima da
^
serie, e tem uma signifiea ao universal; refere-se, nao especialmente ao
^
nosso Manvantara, mas a evolu ao em geral, que principia sempre da mesma
^
maneira, mostrando assim que diz respeito a v rios e distintos Kalpas.
^
Pois se diz que: no fim do ultimo Kalpa ( Padma ) Brahma despertou
apds sua noite de sono, e viu o Universo vazio* \ Acrescenta-se que
Brahma , recomegando de novo as Sete Cria oes , no perlodo secundario
da evolucao, repete as trs primeiras no piano objetivo . ^
IV . A Quarta Criaqdo: A Cria$ao Mukhya ou Primaria , porque e
a primeira da s rie de quatro. Nem a exprexsao corpos in anim ados*, nem
^
a de coisas imoveis , que Wilson emprega em sua tradu ao, dao uma
'
1
162
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164
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165
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166
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ca ao do termo , observa Wilson, que nem por urn instante suspeita encon
^
trar-se em present dos Anjos das Trevas , o "grande inimigo mitico
-
-
de sua Igreja. Liroita se, portanto, a esdarecer que aquelas ( Divin
dades ) , negando -se a procriar ( e rebelando-se deste modo contra Brahma ) ,
-
permaneceram, como esta implicito no nome da primeira delas ( Sanatku
mara ) , sempre adolescentes , Kumaras, is to e, puras e inocentes, o que
-
levou a dar-se o nome de KaumSra a sua Criagao . Os Puranas, contudo,
.
podem trazer-nos mais um pouco de luz Permanecendo sempre tal como
nasceu, ele e por isso chamado adolescente, sendo seu nome conhecido como
Sanatkumara 46. Nos Sbaiva Pur anas os Kumaras sao descritos sempre
como Yogins , O Kurrna Pur Ana, depots de enumera-los, diz: Aqueles cinco
6 Bramanes, que lograram imunidade completa contra as paixoes, erann
Yogins . Sao cinco , porque dois dos Kumaras sucumbem.
Tao pouco fteis sao algumas tradu$6es dos orientalistas, que na tradu-
ao francesa do Harivarnsha se 1: Os sete Prajfipatis , Rudra, Skanda ( seu
filho ) e Sanatkumara puseram-se a criar seres *. O original, porem, segundc-
mostra Wilson, reza : Estes sete . . . criaram prog&ue ; e assim o fez Rudra;
-
mas Skanda e Sanatkumara , refreando o seu poder , ahstiveram se ( de criar ) .
As quatro ordens de seres sao por vezes consideradas, como referindo-se
a Ambhamsi, palavra que Wilson traduz por Aguas , literalmente , e acre-
dita que e um termo mistico . Sem duvida que o \ v -se, por&n, que
ele nao p6de compreender o verdadeiro sentido esoterico. As Aguas e
a Agua sao o simbolo do Akasha, o Oceano Primordial do Espago ,
sobre o qual Narayana , o Espirito nascido de si mesmo, se move, apoian-
do-se no que e a sua progenie *1 . A Agua 6 o corpo de Nara, foi assim
que ouvimos explicar o nome da Agua. Porque Brahma repousa sobre a
Agua , e 6 chamado Narayana 46. O puro, Purusha, criou as Aguas
puras . A Agua e, ao mesmo tempo, o Terceiro Prindpio do Cosmos mate
rial e o terceiro do reino do Espiritual: o Espirito do Fogo, da Chama, do
-
Akslsha, do liter, da Agua , do Ar, da Terra, sao os prindpios cosmicos,
siderais, psfquicos, espirituais e mfsticos, eminentemente ocultos, em cada
piano do ser. Deuses , Demdnios, Pitris e Homens sao as quatro ordens
de seres a que se aplica o termo Ambhimsi, por serem todos o produto das
Agues ( misticamente ) , do Oceano AHshico e do Terceiro Principio da
Natureza. Nos Vedas 6 um sinonimo de Deuses. Os Pitris e os Homens
na Terra sao as transforma oes ou remscimentos de Denses e Demonios
^
( Spiritus ) de um piano superior . A Agua, em outro sentido, e o principio
feminino. Venus Afrodite e a personifica ao do mar e a Mae do Deus do
^
Amor , a Geradora de todos os Deuses , do mesmo modo que a Viigem Maria
dos cristaos e Mare, o Mar, a Mae do Deus ocidental do Amor, da Com
paixao e da Caridade. Se o estudante da Filosofia Esoterica refletir madu-
-
ramente sobre este assunto, vera sem duvida quao sugestivo 6 o termo
Ambhamsi em suas multiplas relagoes com a Virgem do Ceu, com a Virgem
166
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( 51 ) -
Veja se Cap. XU , L
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SE XIV
^ AO
OS QUATRO ELEMENTOS
169
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270
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171
Se se objetar que o Jupiter de Dodona era identificado cam Dis, ou
o Plutao romano com o Dionisio Ct6nio, o Subterraneo, e com Aidoneus,
o Rei do Mundo Subterraneo, onde, segundo Creuzer 8, eram proferidos os
orsiculos , entao os ocultistas terao a satisfa ao de provat que tanto Aidoneus
^
como Dioniso sao as bases de Adonai, ou lurbo - Adonai, como e chamado
Jeov no Codex Nazarceus. * Nao adorar s o Sol, que se chama Adonai
^
e que tambem tem os nomes de Kadush e EIEIM e ainda o de Senhor
Baco \ O Baal-Adonis dos Sods, ou Misterios dos judeus pr -babilomcos,
transformou - se em Adonai pela Massorah , e depois em Jeova com vogais ,^
Tem razao, pois os catdJicos romanos . Todos esses Jupi teres pertencem a
mesma familia ; mas nela e preciso incluir Jeov para torna-la completa .
O Jupiter Aerius ou Pan, o Jupiter-Amon e o Jupiter-BebMoIoch sao todos
correlates de lurbo- Adonai , porque possuem todos a mesma natureza
cbsmica , E essa Natureza e esse Poder que criam o sfmbolo especifico
terrestre, cuja estmtura fisica e material demonstra que a Energia se mani-
festa por seu intermddio como extrinseca.
Porque a religiao primitiva era algo mais e melhor que uma simples
preocupa ao quanto aos fendmenos ftsicos, como observou Schelling ; e
^
principios mais elevados que os conbecidos por nos , saduceus modemos,
estavam ocultos sob o transparente vu de divindades puramente naturals,
como o raio, o vento e a chuva b Os antigos conheciam e podiam distin-
guir os EJemenfos cor p6 reos dos espirituais, nas Formas da Natureza .
O Jupiter quadruplo, da mesma forma que o Brahma de quatro faces,
o Deus aereo, o fulgurante, o terrestre e o marinho, a dono e senhor dos
Quatro Elementos , pode comiderar-se como representante dos grandes Deu-
ses C6smicos de todas as na oes . Embora delegando o poder sobre o fogo
^
a Hefesto-Vulcano, sobre o mar a Posseidon-Netuno, e sobre a Terra a Plu-
-
tao Aidoneus, o Jupiter Aereo a todos englobava , porque o ./Ether tinha,
desde o comedo, predominio sobre todos os Elementos, dos quais era a
sfatese.
A tradi ao fala de uma gruta , vasto subterraneo nos desertos da Asia
^
Central , em que a luz penetra por quatro aberturas ou fendas, que parecem
naturals e cruzam os quatro pontos cardiais. Desde o meio dia ate uma -
hora antes do p6r do sol, a luz passa por el as , em quatro cores diferentes ,
que, segundo se diz, sao o vertnelho, o azul, o laranja-dourado e o branco,
por efeito de condit;oes, naturals ou artificials, da vegeta ao e do solo. A
^
luz converge no centro, ao tedor de uma coluna de mtonore branco, que
-
suporta um globo representante a Terra. Chamam se a "Gruta de Zara
tustra .
-
A Quarta Ra?a , a dos Atlantes , incluia entre as suas drtes e ciencias a
manifesta ao fenomenal dos Quatro Elementos, que assumia assim um cari
^ -
o Kama Loka
II , 11 ). e o Amend egfptio era um lugar de puriflcagao ( Ver Isis sent VSu,
( 8 ) I, VI, 1 .
.
( 9 ) Cod . Naz t I, 47 ; vejan>3e tambem os Vsdmos LXXXIX, IS
^
.
172
Escola do Grande Oriente Mistico
ter cientffico, sendo com razao atribufda *L intervengao inteligente dos Deu -
ses Cosmicos. A Magi a dos antigos sacerdotes comistia , naqueles tempos,
em invocar os Deuses na propria lingua gem destes.
A linguagem dos homens da Terra nao pode alcangar os Senbores. A
cada um destes prectso falar na linguagem de seu respective Elemento.
Assim diz o Livro das Lets , em uma sentenga que, como se verd,
encerta um sentido profundo; e acrescenta a seguinte explicate quanto a
natureza da linguagem dos elementos :
Ela se compoe de SONS, nao de palavras; de sons, numeros e formas.
Aquele que souber combin ar os ires atraira a respasta do Voder dirigente
|o Deus- Regente do Elemento espectfico a que se recorre ).
Essa c 'linguagem e, portanto, a dos encantamentos ou dos mantras;
como se ebama na India, sendo o som o agente mdgico mais poderoso e
eficaz, e a primeira das chaves que abrem as port as de comunicaqdo entre
os Mortals e os I mortals. Quem cr nas palavras e nos ensinamentos de
Sao Paulo nao tern o direito de escolber ai unicaiuente as sentengas que Ihe
apraz aceitar, excluindo as demais; e Sao Paulo ensina , incontestavelmente,
a existencia de Deuses Cosmicos e a presenga deles entre n6s. O Paga-
nismo pregava uma evolugao dupla e simultanea , uma criagao ' spiritualem
ac mundanum, no dizer da Igreja Romana, muitos seculos antes do advento
desta mesma Igreja . A fraseologia exoterica introduziu poucas modifica
goes no que concerne as Hierarquias Divinas, desde os dias mais gloriosos
-
do Paganismo, ou da Idolatm . S6 mudaram os nomes, unidos a preten
soes que hoje se converteram em falsos pretextos. Pois, quando Pktao
-
poe na boca do Principio Superior ( o Pai .dither ou Jupiter ) as palavras :
Os Deuses dos Deuses , dos quais eu sou o criadory assim como sou o pai
de tod as as suas obras * , dava ao espirito da frase um sentido tao completo
'
quanto Sao Paulo ao dizer : Porque, ainda que haja tambem alguns que se
chamem Deuses , quer no Ceu, quer na Terra, como hi muitos Deuses
e muitos Senbores .. l0. Ambos conheciam o sentido e o significado do
}y
( 10 ) I Cor . , VIII, 5.
( 11 ) Concerning Divine Names , p. 364. ( Citado em Des Esprtts, voL II, p.
322. )
m
Escola do Grande Oriente Mistico
Iniciados, sabendo que o culto dos Deuses menores jamais poderia preju-
dicar o ilDeus Prindpio 12.
Sir W , Grove, F . R . S . , referindose a correlagao das formas , escreve:
"Quando as antigos se achavam era presents de urn fenomeno natural que se
afastava das analogies ordinarias, nao sendo explicavel pot nenbuma das a$6es raeca-
nicas entao conhecidas, atribuiam-no a uma alma, a um poder espiritual ou sobrena-
tural. .. O ar e os gases tarabem foram, de imrio, considerados espirituais, mas depois
se lhes deu um carter mais material, e as mesmas palavras, itV U [iat espfrito, etc.,
foram empregadas para significar a alma ou urn gas. A propria palavra gas, de
getst, fantasma ou espfrito, nos oferece ura exemplo da transfotma ao gradual de um
conceito espiritual em um conceito fisico. is ^
O eminente cientista , no prefacio da sexta edi ao de sua obra, entende
^
que s6 estes fenomenos devem interessat a Gencia exata, que nao tem por
que se ocupar das causas,
Causa e efeito sao, por conseguinte, em sua rela ao abstrata com essas forgis,
^
simples pa lavras conventional . Descon hecemos totalmente o poder gerador ultimo
de cada uma delas , e provivel que seja sempre assim. Nao podemos senao verificar
a norma de suas a;oes. Cab e-nos, humildemente, atribuir sua origem a uma influencia
onipresente, e contentarmos com cstudar-lhcs os efeitos e observar , acraves
de experi-
ences, suas relates mutuas. 14
Uma vez aceita essa atitude, e adroitido virtualmente o sistema tal
como descrito nas pakvras que acabamos de transcrever, e principalmente
a espiritualidade do poder gerador ultimo , seria mais do que lldgico dei
xar de reconhecer esta qualidade ( que e inerenle aos elementos materials,
-
ou melhor, aos seus compostos ) como presente no fogo, no ar , na gua ou
na terra. Tao bem conheciam os Antigos esses poderes que, ocultando sua
verdadeira natureza sob alegorias diver sas, em beneffcio ou detrimento das
massas ignorantes, jamais se afastavam do objetivo multiplo que tinham
em mente quando os confundiam intencionalmente. Resolveram lan ar um
espesso veu sobre o nucleo da verdade oculto pelo simbolo; mas procura ^ -
ram sempre eonservar este sfmbolo como um sinal para as futuras gerafoes,
com suficiente transparency para permitir aos seus sab i os discernirem a
verdade por trs da aparencia fabulosa do mito ou da alegoria . Esses sbios
da antiguidade sao acusados de supersti ao e credulidade ; e isto pelas mes-
^
mas nagoes que , embora instruidas em todas as artes e ciencias modernas,
cultas e sabias em sua geraplo, aceitam ainda em nossos dias, como seu
unico Deus, vivo e infinito, o antropomorfieo Jeovi dos judeus !
Mas vejamos em que consistiam algumas dessas supostas supersticoes .
Hesiodo, , por exemplo, acreditava que os ventos eram filhos do
Gig ante Tifeu ? e que Eolo os prendia e desencadeava a vontade; e os
5
174
monoteistas alimentavam as mesmas crengas, com outros nomes para suas
dramatis personae , e seos cristaos ainda hoje o fazem ? O olo, o Boreas ,
etc., de Heslodo, eram chamados Kedem , Tzephum , Derum e Ruach Hayum ,
pelo povo eleito de Israel . Qual e, port an to, a diferen a fundamental?
^
Enquanto era ensinado aos helenos que Eolo atava e desatava os ventos,
tambm os judeus criam piamente que o seu Senhor Deus, soprando fumo
pelas nannas, e fogo pela boca.. . montava sobre um querubtm e voava,
'
e era visto sobre as asas do vento 15. As expressoes usadas pelos dois
povos sao on figuras de retdrica ou superstiroes. Acreditamos que nao
sejam nem uma coisa nem outra , mas que brotaram de um sentimento pro
fundo de unidade com a Natureza , e de uma percepcao do que ha de miste-
-
rioso e inteligente por tris de todo fenomeno natural, percepcao que os
modernos ja nao possuem. *
Nada havia tambdm de < fsuper$tiao15 por parte dos gregos pagaos no
-
escutarem o oraculo de Delfos, quando este, ao aproximar se a esquadra
de Xerxes , Ihes aconselhou que sacrificassem aos ventos se ato idn-
tico deve ser considerado como culto divino em se tratando dos israelitas,
que com tanta freqiiencia sacrificavam ao vento, e mais ainda ao fogo. Nao
dizem eles que o seu Deus ue utn fogo abrasador 16, e que geralmente
aparece sob o aspecto de fogo e rodeado de fogo ? E nao procutou Elias
aos Senhor na furia do vento e no tremor de terra ? E os cristaos ,
posteriormente, nao repetem a mesma coisa ? Nao sacrificam, ainda hoje,
ao mesmo ' Deus do Vento e da Agua ? Sim ; porque atualmente existem
ora oes especiais para a chuva, o tempo seco, os ventos propicios e o
^
apaziguamento das tempestades no mar, nos devocionarios das trs igrejas
cristas; e as centenas de seitas da religiao protestante oferecem tais ora oes
ao seu Deus sempre que surge amea a de calamidade. O nao serem elas ^
"atendidas por ^
Jeova mais do que o eram provavelmente por Jupiter
Pluvius em nada altera o fa to de que essas ora 5es se dirigem ao Poder ou
^
aos Poderes que se supoe governarem os Elementos, nem o fato de que
esses Poderes sao idnticos no paganismo e no cristianismo. Ou devemos
crer que semelhantes ora oes sao uma idolatria grosseira e uma supers ti-
^
gao absurda somente quando as dirige um pagao ao seu Idolo , supers -
ti ao que se transforma repentinamente em ato de louvavel piedade e de
^
religiao quarido muda o nome do destinat rio celeste ? Mas a dtvore
^
se conheee por .seu fruto ; e, nao sendo melhor o fruto da 4rvore crista
que o da tvore do paganismo, por que haveria o primeiro de inspirar
maior respeito que o ultimo?
Assim , quando o cavaleiro Drach , um judeu convertido, e o Marqufes
de Mirville, um fanatico da Igreja Catolica Romana, pertencente a aristo
cracia francesa , nos dizem que em hebreu "relampago sindnimo de ira ,
-
e que e sempre manejado pelo Espirito maligno ; que Jupiter Fulgur ou
Fulgutante 6 tambdm chamado Elicio pelos cristaos, e declaradb a alma
( 15 )
( 16 )
II Samuel , XXII , 9 11-
Deuterondmio\ IV, 24.
-
175
f
176
Escola do Grande Oriente Mistico
177
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178
Escola do Grande Oriente Mistico
SEAO XV
SOBRE KWAN SHI -YIN E KWAN-YIN
-segundo
King ou Sutra Lurainoso da Luz Dourada , no decimo-nono dia do
mes, e o de Maitreya Buddha no primeiro dia do primeiro mes ,
os dois sao, nao obstante, um so Ele apareceri na Setima Ra9a como Mai-
treya Buddha , o ultimo dos Avatares e dos Buddhas. Esta crania e esta
expectativa sao universais em todo o Oriente. Mas nao sera durante o
Kali Yuga, esta nossa 6poca atual de Obscuridade. terrivelmente materia-
list a, a Idade Negra , que podera vir um novo Salvador da Humanidade.
O Kali Yuga nao 6 a Idade de Ouro ( ! ) senao nos escritos mlsticos de
-
alguns pseudo ocultistas franceses *.
O ritual do culto exoterico desta Divindade foi, por isso, baseado na
magi a . Os Mantras sao todos extrafdos de livros especiais, mantidos em
segredo pelos sacerdotes; e se diz que cada um deles produz um efeito
179
Escola do Grande Orients Mistico
180
f
recomendam que uma mulher fid evite a sociedade das Yogtni ou mulberes
adoradas como Sakti 6.. Nada mais tios poderia surpreender depois disso.
Deixemos apenas escapar um sorriso ao ver outro descomunal absurdo, a
respeito de Budh , interpretado como um name que signifies nao somen-
te o sol como fonte da gera ao, mas tamb&n o orgao masculino L Diz
^
Max Muller* ao tratar das Falsas Analogias , que o sinologo mais cdlebre
de seu tempo, Abel Remusat . , . , sustentava que as tres stlabas I, Hi, Wei
( no capitulo XIV do Tao-te-king ) se referiam a Je ho-va 8; e tambm o
181
Escola do Grande Orients Mistico
182
Escola do Grande Oriente Mistico
PARTE III
APfcNDICE
SE?XO I
RAZOES PARA ESTE APENDICE
187
que, salvo alguns casos raros e excepcionais, se acham completamente ador
mecidas na constitui ao dos ramos de nossa atual Quinta Raga -Raiz, na
^
Huropa e na America . De outro modo nao lhe serd possivel reunir os fatos
que sao necessarios para fundamentar suas especulacoes. Nao 6 is so evi-
dente, segundo os prindpios da L<5gica Indutiva e da Metafisica ?
Por outra parte , fa $a o que fizer a autora , nao podera jamais satis
fazer ao mesmo tempo a Verdade e a Ci&ncia, Qferecer ao leitor uma versao
-
sistematica e ininterrupta das Estlncias Arcaicas coisa impossfveL Mister
se faz omitir 43 versiculos ou ' slokas ' que se encontram entre a 7.a, j
5
188
Escola do Grande Orients Mistico
189
f
191
Escola do Grande Orients Mistico
SE
^AO II
OS FlSICOS MODERNOS ESTAO JOGANDO A
C'ABRA-CEGA
tnente invariaveis em volume e peso, nao pode o atomo ser um cubo ou um esferoide
achatado para as oecessidades da fisica , e uma esfera para as necessidades da quitnka.
Um gfupo de atomos constantes nao pode ser um agregado de massas continues absolu-
tamente inertes e impenetraveis em um cadinho ou em uma retorta, e utu si sterna de
metos centros de forgas como parte de um Ima ou de uma pilha de Clamotid . O eter
universal nao pode ser plastico e move! para agradar ao qulmico, e rigido-eiastico para
satisfazer o fisico ; nao pode ser continue sob o comando de Sir William Thomson, e
descontfnuo em vittude das ideias de Cauchw e de Fresnel. * 1
(1) Concepts of Modern Physics, Introdu ao segunda edi ao, pp. XI, XII
^ ^ .
192
Escola do Grande Oriente Mistico
"Quando vemos a seguram;a com que hofe se expoem doutrinas que atribuem a
coletividade, a universalidade dos fendmenos exclusivamente aos movimentos do tomo,
temos o direito de esperar que a meseia unanimidade se verifique no tocante as quali-
dades atribuidas a este ser unico, base e fundamento de tudo o que existe. Ora, desde
o primeiro exame dos sistemas especiais que sao propostos , experimentaraos a mais
estranha, decepcao, vendo que o dtomo do quCmico, o totno do flsico, o do meta-
^
flsico e o do materndtico . , . absolutamente nada tra de comum, exceto o come! O
resultado inevitdvel a subdivisao atual de nossas cienrias, cada uma das quais constroi
em sua estreita concha urn tomo que satisfaz as necessidades dos feo6menos que
estuda, sem se preocupar , cem de leve, com as necessidades dos fenftmenos que se
passam na concha vizinha. O metafisico repudia , como ilusdrios, os principles da
a cranio e da repulsao; o mateniatico, que analisa as leis da elasticidade e as da
^ -
propaga ao da luz , aceita os implkitamente, sem notne -los sequer . . . O quimico nao
^
pode explicar o agrupamento dos dtomos em mol& ulas , frequentemente complicadas,
seen atribuir queles qualidades especificas distindvas ; para o flsico e o metafisico ,
^
partidanos das doutrbtas modernas, o atomo e, pelo contrdrto, sempre e em toda parte ,
o mesmo. Que digo? Nem sequer existe acordo em uma mesma ti6 ncia quanto as
propriedades do atomo , Cada qual fabrica o atomo que convm $ua fantasia , para
explicar o fendmeno que lhe interessa particuJarmente. 2
193
Escola do Grande Orients Mistico
um dos fatos mais comuns da Natureza : o calor do Sol. Diz ele: A questao da
'
temperatura do sol tem side objeto de investiga ao por muitos tientmas; Newton,
^ -
um dos primeiros investigadores deste problema , procurou resolvS lo, e, depois dele,
todos os tientlstas que se ocuparam de calorimetria lhe seguiram 0 exemplo. Cada
qual acreditou haver encontrado a solucao, tendo exposto com toda a oonfian$a os
respect!vos resultados. Eis aqui, seguindo a ordem cronoI6gica da divulga ao de tais
^
resuJtados, as temperaturas ( em graus centlgrados ) que cada um deles apresentou;
Newton, 1 699 300; Pouillet, 11 461; ToJJner, 102 200; Seccbi, 5 344 840; Ericsson,
2 726 700; Fizeau , 7 500; Waterston , 9 000 000 q; Spoeren , 27 000 ; DeviJIe, 9 500;
B
Soret, 3 801 846; Vicaire , 1500; Rosetti , 20 000 . Os calculos variam entre 1 400
e 9 000 000; ou seja, com uma diferenca que chega a elevar-se a 8 998 600q! ! Prova
velmente nao existe, na ciencia, contfadicao mais pasmosa que a revelada por esses
-
algarismos . No entanto, se algum ocultista ousasse formular uma estimativa, todos
aqueles senhores, sem duvida alguma, teriam protestado enetgicamcnte, em nome da
CiSntia exata , pela nao admtssao desse resultado particular .
- .
( 5 ) Veja se: Correlation of the Physical Forces , Prefacio, p XIII.
( 6 ) SoirieSy vol. II ( p, 317 t nota da p. 355 ).
194
Escola do Grande Orients Mistico
^
nao sera impertinente perguntar-lhe como e possivel conciliar essas afirma oes * Quando
^
o Professot Du Bois Reymond . . . instste sobre a necessidade de deduzif todos os
processos da Natureza aos movimentos de um substancial e indiferente substratum deS
bavendo declarado pouco antes , na mesma conferencia , que < s & resolu ao de todas as
^
transforma oes , que se produzem no mundo material , em movimentos de sUomos ,
^
ocasionados por suas formas centrals constancies , serin o complemeito da ciencia natural ,
nos nos vemos imersos em perplexidade , da qua! temos o direito de nos libertar
( Pref . XLII-III ) .
195
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196
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quimicas ,
( 11 ) Stallo, loc. at , p. X.
( 12 ) Nature , vol. XXVII, p. 304.
197
Escola do Grande Orients Mistico
Um fantasma realmen te, que nao pode ser tocudo senao com o
auxilio do Ocultismo. Entrc semelhante metafisica e o Ocultismo, nao ha
mais que um passo. Os ffeicos que julgam a const!tui ao atomica da Mate-
^
ria compativel com sua permeabilidade nao precisam afastar-se muito de
sua rota para ter a explicate dos maiores fenomenos do Ocultismo, tao
am hide ridicukrizado pelos fisicos e materials tas de hoje. Os pontos
materials sem extensao de Cauchy sao as monadas de Leibnitz, e sao ao
mesmo tempo os materials com que os Deuses' e outros Poderes invisfveis
formam o& seus corpos. A desintegra ao e a reintegrate de partlculas
^
materials sem extensao, como fatores principals nas manifestagoes de fen6-
menos, deveriam revelar-se fadlmente como uma clara possibilidade, pelo
menos &queles poucos espiritos cientfficos que aceitam as opinioes de Cau
chy. Parque, dispondo daquela propriedade da Materia que se chasna
-
impenetrabilidade, e considerando os tomos simplesmentte como pontes
materiais que exercem uns sobre os outros atra oes e repulsoes variaveis
^
segundo as distances que os separam , explica o tedrico francos :
-
Dai se segue que, se aprouvesse ao autor da Natureza modi fie ar tao somente as
leis segundo as quais os atoinos se atraem ou se repelem uns aos outros, poderiamos
iraediatamente ver os corpos mais duros penetrfindo se enrre si, as mecores particulas
^
conditio laya,
( 17 ) Op. at. , pp. XXIV a XXVI.
.
( 18 ) Sept Lemons de Physique Genrdev pp 38 e s., edigao Moigno.
199
Escola do Grande Oriente Mistico
SEgAO III
A TEORIA corpuscular foi posta de lado, sem mais cerim &nia; mas a
gravitagao a prindpio em virtude do qual todos os corpos se atraem
entre si, na razao direta das massas e na inversa do quadrado das distancias
que os separam subsis te ainda hoje e reina, soberana , nas supostas ondas
eteteas do Espago. Como hipotese , esteve ameagada de morte porque nao
lograva abnmger todos os fatos que se apresentavam; como lei fisica, e a
Rainha dos antigos Imponder veis , que for am antes todo-poderosos. '*
^
quase uma blasfemia , . . e um insulto a respeitosa memoria de Newton o
po-la em duvida ! exclama um critieo americano de Isis sem Veu. Muito
bem ; mas, que > afinal de contas, esse Deus invisivel e intangivel, em que
devemos crer com uma i6 cega ?
Os Astronomos, que veem na gravitagao uma solugao facil e comoda
para tantas coisas , e uma forga universal que lhes permite calcular movi-
mentos planetarios , preocupam - se muito pouco com a Causa da Atragao.
Dizem que a Gravidade e uma lei, uma causa em si mesma , N6s qualifi-
camos de efeitos as forgas que atuam sob esse nome, e ate de efeitos bem
secundarios. Algum dia se veri que a hipotese cientifica , apesar de tudo,
nao e satisfatdria ; e tera entao a mesma sorte da teoria corpuscular da luz,
passando a figurar nos catalogos cientificos como especulagoes abandonadas
e obsoletas.
Acaso nao manifestou o proprio Newton sdrias diividas quanto
natureza da Forga e a corporeidade dos Agentes , como eram entao cha ^
mados ? O mesmo sucedeu a Cuvier , este outro farol cientifico que brilha
nas ttevas das investigagoes. Em sua Revolution du Globe , ele chama a
atengao dos leitores sobre a natureza duvidosa das supostas Forgas , dizendo
que; afinal de contas, nao ha certeza de que esses agentes nao sejam Pode-
res Espirituais ( Jes Agents Spirituels ) . Ao comegar os seus Priticipia,
Sir Isaac Newton teve o maior cuidado em esclarecer a sua escola que nao
empregava a palavra atragao em um sentido ftsico, relativamente a agao
que os corpos exercem uns sobre os outros , Disse que, no seu entender,
era um conceito puramen te matem tico, que nao implicava consideragao
^ .
alguma de causas fisicas, reais e primaries Em certo trecho de seus
200
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201
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202
Escola do Grande Oriente Mistico
aos versiculos de David Ele colocou seu trono no Sol , o Senhor e o Sol ,
etc . , dizia compreender perfeitamente que os pitagoricos pudessem acreditar
que todos os Globos dissemin a dos pelo Espa o eram Inteligncias racionais
^
( ftzcultates ratiocinativce ) girando ao redor do Sol . no qual reside um
puro espirito de fogo , a fonte da harmonia geral s.
Quando uha ocultista se refere a Fohat , a Inteligencia animadora e
.
diretora do Fluido Universal Eldtrico e Vital , desperta risos Entretanto,
como ja vimos, permanece ate hoje desconhecida a natureza da eletricidade,
assim como a da vida e ate mesmo a da luz. Na manifesta ao de cada uma
das formas da Natureza ve o ocultista a agao da qualidade ou^ a caracteristiea
especial de seu Numeno; Numeno que 6 uma Indtvidualidade dis tin ta e
inteligente, do outro lado do Universo martifestado e meednko. Ora, o
ocultista nao nega ( e , pelo contr rio, est 4 pronto a defender esta opiniao )
^
que a luz, o calor , a eletricidade, etc, , sejam afeccoes , e nao propriedades
e qualidades, da Materia. Com mais dareza: a Materia e a condifao, a
base ou veiculo necessario, o sine qua non , da manifesta ao dessas Formas
ou Agentes em nosso piano. Mas, para fixar bem este ponto , devem os ^
ocultistas examinar as credenciais da lei de gravidade e, sobretudo, da Gravi -
seres superiors a nos . Com isso obedecemos ao mandamento mosaico, ao passo que
os cristaos desobedecem a sua Qtbliar e os missionaries ainda mais que todos. Nao
ofenderds os Deuses , recomenda um deles, Jeova , no Bxodo, XXII , 28; mas , ao
mesmo tempo , no versiculo 20 , ordena: Aquele que sacrificar aos Deuses , exceto
20 }
Escola do Grande Orients Mistico
Assim e que Newton , cuja mente profunda lia facilmente nas entre
linhas, e assimilava o pensamento espiritual do grande Vidente em sua ver-
-
sao tmstica, deve a sua descoberta a Jacob Bcehme, aquele que foi criado
pelos Gnios , os Nirmanakayas , que velavam por ele e o guiavam , e de
quem o autor do actigo diz com tanta justeza:
Cada novo descobriinento denttfico vem provar a sua profunda e tntuitiva
penetra ao nos mais secretos processos da Natureza .
^
E, havendo descoberto a gravidade, Newton, a fim de tornar possfvel
o fen6meno da atra ao no espa o, teve que anular , por assim dizer, todos
^ ^
os obstaculos fisicos capazes de impedir -lhe a livre a;< ao, entre outros o
fiter , etnbora tivesse ele mais que um pressentimento de sua existencia.
Para defender a teoria corpuscular, estabeleceu um vacuo absolute entre os
corpos celestes, Quaisquer que tenham sido as suas suspeitas e convicqoes
fntimas a respeito do liter , por numerosos que fossein os amigos a quem
houvesse confiado seus pensamentos ( como em sua correspondence com
Bentley ) , jamais os seus ensinamentos revel a ram que tivesse partilhado
daquela cren a , Se estava persuadido de que o poder da atra ao nao era
^
suscetfvel de ser exercido pela materia atraves do vacuo 9 , como se explica ^
204
Escola do Grande Oriente Mistico
Prova isso, tao somente, que at homens eminentes como Newton nem
^
at o dia em que um dos dois ou ambos forem substituidos por outra coisa.
Hi trezentos anos , reinava o plenum por toda a parte; depots, foi convertido
em um lugubre vazfo ; e mais tarde os oceanos siderais, que a Ciencia havia
205
Escola do Grande Oriente Mistico
Aos geologos falta algo para f &zerem a geologia da Lua: serem astrdnomos.
Tambem aos astronomos , em verdade, falta aLgo para se dedicarem eficazmente & esse
estudo: serem geologos .** 15
113 ) Quaodo se Mem as obras de Sir Isaac Newton com espfrito impardal e
livre de preconceitos, verifica-sc desde logo quanto ele hesitava entre a gr & vita ao e a
aira o, a impulsao e alguma outra causa desconheciday para explicar o curso regular^
^
dos movimeritos planetarios. Veja-se o seu Treatise on Colour , ( Volume III, questao
31 ). Herschel tios assegura que Newton deixou a seus sucessores o encargo de tirar
de suas descobertas todas as conclusdes rientificas Para se ter ideia de como a ci &ncia
,
moderns abusou do privilegio de fundar suas teorias na lei da gravita$ao, basta ter
presente quao profund amente religiose era aquele grande homem.
( 14 ) A nogao materialists de que, sen do tmpossfveJ em flsica o movimento
real ou sensivel no espa o puro ou vcuo, pottanto uma fiegao o movimento eterno
^
do Cosmos e no Cosmos ( considerados como Espa o infintto ) , simplesmente prova ,
^
uma vez mais, que as expressoes da metaflsica oriental, tais como Espafo puro ,
Ser puro'*, o Absoluto , etc., jamais foram compreendidbs no Ocidente,
1
-
( 13 ) De World Life, de Winchell , p, 379.
206
f
^
sage a considers r o Sol como um gigantesco fma
por alguns fisicos
^
Supondo, pois, que se abandonasse a atra ao ou gravita ao e se pas-
^
teoria esta ja aceita
, ima que atuaria sobre os planetas tal como hoje se
imagina que a atra ao atua, isso porventura faria mudar os astronomos da
posigao em que se encontram atualmente? Nem uma polegada sequer.
Kepler chegou a formular esta "curiosa hipdtese h ^i cerca de 300 anos.
Nao foi por ele descoberta a teoria da atra ao e repulsao no Cosmos, por-
^
quanto ji era conhecida desde os tempos de Empedocles, que duas
formas opostas deu os nomes de famor e 6dio , palavras que implicam
a mesma ideia. Mas Kepler fez uma descrigao bastante exata do magnetismo
cdsmico. tao certo que esse magnetismo existe na Natureza como 6
certo que nao existe a gravitagao, pelo menos tal qual e ensinada pel a
Cincia , que jamais levou em consideragio os diferentes modos por que
atua esta dupla Forga , que o Ocultismo chama de atragao e repulsao, em
ftosso Sistema Solar, na atmosfera da Terra e, aldm , no Cosmos .
[ Segundo escreve o grande Humboldt :
"O espago trans-solar nao revelou , agora, aenhum fen6roeno an Jogo ao nosso
sistema solar . Uma peculiar idade do nosso sistema ^
que a materia, se tenha conden-
-
sado, dentro dele, em an is nebulosos, cujos nucleos, condensando se, formaram as ter
ras e as luas. Insisto: ate agora nada de semelhante jot jamais observado alfat* do
-
nosso stsiema planetartod117
208
Escola do Grande Oriente Mistico
-
exatamente a mesma solugao de Newton , mostrando se ate mais sincero,
mais conseqiiente e logico do que este ? Onde esta a diferenga entre o
Ser todo-poderoso de Newton e os Reitores de Kepler, suas Forgas Side-
rais e Cdsmicas, ou Anjos ? Kepler tambm 6 criticado por sua curiosa
hipotese em que intervem um movimento vertiginoso dentro do Sistema
Solar ", por suas reorias em geral, e por comungar nas idcias de Empe-
docles sobre a atragao e repulsao, e em particular sobre o magnetismo
solar . No entanto, v rios homens de ciencia modemos
^
R . Hunt , se
devemos excluir Metcalfe, o Dr. B. W . Richardson , etc. , como se vera ,
sao decididamente favorsveis ks mesmas ideias. Em todo caso, a Kepler
se desculpa pel a metade, sob a escusa de que:
At a poca de Kepler nao se ha via ainda reccmheddo claiamente ititeragao
nenhuma entre massas de matdria , que diferisse genericamente do magnetismo. ^
209
Escola do Grande Oriente Mistico
nos tempos antigos e modern os uma hipdtese mais ilusdria e menos con-
sen tanea ds exigencias dos principios fisicos 22.
]d se disse a mesma cousa , tempos atras, do fiter universal, e hoje ele
nao somente e aceito, de bom ou mau grado, mas ainda considerado como
a unica explicavao possivel para certos misterios.
As ideias de Grove, quando as expos pela primeira vez em Londres,
no ano de 1840, foram declaradas anticientificas ; nao obstante, sua teoria
da Correlagao das Formas e hoje universalmente admitida. Haveria mister,
cemmente, de algu m mais versado em ciencia que a autora, para combater
^
com mais prcbabilidade de vitoria as ideias que hoje predominam com
respeito & gravitate e a outras solugoes similares dos miseries c6smi
cos . Lembramos , contudo, algumas objesoes apresentadas por sdbios de
-
renome, por astrdnomos e ffsicos eminentes, que refugaram a teoria da
rotagao, bem como a da gravita ao. Le-se, por exemplo, na Enciclopddia
^
Franeesa que a Ciencia admite, segundo a opiniao unzuiime dos seus repre -
sentantes , que e im possivel explicar a origem fisica do movimento rota-
torio do sisterna solar * .
1
rota ao
^
a for a cemrlfuga . E esia for a, que e que a produz? 4 <A for a da
^
dizem-nos com toda a seriedade 23. ^ ^
Conveniente sera examinar ate que potxto essas duas teorias se acham
relacionadas entre si, direta ou indiretamente.
210
Escola do Grande Oriente Mistico
SECAO IV
AS TEORIAS CIENTJFICAS DA ROTAQAO
211
Escola do Grande Oriente Mistico
Massa que, ademais, obtfon o seu peso do corpo sobre o qual pesa .
De modo que nem as concepgoes de Laplace sobre um fluido solar
atmosferico que se estenderia alem das orbitas dos planetas , nem a eletrici-
dade de Le Couturier, nem o calor de Foucault 14, nem isto, nem aquilo,
pode jamais servir de ajuda a qualquer das numerosas hipoteses a respeito
da origem e permannria da rotagao, para escapar & roda desse drculo
vicioso; como tampouco pode faze-lo a pr<5pria teoria da gravitagao Este .
misteho o leito de Procusto da ciencia flsica. Se a Materia passiva ,
como nos ensinam agora , o mais simples movimento nao pode ser uma
propriedade essencial da Materia , pois esta considerada apenas uma massa
inerte. Como, pois, um movimento tao complicado, composto e multiplo,
harmonioso e equilibrado, que persiste durante etemidades, por milhoes e
milhoes de anos, pode simplesmente ser atribuldo h sua propria forga ine~
( 12 ) Lei de Coulomb.
( 13 ) Musee des Sciencesy 1? de agosto, 1857 .
( 14 ) Panorama des Mondest p, 35,
213
Escola do Grande Orients Mistico
rente, sc esta nao 6 uma Inteligncia ? Uma vontade flsica e colsa inteira
mente nova: urn conceito que certamentc jamais teria ocorrido aos antigosl
-
.
'A Forga
[ Faz mais de um sculo que sc aboliu toda distingao entre corpo e forga
dizem os fisicos
6 taoso a propriedade de um corpo em
movimento ; '" a vida , propriedade de nossos orgaos animals, nao c senao
o result a do de sua disposigao molecular 1
*
respondem os fisidlogos. Se-
gundo ensina Littre:
No seio desse agregado a que se da o nome de planeta, desenvolvem se todas -
as forgas imanentes da materia . , . vale dizer que a materia possui em si mesma e por
si mesma as forgas que Lhe sao pnSprias . . , forgas que sao primaries, e nao secundarias.
Tais forgas $ao: a propriedade da gtavidade, a da eletricidade, a do magnetisms, a
da vida .. . Todo planeta pode deseuvolver a vida . .. como a Terra, por exemplo,
que nao fot secnpre habitada por uma raga humana e que agora produz honiens. *5]
Diz um astronotno:
Nds falamos da gravidade dos eorpos celestes ; mas, como se reconhece que o
peso decresce proporcionalmente a distancia do centre, torna-se evidente que, a certa
distenda, o peso deve forgosamente reduzir-$e a 2ero, Se ali bouvesse alguma atraqao,
haveria equilibrio
E como a escola moderna nao admite acima nem abaixo no
espago universal, e de indagar -se o que provaria a queda da Terra , se DBO existisse
gravitagao, nem atragao.
214
Escola do Grande Oriente Mistico
tcs ate Reynaud , todos dizem 3 mesma coisa. Em sen del et Terre; diz
este ultimo:
As orbitas descritas pelos planetas estao longe de ser itnutaveis, e estao, pelo
contrario, sujeitas a perptuas altera oes em suas posi oes e formas "
^ ^
Admitiu ele que a gravita ao e as leis da translate se mostram tao
^ .
negligentes quanto prestes em corrigir seus erros A censura, tal como
est4 formulada, 6 a dc que :
Essas drbitas se alargam e se contraetn altemativamec te; o seu grande eixo
se alonga e se encurta, ou oseik, ao mesmo tempo, da direita para a esquerda, ao redor
do Sol, enquanto o propria piano em que estao situadas se eleva e se abaixa periodica-
mente, girando sobre si mesmo com uma esp6cie de esuemecimento.
gentes
ao
A isso, De Mirville
dirigem invisivelmente o Sistem a Solar
que, como nos, acredita que obreiros inteli -
observa com muito espirito:
Eis ai, certamente, uma viagern que leva consigo pouca preeisao mecanica ; quanto
mais, poder-se-ia compar4-la de um vapor, atirado de um lado para octro, sacudido
pclas ondas, retardado ou acelerado, podendo cada urn estes embara os adiar indefinida-
mebte ^
a chegada , se nao fosse a imeiigSncia de um piloto e dos maquinistas para recupe-
rar o tempo perdido e reparar as avarras. 20
( 19 ) Pflgina 28.
( 20 )
( 21 )
-
Des Esprits, tomo IV, pp. 155 6, Deuxifcme M rooire , III.
Modem Science and Modem Thought, de Laing, ^
215
Escola do Grande Oriente Mistico
Para que corpos de tamatiha magnitude passem per to da Terra sem influir no
movimento desta ou alterar de urn segundo sequer a dnra ao do ano, seria oecessario
^
que a substanria deles fosse rarefeita a um grau inconcebivel /*
216
Escola do Grande Oriente Mistico
a dar prova de sua energia mecanica sob a forma de rotagao, essa massa
proeede do seguinte modo: ou desata em uma conflagragao espontanea, ou
permanece inerte, obscura e fria, sendo ambos esses estados capazes de
faze-la rodar atrav s do Espago, sem causa razoavel, durante milhoes de
^
anos. Seus movimentos podem ser retrdgrados ou diretos, pois se apre -
sentam umas cem razoes diferentes para ambos os movimentos, fundadas
em outras tantas hipdteses , Como quer que seja, ela se confunde com o
labirinto de estrelas cuja origem pertence ao mesmo geneto espontaneo e
milagroso; porquanto ;
* 4 teoria nebular nao se propoe descobrir a ORIGEM das coisas, mas aperns uma
fase da histSria da ntatirta . 24
217
Escola do Grande Oriente Mistico
ama hipdtese contrtai a muitas verdades. Mas falar de uma plurtdidade 4e formas
procedentes da Divindade e dotadas de poderes prdprios, que lhes sao inerentes, nao
e contrdrio razao... e estou disposto a admitir a existencia de fenbmenos produzidos
por agentes intermediirios chamados Formas ou Agentes Secunddrios. A di$tin$ao das
reais e separadas, outras
Formas e o prindpio da divLsao das ci tcias ; untas Formassupostgoes
tantas cienciasfundamentais . . . Nao; as Formas tao sao nem abstratpoes,
senao realktedes ativas, cujos atrlburos podem ser determ in ados com o auxilio da obser-
va ao direta e da indueao. 27
^
218
Escola do Grande Oriente Mistico
SE
^AO V
AS MASCARAS DA CI &NCIA
Fisica
ou Metafisica ?
219
Escola do Grande Oriente Mistico
autonoma , talvez estejam bem mais perto da verdade do que aqueles que,
atacando-os, atacam ao mesmo tempo a antiga teoria corpuscular de Pit -
goras
teoria que, seja dito de passagem , nunca passou a posteridade
tal como realmente a ensinou o grande fildsofo sob a alega ao de que
^
ela se baseia na ilusao de que os elementos fundamentals da materia
podem ser tornados como entidades . distintas e reals .
O principal e o mais fatal dos erros cometidos pela Ciencia , ao ver
dos ocultistas, consiste na id&a de que se possa admitir na Natureza algo
que seja materia morta ou inorginica. Pergunta o Ocultismo: H algo
morto ou inorganico que seja capaz de transform ar-sey ou alterar-se? E
acaso existe sob o sol alguma coisa que permane a imutavel ou constante?
^
[ Para que alguma coisa esteja morta, e preciso que tenha estado viva
em um momento qualquer. Quando, em que periodo da Cosmogonia ? Diz
o Ocultismo que nunca a Materia se acha mais ativa do que quando parece
morta. Um bloco de madeira ou de pedra esta im 6vel e 6 impenetr vel em
^
todos os sentidos . Nao obstante, e de facto , suas parttculas estao animadas
de um movimento vibratdrio incessante, eterno, tao rapido que, para o
olho fisico, o objeto parece em absolute desprovido de movimento; e a
distancia daquelas partfculas entre si , no seu movimento vibratdrio , 6 tao
grande ( visa de outro piano de existencia e percepgao ) como a que separa
f locos de neve ou got as de chuva. Mas, para a ci6ncia fisica, isto sera
um absurdo.]
Em parte alguma se acha mais bem evidenciado esse falso raciocinio
que na obra cienti'fica de um sdbio alemao, o Professor Philip Spiller . Em
seu Tratado de Cosmologia busca o autor demonstrar que:
Nenhum dos constituintes materials de um corpo , nenhum tomo 6 origina
riamente dotado de for a por si mesmo; mas cada um desses dtomos 6 absolutamentc
-
^
morto e nao tern poder algum inerente para atuar a distancia. 2
220
Escola do Grande Orients Mistico
cendo em preto . . . Nao parece que existam limites para a reprodugao de gravuras 4
Que e que aparece fixado, colocado, por assim dizer, no papel ? Cetta-
mente, o que fixa a coisa uma Forga ; mas esta coisa, cujo residuo perma
nece sobre o papel, que i?
-
Os nossos homens de cicncia sair-se -ao do embarago por meio de alguns
eruditos termos tecnicos; mas, que e que e interceptado daquele modo
para deixar aprisionada uma pequena parcela de si mesmo sobre cristal,
papel ou madeira ? um movimento ou 6 uma forga ? Ou nos
dirao que o que permanece nao e senao o efeito da Forga ou do Movi-
mento ? A Forga ou Energia 6 uma qualidade, mas toda qualidade deve
.
pertencer a alguma coisa ou a algudrn Em Flsica , define s a Forga como
aquilo que modifica ou tende a modificar toda relagao flsica entre os
.
corpos, seja mecSnica, tdrmica , qulmica, eletrica , magnetic*, etc Nao 6
essa Forga ou esse Movimento o que fica no papel, quando cessa de atuar
a Forga ou o Movimento; e, no entanto, algo, que escapa 4 percepgao dos
221
Escola do Grande Oriente Mistico
nossos sen lidos fisicos, foi ali deixado para se tornar, por sua vez, urn a
causa e produzir efeitos. Que 6? Nao 6 Materia, tal como a define a
Cifincia , isto e, Materia em um de seus estados conhecidos. Diria um
alquimista que 6 uma secre ao espititual, e rir-se-iam dele. Mas quando o
^
fisico dizia que a eletrieidade armazenada 6 um fluido, ou que a luz fixada
sobre o papel 6 ainda a luz solar, isto era cienda, [ Verdade 6 que autori -
dades mais reeentes repudiaram tais explicates como teorias desacre
ditadas , e passam agora a divinizar o Movimento como seu unico fdolo.
-
Mas nao 6 menos verdade que tan to eles como o seu ldolo compartirao
um dia sorte igual a de seus antecessores!]
O ocultista experiente, que baja comprovado toda a s6rie de Nidanas,
-
de causas e efeitos, que finalmente projetam o seu derradeiro efeito sobre
este nosso piano de manifestato; aquele que tenha investigado a Materia
at o seu Numeno, dir& que a explicate do fisico equivale a chamar & ira ,
ou seus efeitos ( as exclama oes por ela provocadas ) , uma secreto ou
^
fluido, e ao homem , que a causa da ira , seu condutor material. Mas, tal
como profeticamente observou Grove, aproxima -se rapidamente o dia em
que se confessard que as Formas por n6s conhecidas nao passam de manifes-
tates fenomenais de Realidade a respeito das quais nada sabemos, enquanto
que os antigos as discerniam e veneravam.
Fez ele outra observa ao ainda mais significativa , que devia consti
^ -
-
tuir se em divisa da Gencia , ao contrdrio do que sucede. Sir William Grove
disse que:
A Ciinria nao deverta alimcntar desejos nem prevents , A Verdade deveria
ser o seu unico objetivo
222
Escola do Grande Orients Mistico
jamais lhe passou pela iddia aplicar essa observagao ao do minio da meta
fisica transcendental, verdade que a For a pura nao e nada no mundo
-
fisico, sendo Tudo no reino do Espirito Stallo diz que: . ^
Se reduzirmos a zero uma massa sobre a qual atua uma for a dada , por pequena
^
que seja, ou, usando termos matemiticos, se a reduzirmos a iufinitamente peqoena , a
consequencia sera que a velocidade do movimento resultan te passa a ser infinitatoente
grande, e que o objeto . . . nao estara , em qualquer momento dado, nem aqui nem all,
mas em toda a parte; que nao baverd presenga real. , portanto, impossivel construir
materia por meio de uma slntese de formas. 7
22 }
Escola do Grande Oriente Mistico
em outro piano. Mas , se Stallo tern razao, que pretende dizer o Dr. James
Cfoll qu&ndo, ao falar da Transformagao da Gravidade , expoe as mesmas
id ias sustentadas por Faraday, Waters ton e outros? Porque ele diz com
^
muita clareza que a Gravidade
e uma forga que do Espflgo exterior penetra nos corpos, e que nao auraenta
quando os corpos se aproximam uns dos outros, coino geralmente se supoe; o que
sucede 6 que os corpos passam a um meio onde a forga rein* com. maior intensidade. 9
rivel, c que, por conseguinte, nao 6 el&tko ( !! ) A Forga, portanto, nao est$ no
itomo; esta no espaco que separa os faomos entre si
224
f
Mostra isso que tanto a Quimica como a Fisica modernas laboram total
mente em erro nos seus principles fundamentals respectivos. Porque, se se
-
declara absurda a suposigao da existencia de .atomos de gravidades especl
ficas diferentes, com base na teoria afemica da ffsica, e se, nao obstante,
-
a quimica , fundando-se nessa mesma suposigao, obtdm uma comprovagao
experimental infaltvel na formagao e transfer magao dos compos tos quimi-
cos, 6 entao evidente que a teoria dtomo-mecimica nao pode subsistir. A
explicagao desta ultima , de que as diferengas de peso nao sao mais que dife
rengas de densidade, e as diferengas de densidade se devem $ diferengas de
-
distancia entre as particulas compreendidas em um espago dado , carece
realmente dc validade, porquanto, antes de poder o fisico sustentd-la com
o argumen to de que, nao ha vendo no itomo multiplicidade de particulas
nem espago vazio, sao, por conseguinte, imposslveis as diferengas de densi
dade ou de peso no caso dos atomos , e preciso que ele saiba, etn primeiro
-
lugar, o que na realidade 6 um tomo, e 6 isto precisamente o que ele nao
pode saber. Teria que subroete-lo a observagao de um de seus sentidos fisi
-
cos, pelo menos ; nao pode faz lo, pela simples razao de que ningu m
-
jamais viu , cheirou, ouviu, tocou ou degustou um a to mo. O a to mo per- ^
tence totalmente ao dominio da Metafisica. li uma abstragao convertida em
realidade ( ao menos para a ciencia fisica ) ; e, estritamente falando, nada
tem a ver com a Ffsica, pois nunca se pode submet -lo a prova da retorta
^
ou da balanga. A concepgao mecanica passa a set, por tanto, um conglome -
tado confuso de teorias e dilemas os mais opostos, para a mente dos nume-
rosos homens de ciencia que estao em desacordo tanto neste ponto como
E logo adiantc:
A quimica em sua forma ultima deve ser - .
Itonjo mec& nica 1
-
Pouco depois, dizem lhe que:
,
lOs gases sao compostos de jftoraos que se comportam como esferas sdlidas,
perfeitamettte el&sticas 1
homens a quem a intui ao permitiu transporem o abistno
^
que se interpoe entre o aspecto terrestre da Materia e o aspecto que, para
nos, em nosso piano de ilusao, a Substantia subjetiva, isto 6 , transcen -
( 14 ) Wundt, Die Tbeorie der Mztierie, p. 381 .
( 15 ) Nazesmann, Tbermocbemie, p. 150.
.
( 16 ) Kroenig, Clausius, Maxwell, etc. Philosophical Magazine , vol. XIX , p. 18.
( 17 ) Philosophical Magazine , vol. XIV, p, 321 .
226
Escola do Grande Oriente Mistico
227
Escola do Grande Orients Mistico
22 &
Escola do Grande Oriente Mistico
a ciencia exata moderns sofrera algum dia, com certeza, uma decepgao.
A primeira vista, nada pode parecer mais ridicule, mais afrontosamente
absurdo, que dizer, por exemplo: O logue hindu iniciado sabe realmente dez
vezes mais que o fisico europeu mais ilustre, sobre a natureza e a consti
tuigao ultima da 1uz , tamo solar como lunar. E pot que e, entao, quo ele
-
acredita que o Raio Sushumn& 6 o que proporciona h Lua a luz que ela
reflete ? Por que o Raio querido do logue iniciado ? Por que consideram
esses Iogues a Lua como a divindade da Mente? E porque, respondemos
n6s, a luz, ou melhor, todas as suas propriedades ocultas , todas as suas
combinagoes e cor rdadoes com outras forgas mentals, pslquicas e espiri
tuais, eram conhecidas perfeitamente dos antigos Adeptos.
-
Por conseguinte, ainda que a Ciencia oculta possa nao estar tao bem
informada quanto a Quimica de hoje sobre o comportamento dos elementos
compos tos cm varies casos de correlagao fisica, 6 contudo incomensurdvel-
mente superior, em seu conhecimento dos estados ocultos ultimos da materia
e da verdadeira natureza desta, a todos os qulmicos e fisicos juntos de
nossa poca.
Ora, sc dissermos a verdade com toda a franqueza e sinceridade, isto
6 , que os antigos Iniciados tinham um conhecimento da fisica, como ciencia
da Natureza, muito mais amplo que o de nossas Academias de Ciencias ,
todas juntas, o asserto sera tachado de impertinentes e absurdo; porque se
julga que as cifincias fisicas alcangaram em nossa epoca o summum da per
feigao, Daf a pergunta em que transparece o desd6n: Podem os ocultistas
-
conciliar satisfatoriamente os dois pontos seguintes: ( a ) a produgao do
magao do calor em forga mecanica
calor pelo attiro, pela exci tagao do movimenro molecular; e ( b ) a transfor-
jd que se atem & velha e desacreditada
teoria de que o calor e uma substancia ou um fluido?
Para responder, cumpre inicialmente observar que as ciencias ocultas
nao * consideram a eletricidade, nem qualquer das forgas que se sup5e origi
nadas por ela , como Materia em nenhum dos estados conhecidos pela ciencia
-
fisica. Ou mais claramente: nenhuma dessas chamadas Forgas 6 um solido,
um gds ou um fluido. Nao fosse o receio de parecer pedantismo, o ocultista
chegaria mesmo a opor-se a que se chamasse de fluido a eletricidade, por ser
esta um efeito e nao uma causa. Diria , pordm , que o seu Numeno 6 uma
Causa Consciente. O mesmo se dd com a Forga e com o Atomo . Veja -
mos o que um ilustre acaddmico, o qulmico Butlerof , pensa acerca dessas
duas abstragoes. Eis como se expressa o eminente homem de ciencia:
Que e Forga ? Que 6> do ponto dc vista estritamente cicntffico e segundo
a
confumado pela lei de coasemgao da energia ? Os nossos conceitos de forga resu-
229
mem-se nas ideias que fazemos de tal ou tal modo de movimento. Forga 6 , pois, sim-
pltsmente a passagem de um estado de movitnento a out to; da eletricidade ao calor
e & luz, do calor ao som ou a alguma fungao mecanica, e assim por diante 23. Deve
ter sido pelo atrito que o botnem pels priroelra vez conseguiu produzir o fluido eldtrico;
i porta mo o calor que o gera, conforms se sabe, ao alterar o equillbrio de seu estado
zero 24, e a eletticidade per se nao existe sobre a terra mais que o calor, a luz ou outra
forga qualquer. Como diz a Ci ccia , todas elas
^ correlagoes. Quando certa quanti
dade de calor se transform a , por meio de uraa maquina a vapor, em trabdlho mecSnico,
-
falamos da potencia do vapor ( ou forga ). Quando urn corpo que cai encontra um
obstaculo no caminho, origins ado assim calor e som , chamamos a isso forga de colisao.
Quando a eletricidade decompoe a gua ou aquece um fio de platina, dizeinos a forga
do fluido eletrico, Quando os raios do sol sao interceptados por um termftmetro, dila
tando-se o mercurio que este cont m , falamos da energia calorlfica do sol Em uma
-
^ ,
230
.
L
Escola do Grande Oriente Mistico
( 26 ) Ibid .
( 27 ) Ibid .
231
Escola do Grande Oriente Mistico
( 28 ) Ibid.
232
Escola do Grande Oriente Mistico
233
Escola do Grande Orients Mistico
-
elistico, ergo o atomo divisfvel e deve compor se de partfculas ou sub to-
mos. E estes subatom os ? Ou nao sao elasticos, e neste caso carecem de
qualquer impordncia dinSmica, ou tamtam sao elasticos, e entao se acham ,
por sua vez , sujeitos a divisibilidade. E assim ad infinitum. Mas a divisi -
bilidade infinita dos itomos reduz a Matdria a simples centros de For a,
isto e, exclui a possibilidade de conceber -se a Materia como uma substanda ^
objetiva .
Este cfrculo vicioso e fatal ao Materialismo, que se ve apanbado em
suas proprias redes , sem ver como escapar ao dilema. Se diz que o 4 tomo
e indivisivel, tera entao que se haver com a Mecanica, que lhe formula a
seguinte e embara osa questao:
^
Nesse caso, como se move o Universo , e como se relaciomm entre si as suas
formas? Um mundo construfdo de itomos absolutamente nao -el4sticos 4 semelhante a
uma maquina sem vapor: esd condenado & eterna indcia . 28
( 28 ) Ibid,
232
Escola do Grande Oriente Mistico
2})
Escola do Grande Oriente Mistico
234
Escola do Grande Orients Mistico
( 32 ) Mestre em Artes.
( 33 ) Bachard em Leis ,
( 34 ) O Gandharva dos Vedas 6 a divind&de que conhece e revel* aos mortals os
segredos do C u e as verdades divinas, Cosmicamente, os Gandharvas sao os Poderes
-
agregados do Fogo Solar , e constituent suas Formas; psiquicamente, representam a Inteli
gSncia que reside no SushumnS, o Raio Solar mais elevado dos Sete Raios ; misticamente,
sao a For$a Oculta do Soma , a Lua , ou a planta lunar e a bebida que dela se extrai;
fisicamente, sao as causas fenomenais ; e, espiritualmente, as causas mimcica$ do Som
e a "Voz da Natureza , por isso que sao chamados os 6 333 cantores celestes e musi
cos do Loka de Indra, que personificam , inclusive em ntiroero, os virios e mtiltiplos
-
sons da Naturcza , tanto em cima como embaixo. Nas alegorias posteriores, di2-se que
exercem um poder mistico sobre as rauJheres , e que as amam . O sentido esot&ico
obvio. Sao uma das formas, senao os prot6tipo$, dos Anjos de Enoch, o$ FiJhos de
Deus que, vendo que eram belas as filhas dos homens { Gittese , VI, 2 ) , com elas se
casaram, c ensinaram s filhas da Terra os segredos do Cu
^ .
235
Escola do Grande Oriente Mistico
SESAO VI
ATAQUE DE UM HOMEAf DE CIENGIA A TEORIA
CIENTlFICA DA FORCA
dades de forga volt a a ser o pensamento domtnante, seria quase uma heresia reabrir
um debate que parece estar virtualmente encerrado no consetiso unatiime, ha ia algum
tempo; mas aceito o risco e vou , portanto, declarar qual era a opintao exata daquele
imortal herege, cujo nome eu munuuro aos ouvidos do lehor ( Samuel Metcalfe ) , a
respeito da Forga Solar
'
.
todos os fisicos, de que existem na Natures a dois agentes
-
Partindo do prindpio, sobre o qual estao de acordo quase
a materia, que
236
Escola do Grande Oriente Mistico
Mas c$sa bipdtese, popular que seja, nSo devia set aceita com exdusao da teoria
maw simpler da jwtareza material da forga solar e da jnflutaria que este exerce ca
mudanga dos estados de materia , Ainda nao sabemas o bastante para ser dogm&ticos
A hipdtese de Metcalfe sobre a forga solar e a forga terrestre nao so mais
simples, znais sobremodo fascina & re. . . Ha dois elemen tos da Universo: um a matdria
ponderavel . - - o segundo elemento e o eter que a tudo impregna: o logo solar. Nao
tern peso, nem substantia, nem forma, nem cor; e a materia infinitamente divistvel,
e suas particulas sc repelem utnas as outras ; sua sutileza e tal que nao disporaos, para
express4-la , de outna palavra aletn de ter 7 . Penetra e enebe o espago; mas, isolado,
iuerte, o ter que se repele a si mesmo ( ? )
ficaria tainbdm em estado de quietude, morto Juntemos os dois elementos: a materia
e eis que a matdria ponderivel taorta ( ? )
^
se vivi/ica [ A matiria ponderdvd pode estar inert?, mas nunca morta 4 uma Lei
ocuita H . P. B. ] . . . Mo ter [ o segundo principio do ter H . P . B. ] penetra
atrav s das parriculas da substancia ponder vel e , assim penetrando, cotnbba se com
as particular ponder vei$ e as retine em uma massa, mantendo-as unidas enire si :
-
ficam elas dissolvidas no ter
Essa distribuigao da materia solida pondera vel atrav s do eter se estendc, segundo
^
a teoria que estamos examinando, a tudo quanto atualmente cxiste. O ter penetra
tudo. O prdprio corpo humano tsxi impregnado de ter [ou rnelhor, de Luz Astral
H P . B . ]; *e cste que mantem a coesao das menofes partlculas daquele. A planta
-
se encontra nas mesmas condigoes, e outto unto sucede com a terra uoais dura , a rocha ,
o diamante, o crista!r os metais. Mas exist em diferencas nas capacidades das diferentes
classes de mattria ponderavel para receberem a energia solart e e ditto que dependent
os diversos estados cambiantes da matSria: os estados sdlido, Itquido e gasaso. Os cot-
pos sdlidos fltralram mais caldrico que os corpus fluidos, e dal advdm sua firme coesao;
quando se deita uma quantidade ae zinco fundido em um prato de zinco sdlido, o
primeiro se torna tambm solido, porque o caldrico aflui da liquido ao sdlido, ep
estabelecido o equilfbrio, as partlculas anteriormente sol t as ou liquidas ficam mais estfei-
- -
tamente unidas entre s;.. , O mesmo Metcalfe, derendo se no exame dos fen6menos
actma, e atribuindo os & ucidade do prindpio de a?ao> que j & foi explicado, conclui
sua argumenta ao, em terraos bem daros, coin um comentlrio sobre as densidades
^
dos diversos corpos. * A dureza e a moleza 1, | < iz ele, ea solidez e a fluidez nao sao
estados essenciais dos corpos, mas dependem das propor roes relatjvas da materia et rea
e da materia ponderavel de que sao compostos. Os gas mais dristico pode ser redu ^ *
opinioes que , para serem corretas, so precisam de
termos , aqui e all o Doutor Richardson , que e
^
Aqui est um confbsao honesta.
(6)
^
Nao e, por m, o Eter, mas so um dos principles do Eter, sendo este,
(7)
^
por sua vez, um dos principles do Akssha ,
( 8 ) E assim penetra Prana ( Jiva ) todo o corpo vivo do homem; mas , isolado,
sem ter um tomo sobre que atuar, ficaria em estado de quietude, morto; ou seja,
em estado de Laya , ou, segundo a expressao do Sr . Crookes, ^encerrado em Protilo\
E a agao de Fohat sobre um corpo composto, ou ate sobre um corpo simples, que pro^
duz a vida. Quando um corpo morre, adquire a mesma polaridade de sua energia mas-
culina, e, em conseqliencia, repele o agente ativo, o qual , perdendo seu poder sobre o
^
Vishnu, o Coiiservfldor, transform a-se em Rudra Shiva , o Destruidor
a Ci ncia parece desconhecer.
^
todo, se concentra nas partes ou mol culas, o que constitui a ebamada agao qu/mica,
- correlagao que
238
Escola do Grande Oriente Mistico
239
Escola do Grande Orients Mistico
rumos trayados pelo Materialismo modemo l4, muito mais ampla do que
a utilizada pela maioria , Quer se trate de Atomos, do liter ou de ambos,
nao pode a especulacao moderna ttanspor o cfrculo do pensamento antigo;
e este ultimo estava impregnado do Ocultismo arcaico. Teoria corpuscular
ou teoria ondulatdria, tudo a mesma coisa. Sao especula oes derivadas
dos aspectos dos fen6menos, nao do conhecimento da natureza essential ^
da causa e das causas, Quando a ciencia moderna explicou ao seu auditdrio
as ultimas experiSncias de Bunsen e Kirchoff; quando mostrou as sete cores
primirias de um raio que se decompoe, ern determinada ordem, sobre uma
tela; e quando descreveu os comprimentos respectivos das ondas luminosas;
que provou ela ? Justificou sua reputa ao da exatidao no calculo matema-
^
tico, medindo at a amplitude de uma onda luminosa "que varia desde
aproximadamente setecentos e sessenta milionesimos de millmeUro, no extre -
mo vermelho do espectro, at< cerca de trezentos e noventa e trs milion
.
simos de milimetro, no extreme) violeta Enquanto a ptecisao do calculo
-
-
v se, contudo, obrigada a admitir que a Forga
assim alcan ada no tocante ao efeito sobre as ondas lutninosas, a Ciencia
^ a suposta causa
duz, segundo se cri , "ondula oes inconcebivelmente diminutas51 em algum
meio
^
"geralmente identificado com o meio etffreo115 ; meio este que
ainda ftao passa de um "agentc hipotltico .
pro
*
240
Escola do Grande Orients Mistico
SECAO VII
VIDA, FORgA OU GR AVI DADE
E ainda :
A atragao enttc os corpos nao 6 senao repulsao; 6 o Sol que os arrasta sem
cessar; porquc de outro modo o sen movimento teria fim.
Se algum dia for aceita essa teom, de que a Forga Solar e a causa
primeira de toda vida sobre a Terra, e de todo movimento no cdu, e tambdm
a quel a outra teoria, ainda que como hipotese provisoria , fotmulada muito
mais ousadamente por Herschel, a respeite da existencia de certos orga-
uma conditio mats notavel que ouffa qualquer ate entao suspeita . . . objetos com A
forma curiosa de um disco . . . como folhas de salgueiro* . . . de tamanhos diferentes . . .
dispostos sem uma ordem determinada . . . cruzando-se uns aos outros em todas as
dittoes . . . com um movimento por irregular entre si . . . V ero -se aproximar-se e afas -
tar- se uns tlos outros , e assumir vezes novas posigoes angulares; tanto assim que
a sua fipareticia foi comparada a um espesso cardume de peixes , que a sua forma real-
.
242
Escola do Grande Oriente Mistico
fO que quer que sc jam ( aqueles lengois de cbamas ), e evidente que sao as
4
foates imediatas do calor e da luz solar . Temos aqui uma envoltura de materia foto-
genica 6 que oscila com poderosa energia , e que, comunicando seu movimento ao meio
et reo do espaco interestelar , produz o calor e a luz em remotos mnndos. Dissemos
^
que aquelas formas foram comparadas a cerros organismos, e Herschel djz: Muito
embora seja por demais onsado falar de scmelhantes organismos como participantes
da vida [ por que nlo? ] nao sabemos se cssa agao vital e susceti'vel de desenvolvcr
o calor , a luz e a eletricidade . , / Encerrara este belo pensametito uma verdadei*
Sera porverttura a puha ao da materia vital no sol central do nosso sistema a fonte
^
de toda esta vida que enche a Terra, e que sem duvida se estende aos outros planetas,
para os quais o sol e o poderoso ministro ?
243
Escola do Grande Oriente Mistico
"Emprego a palavra 6tcr cm scu scntido geral , significando raat&ia muito leve,
-
vaporosa on gasosa ; emprego a, enfim , do mcsmo modo quc o faz o astronomo quando
- ^ ^ -
fait do Eter do Espa o, querendo significar um mcio sutil, por tn material Ao refe
rir me ao &er nervosot nao tenho cm mente que o dter s6 exista na cstrutura nervosa ;
-
creio, cm verdade, que 6 uma parte especial da organiza ao nervosa ; mas, como os
^
nervos atravessara todos os tecidos que sao capazes de movimento e sensibilidade, da
mcsma forma o eter nervoso se acha em todos eles; e, sen do o 6 ttx nervoso, a men
ver, um produto direto do sangue, podemos considerido como fazendo parte da atmos-
-
fera do sangue . . As provas de que existe um meio eldstico, que impregna a materia
nervosa, e que e suscetivel de scr influenriada por uma simples pressao, mostram-se
de todo em todo con Vincentes . , . Existe indubitavelmente na estrutura nervosa um
verdadeiro fluido nervoso, como ensinaram os nossos predecessors A exata eompo-
si ao qufmica ( ? ) 10 desse fluido nao ainda bem conbecida ; os seus caractercs
^
flsicos foram pouco estudados. Ignoramos se ele se move em correntes; se rircula , se
se forma nos centros, passando destes para os nervos, on se se forma em todas as partes
em quc o sangue penetra nos nervos. Ignoramos , portanto, a verdadeira fun ao desse
.
fluido Ocorre-me, todavia , que o verdadeiro fluido de matdria nervosa nao basta, por ^
si s<$, para atuar a guisa de meio sutil que poe o universe exterior em rela ao com o
mundo interno do homem e do animal. Pen so ( e esta e a altera ao que sugiro na ^
^
antiga teoria ) que deve haver outra forma de materia presente na vida ; uma matdria
que existe cm estado de vapor ou gas, invadindo todo o sistema nervoso, envolvendo
como uma atmosfera 11 cada molecula de tecido nervoso, t servindo de meio para todo
movimento comunicado aos centres nervosos ou por estes transmitidos . . , Quando se
voso
Microcosmo inteiro se concern potencialmente no Liquor Vitat, fluido ner
"O
.. ,
que encerra a natufeza , a qualidade, o career e a essentia dos seres
-
O Arqueu 6 uma essfincia que se acha distiibuida por igual em todas as partes
. .
do corpo humane.. 0 Spiritus Vitse tern sua origem no Spiritus Mundi Sendo uma
emana ao deste Ultimo, contain os elementos de todas as influences cdsmicas, e 6 ,
^
portanto, a causa que podc cxplicar a agao das estrelas [ as formas cdsmicas] sobre o
corpo invisfvel do homem* [ seu Linga Sharira vital ] 14 .
244
Escola do Grande Oriente Mistico
Pode-se arguments que esta nova corrente de idcias nao t afinal . outra coisa
senao a teoria da existSncia do ter . . , que se supoe disseminado QO e3p*90. . . Pode-se
dizer que este ter universal impregna todo o organismo do corpo animal, vindo do
exterior e fazendo parte de toda organiza ao. Tal opiniao, se estivesse ceria [ It ],
equiValeria & descoberta fisica do Panteismo ^ . Nao pode ser verdadeira , porque des-
tmiria a individualidade de cada um dos sentidos. 15
que todas as condusoes do ilustre doutor se baseiam nas teorias fisicas moder
nas, por maior que fosse o seu desejo de reforma-las. Vera , porem, que 6
-
impossfvel faze-lo, a nao ser admitindo a existencia de sentidos espirituais,
que preencham o vazio dos sentidos fisicos gradualmente atrofiados.
Vemos e ouvimos , de acordo ( na opiniao, 6 claro, do Dr. Richardson )
com a explica ao dos fen6menos da vista e do ouvido, oferecida por aquela
^
( 15 ) Popular Science Review , p . 384 .
245
Escola do Grande Orients Mistico
mesma Cicncia Materialist# que pretende nao ser possivel vermos nem ouvir
mos de outra maneira. Os ocultistas e os mfsticos sabem mais. Os arianos
vedicos estavam tao familiarizados com os misterios do som e da cor no
piano fisico quanto o estao os nossos fisidlogos ; mas haviam tamb m dcci-
frado os segredos de ambos em pianos inacessiveis ao materialista. Tinham ^
conhecimento de uma srie dupla de sentidos: espirituais e materials . Em
um homem privado de urn ou de varios sentidos, os que permanecem em
uso se desenvolvem mais ; por exemplo, o cego pode recuperar a visao por
meio dos sentidos do tato, do ouvido , etc.; e o surdo poderi ouvir por meio
da vista, percebendo inteligivelmente as palavras pronunciadas pelos Wbios
e a boca do interlocutor. Mas estes sao casos que pertencem ainda ao mundo
da Materia. A Fisiologia nega a priori os sentidos espirituais, aqueles que
operam num piano superior da consciSncia , porque ignora a Ciencia Sagrada.
Limit a a a$ao do Eter a vibra oes, e, separando-o do at
^
passe o ar de Eter diferenciado e composto
embora nao
, fi-lo assumir fun oes que
^
se adaptem as teorias especiais do fisiologo. Existe, porem, mais verdadeira
cicncia nos ensinamemos dos Upantshads , quando bem compreendidos, do
que se dispoem a admitir os orientalistas, que nao os compreendem nem
tidos
sete no piano fisico e sete no piano mental
pouco nem muito. As correlagoes tan to mentais como fisicas dos sete sen-
estao claramente
explicadas e definidas nos Vedas, e particularmente no Upanishad chamado
AMU git A:
O indestrutlvel e o destrut (vel , tal 6 a dupla manifesta ao do Eu . Dos dois,
^
o indestrutlvel o que existe [ a verdadeira ess ncia ou natureza do Eu, os prindpios
fundamental ]; a manifestacao como bdividuo ( entidade ) 6 charaada o destrutfvel. lfl
( 16 ) The Sacred Books of the East , vol . VIII , cap. XIII , tradufao de K . T.
Telang, p . 292.
( 17 ) IM . cap . XXXV, pp . 384-5.
f
246
Escola do Grande Oriente Mistico
[orgao dos sentidos] , e a mente , e entendimentolft, estes sete [ sentidos ] devem consi-
derate como as causas ( do conhecimento ) das qualidades. O olfato e o gosto, e a
cor, e o som, e o tato como o quin to, e a obje to da operafao mental, e o ofyeto do
entendimento [ a petxepfao espiritual ou o sentido mais elevado], estes sete sao as
causa 9 da a$ao. O que cheira, que come, que v, que fala, que ouve em quitito lugar,
que pensa e que compreende, estes sete sao as causas dos agentes. Estes [ os agentes ],
possuindo qualidades ( sattva, rajas, tomas ) , gozam de suas pr6prias qualidades, agra
daveis e desagradaveis. ^
-
[ Os cotnentadores modernos , nao compreendendo o significado sutii
da linguagem dos amigos escoliastas , interpretam a frase "causas dos agentes
como querendo dizer "que os poderes do olfato , etc . , quando attibuidos ao
Eu, o faz em aparecer como urn agente, um principio ativo ( I ! ) , o que nao
-
moderno. Porque os sabios nao pensam que os seus sentidos tenham alguma
rela ao com elas, nem tampouco com o seu Eu . ] Vemos no Bhagavad
Git ^A que a Divindade diz :
S6 alguns me conhecem verdadeiiamente. A terra, a gua, o fogo, o ar, O
espa o, [ou o
^
cepfao
Akthha , o /Ether ], a mente, o entendimento e o egolsmo [ou a per
de todos os anteriores no piano ilusorio] tudo isso represents uma forma
-
inferior da minha natureza . Sabe ( que existe ) outra ( forma da minha ) natureza supe
rior a esta , que est animada, 6 tu que tens poderosos bravos! e pela qual 6 sustentado
-
este Universo. . . Tudo isso se acha entrelafado em mim , como numerosas p rolas
reunidas por urn io 20. Sou o gosto na 6 gua , <5 filho de Kunti! Sou a luz do sol e^
da In a . Sou . . . o sora ( isto e, a ess end a oculta que 6 a base de todas essas e das
247
Escola do Grande Orients Mistico
todos esses fen6menos que constituent urn enigma para os fisidlogos, tornados
que sao a admiti-los
como a ttansmissao do pensamento, a clarividencia,
a clariaudincia , etc., tudo o que, cm suma, passa por maravilhoso c
anormal ; tempo houve em que tudo isso, e muita coisa mais, estava
sob o domfnio de faculdades c sentidos comuns a toda a humanidade, Suce-
de, porem , que percorremos ciclos que nos levam para tras e para diante;
vale dizer que, tendo perdido em espmtuaJidade o que ganhamos em desen-
volvimento fisico ate quase o fim da Quarta Raga , estamos agora, do mesmo
modo, perdendo no fisico, gradual e imperceptivelmentc, quanto voltamos
a ganbar em re-evoiu ao espirituaL Este processo deve continuar ate a
^
poca em que a Sexta Ra aRaiz se encontre no mesmo nlvel espiritual da
^
Segunda Ra$a , represent a da por uma human!dade hi muito desaparecida .
Mas estas coisas dificilmente serao compreendidas no momento, Deve-
mos retornar & promissora , se bem que algo incorreta, hipotese do Dr .
Richardson a respeito do liter Nervoso . Sob a errftnea tradu ao da pala-
^
vra Akasha por Espaco , vimos que era ele considerado, no antigo sistema
hindu, como o primogenito do Uno, e com uma s6 qualidade, o "SomM,
.
que e setenario Em linguagem esoterica, este Uno e a Divindade-Pai, sendo
o Som sinonimo de Logos , Verbo ou Filho, Seja de modo consciente ou
.
nao, deve ser o ultimo; e o Dr Richardson , ao expor uma doutrina oculta,
^
elege a forma inferior da natureza seten ria deste Som , e sobre ela especula ,
acrescentando :
A tcoria que proponbo 6 que o &er c um produto animal . . . Em difcrentes
classes de animais pode ele variar quanto ds suas qualidades fisicas, de modo que se
adapte is necessidades especiais do animal; mas desempenha essencialracnte o mesmo
papel em todos os animais, e 6 produzjdo da mestna mandra cm todos eles.
ai que esta o cerne do erro de onde partem todas as dedu oes falsas
subsequences. Esse ter Nervoso** o princfpio inferior da Essencia ^
Primordial , que constitui a Vida , a Vitalidade Animal difundida em toda
a Natureza, - e que opera de acordo com as condi oes que encontra para
^
sua atividade. Nao e um produto animal , mas o animal, a flor e a planta
segundo o seu estado mais ou menos sao ou mdrbido
viventes sao os seus produtos . Os tecidos animais apenas o obsorvem,
como o fazem
--
um excitante do movimento animal no senlido de formas ; mas 6 essential para propor
ciocar AS condifdes que ternatn possfvei o movimento/ ' [li precisamente o contra
* ..
] * Mfio condutor de todas as vibtafoes do calor, da luz , do som , da a So elltricg,
^
249
f
do atrito mecamco 28. Mantem todo o si sterna nervoso em uma tensao perfeita, duiante
os estados de vida [certo]. consumido pelo exercicio [ou antes, gerado ] e...
quando a necessidade e maior que a quantidade suprida, tal defickncia se manifesta
pels depressao ou esgotamento nervoso Acumula-se nos centres nervesos durante
o sono, levando-os, se me posso assim exprimir, ao seu diapasao normal , e preparando
desse modo os musculos para uma vida ativa e renovada.
250
Escola do Grande Orients Mistico
* Por causa de alteragoes locais na materia nervosa que ele envolve ...
Sob a
influence de uma excitagao aguda, pode vibrar tempestuosamente, por assim dizer , e
impelii cada musculo dependente do crebro e da medula a urn moviraento sem freio,
a convulsoes inconscientes.**
m
Escola do Grande Oriente Mistico
verdade que nao sabemos o que i a vida; e nao e menos verdade que igoo-
ramos o que e a for a que imprime movimento 5s e& trelas . . . Os seres vivos sao
^
pesados e, coosequenteinente, sujeitos 5 lei de gravidade; sao a sede de feoomenos
-
ftsieo qulmicos, numerosos e vaiiados, indispenslveis a sua existenda, e que devem
ser atribufdos 5 a ao da eterodin&mka [eletriddade, calor, etc, ]. Mas tais fenoioenos
^
se manifestam aqui sob a influfriria de outra forca ... A vida nao esti em antagonismo
com as formas inanimadas , mas lhes goveraa e dinge a a ao por meio de suns leis, 30
^
SESAO VIII
A TEORIA SOLAR
muito mais cent:ais que os centros observados com os mais pode
rosos instrument os de amplia ao , nos centros da matlria viva at onde a vista nlo
pode penetrar, mas para onde
-
^ pode a inteligfincia dirigir se, ocorrem transfonna Ses
- ^
sobre cuja natureza os flsicos e os qtilmicos mais adiantados se mostram incapazes de
nos dar uma no ao; e mo hi ices mo razao alguma que nos leve a pensar que a
^
natureza dessas mutates possa algum dia set determinada por mdo da investigate
ffsica, tanto mais quanto das certamente depended de uma ordem ou natureza total-
men tc diferentes daquelas a que se pode assoriar qualquer outro fenoraeno cochecido,"
e as suas pulsagoes .
( 1 ) The Theosopbist -
Escola do Grande Oriente Mistico
visivel e uma simples janela aberta no verdadeiro paldcio solar, cujo labor
inter no ele revela setn alteracao.
Desse modo, durante o perfodo ou vida solar manvantarica ha uma
circula ao regular do fluido vital de um extremo ao outro do nosso Sistema,
^
de que o Sol e o cora ao, como a circula o do sangue no corpo humano;
.
^ ^
contraindo-$e o Sol com um ritmo semelhante ao do cora ao humano depois
^
que o sangue regressa So que, em vez de realizar o circuito em um segundo
aproximadamente, requer o sangue solar de2 anos para circular em um ano
inteiro para atravessar suas auriculas e seus ventriculos antes de ir depurar
os pulmoes e de voltar ks grandes artrias e veias do Sistema.
Isso nao contestara a Ciencia, pois que a Astronomia conhece o ciclo
fixo de onze anos, ao cabo do qual aumenta o ntimero das manchas solares 2;
sendo o aumento motivado pela contra ao do Cora$ao Solar, O Universo,
^
neste caso o nosso Mundo, respira , como o faz na Terra o homem e toda
criatura viva, a planta e at mesmo o mineral, e como respita o nosso
prdprio Globo em cada vinte e quatro boras, A regiao obscura nao
devida k 'absor ao exercida pelos vapores que emergem do seio do sol e se
^
interpoem entre o observador e a fotosfera , como pretende o Padre Secchi 3;
nem as manchas sao formadas pela propria matSria ( materia gasosa ardente )
que a erupfao projeta sobre o disco solar , O fenomeno semelha k pulsa ao
sadia e regular do coraqao ao passar o lfquido vital pelos orificios de seus ^
musculos , Se se pudesse dar luminosidade ao cora ao humano e tomar
^
visfvel este 6rgao vivo e palpitante, de modo que permitisse sua projecao
sobre uma tela, a exemplo do que fazem os professores de Astronomia para
mostrar a Lua, todo o mundo veria entao repetir-se o fendmeno das man-
chas solares a cada segundo, verificando serem devidas a contra ao e ao
fmpeto do sangue, ^
Lemos em uma obra de geologia que o sonho da ciencia consiste em que:
Todos os corpos simples catalogs dos hao de set um dia reconhecidos como
apenas modifica oes de um so elemento material. 4
^
( 2 ) Nao so a ciencia nao nega o fato, embora o atribua a uma causa erronea ,
e suas teorias, como sempre, estejam em contradi ao tunas com as outras ( vejam-se as
^
teorias de SeccM, de Faye e de Young ) , fazendo depender as manchas da acumulagao
superficial de vapores jnais frios que a fotosfera ( ? ) , etc., etc., senao que hi tamb&n
homens de ciencia que fazem astrologia com as manchas. O Professor Jevocs imputa
k influencia das manchas solares todas as grandes crises comerdals, em cada ciclo de
onze anos ( veja-se o seu llvro Investigations into Currency and Finance ). Segura
mente Isso 6 digno de elogio, e merece estimdo.
-
( 3 ) Le SoleU , II, 184.
( 4 ) World Life, p, 48.
-
254
Escola do Grande Oriente Mistico
mente, como uma coisa sobremodo complexa. Ver-se-ia que a nossa igua
mais pura , em vez de seus dois elementos simples admitidos, o oxig nio e
o hidrogenio, apresenta muitos outros constituintes , nem sequer sonhados ^
pela nossa quimica terrestre moderns.
No reino do Esplrito as coisas se passam como no da Materia; a som -
bra do que 6 conhecido no piano da objetividade existe no da subjetividade
pura , O ponto da substancia perf eit amen te homogene a, o sareddio da Monera
de Haeckel, 6 considerado agora com a arquebiose da existdneia terrestre ( o
protoplasma do Sr, Huxley ) B ; e o Bathybius Hseckelii tem que remontar &
sua arquebiose pre terrestre. Esta so comega a ser percebida pelos astro-
-
nomos em seu terceiro estagio de evolugao e durante a chamada criagfo
secundiria Mas os estudan tes de Filosofia Esoterica compreendem bem o
signifies do secreto da Estancia:
"Brahma . . . tem essendalmente o aspecto de Prakriti , assim evoludonado como
nao evoludonado . . . O Espfrito, 6 Duas Vezes Nasddo [ Iairiado]! , I o aspecto prin-
cipal de Brahma . O que vem depois 6 um aspecto duplo ( Prakriti e Punish* ] . . .
assim evolucionado como nao evoludonado; e o Tempo 6 o ultimo. * $
pelos coagulos da fria e radiante Maeri e pela " sentente Ignea do ardente
Pat" , os quais nao constituent senao um , ou, para usar a linguagem mais
clara da dencia moderna, a genese daqueles elementos se processou nas
profundezas da Ndvoa de Fogo primiriva, nas massas de vapor incandes
cente das nebulosas irresoluveis; pois , como ensina o Professor Newcomb 7,
-
( 5 ) Infelizmente, na hora em que escrevemos estas p'igmas , a "arquebiose da
existncia terrestre** passou a scr, por efeito de uma anilise qufiuica algo mais ngo
rosa, um simples precipitado de sulfato de cdlcio; ou seja, do ponto de vista cientifico,
nem sequer uma substancia orginical Sic transit gloria mundi!
( 6 ) Vishnu Purdna , Wilson, I , 18 , tradugao de Fitzedward Hall .
( 7 ) Popular Astronomy, p. 444.
255.
Escola do Grande Oriente Mistico
das a materia exista em estado de dissoda ao, isto e, num estado em que nao pode
^
haver nenhuma combiiu Io qulmica ; para provar a unidade da materia, seria. pretiso
^
recotrer ao espeetro, que em todos os casos de homogeneidade revelariam uma linha
brilhanie , ao passo que no caso de exislitem vatias combinagSes moleculares
m nebulosa ou em uma estrela fosse
comportaria o espectro duas ou fres Jmbas brilhan
tes ! Em ambos os casos, isso nao seria uma prova para o ffsico ocultista , susteniando
este que alem de certo lirnlte da materia vislvel nenhum espectroscdpio nem tdesedpio
-
nem microscdpio tem qualquef apIica 3o. A unidade da Matdria, daquilo que para o
cabalistas
^
alquimista e a verdadeira Matdria cdstnica ou ^Terra de Adao*
^ como a chamam os
difirilmente pode ser provada ou refutada, nem pelo s bio francos Dumas,
que sugere a "natureza composta dos "'corpos1* tendo em corn a "certas relates e litre
os pesos atomieos , nem sequer pelo Sr. Crookes com a sua materia radiante , embora
as experiencias deste ultimo possam parccer 4 ' mais compreensiveis se admitida a hip6*
tese da bomogeneidade dos elementos da matdria e da continuidade de seus estados1*.
Porque tudo isso nao transcende a materia material , dtgamos assim, nem mesmo naquilo
que o espectro nos revela , esse Olho de Shiva 5 > moderno das experi&ncias fisicas. S6
no locante a essa tn&tiria podia H. Sr. Claire DevilJe dizer que, 4quando os corpos
t
256
Escola do Grande Oriente Mistico
devc aquela ir mais al6m. A nao ser que tambem admita a possibilidade
dc Um Elemento, ou da Vida Una dos ocultistas, teri que manter suspensa
no ar aquela substancia unica , sobretudo se a limita as nebulosas solares,
ccmo o ataude de Mafoma, mas sem o poderoso tma que sustinha este
atatide. Felizmente para os fisicos especulativos , se nao estamos em con
di oes de indicar com alguma precisao o que a teoria nebular implica, pos-
-
^
sfvd nos foi aprender, gragas ao Professor Wincbell e a varios astronomer
dissidentes, o que ela nao implica .
Mas, por outro lado, infelizmente isso esta longe de esclarecer ate os
mais simples dos problemas que tem preocupado e ainda preocupam os
homens de ciencia em sua investigate da verdade. Devemos prosseguir
em nosso inqu rito partindo das primeiras hiptfteses aventadas pela cifcncia
^
moderns , se queremos descobrir ortde e por que ela erra. Veremos talvez
que Stallo tem razao afinal de contas, e que os erros, contradi oes e equl-
^
vocos em que incidem os homens de ciencia mais eminentes sao devidos
tao-somente a sua atitude anormal. Sao materialisms, e querem permanecer
como tais quand meme , apesar de que os principios gerais da teoria atomo -
-mecanica base da flsica modema sao substancialmente idSnticos &s
doutrinas cardeais da met a flsica ontolog ica . Por isso, os erros funda -
mentals da ontologia se tornam aparentes a medida que progride a ciencia
f i s i c a A Ciencia esta impregnada de conceitos metaffsicos, mas os
s$bios se negam a reconhece-lo, e lutam desesperadamente para colocar
mascaras tomos- mecanicas nas leis incorporeas e espirituais da Natureza
em nosso piano, nao querendo admitir sua substancialidade nem mesmo em
outros pianos, cuja existncia contestam a priori.
F4cil e mostrar, todavia, como os sibios, aferrados a suas opinioes
materialistas , tem procurado, desde os tempos de Newton , encobrir e mas
carar os fatos e a verdade. Mas a sua tarefa se az cada vez mais dificil; e
-
cada ano a Quimica, na vanguarda de todas as outras ciSncias, mais e mais
se aproxima do lado oculto da Natureza. Esta em via de aprender aqudas
verdades ensinadas durante sculo$ pela Ciencia Oculta, e que ate agora
tem sido tratadas com desprezo e zombatia. A Materia e eterna , diz a
Boutrina Esot rica. Mas a Materia em seu estado laya ou zero , tal como
^
a concebem os ocultistas, nao 6 a materia da ciencia moderna , nem mesmo
em seus estados mais rarefeitos. A materia radiante do Sr . Crookes
apareceria como materia da especie mais grosseira no reino dos ptimordios,
uma vez que ela ai se converte em puro Espirito antes de sequer rctornar
ao seu primeiro ponto de diferendacao. Quando, portanto, o Adepto ou
o Alquimista acrescenta que, embora sendo eterna a materia ( porque
Pradhana ) , os Atomos nascem em cada novo Manvantara ou reconstru ao
do Universo, isto nao e uma contradicao, como poderia pensar o materia ^ -
lista, que nao ere cm coisa alguma fora do dtomo. Hi uma diferen a entre
^
a materia manifestada e a nao-tmmifestada ; entre Pradhana , a causa sem
comedo e sem fim , e Prakriri ou o efeito manifestado. Diz o sloka:
2S7
Escola do Grande Oriente Mistico
Aquilo que a causa nao evolucionada, os stfbios mais ilustres cbamanwio enfa -
ticaxnente Pradlktia , base original , que 6 Prakrit! sutil, ou seja , o que 6 etcmo e o que
ao mesmo tempo e nao , ou simples pricesso ." 10
258
s
-
I
-
Permiti me, setihores, chamar agora a vossa atetigao por urn momento sobre urn
assunto que intere&sa aos prinelpios fundamentals da quimica, sobre um assunto que
nos pode levar a admitir a possivel existencia de corpos que , nao sendo oompostos
nem misturas, tambetn n3o sao corpos simples no sentido mais estrito desta palavra ;
de corpos que eu me atrevo a chamar meta -simples . Para tornar claro o men pensa-
mento, 6 necessrio voltar ao conceito que n <5s faxemos de um corpo simples. Qual
e o crit rio referente a um elemento? Oode devemos tragar a linha demarcflt6ria entre
^
a existencia distinta e a identidade? Ninguem poe em duvida que o oxig&nio, o sddio,
o cloro e o enxofre sejam elementos distintos; e, quando tratamos de grupos como o
cloro, o bromo, o iodo, etc., ainda que fossem admissfveis graus de simplicidade
( e quern sabe se futuramente nao chegarem at esse ponto ) , concordatlamos em admitir
que o cloro se aproxima muito mais do bromo que do oxig nio, do sddio ou do
^
enxofre. Tamb m o niquel e o cobalto muito se aproximatn um do outro, etnbora
^
ningudm divide que ambos tem o direito de ser classtficados como corpos simples
dlferentes. Nao posso, gontudo, deixar de perguntar que opinio tern prevalecido
entre os qulmieos, se as respectives solutes desses corpos e de seus compostos apre
sentassem cores idSnticas, em vez de cores que sao aproximadamente complementares
-
entre si. Tcr-seda, ainda assim , admitido a natureza distinta de cada um ? Quando
vamos mais longc e chegsmos as chatnadas terras raras , menos iinne 6 o terreno sob
nosSos p6 s . Podemos admitir o eseandio, o it rbio e outros da mesena classe como cor-
^
pos simples; mas que dizer no caso do neodimio e do praseodfmio, se ectrc eles
podemos considerar que nao existe nenbuma diferenga quimica bem determinada , se
-
tuadas ? Mas tambem aqui podemos super que o animo da maioria dos qultnicos
o seu principal titulo de individualidadc se apdia simplesmente sobre diferengas mini
mas em suas qualidades bisicas e em suas facukladcs de crisralizagao ainda que
suas diferengas fi sicas, observadas atravds do espectco, sejam mui fortemente acen-
pender ia para o la do da indulgence, de modo que 6 prov vel viessem a admitir esses
^
dois corpos deutro do drculo migfco. Em quanto a saber se, assim procedendo, pode-
riam invocar algum prindpio de ordem geral, questio duvidosa. Se admitimos tais
candidate*, como poderemos , em sa justiga , excluir as series de corpos simples ou
-
meta simples que Kruss e Wilson nos deram a conhecer? Aqui as diferengas espectrais
sao bem marcantes, enquanto que as minhas prdprias investlgagoes sobre o didlmio
tambem mostram uma Iigeira diferenga b sica , pelo menos entre alguns desses corpos
^
dix comumente
-^
duvidosos. Devem induir-se na mesma categoria os nmnerosos corpos distintos, nos
qiiais 6 prov vel que o dbio, o Itrio, o samdrio e outros 'elementos
^
l
rentes agrupamentos se fundent rao imperceptivdmente uns nos outros que 6 impos
como se
tm sido e sao agrupados. Onde, pois, tra ar a linha? Os dife-
-
sivel estabelecer uma separata definida entre dois corpos adjacentes, e dizer que o
corpo deste lado da linha simples, e que nao o o situado do outro lado ou nao
passa de algo parecido a um corpo simples ou que dele se aproxima. Onde quer
que se possa tragar uma linha com aparente raaao, n3o hi ddvida que seri ficil assinar
i maioria dos corpos o lugar que Ihes compete, pois que em todos os casos a verdadeira
dificuldade de classificagao comega quando nos acercamos da linha divisdria . Adml-
tem-se, naturalmcnte, ligeiras diferengas qulmicas, c, at certo ponto, a mesraa coisa
^
se faz com diferengas flsicas bastante acentuadas. Quer dizer, pordm , quando a tinica
259
Escola do Grande Oriente Mistico
que autoriza o candid ato a passar ? Apresentarei algtms exemplos, recolbidos de minhas
experiencias pessoais, com rcla$ao a certos candidates duvidosos.
260
Escola do Grande Orients Mistico
261
Escola do Grande Oriente Mistico
tragado sobre um piano, mas projetado no espago de tres ditnensoes. Que melhor
flgura poderfamos escolher, capaz de preencher todas as condigoes requeridas ? Muitos
fatos podem ser perfeitamente explicados, s upon dose que a projegao, no espago, da
curva em ziguezague do Professor Emerson Reynolds seja uma espiral. Esta figure.
6 , no eutanto, inadmisslvel, tanto mais que a curva deve passer duas vezes em cada
deb por um ponto neutro, quanto & eletricidade e d energia quimica. Curopre- nos,
portanto, adotar outra figuta , A curva em forma de oho ( 8 ), ou lemniscata, resu-
ra irl um ziguezague assim como urn espiral, e satisfaz todas as condigoes do problem*,
262
Escola do Grande Orients Mistico
afirma oes ocultas , Tudo isso vira a ser algum dia confirmado pela Cincia ;
assim ^esperamos e confiamos . Ou amos, pordm , algo mais acerca daquele
tipo genetico primordial do Caduceu ^ simbolico.
Semelhante figure resultari de trs movimentos simultiineos muito simples.
^ -
Prime, uma simples osdla ao para tras e para diante ( figuremos que seja de Este para
Oeste ) ; secundo , uma simples oscila ao em aogulos retos com a primeira ( suponha-
^
mos de Norte para o Sul ), reduzida a metade a dura ao periddica , ou seja, com uma
^
rapidez duas ve2es maior ; e tertio, um movimento em ingulos retos com aqueles dois
{ de cima para baixo, por exemplo ) , que em sua forma mais simples teria uma veloci-
-
dade uniforms. Se pro/ e tamos essa figura no espafo, observamos, ao exam ini la, que
as pontas das curvas em que se farmam o cloro, o bromo e o iodo se aproximam uma
de outra ; qUe o mesmo sucede com o enxofre, o selfcnto e o telurio; igualmente com
o fdsforo, o arsenico e o antimdnio, e de modo idntico com outras s&ies de corpos
-
analogos. Poder se-i pergumar se esta teoria explica por que e cocao aparecem os
elementos naquda ordem , hnoginemos um movimeoto de rracsJa o cfdico no csp& o,
^
em que cada evolu ao presidisse b genes c do grupo de elementos que anteriormente
^
representei como produzidos durante uma vibragao completa do p ndulo. Suponhamos
^
que se tenha assim cumprido um ciclo, e que o centro da for a criadora desconhecida,
primitives
- ^
em sua grande Jornada pclo espa o, semeasse ao Jongo do seu caminho os dtomos
^
as sememes, sc me permitem a expressao itomos que entao se juntariam
para convert er se nos grupo $ hoje conhetidos como o litio, o berllo, o boro, o carbono,
o nittogfcnio, o oxigfcnio, o fluor, o sddio, o magn&io, o aluinfaio, o silicic , o ffoforo,
.
o enxofre e o cloro Qual 6 , segundo todas as probabilidades, a forma do caminho
agora seguido? Se se limitasse estritamente ao mesmo piano de temperatura e de
tempo, os grupamentos elementais que apateceriam em seguida seriam abda os do
Jftio, e o ciclo primitive se repeteria eternamente, produzindo uma e outra vez os
mesmos 14 corpos simples. As condiedes, por&n, nao so mteiramente as mesmas.
O espa o e a eletriridade nao sof re ram alteragao ; mas a temperatuta se modificou, e
^
assim, em vez de serem refor ados os atomos de Ktio por & tomos anilogos em todos
^
os concertos, os grupos atomicos que aparecem quando prindpia o segundo dclo n2o
fotmam o lit JO, mas o pot ssio, seu desccndente em linha reta. Suponhamos, pois, que
^
a vis generatrix executa um movimento de varvdm em ciclos, sobre um caminho em
Pralaya Universal
-
o Maha Pralaya- -
que produzem os Pralayas parciais, depois de cada Dia de Brahma , e um
, que somente ocorre no fim de
cada Idade de Brahma. Mas as causas cientificas de semelhantes dissolu oes,
tais como as apresenta a Ciencia exata , nada tem a ver com as verdadeiras
causas. Seja como for, mais uma vez foi o Ocultismo confirmado pela Cien-
^
.
cia, pois diz o Sr Crookes:
Demonstramos, com argumentos recolhidos do laboratdrio quimico, que na
ria que passou por todas as ptovas de um corpo simples existed ligeirfssimos
tndt
^
matizes de diferenca que tornam admissfvel a selegao. Vimos que a distin ao tradi
^ -
donal entre corpos simples e compostos \A nao se concilia com o progress da ciencia
qufmica, devendo o criterio ser modificado a fim de que possa abranger um grande
numero de corpos intermedios, os meta-eIementos* \ Demon &tramos que as objegdes
de Clerfc-Maxwell, por tnais ponderiveis que sejam, podem ser contestadas; e, final
mente, expendemos razees que levam a cter que a materia primitiva foi formada pela
-
a ao de uma forca geradora , lan ando, a intervales de tempo, if tom os dot ados de
^ ^
quanddades variaveis de formas primitives de energia. Se nos for pefmitido a venturer
conjeturas quanto & origan da energia enterrada em um totno quimico, poderemos,
^
creio eu , supor que as radiates de calor que da materia ponderavel do Universo se
propagam externamente, atravds do eter, sao, por algum processo natural que aioda
desconhecetcos, transformadas nos confins do Universo em movimentos primirios
os essenciais dos tomos qulmicos, que, desde o momento de sua formafao, gravitam
para o centro, devolvendo assim ao Universo a energia que, de outio modo, estaria
para ele perdida, por efeito do calor radiantc. Se esta suposipio estiver bem fundada,
a chocante predigao de Sir Willi&ra Thomson quanto i decrepitude final do Universo,
em virtude do esgotamento de sua energia , cair por terra. E desta maneira, sentores,
que se pode, segundo penso, tratar provisoriamente a questao dos corpos simples. O
nosso escasso conhecimento ace tea destes primeiros mist rios vai-se ampliando de forma
metddica , ainda que Icntamente. ^
Por uma estranha e curiosa coincidencia, ate mesmo a nossa doutrina
setenria parece estar se impondo i Ciencia. Se bem compreendemos, a
Quimica fala de quatorze grupos de atomos primitives
o lftio, o berilo,
o boro, o carbono, o nitrogenio, axignio, o fluor , o sddio, o magn sio,
.
o alumlnio, o silicic, o fdsforo, o enxofre e o cloro; e o Sr Crookes, refe- ^
rindo-se is atomicidades dominantes , delas enumera sete grupos, pots diz:
A medida que o poderoso foco de energia criadora da a volta, vetno lo disse
minar, durante sucessivos ciclos, em uma regiao do espao, sementes de If do, potissio,
- -
rubfdio e c sio; em outra regiao, de cloro, bromo e iodo; em uma terceira, de sddio,
^
cobre, prata e ouro; em uma quarta , de enxofre, seJ&iio c telurio; em uma quinta,
de berilo, cikto, estrdncio e Wrio; em uma sexta, de magn sio, zinco, c dmio e mer
^ ^ -
264
Escola do Grande Orients Mistico
cuftO; e cm uma sdtima regiao, de f 6sforo, ars nico , antimorno e bismuto [o que per
^ .
fa2 $ete grupos pot uro Iado. E depois de mostrar ] .. cm outras regioes os detoais
-
elementos , a saber ; o aluminio, o galio , o mdio e o tallo; o silicio, o germanio e o
estanho; 0 rarbono, o titanio e o zirconio . . , [ acrescenta ] 6 encomrada uma posiglo
26?
Escola do Grande Oriente Mistico
SEfAO IX
A FORgA FUTURA
266
Escola do Grande Oriente Mistico
-
no de sobre-humanos. Se a Keely fosse permitido faze lo, poderia ele redu-
zir a atomos todo um ex rcito no espago de alguns segundos, tao facilmente
^
como reduziu aquele estado o corpo de um boi morto.
Pedimos agora ao leitor que dispense sdria atengao a esta for a recem
-descoberta , & qual o seu inventor deu o nome de Forqa ou Formas Intere- ^ -
tericas.
Segundo a humiide opiniao dos ocultistas, e a de seus amigos mtimos ,
Keely estava e esta ainda no limiar de um dos maiores segtedos do Universo ;
daquele, principalmente, sobre o qual repousa todo o mistrio das Formas
1sicas e o significado esoterico do simbolismo do Ovo do Mundo , A
Filosofia Oculta, considerando o Cosmos, manifestado e nao manifestado,
como ufna UNIDADE, simboliza o conceito ideal do primeiro em um "Ovo
-
( 1 ) A palavra sobrenaiur&l quer dizer acima ou fora da Natureza . A Natu- I
reza e o Espa o sao a mesma coisa Ora, para o metafisico, o Espa o existe fora de !
^ *
^
todo ato de sensa ao, sendo uma representa?ao puramente subjetiva , apesar da oposigao
t
^
do Materialism, que desejaria associa-lo necessariamente a uma sensa ao qualquer ,
^
Para os nossos sentldos, o Espafo e realmente subjetivo quando considered independen-
temente de seu conteudo. Como, pois, e possfvel que um fenomeno, ou seja que outra i
coisa for, se produza fora ou alem daquilo que nao tem limites ? Ainda quanto a
extensao do espa o se converts em me to conceito, e seja considerada como uma id ia
^
rdacionada com certas agoes, como pensam os materiaUstas e os ftsicos , nem assim
i
cabe a estes o direito de definir e afiirnat o que pode ou oao pode ser produzido por
formas geradas dentro ainda de espagos limitados, visto que nao- fazem eles nenhuma
id ia, sequer aproximada , do que sao essas Formas,
i
^
267
Escola do Grande Orients Mistico
de Ouro com seus dois p61os. O polo positive c o que atua no mundo
manifestado da Materia , ao passo que o j>51o negativo se perde no incognos-
dvel Absoluto de SAT a Asseidade 2. Nao podemos dizer se isso esti de
acordo com a filosofia do Sr Keely , o que alias nao tem muita impott&ncia
,
tadas as mlquraas ate hoje construfcfo, nunca se encontrou o rneio de produzir um centro
neutro. Se se houvesse conseguido, teriam cbegado ao fim as dificuldades daqueles
que procucam o movimento continue , e este problema passaria a sex coisa resolvida.
So haverte necessidade do impulso initial de algumas libras sobre tal mecanismo para
- ^
faze lo funrionar durante s culos. No projeto de minha mdquina vibratdria nao cogitei
de obter o movimento contlnuo ; mas se forma um circuito que tem realmente um
centro neutro, o qual pode ser vivificado pelo meu 6ter vibrattfrio e, uma vez sob a
aco desta substantia , passa a ser uma miquina virtualmente independente da massa
( ou globe ) 3, c isto devido a velotidadc assombrosa do circuito vibratdrio , Entrc-
tanto, apesar de toda a sua perfei ao , necessita a miquina de ser alimentada com 6ter
^
vibratdrio para constituir um motor independence . . . Todas as construgocs requerem
funda ocs com uma resist ncia proporcional ao peso da massa que devem suportar,
^
mas as fundagoes do Universo assentam era um ponto do vacuo infinitamente menor
que uma mol&ula ; era uma palavra, e para expressar com exatidao esta verdade, em
um ponto interet&nco, que s6 uma mente infinita 6 capaz de corapreendet. Sondar
as profundezas de um centro etdrico e exatamente o raesmo que buscar os conflns
do vasto espa o do dter dos c u$, com a diferen a de que um o campo pOBttivo,
^
e o outro 6 o campo negativo. ^
Esta d precisamente , como e f cil ver, a Doutrina Oriental . Q ponto
intereterico do Sr. Keely 6 o ponto laya dos ocultistas; todavia , n5o e
necessaria 'uma mente infinita para compreende-lo', bastatido apenas uma
4
mente o contrario .
( 3 ) Independents em certo sentido; mas nao sem conexao com ela .
( 4 ) Por Fobat , mais provavelmente responderia um ocultista .
268
Escola do Grande Orients Mistico
blvel velocidade de rot&gao ( ou inicial ) , responderci que nao hi mente finita capaz de
o untender. A filosofia da acumulagao c a dnica prova dc que aemelbante poder ( ol
.
conferido A rea dc um desses ieotnos, se assim me posso exprimir, apresenta a
^
forga atrativa ou magn tica, cletiva ou propulsora , toda a forga receptiva e toda a forga
^
antagdnica que caracterizam um planeta da maior dimcnsao; c assim, continuando a
acumukgao, permatiece perfeita a equagao. Uma vez fixado este centro dimimito, a
-
forga que seria necessiria para desvii Io de sua posigao teria que set de potencia tama
nha como a que fosse capaz de deslocar o maior dos planetas existentes. Quando
*
-
esce centra atdmlco neutro varia de Iugar, deve o plan eta segui fo O centro neutro
leva consigo a plena carga de toda e quaJquer acumulagio desde o ponto de partida,
permanecendo o mesmo, em pcrpetuo equillbrio no espago eterno.
269
Escola do Grande Oriente Mistico
gratidao de toda a humanidade. Far tudo isso, e mais ainda , se ele e os que hi
anos lhe vem acompanhando os progressos nao levarem demasiado longe as suas espe-
ran$as.
271
Escola do Grande Orients Mistico
meteu, transmitindo entao ao mundo o seu invento ; mas essa verdade lhe
sal tar a aos olhos dentro em pouco tempo. Vemos uma boa prova disso
no que ele expoe a respeito de sua obra:
uQuem examinar a minha raaquina , se quiser ter uma no ao, mesmo aptoxi
- ^
mada, do seu modus operandiy deveri descartar-sc de toda td&ia de tn& quinas que fun
*
272
Escola do Grande Orients Mistico
eados, e a obter , como presume* haver obtido , dontinio sobre a for$a sutil e estranha
que estou manejando.
Uma das forgas era por ele mesmo gerado , e operava por seu intermedio.
Outra pessoa que repetisse o que ele fazia nao produziria o mesmo resul-
tado. O que funcionava era, em verdade, o fiter de Keely; o liter de
Smith ou de Brown nao surtiria nenhum efeito . Porque a dificuldade de
Keely, atd agora, consistin em construir uma mquina capaz de desenvolver
e de regular a forfa sem a intervenfao da vontade ou influencia pessoal
do operador, seja consciente ou inconscientemente. Este foi o ponto em que
se malogrou o seu intento; a utiltzafao da maquina por outrem ; ningu m
senao ele podia faze-la funcionar. Do ponto de vista oculto foi? por&n, ^
um resultado muito mais importante que o sucesso por ele esperado com
o seu fio condutor ; sucede, no entanto , que jamais se permitird que resul
tados obtidos com a Forfa Eterica ou Astral ptocedente do quinto e do sexto
-
prindpios tenkam aplicaqao a fins mereantis. A seguinte declarafao de uma
personalidade que conhece intimamente o Sr , Keely prova que o organismo
deste se acha diretamente relacionado com a produgao de seus maravilhosos
resultados:
' Em certa ocasiao os adorn stas da Keely Motor Company puseram em suas ofi-
clnas um homem com o expresso objetivo de descobrir o segredo. Apds seis meses de
cuidadosa observagao, disse ele um dia ao Sr, J , W. Keely ; Sei agora como se procede'.
Ha vi am os dois acabado de montar uma tn quim , e Keely entao mane java a chave que
^
servia para fazer passar ou inter romper a forga, 'Pois experimented respondeu ele.
O homem deu volta & chave, c nada aconteceu , Mostte-me de novo como se faz, disse
o homem a Keely. Este asseat iu , e a mdquina funcionou imediatameote , O outro
repetiu a tentaciva , mas sem xito. Entao Keely Jhe p6s a mao sobte o ombro, e o
coavidou a experimental* mais uma vez. Ele o fez, e o efeito foi a produgao instantanea
da corrente.
27 }
Escola do Grande Oriente Mistico
Isro prova a nossa afirmativa. Nao hi vibragoes que possam ser con-
tadas , nem sequer estimadas aproximadamente, alem do reino do quarto
Filho de Fohat , para nos servirmos de uma expressao oculta, ou seja, al m
daquele movimento que corresponde a fermagao da materia radiante do Sr.
Crookes, que ha alguns anos se ebamou, com certa simplicidade, o quarto
estado da materia neste nosso piano.
Se se perguntar por que nao foi permitido a Keely ir aldm de deter -
minado limite, seri ficil a resposta: porque a sua descoberta , alias incons-
ciente, e a terrivel Forga sideral conhecida pelos Atlantes, que a chamaram
Mash-mak , e a qual os Rishis arianos dao, em seu Astra Vidya, um nome
.
que nao desejamos divulgar o Vril da R/i$a Futura de Bulwer Lytton e
das futuras Ragas de nossa humanidade . O nome Vril pode ser uma fiegao;
mas a Forga em si e um fato que na India nao se poe em duvida, como
nao se duvida da existencia dos Rishis, em face das referSncias contidas em
todos os livros secretos.
Essa Forga vibratdria aquek que, dirigida de um Agniratha 11, mon
tado em um barco voador ou em um balao, segundo as instrugoes que se
-
encontram no Astra Vidy, poderia reduzir a cinzas um exercito de 100.000
ho mens com os seus elef antes, com a mesma fadlidade com que o faria a
um rato morto. No Visbnu- Purdna, no R&m&yana e em outras escrituras
-
se menciona alegoricamente a mesma Forga , na fabula que se refere ao sabio
Kapila , cujo olhar converteu em um monte de cinzas os 60.000 filbos do
Rei Sagara , e se encontra explicada nos Livros Esot ricos, que aludem a
ela com o nome de Kapilaksha , o Olho de Kapila.
E haveria de permitir-se que as nossas geragoes acrescentassem esta
Forga SatSnica i colegao de brinquedos anarquistas conhecidos pelos nomes
de relogio mecanico de melanita, laranjas explosivas, cestas de flores' 7 e
outros apelativos semelhantes ? Deveria essa Forga tornar- se propriedade
comum de todos os homens, indis tint amen te, essa Forga que, uma vez em
maos de algum Atila moderno, algum anarquista sedento de sangue , redu-
ziria a Europa em poucos dias a seu estado cadtico primitivo, sem deixar
um s6 homem vivo para conli lo? -
O que o Sr. Keely realizou ja e extremamente grande e maravilhoso;
tern ele, com a demonstragao de seu sistema , uma tarefa suficiente para
abater o orgulho daqueles materialistas dentlficos, revelando mistdrios que
se encontram aldm do mundo da materia , sem precisar, nolens volens, de
274
( 11 ) De Agni
fogo e ratha = caffo.
Escola do Grande Orients Mistico
275
Escola do Grande Orients Mistico
urn ponto alto de tenuidade correspondente a classe de subdivisao que ihe permite
-
desprender se do coxpo de onde se originou . Os sons provenientes de diapasoes
* *
vibratbrios, dispostos de modo que produzam acordes etericos, ao mesma tempo que
difundem seus tons ( compos tos ) , penetram em todas as substancias que se acham dentro
do raio de agao do sen bombardeio atomico. O soar de uma campainha no vacuo poe
em liberdade esses atomos, com a mesma veloddade e o mesmo volume que no ar
Kvre; se a agitagao da campainha se mantivesse itdnterrupta durante alguns milhoes
de anos, a materia de que e formada se desintegraria por completo em seus elementos
primitives ; e se o recinto estivesse hermeticamente fechado, e fosse bastante resistente,
o espago va2io ao redor da campainha ficaria submetido a uma pressao de milhares e
milhafes de libras por polegada quadrada, em virtude da subst& ncia sutil desprendida ,
Em meu entender , a definigao exata do som e a perturbagao do equilibrio atbmico,
quc liberta verdadeiros corpusculos atdmicos ; e a subststocia que deste modo se des-
prendc deve ccrtamentc pertencer a determinada classe de fluxo et6rico. Em tats
condigoes, nao seta razoavet supor que, se esse fluxo continuasse subtraindo elementos
do corpo de que se trata, este acabaria por desaparecer completamente com o passat
do tempo? Todos os corpos , assim animais como vegetais e minerals, sao original!a-
mente constituidos por esse eter tao sutil, e so retornam a mesma condigao quando
levados a utn estado de equilibrio difere tidal .. No que se refere ao odor, so podemos
*
formar uma idem aproximada de sua extrema e maravilhosa tenuidade considerando que
se pode impregnar uma grande extensao da atmosfera , por espago de muitos anos,
com apetias um grao de almiscar , o qual, sendo pesado no im desse enorme intervalo,
nao acusara nenhuma diminuigao apreciavel. O grande paradoxo referente ao fluxo
de particulas odoriferas esta em que podemos aprision-Ias em um reciplente de cris *
tal ( ! ) . Tctnos aqui uma substancia muito mais sutil que o vidro onde foi confinada;
e no entanto ela nao pode escapar . como se fosse um crivo com criffcios sufiedente-
raente grandes para deixarem passar bolas de bilhar , retendo, por6m, a areia fina,
cujos graos nao poderiam atravessa-los; em suma , um recipiente molecular que encerra
uma substancia atbmica , Ek um enigma que confundiria to do aquele que se detivesse
em medita-lo. Mas, por infinitamente tenue que seja o odor , 6 ainda muito grosselro
quando comparado com a substancia correspondente k subdivkao a que pertence um
fluido magn 6tico ( correme de simpatia, se assim quiserem cham&io ) , Esta subdivkao
6 imediara a do som , mas Ihe 6 superior. A agao do fluxo de um fml e, de certo
modo , idntiea k da parte receptora e distributiva do c6rebro humano, que sempre
,
( 13 ) Certo, pais existe mats a setima, alm da qua! recomega a mesma nume-
ragao, da primeira k Ultima , em outro piano mais elevado
( 14 ) 340 metros ,
.
( 15 ) 6 666 ,66 m .
( 16 J Do folheto The New Philosophy , da Sra . BIootnbield-Moore.
276
Escola do Grande Oriente Mistico
Que 6 esta nova For a , ou o que quet que a Cincia Ihe chame , esta
^
For a cujos efeitos sao inegiveis , como o admitiram vinos naturalises e
^
fisicos que tm visitado o laboratdrio do Sr. Keely e presentiado suas
notiveis experiSncias ? Serd tambm nm modo de movimento no vacuo ,
onde nao ha materia que o ptoduza , mas tao-somente o som outro
modo de movimento , sem ddvida , uma sensagdo causada por vibra oes ,
a semelhanga da cor ? Gonvencidos , como estamos , de que tais vibrates ^
sao a causa imediata dessas sensa oes, rejeitamos em absoluto a teoria cien-
^
tffica unilateral de que fora das vibra oes et&icas ou atmosfdricas nao exista
^
nenhum fator que $e possa considerar exterior a nos 17 .
HA uma s rie transcendental de causas postas em movimento, por assim
^
dizer, na realizagao desses fen6menos; causas que , nao estando em reiagao
com os estreilos limites da nossa faculdade de conbecer, s6 podem ser
compreendidas e estudadas , em sua origem e natureza , pelas faculdades espi-
rituais do Adepto. Sao, como disse Ascl pio ao Rei , corpos incorpdreo ,
^
quais os que aparecem no espelho , e formas abstratas , que vemos ,
ouvimos e sentimos em nossos sonhos e visoes , Que t m a ver com elas
os modos de movimento , a luz e o ter ? Sem embargo, nos as vemos ,
ouvimos , tocamos, e sentimos o seu odor ; ergo , sao tao reals para nos ,
em nossos sonhos , quanto outra coisa qualquer neste piano de M4y(L
277
Escola do Grande Oriente Mistico
SE AO X
^
SOBRE OS ELEMENTOS E OS ATOMOS
278
Escola do Grande Oriente Mistico
uma Alma ; nao uma Alma necessariamente desencamada, mas urn Jiva,
coma dizem os hindus, urn centro de Vitalidade Potencial, com uma inteli-
gencia latente; e, no caso de Almas complexes, uma Existntia inteligente
e ativa , desde a ordem mais elevada ate a mais inferior; uma forma compost a
-
fisico oriental
-
de mais ou menos diferenciagoes, preciso ser metaffcico e um meta
para compreender o nosso significado, Todos esses Ato-
mos almas sao diferenciagoes do Uno, e estao para ele como a Alma Divina ,
Buddhi , esta para seu Esplrito Animador, Atma, que lhe e inseparavel .
Os fisicos modemos , ao adotarem a Teoria Atomica dos antigos, esque-
ceram uni ponto, que o mais importante da doutrina; e por isso nao
foram al m da casca, sendo incapazes de retirar a amendoa. Admitincfo os
atomos ^
fisicos, omitiram o fato significative de que, desde Anaxagoras a
Epicuro, ao romano Lucrecio, e ate mesmo a Galileu, todos estes fildsofos
criam em tomos anmadQS > nao em partfculas invisiveis da chamada mate
.
ria bruta Segundo eles, o movimento rotatdrio foi gerado por atomos
-
maiores ( leia-se : mais puros e divinos ) , que impeliam outros itomos para
baixo, ao mesmo tempo em que os mais leves eram impulsionados de baixo
para cima. A significagao esot&ica disso 6 a constante curva ciclica de
Elementos diferenciados, para cima e para baixo, atraves de fases inter-
dclicas de extst&icia, at que cada urn alcance o seu ponto de partida ou de
origem. A idia era tanto metafisica como flsica, e sua lnterpretagao oculta
abrangia os Denses ou Almas, em forma de dtomos , como as causas de todos
os efeitos prodmddos na Terra pel as secretes dos corpos divinos 3.
Nenhum fildsofo anti go, nem mesmo os cabalistas judeus, dissociou
jamais o Espfrito da Materia, e a Materia do Espirito. Todas as coisas
tinham sua origem no Uno, e, procedentes do Uno, a ele deviam voltar
finalmente.
A luz se convene em caJotr, e se consolida em partlculas fgneas, as quais, ap6s
A ignigao, se convertem em particulas frias, duras, redotidas c lisas. E a isto se chama
a Alma aprisionada em esu envolt6rio de materia . *
279
Escola do Grande Oriente Mistico
revolugao; quer dizer, todas passam pela via cldica do renascimento. Alguns
-
cabalistas julgam que esta doutrina se refere tao so a uma especie de purga
torio para as almas dos maus. Mas nao e assim.
-
-
A passagem da Alma Atomo pelas sete Camaras Planetarias * tinha
o mesmo significado fisico e metaffsico. Fisico, quando se dizia que a
Alma se dissolvia no fiter. O prdprio Epicuro, que serve de modelo aos
conhecimento, chegando a ensinar que a Alma
esta em toda particula atdmica
-
ateus e materialist as , acred!tava na antiga Sabedoria , de que tinha algum
em tudo distinta do
Espirito imortal, achando se este nela encerrado de modo latente, como o
era composta de uma essdneia sutil e
delicada , extra!da dos Homos mais puros, mats redoftdos e mats finosz .
-
V se, par tan to, que os antigos Iniciados, seguidos mais ou menos de
perto por toda a antiguidade profana, usavam a palavra Atomo para signi
ficar uma Alma, um G&nio ou um Anjo, o primogenito da Causa, sempre
-
oculta, de todas as causes e nesta acep ao os seus ensinamentos se fa2em
^
compreensiveis . Afirmavam eles, como afirmam seus sucessores, a exis *
vara grande parte do que hoje ensina a ciencia. modern a, a saber : a exis ten-
cia de uma Materia ou Substantia Cd&mica primordial do Mundo, eterna
mente homogenea, exceto durante suas fases periddicas; entao, universal-
-
mente difundida no espafo infinito, ela se diferencia e forma gradualmente,
de si mesma , corpos siderais. Ensinavam a revolucao dos Cdus, a rota ao
da Terra, o sistema heliocentrico e os vertices atflmicos
na realidade, Almas e Inteligencias. Esses atomistas eram fildsofos pan
teistas altamente espirituais .
^
sendo os Atomos,
-
Jamais Ihes tetia passado pela mente, nem
mesmo em sonhos, esta progenie oposta, monstruosa, que e o pesadelo de
nossa ra a moderna e civilizada : por uma parte, Atomos materials inani-
^
mados que se dirigem a si proprios, e, pela outra, um Deus extracdsmico.
Talvez seja dtil explicar o que era a M6nada, e qual a sua origem, seg undo
os ensinamentos dos antigos Iniciados,
A ciencia exata moderna, assim que comecou a sair de sua inf &ncia,
percebeu o grande axioma, ate entao esotdrico para ela, de que coisa alguma ,
seja no dominio espiritual , psiquico ou fisico do Ser, pode nascer do Nada.
-
( 6 ) Veja se Isis sem Viu , I, p. 152,
( 7 ) Veja-se Mackenzie , ibid ., sub voc .
( 8 ) fsts sem Veu , I , p. 317 .
280
Escola do Grande Orients Mistico
Nao hi causa, no Universo manifestado, que nao tenha seus efeitos adequa -
dos, no Espafo ou no Tempo; nem pode haver efeito sem uma causa ante -
-
rior, devendo se esta, pot sua vez, h outra aitida mais elevada, e tendo que
permanecer a Causa final e absoluta como Causa sem Causa, etemament
incompreenslvel para o homem. Mas nem isto e ainda uma soluble; e, ^
se queremos de algum modo deter-nos em seu exame, ha de seJo do ponto
de vista filos6fico e metafisico o mais elevado; nao sendo assim , e melhor
nao tocar no problema , E uma abstra ao, a cujo contato a razao humana
^
vacila e amea a sogobrar , por mais habimada que esteja as sutilezas meta-
^
ffsicas. Pode-se demonstrado a qualquer europeu que se disponha a esfor -
9ar-$e para resolver o problema da existncia pelos artigos de f 6 dos
?
281
Escola do Grande Oriente Mistico
41
h trs testemunhos . o Espirito, a Agua e o Sangue nao teria sentido
se nao tivesse nenhuma relate ou conexao com o enunciado mats filosd-
fico do grande mestre vedantino, que, no falar dos Envoltorios, dos prin -
cipios do homem , de Jiva , Vijnanamaya , etc,, os quais sao Agua e Sangue
ou Vida em sua manifesta ao fisica , acrescenta que so Atma, o Espirito, e
^
o que permanece ap6s a retirada dos envoltorios, sendo o Cnico Teste-
munho, ou unidade sintetizada . A outra escola , menos espiritual e menos
filosofica, fixando-se apenas na Trindade, fz trs testemunhos do "unico
testemunho , relacionando-o assim mais com a Terra do que com o Cdu ,
282
Escola do Grande Orients Mistico
283
Escola do Grande Oriente Mistico
seus Pais sem forma , os Sete Filhos da Luz, ainda eles mestnos, a quern se
pode aplicar a frase mlstica bramanica: Tu 6$ AQUILO > 5
Brahman. Des-
tes Dhyani-Buddhas emanatn seus ChMyas ou Sombras, os Bodhisattvas dos
reinos celestials, os prototipos dos Bodhisattvas super terrestres e dos Bud-
dhas terrestres ; e, finalmente, dos homens. Os sete Filhos da Luz sao
chamados tambem estrelas.
A estrela sob cuja influencia nasce uma Entidade humana
Ensinamento Oculto
reza o
permanece para sempre como a sua estrela durante
todo o cido de suas encarnagoes em urn Manvantara . Mas esta nao & a sua
estrela astrologica. A ultima diz respeito e se relaciona tao somente a
Personalidade ; a primeira, a IndividualidaJe. O Anjo desta Estrela, ou o
-
DhySni-Buddha com ela relacionado, serd o Anjo que guia, ou simples
mente o que preside, por assim dizer, cada novo renascimento da Mdnada ,
-
que e parte de sua prdpria ess ncta> ainda que o seu vefculo, o homem ,
- ^
possa ignora lo sempre. Cada um dos Adeptos tem o seu Dhyani-Buddha , a
-
sua Alma Gmea mais velha, que ele conhece, chamando a Alma Pai -
-
e Fogo Pai . Mas e sd na ultima e suprema Iniciagao que ele se ve face
a face com a sua brilhante Imagem" e aprende a reconhec Ja . Que conhe-
^
cia Bulwer Lytton sobre esse fato mistico, quando, em um de seus mottien -
tos de mais elevada inspiracao, descteveu Zanoni em presen ga de seu
Augoeides ?
O Logos, ou o Verbo, assim nao-manifestado como manifestado, 6
chamado Ishvara, o Senhor, pelos hindus; os ocultistas, porem, lhe dao
outro nome, Ishvara , dizem os vedantinos, e a consciencia mais elevada
na Natureza . < Esta consciencia , respondem os ocultistas, 6 s6 uma uni-
f
284
Escola do Grande Oriente Mistico
sob a influ ncia de um dos scte planetas e de uma das mencionadas e inu-
meraveis combinafoes planetarias 14 ]
Consequentemente, a MonacLa, considerada como Unidade, esta acixna
do sdtitno principle* no Cosmos e no homem; e, como Triade, 6 a progSnie
direta e radiante daquela Unidade complexa , nao o Sopro de Deus , nome
este que se da a mesma Unidade * nem uma cria ao ex-mbil , porquanto seme-
^
Ihante id ia 6 de todo antifilosdfica e degrada a Divindade, rebaixando a
^ -
a uma condigao finita e com atributos , Como muito bem disse o tradutor
de Crest-Jewel of Wisdom , ainda que Ishvara seja . Deus ,
Imutavel nos mais profundos abismos dos Pralayas e [ tamb&n ] durante os
mais intensos pedodos de atividade do Manvantaras, alem [ dele] estd ATMA, ao redor
de cujo pavilhao reinam as trevas do eterno MXYMK W
,
( 14 } Vejase The Tbeosopbisl agosto de 1886, p. 729.
( 15 ) O etto, hoje universal, de se atribuir aos antigos o conhecimento de apetias
sete planet as, simplesmente porque nao menctonavam outros, tern sua origem na
tnesma ignorancm geral de suas doutrinas ocultas , A questao nao e se conheciam ou
nao a exist nda dos planetas ultitnamente descobertos ; mas se a veneragao que tinbam
pelos quatro Grandes Deuses exotericos e pelos tres secretos, os Anjos Estelares , nao
se baseava em afguma raaao especial. A autora ousa aflrmar que semelhante razao
exlstia, e e a seguinte: Aiuda boje coohecemos ( e esta questao nao pode atualmente
ser diritnida em um ou outto sentido ) , eles teriam assodado s6 os sete ao seu culto
religloso p>orque estes sete se acbam direta e cspedalmente relacionados com a nossa
Tern , ou , usando a fraseologta esoterica , com o nosso anel seten rio de Esferas.
( 16 ) S2o ]oao , X, 30
.
^
( 17 ) Ibid . , XX, 17 .
( 18 ) Ibid . , XIV4 28 .
( 19 ) S&o Matus, V , 16.
( 20 ) Ibid . , XIII , 43.
( 21 ) I Cor . , Ill , 16 .
285
Escola do Grande Oriente Mistico
planetaria que ele. Foi o conhecimento dessa Doutrina Oculu que encontrou
exptessao na revista The Idyll of the White Lotus> quando T. Subba Row
escreveu o seguinte:
Cada Buddha encontra, em sua riltima Iniciapao, todos os grandes Adeptos que
.
alcan aram o estado Buddhico nas idades precedentes . . ; os Adeptos de cada classe
^
tem o seu proprio la o de comunhao espiritual, que os une a todos entre si . , , O
^ .
unico meio possivel e eficaz de entrar em semelhante irmandade. . consiste em ficax
sob a influencia da Luz Espiritual que se irradia do prdprio Logos do candidate. Posso
ainda acrescentar . . . que sctndhame comunhao s6 6 possivel entre pessoas cujas almas
derivam sua vida 7 e sua forga do mesmo Raio divino ; e que, assim como do Sol
Central EspirituaF emanam sete Raios distintos, assim tambdm todos os Adeptos e
Dbyau Chohaus sao divisiveis em sete classes, cada uma das quais 6 dirigida, governada
e protegida por uma das sete formas on macJfestates da Sabedork Divlna 22
equatorial, cujo centro aproximado esfcS ocupado pela nossa Terra, viu desfilarem 16 000
estrelas em um quarto de hora ; e que, aplicando este calculo a totalidade da Via
Lactea , encontrou nela nada menos que dezoito milhSes de Sdis; nao 6 de admirar que
Laplace, conversando com Napoleao I, dissesse que Deus e uma hipdtese, sobre a qual
e de todo em todo mu til especular a ciencia fisica exata. So a Metafisica Oculta e a
Filosofia transcendents sao capazes de levantar uma. pequenina ponta do v6u impe-
netrdvel que se antepoe ao eonhecimento deste assunto,
( 25 ) Ntimeros , XI, 16.
( 26 ) Deuteron6 mioi XXXII, 8.
287
Escola do Grande Orients Mistico
Que tm a ver, port an to, outras na oes com aquela Divindade nacional par-
^
ticular ? Deixemos, pois, que o Anjo Gabriel vele sobre o Iran, e
Miguel-
Jehovi sobre os hebreus . Esses nao sao os Deuses de outras
nagoes, e diffcil e compreender por que os cristaos escolheram um Deus
contra cujos mandamentos Jesus foi o primeiro a insurgir-se.
A origem planetaria da Monada, ou Alma , bem como de suas facul
dades, foi ensinada pelos Gnosticos. No curso de sua descida para a Terra
-
e de seu regresso da mesma , cada Alma , nascida da Luz Infinita 26, tinha
que passar pelas sete regioes planetarias em ambas as vias. Os Dhyani
e os Devas puros das mais antigas religides converteram-se, no decorrer
do tempo, entre os masdefstas , no Sete Devas, os ministros de Ahriman ,
cada qual encadeado ao seu planeta 28; entre os br&nanes, nos Asuras e
em alguns dos Rishis, bons , maus e indiferentes. Entre os Gnosticos egfpcios,
Thoth ou Hermes era o chefe dos Sete, cujos nomes foram mencionados
por Origenes como: Adonai, genio do Sol; Tao, da Lua ; Eloi, de Jupiter;
Sabaoth, de Marte ; Orai, de Venus; Astaphai, de Mercuric; e Ildabaoth
( Jeova ) , de Saturno. Finalmente, o Pistis-Sophia, que a maior auto
.
ridade moderna sobre crengas gnosticas exotericas, C, W King, considera
-
monumento precioso do Gnosticismo , faz -se eco das cren as arcaicas,
embora deformando-as para adapta-las a fins sectaries . Os Regentes Astrais^
das Esferas ( planetas ) criaram as M6 nadas, ou Almas, de sua propria subs-
tncia, com as lagrimas de seus olhos e o suor de suas afli?oes , dotan -
-
do as com uma centelba de sua substSncia, que 6 a Luz Divina. Nos
volumes III e IV explicaremos porque estes Senhores do Zodiaco e das
Esferas foram transformados pela teologia sectaria nos Anjos Rebeldes dos
11
cristaos, que os foram buscar nos Sete Devas dos Magos, sem compreender
o significado da alegoria 30.
288
Escola do Grande Oriente Mistico
Esse "Pai dos fariseus era Jeov3> que era idntico a Caim, a Satur
no, a Vulcano, etc.; o planeta sob cuja influencia haviam nascido e o Deus
-
que adoravam. evidente que naquelas palavras e admoesta oes deve haver
um significado oeulto, apesar de mal traduzidas, pois que foram pronun^ -
ciadas por quem amea ou com o fogo do inferno a todo aquele que simples-
^
mente chamasse Raca, n scio, ao seu irmao 33.
^
tamb m evidente que os planet as nao sao meras esferas que brilham
^
sem objetivo no Espa o, mas sao os dominios de varies Seres , desconhecidos
^
at agora dos nao-iniciados, e que, no entanto, nao deixam de manter uma
rela9ao misteriosa, ininterrupta e de grande influencia com os homens e os
globos. Cada corpo celeste 6 c templo de um Deus, e estes Deuses sao,
por sua vez, os templos de DEUS, o Desconhecido NaoEspirito . Nada
h profano no Universo . Toda a Natureza e um lugar^ consagrado, pois ,
como disse Young,
Cada uma destas estrelas 6 um templo ,
Pode-se , assim, demonstrar que todas as religioes exot ricas sao copias
^
deformadas dos Ensinamen tos Esot ricos. O clero 6 responsavel pela rea ao
^ ^
contemporanea em favor do Materialismo. Adorando as conchas vazias dos
ideais pagaos personificados para fins alegoricos , e obrigando as
massas a renderJhes culto, as ultimas religioes exoteiicas converteram os
pafses oddentais em um PandemSnio, em que as classes superiores adora -
ram o bezerro de ouro, e as massas inferiores e ignorantes foram induzidas
a adorar um fdolo com pes de barro .
289
Escola do Grande Orients Mistico
SECAO XI
O PENSAMENTO ANTIGO COM VESTUARIO
MODERNO
2.90
Escola do Grande Oriente Mistico
esta teoria ; a penas afirmamos que ela necessita de ser completada e refun-
dida . Longe estao, porem, os ocultistas de ser os unicos hereges neste
particular; pois o Sr, Robert Hunt, F . R . S . , diz que:
A reoria ondulatoria nao explica os resultados destas experience as 9. Sir David
Brewster, em seu Treatise on Optics , depois de mostrar que as cores da vida vegetal
provetn... de utna atragao especiiica que. as particular destes corpos exetcctn sobre os
raios solares de cores diferentes*, e que e por meio da luz do sol que se elaboram os
sucos coloridos das pi ant as, que se txansformam as cores dos corpos , etc /, observa nao
sec facil aceitar que tais efeitos possam ser produzidos pela simples vibrafao de urn
meio etericob Diz ele que se v for$ado, por esta classe de fatos, a radoduar como
.
se a luz fosse material 9 [ ? ] O Professor Tosiah P , Cooke , da Universidade de Harvard ,
declara que fnao pode concordar com os que con si deram a teoria ondulatoria da luz
.
como um prinripio cientffico estabelecido ' 7 A doutrina de Herschell de que a inten -
sidade da luz, quanto ao efeito de cada ondulagao, inversamente proportional ao qua -
drado da dist ncia do corpo luminoso, se 6 correta , prejudice em muito a teoria ondu-
^
latdria , se 6 que nao a destrdi mesmo , Que ele est com a razao 6 fato que ficou
comprovado repetidas vezes por meio de experincias com fotomctro; mas a teoria ondu
latdria , se bem que comece a ser objeto de s&ias dtividas, permanece ainda de p. 8
-
Aquela observa ao de Sir David Brewster de que $e ve < forado ;
^
a raciocinar como se a luz fosse material
ha muito que replicar A luz, >
( 3 ) Sou muitas vezes censurada por empregat em Isis expressoes que dcnotam
crenga etn um Deus pessoal e antropotnorfico. Nao foi a minba inten ao . Na lingua-
^
gem cabalistica, Arquiteto15 e o nome generico dos Sephiroth, os Construtores do
Universo, da mesma forma que a Mente Universal ^ representa a coletividade das
Mentes Dhyan Cbohanicas.
( 4 ) Timceeus.
( 3 J his sem Veu , vol. I , p. 258.
( 6 ) Researches on Light in its Chemical Relations .
( 7 ) Modern Chemistry.
.
( 8 ) Isis sem Veu, vol , I , p > 137
291
f
*
Aqui devemos repetir o que dissemos na Sefao VIII, a saber, que so
ha uma ciencia capaz de prosseguir nas itxvestiga oes modernas pelo camh
nho unico que ha de conduzir a descobma da verdade, M6 agora oculta , ^
e essa d a mais jovem de todas, a Quimica, tal como atualmente se apre
senta reformulada. Qutra nao ha , sem mesmo excluir a Astronomia, que
-
possa orientar com tanta seguranqa a intuigao cientffica , como pode faze-lo
a Quimica , Temos duas provas disso no mundo da Ciencia: dois grandes
quimicos dos mais eminentes em seus respectivos paises, Crookes e o Pro
fessor Butlerof ; um acredita sinceramente nos fen6menos anormais, e o
-
outro era um espiritista tao entusiasta quanto famoso por seus conhecimen
tos de ciencias naturais.
-
E daro que a mente cientificamente educada do quimico, ao mesmo
tempo que reflexiona sobre a divisibilidade final da Materia e sobre a pes-
quisa , ate agora infrutifera , do elemento de peso atomico negative, deve
sentir-se irresistivelmente atraida para aqueles mundos sempre encobertos,
para aquele misterioso AJem , cujos insondaveis abismos parecem fechar-se
a aproxima ao de mao demasiado materialista que Ihes procura descerrar o
^
veu . o desconhecido e o sempre incognoscivel
agnostico. Nao e verdade '
responde o quimico perseverance
mos na pista , e nao queremos desanimar; e voluntariamente franquearemos
adverte o monista
Esta -
o limiar da misteriosa regiao em que a ignorancia poe a etiqueta de desco-
nhecida.
[ Em sua alociicao presidencial de Birmingham , disse o Sr . Crookes:
S6 ha um desconhecido: a essenria ultima do Esplrito [o Espflfo]. Aquilo que
nao e o Absolute nem o Uno 6 , em vlrtude mesmo dessa difetendapio, e por tnais
di statue que sa ache nos sentidos ffskos, sempre acessivel a mente espiritual humana ,
que e um resplendor do Integral nSo-diferendado / ]
J
esse fim composto de Tpfc ( anterior a ) e UXTJ ( a sobstSncia de que estio fdtas as
.
coisas ) A palavra nao 6 uma novidade, pois que hi 600 anos Roger Bacon escreveu
em sua Arte Chymice que uos elementos sao feitos de UXT] e cada elemento se trans-
forma em outro elemento .
O conhecitnento de Roger Bacon nao veio por inspira ao a esse mara-
^
vilhoso mago dos tempos passados 10 , senao que o adquiriu no estudo de
antigas obras de Maria e Alquimia , possuindo- a chave da verdadeira signi-
fica ao de sua Iinguagem . Vejamos, porem , o que diz o Sr. Crookes acerca
^
do Protilo , este vizinho proximo do inconsciente Mulaprakriti dos ocultistas :
Vatnos partir do momento em que surgiu o primeiro elemeato. Antes disso,
a materia, qual a conhecemos, nao existia. igualmente itnpossivel conceber a materia
sem energia , e a energia sem materia; de certo ponto de vista , ambos sao termos con-
versed s. Antes do nascimento dos atomos, todas ess as formas de energia, que se
manifestam quando a materia atua sobre a materia, nao podiam ter existido 11; estavam
encerradas no pr6tilo como meras potencialidades latentes. Coincidindo com a criafao
dos dtomos, todos estes atributos e propriedades , que penniteoi distinguir um elemento
quimico de outro, surgem a existencia )& compietamente dotados de energia /' 12
( 10 ) Assim , o que a autora desta obra dizia ha dez anos ( em 1877 ) , em tsis
sem Veu , tem o sabor de profecia . Eis as proprias palavras :
Muitos desses mfsticos, segubdo os ensinamentos recolhidos de tratados que foram
secretamente consent dos e transmitidos de gera ao em gera ao, levaram a cabo desco-
^ ^
bertas que nao seriam para desprezar mesmo em nossa 6poca de ciSncias exatas. Roger
Bacon, o monge, foi ridicularizado como charlatao, sendo geralmente classificado, nos
dias atuais, entre os que "pretendianv possuir a arte mgica; mas as suas descobertas
nao foram, por isso, tnenos aceitas, e sao hoje utilizadas pelos que mais o ridicularizam.
Roger Bacon partencia de direito, senao de fato, a ess a Confraria que Inclui todos OS
que estudam as Ciendas Ocuftas. Vivendo no seculo XIII, e sendo, portanto, quase
contemporaneo de Alberto Magno e de Tomas de Aquino, suas descobertas, tais como
a pdlvora e os vidros dticos, e seus trabalhos em mecanica eratn por todos considerados
como outro s tantos rnilagres. Acusaram -no de haver feito um pacto com o Diabo.
( VI. I, pp. 64-65. )
( 11 ) Assiln 6; < fessas formas de energia , , que se fazem evidentes . .
, n o labo
ratdrio do quimico e do fisico; mas existem outras formas de energia associadas a outras
-
formas de materia , que sao supra- senstvets , rnas conhecidas dos Adeptos.
( 12 ) Presidential Address, p , 16.
295
Escola do Grande Oriente Mistico
294
Escola do Grande Orients Mistico
dos
o
cofpos
forte*
Arguments do Dr , Camelly em abono da natureza composta dos chama
simples, pot sua analogia com as radfculas compostas
-
Ate o presente , so a Alquimia , em seu periodo histdrico e nos cbama-
dos paises civilizados, logrou obter um verdadeiro corpo simples ou uma
partfcula de Materia homogenea , o Mysterium Magnum de Paracelso , Mas
isso foi ante s da poca de Lord Bacon 18.
. . Volcemos agora k pane superior do esquema. Com o hidrogenio de peso
atdmico = 1, nao hi lugar para outros corpos simples , a nao ser talvez para o hipo-
tdtico hiiio . Mas se consegutssemos passar atraves do espelho e cruzar a linha zero
em busca de novos princlpios, que encontrariamos do outro lado do zero? O Dr ,
Carnelly pede um corpo simples de peso at&nico negative, aqui hd amplo espa o e
mafgetn suficiente para uma serie espectral de nao-substancialidades que tais. ^ -
Helm
-
holtz diz que a eletrlcidade e provavelmente tao atomica quanto a materia ; sera a eletri
cidade um dos corpos simples negatives ? E o eter lutninoso outro? A materia , - qual
a conhecemos hoje, nao existe aqui ; as formas de energia , que sao apareutes nos movi-
mentos da materia , nao passam ainda de possibilidades latentes. Uma subst&ncia de
peso negativo nao e incortcebbel 17. Mas podemos format um couedto claro de um
corpo que se combine com outros corpos em proposes que se expressem por quanti
dades negativas? 19
-
Uma genese dos corpos simples, tal como a que delineatnos, nao se confinaria ao
nosso pequeno si sterna solar, mas seguiria provavelmente a mestna $6rie de sucessos em
todos os centros de energia visiveis atualtnente sob a forma de estrelas .
Antes de surgirem os dtomos para gravitar uns em torno dos outros, nao podia
-
exercer se pressao alguma; mas, nos confins da esfera de nevoa ignea, em que tudo
protilo, e em cujo nucleo as formas colossais que indicam o nasdmento de um
elemento qufmico exeteem toda a sue afao
o violento caJor iria acompanbado por
uma graviugao sufidente para impedii que os elementos rec m-formados se lanptssem
^
no espago , A medida que aumenta o calor , aumentam a expansao e o moviiuento mole-
cular ; as moleculas tendem a separar-se, e suas aftoidades qufmicas amortecem; mas a
enorme pressao causada. pda gravitacao da mass a, na parte externa daquilo que, por
amor da brevidade, chamarei a crosta nascente, contrabalanfaria a a ao do calor
^ .
Alem da crosta nascente haverk um espa o era que nao se poderia dar nenhuma
^
a$ao quimica, porque all a temperatuta ultrapassark o que se deaomina ponto de
dissock &o dos compostos. Nesse espafo, o leao e o cordeiro repousariam lado a lado;
^
o fosforo e o oxigenio mjstuxax-s^iam sem unir-se; o bidrog&iio e o cloro nao mos-
trariam tendnria a lagos mais estreitos; e at o floor, este gds endrgico que os quimicos
^
so conseguiram isolar hi um ou dois roeses, flutuaria livre e sem se combiner.
Fora desse espago de materia atomica em liberdade, ex is titk outra capa cm que
os elementos quimicos formados teriam esfriado ate atingir o ponto de combinagao;
e a serie de fenomenos, tao claramente descritos pelo Sr . Mattieu Williams era The
Fuel of the Sun , dai-se-k entao, culmmando na terra solida e no comedo do tempo
geoldgico. ( P. 19 ) .
296
Escola do Grande Orients Mistico
exemplo
consider a o Professor Reynolds que o quarto membro de um perfodo
esperar em um corpo de transigao . . , Assim, para efeito de uma ttadugao grdfica,
o sillcio por
pode ser colocado no alto de uma curva simetrica , que representara, em
relagao queles periodo particular, a diregao em que variam as propriedades das series
de corpos simples com os crescentes pesos atomicos.
A autora confessa humildemente sua completa ignorinria da Qufmica moderna
e de seus misterios. Mas, de outra parte, tem suficiente conhecimento da Boutrina
Oculta a respeito da correspottdincia dos tipos e antitipos na Natureza , e da analogia
como lei fundamental em Oculrtsmo. Ousa, por rsso, formular uma observagao, que
ser acolhida por todos os ocultistas, embora provoque um sort iso de tnofa por parte
do cientista ortodoxo. O metodo de ilustrar a lei periodica no comportamento dos
corpos simples, seja ou nao ainda uma hipotese na Qufmica, e uma lei em Ciettcias
Ocultas. Todo ocultista culto sabe que o setimo e o quarto membros
cadeia setenaria de mundos como na hierarquia setenaria de anjos, na constitmgao do
em uma
homem, do animal e da planta como na do atomo mineral -
que o setimo e o quarto
membros, repetimos, desempenham sempre um papel definido e especifico no sistema
senetario das manifestagoes geometrica e matematicamente uniformes das imutaveis leis
da Natureza. Desde as estrelas, que lucilatn no alto dos ceus, ate as chlspas que se des-
prendem do fogo que o selvagem acende por processo primitive no interior de sua
floresta: desde as hierarquias e a constituigao essencial dos Dhy n Chohans
poderia sonhar o major de todos os psicologos ocidentals
^
para percepgoes mais divinas e para uma ordem de conceitos tao elevada como jamais feita
ate a cldssificagao natural
das especies, incluindo a dos mais hum tides insetos; era suma, desde os Orbes aos
Atomos, tudo no TJniverso, desde o infinitamecte grande ao infinitamente pequeno,
segue em sua evolugao espiritual e fisica uma ordem dclica e setenaria, em que o
setimo e o quarto numeros ( sendo este ultimo o ponto de retorno ) se comportara de
modo identic ao que nos mostra aquela lei periodica dos Atomos. A Natureza jamais
.
procede per saltum . Assim, quando o Sr Crookes observa, a esse respeito, que nao
deseja concluir que os vazios da tabua de Mendeleef , era sua representagao grdffca ( o
diagrama que indica a evolugao dos Atomos ) , signifiquem necessariamente a existencia de
-
corpos simples para preench los; que um vazio pode simplesmente signifies r que, ao
297
Escola do Grande Oriente Mistico
a ultima hip6tese so poderia subsistir se nao infiuisse no csquema setendrio dos Atomos,
Esta a lei una, e um m todo infalivel que hd de sempre conduzir ao fed to aquele
que o observe.
( 23 ) Um grupo de eletricistas acaba de protestar contra a nova teoria de Clau-
sius, o famoso professor da Universidade de Bonn . O car iter do protesto nos 6 reve-
lado pela assinatura que traz: *Jules Bourdin, em nome do grupo de eletridstas que
tiveram a honra de ser apresentados ao Professor Clausius em 1881, e cujo grito de
guerra ( cri de railiement ) A has VEtber'\ abaixo o Eter! Como se vS, reclamam o
Vacuo Universal!
298
Escola do Grande Orients Mistico
SECAO XII
EVIDENCIA CIENTfFICA E ESOTERICA DA TEORIA
NEBULAR MODERNA , E OBJEgOES A MESMA
-
ULTIMAMENTE, e com cefta freqiiencia , tem se procurado opor a
Cosmogonia Esot rica o faatasma desta teoria e as hipdteses que dela dccor-
^
rem. Podem os vossos Adeptos negar esta teoria tao cientifica ?
gunta-se. Nao de tod o'
respondemos , mas o que os prdprios
4
homens de ciencia admitem nao a deixa subsistir, nada ficando para ser
per
-
contestado pelos Adeptos ,
-
Para constituir se a Ciencia em um todo , em um corpo integral de
conhecimentos, e realmente necessario o estudo da natureza espiritual e
psiquica, tanto quanto da natureza fisica. De outro modo, o resultado sera
idntico ao que sucedeu com a anatomia do homem , que os profanos anti-
gamente estudavam de cm ponto de vista superficial , ignorando a estmtura
interna do corpo humano. Ate mesmo Platao, o maior dos fildsofos de
seu pafs> cometeu, antes de sua Iniciagao, erros tais como o de afirmar que
os Hquidos passam ao estdmago atraves dos pulmoes. Sem a Metaflsica ,
como diz o Sr. H. J , Slack , a verdadeira Ciencia e inadmisslvel .
As nebulosas existem ; a teoria nebular, por &n , 6 erronea . Uma nebu-
losa existe num estado de completa dissociagao elemental gasosa ( e *
algo mais, que nao se pode relacionar com os gases, tais como os conhece
a Ciencia fisica ) ; e e luminosa por si mesma. Eis tudo. As sessenta e
duas coinddencias , que o Professor Stephen Alexander enumera para con-
firmar a Teoria Nebular \ podem ser todas explicadas pda Ciencia Esote
rica ; todavia , como nao estamos escrevendo uma obra sobre Astronomic ,
-
nao vamos agora refuta-ks. Laplace e Faye, mais que todos os outros,
chegam a aproximar-se da teoria certa ; na teoria atual, por m , sobra muito
pouco das ideks de Laplace, fora de suas linhas gerais . ^
No entanto, diz John Stuart Mill:
"Nada hi de hipotetico na teoria de Laplace; 6 um exemplo de Jegitbio racio-
cimo, que parte do efeito presente para xemontar a causa passada; s<5 pressupoe que os
299
Escola do Grande Oriente Mistico
objetos realmente existentes obedecem ls lets a que se sabe estarem sujeitas todas as
^
coisas terrestres que se the assemelham. 2
Com estes ultimos nada tem que ver o Ocultismo. So com as teorias
de ho mens do saber de um Kepler, de um Kant, de um Oersted e de um
Sir William Herschel , que acreditavam em um Mundo Espiritual, pode a
Cosmogonia Oculta entender-se e chegar a um acordo satisfatdrio. Mas
300
Escola do Grande Oriente Mistico
as ideias dos citados ffsicos sao bem diferentes das ultimas especulagoes
modernas. Kant e Herschel especulavam sobre a origem e o destino final
do Universo, assim como sobre o seu aspecto presente, de um ponto de
vista muito mars filosofico e psiquico; ao passo que a Astronomia e a
Cosmologia modemas repudiam tudo o que se refira a invest iga ao dos
^
misterios do Ser. O resultado e o que se poderia esperar : completo malogto
e contradiqdes inextricaveis nas mil e uma variedades das chamadas teorias
ciendfieas , inclusive a de que ora nos ocupamos.
A hipdtese nebular, que implica a teoria da existencia de uma Materia
Primordial, difundida em estado nebuloso, nao e de data recente na Astro-
nomia , como todos sabem . Anaximenes, da escola jonica, ha via \i ensinado
que os corpos siderais se formavam pela condensaqao progressiva de uma
-
Materia Primordial pre genetied , cujo peso era quase negative e que se
encontrava difundida pelo Espa o em um estado extremamente sutil .
^
Tycho Brahe, que considerava a Via L ctea uma substilneia et 6rea,
^
acreditou que a estrela nova, surgida na constelaqao de Cassiopeia em 1572,
fora formada com aquela Materia 4. Kepler julgava que a estrela de 1606
tambem se tinha formado com a substaneia eterea que enche o Universo 5.
Atribula a esse mesmo eter o aparecimento de um anel luminoso ao redor
da Lua, durante o eclipse total do Sol observado na cidade de Napoles em
1605 Mais tarde ainda , em 1714 , a existencia de uma Materia luminosa
por si mesma foi admit id a por Halley, no Philosophical Transactions. Final
men te, o periodico com este nome publicava em 1811 a famosa hipdtese do
-
eminente astronomo Sir William Herschel sobre a transformacao das nebu-
losas em Estrelas 7, sendo depois aceita a Teoria Nebular pelas Reais Aca-
demias*
.
Em Five Years of Theosophy ( p 245 ) pode-se ler um artigo sob o
tttulo : Negam os Adeptos a Teoria Nebular ? A resposta que all se da
e a seguinte:
Nao; eles nao tie gam stias proposiQoes gerazs , netn as verdades aproxi
.
madas das verdades cientzficas Somente negam que as presentes teorias
-
este jam completas, e tambem que sejam totalmente erradas muitas daque
las antigas teorias que hoje sao tidas como superad as , e quet durante o
-
tiltinto seculo, se segtiiram umas as outras com tanta Zapidez.
Alegou-se entao que era uma resposta evasiva . Argumentou-se que
semelhante fait a de respeito para com a Ciencia oficial, para ter justificativa ,
deve acompanhar-se da substituiqao da teoria ortodoxa por outra mais com -
pleta e com base mais sdlida . A isso cabe apenas responder : fi inutil for
mular teorias isoladas em relaqao a mat6rias que fazem parte de um sistema
consecutivo integral ; pois que, ao serem separadas do corpo principal de
ensinamentos, perperiam necessariamente sua coerencia vital , e seria de
301
Escola do Grande Oriente Mistico
nenhum proveito o seu estudo independence. Para que seja possivel a pre-
el ar e aceitar as ideias ocultas sobre a Teoria Nebular , far-se-a mister o
estudo de todo o sistema cosmog onico esoterico. E ainda nao soou a bora
em que se possa conclamar os astr6nomos a admitirem Fohat e os Di vinos
Cons tru tores. As suposigoes inegavelmente cor ret as de Sir William Herschel,
que nada tinham de sobrenatural em si mesmas, quanto a chamar o Sol,
talvez metaforicamente, de um Globo de Fogo , e as suas primeiras espe-
culagoes sobre a natureza do que hoje se denomina a Teoria da Folha de
Salgueiro de Nasmyth, so tiveram como resultado que o mais eminente
de todos os astrbnomos fosse ridicularizado por colegas seus muito menos
ilustres, que nao viam e ainda nao veem em suas ideias senao teorias gera-
das por uma imaginagao fantasiosa .
Antes que se pudesse revelar aos astrdnomos todo o Sistema Esot
rico, e que pudessem aprectado, teriam eles que regressar , nao so as anti-
-
quadas ideias de Herschel, mas tambem aos sonhos dos mais antigos astrd-
nomos hind us , e abandon ar assim suas prdprias teorias, as quais, com terem
surgido oitenta anos depois que as primeiras, e varies milnios mais tarde
que as outras, nao sao por isso menos fantasiosas . Teriam principalmente
que se desfazer de suas ideias sobre a solidez e a incandescncia do Sol;
pois, se e verdade que o Sol resplandece , nem por isso arde \ Por
da natureza da vida, pois os Seres solares nao ficam cert a men te dentro
4
e onde, com apoio na opinlao dos Adeptos, dissemos que e suficiente
fazer um resumo do que os fisicos ignoram a respeito do Sol
definir a nossa posigao em face da Teoria Nebular moderna, e de seus
, podemos
evidentes erros, limitando-nos a assinalar fatos que estao em diametral
oposigao a ela em sua forma atual. E, para principiar , perguntamos ; Que e
o que ensina essa Teoria ?
Resumindo as hipoteses meticionadas, vemos que a teoria de Laplace,
que alias esta hoje irreconhecivel, nao foi muito feliz. Em primeiro lugar ,
pressupoe a existencia da Materia Cosmica em um estado de nebulosidade
difusa , tao sutil que sua presenga mal poderia ser suspeitada , e exclui
302
Escola do Grande Oriente Mistico
m
Escola do Grande Oriente Mistico
nos oferece exemplos do priineiro nos quatro pequenos planetas que se movera entrc
Jupiter e Matte.*
1
e somente cerca de urn quarto maior que a da Terra' , tem uma compressao
'
polar mais de dez vezes superior & desta ultima? Por que tambern Jupiter,
cuja rotaqdo equatorial se diz que e t vinte e sete vezes maior que a da
(
( 9 ) Five Years of Theosophy, pp. 249-50, artigo Do the Adepts deny the 'Nebu
lar Theory? ( Negain os Adepios a Teoria Nebular ? ),
-
303
f
m
Escola do Grande Orients Mistico
307
Escola do Grande Oriente Mistico
sition du Systbme du Monde 14. Mas a ideia foi aproveitada e ate aperfei-
foada com um conceito da evolufao alternada , desde a massa central do
Sol, de planet as aparentemente sem peso ou influencia sobre o movimento
dos planetas visfveis
imagem de Moises na Lua.
e, evidcntemente, sem mais existncia que a da <
308
Escola do Grande Orients Mistico
que isso nao poria tcrmo H suas perplexidades . A nao scr que tamb m
admitam que o nosso Universe visfvel atual simplesmente o Sthula Sharira , ^
o corpo grosseiro do Cosmos setuplo, eles se verao em face de outro pro-
blema ; sobretudo se se abalangarem a sustentar que os coipos ora visiveis
sao o resultado da condensagao daquela Materia Primordial unica . Pois
a simples observagao mostra que as operagoes que produziram o Universo
atual sao demasiadamente complexas para que esta teoria possa abrange-
las todas .
,
Em primeiro lugar > ha duas classes distintas de nebulosas irresoltivei $ > ,
conforme ensina a propria Ciencia .
O telescopio nao e capaz de distinguir entre essas duas classes , mas
pode faze-lo o espectroscdpio, e este assinala uma di eren9a essencial entre
as suas constituigoes fisicas .
** Esta questao da resolubilidade das nebulosas lem
sido com freqiiSncia apresen-
tada de maneira demasiado afirmativa e de todo contr ria id#as expos Us pelo Sr.
^
Huggins, o ilustre experxmentador que estudou o espectro de tais constelagoes. Toda
nebulosa cujo espectro s6 contain linhas brilhantes diz-se que gasosa e, portacto,
irresoluvel; toda nebulosa que tem um espectro contlnuo afinal se resolve em estrelas
.
observe com um instrumento de sufieiente poder Esta suposigao contraria ao
laesmo tempo os resultados ob lidos e a teoria espectroscopica .A nebulosa Lira, a
nebulosa Haltere e a regiao central da nebulosa de Orion aparecem cotno resoluveis,
e dao um espectro de liuhas brilhantes; a nebulosa dc Canes Venatici nao 6 resoluvel,
e acusa um espectro eontiouo. Porque, se efetivamente o espectrosedpio nos revela o
estado flsico da materia constituteva das estrelas, nao nos da nogao alguma dos seus
modos de agregagao. Uma nebulosa formada de globos gasosos ( ou mesmo de nticleos
ligeiramente iuminosos, rodeados de uma atmosfera poderosa ) daria um espectro de
.
linhas, e, nao obstante, serf a resoldvel; tal parece ser o estado da regiao de Huggins
na nebulosa de Orion. Uma nebulosa formada de partfculas sdlidas ou fluidas em
estado incandescente, uma verdadeira nuvem, dari um espectro cocrinuo, e nao seri
resoltivd /
( 18 ) O Protilo do Sr. Crookes nao deve ser considerado como a materia pri-
mordial com que os DhySn Chohans, de acordo com as imutiveis leis da Natureza ,
construfram o nosso Sistema Solar. O protilo nao pode sequer scr a Mat&ia-Prima de
Kant, que, na concepgao do grande fildsofo, serviu para a formagao dos mundos ; e
que, porta Qto, \& nao exist!a em estado difuso. O Protilo represent a uma fase mediata
na progressiva diferenciagao da Subst &ncia C6smica, a partir do seu estado normal nao
.
diferenciado E, pois, o aspecto que a Materia assume a meio-caminho para a objeti-
vidade oompleta.
}09
Escola do Grande Oriente Mistico
- -
- -
tivo fosse utn gds frio e Jti /ninosoM, cocopreender sc is que a contra ao resultante da
^
atra ao pode aquece lo e dar lhe luminosidade. Resta explicarmos a condetisapio desse
^ -
gas do estado de particulas incandescentes , cuja presents etc certas nebulosas o espectros
copio nos revela, Se o caos original era compos tos de setnelhantes partlecdas, como
se explica que parte delas passasse ao estado gasoso, cnquanto a outra parte conservou
seu estado primitivo?
( 20 ) Hypotheses Cosmogoniques, p. 4 e 5 .
( 21 ) World- Life, de Winchel, p. 1%.
( 22 ) Westminister Review , XX , 27 de julho de 1868.
310
Escola do Grande Orients Mistico
Eis em verdade uma boa profecia . Assim, pode cbegar o dia em que
a Sele ao Natural3 * , conforme a ensinaram Darwin e Herbert Spencer,
^
represente, em sua ultima modifica ao, s6 uma parte de nossa doutrina
^
oriental da Evolu ao , que sera a de Manu e KapUa, explicada esoterica -
mettle. ^
311
Escola do Grande Oriente Mistico
SEQAO XIII
( 1)
^
Hypotheses Cosmogoniques.
Konigsberg, pequena cidade do norte da Prussia, nao podemos deixar de
reconhecer a presen a de um poder inspirador externo ou uma prova da
312
Escola do Grande Oriente Mistico
reencamaqao, coma pensam o ocultistas. Preenche ela uma lacuna , que nem
o prdptio Newton com todo o seu g nio p6de suprir.
certamente a nossa Materia Primordial, Akasha, que Kant se referia ,
quando pressup s uma Substancia primordial difundida per todo o Uni-
^
verso, a im de evadir a dificuldade de Newton e sua falta de exito em expli-
car s6 pelas forgas naturais o impulso primitive transmitido aos Planetas.
Porque, conforme observa ele no Capitulo VIII de sua obra , se se
admite que a perfeita harmonia das Estrelas e dos Planetas e a coincidence
dos pianos de suas drbitas ptovam a exist ncia de uma Causa natural, que
seria portanto a Causa Primordial, essa causa nao pode realmente ser a
materia que ocupa hoje os espa os celestes". Deve ser a que enchia o Espa$o
a que era o Espa$o
^
originariamente, e cujo movimento como Materia
diferenciada foi a origem dos movimentos atuais dos corpos siderais; e que,
transformando-se por condensate nesses mesmos corpos , abandonou assim
o espapo que hoje se encontra vaziof \
Em outras palavras, os Planetas, os Cometas e o proprio Sol se com *
313
Escola do Grande Oriente Mistico
314
Escola do Grande Orients Mistico
31?
Escola do Grande Orients Mistico
316
f
317
Escola do Grande Oriente Mistico
parte in teg tame do comet a ; a sua tenuidade , poflm, nos bast a como
exemplo.
Sim, porque nao e uma questao de supersti ao, mas simplesmente de
^
Ci ncia transcendente, e mais ainda de ldgica , admitir a existencia de mun-
dos constituldos por Materia muito mais tenue que a da cauda de mn
cometa . Negando tal possibilidade, a Cincia nao caiu , durante o sculo
passado, em maos da filosofia nem da verdadeira religiao, mas tao somente
nas da teologia. Para melhor contestar a pluralidade at mesmo dos mundos
-
materials, cren ?as que muitos homens da Igreja entendem ser incompativel
com os ensinamentos e as doutrinas da Biblia 10 , Maxwell cbegou a caluniar
a memoria de Newton , tentando convencer os seus leitores de que os prin -
clpios consubstanciados m filosofia newtoniana sao os que existem "no
fundo de todos os sistemas ateus 11.
O Dr. Whewell negava a pluralidade dos mundos, apelando para as
provas cientificas
escreve o Professor Winchell 12. E se a habilidade
dos mundos fisicos, dos planetas e das longmquas estrelas que brilham por
miriades arima de nossas cabe as , e tao discutida , que probabilidades pode
- ^
haver de aceitar se a existencia de mundos invisiveis no espa o, apa rente -
men te transparente, que nos rodeia!? ^
Se, porem , pu derm os conceber um mundo form ado de materia ainda
mais tenue, em relacao aos nossos sentidos, que a da cauda de um cometa ,
e, consequentemente , imaginar habitantes que sejam tao etereos, em com -
paragao com o seu globo, quanto o somos em rela$ao a nossa Terra de
crosta dura e rochosa, nada haver de estranho que nao os vejamos e nem
sequer tenhamos consciencia de que existam e estejam ali presentes. Em
que sera essa ideia contraria a Ciencia ? Nao se poder super que os
homens e os animals, as plan tas e as rochas , seriam ali dotados de sentidos
completamente diferentes dos que possuimos ? Nao poderiam os seus orga -
nismos nascer, desenvolver-se e existir sob o imp rio de leis outras que
^
nao as que regem o nosso pequeno mundo ? Sera absolutamente necessario
que todo ser corpdreo seja revestido de um "envoi tdrio cutaneoM identico aos
que foram proporcionados a Adao e Eva , segundo a lenda do Genesis? A
corporeidade, assim nos diz mais de um homem de ciencia, "pode existir
sob as mais diversas condi oes".
^
[O Professor Winchell, discutindo a pluralidade dos mundos, tece as
seguintes considera oes :
, ^
lNada tem de improvavel que substancias de natureza refratdria possaro estar
tao mesciadas com outras, conhecidas ou desconhecidas , ao ponto de suportarem varia -
nces de ftio e de calor mmtissimo superlores &s suportiveis pelos organismos terrestres.
( 10 ) Nao obstante, pode-se demonstrate com o testetmmho da prdpria Biblia
e o de tao bons tedlogos cristaos como o Cardeal Wiseman, que esta pluralidade vem
ensinada assim no Antigo como no Novo Testamento.
( 11 ) Veja-se Plurality of Worlds, vol, II .
( 12 ) Consulte-se a esse respeito La Plurality des Mondes Habitfs, de C. Flatn-
manon, onde consta a lista dos nutnerosos homens de ctetvcta que escrevetam pata
demon strar os bons fundamentos da teoria .
318
Escola do Grande Orients Mistico
Os tecidos do* animais teirestres sao apropri ados tlo-somente iis condicoes terrestres.
Aqui mesmo vemos diferentes tJpos e especies de animals, organizados para viverem
sob concludes ambientes iateiramente dispares . . . Que nra animal seja quadrupede
ou bipede, e coisa que nao depcnde das necessidades da organizacao, do ins tin to ou
da intelig ncia. Nao e uma neccsstdade da existencia perceptiva que urn animal deva
possuir exatamente cinco sentidos. Podem existir na Terra animals sem olfato nem
paladar . Podem existir seres em outros mundos, e ate neste, que sejam dotados de
sentidos em numero superior ao que possuunos. Semelhante possibilidade transparece
se considerarmos como deve ser provavel que outras propriedades e outros modos de
existencia fa am parte dos recursos do Cosmos, inclusive os da materia terrestre. Ha
^
animais que vivem ali onde o bomem pereceria : no solo, nos rios , no mar . [E
neste caso por que nao pode suceder o mesmo com seres humanos de organiza ao
^
diferente? ] . . . "A existencia corpdrea racional nao est condicionada ao sangue quente
ou a uma temperatura qualquer, se esta nao modifies a dasse de materia de que se
compoe o organismo. Podem existir inteligencias em corpos de tal natureza que nao
requeiram o processo de ingestao , assimilacao e reprodu ao. Tais corpos nao teriam
^
necessidade de alimento diario nem de calor. Poderiam estar sumidos nos abismos
insondaveis do Oceano, viver em um aicantilado rochedo expostos &s tormentas do
inverno artico, ou ainda submergidos durante cem anos nas entranhas de um vulcao,
sem contudo perderem a consriencia e a faculdade de pensar . Isso conceblvel.
Por que nao poderiam existir naturezas psiquicas encerradas no interior do sllex e da
platina indestrutiveis ? Estas substancias nao estao ciais distanciadas da natuxeza da
intelig ncia do que o estao o carbono, o hidrog nio, o oxigSnio e o clrio. Mas, sem
^
deixar ir tao longe ( ? ) o pensamento, nao poderiam intelig&ncias elevadas estar incor -
poradas em formas tao indiferentes as condi oes externas, como a silvia das planfcies
^
ocidentais, o liquen do Lavrador , os rotiferos, que resistem seca. durante anos,
ou as bacterias, que permanecem vivas em agua fervente ? ... Estas sugestoes tem
stmplesmente o objetivo de lembrar ao lei tor quao pouco estamos d altura de deter
miner as conduces necess rias para a vida inteligente e organizada, com base nos
-
padroes de existencia corpdtea sobre a Terra. A inteligenaa e, por sua prdpria
natureza , tao universal e uniforme como as leis do Universo. Os corpos representam
apenas a adequacao local da Inteligncia a modificacoes particulars da materia universal
ou cU Forca." 13]
319
f
pouco a pouco revel a das pela Cincia e que comegamos a travar conheci-
mento com eks e com os efeitos que produzem .
Quanto tempo foi oecessario ao mundo para se torn a r o que hoje e ?
Se se pode admitir que atualmente ainda chega ao nosso Globo poeira
cosmica que antes nunca havia pertencido a Terra u, nao sera muito mais
plausivel acreditar, com os ocultistas, que, durante os milhoes e milhoes
de a nos transcorridos depois que aquela poeira se aglomerou para fonnar o
gente, multas humanidades
nosso GJobo em torn o de seu nucleo central de Substancia Primitive tnteli-
que diferiam da atual como desta vao dderir
as que se desenvolverao daqui a milhoes de anos
tm povoado a Terra e
desaparecido era seguida , como ha de desaparecer a nossa ? Nega se que -
tenham existido essas humanidades primitivas tao remotas , porque, segundo
creem os geologos, elas nao nos deixaram nenhuma reliquia tangtveh Desa -
No entanto, tais reliquias
e verdade que rarissimas
pareceram todos os traqos de sua passagem , e portanto nunca existiram.
podem ser encon-
tradas, e algum dia virao a luz do sol nas investigagoes geoldgicas. Mas,
ainda quando assim nao acontega, razao nao haver a para se afirmar que
nao podia m ter existido homens nos periodos geoldgicos que os ocultistas
atribuem aquelas ragas. Porque o organismo desses homens nao precisava
nem de sangue quente, nem de ar, nem de alimento; o autor de World -
- Lifc tem razao, e nao e nenhuma extravagancia acreditar, como acreditamos,
que, se podem existir , consoante hipoteses ciendficas, naturezas psiquicas
encerradas no seixo e na platina indestrutiveis , terao exlstido, do mesmo
modo, naturezas psiquicas encerradas em formas de Materia Primitiva igual -
mente indestrutivel : os verdadeiros progenitores de nossa Quinta Raga .
Por isso, quando nos volumes Til e IV falamos de homens que ha
18 000 000 de anos habitarain este Globo, nao tivemos em mentes nem
os homens de nossas ragas atuais, nem as leis atmosfericas, condigoes t&roi -
cas, etc., do nosso tempo. A Terra e a Humanidade, como o Sol, a Lua
e os plane tas, tem todos as suas fases de crescimento, transformagoes ,
desenvolvimento e evolugao gradual, durante a sua existencia ; nascem , tor ^
-
( 14 ) World Life.
( 15 ) O Livro de Enoch > tradugao do Arcebispo Laurence, capltulo LXX1X.
320
Escola do Grande Oriente Mistico
321
Escola do Grande Orients Mistico
SECAO XIV
DEUSES, MONADAS E ATOMOS
a substdneia
e de buscarem nas profundezas do desconhecido a entidade vivente e real,
o Numeno da Materia efemera .
( 1 ) O Atma, ou Espirito, o Eu Espiritual, que passa como urn fio atraves dos
cinco Corpos Sutis ou Printfpios, K.oshfis; chamado Alma-Fio na Filosofi* Vedantina .
( 2 ) O Prindpio Setenario , Five Years of Theosophy, p. 197,
322
Escola do Grande Oriente Mistico
Anjos e Espiritos
guardiaes da verdade, e os mil hoes de pessoas que acreditam em Deuses,
por falar somente na Europa e na America
, a saber:
cristaos gregos e latinos , teosofos , espiritas , misticos , etc., nao fossem outra
coisa senao gente fanatica e iludida , mediuns alucinados, quase sempre vfti-
tnas de charlataes e impostores!
Por mais que vatiern as formas externas e os dogmas, as crenels em
Legioes de Inteligencias invisiveis de graus di versos tem todas o mesmo
32 }
Escola do Grande Oriente Mistico
ciados -
aqueles cuja existencia mesma so e conhecida de tms poticos Adep
tos sao capazes de apreender tais conhecimentos . Tudo, porem , ali esta;
e os fa tos e processes do laboratorio da Natureza podem, uni por um , abrir
caminho na Ciencia exata , quando uma assistend a misteriosa 6 proporcio-
nada a uns poucos indivfduos em sens esforgos para desvendar os arcanos.
E no fim dos grandes Ciclos, telacionados com o desenvolvimento das ragas,
que geralmente se produzem esses acontecimentos . Estamos chegando preci-
samente ao termo do ciclo de 5 000 anos do presente Kali Yuga Ariano;
e ate o ano de 1897 dar-se-a um grande rasgao no Veu da Natureza , e a
Ciencia materialista recebera um golpe mortal.
Sem a intengao de langar o me nor descredito sobre as crengas que o
tempo consagrou , vemo-nos obrigados a tragar uma linha divisoria entre a
fe cega, alimentada pelas teologias , e os conhecimentos devidos as investi -
gagoes de longas geragoes de Adeptos; numa palavra, entre a fe e a filo-
sofia, E inegavel que em todos os tempos houve homens sabics e bons ,
que , tendo sido educados em crengas sectarias, morreram com as suas
convicgoes cristalizadas. Para os pro testantes, o jardim do Eden e o primeiro
ponto de partida no drama da Humanidade, e a solene tragedia que teve
por teatro o cume do Calvario e o preludio do esperado Milnio. Para os
catdlicos romanos , Sata esta na base do Cosmos, Cristo no centro e o
Anticristo no apice , Para uns e outros, a Hierarquia dos Seres principia e
termina nos limites estreitos de suas respectivas teologias: um Deus pessoal
que se criou a si mesmo, e um empires no qual ressoam as aleluias de
Anjos criados ; o resto, falsos Deuses, Sata e demonios.
A Teofilosofia se move em um campo muito mais amplo. Desde o
initio dos seculos no tempo e no espago, em nossa Ronda e em nosso
Globo os misterios da Natureza ( pelo menos os que as nossas Ragas
permitido conhecer ) foram classificados e inscritos pelos discipuJos daqueles
Homens Celestes ( agora invisiveis ) em figuras geometricas e simbolos.
As chaves que podiam decifra -los foram transmitidas de uma a outra geragao
de Sabios . Alguns simbolos passaram assim do Oriente para o Ocidente,
trazidos por Pit goras, que nao foi o inventor do famoso Tri ngulo que
^ ^
tem o seu nome. Esta figura geometrica, o quadrado e o circulo repre -
sentam descrigoes da ordem em que se processou a evolugao do Universo,
espiritual, psiquica e fisicamente, descrigoes que sao muito mais eloqiientes
e cientificas que volumes inteiros de Cosmogonia descritiva e de Geneses
4
324
Escola do Grande Oriente Mistico
E uma curiosa explica ao, mais de car & ter ma Amco que estrltamente
pitagdrico. ^ ^
O Hierograma em um Circulo, ou Triangulo eqiiilatero , nunca signi-
ficou tampouco o simbolo da unidade da Es$ncia divina , pois que esta
era simbolizada pelo piano do Circulo ilimitado. O que realmente signi-
ficava aquele Tri &ngulo era a Natureza trina co-igual da primeira Subst ncia
diferenciada, ou & consubstandalidade do Esplrito ( manifestado ) , da Mate- ^
( 3) Pythagorean Triangle , pelo Rev. G . Oliver, p, 36.
325
f
ria e do Universo
Filho dos dois
que procede do Ponto, o
Logos esoterico real ou Monada Pitagorica. A palavra grega Monas signi-
fies Unidade , em seu sentido primirio
sacramentos
( 6 ) Nas igrejas grega e ktina que consideram o raatrimdnio como um dos
, o sacerdote que oficia na cerimdnia nuptial representa o v&tice do
triangulo ; a noiva, o lado esquerdo ou feminino; e o noivo, o lado direito; sendo a
linha de base simbolizada pela fila de testemunhas e convidados. Mais atr s do sacer
dote esta o Sanctum Sanctorum , com seu misterioso conteudo e sua significagao simb6
-
*
326
Escola do Grande Oriente Mistico
nosdvel.
(7) New Aspects of Life and Religion , pot Henry Pratt, M . D , , p. 7, Ed. 1886.
(8 ) .
Ibid , pp. 7 e 8.
(9 ) Ibid p. 8.
327
Escola do Grande Oriente Mistico
i
^
Unha, ao 2; a superftcie , ao 3; o solido, ao 4; e definia o ponto como uma tadnada que
toma uma posi ao , sendo o principio de todas as coisas; uma Iinha equivalia & duali
^
dade, porque produzida pelo primeiro movimento da natureza indivislvel, forraando a
uniao c mre dois pontos. Uma superfltie era comparada ao aumero tres, por ser a
primeira de todas as causas que se encontram nas formas; pois um circulo, que 6 a
principal de todas as bguras redondas, comprecndc uma triade, composta de centro,
espafo e circunferencia . Mas o triangulo, que 6 a primeira de todas as figuras reti-
llneas, se inclui no ternario, recebendo sua forma de acordo com este numero; era
considerado peios pitagdricos como o produto de todas as coisas subfuftares, Os
quatro pontos da base do triangulo pitagdrico correspondiam a um sdlido ou cubo,
que combina os principle de compritnento, largura e espessura ; pois nenhum solido
pode ter menos de quatro pontos-limites extremos /* lc
*
demonstra , pelo contrario, a grandeza do conceito, em toda sua aplica ao
esoterica a iddia da pre-genese e da gnese do Cosmos. Concedemos que ^
um Triangulo ideal, definido por linhas matematicas imaginarias,
( 10 ) . .
Pythagorean Triangle , pelo Rev G Oliver, pp. 18-19.
( 11 ) Neu> Aspects of Life, p 387.
,
( 11-A ) ibid.
)2 S
f
nao pode ter lados de especie alguma , sendo apenas um fantasma da mente; os
lados que Ibe fossem atribindos seria /n os do objefo que semeJh nte imagem repre-
sents 12 ^
Mas, nesse caso, a maior parte das fupdteses cientificas nao sao mais
que f antasm as da mente ; nao podem ser demons tradas , a nao ser por
via de infer ncia , e foram adotadas simplesmente para atender a necessi-
dades cientificas. Demais , o Tri&ngulo ideal
^ como id# a abstrata de
um corpo triangular , e, portauto, como tipo de uma ideia abstrata
realizou e expressou perfei ao o duplo simbolismo que se tinha em mira,
^
Como emblem a aplicavel a ideia objetiva, o triangulo simples converteu - se
em um sdlido. Quando reproduzido em pedra, dando frente para os quatro
pontes cardeats, assumiu a forma de pframide, sfmbolo do Universe feno-
menal que se funde com o Universo numnico do pensamento, no vertice
dos quatro triangulos; e, como figura imaginaria construida com tres
linhas matemiticas , simbolizou as esferas subjetivas, encerrando as linhas
um espa o matematico, o que igual a nada dentro de nada \ E assim
^
e, porque, para os sentidos e a consri ncia nao educada do profano e do
( 12 ) Ibid.
( 13 ) No Mundo da Forma, o simbolisiuo quo
encontra expressao nas piranrides,
tendo nelas ao mtsmo tempo o triangulo e o quaarado, quatro triaogulos ou superficies
co-iguais, quatro pontos na base e o quin to ponto no vertice,
( 14 ) New Aspects of Life, pp , 383 e 386,
} 29
Escola do Grande Oriente Mistico
procedem as Centelhas.
As Centelhas sao as Almas , e estas Almas aparecem sob a trfplice
forma de M&nadas ( Unidades ) , Atomos e Deuses, segundo a nossa Dou-
trina. Como diz o Catecismo Esoterico :
Cada Atomo se converte em uma unidade visivel com piexa [ molecula ] ,
ef uma vez atratda d esfera da atividade terrestre , a essentia Monadica, pas-
sando atraves dos reinos mineral, vegetal e animal, se converte em homem.
E mais:
Deus, Mdnada e Atomo sao as correspondendas de Espirito, Mente e
Corpo [ Atma , Manas e Sthilla Sharira ] no homem .
Em sua agregagao seteniria , formam o Homem Celeste , no sentido
cabalistico; de mo do que o homem terrestre e o reflexo provlsdrio do
Celeste. Ou ainda :
As Mdnadas [ JivasJ sao as Almas dos Atomos; aquelas e estes sao
a estrutura com que se revestem os Chohans [ Dhy & nis, Deuses ] quando
uma forma .se faz necessdria.
-
Refere se isso s Monadas cdsmicas e subplanet arias; nao ao Monas
supracdsmico, a MAnada Pitagorica, conforme e chamado, etn seu cariter
sint tico, pelos peripateticos panteistas. As MAnadas objeto de nossa disser-
^
tagao, e do ponto de vista de sua individualidade , sao consideradas como
Almas Atomicas, antes de descerem os Atomos as formas puramente terres-
tres . Porque esta descida na Materia concreta marca o ponto mddio de
sua propria peregrinagao individual. Aqui, perdendo sua individualidade
no reino mineral, comegam elas a subir , atraves dos sete estados de evolugao
terrestre, para aquele ponto em que se estabelece firmemente uma corres-
pondence entre a consciencia Humana e a consciencia Deva ( divina ). Por
enquanto, por m, nao nos vamos ocupar de suas metamorfoses e atribu
^
lagoes tertestres, mas sim de sua vida e atitude no Espago, em pianos at
-
( 18 ) A designagao inferior, ou a Divindade na Natureza , o ter mo mais geral
Elohim, foi traduzida por Deus ( p. 175 ). Obras recentes, como a Qabbolab de
Isaac Myer e de S. L. MacGregor Mathers , justifkam plenamente nossa atitude em
reJagao k Divindade jeovista , Nao 6 a abstragao transcendental, filosdfica e altamente
-
metaffsica do pensamen to original eabalfstico - AinSopb-Shekinah-Adao Kadmon e
todos os demais nao 6 essa abstragao que combatemos, mas a cristalizagao de tudo
isso no Jeova antropomdrfico , extremamente antifilosofico e inaccit vel , a divindade
finite e andrdgina, para a qua] se prpetende a eternidade, a onipotencia e a onisdfcncia .
Nao nos opomos a Realtdade Ideal , e sim k sua horrivel Sombra teologica.
m
Escola do Grande Oriente Mistico
ondc a visao do mais intuitivo dos quimicos c dos ftsicos nao pode alcangar,
a nao ser que haja desenvolvido em si faculdades de darividencia superior.
-
bem sabido que Leibnitz muito se aproximou da verdade varks
vezes ; mas definiu a Evolugao Mon4dica ineorrctamente, o que nao deve
surpreender , pois nao era um Iniciado, nem sequer um mistico, sendo ape -
nas um filosofo dot ado de bastante intuigao. Apesar disso, nenhum psico *
-fisico chegou , como ele, tao perto do esbogo geral esoterico da Evolugao.
Esta Evolugao ( considerada em seus diver sos angulos, isto e, como
a Monada Universal e a Individudizada, e sob os aspectos principals da
Energia que se desenvolve apos a diferenriagao, o a spec to puramente Espi
ritual, o Intelectual, o Psiquico e o Fisico ) esta Evolugao, diziamos, pode
-
formular-se , como lei invariavel, deste modo: uma descida do Espirito na
Materia , equivalente a um periodo ascendente da evolugao fisica ; uma reas-
censao desde as profundezas da materialidade ate o statu quo ante, com
um correspondente esvaecer da forma concreta e da substancia, ate o estado
Laya , ou o que a Ciencia cbama de ponto zero ', e ainda alem.
1
332
f
333
Escola do Grande Oriente Mistico
cules que nao possamos algum dia transpor . . . Filosofos de hoje e de ontem hotnens
que certain ente nunca trabaiharam em laboratories chegaram a mesma conclusao por
caminho diferente. O Sr . Herbert Spencer, por exemplo, manifesta sua crenga de
que os atomos quimicos sao ptoduzidos pelos atomos verdadeiros ou fisicos, mediante
processes evolutivos, sob condigoes que a quimica nao pode ainda reproduzir . . .91 E o
poeta se antecipou ao fildsofo Milton ( O Paralso Perdido, Canto V ) poe na boca
,
do Arcanjo Rafael palavras inspiradas na id&a evolucion ria e o faz dizer a Ad&o que
o Todo-Poderoso criou . ^
. . . Uma so materia-prima, dotada
De formas varias, e de graus diversos
De substancia . .
( 25 ) De PUtcit. Philos.
} )4
Escola do Grande Oriente Mistico
Filho
os tr s Primog nitos
^ ^
senao simplesmente o Hidrognio,
o Oxigenio e o que, em sua manifesta ao terrestre, e chamado Nitrogenio?
Ati mesmo as describees exotericas da Trfade Primogenita dao todas as
carac teristicas desses tres gases, E dizemos que Priestley foi o descobridor
do oxigSnio, que era conhecido na mais remota antiguidade!
Vemos , alem disso, que ate nos livros exotericos hindus todos os poe-
tas e fildsofos, antigos e modernos, inclusive os medicvais, tern sido ante-
cipados quanto aos Vertices Elementais post os em a ao pela Mente Uni-
^
versal: o Plenum de Materia diferenciada em particulas, de Descartes;
o fluido etdreo de Leibnitz e o fluido primitive de Kant, dissociado
em seus elementos; o torvelinho solar e os vortices sistemSticos de Kepler ;
em suma, desde Anaxagoras ate Galileu, Torricelli e Swedenborg, e, depots
deles, atd as ultimas especula oes dos mfsticos europeus, tudo isso se
^
encontra nos hinos on Mantras hindus, dedicados aos Deuses, Monadas e
Atomos em scu con junto
porque sao inseparaveis. Nos Ensinamentos
Esotericos, conciliam -se as concepgoes mais transcendentes do Universo e
seus mistcrios, assim como as especulaoes mais aparentemente materialistas,
pois as Cincias Ocultas abrangem todo o campo da evolu ao, desde o
Espirito a Materia. Como declarou um tedsofo americano, ^
As Mdnadas [ de Leibnitz ] podeia , de urn certo ponto de vista, ser chamadas
formas , proeedentes de outra mattria. Para a Ciencia Oculta, forga e matirut nao sao
mais que dois aspect os da mesma substaucia. 28
335
Escola do Grande Orients Mistico
Mostramos que o fcrio 6 urn corpo compos to de cinco ou mais elementos , E quem
ousarS afirmar que cada um destes elementos consutuintes, se atacado de mancira
diferente, e submet ido o resultado a uma prova mais delicada e miriuciosa que a da
materia radiante , nao chegaria , por sua vez, a tornar-se divisivel ? Onde, pois , se acha
o verdaddro oorpo simples primirio? A rccdida que avaccamos , ele recua, ootno aq tie-
las miragens de bosques e lagos que aparecem no descrto aos olhos do viajante
cansado e sequioso. Devemos assim deixar-nos iludir e decepciooar em nossa pesquisa
da verdade? A id6ia mesma de um corpo simples, como algo absolutanacnte primirio
e final, corona a tomarse cada ve2 menos precisa ." 2
Eis que um dos luminares da Cincia pede agora ao mundo que aceite
isso como um de seus postulados!
Mostramos como a Mae , ignea e calida , se tornava gradualmente
fria e radiante; e d esse mesmo homem de ciencia quem reclama como
segundo postulado ( uma necessidade cienttfica ao que parece )
Uma acao interna, semelhante ao esfriamecto, operando lentamente sobfe o
prdtilo .
137
Escola do Grande Oriente Mistico
o Espirito que & a Chama invisivel que nunca arde mas inf lama tudo
}
338
Escola do Grande Oriente Mistico
menos do fnovimento, a admltir que este ultimo seja uma Forga indepen-
dente . Jamaisse tornarao anticartesianos na presente geragao, e tampouco
aceitarao que
A propriedade da in rcia nao 6 uma propriedade puramente geometrica, senao
^
que indica a existfcncia de algo nos corpos extemos que nao 6 simplesmente extensao /
um numcro inf ini to dc partes infimtamente pequenas, e o fisico nao viu limites &
divisibilidade da tnatlria cm dtomos. O volume com que as coisas externas parecem
encher o espago e uma propriedade que elas adquirem unicamente em razao da con
ditio grosseira dos nossos sentidos . . . Leibnitz seguiu ate certo ponto o radodnio
-
destes argumentos, mas nao podia contentar-se com admitir que a materia fosse com -
pos ta de urn numero limits do de partes minusculas. Seu espfrito matematico o obrigou
a extender o racioclnio in infinitum. Que sucedeu entao com os atomos? Pcrderam
sua extensao, e so conservaram a sua propriedade de resistenck ; eram centros de
Foram reduzidos a pontos matematicos
Imaginando que a existencia interna, como
a da mente humana , seja uma nova dimensao, nao uma dimensao geom trica , mas
^
metaffsica, . . e reduztndo a nada a extensao geom6triea dos atomos, Ldbnitz Ihes
,
Ibid., p. 144.
( 35 )
( 36 ) A ortografLa do nome, segunda ele proprio escrevia, 6 Leibnitz. Era de
.
origem esluva , embora nascido na Alemanha Seu Dome completo: Gottfried Wilhelm
Leibnitz.
340
f
Monadoiogut , inttodusio
( 37 )
,
( 38 )A dinimica de Leibnitz
* diz o Professor Lachelier "oferecerk
pouca dificuldade se a motiada fosse, para ele, nm simples tomo de for a cega.
Mas . .. Compteende-se perfeitamente a perplexidade do roaterialisrao modernol ^
341
Escola do Grande Orients Mistico
--
as moleculasj da filosofia materialista podem ser considerados como extensos e divi
sfveis, ao passo que as mflnadas sao meros pontos metaftacos e indivisfveis. Final
mente, e eis aqui um ponto em que as monadas de Leibnitz muito se parecem com
os Elemental* da filosofia mfstica , essas monadas sao seres rep resen tativos. Cada mdnada
reflete todas as outras , Cada monada e um espelbo vivo do Universo, em sua pr6pria
esfera. E
atentai bem nisto, de que depende o poder destas monadas, assim como
a tarefa que podem realizar por nos ao refletirem o mundo, as m6tiadas nao sao
meros agentes refletores passivos, mas sao espontaneamente ativas por si mesmas ; repre-
sentam imagens de modo espontaneo, como a alma que produz um. sonbo. Por isso,
em cada m&nada pode o Adepto Ier ludo inclusive o future. Cada Mouada
Elemental
6 um espelho que pode falar .
- ou
342
Escola do Grande Orients Mistico
dir-sc em trs Grupos distintos que, contados a partir dos pianos mais
elevados , sao, em primeiro lugar , os "Deuses ou Egos espirituais conscien-
tes , os Arquitetos inteligentes que trabalham segundo o piano tragado na
Mente Divina; vindo em seguida os Elementais ou MAnadas , que consti
tuent, coletiva e inconsdentemente, os grandes Espelhos Universais de tudo
-
o que se refere aos seus respectivos reinos; e por ultimo os "Atomos
ou mol 6culas materials, animados, a seu tumo, por suas Monadas persepti -
vas , exatamente como o 6 cada uma das clulas do corpo humano. Exis
tem multidoes desses Atomos animados, que por sua vez animam as mold-
-
culas; uma infinidade de MAnadas , ou de Elementais propriameme ditos,
e de Formas espirituais inumeraveis
sem Monada, por serem puras incur -
poreidades ^ salvo sob o imperio de certas leis, quando tomam uma forma,
y
M4
Escola do Grande Oriente Mistico
345
Escola do Grande Oriente Mistico
SEgAO XV
teistas
tampouco dar-lhe o Home de Providencia. Porque a Provid&icia, para os
ao menos para os cristaos protestantes recai em um criador
pessoal masculine, enquanto que para os catolicos romanos uma potencia
-
feminina. A Divina Providencia tempera suas gragas para melhor assegu
rar os sens eftitos , diz Wogan , fEla as tempera, o que o Carma
ritos Planet rios, os Dhyan Chohans. Mas, apesar de admitir Vidas Espi-
^
rituais , mesmo estas, sendo transitdrias na eternidade, nao deixam de
ser, conforme a sua filosofia, MSy& do Dia , a Ilusao de urn Dia de
Brahma *, um curto Manvantara de 4 320 000 000 de anos. O YimSin
nao e para servir -&s especula oes do homem , pois o Senhor Buddha proibiu
^
todas as indaga oes desse genero. Se os Dhyan Chohans e todos os Seres
^
de Energia
Invislveis os Sete Centros e suas Emana oes diretas, os centros menores
- ^
sao o reflexo direto da Luz Una, os homens estao ainda
muito distanciados deles, por isso que todo o Cosmos visivel se eompoe
de " seres produzidos por si mesmos, as criaturas do Carmo . Considerando,
assim , que um Deus pessoal nao passa de uma sombra gigantesca proje -
tada no vazio do espa o pela imaginable do homem ignorante \ ensinam
^
os budistas que s6 duas coisas sao eternas ( objetivamente ) , a saber - o
AkSsha e o Nirvana , e que ambas se identificam em uma s6, nao passando
de Maya quando estao separadas.
Todas as coisas sairam de Akasha [ ou Svabhavat , em nossa Terra ], em obedl-
&ncia a uma lei de movimento que Ihe e merente, e desaparecem apos uma certa
existencia . Do nada jamais salu alguma coisa , Nao cremos em mllagres; e por is so
negamos a criagao e nao podemos conceber um criador . 2
348
Escola do Grande Oriente Mistico
-
"A possibilidade de elevar se at a compreensao de um si sterna coordenado que
venba a tal ponto superar, no tempo e no espa o, o campo das observances humanas,
^
uma circunstjfnda que assinala o poder que tem o homem para transcender as limitafdes
continua : A esta combitia ao complexa, cuja natureza nunca foi detertninada cam exa-
iidao { !! ) , deuse o norue^ de proteind' . Signifies isso, em tertnos inequivocos, que o
Sr , Huxley identifies o protoplasma com a protetna\ e devendo o que afirma de um
-
set necessariamente verdadeiro quanto a outra, segue se que ele reconhece nunca ter
sido determinada com exatidao a natureza do protoplasma, e que, para ele inclusive,
a causa esta ainda sub judice. Tal admissao e tambem reformada por estas palavras:
lSe usamos este ter mo ( protefna ) com a cautela naturalmente aconselhada pela nossa
ignordneia relative das coisas que representa . , . etc. ( Paginas 33 e 34, edi ao de
1872, replica de Huxley no Yeast ) . ^
E e esse o eminence Huxley , o rei da Fisiologta e da Biologia, que vamos sur
preender no jogo da cabra cega com premissas e fates! Depots disso, de que entao
*
-
nao sera capaz o ' peixemiudo da Ciencial
^
349
f
da materia cambiant* e varidvel; e que afirma sua superioridade sobre as formas insen-
siveis e perecedoiras do ser . Ha, na sucessao dos acontedmentos, e em sua rcia ao
com as coisfls coexistentes, um m todo de que a mente humana se apodera e que usa
^ ^
como baliza , marchando para diante ou para tras ao longo de s&mlos de hist6ria mate
rial , que a experience do homem nao pode jamais cerrificar . Os acomecimentos germi
--
nam e se desenvolvem . Tern um passado que est& relacionado com o presente, e sen
tittios, com justificada confianpa, que ha tambem um futuro que, de modo semelhante,
-
se achaxa relacionado com o presente e o passado. Essa contimiidade e essa unidade
da historia se repetem diante de nos em todas as fases conceblveis do progresses Os
fenomenos nos proporcionam os fundamentos para a generalizafao de duas leis, que
constituem verdadeiros prindpios de adivinba$ao cientifica, os quais, e s6 eles, perml
tem a mente humana penetrar nos anais selados do pret rito e nas paginas por abttt
-
^
do futuro. A primeira destas leis e a da evohiao, ou , para defini-ia em termos adapta -
dos a nossa explicagao, a lei de sueessao correlaeicmada ou de histdria organizeda no
individual , ilustrada nas fases cambiantes de cada sistema separado que faz amadurecer
resultados ..
, Estes pensamentos evocam o passado sem Jimite e surpreendem o
futuro imensuravel da historia material ; como que abrem horizcmtes infinitos e confe
rem a inteligenda humana uma existencia e uma visao isentas das limita oes do tempo,
-
^
do espafo e da causalidade finita, elevando-a a uma sublime concepgao da InteUgencia
Suprema, cuja morada e a Eternidade, 5
(5) -
World -Life , pp, 534 5 e 548 .
350
Escola do Grande Oriente Mistico
Sim, o nosso destino estd escrito nas estrelasl Dc ver, pordm , que,
quanto mais estreita a unilo entre o rcflcxo mortal, que o Homem , e
reencamasoes subsequentes ^
seu Prot<5tipo Celeste, tan to menos perigosas as condi oes extemas e as
^
is quais nem os Buddhas nem os Cristos
podem escapar. Nao 6 supersti ao, e muito menos fatalismo. Este ultimo
parece implfcar a?ao cega de uma for a ainda mais cega; o homem, porm,
^
um agente livre durante a sua estada na Terra. Nao pode fugir ao sen
Destino dominantey mas pode escolher entre dois caminhos que conduzem
vada
&quel a dire ao, e chegar i meta da desgraga
^ se 6 a que lhe esti reser-
ou com as niveas vestes do martir ou com a roupa tisnada de um
voluntfcio da senda do mal: por que hi condi oes extemas e inter nas que
^
podem exercer influencia sobre o uso de nossa vontade no conduzirmos
as nossas a oes, e est 6 em nosso alvedrio cleger um ou outro dos dois
caminhos . ^
Os que crem no Carma nao podem deixar de crer no Destino que
cada homem, do bero ao tumulo, tece ao redor de si mesmo, io por fio,
como a aranha a sua teia ; e esse Destino 6 dirigido, ou pela voz celeste
do invislvel Protdtipo exterior a n<5s, ou pelo nosso mais mtirno astral , ou
homem intemo, que mui frequentemente 6 o gnio do mal da entidade
encamada . Am bos influenciam o homem ex ter no, mas um deles tern que
prevalecer ; e, desde o prindpio desse conflito invislvel , a austera e impla-
c vel Lei de Compensagdo intervem , e segue o seu curso, acompanhando
lance por lance as flutua oes da luta. Quando o ultimo fio se acha tecido,
^ -
e o homem se deixou enredar na malha de seus prdprios atos, ve se ele sob
o imp rio absoluto desse Destino, que ele mesmo elaborou, Este entao o
^
imobiliza , qual concha inerte presa ao firme rochedo, ou o arrasta, como
uma pena , no torvelinho levantado por sua prdprias a$oes; e isto 6 o
CARMA ,
Um materialist a , tratando das cria oes periodicas do nosso globo, a$$im
as expressou em uma so frase: ^
Todo o passado da Terra nao i senao um presente nao desenvolvido
As Formas
ou melhor, os seus Numenos
sao certamente as mes
mas; portanto, as Formas fenomenais devem ser tambem as mesmas. Mas
quern pode assegurar que o$ atributos da Materia nao se tenham modifi
-
-
cado sob a a$ao da Evolu ao Proteica ? Como pode o materialista afirmar,
^
com a confianga com o que faz ftossmassler, que
351
Escola do Grande Oriente Mistico
desse modo em forma de simples existencia natural , a vontade natural
chamou o lado subjetivo
privados , assim como a opinio e o conceit subjetivo, aparecem espontilneamcnte
tendc a converter eili consdente esse impulso mconsciente. Manifestando Se
o que se
'
( 7 ) Ibid .
( 8 ). Dirao os homens de denck : Negamos, porque no campo de nossas expe-
riencias jamais se apresenrou algo parecido >. Observe, porem , o fisiologo Charles
Richet: Sejaf Mas, pelo menos , ja demonstrates o contrario? fNao negueis, pois ,
f *
a priori. A cienda atual ainda nao progrediu o suficiente para vos conterir esse direito *'.
La Suggestion mentaie el le Calcul des Probabilitfc .
( 9 ) Lectures on the Philosophy of History , p. 26, tradugao inglesa de Sfbree.
152
Escola do Grande Oriente Mistico
por que foram eles que regularam, como Esplritos Planetirios ou Anjos ( Mensageiros ),
os mistiness da arte da agricultura .
353
Escola do Grande Orients Mistico
( 12 )
sobre eles, nesta vida cotno nas futuras, e que pune os que' praticam mis
por tanto tempo, na verdade,
}54
Escola do Grande Oriente Mistico
quanto dure o efeito da perturba ao que tenham causado, ainda que do mais
^
decreto eterno e imutivel
insignificante atomo, no Mundo Infinito da Harmonia. Porque - o unico
decreto do Carma 6 a Harmonia completa
no Mundo da Mat6ria, como o e no Mundo do Esplrito. Nao e, portanto,
o Carma que pune ou recompensa , mas somos n6s mesmos que nos recom-
pensamos ou punimos , segundo trabalhemos com a Natureza, pela Natureza
-
e de aoprdo com a Natureza, obedecendo lhe s ]eis de que depende essa
Harmonia, ou transgredindo-as.
As vias do Carma nao serao impenetrdveis , se os homens deixarem
que a uniao e a harmonia presidam aos seus atos, em vez de os nortearem
pela desuniao e a luta. Nossa ignorlncia desses processor
que uma parte
da Humanidade chama de caminhos sombrios e inextricaveis da Providencia ,
enquanto outra parte ve neles a a ao de um cego fatalismo, e uma terceira
^
a obra de um simples acaso, sem que haja Deus ou Demdnio a guia -la -
nossa ignorincia , diziamos, certamente que desapareceria, se nos dispuses
semos a atribuHos a suas verdadeiras causas. Com o conhecimento real,
ou pelo menos com uma convic ao fir me de que os nossos prdximos nao
^
procurariam causar-nos dano maior do que o que nos pensassemos em
-
fazer lhes, dois tercos do mal que hi no mundo se desvaneceriam . Se
nenhum homem prejudicasse o seu hemelhame, Carma-Nemesis nao teria
motive para intervir . nem armas com que executar o seu oficio. a
present constante, entre nos, dos elementos de luta e de oposi ao, a
^
divisao das ra as, na oes, tribos, sodedades e indivlduos em Cains e Abeis,
^ ^
lobos e cordeiros, que constituem a causa principal dos caminhos da Provi-
d ncia . Com as nossas prdprias maos, tracamos diariamente o curso
sinuoso dos nossos destinos, crendo estar seguindo em linha reta no caminho
real da respeitabilidade e do dever, e nos queixamos depois de que sejam
-
tao sombrias e inextricaveis essas curvas sinuosas. Quedamo nos estupe-
fatos diante do mist rio que nos proprios fabricamos, e dos enigmas da
^
vida que nao queremos resolver, e depois acusamos a grande Esfinge de
nos devorar. Era verdade, nao hi um acidente em nossa vida, nao hi um
dia mau ou uma desgra a, cuja causa nao possa ser encontrada em nossas
^
prdprias a oes, nesta ou em outra existncia . Se alguem infringe as leis
^
da harmonia ou, conforme a expressao de um tedsofo, as leis da vida",
deve estar preparado para cair no caos que ele mesmo produziu. Porque,
segundo as palavras desse escritor,
A tinica conclusao a que podemos chegar 6 que sao as prdprias leis da vida
-
que se vmgam; e, portanto , que todo anjo vingador nao e senao a representa?ao sim
bblica da rea$ao dess as leis / *
( 13 ) Dtyden.
356
Escola do Grande Oriente Mistico
o
No entanto, para os pagaos
de quem Coleridge disse com razao que
tempo, o tempo dclico , era a sua abstra ao da Divindade , divindade
^
esta que se manifestava em correla ao com o Carina , e somente por meio
do Carma , sendo o proprio Carma - Nmesis ^
os Ciclos significavam algo
mais que uma simples sucessao de acontec/ mentos, ou que um espa o peri<5
dico de tempo mais ou menos longo. Porque eram eles geralmente assina - ^ -
lados pela repeti;ao de ocorr&icias de carater mais variado e mais inte-
lectual que os manifestados pela volta periodica das estafoes e de certas
constela oes. Contenta -se a sabedoria modema com predi oes e computes
^
astronomicos baseados em leis matematicas infaliveis. A sabedoria antiga ^
alma e do seu espirito
acrescentava & casca fria da Astronomia os elementos vivificames de sua
a Astrologia. E, como os movimentos siderais
regem e determinant , realmente , sobre a Terra , outros fatos alem dos que
Investigates
^
sempre explicar certos fatos sem me vaJer desta hipdtese > .
isso, nao nego a exist ncia dos espfritos, como nao nego a da alma , embora procure
As Formas nao dejinidas,
J
.
Historicas e Experimental , p. 3, Paris, 1877 O autor e A. de Rochas,
homem de cienda bast ante conhecido na Pran a, e a sua obra 6 um dos sinais dos
tempos. ^
117
f
359
Escola do Grande Oriente Mistico
SE?XO XVI
gencia e a obstiaar-sc nas opinioes que professatn diz com razao Jor
dano, e acrescenta: E, no entanto, quase todos os homens sao guiados pela
-
inteligncia dos outros, e nao pela prdpria; pode-se, em verdade, dizer que
as suas opinioes sao antes adotadas que criadas por eles .
Isso e duplamente verdadeiro no que se refere As opinioes cientificas
em torno das hipdteses que surgem: sao muitas vezes os preconceit os e o
parti pris das chamadas autoridades* 5 que decidem sobre questoes da maior
importancia vital para a histdria. Existem vArias dessas opinioes precon
cebidas, a que se atem os nossos sabios orientalistas, e poucas sao tao
-
ildgicas e injustas como o erro generalizado acerca da antiguidade do Zodfa
.
co Devido a tese favorita de certos orientalistss alemas, alguns sanscritistas
-
ingleses e americanos acolheram a opiniao do Professor Weber de que os
povos da fndia nao trnham no ao alguma do Zodiaeo anteriormente A inva-
^
sao maceddnia , e de que os antigos hindus a imports ram dos gregos para
o seu pals. Varias outras autoridades ^ querem ainda fazer-nos acreditar
que nenhuma na ao oriental tinha conhecimento do Zodiaeo antes que os
^
helenos houvessem por bem comunicar amavelmente sua inventso aos vizi-
nhcxs. E fazem tal afirmagao a despeito do Livro de Job , que eles prdprios
reconhecem ser o mais antigo dos canones hebreus, e anterior certamente
a Moists ; a despeito desse livro, que se refere A criaqao de Arcturo, de
Escorpiao e de Mazaruth
Orion, das Pleiades ( Osh, Kesil e Kimah ) e das recamaras do Sul 5 1, do
os dozes signos 2 ; palavras que, a significarem
algo, implica o conhecimento do Zodiaeo ate entre as tribos de arabes
nomades. Afirma-se que o Livro de Job precedeu a Homero e a Hesiodo
pelo menos mil anos, e que os dois poetas gregos floresceram cerca de oito
sdculos antes da era crista ( !!). Sem falar, diga-se de passagem, nos que
preferem acreditar em Platao
o tempo de Homero
que aponta como sendo muito anterior
e poderiam assinalar um certo numero de signos
do Zodiaeo na lltada e na Odisseia, nos poemas orficos e em outros escritos
(1 ) Job , IX,9.
(2) Ibid , XXXVIII , 31 , 32 .
360
Escola do Grande Orients Mistico
hindus?
Arriscando se aos dardos da critica moderna
' algo embotados por
causa do mau uso
BaiJly sobre o assunto.
bem pode o leitor inteirar-se da sabia opini3o de
Bailly calculou depois o periodo em que as constek oes deviam ter mani-
festado as influences atmosfEricas chamadas por Job^ as doces influ ndas
das Pleiades 4 ( Kimah em hdbreu ) ; a de Orion ( Kesil ) ; e as das chuvas
do deserto, relacionada com Escorpiao, a oitava constelacao. E chegou &
conclusao de que, diante da invariavel conformidade dessas divisoes do
Zodiaco com os nomes dos planetas, enumerados sempre e em toda a parte
e a * fcoincidncias
na mesma ordem, e dada a impossibiUdade de atribuix tudo isso ao acaso
que jamais criam semelhancas que tais
impunha , em verdade, conceder ao Zodiaco uma antiguidade muito remota 5.
, se
362
Escola do Grande Oriente Mistico
,
( 9 ) Natural Genesis vol. II, p. 318.
,
( 10 ) Prom. 2.
( 11 ) Astronomy of the Ancients, Lewis, p. 264.
,
( 12 ) Natural Genesis vol. II, p. 319.
( 23 ) Proclus, Irt Timceum, vol. I.
363
Escola do Grande Oriente Mistico
( 14 ) Genese, XLIX.
( 15 ) Omitido: Aries , na de Gad , contra quem "vira uma tropa ; mas ele a
venceri por fim . ( Nota da Edigao de Adyai\ )
364
Escola do Grande Orients Mistico
"Xenofonte, que nao era um hornem comum, falando de Ciro , conta . . . que no
tantas vexes sobre os siguos do c6u , oupavCotJ CTIHE{OIJ\ 17
-
momento de sua morte ele agradeceu aos Deuses e aos herois por haveretn no instruido
Tentai, se possfvel, com o atual sistema de civil iza<;oes autdctones, tao em voga
nos nos $os dias, expLicar como nancies sem linhagem , tradioes ou origem comuns ,
chegaram a inventar uma espgcie de fantasmagoria celeste, um verdadeiro imbroglio de
denomina oes siderais, sem ordem nem objetivo, sem nenhuma relagao figurativa com
^
as consreJa oes que repxeseniam, e , ao que parece, ainda menos com as fases de nossa
^
vida terrestre, cuja significacao se lhe & atribui. '18
Nao haveria, no fundo de tudo isso, uma intenqao geral, assim como
uma causa e uma cren a universais? Dupuis expressou a mesma verdade,
quando afirmou: ^
impossivel descobrir o menor tra$o de semelhanca entre as divisoes do c6i
e as figuras que os astronomos ali representaram de modo tao arbltrario; mas, por
outco lade, o acaso impassively 19
(18 ) .
Des Esprits , IV, pp. 59, 60
( 19 ) .
Origine des Cultes, Zodiaque , p. 61
365
Escola do Grande Oriente Mistico
6 o de Gan ou Homem Peixe de Ninive. . . Seguramente, nao havia outro signo alm
deste, o do Sol que voltava a nascer em Piscis. A voz da Sabedoria Secrets dlz
que os que pedem sinais nao podem ter outro senao o da volta do Homera Peixe, -
Ichtys, O&nnes ou Jonas
que nao podia ser feito came.
366
Escola do Grande Orients Mistico
alguns orientalistas deviam , pelo menos, saber que os bramanes nao eram
os unicos que possuiam aquelas figuras ou que haviatn dividido sua Grande
Idade em quatro idades menores . Nao obstante, alguns escritores, em
Asiatic Researches , se entregaram as mais extravagantes especulagoes. S. A *
. .
( 20 ) Vie de noire Seigneur Jesus Christ, I , p 9
( 21 ) Seja ou nao verdade que muitas nagdes ha jam visto essa mesma estrela ,
todos n<5s sabemos que os ttiraulos dos tres Magos dos qua is dois se chamavam
Gaspar e Melchior , nomes puramente teutdnicos, soando mui to pouco a caldeus, e sendo
Baltazar a tinica excegao sao apontados pelos sacerdotes na famosa catedral de
Col6nia , onde nao apenas se supoe, mas se afirma que estao enterrados os corpos
dos Magos ,
( 22 ) Esta tradigao dos setenta planetas que presidem o destine das nagoes
1
367
f
368
f
Manvantara, para a Cadeia Scten ria que ele ilumina , A doutrina ha via
^
penetrado na Palestina e na Europa, seculos antes da Era Crista e nela
se inspirou o pequeno Ciclo dos judeus mosaicos, embora este Cido s6
viesse a ter sua expressao completa com os cronologos crist aos da Biblia,
que o adotaram, jtintamente com o 25 de. dezembro, dia em que se dizia
haverem encarnado todos os Deuses sola res. Que hi, pois, de admirar
que se fizesse nascer o Messias no ano lunar do mundo 4 320 ? O Sol
de justi a e de Salva ao erguera -se mais uma vez e dissipara as trevas pra
laycas ^do Caos e ^do Nao Ser sobre o piano de nosso pequeno Globo
*
-
objetivo e de nossa Cadeia. Uma vez determinado o objeto da adora ao,
facil era fazer com que os supostos fatos do seu nascimento, vida e morte ^
se ajustassem is necessidades zodiacais e as antigas tradigoes, ainda que
estas houvcssem que ser algo afeigoadas ao case.
Compreende se, deste modo, o que disse Kepler, como grande astrd-
nomo. Reconheceu ele a grande e universal importancia de todas as conjun-
does pknetirias, cada uma das quais
e um ano dimaterico da Humanidade
como muito bem declarou
A rara conjungao de Saturno,
Jupiter e Marte tem seu significado e importancia, por causa das especiais
repercussoes que provoca na fndia e na China, como tambem na Europa,
para os misticos desses paises. Quanto a sustentar que a Natureza nao
tinha em mira senao o Cristo, quando construiu suas constelagoes fantas
ticas e sem significagao ( para os profanos ) , isso agora nao passa de uma
-
simples suposigao. Se se pretender que nao foi o acaso que levou os antigos
arquitetos do Zodiaco, ha milhares de anos, a marcar a figura do Touro
com a letra a, dizendo apenas, para provar que era uma alusao profetica ao
Verbo de Cristo, que o alepb do Touro significa o UNO e o PRIMEIRO ,
--
e que o Cristo .era tambdm o alfa ou o UNO , poder se d entao demonstrar
que semelhante prova se invalida estranhamente por mais de uma mancira.
Em primeiro lugar, o Zodiaco \& existia antes da Era Crista ; demais , todos
os Deuses sol a res Osiris por exemplo
haviam sido associados mistica-
mente a constelagao do Touro, sendo cada um deles chamado o Primeiro
pot seus adoradores. Al6m disso, os compiladores dos epitetos misticos
acrescentados ao nome do Salvador cristao estavam todos mais ou menos
familiarizados com a significagao dos signos do Zodiaco; e e mais 4dl
supor que as suas afirmagoes tivessem sido ajustadas para concordar com
os signos misticos, que admitir houvessem estes resplandecido durante
milhoes de anos como uma profecia para uma parcela da Humanidade,
369
Escola do Grande Orients Mistico
-
astronomico, mas realmente a mais antiga divindade do Olimpico indiano. Evidente
mente ela a mesma cuja volta era anunciada em todos os livros sibilinos
da inspira$ao de Vergflio
fonte
, uma poca de tenovagao universal .. . E cotno os -
( 28 ) Des Espritsy IV, p. 61 ,
( 29 ) Vol. II, p . 490.
370
Escola do Grande Orients Mistico
names dos meses sao ainda hoje tirades desse Zodiaco solar indiano pela populagao
que fala o roalaiala [ na India meridional ], pot que este mesrno povo teria abandonado
o seu Zodfaco para tomar o dos gregos ? Tudo demonslra , pelo coutrario, que tais
figuras 2odiacais for am transmmdas aos gregos pelos caldeus , que as obtiveram dos
brimanes / 3
as 6pocas hindus de 1491 e 3102 nao podiam ter sido derivadas das de Ptolomeu ou
.
de IJlug-beg
Rest a a suposlgao de que os hindus, comparando suas observagoes de 1491 com
as feitas anteriormente por Ulugbeg e Ptolomeu , usassem os intervalos entre essas obser-
vagoes para deterrain ar os movimentos raedios. A data de Ulug-Beg e demasiado recente
^ .
estas altemativas, a pad nda h acumulando o conbecimento, e a expeti ncia contmuatk
^
produzia a sabedoria. Foi a antiguidade das nagoes do Oriente que edificou a sua
reputagao cientlfica .
-
( 33 ) Para uma prova minuciosa e dentlfica desta conclusao, veja se a p. 121
da obra de BaiJly, onde a questao e tecnicameute exaininada.
372
Escola do Grande Oriente Mistico
origem
o primeiro ponto do seu Zodiaco
^
Zodiaco, estava, no ano 3102, 54 graus atrds do equindcio. Donde se conchii que a
se achava no sexto grau de Aquario.
Ocorreu, assim, nessa ocasiao e nesse lugar, uma conjunyao media , que esta
efetivamente indicada em nossas melhores t buas: as de La Caille para o Sol, e as
de Maier para a Lua. Nao houve eclipse do Sob porque a Lua estava demasiado longe
do seu nodo; mas, quatorze dias depois, tendo a Lua se aproximado do nodo, deve
ter bavido eclipse. As tibuas de Maier, usadas sem a corre?ao por motivo da acele-
ra?ao, acusam esse eclipse, mas durante o dia, quando ele nao podia ser observado na
India. As tabuas de Cassini o apresentam durante a nolle, demonstrando isto que os
movimentos de Maier sao demasiado rapidos para $eulos longinquos, em que nao se
^
leva em conta a aceleragao, e provando tamb m que, apesar do progtesso dos nossos
conhecimentos, podemos ainda ficar em incerteza quanto ao real aspect dos cdus em
tempos passados.
Cremos, por isso, que das duas pocas hindus a verdadeira 6 a do ano 3102,
porque foi acompanhada de um eclipse que p6de ser observado, e que deve ter servido
para deter mini-la. Esta 6 uma primeira prova da exatidao da longitude atribufda pelos
hindus ao Sol e ! Lua nesse instante; e tal prova seria talvcz suidente se aquela
antiga determina?ao nao se revestisse da mais alta iraportancia para a verifica?ao dos
movimentos desses corpos, devendo, portanto, ter a sua autentiddade comprovada por
todos os meios powfveis.
Observamos: 1* Que os hindus parece terem juntado e combinado duas 6pocas
dentro do ano 3102. Os brimanes de Tirvalur contam a origem desdc o primeiro
momento do Kali Yuga ; mas ttm uma segunda dpoca, que situam 2 dias, 3 horas,
32 30 mais tarde, Esta ultima 6 a verdadeira dpoca astrondmfca, ao passo que a
.
outra parece ser uma era civil Mas , se aquela Ipoca do Kali Yuga nao tivessc reali -
dade, e nao passasse de mero result ado de um cilculo, por que haveria de estar divi-
dida desse modo? A poca astronomies calculada eatark convert tda na de Kali Yuga,
-
colocando se esta na conjunslo do Sol e da Lua, como sucede com a poca das outras
'
tres tibuas. Deve ter havido algum motivo para que eles fizessem uma distin?!o entre
as duas, e esta razao $6 pode ser atribufda is dreunstancias e ao tempo da Ipoca :
.
nao podia ser o resultado de um cilculo Nao 6 tudo. Se tomarmos como ponto de
partida a poca solar determinada pelo nascimento do Sol a 18 de fevereiro dc 3102,
e retrocedermos de 2 dias, 3 boras, 32 minutos e 30 segundos os acontedmentos,
chegaremos is 2 boras, 27 minutos e 30 segundos da manha de 16 de fevereiro, que
o instante em que principiou o Kali Yuga. curioso que nao se tenha feito come?ar
37 }
A
G73
1
o .
cido em uma das quatro grandes divisoes do dia Poder-se-ia supor quo a 6poca
-
houvesse sido determinada pelo instante da meia noite, e quo as 2 horas 2T 30 repre
sentassem uma corregao meridians , Mas, qualquer que fosse a razao por que se fixou
-
este momento , daro e que, se a epoca resultasse de um cftculo, teria sido igualmente
facil situs- la a meia- noite, de maneira que correspondesse a uma das principals divi
soes do dla, em vez de o fazer no momento fixado pela fragao de um dia ,
-
27 Os Hindus afirmara que ha via no prime!ro momento do Kali Yuga uma
conjungao de todos os planetas ; e $ uas tdbuas indicam essas conjungao, ao passo que
as nossas mostram que da reabnente podia ter ocorrido. Jupiter e Mercurio se acha-
vam exatamente no mesmo grau da ecllptica, enquanto Marte estava k dist ncia de
^
8 ", c Saturno i de 17 . , Donde se deduz que, por esse tempo, ou uns quinze dias
apds o comedo do Kali Yuga , & medida que o Sol se adiantava no Zodiaco, os hindus
viram surgir quatro planetas sucessivamente dos raios solares: primeiro Saturno, segu in-
dose Marte , depois Jupiter e Mercurio; e estes planetas apareciam como que reunidos
em um espago ba & tante reduzido, Embora Venus nao estivesse entre eles, a incli
nagao para o maravilhoso fez com que se dissesse que era uma conjungao de todos os
-
planetas. Aqui o testemunho dos btimanes coincide com o de nossas tdbuas ; e esta
evidencia , fruto de uma tradiglo, deve estar baseada em observances reais.
3. Tal fen6meno, podemos, acrescentar, foi visfvel mais ou menos quinze dias
antes e depots da epoca , e exatamente no momento em que devia ter-se observado o
eclipse da Lua que serviu para fixa-la. As duas observagoes se confirmam militia
men te, e quern fez utna deve tambem ter feito a outra ,
-
47 Temos ainda razoes para crer que os hindus determinaram ao mesmo tempo
o Iugar do node da Lua ; e o que parecem indicar os seus calculos. Dao eles a longi-
tude desse ponto da orbita lunar no momento da sua 6poca , e a ela acrescentam uma
constante de 40 *, que corresponde ao movimento do nodo em 12 dias e 14 horas .
como se dedarassem que esta determinagao ha via sido feita tteze dias depois de sua
epoca , e que, a fim de ajusta-la com esta, temos que acrescentar os 40 em que o
uodo retrogradou no intervalo. Tem esta observagao, portanto, a mesma data que a
do eclipse lunar
mente.
o que nos proporciona tres observances que se confirmam mutua -
3. Pela descrigao do Zodiaco hindu feita por M . C. Gentil, as posig5es que ali
ocupam as estrelas chamadas o Olho do Touro, e a Espiga da Virgem parece que
podem ser determinadas pelo infeio do Kali Yuga. Ora, comparand ess as posigdes
com as atuais, reduzidas por nossa precessao dos equindcios ao momento de que se
trata , vemos que o ponto de origem do Zodiaco Hindu deve situar-se entre o quinto
e o sexto grau do Aquirio, Os bramanes tiuham, portanto, razao em colocar esse
ponto no sexto grau do citado stgno, tanto mais que esta pequena diferenga pode ser
devida ao movimento prdprio das estrelasf que e desconheddo, De mode que foi
tambdm outra observagao que permitiu aos hindus determinar com tao satisfataria exa-
tidao o primeiro ponto do seu Zodiaco mdvel.
Nao parece possfvel du vidas da existencia , na antigiiidade, de observances dessa
data. Dizem os persas que quatro beKssbnas estrelas foram colocadas como guardias
nos quatro cantos do mundo. Ora, acontece que, ao iniciar-se o Kali Yuga , 3000 ou
3100 anos antes de nossa era , o Olho do Touro e o Coragao do Escorpiao se achavam
exatamente nos pontos equinociais, enquanto que o Coragao do Leao e o Peixe Austral
estavam bem proximos dos pontos solsriciais. Tambem pertence ao ano 3000 antes de
nossa era a observagao referente ao nascimento das Pleiades pela tarde, sete dias antes
do equindcio outonal. Esta e outras observagdes semelhantes se acham reunidas nos
calendirios de Ptolomeu, erabora sem nomear os seus autores; e, sendo mais antigas
que as dos caldeus, bem que podem ser obra dos hindus. Conhecem 1 estes perfeita-
mente a coostelagao das Pleiades , que chamamos vulgarmente de Gaiola * e eles deno
^ f .
minam Pill lu ^ kodi 4 a Galinha e seus pititinhos Este nome passou de um a
outro povo, e veio das mais antigas nagoes da Asia. Vemos que os hindus devem ter
-
observado a saida das Pleiades, utilizando a para regular os seus anos e os seus meses,
( 34 ) Termo tamil.
374
Escola do Grande Orients Mistico
.
pois estfl. constelagao 6 tamb6m chamada Krittik2 Igual nome tem , efctivamente, um
dc scus meses , c semelbante coincidenda nao pode set atribulde senso & chennstaneia
dc quc esse ms era anunciado pelo nascer ou o pdr da aludida constelagao.
Mas o que demonstra de modo ainda mais decisivo que os hindus observavam
as estrelas, tal como fids boje o fazemos , indicando-lhe a posigao por sua longitude, e o
fato, assinalado por Augustinus Riccius, de que, segundo observagoes atribuidas a Her -
mes e feitas 1985 anos antes de Ptolomeu, a estrela bfilhante da Lira e a do Coragao da
Hidra estavam, ambas, sete graus adistnte das respect iv as posigoes assinadas por Ptolo-
meu . Estfl observagao tem muito de extraordinirio. As estrelas adiantam-se regular -
mente em relagao aos equinocios, e Ptolomeu deve ter encontrado longitudes superiores
em 28 graus is que ha via 1985 anos antes do seu tempo, Por outro lado, existe uma
particuhrtdade noravel: o mestno etto ou diferenga se observe na posigao das duas
estrelas ; o erro foi , portanto, devido a uma causa que interferiu igualmente em ambas
as estrelas. Para explicar tal particularidade , imaginou o arabe Tbebith que as estrelas
possuiam um movimento oscilatdrio, que as fazia avangar e retroceder alternativa -
mente. A improcedeticia da hipotese foi logo factlmente evidenciada ; mas as observagoes
atribuidas a Hermes f tea ram sem explicafao. Nao obstante, a explicagao se encontra
na Astronomia hindu. Na data a que se referem essas observagoes, 1985 anos antes
de Ptolomeu , o primeiro ponto do Zodiaco hindu estava 35 graus adiante do equi-
ndcio; e portanto as longitudes computadas para este ponto eram superiores em 35
graus as computadas para o equinocio. Mas , depois de um periodo de 1985 anos ,
rendo as estrelas avangado 28 graus, nao devia restar senao uma diferenga de 7 graus
entre as longitudes de Hermes e as de Ptolomeu ; e a diferenga seria a mestna para
as duas estrelas, por ser devida a diferenga entre o ponto de partida do Zodiaco hindu
e o de Ptolomeu , que comegou a contar do equin6cio. A explicagao e tao simples e
natural, que nao pode deixar de ser verdadeira .
Nao sabemos se Hermes, tao celebrado na antiguidade, era indiano; mas vemos
que as observagoes a ele atribuidas estao computadas a maneira indiana , e por isso
deduzimos que foram feitas pelos hindus, a quern , portanto, nao faltava capacidade para
levar a efelto todas as observagoes a que nos temos referido e que encontramos ano-
tadas em suas tibuas.
62 A observagao do ano 3102, que psrece ter fixado a 6poca dos hindus, nao
era dificil. Vemos que eles, depois de determinarem o movimento diario da Lua de
13* 10 35", o empregaram para dividir o Zodfaeo em 27 constelagoes, relaciouadas com
o periodo da Lua , pois este astro leva vLnte e sete dias para percorre-Io.
Com esse metodo, determinaram as posigoes das estrelas no Zodiaco ; e assim
que se deu quinze dias depois da epoca do Kali Yoga, ocorreu em um ponto situ ado
entre a Espira da Virgem e a estrela 0 da mesma constelagao. Essas estrelas formam
quase uma constelagao distinta , ptincipiando uma a decima quinta , e a outra a ddcima
sexta. Nao era , portanto, dificil determinar a posigao da Lua, medindo a distincia
que a separava de uma dessas estrelas ; desta posigao, deduzir a do Sol, oposta a da
Lua; e depots, conhecendo seus movimentos medios, calcular que a Lua se achava no
primeiro ponto do Zodiaco, segundo a sua longitude media , a meia-noite de 17 -18 de
fevereiro do ano 3102 antes de nossa era, e que o Sol ocupava o tnesmo lugar sets
boras mais tarde , segundo a sua verdadeira longitude ; aeon ted men to que fixa o infrio
do ano hindu.
7 Dizem os hindus que 20 400 anos antes da idade do Kali Yuga o primeiro
ponto do seu Zodiaco coinddia com o equinodo da primavera, e que o Sol e a Lua
=
20.400 revolugoes do Sol * 7.451,277d 2b
272724 revolugoes da Lua = 7.451.277d 2h
176
Escola do Grande Orients Mistico
uma so e mesfna Asttonotnia. Nao se pode negar que as tjfouas siamesas existiam em
1687 > quando as ttouxe da India o Sr De La Loubere.
, Naquele tempo nao ha via as
tdbuas de Cassini e de Maier, de modo que os hindus estavam ja deposse do movi-
jDento exato que neks veio a figurar, enquanto que n6s aiudi nao o tfnhamos 37 ,
Impoe-se, portanto, admitir que a exatidao do movimento hindu resultado da obser
va ao. fi elfe exato em todo aquele penodo de 4 383 anos, porque foi tornado do
-
^
proprio firtnamento; e se, a observa ao detetminou o seu termo, tambeui lhe deve ter
. ^
Etxsdo o iftjcio o penodo mais )ongo jd observudo e de que hi memdria cos anais
da Astronomia . Sua origem data da epoca do ano 3102 antes de Cristo, e temos a
uma significativa ptova da realidade dessa epoca.'
)78
Escola do Grande Orients Mistico
SECAO XVII
RESUMO DA SITUAgAO
ensinamentos uns dos outros. Se alguma vez teve aplicagao a teoria de que
duas luzes produzem obscuridade , te4o-a sido neste caso, em que uma
metade dos luminares impoe suas formas e "modos de movimento
crenga dos fids , e a outra metade Ihes ignora ate mesmo a existencia .
liter, Materia e Energia eis a sagrada trindade hipostatica, os tres
principios do Deus verdadeiramente desconbeado da Ciencia , que Ihe da
o name de NATUREZA pfsiCA .
A Teologia e criticada e ridicularizada por crer na uniao de tres pessoas
em uma Divindade superior
um so Deus quanto a substancia, tres
pessoas quanto a individualidade. E riem de nds por aereditarmos em dou-
trinas nao provadas e improvaveis, em Anjos e Demonics, em Deuses e
Espiritos. Com efeito, o que deu a vitdria a Ciencia sobre a Teologia no
grande Conflito entre a Aeligiao e a Ciencia foi precisamente o argumento
de que nem a identidade daquela substancia nem a triplice personalidade
proclamada depois de concebidas, inventsdas e ekboradas nas profun-
dezas da consriencia teologica
podiam ser comprovadas por qualquer
379
Escola do Grande Oriente Mistico
Sol ici tamos melbor explicacao, porque isso 6 bast ante vago,
"[ Em mecanica ba a energia atual e a energia potential : o trabalho que se
executa , e a capacidade de executa-lo. Quanto a natureza da Energia molecular ou das
Formas], os varies fenomenos apresent dos pelos cotpos mostram que suas mol eulas
^
sofrem a influ6 ncia de duas formas contrarias : uma que tende a uni-las, e outra^ a
separi-las , , , A prime!ra forga chama-se atra ao molecular . . . a segnnda e devida a
vis viva ou forga irapulsiva .
3 ^
Precisamente: 6 a natureza desta for$a impulsive, deSta vis viva, o
que desejamos conhecer, Qqe 6 ?
da minha imaginacao
NAO o SABEMOS"' tal 6 a resposta invatiavel . E uma sombra vazia
explica o Sr . Huxley em sua Physical Basis of Life.
De modo que todo o edifido da Ciencia Moderna esta construido sobre
uma especie de abstra ao matemitica , sobre uma Substancia prot&ca
^
que elude os sentfdos ( Dubois Reymond ) , e sobre efeitos, o fogo fatuo -
opaco e ilusdrio de algo com pie tamente desconhecido e fora do alcance da
Ciencia . AtomOs que se movem por si mesmos!" Sois, Planetas e Estre -
( 1) Cap. Ill , 'On Matter , p . 51,
(2) Lecture on Protoplasm, pelo Sr. Huxley
(3) Physics , de Ganot, p 73, tradugao de Atkinson .
,
"
380
Escola do Grande Orients Mistico
las do tados de automovimentof Mas, afinal , quem ou o que sao eles, para
se moverem assim por conta propria ? E por que, entao, vos , os fisicos,
haveis de rir do nosso Arqueu de movimenro pzoprio ? A Cidnria xcpugna
o mistcrio * que despreza , mas, como disse com muita verdade o Padre F lix,
^
"Ela cao pode escapar dele , O mist&io 6 a fat&tidade da Gfincia,
crenga aceita. E quanto ao que nele se contem, eis o que nos ensina Hermes
Trismegisto ( segundo a hdbil interpretagao da Dra . Anna Kingsford ) :
No que respeita ao vacuo . . . considero que nao existe, nunca existiu , nem
jamais existira ; pois todas as diferentes partes ao Universo estao cheias, da mesraa
forma que tambem a Terra esta completa e cheia de corpos, com as suas diferengas
qualitativas e morfoldgicas; corpas que t m as suas espddes e os seus t&raanbos ; uns
maiores, outros menores, uns sdlidos, outros tenues. Os maiores . . . sao percebidos
com farilidade; os meDores . . . sao diflceis de perceber ou de todo invisiveis Sd
sabemos de sua existenda pelas sensagoes que nos causam, e por isso muitas pessoas
.
negam que tais entidades sejam corpos, considerando-o$ como meros espagos 5; mas 6
impossivel que baja tais espagos , Porque se efetivamente houvesse algo fora do
Universo. , . seria entao um espago ocupado por seres inteJigentes, semdhantes sua
divbdade [a do Universo] ... Quero referir-me aos genios, pois afirmo que moram
conosco, e os herois, que moram arima de nds, entre a terra e a atmosfera superior,
ali onde nao ha nuvens nem ha tempestades. 6
saute e da perp tua agitagao. O 6ter 6 o instnuaenro ou meio pdo qual tudo sc
.
produz ^
Sao conceitos puramente filosoficos e que se hamonizam com o cspi-
rito do Esoterismo oriental, uma vez que todas as Forgas, como a buz ,
o Calor, a Eletricidade, etc., sao chamadas Deuses
esotericamerire. :
Assim deve ser realmente, pois os Ensinamentos Esotericos eram iden-
ticos na India e no Egito. Dai por que a personificagao de Fohat, sinte
tizando todas as Forgas que se manifest am na Natureza, e um consectdrio
-
legftimo. Demais, como adiante mostraremos, as verdadeiras Forgas Ocul
tas da Natureza so agora comegam a ser conhecidas, ainda assim pela cien-
-
cia heterodoxa, nao pela ortodoxa ^, muito embora sua existfencia, em um
caso pelo menos, seja corroborada e atestada por um numero consideravel
de pessoas cultas, e at por alguns ciemistas oficiais.
Al6m disso, a declaragao contida na Estancia VI
de que Fohat poe
em movimento os Germes primordiais do Mundo, ou o agregado dos
Atomos Cosmicos e da Materia, uns nesta diregao, outros naquela , a
diregao oposta
tal declaragao parece bastante ortodoxa e cientifica. H ,
em todo caso, para apoiar esta opiniao, um fa to perfei lamente reconhecido
pela Genoa, e o seguinte: as chuvas de meteoros, periodicas em novem-
^
bro e agosto, fazem parte de um sistema que se move ao redor do Sol
segundo uma 6rbita eliptica. O af 61io deste anel se acha a 11 732 milhoes
de milhas alem da drbita de Netuno, o $eu piano 6 inclinado sobre a
drbita da Terra em um angulo de 64 V e a diregao do enxame de meteoros,
3
( 10 ) Turn, 6 Turn! nascido da grande [ f mea] que est DO seio das guas
[o grande Oceano on Espa oJ , luroinoso atrav s dos dois Ledes", a For a dual on
^, ^ ^ -
poder dos dois olhos solares ou as formas eletro-positiva e eletco- negativa. Veja se o
Livro dos Mortos, III>
( 11 ) Veja-se o Livro dos Mortos> XVII.
( 12 ) Cap. LXXIX.
( 13 ) Imagem que expiime a sucessao das fun oes divinas, a transmuta ao de
^ ^
uma for$a em. outra , on a correlacao das foi as. Aam e a forma eletro-positiva, que
devor todas as outras, como Saturno devorou ^ sua progenie.
( 14 ) Aaniu , no dominio de Osiris, e um campo divldido em quatorze se oes,
rodeado por uma cerca de }errot e dentro do qual cresce o grao da vida com sete ^
covados de altura , o Kama-Loka dos egipcios. Entre os mottos, s6 aqueles que
conhecem os nomes dos sete portdros dos sets vestibulos serao admitidos no
Amend para serffpre ; is to e, os que passaram peJas Sete Ragas de cada Ronda
outro modo ficariam nos campos inferiores ) isso tamb m represents os sete sucessivos
^
Devachatis ou Lokas. No Amentl o homem se confer te em espirito pure para a eter-
de
384
Escola do Grande Oriente Mistico
( 15 ) -
Veja se o Livro dos Mortos , CVIII , 4.
( 16 ) Maspero, Guide au Musie de Boulag , p . 152 ( 18S3 ) .
}85
Escola do Grande Orients Mistico
obras hermeticas, mas nao obras escritas por utn dos dois Hermes
melhor, por Tboi Hermes, a Inteligencia diretora do Universo 17 ou por
Thot , sua encarna ao terrena chamada Trismegisto, da pedra de Roseta.
ou
Tudo, porem ,^ e duvida, nega$ap, iconoclastia e brutal indiferenca, em
nossa dpoca, que conta Lima centena de i&mos c nehuma religiao. Todos
os idolos sao destruidos, exceto o Bezerro de Ouro,
Infelizmente, as na oes, como os individuos, nao podem escapar ao
seu destino. A prdpria^ Histdria tratada pelos chamados historiadores
com t5o pouco escrupulo como a ttadi ao legeadaria. Por esse motivo,
Augustin Thierry fez amende honorable ^( se podemos crer em seus bidgra -
fos ) Deplorava os principles erroneos que levaram todos os soi-disant
historiadores a se extraviarem, fazendo com que cada pretendesse estar
corrigindo a tradipao, esta vox- populi que em nove casos sobre dez e a
%
vox-Def ' , e finalmente reconhecia que 6 na lenda que re encontra a histdria
verdadeira
*
pois acrescenta ele ;
/'A lenda e a tradi ao
o que chamamos histdria, ^ viva,
ld
e ti & vezes sob re quatro mms verdadeira do que
386
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387
f
NOTAS ADICIONAIS
389
Escola do Grande Oriente Mistico
^
Diz ela , por exemplo
A defini ao de 6 tomos da Sra. Blavatsky deve Hear bem esdarecida ,
p. 148 : Atomos e Almas eram sinonimos . ,
Compare se com o novo livro do Dr. Arundale, Symbolic Yoga.
-
.
--
A Quimica reencamar se d como a Nova Alqutmia ou Metaquimica , p. 231.
Veja-se The Newer Alchemy , de Sir E. Rutheford.
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