Cartilha Producao de Mudas
Cartilha Producao de Mudas
Cartilha Producao de Mudas
Série
Conhecimentos
S586p Silva, Ana Emília Borba Ferreira.
Produção de mudas na Zona da Mata de Pernambuco. / Ana Emília Borba
Ferreira, Ana Santos da Cruz, Paulo Portes, Wellington Gouveia de Moraes.
Recife : Centro Sabiá, 2014.
44 p. : il. (Série: Conhecimentos, 03)
Inclui bibliografia
9. Germinação e Dormência..................................................................................... 21
91.1
Métodos mais usados............................................................................ 21
10. Preparo da Sementeira e Processo de Semeadura..................................................... 22
17. Anexo.................................................................................................. 37
17.1
Legislação para Produção de Mudas......................................................... 37
18. Glossário: as palavras e os seus significados............................................................ 39
19. Bibliografia....................................................................................................... 40
Ela foi construída a partir de conversas e experiências nos quintais dos agricul-
tores e das agricultoras, das vivências nas oficinas de produção de mudas, nos
intercâmbios em que se trocam experiências e se pratica a solidariedade, e em
oficinas específicas de construção de roteiro e conteúdo. Por isso, ela se torna
mais do que uma cartilha, transforma-se em um instrumento de trabalho para
agricultores e agricultoras, técnicos e técnicas.
Ela traz dicas de como preparar um viveiro de mudas, como coletar sementes
de árvores matrizes, assim como de espécies da Mata Atlântica. Oferece infor-
mações de como quebrar a dormência de sementes que precisam de cuidados
diferenciados para poderem ser plantadas, assim como orienta sobre o manejo
com os viveiros de mudas. Esperamos que ela seja de grande utilidade para as
famílias agricultoras e profissionais que tenham interesse pelo assunto.
Boa leitura !
Não é novidade que esse modelo de produção está falido, basta contarmos o
número de usinas paradas. Grande parte delas tem problemas com a justiça do
trabalho, pois superexplora a mão de obra de adultos e de crianças. Além disso,
muitas são notificadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (IBAMA,) ten-
do em vista a poluição e o desmatamento que causam.
função atender às indústrias e ao agronegócio. Para que essas e outras obras se-
jam realizadas nada é poupado, nem as pessoas e muito menos a natureza. Com
isso, muitos remanescentes de florestas e manguezais estão sendo destruídos e
muitas pessoas estão sendo expulsas de suas terras. Tudo isso só tende a piorar
a condição de vida dos trabalhadores e das trabalhadoras do campo e da cidade.
Mas, apesar da grande destruição causada pelo atual modelo de produção e desen-
volvimento, ainda há, em toda a faixa litorânea do estado de Pernambuco rema-
nescentes importantes de Mata Atlântica. A ocupação territorial na Zona da Mata não
é só feita de latifúndios ou reservas de mata, há um número grande de agricultores e
agricultoras, assentados e assentadas, e comunidades quilombolas que habitam essa
região utilizando a terra como espaço de reprodução da vida.
8 Série Conhecimentos
cultura, o trabalho escravo e a destruição do meio ambiente. Por isso, valorizar
o trabalho dos agricultores e das agricultoras é fundamental, pois são eles e elas
que cuidam das plantas, da água e das sementes e se tornam responsáveis pela
manutenção da natureza, pela preservação do meio ambiente e da vida.
É nesse trato com o meio ambiente que está um importante papel desempenhado
pelos camponeses e pelas camponesas, a tarefa de serem cientistas populares. O
melhoramento genético, feito através da seleção de sementes crioulas, a coleta
de sementes de espécies nativas e em extinção e a produção de mudas são ações
fundamentais para garantir que a natureza possa se reproduzir.
2. Sobre os Sistemas
Agroflorestais (SAfs)
.......................................................................................
As experiências que os agricultores e as agricultoras vêm desenvolvendo, de aliar
a produção de alimentos, a reconstrução das florestas e a criação de animais
são chamadas de Agroflorestas. Essa é uma forma na qual os seres humanos, as
plantas e os animais vivem em harmonia: as plantas matem vivo o ecossistema e
alimentam os seres humanos e os animais, os seres humanos zelam pelas plantas
e ajudam a reproduzi-las. Os animais, por sua vez, fornecem alimento para os
humanos e adubo para as plantas crescerem.
São nas matas próximas e na própria Agrofloresta que vão ser recolhidas as se-
mentes para a produção das mudas.
Conta-se que em 2013 o Nordeste viveu a maior seca dos últimos 40 anos. Quan-
do lemos e ouvimos as reportagens sobre o Sertão, ficamos desolados com a si-
tuação em que estão vivendo os agricultores e as agricultoras daquela região.
Entretanto, engana-se quem pensa que a seca só está lá. Os agricultores e as
agricultoras da região da Zona da Mata também têm sentido os efeitos perversos
da falta de chuvas. Algumas nascentes secaram e em outras a vazão de água está
muito baixa.
10 Série Conhecimentos
Essa situação tem provocado muitos agricultores e agricultoras a conhecer as
experiências da Agrofloresta e ver que nas propriedades que adotam os SAF’s a
seca não afetou tanto e a água ainda continua a correr. Muitos deles percebem a
necessidade de ter mais árvores e de cobrir o solo para evitar que a água continue
a evaporar.
A experiência de Seu Ailton da Paz e Dona Maria da Guia, que vivem no assenta-
mento Amaraji, município de Rio Formoso, pode nos mostrar a importância dos
viveiros e a necessidade de produzir mudas. Seu Ailton iniciou sua Agrofloresta
há alguns anos e hoje ele tem uma grande diversidade de plantas, principalmente
12 Série Conhecimentos
4. A relação das famílias
agricultoras com a
produção de mudas
.......................................................................................
As famílias agricultoras iniciam seus viveiros por diversas razões: algumas delas
produzem mudas para sua propriedade, outras porque veem a grande necessi-
dade de reflorestamento e para fornecer o excedente a projetos que articulam
o reflorestamento com o estímulo à implementação de Agroflorestas, e outras
ainda produzem mudas com fins comerciais.
A produção de mudas e os viveiros são feitos de muitas formas. Uma delas, a que
mais ajuda os agricultores e as agricultoras a criarem uma dinâmica importante
na comunidade, é o mutirão.
Os mutirões são realizados nas propriedades das famílias e, em geral, são orga-
nizados por outros e outras agricultores e agricultoras com a função de ensinar
e multiplicar o conhecimento na propriedade dos demais que estão iniciando
as suas Agroflorestas. Existem casos em que são realizados para ajudar famílias
agricultoras que estão com dificuldades na produção de mudas em seus viveiros.
A dimensão do mutirão é grandiosa, tendo em vista que essa é uma prática antiga dos
camponeses e das camponesas que se ajudam mutuamente. De acordo com Cristina de
Freitas, é uma forma de potencializar o tempo de trabalho. “No mutirão, quando se acha
que se perde um dia de trabalho, na verdade se ganham dez. [...] Hoje, é na propriedade
do vizinho, mas depois vai ser na minha”, sua fala reflete o espírito comunitário e de soli-
dariedade, além da importância de trocar experiências no trabalho coletivo.
Para seu Zé Rosa, as crianças e os jovens que aprendem quais as plantas que exis-
tem na floresta, e que se envolvem no trabalho, podem se tornar adultos melho-
res. A preocupação dele está na condição dos jovens hoje, tendo em vista a grande
saída da juventude do campo para cidade em busca de empregos e oportunidades.
Ao colocar essa questão, seu Zé Rosa, assim como outras famílias agricultoras,
está pensando na realidade em que vive e a necessidade que tem tido de con-
tratar força de trabalho temporária para garantir que a produção não pare. Mes-
mo sendo essa uma das estratégias de sobrevivência do campesinato é relevante
tratarmos da questão, haja vista que o campo não pode ser apenas um lugar de
trabalho, mas deve ser, também, um lugar onde as pessoas tenham moradia dig-
na, saúde, educação e acesso a formas de produzirem sua cultura e sua diversão.
Mesmo com tantas adversidades, muitas coisas têm mudado, e Cristina do assen-
tamento Conceição é um dos exemplos. Com a renda que retira da Agrofloresta e
da produção de mudas tem transformado a realidade de sua casa. Ela espera que
quando a agroindústria começar a funcionar melhore ainda mais.
5. Os viveiros familiares:
geração de renda, diversificação
a partir dos intercâmbios
...............................................................
A produção de mudas é uma das atividades estratégicas para fortalecer a diversi-
ficação da produção das famílias agricultoras acompanhadas pelo Centro Sabiá.
Como metodologia, são realizadas visitas nas florestas próximas às propriedades
dos agricultores e das agricultoras para coleta de sementes e mudas e os inter-
câmbios para troca de conhecimentos e experiências.
14 Série Conhecimentos
das já vem de muito longe. “A produção de mudas, como parte da produção de
alimentos da minha família, já vem dos meus avós, que no processo de luta pela
terra acreditavam que o plantio de mudas nativas e frutíferas contribuía para a
demarcação de suas terras. Dessa forma, fomos aprendendo com os meus pais e
fazendo a mesma coisa. A diferença agora é que uso essa prática como forma de
sustentar a minha família e melhorar a qualidade de vida”. Hoje, Cristiane tem
uma diversidade em seu viveiro de aproximadamente 70 espécies, entre plantas
nativas, frutíferas e medicinais, que são comercializadas toda quarta-feira, na
Feira da Agricultura Familiar de Rio Formoso. “Lá (na Feira), os consumidores têm
aceitado as mudas que são comercializadas, em especial as nativas e medicinais.
Estou bastante satisfeita com essas vendas e pretendo, a cada dia, diversificar e
levar saúde para os consumidores da feira”, afirma Cristiane.
É importante destacar que o trabalho que vem sendo realizando por Cristiane
está contagiando outras famílias da comunidade. E, o Centro Sabiá vem realizan-
do capacitações nas áreas de Agrofloresta, produção de mudas, coleta de semen-
tes, entre outras, com objetivo de melhorar a qualidade de vida dessas famílias.
A associação da comunidade quilombola é uma parceira fundamental nessas ati-
vidades, pois garante a mobilização, o espaço e seus equipamentos pedagógicos
como: televisão, DVD, entre outros. “As pessoas precisam entender que o papel
da associação não é apenas resolver problemas da comunidade, ela também cria
condições e parcerias para fortalecimento nos aspectos econômicos, ambientais,
políticos e sociais. Para tanto, constrói parcerias como, por exemplo: Centro Sa-
biá, IPA, ProRural e Prefeitura Municipal do Rio Formoso” afirma Cláudio Pageú,
tesoureiro da Associação.
companheiro são para vender a diversos compradores. Ela não vai à feira, pois
como já virou uma grande referência na região, muitas instituições a procuram
e fazem a escolha das mudas e das espécies no próprio viveiro. É com muita em-
polgação que ela apresenta sua casa e diz que “tudo ali foi construído com muito
esforço, que tudo vem do seu trabalho e da natureza”. E, também, no viveiro dela
se aprende e se troca, pois muitas das mudas que possui vieram de espaços de
intercâmbios. Dona Linda diz já ter andado muito por vários estados e, por isso,
a diversidade é tão grande. Com o objetivo de conhecer o seu viveiro, ela recebe
grupos de estudantes e de outros agricultores, ensina o que aprendeu, as técni-
cas novas que ela mesma foi descobrindo e mostra que é no manejo do próprio
viveiro que se vão construindo novas técnicas e compartilhando novos saberes.
16 Série Conhecimentos
6. Normas para
produção de mudas
...............................................................
As normas para produção de mudas de plantas é uma questão bem recente. Há
muitos anos as plantas e toda a natureza não “tinham dono”, por isso, todos po-
diam desfrutá-la livremente.
Com o desenvolver do comércio, muitas coisas da natureza que eram doadas e/ou
trocadas, também passaram a ser vendidas. Com o crescimento da indústria, e a
transformação da agricultura em um empreendimento, as plantas, as sementes, a
terra e a água se transformaram em mercadorias. Aquilo que era o bem dos povos
está ameaçado pelo capital.
A partir da década de 1950, com a tal Revolução Verde, os países de grande poder
econômico começaram a forçar outros países a adotarem medidas para discipli-
nar a agricultura e a produção de sementes, e assim converter a reprodução da
vida a uma lógica comercial. Para ser mais específico, os agricultores e as agricul-
toras só podiam comprar as sementes de quem tivesse certificado e isso era dado
por uma empresa. Foi dessa forma que se criou a proposta de que sementes só
podiam ser compradas, abandonando a ideia de que as sementes, assim como os
outros bens da natureza, são patrimônios da humanidade.
O tema das sementes como patrimônio dos povos está ligado a outro assunto im-
portante que é a Soberania. A Soberania Popular é o poder do povo sobre os seus
bens e sobre a forma que devem ser governados, tais bens devem estar a serviço
dos trabalhadores e das trabalhadoras.
7. Árvores Matrizes:
sua importância,
característica e seleção
...............................................................
As árvores matrizes são as árvores que vão servir de referência para a produção
de mudas, pois quando observamos as plantas podemos perceber que há diferen-
ças entre as mesmas espécies.
Ao produzir mudas, devem-se escolher aquelas com melhor aparência e que apre-
sentem menos problemas, porque quando as mudas germinarem, e se tornarem
novas árvores, espera-se que elas tenham as mesmas características da árvore
que foi recolhida a semente.
Escolhidas as matrizes, elas devem ser marcadas e identificadas, para isso podem
ser usadas fitas adesivas, tintas e pequenas placas.
18 Série Conhecimentos
7.1 Algumas dicas para escolha
e utilidade de árvores matrizes:
c) Espécies frutíferas
as matrizes devem ter frutos com cor de polpa bonita, saborosa, aroma agradável
e tamanho adequado para consumo.
Produção
Forma de de Mudas
Nome da Época da Época da Local da
Colheita da Usos (como
Planta Floração Frutificação Observação
Semente plantar a
semente)
As sementes são coletadas e separadas por árvores, que depois devem ser identi-
ficadas e cadastradas num caderno de registro da família. O cadastro vai facilitar
o encontro da mesma árvore nos anos seguintes e confirmar se ela pode servir
como planta matriz, se houver condições de georeferenciar, deve-se fazer.
As sementes devem ser, preferencialmente, colhidas nas árvores. Elas são retira-
das das copas por meio de escalada e uso de equipamentos. Mas, também, podem
ser recolhidas no chão. Neste caso, deve-se tomar mais cuidado, pois os frutos
e sementes que estão no chão também estão mais sujeitos a fungos e ao ataque
dos insetos.
A época da colheita das sementes vai variar de acordo com cada espécie de plan-
ta, pois cada uma tem um tempo diferente. Para isso, é importante observar a
mudança na coloração dos frutos (que muda geralmente do verde para tons de
amarelo e marrom).
Há algumas plantas que têm maior dificuldade de germinação. Nesses casos po-
de-se colher na mata as pequenas mudas.
20 Série Conhecimentos
9. Germinação e dormência
...............................................................
Para que a semente não germine dentro do fruto, ou evite que ela seja atacada
por microrganismos, ela, por si só, vai perdendo umidade. Essa é uma forma de
diminuir a sua atividade, ou seja, ela reduz o seu metabolismo. É nesse processo
que a semente entra em dormência e fica assim aguardando o tempo e as condi-
ções ideais para que possa germinar e gerar uma nova planta.
b) choque térmico – colocar a semente na água quente ou fria. É uma das práti-
cas mais usadas entre as famílias agricultoras.
b.1) Quente: Indicado para sementes com cascas mais grossas. A água deve
ser aquecida a uma temperatura média de 90ºC, um pouco antes de ferver, e
ali as sementes são mergulhadas e imediatamente deve-se colocar a mesma
quantidade de água fria para produzir o choque térmico, as sementes devem
permanecer por 5 minutos, que varia dependendo da espécie.
Semeadura no chão
Canteiro suspenso
22 Série Conhecimentos
Podem ser utilizadas, com mais economia e sucesso, caixas plásticas ou galeias
apoiadas em suporte. Nesse caso, dispensa-se o uso de brita, uma vez que não há
problemas de drenagem já que as caixas têm o fundo vazado.
O canteiro deve ser protegido contra o sol direto, chuva, ventos, ataque de pássaros
e animais. Os materiais mais utilizados são o plástico e sombrite. Deve-se ter cuidado
ao aguar para evitar o aparecimento de doenças e o encharcamento dos canteiros.
Observações importantes:
• Quando não sabemos a posição para colocar as sementes para nascer, sempre
devemos colocá-las deitadas.
• Procurar distribuir as sementes no germinador sem deixá-las amontoadas.
• As sementes não podem ser colocadas muito ao fundo e nem ficar desco-
bertas, pois afetará a germinação. Devem-se colocar as sementes numa
profundidade de 1 cm a 2cm e depois colocar um pouco de terra fina pe-
neirada por cima.
11.3 Relevo
O local escolhido deve ser plano para melhor acomodar as mudas. O terreno não
pode ser muito argiloso, pois este tipo de solo atrapalha a circulação de pessoas
e equipamentos.
11.4 Solo
O tipo de solo deve ser, preferencialmente, leve como os arenosos ou areno-ar-
gilosos, pois facilitam a infiltração da água. Profundos e bem drenados, livre de
plantas colonizadoras como a tiririca.
11.5 Drenagem
Se o lugar acumular água a drenagem para fora do viveiro pode ser feita através
de valetas (cega - com pedras, ou comum).
11.6 Luminosidade
O local deve ser bastante ensolarado. Às vezes é necessário construir abrigos
para determinadas espécies de plantas. É mais indicado colocar os canteiros
com a frente em direção ao Norte, assim ficam mais protegidos dos ventos
que vêm do Sul.
24 Série Conhecimentos
11.7 Quebra-vento
São estratégias de proteção das mudas, os quebra-ventos são uma barreira de
proteção ou cortinas que podem ser feitas com uma cerca viva. É importante
que o tipo de árvore utilizada na cerca viva não faça sombra sobre o canteiro.
Substrato com
terra e composto
orgânico para
alimentar a
muda
Na base colocar
um pouco de
barro para fixar
a terra na raiz
da planta/muda
12.1 Peneirar
Devem-se peneirar todos os componentes, para evitar que pedaços de substratos
possam atrapalhar a germinação das sementes, o crescimento das mudas e a sua
retirada dos saquinhos.
Pesar e/ou medir as quantidades de todos os componentes é importante para que não
se perca tempo ou material na preparação. Lembrando-se de que para o preparo do
substrato, para encher o saquinho, deve-se colocar 2/3 de terra e 1/3 de substrato.
12.2 Misturar
Até deixar bem homogêneo, isso pode ser feito com enxadas. Pode-se ir colocan-
do água aos pouco e ir testando.
Observação importante:
na Mata Sul, conhecemos agricultores e agricultoras
que têm outras formas de preparar os saquinhos. Uma das
técnicas é colocar ¾ do saco de argila, ao fundo do saco, e
completar com substrato.
O mais usado é terra de subsolo, com composto orgânico ou esterco curtido, sen-
do usado 2/4 de terra de subsolo para 1/4 de composto ou esterco curtido e 1/4
de barro para fixar a terra na raiz das plantas.
26 Série Conhecimentos
13. Transplante das Mudas
...............................................................
Observação importante:
A irrigação mais usada é com regador de crivo fino,
pois isso diminui o impacto da água sobre as mudas.
As sementes devem ser colocadas nos recipientes e cobertas com substrato que
deve ser protegido com palhas de coqueiro, sapé, sombrite e/ou plástico até 30
dias após a germinação.
28 Série Conhecimentos
14. Molhando as Plantas
...............................................................
30 Série Conhecimentos
naria. Tem qualidades ornamentais, servindo para arborizações urbana e rural.
Produção de muda: colher o fruto diretamente da árvore quando ele começar a
abrir espontaneamente. Depois deixar o fruto ao sol para que termine de abrir
completamente e libere a semente. A semente deve ser colocada para germinação
assim que for colhida. Pode ser semeada em canteiro ou já nas bolsinhas. Cobrir
com substrato peneirado e irrigar diariamente. Ela costuma levar de 15 a 25 dias
para germinar. Sua taxa de germinação é baixa. Caso se queira armazená-la, é
necessário deixar secar por um tempo mais longo. É importante ressaltar que a
semente não deve ficar estocada por mais de 90 dias
32 Série Conhecimentos
Nome Popular: Louro Canela ou Louro Cagão
Nome Científico: Nectandra cuspidata Nees. Da família Lauraceae
Características: árvore de grande porte, podendo atingir até 25 metros de altura.
Sua madeira é pouco durável, indicada para forros, móveis entre outros. É indicada
para reflorestamento e paisagismo. Ela floresce e frutifica praticamente o ano todo.
Produção de Mudas: colher os frutos diretamente do pé ou assim que cair no
chão. Semear a semente assim que coletar em um canteiro ou colocar em saqui-
nhos ou outro recipiente. Sua germinação e desenvolvimento são rápidos, po-
dendo ser plantada em local definitivo dentro de quatro meses.
34 Série Conhecimentos
Nome Popular: Sucupira ou Sucupira Branca
Nome Científico: Bowdichia virgilioides Kunth. Da família da Fabaceae
Características: árvore que pode atingir até 14 metros de altura é decorativa e
sua madeira é pesada de longa durabilidade. Ela floresce entre os meses de agos-
to e setembro, ficando a árvore praticamente sem folhas. Seus frutos amadure-
cem entre os meses de outubro e dezembro.
Produção de Mudas: colocar as sementes para germinar logo que colher. Semear
em canteiro ou diretamente em saquinhos. A germinação acontece entre 30 e 60
dias. O desenvolvimento da muda é rápido, podendo ser levada para plantio com
cinco ou seis meses.
36 Série Conhecimentos
17. ANEXO
...............................................................
17.1 Legislação para produção de mudas
Lei de Sementes e Mudas
Disposições Preliminares
Art. 1º O Sistema Nacional de Sementes e Mudas, instituído nos termos desta Lei
e de seu regulamento, objetiva garantir a identidade e a qualidade do material de
multiplicação e de reprodução vegetal produzido, comercializado e utilizado em
todo o território nacional.
VIII - categoria: unidade de classificação, dentro de uma classe de semente, que con-
sidera a origem genética, a qualidade e o número de gerações, quando for o caso;
38 Série Conhecimentos
18. Glossário:
as palavras e seus significados
...............................................................
Agronegócio - modelo de produção no campo que tem como finalidade o lucro.
São usadas grandes extensões de terra, sementes transgênicas, agrotóxicos e su-
perexploração dos trabalhadores. Nos últimos tempos (1990 a 2012), aproxima-
damente 44 mil trabalhadores foram resgatados da condição de trabalho escravo,
de acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego. A maioria dos trabalhadores
estava em fazendas onde o modelo de produção é o do agronegócio.
Plântula - filhote da planta que já tem uma ou duas folhinhas ainda presas à semente.
INPE e SOS Mata Atlântica divulgam dados do Atlas dos Remanescentes Flo-
restais. Disponível em: http://www.inpe.br/noticias/noticia.php?Cod_Noti-
cia=2559. Acessado em 24/04/2013.
40 Série Conhecimentos
20. Lista das Associações
Parceiras do Centro Sabiá na
Região da Mata Atlântica
...............................................................
Associação dos Produtores Associação de Jovens em Ação
do Assentamento Amaraji Gameleira - PE
Rio Formoso - PE E-mail: [email protected]
E-mail: associaçã[email protected]
Grupo de agricultores e
Associação dos Agricultores apicultores de Sertãozinho de Baixo
Quilombola do Engenho Siqueira Maraial - PE
Rio Formoso - PE Contato: (81) 9917 8005
Recife/2014
...............................................................
O Centro Sabiá faz parte das seguintes articulações:
42 Série Conhecimentos
AGRADECIMENTOS
Oficina sobre produção de mudas para Oficina sobre produção de mudas para
construir o conteúdo da Cartilha – construir o conteúdo da Cartilha –
momento de trabalho em grupo momento de trabalho em grupo
Oficina sobre produção de mudas para Oficina sobre produção de mudas para
construir o conteúdo da Cartilha – construir o conteúdo da Cartilha –
momento de socialização do trabalho momento de socialização do trabalho
em grupo em grupo
Secretaria de Ministério do
Desenvolvimento Territorial Desenvolvimento Agrário