(Apostila) Equipamentos Estáticos - Petrobras
(Apostila) Equipamentos Estáticos - Petrobras
(Apostila) Equipamentos Estáticos - Petrobras
1
Equipamentos Estáticos
2
Equipamentos Estáticos
EQUIPAMENTOS ESTÁTICOS
CARLOS V. REIS
Equipe Petrobras
Petrobras / Abastecimento
UN´s: Repar, Regap, Replan, Refap, RPBC, Recap, SIX, Revap
3
CURITIBA
2002
Equipamentos Estáticos
Módulo
Equipamentos Estáticos
Ficha Técnica
Apresentação
Nome:
Cidade:
Estado:
Unidade:
5
Equipamentos Estáticos
Tubulações –
Acessórios/Ligações 1
1.1 Tubulações 1.3.2 Tubos de Aço-Liga e Aço Inoxidável
Tubulações são condutos fechados desti- São usados para serviços especiais tais
nados ao transporte de fluidos. As tubulações como fluidos corrosivos, fluidos à altas tem-
são constituídas de tubos de tamanhos padro- peraturas, etc. Os elementos de liga mais usa-
nizados, colocados em série. dos são: – Cr e Mo, para altas temperaturas e
Usam-se tubulações para o transporte de – Ni para baixas temperaturas.
todos os fluidos, materiais pastosos, líquidos
e gasosos. Na prática, são chamados de tubos, 1.3.3 Tubos de Materiais Metálicos não Ferrosos
somente os condutos rígidos. Os condutos fle- São usados geralmente para fins específi-
xíveis recebem a denominação de tubos flexí- cos, que envolvem pequenos diâmetros (ar de
veis, mangueiras ou mangotes. instrumento, tubos de permutador, entre outros).
e 1.9) Tubo
– Luvas;
– Uniões;
– Flanges. Figura 1.8 – Ligações rosqueadas e ligações soldadas.
Equipamentos Estáticos
Tubo
União
Tubo f) Para isolar trechos de tubulações e equi-
soldada pamentos;
União rosqueada
Porca – Raquetes; (Figura 1.13)
Porca
– Figuras-Oito. (Figura 1.14)
Solda
Flanges Porca
Parafuso
Tubo Tubo
Solda
Raqueta
Junta Figura 1.13
Lado cheio
Figura 1.9 – Ligações rosqueadas e união flangelada.
Lado vazado
e) Para fechar a extremidade de um tubo:
– CAP; (Figura 1.10.)
– Bujões; (Figura 1.11.)
– Flanges cegos. (Figura 1.12.)
Figura 1.14
b) Proteção Pessoal
O isolamento térmico pode também ser
10 necessário para evitar queimaduras
caso o operador encoste-se na tubula-
ção, ou ainda, em algumas situações,
para evitar o desconforto da excessiva
irradiação de calor.
Equipamentos Estáticos
Válvulas 2
2.1 Definição 2.1.4 Válvulas que controlam a pressão a jusante
Válvulas são dispositivos usados para es- São também conhecidas como válvulas re-
tabelecer, controlar e interromper a passagem dutoras e reguladoras de pressão
de fluidos em tubulações. Dentro deste concei-
to global, as válvulas podem ter, no entanto, 2.2 Principais Componentes das Válvulas
funções e características específicas que permi- 2.2.1 Corpo de Válvula
tem uma classificação segundo seu emprego.
O corpo ou carcaça é a parte da válvula que
se conecta à tubulação e contém o orifício de
2.1.1 Classificação e Principais Tipos de passagem do fluido.
Válvulas As válvulas são peças sujeitas à manutenção
Válvulas que controlam o fluxo em qualquer e, por isso, devem ser, em princípio, facilmente
desmontáveis. Tanto as válvulas rosqueadas, como
direção
as flangeadas obedecem a este conceito. No en-
a) Válvulas de Bloqueio tanto, com o desenvolvimento dos processos de
São aquelas que se destinam, primor- solda, passaram também a ser empregadas válvu-
dialmente, a estabelecer ou interrom-
las com extremidades para solda de soquete e para
per o fluxo, ou seja, devem só funcio-
solda de topo. A desmontagem dessas válvulas é
nar completamente abertas ou comple-
bem mais difícil, mas em compensação, não há
tamente fechadas.
riscos de vazamentos na tubulação. São os seguin-
Tipos mais usados: válvula gaveta;
tes os principais casos de emprego de cada tipo
válvula macho;
válvula esfera. de extremidade em válvulas:
a) Extremidades flangeadas
b) Válvulas de Regulagem de Fluxo Sistema usado em quase todas as vál-
Destinam-se para o controle de fluxo e vulas, de qualquer material, emprega-
podem, devido a isto, trabalhar em do em tubulações industriais de mais
qualquer posição. de 2". (Figura 2.1)
Tipos mais usados:
válvula globo; Volante
válvula agulha; Pino
válvula de controle; graxeiro
válvula borboleta; Haste
válvula de diafragma.
Sobreposta
2.1.2 Válvulas que permitem o fluxo em apenas Gaxetas
uma direção Castelo
a) válvula de retenção de portinhola; Flangeado
b) válvula de retenção tipo plug;
c) válvula de retenção de esfera; Corpo
Flange
d) válvula de pé.
Gaveta
11
2.1.3 Válvulas que controlam a pressão a
montante
São também conhecidas como válvulas de Sede
segurança, alívio e contra pressão Figura 2.1 – Válvula gaveta.
Equipamentos Estáticos
b) Extremidades para solda de soquete b) Castelo preso ao corpo por uma por-
Sistema usado, principalmente, em vál- ca solta de união
vulas de aço, de menos de 2", em que a Usado para válvulas pequenas, de alta
solda de topo é ineficiente. pressão. Permite uma vedação bem
melhor que o castelo rosqueado. Esta
válvula deve ser de boa qualidade (Fi-
c) Extremidades rosqueadas guras 2.2 e 2.3).
Sistema usado em válvulas menores de
4" em tubulações que não conduzem
fluidos corrosivos ou venenosos. Volante
Haste c/ rosca externa
2.2.2 Castelo
O castelo é a parte da válvula que suporta Sentido de fluxo
e contém as peças móveis de controle de flu-
xo. O castelo é fixado ao corpo de maneira a
permitir rápida desmontagem e fácil acesso ao
interior da válvula. São três os meios usuais
de ligação do castelo ao corpo: Figura 2.3 – Válvula globo.
Volante
Porca de aperto
Sobreposta Sobrecastelo
Sobreposta
Castelo Rosqueado
Gaxetas
Haste c/ rosca interna
Castelo aparafusado
Corpo Junta
Gaveta Corpo
Extremos rosqueados
Gaveta
Sedes
12 Flanges
Figura 2.2 – Válvula gaveta castelo rosqueado. Figura 2.4 – Válvula gaveta castelo aparafusado.
Equipamentos Estáticos
Alavanca de operação c) Operação automática:
– pelo próprio fluido;
– por meio de molas ou contrapesos.
Gaveta
Flange
Castelo
– Solenóide, cujo campo magnético mo- Haste ascendente com rosca externa
14 vimenta, diretamente por atração, a É o sistema usado nas válvulas grandes e
haste da válvula. Este sistema pode ser de boa qualidade. A haste tem apenas movi-
empregado apenas para pequenas vál- mento de translação e o volante, preso ao cas-
vulas, freqüentemente por relés elétri- telo por uma porca fixa, apenas movimento
cos ou instrumentos automáticos. de rotação. A rosca da haste é externa à válvula
Equipamentos Estáticos
estando, assim, livre, do contato com o fluido. A Variantes das válvulas gavetas
extensão da haste acima do volante dá uma Uma variante da válvula gaveta é a válvu-
indicação visual imediata da posição de aber- la de fecho rápido. Nessas válvulas, a gaveta é
tura ou de fechamento da válvula, sendo esta manobrada por uma alavanca externa fechan-
a principal vantagem do sistema (Figura 2.4). do-se com um movimento único da alavanca
(Figura 2.5).
Haste ascendente com rosca interna
É a disposição mais usual em válvulas 2.3.2 Válvula Macho
pequenas e também em válvulas grandes de Aplica-se, principalmente, nos serviços de
qualidade inferior. A haste, dentro da válvula, bloqueio de gases para qualquer diâmetro, tem-
juntamente com o volante, tem movimentos peratura ou pressão e também no bloqueio rápi-
de translação e rotação. Não há indicação vi- do de água, vapor e líquidos em geral para pe-
sual da posição de abertura ou fechamento (Fi- quenos diâmetros e baixas pressões (Figura 2.9).
gura 2.2).
Engraxadeira Alavanca de manobra
Orifício de passagem
Alguns problemas são característicos du-
rante a operação de válvulas gavetas:
– Em caso de alta pressão, é difícil a ope- Rasgos de Lubrificação
ração de uma válvula gaveta. Há casos
em que se torna necessário o uso de
chaves apropriadas aplicadas ao volan- Válvula macho
te, há outros em que a válvula possui
um desvio: na abertura ou fechamento
da válvula utiliza-se o desvio para evi-
tar alto diferencial de pressão na ope- Posição aberta Posição fechada
ração.
– As gaxetas requerem atenção, uma vez Cortes em projeção horizontal
Porca de aperto
Gaxetas
Haste com rosca
Macho
(esfera oca) Tampão
Anéis retentores
Válvula Agulha
O tampão nestas válvulas é substituído por
uma peça cônica agulha, que permite um con-
trole mais delicado da vazão. É usado em li-
nha até 2” (Figura 2.13).
Posição aberta
Corte em projeção
horizontal
Sobreposto Gaxetas
Retentores
Tampões duplos
Sedes
balanceados
Figura 2.14 – Válvula sem sede.
Válvulas em “Y”
Essas válvulas apresentam a haste a 45°
com o corpo, de maneira tal que a trajetória da Figura 2.16 – Válvula de Controle.
corrente fluida fica quase retilínea. Em conse-
qüência disso as perdas de carga ficam redu- 2.3.5 Válvula Borboleta
zidas um valor mínimo. Essas válvulas são Usada para tubulações de grande diâme-
usadas para bloqueio e regulagem de vapor tro (mais de 20'’), sujeitas a baixas pressões,
(Figura 2.15). sem a exigência de vedação perfeita. O fecha-
mento da válvula é feio por meio de uma peça
circular que pivota em torno de um eixo per-
pendicular ao sentido de escoamento do flui-
Tampão do (Figura 2.17).
Volante
Eixo
Trajetória do fluido
Sede
Figura 2.15 – Válvula em “Y”.
Corpo
Disco
2.3.4 Válvulas de Controle
Essas válvulas são usadas em combina- Figura 2.17 (a) – Válvula Borboleta.
ção com instrumentos automáticos, que as
Alavanca
comandam à distância, para controlar a vazão
ou a pressão de um fluido. A válvula em si é Fe
ch o
ad ert
quase semelhante a uma válvula globo sendo o Ab
Flanges da
operada, na maioria das vezes, por meio de tubulação
um diafragma sujeito à pressão de ar compri-
mido. Há um instrumento automático que
comada a pressão de ar, que por sua vez faz
variar a posição de abertura da válvula. A ope- 17
ração nas válvulas de controle é feita, geral-
mente, pelo diafragma em um sentido (para Disco de
Corpo da válvula
abrir ou fechar) e por uma mola regulável no (entre os flanges)
fechamento
outro sentido (Figura 2.16). Figura 2.17 (b) – Válvula Borboleta.
Equipamentos Estáticos
Eixo
2.3.6 Válvulas de Diafragma Flange de
Tampa
Flange
Muito usadas para fluidos perigosos, cor- entrada
de saída
rosivos, tóxicos, inflamáveis, etc, as válvu-
las de diafragma não apresentam gaxetas. Seu
fechamento é feito por meio de um diafrag-
ma flexível apertado contra a sede. O meca-
nismo móvel que controla o diafragma fica
completamente fora do contato com o fluido
(Figura 2.18).
Sede Tampão
Volante Haste
Figura 2.19 – Válvula de retenção de portinhola.
Guia Mola
Bocal de saída
Tampão
Tampão
Sede
Grade de
entrada
Bocal de entrada
Purgadores
a) Purgadores de bóia;
3
3.1 Introdução
b) Purgadores de panela invertida.
Purgadores são equipamentos utilizados
para eliminar condensados das tubulações que
– Purgadores Termostáticos – Agem
transportam vapor ou ar comprimido. Os bons
por diferença de temperatura.
purgadores além de remover condensado, re-
a) Purgadores de expansão metálica;
movem também o ar e outros gases inconden-
b) Purgadores de expansão líquida;
sáveis que possam existir.
c) Purgadores de expansão balancea-
O aparecimento de condensado em tubu-
lações de vapor pode se dar devido à perda de da (fole).
calor para o meio ambiente, arraste de gotícu-
las, colocação em operação de determinado – Purgadores Especiais:
trecho de tubulação fria ou trechos de tubula- a) Purgadores termodinâmicos;
ções bloqueadas. b) Purgadores de impulso.
O aparecimento de condensado em tubu-
lações de ar comprimido ocorre em conseqüên- 3.2.1 Purgador de Bóia
cia da condensação da umidade do ar ou do Consiste em uma caixa com uma entrada
arraste do óleo de lubrificação dos compres- de vapor e uma saída de condensado. A saída
sores. do condensado é fechada por uma válvula co-
mandada por bóia; quando há condensado, a
3.1.1 Remoção do Condensado bóia flutua e abre a saída do condensado, que
é expulso pela própria pressão do vapor.
Remove-se o condensado existente nas li-
É necessário que a força de flutuação da
nhas de vapor pelas seguintes razões:
bóia seja suficiente, através das alavancas, para
– Conservar a energia do vapor, pois o vencer a pressão do vapor, que tende a fechar
condensado não tem ação motora (má- a válvula.
quina a vapor) nem ação aquecedora Esse purgador tem descarga contínua e não
eficiente (o vapor aquece cedendo ca- permite a saída de ar e de outros gases.
lor de condensação). A entrada de con- É empregado para baixas pressões de va-
densado nas turbinas causa danos irre- por (até 35 Kgf/cm2), quando se deseja des-
paráveis em suas palhetas. carga rápida e contínua e quando não há ne-
– Evitar vibrações e martelos hidráulicos cessidade de eliminação de ar (Figura 3.1).
nas tubulações causados pelo arrasta-
mento do condensado e encontro do Válvula Entrada
termostática
vapor com bolsões de condensado. (vapor + condensado)
Bolhas de Ar
Orifício e Vapor
Vapor
Entrada Saída
Vapor
Panela
Invertida
Panela Invertida Panela Invertida Condensado (afundada)
(afundada) (flutuando)
Condensado
Purgador Aberto Purgador Fechado Purgador Aberto
(Descarga de Condensado) (Chegada de Vapor) (Descarga de Condensado)
sado e o ar, como são mais frios, contraem o Figura 3.3 – Purgador Termostático de Fole.
fole que abre a válvula deixando-os escapar.
Esse tipo de purgador é empregado para mé- 3.2.4 Purgador Termodinâmico
dias e baixas pressões (até 35 kgf/cm2), prin- É um aparelho de construção extremamen-
cipalmente quando se tem grande volume de 21
te simples, cuja única peça móvel é um disco
ar a eliminar. A descarga de condensado é in- que trabalha dentro de uma pequena câmara,
termitente, demorada, e a perda de vapor é re- abrindo ou fechando, simultaneamente, as pas-
lativamente grande. Não pode ser empregado sagens que dão para a entrada de vapor e para
para vapor superaquecido (Figura 3.3). a saída de condensado (Figura 3.4).
Equipamentos Estáticos
Disco Móvel Zona de Baixa
Tampa Pressão
(suspenso) Pressão
Sede
Condensado
Condensado Condensado
Ar Condensado
Vapor Vapor
Ar
Pressão
Orifício de Entrada
Orifício de Saída
Vapor Secção AA
Purgador Fechado
Figura 3.4 – Purgador Termodinâmico.
Chapa intercalada
entre dois flanges
Permutadores
de Calor
a.3. – Gerador de Vapor
4
4.1 Introdução
Quando gera vapor d’água, aproveitan-
O permutador de calor é um equipamento
do calor de um líquido quente provenien-
onde dois fluidos, com temperaturas diferen-
te do processo (Figura 4.3).
tes, trocam calor através de uma interface me-
tálica. No processamento de uma Refinaria de Vapor d’água
saturado
Petróleo, o permutador de calor é empregado
não só para economizar calor, mas também
Tambor de
para atender às necessidades de processo. Fraciona-
Separação
dora
De acordo com o fim a que se destina, este
tipo de equipamento pode ser enquadrado con-
forme a seguinte classificação geral:
a) Aquecimento
a.1. – Aquecedor
Quando aquece o fluido do processo Figura 4.3 – Gerador de vapor da unidade de craqueamento
catalítico fluido.
por meio de vapor de água ou outro
meio qualquer (Figura 4.1).
b) Resfriamento
Vapor 10 kg/cm 2 b.1 – Resfriador
Quando resfria fluidos do processo atra-
TIC vés da utilização de água como meio
NaOH
de resfriamento. O abaixamento de
Condensado
temperatura dos líquidos a serem arma-
zenados evita as perdas de produtos
Figura 4.1 – Aquecedor de regeneração de soda. leves (Figura 4.4).
a.2. – Refervedor
Resfriador
Quando vaporiza um líquido por meio
de vapor d’água ou outro fluido quen-
te. Utilizado para prover calor às torres Querosene
de destilação, vaporiza parte do produ- para tanque
to de fundo (Figura 4.2).
Água de
Refrigeração
Vapor
Figura 4.4 – Resfriador de Querosene.
b.2 – Condensador
Torre de Refervedor Quando condensa um fluido pelo uso
Separação Conden- de água como fluido refrigerante. Em-
sado
Butano
pregado para recuperação de vapores 25
de colunas de destilação, bem como
para condensação do vapor exausto de
turbinas, reduz a pressão de descarga
Figura 4.2 – Refervedor de Torre de Separação. das mesmas (Figura 4.5).
Equipamentos Estáticos
Condensadores
Chicanas – orientam o fluxo do casco, de
forma a manter os tubos na posição desejada e
Torre evitar que sofram esforços de reflexão;
2 4
b.3 – Resfriador a ar 1
Quando resfria vapores ou líquidos,
3 3
passando por feixes de tubos tipo ser-
pentina e usando corrente de ar impul-
sionada por pás movidas a motor elé- 4
7
2
5
trico (Figura 4.6). 6
Ar
Considere
Petróleo
T1 – temperatura de entrada do fluido quente;
T2 – temperatura de saída do fluido quente;
Figura 4.7 – Aquecimento de petróleo.
t1 – temperatura de entrada do fluido frio e
t2 – temperatura de saída do fluido frio.
4.2 Descrição Geral
4.2.1 Permutador de Espelhos Fixos Tem-se que T1 T2 e t1 t2 em virtude do pro-
A Figura 4.8 mostra um exemplo de cesso de troca de calor sensível, entre os flui-
permutador de espelhos fixos, cujas partes es- dos, ocorrido dentro do permutador.
senciais são: t2 T2
Casco – parte externa central do permu-
tador;
Carretéis e tampas dos carretéis – par-
tes externas extremas do permutador;
26 Feixe Tubular – constituído de espelhos t1
que mantêm os tubos na posição desejada.
Neste tipo de permutador, os espelhos são sol- T1 Fluido quente Fluido frio
dados ao casco e servem também como flanges
aos quais os carretéis são parafusados; Figura 4.9 – Fluxos no casco e no feixe.
Equipamentos Estáticos
Saída tubos Entrada casco Vent (suspiro)
O permutador da Figura 4.9 é de uma pas-
Orifício para instrumento sagem no casco, já que o fluido frio percorre o
mesmo uma só vez. Este tipo de casco é o mais
comum em refinarias de petróleo, embora se-
jam utilizados também os de duas passagens
no casco, os de fluxo divididos por defletores
Casco Flange do
Tampa do
carretel Entrada
Carretel Saída casco casco Tampa e os demais tipos apresentados na Figura 4.14.
do casco
tubos
(boleado) Evidentemente, cada um deles apresenta apli-
Figura 4.10 – Permutador de Calor (vista externa).
cação e interesse específicos.
Espelho Feixe de
Flutuante tubos Espelho Chapa
fixo defletora
Chicana Casco de uma pasagem Casco de duas passagens
com chicana longitudinal
Chapa
defletora Tampa do Chapa quebra jato ou Carretel
flutuante chapa de sacrifício Casco com fluxo bifurcado Casco com duplo fluxo
bifurcado
Figura 4.11 – Permutador de Calor (vista interna).
que
T1 ido
o quente
id 27
Temp.
Flu t2 T2 4 Passes
frio t2
T2 ido ido
frio
Flu Flu
t1 t1
Extensão Extensão 6 Passes
25 3 26 7 8 11 16
12 21 18 19
5 11 28 10
Figura 4.19 – c) Teste da Tampa do Casco Boleado ou 3º teste. 21 22
14
23
9
Figura 4.19 – Teste do Permutador de Tampa Flutuante.
27 15
6 29 17
4 1 10
3 20 24 10 21 28 21 19
26 5 21 26 12 13
Casco pressurizado
6
29 7 7 25 11 15
Figura 4.21
Figura 4.20 – a) Teste do Casco ou 1º teste
Tubos pressurizados
Figura 4.22
Figura 4.20 – b) Teste do Feixe Tubular ou 2º teste.
1
Figura 4.20 – Teste do Permutador de Tubos em “U”. 5
20
26 21 12 23 8 23 26 8 7 11 19
23
3
2
22
4.22 e 4.23.
Figura 4.23
Equipamentos Estáticos
Tanques 5
São utilizados somente para os derivados
5.1 Finalidade
de petróleo mais pesados (asfalto, gasóleo, óleo
Os tanques têm fundamental importância
diesel, etc.) e para produtos químicos (soda
para o processamento de petróleo. Neles são
estocadas as cargas para as unidades de pro- cáustica, amônia, etc.).
cesso e seus derivados. São utilizados também 2
para estocar insumos para o processamento
(óleo combustível, amônia, metanol, etc.).
sificados em:
11
– Tanque de teto fixo, e
– Tanque de teto flutuante. 01. Teto Flutuante;
02. Flutuador;
03. Pé de Apoio do Teto;
5.3.1 Tanques de Teto Fixo 04. Dreno do Teto;
Normalmente, possuem uma estrutura de 05. Câmara de Vedação;
06. Escada Móvel do Teto;
sustentação do teto que varia em função do 07. Anel de Reforço do Costado;
32 tamanho do mesmo. 08. Agitador;
09. Indicador de Nível (Li);
O tipo de teto fixo mais utilizado em refi- 10. Bóia;
narias de petróleo é o de teto cônico (em for- 11. Dreno Tipo Sifão;
ma de um cone voltado para cima com o vérti- 12. Tubo para Medição
ce no centro) (Figura 5.1). Figura 5.2 – Tanque de Teto Flutuante.
Equipamentos Estáticos
5.4 Acessórios 5.4.5 Isolamento Térmico
Os tanques possuem diversos acessórios, Sua finalidade, é diminuir a perda de ca-
entretanto, serão abordados apenas os princi- lor nos tanques de produtos aquecidos. Nor-
pais, tendo sido os demais reservados para malmente, são isolados os tanques de asfalto
apostila específica. e resíduos de vácuo, pois operam em alta tem-
peratura.
Raros são os tanques que utilizam isola-
5.4.1 Respiração mento térmico externamente em função do alto
Alguns tanques pequenos de teto fixo pos- custo do investimento e da manutenção dos
suem uma conexão com ou sem válvula, no mesmo.
teto aberta direcionado para atmosfera. Esta
conexão visa evitar a formação de vácuo ou 5.4.6 Sistema de Medição
pressão durante as operações de recebimento Este sistema consta de uma bóia que flu-
ou envio e apresenta uma tela para evitar a tua com o nível do produto, ao longo de dois
entrada de chama ocasional. fios que servem como guia. O centro da bóia é
ligado a uma trena, que, após passar por uma
série de roldanas, apresenta a leitura direta num
5.4.2 Válvula de Pressão e Vácuo visor colocado externamente no tanque.
Seu uso é obrigatório em tanques de teto Os tanques da área de transferência e es-
fixo. Tem a função de evitar a formação de tocagem normalmente, são dotados do siste-
vácuo ou pressão alta durante as operações. ma de “TELEMETRIA”. Este sistema é o mais
Nestes tanques, o vapor está em equilíbrio com moderno e possibilita a leitura, à distância, do
o líquido. À noite, com a redução da tempera- nível e da temperatura do produto.
tura, há entrada de ar, enquanto, durante o dia, A medição deve ser feita com toda a pre-
essa válvula propicia a saída de ar + vapores cisão, pois um erro de milímetros, pode repre-
devido à elevação da temperatura. sentar uma diferença bastante significativa no
Alguns tanques pequenos de teto fixo, volume.
possuem um sistema que evita a formação de A aferição desses sistemas é feita por meio
vácuo. Esse sistema é usado, quando há pos- de trena, a prumo, que se faz descer manualmente
sibilidade de formação de mistura explosiva através do tubo de medição. Nesse caso, usa-se
dentro do tanque, devido à pequena quantida- uma pasta especial que acusará uma marca bem
de de vapores de hidrocarbonetos. Normal- clara da interface água-hidrocarboneto.
mente, esses tanques armazenam produtos não
inflamáveis, que, no entanto, podem estar con- 5.5 Diques
taminados por pequenas quantidades de hidro- A finalidade do dique é conter um possí-
carbonetos. vel vazamento grande, com ou sem incêndio,
evitando dessa forma que se alastre para ou-
5.4.3 Agitador tras áreas.
Por norma de segurança, todos os tanques
Dispositivo cuja finalidade é movimentar destinados a armazenar produto inflamável,
o produto, a fim de homogeneizar as misturas tóxico ou químico são dotados de diques. O
de petróleo, gasolinas, entre outras. Normal- volume do dique tem que ser, no mínimo, igual
mente, essa homogeneização é feita pela agi- ao do tanque.
tação do produto, por meio de uma hélice,
acoplada a um eixo acionado por um motor
elétrico. Anotações
6.1 Finalidades
Torres 6
As retiradas laterais de produtos são pos-
síveis, com a instalação de equipamentos in-
Servem para separar ou absorver componen-
ternos que podem ser panelas ou calhas cole-
tes de misturas homogêneas. A separação é feita
toras.
por meio da destilação, daí o nome de torre de Nafta pesada
destilação. A absorção é feita em torres absorve-
doras, com finalidade de separar produtos corro-
sivos ou indesejáveis no produto final.
Torres extrativas, retificadoras, fraciona-
doras, etc.
Querosene
6.2 Tipos
Existem duas classes fundamentais de ti- Diesel leve
pos de torres:
– Torres de Pratos ou Bandejas; Diesel pesado
– Torres Recheadas. Cru
pré vaporizado
Bobulhador
Vertedor
Figura 6.3
Massa
Aerada
6.2.4 Bandejas Perfuradas
Vertedoro
Válvula Orifícios
Líquido
Vapor
condensado b) Panela de Retirada Parcial
Dá-se esse nome quando o líquido da
panela transborda para a bandeja inferior.
(Figura 6.9)
Resíduo
de vácuo
Solvente
DEA
Figura 6.11c
d) Anéis Pall-Ring
Gás
+
H2S
Figura 6.11d
Figura 6.10 – Esquema de uma Torre Recheada.
37
Fornos 7
queima de uma quantidade suficiente de com-
7.1 Utilização (dos fornos nas plantas
bustíveis através dos maçaricos instalados,
de processo de petróleo) normalmente, na base ou nas paredes laterais
Nas refinarias de petróleos e indústrias da câmara de combustão do forno ou zona de
petroquímicas, os fornos tubulares são incor- radiação. Os tubos são, geralmente, colocados
porados ao processo com a finalidade de for- próximo às paredes laterais e ao teto da câma-
necer calor, produzido pela queima de com- ra de combustão, onde o calor é principalmente
bustíveis e transmitindo-o por radiação, con- transferido por radiação são também coloca-
vecção e condução ao fluido, que circula numa das em outra região chamada de “câmara ou
serpentina de tubos. zona de convecção”, onde o calor é principal-
Os fornos são equipamentos de grande im- mente transferido por convecção.
portância nas plantas de processo, pois a utiliza-
O ar necessário à combustão pode ser ad-
ção de chama proveniente da queima de com-
mitido no forno pela depressão (pressão nega-
bustíveis é ainda a melhor maneira de se aque-
tiva) reinante na câmara de combustão, devi-
cer grandes vazões de fluidos a altas temperatu-
do à tiragem feita pela chaminé, ou através e
ras, ou fornecer calor para reações químicas. No
ventiladores de tiragem forçada, quando o for-
primeiro caso, são denominados simplesmente
no é dotado de pré-aquecimento de ar.
“fornos” e, no segundo, “fornos reatores”.
Em uma unidade de destilação, os fornos A capacidade ou tamanho de um forno é
de aquecimento representam cerca de 20% do traduzida pela carga térmica total que deve ser
investimento total e, no caso dos fornos reato- absorvida pelo (s) fluido (s). A grande maio-
res, esta parcela é bem maior, pois constituem- ria dos fornos situam-se na faixa de 10 a 350
se em um dos principais equipamentos destas milhões de Btu/h (2,5 a 90 x 106 kcal/h).
unidades.
Cabe destacar a necessidade, cada vez 7.3 Classificação geral dos fornos
mais acentuada, de melhor se conhecer os for- 7.3.1 Quanto à utilização
nos, tendo em vista os crescentes custos dos
óleos combustíveis, consumidos pelos fornos Fornos de Aquecimento
e ainda a de se manter a operação segura dos Pré-aquecedores de carga de torres fracio-
mesmos. nadas
Observa-se, ainda, que de toda a energia Os fornos deste tipo são bastante comuns
consumida por uma unidade média, 75 a 80% em unidades de processos. Típicos são os for-
é obtido por meio de queima de derivados com- nos das torres de destilação atmosférica e a
bustíveis nos fornos e caldeiras. vácuo.
A carga usualmente líquida é pré-aquecida
7.2 Características gerais dos fornos em trocadores de calor, a fim de se obter o
O forno tubular é um equipamento proje- melhor rendimento térmico da unidade, sain-
tado para transferir um fluxo de calor, de tal do do forno parcialmente vaporizada.
forma que se forem mantidas constantes a va-
38 zão e a temperatura de entrada, também será
Refervedores de torres fracionadas
constante a temperatura de saída.
É necessário gerar no forno, uma quanti- O fluido sai do fundo da torre de destila-
dade de calor que supra o processo e compen- ção, circula pelo forno e retorna, à torre, parcial-
se também as perdas. Este calor é gerado pela mente vaporizado e ligeiramente aquecido.
Equipamentos Estáticos
Refervedores são encontrados em refina- (Alguns projetistas possuem projetos “standards”
rias de petróleo, por exemplo, nas torres de para fornos radiantes de carga térmica até
pré-flash. 10 x 103 Btu/h).
Devido a isto, há muitas variações no
Aquecedores de carga de reatores “layout”, no projeto e no aspecto construtivo
Os fornos deste tipo têm como objetivo ele- dos fornos.
var a temperatura da carga ao nível necessário A principal classificação dos fornos tubu-
para ocorrer a reação química em um reator a lares é baseada na posição dos tubos na seção
jusante do forno. de radiação ou na forma da carcaça metálica
Neste caso, enquadram-se, por exemplo, externa, dando origem a fornos verticais ou
os fornos existentes em unidades de reforma horizontais. Os fornos verticais exigem me-
catalítica, hidrocraqueamento e planta de pro- nor área para construção e, em geral, levam a
dução de estireno. As condições de entrada e um menor investimento.
saída do forno variam muito, dependendo da
aplicação. 7.4.4 Cilindro vertical sem seção de convecção
(Figura 7.1)
7.4 Fornos Reatores Neste tipo de forno, os tubos são posicio-
Nesta categoria de fornos, estão aqueles em nados verticalmente ao longo da câmara de
cujas serpentinas ocorrem reações químicas. combustão de formato cilíndrico. Os queima-
Geralmente, estes fornos são especialmen- dores são posicionados no piso do forno.
te projetados em função de cada aplicação e São fornos de baixa eficiência, baixo cus-
seus projetistas procuram patenteá-los. Cons- to, com cargas térmicas típicas na faixa de até
tituem-se em equipamentos de alto custo e tec- a 20 x 106 Btu/h (5,0 x 106 kcal/h).
nologia sofisticada. Atualmente, estes fornos têm pequena
aplicação devido a sua baixa eficiência con-
7.4.1 Reformadores para unidades de hidrogênio trapondo-se aos altos preços do petróleo. No
entanto, podem ser utilizados em serviços de
e amônia operação esporádica, como fornos de partida.
A carga, geralmente, gás natural ou nafta, O termo “all radiant”, também emprega-
reage com vapor d’água, nos tubos do refor- do para este tipo de forno, não é adequado,
mador, produzindo hidrogênio, monóxido de pois, embora o forno só possua zona de radia-
carbono e dióxido de carbono. ção, parte do calor total absorvido deve-se ao
Geralmente, são fornos tipo caixa com mecanismo de convecção, uma vez que o es-
tubos verticais cheios de catalisador. Um pro- coamento dos gases de combustão provoca as
jetista usa, para estes reformadores, pressões correntes de convecção, principalmente na re-
na ordem de 500 psig (36 kgf/cm2) e tempera- gião entre os tubos e a parede de refratários.
tura de saída de 1.500 °F (815°C).
Figura 7.3
Figura 7.6
7.6 Refratários
7.4.9 Tipo Cabine com Altar Têm as seguintes finalidades:
(Figura 7.6) a) Isolar a câmara de combustão dos ele-
Fornos iguais ao item n.º 7.4.6, porém mentos estruturais;
possuem uma parede divisória de refratári- b) Irradiar o calor não absorvido pelos tu-
os (altar), que separa a câmara de combus- bos para dentro da câmara;
tão em duas células independentes, e per- c) Evitar perdas de calor para o exterior;
mite, assim, melhorar a distribuição de ca- d) Evitar que os gases de combustão, que
lor ao longo da altura da câmara de com- contêm compostos de enxofre, atinjam
bustão, bem como controlar individualmente as chapas da carcaça metálica onde se
cada célula. condensariam formando ácidos corro-
sivos.
Os queimadores podem ser colocados nas
Como facilmente pode-se deduzir, os ma- 41
paredes ou no piso, sempre inclinados para o
teriais refratários empregados em um forno
altar.
devem ter:
As cargas térmicas típicas variam de 20 a a) Capacidade de resistir a altas tempera-
100 x 106 Btu/h (5 a 25 x 106 kcal/h). turas;
Equipamentos Estáticos
b) Resistência mecânica elevada; mecânica interna aos tubos dos fornos com flui-
c) Resistência a erosão; dos sujeitos ao craqueamento.
d) Resistência a ataques químicos de áci- A limpeza através de vapor d’água e ar,
dos, bases, metais, etc., que podem ser permite usar curvas de retorno, de custo bem
encontrados nos gases de combustão de mais baixo que o cabeçote. Estas curvas de
óleos combustíveis. retorno são colocadas às extremidades dos
Os principais tipos de materiais refratários tubos.
e isolantes são: A utilização de cabeçotes de retorno re-
– tijolos refratários; quer que estes sejam instalados externamente
– concretos refratários; à câmara de combustão, para evitar altos flu-
– fibras cerâmicas. xos de calor. A caixa que contém os cabeçotes
é denominada caixa de cabeçotes. Quando se
utiliza curva de retorno, estas podem locali-
7.7 Tubos zar-se dentro da câmara.
7.7.1 Tubos de radiação Na seção de convecção, utilizando cabe-
Os tubos da seção de radiação são sempre çotes ou curvas de retorno, recomenda-se usá-
lisos, pois a utilização de tubos aletados em los externos à câmara, em caixas de cabeço-
uma seção em que as taxas de calor são muito tes. Quando colocados inteiramente, favore-
elevadas provocaria a formação de pontos cem a formação de caminhos preferenciais para
quentes nos tubos e acarretaria a falha prema- os gases de combustão.
tura do material.
Os raios das curvas de retorno são geral-
O diâmetro varia de 2" a 8", entretanto 4"
mente escolhidos de tal forma, que a distância
corresponde ao diâmetro nominal que, geral-
mente, leva à configuração mais econômica. centro a centro dos tubos seja de dois diâme-
O comprimento usual é de 10 a 20 m para tros nominais.
os fornos com tubos horizontais.
7.9 Suportes dos tubos
7.7.2 Tubos de Convecção São projetados para suportar: os pesos dos
Geralmente são aletados ou pinados, com tubos e fluido, os esforços de atrito devido à
a finalidade de se aumentar o coeficiente de dilatação térmica e do ∆T (gradiente de tem-
troca de calor externo aos tubos. No Brasil, peratura) ao longo de sua altura.
devido à utilização de óleos combustíveis pe- Usualmente, são colocados espaçados em,
sados, a escolha recai nos tubos pinados, que no máximo, 35 diâmetros nominais ou 6 m.
apresentam menor tendência a reter cinzas em Fabricados a partir de materiais nobres, tais
relação aos aletados. como ligas contendo 25% de Cr, e 20% Ni, ou
As duas primeiras filas de tubos de con- ainda, ligas com 50% de Cr e 50% de Ni.
vecção são sempre lisas, por estarem sujeitas, Observa-se que os suportes não recebem
também, à troca de calor por radiação. qualquer resfriamento, como ocorre nos tu-
Os tubos que formam estas duas primei- bos que são “resfriados” pelo fluido em es-
ras filas são denominados de “tubos de prote- coamento.
ção” ou tubos escudos.
Os diâmetros dos tubos de convecção são, As serpentinas verticais são simplesmen-
geralmente, menores que os de radiação. te suportadas pelo topo e guiadas por pinos
Quanto ao arranjo, deve-se observar que, soldados às curvas de retorno ao fundo.
enquanto na radiação, procura-se espaçar os
tubos para obter uma boa distribuição do ca- 7.10 Queimadores
lor; na convecção, procura-se aproximar os As funções dos queimadores são: liberar
tubos, de maneira a obter uma alta velocidade combustíveis e ar para a câmara de combus-
42 dos gases e, portanto, uma boa troca de calor. tão; promover a mistura do combustível com
o ar; dar condições para a contínua queima da
7.8 Curvas e cabeçote de retorno mistura combustível-ar e, no caso de combus-
A utilização de cabeçotes de retorno mandri- tíveis líquidos, atomizar e vaporizar o com-
lados, tem como finalidade a aplicação de limpeza bustível.
Equipamentos Estáticos
7.11 Chaminé e abafadores
A Chaminé tem como finalidades:
– Lançar os gases de combustão a uma
altura tal, que provoque a dispersão dos
mesmos, minimizando a poluição.
– Fornecer a tiragem necessária, isto é,
permitir que, por diferença de densida-
des, os gases, ao subirem, succionem o
ar para a combustão.
– Manter todo o forno em pressões leve-
mente negativas, a fim de evitar fugas
de gases pelas paredes, o que poderia
aquecer a estrutura do forno.
A função do abafador da chaminé é ajus-
tar o perfil de tiragem do forno, controlando a
tiragem na região diretamente abaixo da se-
ção de convecção do forno.
Os abafadores podem ser de folha única
ou de folhas múltiplas, quando a chaminé ti-
ver grandes diâmetros. São operados manual-
mente do solo, através de cabos. Em caso de
grandes abafadores, é possível manuseá-los
com operadores pneumáticos.
Anotações
43
Equipamentos Estáticos
Caldeiras 8
Existem vários tipos de caldeiras Flamo-
8.1 Considerações gerais
tubulares, dentre as quais são destacadas a
Na acepção ampla, caldeira é um troca-
vertical (Figura 8.2) e a horizontal (Figura 8.3).
dor de calor que tem por finalidade a produ-
ção de vapor a partir de um fluido vaporizante Chaminé
e energia térmica. A energia térmica pode ser Damper (controle de tiragem)
8.6 Pré-aquecedores
8.6.1 Generalidades Figura 8.8 – Pré-aquecedor do tipo regenerativo.
Pré-aquecedores são aparelhos destinados
a aproveitar o calor dos gases de combustão 8.6.3 Corrosão
para aquecer o ar necessário para combustão. O pré-aquecedor é o elemento que utili-
A instalação ou não de um pré-aquecedor za o calor do gás, após a sua passagem pela
e o seu dimensionamento dependem de fato- fornalha, superaquecedor e economizador,
res econômicos e de engenharia. onde, portanto, a temperatura já é mais baixa.
Os fatores econômicos mais importantes são: Como conseqüência, problemas como corro-
– custo original do equipamento; são dos tubos, depósito de fuligem e cinzas
– custos de operação e nas superfícies de troca podem ocorrer. Furos
de tubos, nos pré-aquecedores de recuperação,
– custos de manutenção.
podem exigir um consumo extra de energia
Os fatores de engenharia envolvidos são: pelos ventiladores.
– espaço;
– características do combustível e 8.7 Economizadores
– temperaturas desejadas para a entrada O economizador é o aparelho que tem a
de ar e a saída do gás. finalidade de absorver o calor sensível dos
Com os combustíveis comuns, em iguais gases de combustão, para aquecer a água de 47
condições de fornalha, a eficiência de uma alimentação de caldeiras. Assim, os gases, já
caldeira como um todo aumenta de cerca de com temperaturas mais baixas que na forna-
2,5% para cada 50°C de queda na temperatura lha, cedem mais calor, resultando maior eco-
de saída do gás. nomia para o sistema.
Equipamentos Estáticos
Internamente, os economizadores (no caso Dentre estes, destacam-se os queimado-
de não ter havido eliminação dos gases) estão res de óleo combustível.
sujeitos à corrosão, devido ao oxigênio dis-
solvido e ao baixo valor de pH. 8.8.2 Distribuidor de ar
Como a corrosão é muito menor na faixa O maçarico é o elemento que se destina a
de pH alcalino, é conveniente, muitas vezes, receber o óleo e atomizá-lo para o interior da
corrigir o pH da água de alimentação para 8 fornalha. Consta da peça de ligação, onde pe-
ou 9. netram o óleo e o vapor; do corpo; que conduz
Externamente, devido à baixa temperatu- o óleo e o agente pulverizador; e do bico ou
ra da água de alimentação, os tubos do econo- pulverizador, colocado no corpo, na extremi-
mizador podem provocar a condensação da dade oposta à peça de ligação.
umidade dos gases de combustão, acelerando A pulverização é conseguia com o auxílio
a corrosão. Quando isto acontece na presença de um agente pulverizador, que pode gerar
de produtos de combustão de enxofre, a taxa comprimido, vapor d’água ou mecanismos de
de corrosão aumenta, à medida que a tempe- pulverização mecânica.
ratura for reduzida. Em suma, as finalidades do queimador são:
À medida que o teor de enxofre aumenta, – pulverizar o combustível;
o ponto de orvalho do gás também aumenta, – misturar intimamente o óleo, já em né-
agravando assim as condições de corrosão. voa, com o ar;
Experiências mostram que a taxa de cor- – manter as proporções entre o ar e o óleo.
rosão ácida pode ser reduzida a limites segu-
ros mantendo a temperatura da água de ali-
mentação acima de certos valores mínimos. 8.8.3 Queimador de óleo combustível
É provido de “DAMPER” ou “Registro”
Vapor 7 que regulam a entrada do ar fornecido do com-
3 saturado Ar bustível através do Soparador de ar.
1 6
5
1 8 8.9 Ramonador (ou soprador de fuligem)
Durante a operação normal da caldeira,
Maçaricos
verificam-se depósitos de fuligem nos tubos,
2
resultantes da queima do combustível. Esta
fuligem tem de ser retirada, pois atua como
Alimentação um isolante. Em vista disso, são instalados nas
de água caldeiras, entre as fileiras de tubos, aparelhos
destinados a limpar, periodicamente, o lado de
(1) Tambor de vapor (5) Superaquecedor fogo das caldeiras, removendo os depósitos de
(2) Tambor de lama (6) Economizador fuligem. Esta limpeza deve ser efetuada duas
(3) Feixe tubular (7) Pré-aquecedor de ar vezes por dia, no mínimo antes de qualquer
(4) Fornalha (8) Chaminé
parada da caldeira e sempre com a caldeira em
operação, com cargas elevadas (para evitar
Figura 8.9 – Componentes principais de gerador de vapor.
explosões no percurso dos gases).
O romonador é constituído, basicamen-
8.8 Queimador te, de um tubo perfurado, ligado a uma rede
É o conjunto de elementos com função de de vapor (Figura 8.10).
suprir o calor excessivo à geração de vapor,
através da queima de combustíveis.
Pode ser dividido em “queimador” pro-
priamente dito e “distribuidor de ar”.
8.8.1 Queimador
48 É o equipamento que prepara o combus-
tível a ser queimado na caldeira.
Existem queimadores de óleo combustí-
vel, queimadores de gás combustível e quei-
madores de CO (monóxido de carbono); Figura 8.10 – Soprador de fuligem.
Equipamentos Estáticos
Vapor saturado
8.10 Internos do Tubulão
8.10.1 Separadores de vapor
São legítimos filtros de vapor, constituí-
dos de chapas corrugadas, dispostas ao longo
da tubulação, por onde o vapor saturado deve
passar, antes de atingir as canalizações que o
levarão ao coletor de entrada do superaquece- Vapor + água
dor. Têm a finalidade de reter as partículas lí-
quidas ou sólidas arrastadas pelo vapor.
Figura 8.11.b – Acessórios internos do tambor de vapor.
8.10.2 Ciclones
São dispositivos destinados a produzir um 8.11 Válvulas
retardamento temporário ao escoamento de um 8.11.1 Válvulas de Bloqueio
fluido, fazendo-o mudar de direção; em com- São válvulas colocadas em linha de água,
binação com defletores de vapor do tipo “pla- combustível, ar e vapor, com a finalidade ex-
ca”, orientam os fluxos de vapor e da água. clusiva de isolamento do sistema.
Observar os internos das figuras 8.11.a e
8.11.b. 8.11.2 Válvula de Retenção
Vapor saturado
Colocadas nas diversas linhas, com a fi-
nalidade de evitar o retorno do fluxo.
52