ETIICA
ETIICA
ETIICA
Definio
tica - cincia especulativa, que tem por objeto o estudo filosfico da ao e da conduta
humana, procurando a justificativa racional dos juzos de valor sobre a moralidade.
Relao
A relao entre tica e moral est no comportamento humano com a diferena que a tica
uma cincia especulativa, que estuda o comportamento moral dos homens, enquanto
que a Moral o prprio comportamento do homem junto com seus valores, normas e
padres.
Objeto de estudo:
Ligada ao valor:
1. Valores universais
2. Valores consensuais
3. Valores pessoais
O normativo e o fatual
- O fato de uma norma no ser cumprida no invalida a exigncia de que ela seja posta em
prtica. Esta exigncia e a validade da norma no so afetadas pelo que acontece no
mundo dos fatos (p.65).
- O normativo e o fatual possuem uma relao mtua: o normativo exige ser realizado e
orienta-se no sentido do fatual; o realizado (o fatual) s ganha significado moral na medida
em que pode ser referido positiva ou negativamente a uma norma (p.65).
Moral e moralidade
- Esta distino entre o plano normativo (ou ideal) e o fatual (real ou prtico) leva alguns
autores a propor dois termos para designar cada plano: moral e moralidade. A moral
designaria o conjunto dos princpios, normas, imperativos ou idias morais de uma poca
ou sociedade determinadas. A moralidade seria um componente efetivo das relaes
humanas concretas que adquirem um significado moral em relao moral vigente (p.66).
- A moralidade a moral em ao, a moral prtica e praticada. Por isso, cremos que
melhor empregar um termo s: moral, indicando os dois planos, o normativo e o efetivo.
Portanto, na moral se conjugam o normativo e o fatual (p.66).
- A moral implica sempre uma conscincia individual que faz suas ou interioriza as regras
de ao que se lhe apresentam com um carter normativo, ainda que se trate de regras
estabelecidas pelo costume (p.75).
- O ato moral se apresenta como uma totalidade de elementos: motivos, inteno ou fim,
deciso pessoal, emprego de meios adequados, resultados e conseqncias (p.76).
- O ato moral no pode ser reduzido a um de seus elementos, mas est em todos eles, na
sua unidade e nas suas mtuas relaes (p.80).
2. Liberdade de escolha
O contrrio da liberdade a:
- A palavra autnomo vem do grego autos que quer dizer si mesmo e nomos que
quer dizer lei, regra, norma ou seja, significa aquele que tem o poder de dar a si mesmo
a norma, a regra, a lei. Aquele que goza de autonomia e liberdade seria aquele com
capacidade plena de autodeterminao.
Objetivo
INTRODUO
Pereira & Pereira Neto (2003, p 20) definem esse perodo como o de
profissionalizao da Psicologia, de 1890 a 1975. "Abrange desde a gnese da
institucionalizao da prtica psicolgica at a regulamentao da profisso e a
criao dos seus dispositivos formais." Os autores assinalam como marcos
desse momento: a Reforma de Benjamin Constant no campo educacional
(1890), a inaugurao dos laboratrio de psicologia junto ao campo educacional
e mdico (1906), e a criao do cdigo de tica (1975).
Pessotti (1998), por sua vez, elaborou outro critrio baseado na presena ou no
de instituies com vnculos com a rea psicolgica. Elegeu trs grandes
marcos; foram eles: 1833, quando se criou as Faculdades de Medicina no Rio
de Janeiro e na Bahia; 1934, quando se constituiu um curso de Psicologia na
Universidade de So Paulo; e 1962, quando a Psicologia foi regulamentada.
Desde 1890, j existiam teses publicadas por mdicos com teor psicolgico, tais
como as obras de Jos Tapajs, Psicofisiologia da percepo e das
representaes (1890), Das emoes de Verssimo Dias de Castro (1890), A
Memria e a personalidade de Seabra em 1894, a famosa tese de Henrique
Roxo, Durao dos atos psquicos elementares (1990), entre outras.
A prtica mdica legal, por sua vez, possua uma atuao higienicista, ao buscar
erradicar ou minimizar as doenas infecto-contagiosas muito presentes nas
cidades em desenvolvimento. Segundo Costa (1983), essas atuaes
dispersaram-se nas cidades, por meio de polticas pblicas de saneamento
bsico e atingiu a educao moral e fsica das famlias, que passaram a se
responsabilizar tambm pelos cuidados com a higiene pblica e privada.
Para que uma atividade seja reconhecida como tal, necessrio que
rena algumas caractersticas. Por um lado, a profisso deve ter um
conhecimento delimitado, complexo e institucionalizado. Por outro, ela
tem que organizar seus interesses em associaes profissionais que
padronizem a conduta dos pares, realizando uma auto-regulao. O
controle interno da profisso feito atravs da fiscalizao das
condutas profissionais com dispositivos formais, entre os quais se
destacam os cdigos de tica. (PEREIRA&PEREIRA NETO, 2003, p
20)
Bock (2001), ao discutir a regulamentao da Psicologia em 1962, atravs da
Lei n 4119 e o Catlogo Brasileiro de Ocupaes do mesmo ano, ressalta o
carter disciplinador e moralizante das prticas psicolgicas, como podemos
vislumbrar:
Segundo Soares (2010, p. 28), o primeiro Conselho Federal enfrentou uma tarefa
rdua, pois precisou se empenhar em elaborar leis sobre "as quais viessem a
assentar, slidas e definitivas, a tradio e a unidade da classe, recentemente
reconhecida, ao lado de uma conscincia de corpo, sob a gide de uma s
Autarquia".
Comisso de Direitos Humanos, criada pela Resoluo CFP n 11/1998 tem como
atribuies: incentivar a reflexo sobre os direitos humanos inerentes formao, prtica
profissional e pesquisa em Psicologia; intervir em todas as situaes em que existam
violaes dos direitos humanos que produzam sofrimento mental; participar de todas as
iniciativas que preservem os direitos humanos na sociedade brasileira; apoiar o movimento
internacional dos direitos humanos; e lutar contra todas as formas de excluso que violem os
direitos humanos e provoquem qualquer tipo de sofrimento mental.
Comisso de Anlise sobre Ttulo Especialistas, criada pela Resoluo CFP n 014/200,
revogada pela Resoluo CFP n 013/2007: criada para fins de concesso de credenciamento
de cursos de especialista e anlise de recursos sobre ttulos de especialistas. Essa comisso
tambm tem a responsabilidade de subsidiar o plenrio do CFP para as diversas demandas
relacionadas ao tema Especialidades em Psicologia.
Atualmente, no sculo XXI, segundo Pereira & Pereira Neto (2003), enfrentamos
um perodo de profissionalizao mais madura, porm a Psicologia sofre com as
alteraes e crises scio econmicas, causando uma maior proliferao de
faculdades de psicologia, a queda na qualidade da formao e, ao mesmo
tempo, uma degradao do valor do trabalho do psiclogo no mercado de
trabalho. H novos espaos de atuao profissional que surgem devido,
inclusive, a uma crise mercadolgica e epistmica no cenrio clnico.
Surgem novos dilemas ticos situados nos fenmenos intersubjetivos da
contemporaneidade, desafiando a categoria profissional a se rever continua e
criticamente. Esse o processo de profissionalizao aberto e ainda por ser
feito, na prtica cotidiana de uma profisso relativamente nova em nosso pais
OBJETIVOS:
INTRODUO E BIBLIOGRAFIAS
A partir desse novo cenrio e dos novos fazeres, a Psicologia Brasileira foi
chamada a participar de um processo de reflexo e construo de novas
diretrizes para as aes profissionais da Psicologia. Esse processo se iniciou em
2001, quando os psiclogos foram convocados a confeccionar um novo cdigo,
superando o anterior que havia sido feito em 1987. O documento anterior tinha
marcas direcionadas predominantemente ao campo clnico, e no dialogava com
as novas configuraes psicossociais e com leis mais modernas, como o
Estatuto da Criana e do Adolescente(1990).
Com relao ao projeto tico, Aristteles o define como aquele que est
subordinado ao plano poltico, tornando-se uma cincia prtica da vida. Afirma
que a tica deve estudar o bem supremo, a partir de um conhecimento do
humano, investigando em que consiste a sua felicidade (eudamonia).
Pegoraro (2006) delimita quatro eixos em torno dos quais giram o projeto
tico aristotlico, denominado de material, so eles: (1) a tica natural, emerge
da estrutura biolgica do ser humano; (2) a tica finalista, todas as escolhas e
decises humanas visam alcanar um fim, produzir um bem; (3) a tica
racional, ou seja, a razo deve harmonizar a luta entre os desejos instintivos do
homem e as exigncias sociais; (4) a tica heternoma, ou seja, ela vem do
exterior, no est dada, o homem nasce como um animal tico que precisar
escolher, pelo uso da razo que o faz livre.
A viso aristotlica anuncia a base scio histrica que tambm est presente na
confeco do cdigo de tica do psiclogo brasileiro, participando de uma viso
de homem materialista-histrico-dialtica.
INTRODUO
A Carta Magna Federativa foi construda num cenrio poltico ainda marcado
pelos resqucios da ditadura militar, porm sensvel instituio de uma Cultura
de Direitos Humanos, na qual o sujeito cidado tem papel destacado. uma
Constituio que privilegia a garantia dos direitos sociais, no descuidando dos
individuais. Sem dvida, uma carta comprometida com uma filosofia de bem
estar social, sensvel aos movimentos sociais e polticos, a servio da cidadania.
Alguns juristas de renome, como Bittar (2006), afirma que a Constituio Federal
Brasileira de 1988 promoveu uma mudana paradigmtica importante:
privilegiou o cuidado tico e cidado com o humano, antes destinado
predominantemente ao Estado Maior. Encontra-se, portanto, em nosso
panorama jurdico e social, uma Lei Federal que defende a dignidade humana
frente a quaisquer postulados jurdicos, como se vislumbra no prembulo dessa
Constituio:
Diante desse contexto, o novo Cdigo Civil apresentou maior sensibilidade legal
frente s novas configuraes familiares, reconhecendo, por exemplo, as unies
estveis validadas a partir de dois anos de convivncia, inclusive entre parceiros
do mesmo sexo.
Enfim, nota-se que o Cdigo de tica do Psiclogo (2005) situa-se num cenrio
interessado em garantir aos sujeitos seus direitos, e abrir espao para polticas
pblicas que promovam o pleno desenvolvimento psicossocial dos seus
cidados.
Comentrio
Comentrio
Disponvel em http://portal.mec.gov.br/index.php?
option=com_content&view=article&id=12991, acesso em novembro 2013.
Comentrio
Comentrio
Comentrio
O princpio V tem relao direta com o I, que assegura a intima conexo entre
o Cdigo de tica do psiclogo e a Declarao Universal dos Direitos Humanos,
pois a partir dessa cultura que a Psicologia tem demarcado o universo prtico
e terico em que se esteja negando ou negligenciando algum princpio bsico da
profisso.
A partir dessa diretriz da Cultura dos Direitos Humanos respeita-se uma atuao
profissional que defenda a dignidade humana e nega-se situaes em que o
psiclogo esteja presenciando, por exemplo, discriminao de qualquer
natureza, ou em que o direito de ir e vir do cidado esteja sendo aviltado.
Tambm se consideram as situaes em que um profissional da Psicologia
esteja atuando de forma indevida, mediante os artigos e diretrizes fundamentais
estabelecidas pelo Cdigo Profissional (artigo 2: prticas vedadas).
Comentrio
Objetivo
INTRODUO
Nos ltimos anos, a Psicologia Brasileira aprimorou sua interface com a rea da
Sade, que contribuiu para uma discusso profunda sobre a postura tica do
psiclogo em relao ao usurio do seu servio. Essa discusso foi pautada por
documentos ticos, como a Resoluo 196/96 (a atual 466/12), sobre
as Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas envolvendo seres
humanos, promulgada pelo Conselho Nacional de Sade.
Segundo Diniz e Guilhem (2008, p.77), a cultura tica fomentada pela Resoluo
196/96, em dilogo com as diretrizes internacionais, estabeleceu alguns critrios
para a aprovao dos protocolos de pesquisa, a partir de uma preocupao
bsica com a minimizao de riscos e a proteo dos direitos dos participantes
de pesquisas, tais como:
- relevncia social: os estudos devem contribuir para a melhoria da qualidade de vida das
pessoas envolvidas nas pesquisas, ampliando o conhecimento aplicvel a diferentes contextos
sociais;
-seleo equitativa: a escolha dos participantes deve seguir objetivos definidos pela pesquisa e
no atender as amostras de convenincia. Pessoas vulnerveis devem ser protegidas e no
podem ser excludas do envolvimento na pesquisa sem razes cientficas;
- balano favorvel entre riscos e benefcios: as pesquisas tem que ser conduzidas de acordo
com o melhor padro de ateno sade disponvel. Deve ser feita uma avaliao dos potenciais
riscos e benefcios para os participantes;
-reviso tica do protocolo: deve ser realizada por um Comit de tica em pesquisa, de
conformao colegiada, que atue de forma independente;
-consentimento livre e esclarecido: tido como uma das peas centrais avaliao tica de um
protocolo de pesquisa. Deve ser considerado um processo e no apenas um ato de apresentao
de um documento escrito ou oral. O objetivo garantir a livre e informada deciso de um individuo
em participar de um estudo;
O valor da Beneficncia por sua vez diz respeito ao fazer o bem ao sujeito da
pesquisa, o que significa promover ganhos com a atividade investigativa, seja no
tratamento de uma doena, seja na testagem de medicamentos, ou ento, num
ganho psicossocial ao refletir conjuntamente com o pesquisador sobre um tema
de relevncia pessoal e social. Esse valor biotico essencial numa relao
simtrica entre pesquisador e participantes, pois sugere uma relao igualitria,
sem uma postura de explorao utilitria que costumeiramente se tinha em
pesquisas de campo, quando pesquisadores absorviam as informaes que
necessitavam dos sujeitos e no se responsabilizavam com os possveis ganhos
de quem participava da pesquisa.
(f) garantir o sigilo profissional como dever tico, ao fornecer, a quem de direito,
na prestao de servios psicolgicos, informaes concernentes ao trabalho a
ser realizado e ao seu objetivo profissional;