BoletimPesq06 PDF
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Ministrio
~a Agricultura
e do Abastecimento
Recomendaes tcnicas
para o cultivo de aveia
155N 15180271
Dezembro, 2000
Comit de Publicaes:
Presidente: Edison Beno Pott
Membros: Armando de Andrade Rodrigues
Carlos Roberto de Souza Paino
Ana Cndida Primavesi
Snia Borges de Alencar
1. INTRODUO
7.ADUBAO
As recomendaes de adubao para aveia no Estado de So
Paulo so feitas de acordo com o Boletim Tcnico 100 (Raij et aI.,
1996).
7.1. Gros
Na Tabela 2, encontram-se recomendaes para adubao
mineral na semeadura, que deve ser aplicada de acordo com a
anlise do solo e a produtividade esperada, e na Tabela 3 se encontra
a recomendao para adubao de cobertura.
Produtividade Nitrognio
esperada
0-6 7-15 16-40 >40 0-0,7 0,8-1,5 1,6-3,0 >3,0
Aplicar 10 kg ha-' de enxofre. Em solos com teores de Zn (determinado pelo mtodo DTPA)
inferiores a 0,6 mg dm-3, aplicar 3 kg ha-' de Zn. Aplicar 1,0 kg ha-' de boro em solos com
teores de B (determinado pelo mtodo da gua quente), inferior a 0,21mg dm3.
1 2 3
Alta Mdia -1 Baixa
t ha-1 ---------------- kg ha de N ----------------------
1-2 20 O O
3-4 40 20 O
(soja).
3 Baixa resposta esperada: cultivo intenso de leguminosas, especialmente soja de alta
7.2. Forragem
Na Tabela 4, encontra-se a recomendao de adubao
mineral para a semeadura de acordo com a anlise do solo.
Tabela 4. Adubao mineral de semeadura.
Nitrognio P-resina. mg dm -3 K trocvel. mnolc dm -3
()..{) 7-15 16-40 >40 0-0.7 0.8-1,5 1.6-3.0 >3.0
N, kg ha-1 P20S kg ha -1-- K20, kg ha -1_
-- --
20 90 60 40 20 60 40 20 10
Aplicar 10 kg ha- de enxofre. Em solos com teores de Zn (determinado pelo mtodo DTPA)
1
inferiores a 0,6 mg dm-3, aplicar 3 kg ha-' de Zn. Aplicar 1,0 kg ha-' de boro em solos com
teores de B (determinado pelo mtodo da gua quente), inferior a 0,21 mg dm-3.
Concentrao
(9 L-l)
2,4 D (amina) 670
Durante o afilhamento (de quatro
2,4 D (amina) 400
folhas at o primeiro n visvel)
2,4 D (ster) 400
Tabela 6 . Eficincia de produtos no controle de plantas daninhas na
cultura de aveia para produo de gros (Comisso Brasi-
leira de Pesquisa de Aveia, 1999).
Herbicida
2,4 D 2,4 D
(amina)* (ster)
Polygonum convolvulus Cip- de- veado- de- inverno CM CM
Raphanus raphanistrum Nabia C C
R. sativus Nabo C C
Silene gallica Silene CM CM
Spergula arvensis Gorga ou esprgula CM CM
Stellaria media Esparguto CM CM
Rumex obtusifolius Lngua-de-vaca NC NC
Polygonum persicaria Erva-de-bicho C C
Sonchus oleraceus Serralha CM CM
Echium plantagineum Flor-roxa CM CM
8.3.5. Virose
Virus do nanismo amarelo da cevada (VNAC)
Os vetores desta doena so as vrias espcies de pulges.
Sinais: variam com a cultivar, estdio de desenvolvimento das
plantas, condies ambientais e estirpe do vrus. Os principais sinais
so: nanismo, clorose, coloraes pardas, salmo ou vermelho-vinho
e tambm a reduo ou o aumento do nmero de perfilhos.
Controle: Uso de cultivares resistentes ao vrus e/ou aos vetores.
Se a cultivar no for resistente, controlam-se os vetores com a
aplicao de inseticida.
8.3.6. Carvo
Doena causada pelo fungo Ustilago avenae.
Sinais: so observados principalmente na pancula. Produz
uma massa pulverulenta de esporos pardo-escuros, destruindo gros,
18
casca e glumas. Os esporos so facilmente disseminados pelo vento
ou pela gua de chuva. A doena completa seu ciclo quando os
esporas atingem as espiguetas sadias. O carvo da aveia
propagado por meio das sementes. Condies de alta umidade
favorecem o desenvolvimento desta doena.
Controle: uso de variedades resistentes. No h dados
disponveis sobre a resistncia de cultivares a esta doena nas
condies do Estado de So Paulo. Entretanto, as aveias pretas so
as mais susceptveis.
*Mdias seguidas por letras distintas, dentro de cada coluna, local e ano, diferem
estatisticamente (Duncan, 5%).
1 rendimento de gros (mdia entre parcelas tratadas com fungicida e no tratadas); 2 peso
do hectolitro; 3 peso de mil sementes; 4 percentagem de plantas acamadas nos blocos
tratados com fungicida; 5 dias da emergncia ao f1orescimento; 6 porcentagem de ferrugem
na folha: 1 - na colheita, sem fungicida, 2 - na colheita, com fungicida.
No perodo de avaliao, verificou-se que as cultivares IAC 7
e UPF 16 foram as que mais se destacaram no Estado de So Paulo,
devendo ter a preferncia na semeadura para a produo de gros,
seguidas de UPF 14, UPF 17 e UFRGS 17. As cultivares UFRGS 19 e
OR 2 revelaram-se promissoras em 1999.
9.2. Colheita
A colheita deve ser realizada quando os gros estiverem com
15% de umidade, para evitar o acamamento e a quebra do colmo
das plantas, com conseqente perda de panculas que caem ao
solo, e a ao de fungos que podem prejudicar a qualidade dos
gros, reduzindo o peso do hectolitro e causando o escurecimento
do gro. A regulagem da colhedora importante, pois o
descascamento dos gros ativa a enzima lipase, que causa a
rancificao (acidez) do produto. Para gros destinados
industrializao, a temperatura de secagem deve ser de 40C e para
sementes, de 50C. Para o armazenamento, a umidade dos gros
deve ser inferior ou igual a 13%.
15/05 28 7684 c 6245 bc 1536 19,8 a 48,3 c 81,0 a 0,40 0,25 0,13
15/05 35 7444 c 5897 c 1360 18,9 a 50,3 c 78,9 b 0,36 0,29 0,13
15/05 42 8855 b 6772 ab 1547 17,6 b 52,8 b 74,2 c 0,35 0,30 0,12
15/05 56 10310 a 6878 a 1405 16,6 b 57,3 a 69,7 d 0,43 0,26 0,12
cultivar UPF 3
17/04 28 6987 b 5503 c 1405 ab 19,5 a 50,2 b 78,3 a 0,39 a 0,29 a 0,09 b
17/04 35 8208 b 6325 ab 1497 a 18,8ab 53,2 a 77,5 a O,33ab 0,24ab O,12ab
17/04 42 8084 b 5870 bc 1315 b 17,8bc 53,4 a 74,3 b O,35ab 0,22 b 0,17 a
17/04 56 10275 a 6859 a 1329 b 16,5 c 55,1 a 70,6 c 0,29 b 0,21 b 0,09 b
15/05 28 6810 b 5515 b 1431 a 20,9 a 49,2 c 80,0 a 0,46 0,39 a 0,12
15/05 35 6780 b 5331 b 1301 ab 19,8 b 52,5 b 78,3 a 0,45 0,31 b 0,10
15/05 42 7190 b 5459 b 1132 c 16,9 c 56,1 a 75,0 b 0,37 0,27bc 0,09
15/05 56 9083 a 6014 a 1175 bc 16,9 c 55,1 a 71,7 c 0,40 0,25 c 0,10
cultivar IAPAR 61
17/04 28 7942 b 6457 1599 a 19,5 a 48,9 c 81,4 a 0,51 a 0,27 0,12
17/04 35 8086 b 6516 1480 ab 17,9 b 50,6bc 80,8ab O,50ab 0,26 0,13
17/04 42 8838 a 6867 1412 ab 17,7 b 51,6 b 78,9bc 0,47bc 0,25 0,12
17/04 56 9294 a 7009 1299 b 16,9 b 55,8 a 77,0 c 0,46 c 0,23 0,12
15/05 28 7376 c 6049 1593 21,1 49,4 81,7 0,52 0,25 0,17
15/05 35 7623 bc 6235 1458 18,9 51,8 81,7 0,54 0,27 0,17
15/05 42 8333 ab 0,52 0,26 0,16
15/05 56 9091 a 6538 1323 17,2 58,2 74,4 0,52 0,23 0,16
Valores na coluna seguidos da mesma letra no diferem entre si (P>O,OS. teste t). MS
digestvel = MS total x DIVMS/l00; IC = intervalo de cortes; PB = protena bruta; FDN =
fibra em detergente neutro; DIVMS = digestibilidade "in vitro" da matria seca.
Fonte: Primavesi et aI. (1999a).
Conforme a poca de semeadura, o nmero de cortes varia, sendo
maior para intervalos de cortes de 28 dias (Primavesi et ai., 1999a).
Na Tabela 11, encontram-se os dados de protena bruta (PB),
fibra em detergente neutro (FDN) e digestibilidade "in vitro" da matria
seca (DIVMS) por corte. Os teores de protena e de digestibilidade
diminuram e os de FDN aumentaram com o aumento da idade da
planta, mas verifica-se que o valor nutritivo da forragem se manteve
elevado mesmo com os cortes sucessivos, para o manejo de cortes
com intervalos de 28 a 35 dias (Primavesi et ai., 1999a).
Tabela 11. Teor de PB, FDN e DIVMS, por corte, por poca de plantio, no
ano de 1996, da cultivar de aveia So Carlos.
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11. UTILIZAO NA ALIMENTAO DE BOVINOS
Observado
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-- Pastei o em aveia
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'di Silagem de milho e concentrado
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10 20 30 40 50 54
Durao do pastejo (dias)
e 60 kg ha-1 de K20 .
O pastejo foi rotacionado, com duas semanas de utilizao e
seis a sete semanas de descanso. A estimativa da disponibilidade
de matria seca e da qualidade (PB e FON) da forragem foi efetuada
utilizando-se um quadrado de um metro de lado, lanado ao acaso,
colhendo-se seis amostras por piquete, antes da entrada das vacas
nos piquetes. A forragem encontrada no interior do quadrado foi
colhida por meio de cortes efetuados a aproximadamente 10 cm
acima do nvel do solo. Periodicamente, foi coletada amostra de
silagem e rao concentrada para determinao bromatolgica.
Os animais experimentais (doze vacas holands-zebu) foram
distribudos em blocos ao acaso, com base em data do parto,
produo de leite e peso dos animais. Para aproveitar a
d ispon i bi Iidade de forragem existente e evitar perdas por
envel heci mento da forragem, foram uti Iizadas vacas extra-
experimentais. As vacas foram conduzidas duas vezes ao dia ao
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estbulo e as ordenhas realizadas mecanicamente com bezerro ao
p, s seis e s quinze horas. O controle leiteiro foi realizado
semanalmente, juntamente com a coleta de leite de cada vaca para
determinao de gordura.
Houve boa disponibilidade de forragem para as vacas nos
piquetes de aveia. As mdias de disponibilidade de matria seca
estiveram sempre acima de 1.700 kg ha-1 (Tabela 12). Pela
disponibilidade de matria seca apresentada ao longo do perodo
experimental, aliada s observaes visuais na rebrota, verifica-se
que a cultivar So Carlos apresentou boa capacidade de produo,
quando submetida a pastejo rotacionado e restringido a trs horas
por dia.
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Perodo em semanas