Recurso de Apelação Daniella

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EXCELENTSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DA

1 VARA FEDERAL DA SUBSEO JUDICIRIA DE MARAB, SEO


JUDICIRIA DO ESTADO DO PAR.

Autos do Processo n 1000006-97.2016.4.01.3901

DANIELLE COSTA CARRARA COUTO, j qualificada nos autos do


processo em epgrafe, por seu(s) advogado(s) que esta subscreve(m), vem,
respeitosamente, a presena de V. Exa., nos autos da ao de MANDADO DE
SEGURANA, impetrado contra ato do Ilustrssimo Senhor REITOR DA
UNIVERSIDADE DO SUL E SUDESTE DO ESTADO DO PAR,
inconformada, data venia, com a sentena que concedeu parcialmente a
segurana, interpor a presente APELAO, com fundamento nos art. 1.009 e
seguintes do Cdigo de Processo Civil e no art. 14 da Lei n. 12.016/09,
articulado nas razes em anexo.
Destarte, pugnando por sua admissibilidade, requer o seu regular
processamento e que seja encaminhado apreciao do Egrgio Tribunal
Regional da 1 Regio, para que delas tome conhecimento e lhes d
provimento.
Ressalte-se que o preparo se encontra devidamente efetuado, conforme
guia anexa.
Termos em que,
P. deferimento.

Marab, 09 de agosto de 2016.

Marcos Luiz Alves de Melo Lus Gonzaga Andrade Cavalcante


Advogado OAB/PA 8.965 Advogado OAB/PA 11.122

Leandro Chaves de Sousa


OAB/PA 19.182
Avenida Itacainas, 1787 - Cidade Nova - CEP 68.503-820 1
Marab - Par - Fone:(94) 3321.6212
E-mail: [email protected]
EGRGIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 1 REGIO

RAZES DE APELAO

Apelante: DANIELLE COSTA CARRARA COUTO.


Apelado: REITOR DA UNIVERSIDADE DO SUL E SUDESTE DO ESTADO
DO PAR UNUFESSPA.
Origem: 1 VARA FEDERAL DA SUBSEO JUDICIRIA DE MARAB,
SEO JUDICIRIA DO PAR.
Processo n. 1000006-97.2016.4.01.3901

Colenda Turma,

Emrito Relator(a)

1 DA TEMPESTIVIDADE.

A Apelante teve cincia da deciso no dia 28/07/2017 (sexta-feira), atravs


de consulta dos autos. Assim, o prazo de quinze (15) dias para interpor o apelo
teve incio no dia 31.07.2017 (segunda-feira) e encerrar-se- no dia 18.08.2017
(sexta-feira). Logo, tempestivo o ajuizamento deste apelo.

2 DO PREPARO.

Conforme demonstra o incluso comprovante (doc. 1), efetuou-se o


pagamento, por parte da Apelante, das custas processuais.

3 RESUMO.

Em breve sntese, o referido Mandado de Segurana foi impetrado contra


ato do Reitor da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Par - UNIFESSPA,
consubstanciado na aplicao das penas de advertncia e suspenso
Apelante como punio a suposta violao a Regras disciplinares contidas na
Lei 8.112/90.
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Esclareceu a Apelante que, em gozo de licena, teve instaurado contra si
Sindicncia, no ocorrendo sua notificao pessoal. Posteriormente,
instaurado Processo administrativo, novamente, a ora Apelante no foi
devidamente notificada, ocorrendo, entretanto, produo de provas pela
Comisso Processante que chegou a ser desfeita, sendo instaurada nova
Comisso, quando ento a Apelante fora notificada pessoalmente, podendo
apresentar defesa e provas.
Sobreveio a punio com a utilizao de provas da primeira Comisso,
ressaltando que nesta fase a Apelante ainda no havia sido devidamente
notificada para participar do processo administrativo. Ademais, trouxe a
apelante outros vcios materiais e formais tais como ausncia de justificao
para gradao da pena de advertncia para a pena de suspenso, ocorrncia de
bis in idem, ausncia de individualizao da pena nas portarias punitivas,
ilegalidade e desproporcionalidade da punio em relao s provas dos autos
e prescrio da pretenso punitiva.
Intimada a Autoridade coatora, sobrevieram petio e documentos (ID
1037661 a 1037783), requerendo a extino do feito e improcedncia do
mandamus.
Ouvido o Ministrio Pblico, este pugnou pela concesso parcial da
segurana pretendida, to somente para declarar a nulidade da pena de
suspenso aplicada (ID1384215).
Conclusos os autos, contrariando toda a expectativa da Recorrente, a
segurana foi parcialmente concedida (ID2203456), mantendo-se a pena de
suspenso e sendo aplicada em seu desfavor multa por litigncia de m-f.
Entendeu o Juzo de origem, para a concesso parcial da segurana que:

Assim, no guardam qualquer possibilidade de prosperar as alegaes


iniciais de que o aproveitamento das provas produzidas nas primeiras fases
do procedimento (Sindicncia e PAD, perante a 1 Comisso) ter-se-ia dado
em afronta ampla defesa e ao contraditrio, j que se tem indubitvel que a
Administrao Pblica, representada por Comisses regularmente
designadas, conferiu plena cincia servidora acerca da instaurao e do
curso de todas as fases do procedimento. Assim, no h dvidas, portanto, de
que a interessada deliberou, de maneira informada e consciente, por no
participar de sua instruo nas fases de Sindicncia e naquela ultimada
perante a 1 Comisso de PAD postura silenciosa que, alis, constitui
prerrogativa tambm inserta no espectro de sua garantia constitucional
ampla defesa.
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(...)
no se sustenta a alegada violao dos arts. 128 e 130 da Lei n.
8.112/90, por suposta ausncia de indicao, nas portarias punitivas (n.
0257/2016 e 0258/2016), dos fatos considerados enquanto causa das sanes
disciplinares individualmente aplicadas impetrante.
Sem maiores digresses, compulsando o despacho administrativo que
precedeu, imediatamente, expedio das portarias punitivas (fls. 536/537,
ID n. 1037758), depreende-se que tal ato, para alm de subscrito pela
prpria autoridade competente para a deliberao final sobre o objeto do
PAD (o Reitor da Unifesspa), tem em seu corpo suficiente descrio dos
fatos que justificaram a concluso pela punio da impetrante.

(...)
o art. 130 da Lei n. 8.112/90 previu no uma, mas duas hipteses em
que resta possvel a aplicao da reprimenda em questo quais sejam, em
caso de reincidncia das faltas punidas com advertncia e violao das
demais proibies que no tipifiquem infrao sujeita a penalidade de
demisso. Neste sentido, no se olvida que a Comisso Processante, por
meio do seu fundamentado Relatrio Final, elegeu a penalidade em questo
com base nesta segunda variante legal, j que, em se tratando de
transgresso regra disposta no art. 116, inciso IV, do RJU
(descumprimento de ordens superiores, exceto quando manifestamente
ilegais),
(...)
no se verifica a ocorrncia de bis in idem tal como ventilado pela
impetrante e acatado pelo MPF. Sobre este aspecto, um acurado exame do
teor das provas consideradas pela Comisso Processante, explicitadas no
Relatrio Final em anlise, suficiente a esclarecer que as prticas apenadas
guardam sensvel indiferena e autonomia no primeiro caso
(Irregularidade 01, apenada com advertncia), considerou-se a
inassiduidade da servidora ao servio por 87 dias, e no segundo caso
(Irregularidade 02, apenada com suspenso), fora, estritamente, a
desobedincia da servidora a variados chamados de sua chefia imediata, por
convocao virtual (via email) epessoal, a fim de que dialogassem sobre a
inassiduidade que vinha ocorrendo investidas estas que,tambm de acordo
com a prova produzida, foram integralmente ignoradas ou negadas pela
servidora.
(...)
E que "a impetrante afastou-se do seu dever de agir lastreada de boa-f
processual, conforme exigido pelo Cdigo de Processo Civil.
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que, muito embora tenha se voltado contra aspectos formais e
materiais do Processo Administrativo Disciplinar n. 23479.000252/2014-
21, inclusive sustentando suposto cerceamento do seu direito ampla defesa,
a interessada, ao acostar cpia dos referidos autos administrativos sua
inicial mandamental, omitiu pea de suma importncia ao esclarecimento da
realidade sobre fatos que pretendia discutir nesta oportunidade.(Grifos no
Original)

Ao final, constou da parte dispositiva:

Ante o exposto, julgo PARCIALMENTE PROCEDENTE a ao


mandamental e CONCEDO PARCIALMENTE a segurana, para
RECONHECER a prescrio da pretenso punitivo-disciplinar
estatal no estrito particular referente pena de advertncia imposta
impetrante, conforme tratado no captulo 2.1, devendo restar afastados
todos os respectivos efeitos jurdicos, e, no mais, DENEGAR a ordem
perquirida quanto a todos demais pedidos.
Outrossim, RECONHEO a prtica de litigncia de m-f pela
impetrante, conforme tratado no captulo 3, e CONDENO-LHE ao
pagamento de multa no valor de 02 (dois) salrios mnimos, (art. 81,
caput e inciso 2 do CPC) e indenizao no valor de 01 (um) salrio
mnimo (3 do art. 81 do CPC).
Sentena sujeita ao duplo grau de jurisdio quanto ordem parcialmente
concedida (art. 14, 1, da Lei n. 12.016/09).
Custas processuais rateadas entre as partes na ordem de 50% (cinquenta por
cento) para cada, em razo da reciprocidade de sucumbncia (TRF1, AMS
0074079-79.2010.4.01.3800/MG, 1 CMARA REGIONAL
PREVIDENCIRIA DE JUIZ DE FORA, e-DJF1 de 26/04/2016.).
Considerando o recolhimento de tal verba pela impetrante por ocasio do
ajuizamento, CONDENO a Unifesspa, em razo de sua autonomia
administrativa e oramentria, a proceder ao reembolso da parte que lhe cabe
impetrante (art. 4, pargrafo nico, parte final, da Lei n. 8.289/96).
Sem honorrios em face do disposto no art. 25 da Lei n. 12.016/09, bem
como nas Smulas n 512/STF e 105/STJ. (Grifos no original)

Contudo, no obstante todo respeito e admirao devida ao Juzo


sentenciante, no h como se acatar a deciso recorrida, vez que contrria ao
melhor direito e jurisprudncias aplicveis ao caso, como restar
demonstrado ao final desta explanao.

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4 MRITO

A questo controvertida nos autos versa sobre a inobservncia de


aspectos formais e materiais no bojo do Processo administrativo Disciplinar
que culminou com a aplicao das sanes de Suspenso e advertncia
apelante.
Destarte, mister se faz algumas colocaes acerca das violaes
apontadas.

4.1 OFENSA AO DEVIDO PROCESSO LEGAL. AUSNCIA DE


NOTIFICAES E INTIMAES VLIDAS. PREJUZO AMPLA
DEFESA E AO CONTRADITRIO.

O ordenamento jurdico estabelece que ningum ser privado da liberdade


ou de seus bens sem o devido processo legal(art. 5, LIV da CF).
a garantia do Devido Processo Legal no apenas no seu acpecto formal,
mas substantivo.
Nessa conjuntura, demonstrou a Apelante, conforme prova dos autos,
que no fora devidamente notificada/intimada quando instaurao da
Comisso de Sindicncia, bem como quando da instaurao do Processo
Administrativo Disciplinar, neste especial, pela produo de provas com a
oitiva de testemunhas, sem a participao da Apelante.
As provas dos autos demonstraram que embora a existncia de
documentos variados com o intuito de demonstrar que a Apelante foi
informada do ato instaurao da Comisso de Sindicncia e da Comisso
Processante, no h qualquer comprovao da ocorrncia da efetiva cincia
da impetrante por meio de notificao pessoal. Assim, no se pode ter por
vlidas aquelas notificaes.
Esse fato encontra-se demonstrado, pois a Comisso Processante chegou
a concluir pela inviabilidade de emitir um parecer conclusivo a respeito dos
fatos apurados "principalmente pelo fato da servidora esta legalmente em
gozo de licena maternidade durante o perodo de vigncia do prazo legal da
comisso", recomendando a destituio da comisso e instaurao de novo
processo (ID's 676539 e 676780)
Ademais, sobre a necessidade de citao/notificao pessoal, em caso
semelhante ao ora posto, a corte do Superior Tribunal de Justia, nos autos do
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MS 14.016/DF, consignou o entendimento da necessidade de comprovao
inequvoca da prvia notificao pessoal do servidor, no sendo suficiente o
encaminhamento de e-mails ou contato telefnico, sobretudo quando houver
evidente ocorrncia de prejuzo ao servidor acusado diante do cerceamento a
sua defesa por ausncia de observncia aos princpios do contraditrio e
ampla defesa princpios consagrados na Constituio Federal como direitos
fundamentais, eis trecho do julgado:

Do exame acurado dos autos, verifica-se que, [...], foi apresentada


cpia de telegrama enviado residncia do impetrante, que teria sido
entregue em 20 de dezembro de 2007 a terceira pessoa, de nome Roberto
Rivelino (fls. 145/146).
Alm disso, a autoridade impetrada anexou ao presente mandamus
cpia de email compartilhado entre servidores do IBGE (fl. 148), em que se
esclarece que, em12/12/2007, foi realizado contato telefnico com a
esposa do impetrante e que teria sido solicitado o seu
comparecimento ao IBGE para tomar cincia dos procedimentos adotados
no processo disciplinar.
H, ainda, cpia de notificao, da lavra de Assessora no exerccio
da Diretoria-Executiva da Fundao IBGE, endereada ao impetrante,
porm sem demonstrao de seu devido recebimento pelo servidor.
(...)
Do exposto, verifica-se que, apesar de ter juntado documentos
variados como intuito de demonstrar que o servidor foi informado
do ato de desarquivamento e de anulao do julgamento absolutrio,
no comprovou a Unio nos presentes autos, por meio de prova
manifesta, a ocorrncia da efetiva cincia do ora impetrante, por meio
de notificao pessoal, acerca do desarquivamento dos autos do processo
administrativo disciplinar e do ato de anulao de sua absolvio.
(...)
Por outro lado, pacfico o entendimento deste Tribunal, bem
como da Mxima Corte, de que h nulidade do processo
administrativo disciplinar quando houver evidente ocorrncia de
prejuzo ao servidor acusado diante do cerceamento a sua defesa por
ausncia de observncia aos princpios do contraditrio e ampla
defesa.
No entanto, na espcie no se comprovou inequivocamente que
tenha sido oportunizada ao servidor a possibilidade de se
manifestar previamente sobre o desarquivamento dos autos e a aplicao

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da nova penalidade, em claro prejuzo a sua defesa, no tendo sido obedecido
o princpio do contraditrio e assegurada a ampla defesa, consagrados na
Constituio Federal como direitos fundamentais.
(...)
Em assim sendo, tendo em vista a nulidade da aplicao da pena
de demisso ora impugnada, diante da no observncia dos
princpios do contraditrio e ampla defesa, de rigor a concesso da
segurana.( MS 14.016/DF, Rel. Min MARIA THEREZA DE ASSIS
MOURA, TERCEIRA SEO, julgado em 29/02/2012, publicado no DJe
09/03/2012)

No mesmo sentido:

EMENTA:APELAO E REEXAME NECESSRIO.


ADMINISTRATIVO. AO ORDINRIA. PROCESSO
ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR -PAD. PENA DE DEMISSO.
AUSNCIA DE INTIMAO PESSOAL DO ACUSADO E DE SEU
ADVOGADO. OFENSA AO CONTRADITRIO E AMPLA DEFESA.
APELO E REEXAME DESPROVIDOS. SENTENA MANTIDA.
1.Tratam os autos de Apelao e Reexame Necessrio contra a
sentena que declarou a nulidade do Processo Administrativo Disciplinar -
PAD, a partir dos atos posteriores deciso final do Controlador Geral de
Disciplina, por ausncia de intimao pessoal do acusado ou de seu defensor,
determinando, ainda, a reintegrao do autor nos quadros da Polcia Militar
do Estado do Cear.
2.Uma vez configurada a violao ao princpio constitucional do
contraditrio e da ampla defesa, a anulao de ato administrativo pelo Poder
Judicirio no macula o princpio da Separao dos Poderes.
3. Apelo e Remessa Necessria conhecidos e desprovidos.
ACRDO: Vistos, relatados e discutidos estes autos, acorda a 2
Cmara Cvel do Tribunal de Justia do Estado do Cear, por unanimidade
de votos, em conhecer do Recurso voluntrio e do Reexame Necessrio, mas
para desprov-los, nos termos do voto da relatora. (TJ-CE - APL 0153560-
97.2012.8.06.000. Rel MARIA NAILDE PINHEIRO NOGUEIRA. 2
Cmara Cvel. Julgamento 09/09/2015)

Ademais, a doutrina especializada exige a obedincia aos princpios do


contraditrio e ampla defesa em processo administrativo, tal qual em processo
judicial.

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Cita-se o Professor Egon Moreira1:

Na medida em que a ampla defesa no pode ser compreendida como singela


garantia formal ou abstrata, mas como um dos aspectos da participao
efetiva do interessado no aclaramento e formao da deciso Administrativa,
faz-se necessrio o pleno conhecimento das razes dos atos administrativos,
pois somente assim poder manifestar-se respeito deles .

Na situao dos autos, no houve a intimao adequada da impetrante de


todos os atos, de modo a lhe possibilitar participar efetivamente da produo
das provas. Referimo-nos intimao da primeira sindicncia e oitiva de
testemunhas ouvidas pela primeira Comisso e no pela segunda Comisso,
quando a apelante apresentou defesa e arrolou testemunhas.
O que se questiona, nesse ponto, o fato de a comisso processante que
recomendou a aplicao das punies, ter aproveitado as provas colhidas sem
o contraditrio e ampla defesa sobre as quais a outra comisso j havia
emitido parecer de desconsiderao.
Nessa conjuntura, cumpre ressaltar que nos termos do art. 156 da Lei
8.112/90 " assegurado ao servidor o direito de acompanhar o processo pessoalmente
ou por intermdio de procurador, arrolar e reinquirir testemunhas, produzir provas e
contraprovas e formular quesitos, quando se tratar de prova pericial".
Destarte, embora o exerccio do direito previsto no art. 156 da Lei 8.112/90
seja facultativo, podendo o servidor fazer-se presente por advogado
constitudo, inexistindo a presena deste ou daquele, necessrio seria ser a
impetrante assistida por defensor dativo, caso verificada sua revelia, por
imperativa determinao constitucional, que assegura aos acusados em geral o
"direito ao contraditrio e ampla defesa com todos os recursos a ela inerentes"
(art. 5, LV,CF), quer se trate de processo judicial ou administrativo, hiptese
que no ocorreu. Nesse sentido o posicionamento do STJ, vejamos:

MANDADO DE SEGURANA. ADMINISTRATIVO.


PROCESSO DISCIPLINAR. CERCEAMENTO DE DEFESA
OCORRNCIA. AUSNCIA DE ADVOGADO CONSTITUDO E DE
DEFENSOR DATIVO. PRECEDENTES DESTA CORTE.
EXONERAO "EX OFFICIO". SUBSTITUIO DA PENA DE

1
(MOREIRA, EGON Bockmann. Processo Amdministrativo Princpios Constitucionais e a Lei n 9.784/99. So
Paulo. Editora Malheiros. 2000, pag. 258).

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DEMISSO RECONHECIDAMENTE PRESCRITA. DESVIO DE
FINALIDADE. ORDEM PARCIALMENTE CONCEDIDA. 1. Somente
aps a fase instrutria se mostra necessria a descrio pormenorizada do
fato ilcito, bem como a sua devida tipificao, procedendo-se, conforme o
caso, o indiciamento do servidor, na forma do art. 161, caput, da Lei n.
8.112/90. Precedentes desta Corte. 2. Na hiptese, durante a instruo
do Processo Administrativo Disciplinar, o Impetrante no contou
com a presena obrigatria de advogado constitudo ou defensor
dativo, circunstncia, que, luz dos precedentes desta Corte de
Justia, elementar garantia constitucional do direito ampla
defesa, com os meios e recursos a ela inerentes, quer se trate de
processo judicial ou administrativo, porque tem como sujeitos no
apenas os litigantes, mas tambm os acusados em geral. 3. A
exonerao "exofficio ", de que trata o art. 34 da Lei 8.112/90, no se destina
a resolver os casos em que no se pode aplicar a demisso, em virtude de se
ter reconhecida pela Administrao a prescrio da pretenso punitiva
estatal. Desse modo, eivado de nulidade o ato exoneratrio, por
evidente ofensa ao princpio da legalidade. Precedentes. 4. A teor das
Smulas n.os 269 e 271 do Supremo Tribunal Federal, o mandado de
segurana distinto da ao de cobrana, no se prestando, portanto, para
vindicar a concesso de efeitos patrimoniais pretritos. 5. Writ parcialmente
concedido. (MS 7.239/DF, Rel. Min. LAURITA VAZ, Terceira Seo, DJ
de 13/12/2004, p. 212).

MANDADO DE SEGURANA. PROCESSO


ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. CERCEAMENTO DE DEFESA.
OCORRNCIA. AUSNCIA DE ADVOGADO CONSTITUDO E DE
DEFENSOR DATIVO. 1. A presena obrigatria de advogado
constitudo ou defensor dativo elementar essncia mesma da
garantia constitucional do direito ampla defesa, com os meios e
recursos a ela inerentes, quer se trate de processo judicial ou
administrativo, porque tem como sujeitos no apenas os litigantes,
mas tambm os acusados em geral. 2. Ordem concedida. (MS 7.078/DF,
Rel. Min. HAMILTON CARVALHIDO, Terceira Seo, DJ de 9/12/2003,
p. 206)

Por bvio, a presena obrigatria de advogado constitudo ou defensor


dativo se insere no direito de defesa do ru, ainda mais por ser este
indispensvel administrao da justia e, sobretudo, porque ser na fase do
inqurito administrativo que dever ser produzida toda prova contra o
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acusado.
Confira-se, nesse sentido, o magistrio do Professor Celso Ribeiro Bastos 2:

(...) A defesa dentro do mbito jurisdicional implica tambm a


assistncia de um advogado. Em um primeiro momento, a escolha e a
contratao deste profissional cabem ao prprio ru. Caso contudo no se
venha a dar a constituio de um causdico, ao Estado se traslada este dever.
interessante notar como mesmo nas legislaes da antigidade j se
encontravam os indcios do defensor dativo. que a figura deste no cumpre
um papel apenas relativo ao ru, mas sim prpria tutela processual
objetiva, pelo que se levado a concluir que a nomeao de um defensor
oficioso impe-se mesmo nos casos de oposio do ru.
(...)
A assistncia do defensor um direito do acusado, em todos os
atos do processo sendo obrigatria, independentemente da vontade
dele. No basta portanto que haja um defensor nem suficiente que este se
limite a participar formalmente do processo. necessrio que da sua
atividade se extraia uma defesa substantiva do acusado. Em caso contrrio, o
juiz h de considerar que esta no se d pro reo, mas sim na tutela da
jurisdio. Por vezes o ingresso do advogado nos autos no se traduz em
uma apresentao de elementos consubstanciadores de algo suscetvel de ser
tido como uma pea que vise a absolvio do ru ou ao menos o
abrandamento da sua condenao. Estas exigncias de uma defesa real,
substantiva, impem-se a nosso ver mesmo nos casos em que o ru, por ser
advogado, resolva assumir a sua prpria defesa.

Ademais, o Excelso Supremo Tribunal Federal j decidiu que ampla


defesa significa dar ao ru todas as oportunidades e meios que a lei lhe
propicia para defesa (RT 688/384).
Nessa conjuntura, na lio de Jos Armando da Costa, a nulidade
disciplinar vcio de forma que, provocando prejuzo em detrimento da verdade
substancial dos fatos imputados ao servidor acusado, contamina a validade do ato e do
respectivo processo.3
Destarte, ocorrendo a nulidade em uma prova relevante para a formao
da convico da Comisso, a autoridade competente dever declarar nulos, a
referida prova e todos os atos praticados posteriormente, posto que provas

2
BASTOS, Celso Ribeiro. Comentrios Constituio do Brasil, 2 volume, ed. Saraiva, pgs. 270/271
3
COSTA, Jos Armando da. Teoria e Prtica do Processo Administrativo Disciplinar, 6 edio, Braslia: Braslia
Jurdica, 2011, p. 450 e 451.
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que tenham derivado de prova nula, de acordo com a "teoria dos frutos da
rvore envenenada", possuem a mesma natureza da que a originou e,
portanto, estariam envenenadas e seriam nulas tambm, no podendo ser
reaproveitadas.
Como j exposto, a inexistncia do exerccio dos direitos do contraditrio
e da ampla defesa em razo da ausncia de notificao para acompanhar o
processo quando da formao da 1 Comisso processante enseja a decretao
de nulidade do PAD n 23479.000252/2014-21, pois utilizar para
responsabilizao do servidor documentos no submetidos ao crivo do
contraditrio prejudica o presente processo administrativo que utilizou
prova emprestada de fase anterior sem a participao da impetrante, como
depoimentos e diligncias sem a devida intimao.
No poderia a autoridade impetrada reaproveitar aqueles atos, uma vez
que eivado de vcios acarretadores de ofensa ampla defesa e ao
contraditrio, ainda que visando celeridade do processo administrativo.
Acerca da nulidade absoluta, leciona Jos Armando da Costa:

As nulidades absolutas so aquelas que, afrontando o rito de concretizao


do ato processual, traduzem patente prejuzo para o acusado, ou trazem, por
fora de lei ou regulamento, a presuno juris et de jure dessa ofensa. Em
razo dessas proeminncias, no carecem essas nulidades de demonstrao
de prejuzo por parte do interessado.4

O fato que, o procedimento administrativo punitivo instaurado contra a


impetrante encontra-se eivado de nulidade na sua formao, eis que ausente
notificaes/intimaes da sindicncia e instaurao do PAD, pela primeir
Comisso Processante, em mos prprias, inoportunizando que esta exercesse
amplamente seu direito de defesa e contraditrio. Sobre o tema, eis o
posicionamento do Superior Tribunal de Justia:

MANDADO DE SEGURANA. SERVIDOR PBLICO.


PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. PARCIALMENTE
ANULADO. INQURITO ADMINISTRATIVO. INOBSERVNCIA
DO DEVIDO PROCESSO LEGAL. DEPOIMENTOS
TESTEMUNHAIS REALIZADOS SEM A INTIMAO DO
INDICIADO. AUSNCIA DE INTERROGATRIO. NULIDADES
INSANVEIS. IMPOSSIBILIDADE DE APROVEITAMENTO DOS
4
COSTA, 2011, p. 437.
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ATOS. SEGURANA CONCEDIDA. - O Processo Administrativo
Disciplinar n 23079/002005/98-82 foi parcialmente anulado, tendo sido
aproveitados os atos praticados at o relatrio conclusivo
circunstanciado, quais sejam instalao dos trabalhos, inquirio de
testemunhas e juntada de provas, restando os demais atos invalidados. -
Nos termos da Lei n. 8.112/90, o prprio inqurito administrativo, que
integra o processo disciplinar, prev a observncia aos princpios do
contraditrio e da ampla defesa. - In casu, a comisso processante
instaurou o inqurito e promoveu a tomada de depoimentos e
diligncias sem a devida intimao do servidor, o que ofende o
previsto no art. 156 da Lei n. 8.112/90. O impetrante nem mesmo foi
interrogado, consoante dispe o art. 159 da Lei n. 8.112/90, sem contar que
o mandado de citao para defesa foi assinado pela secretria da comisso,
em desacordo com o previsto no art. 161, 1, da mesma lei. - Nesse
contexto, no poderia a autoridade impetrada, ainda que visando
celeridade do processo administrativo, reaproveitar aqueles atos,
uma vez que eivado de vcios acarretadores de ofensa ampla defesa
e ao contraditrio. Segurana concedida a fim de reconhecer a
nulidade do processo administrativo disciplinar n. 23079/002005/98-
82 e, consequentemente, do ato demissrio (Portaria n. 324, de 22.2.2001)
para a devida reintegrao do servidor nos quadros da Universidade Federal
do Rio de Janeiro. (STJ - MS: 7466 DF 2001/0046337-1, Relator: Ministro
ERICSON MARANHO (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO
TJ/SP), Data de Julgamento: 25/03/2015, S3 - TERCEIRA SEO, Data
de Publicao: DJe 07/04/2015) Grifei.

Do exposto, a ausncia de notificao pessoal ato essencial ao regular


processamento do processo, constituindo nulidade absoluta dos atos
realizados sem a sua observncia, pois impede que o acusado exerce
plenamente o contraditrio e ampla defesa. Ademais, a ausncia do acusado e
de defensor, dativo ou nomeado, torna nula as provas colhidas, por violao
ao art. 5, LV da Constituio Federal.
Portanto, mister que se declare a nulidade do Processo
23479.000252/2014-21 por inobservncia ao devido processo legal, anulando,
por conseguinte, as punies aplicadas recorrente/impetrante.

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4.2 - AUSNCIA DE MOTIVAO DA NECESSIDADE DE
AGRAVAMENTO DA PENA DE ADVERTNCIA PARA A PENA DE
SUSPENSO. AUSNCIA DE COMETIMENTO DE VIOLAO DE
PROIBIO NO PUNVEL COM DEMISSO. BIS IN IDEM.

Quanto aplicao da pena de suspenso, importa ressaltar que a Lei


8.112/91 ao tratar do Regime Disciplinar elenca no art. 116, os deveres
funcionais do servidor, enquanto que no art. 117 as proibies.
Nessa conjuntura, a inobservncia dos deveres resulta em determinadas
sanes legalmente estabelecidas. Do mesmo modo, a prtica de um ato
proibido sofrer punio a ele equivalente. No outro o entendimento que se
extrai da leitura dos arts. 129 e 130 da Lei 8.112/90.
Assim, o art. 129 da Lei 8.112/90 estabelece que, alm dos casos previstos
no art. 117, incisos I a VIII e XIX, da mesma lei, ao servidor que no observar
um dever funcional ser aplicada a pena de advertncia, salvo quando houver
justificativa para penalidade mais grave, in verbis:

Art. 129. A advertncia ser aplicada por escrito, nos casos de


violao de proibio constante do art. 117, incisos I a VIII e XIX, e de
inobservncia de dever funcional previsto em lei, regulamentao ou
norma interna, que no justifique imposio de penalidade mais grave
(Grifei).

Os supostos deveres funcionais violados pela Apelante segundo o


Relatrio Final da Comisso foram aqueles descritos no art. 116, II, IV, IX e X
da Lei 8112/90. Portanto, a princpio, todas punveis com a pena de
advertncia pois so deveres funcionais supostamente no observados.
Outrossim, o art. 130 da Lei 8.112/90 dispe que ser imposta a pena de
suspenso aos casos de reincidncia em falta punida com advertncia ou
quando violar demais proibies que no tipifiquem infrao sujeita a
penalidade de demisso.

Art. 130. A suspenso ser aplicada em caso de reincidncia das faltas


punidas com advertncia e de violao das demais proibies que no
tipifiquem infrao sujeita a penalidade de demisso, no podendo
exceder de 90 (noventa) dias. Grifei.

Destarte, a aplicao da pena de suspenso para os casos em que a pena


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cabvel seria advertncia se d quando justificada a necessidade de aplicao
de pena mais grave, ou em caso de reincidncia ou quando violada uma
proibio no sujeita a pena de demisso.
Apelante foram impostas penas pela suposta infringncia do art. 116,
II, IV, IX e X (deveres funcionais) e art. 117, I e XV (proibies).
O fato que nem o relatrio, nem a Portaria Punitiva deixam claro por
quais violaes a apelante sofreu pena de advertncia e por quais a pena de
suspeno. Outrossim, na Irregularidade I como na Irregularidade II
utilizado o inc IV do art. 116 como punio para a Apelante.
Quanto a "IRREGULARIDADE I" apontou a Comisso que:

Pelo exposto, presentes a materialidade, a antijuridicidade, a conduta reprovvel e a


culpabilidade da servidora DANIELLE COSTA CARRARA COUTO, esta
comisso a indicia pelo cometimento da infrao capitulada nos artigos da Lei 8.118
de 1990: art. 116 (incisos III, IV, IX e X), art. 117 (inciso I e XV) e art. 132 (inciso
III)

Quanto a "IRREGULARIDADE II" apontou que:

Pelo exposto, presentes a materialidade, a antijuridicidade, a conduta


reprovvel e a culpabilidade da servidora Danielle Costa Carrara couto, esta
comisso a indicia pelo cometimento da infrao capitulada no artigo 116
inciso IV da Lei 8.118 de 1990.

Assim, concluiu a Comisso:

Em virtude de todo o exposto, com ateno ao devido processo lega, ampla


defesa e ao contraditrio, esta comisso entende que a servidora Danielle
Costa Carrara couto, [...] incorreu nas seguintes infraes [...]
respectivamente enquadradas nos seguintes artigos da lei 8.112 de 1990: art.
116 art. 116 (incisos III, IV, IX e X), art. 117 (inciso I e XV) e art. 132
(inciso III)
(...)
Nesse sentido, esta comisso manifesta-se a Vossa Magnificncia pela
aplicao das penas de Advertncia e Suspenso (arts. 129 e 130 da Lei
8.112/1990)"

Portanto, no h qualquer individualizao da pena imposta, to pouco


manifesta necessidade de gradao de pena de advertncia para suspenso,
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bem como presente o bis in idem, pois tanto na exposio da
"IRREGULARIDADE I", quanto na "IRREGULARIDADE II" foi utilizado como
base legal o inciso IV do art. 116 da Lei 8.112/90.
Destarte, mister ressaltar que embora o magistrado a quo justifique a
existncia de motivao per relationem, por referncia ou por remisso em
razo da meno ao Relatrio Final na Portaria punitiva, h de se ressaltar,
como j explicitado, que o Relatrio mencionado no fundamenta a
necessidade de gradao da pena de advertncia, uma vez que a apelante teria
violado dever funcional.
Concluiu o Juzo de piso que desobedecer a ordem de superior (art. 116,
IV da Lei 8112/90) violao a proibio funcional punvel com suspenso,
contrariando a previso legal.
Como j exposto, a violao de dever funcional punida com a pena de
advertncia, salvo justificativa para pena mais grave.
Destarte, quanto aos deveres funcionais supostamente violados, art. 116,
IV da Lei 8112/90 no houve manifestao expressa justificando a
necessidade de aplicao de pena mais grave que a legalmente imposta, isto
porque, um dever fora supostamente violado (art. 129 da Lei 98112/90) e no
uma proibio (art. 130 da Lei 8112/90).
A apelante no reincidente, pois no teve contra si qualquer punio
anterior na modalidade advertncia. Ademais, no sofreu qualquer punio
pela pratica de violao a proibio, no incidindo na hiptese do art. 130 da
lei 8112/91.
Portanto, inexistindo juzo da Administrao justificando a aplicao de
pena mais grave do que as relacionadas para a hiptese de violao do
art. 116, e 117, I da Lei 8112/90, considerando a no aplicao da pena de
demisso, configura-se a violao literal ao disposto no art. 130 da Lei 8.112/90,
que dispe sobre a aplicao da pena de suspenso.

PROCESSO ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PBLICO FEDERAL.


INFRAAO DOS INCISOS I, VI E VII, DO ARTIGO 116 DA LEI
N. 8.112/90. PENA DE SUSPENSAO. INCABVEL. NAO
REINCIDNCIA. PENA DE ADVERTNCIA. APLICAAO.
ARTIGO 129 DA CITADA LEI. Considerando que o recorrente inobservou
os deveres previstos nos incisos I, VIe VII do artigo 116 da Lei n. 8.112/90, e
no sendo o servidor reincidente, a pena pelo descumprimento de
dever funcional punvel com advertncia, a teor do que dispe o
artigo 129 da referida lei no sendo aplicvel a pena de suspenso como
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entendeu a magistrada presidente. Recurso administrativo a que se d
parcial provimento. (TRT-14 :RecAdm 1666 RO 0001666.
DESEMBARGADOR VULMAR DE ARAJO COLHO JUNIOR.
Julgamento:24/10/2011. rgo Julgador:TRIBUNAL PLENO.
Publicao:DETRT14 n.200, de 26/10/2011).

A obrigatoriedade de fundamentao da necessidade de gradao da


pena de advertncia resta bem demonstrada no julgamento da AO
RESCISRIA 0018297-46.2007.4.01.0000, pelo Tribunal Regional Federal da 1
Regio, conforme ementa a seguir:

PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. AO


RESCISRIA.PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR.
APLICAO IRREGULAR DE DINHEIROS PBLICOS AFASTASDA
PELO ACRDO RESCINDENDO. APLICAO DE PENA MAIS
SEVERA DO QUE AQUELA PREVISTA PARA O CASO.
INEXISTNCIA DE MOTIVAO NEM DE FUNDAMENTAO.
VIOLAO AO ART. 130 DA LEI 8.112/90.
1.A Excelentssima Ministra Ellen Gracie, em julgamento do RMS
24.635/DF (DJ de 24.3.2006), entendeu que o art. 130 da Lei 8.112/90
enumera vrias situaes em que se aplica a suspenso, mas que de
se entender que quelas hipteses se acrescenta a previso do final
do art. 129, isto , desde que a inobservncia de dever funcional
previsto em lei, regulamentao ou norma interna no justifique a
imposio de penalidade mais grave.
2. A Administrao Pblica aplicou pena de suspenso por infrao
aos arts. 116, III e 132, VIII da Lei n. 8.112/90.
3. O Tribunal, ao afastar a incidncia do dispositivo no art. 132,
VIII, que claramente no se agasalha hiptese dos autos, deveria
ter afastado a aplicao direta da pena de suspenso. A sua
manuteno s seria possvel se aplicada pela Administrao com a
devida motivao para tanto, justificando a utilizao de pena mais
grave que as relacionadas para a infrao remanescente (art. 116, III),
conforme sua convenincia ou oportunidade.
4. O juzo de aplicao de pena mais grave exclusivo da
Administrao, sendo vedado ao Poder Judicirio adentrar no
mrito administrativo. No caso dos autos, a Administrao no
exerceu este juzo, inexistindo no processo disciplinar a justificativa
para a aplicao de sano mais grave do que aquelas relacionadas
ao art. 116, III, da Lei n 8.112/90, sendo que a pena de suspenso fora
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aplicada exclusivamente em decorrncia direta de suposta infrao ao art.
132, VIII, do mesmo estatuto obreiro.
5. Em havendo sido afastada a hiptese de incidncia do art. 132, VIII,
da Lei 8.112/90 por este E. Tribunal, e inexistindo juzo da
Administrao justificando a aplicao de pena mais grave do que
as relacionadas para a hiptese de violao do art. 116, III, da Lei
8112/90, reputo configurada a violao literal ao disposto no art.
130 da Lei 8.112/90, que dispe sobre a aplicao da pena de
suspenso.
6. Pedido rescisrio procedente para, em novo julgamento, negar
provimento apelao e manter inclume a sentena que anulou o processo
administrativo que resultou na punio imposta ao autor, condenando a
Unio em honorrios de sucumbncia que fixo em R$ 1.000,00 (um mil
reais).(TRF-1.AO RESCISRIA0018297-46.2007.4.01.0000. Rel. Des.
FEDERAL KASSIO NUNES MARQUES. Primeira Seo. J. 22/01/2013

Denota-se que no h qualquer meno necessidade de gradao da


pena no relatrio. Assim, o ato sem motivao nulo, no sendo possvel
persistir a pena de suspenso aplicada a impetrante.
Outrossim, flagrante o bis in idem na aplicao das penas, pois tanto na
"IRREGULARIDADE I", quanto na "IRREGULARIDADE II" foi utilizado como
base legal o inciso IV do art. 116 da Lei 8.112/90.
O art. 128 da Lei 81.112 dispe que cabe a autoridade competente
mencionar o fundamento legal e a causa da sano, e como j exposto, as
supostas irregularidades tiveram por base legal o inc. IV do art. 116 da mesma
lei.
Destarte, indubitavelmente, no individualizando a pena aplicada gera a
ocorrncia de bis in idem, pois a fundamentao tal como exposta, presume a
aplicao de dupla sano sobre o mesmo fato.
O princpio da vedao ao bis in idem, constitucionalmente ligado s
garantias da legalidade, proporcionalidade e do devido processo legal,
consubstancia-se num dos mais importantes princpios em toda a estrutura do
Estado Democrtico de Direito, segundo o qual no se pode haver repetio
material ou processual contra uma mesma pessoa, sob as mesmas alegaes
fticas.
Neste sentido, Rafael Munhoz de Mello, em sua obra Princpios

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constitucionais de Direito Administrativo Sancionador5, aponta que tal
princpio "impede a Administrao Pblica de impor uma segunda sano
administrativa a quem j sofreu, pela prtica da mesma conduta , uma primeira
[sano]" . E ainda, a sano "prevista na lei pressupe uma nica aplicao para
cada conduta delituosa , no diversas"6.
Destarte, a aplicao genrica das penas de advertncia e Suspenso pelos
mesmo tipos legais, revela verdadeiro bis in idem da deciso sancionadora, o
que vedado por nosso ordenamento jurdico e merece ser anulada.

3.3 - AUSNCIA DE INDICAO DO ILCITO NAS PORTARIAS


0257/2016 E 0258/2016.

Como se verifica das provas anexas, a impetrante foi indiciada pela


prtica de condutas distintas, ensejando a capitulao dos ilcitos previstos nos
arts. 116, inc., III, IV, IX e X, e 117, inc., I e XV da lei n 8112/90.
Todavia, cedio que, para punir, a autoridade competente no esta
adstrita a capitulao do indiciamento, desta forma, a deciso deve trazer seus
prprios fundamentos ao impor a pena, nos termos do art. 128, pargrafo
nico da Lei 8.112/90, deve mencionar o fundamento legal e a causa da sano.
A fundamentao da autoridade administrativa ao acolher o relatrio
final da Comisso, faz mera meno as artigos violados, no motivando a
aplicao destes, to pouco os individualizando a fim de demonstrar quais
geraram a aplicao da pena de advertncia e quais geraram a pena de
suspenso.
Outrossim, as portarias 0257/2016 e 0258/2016 fazem apenas meno
sano imposta sem capitular o ilcito, incorrendo em vcio formal do ato, pois
no tipifica a conduta ensejadora da punio.
Registra-se que a Administrao se omitiu nas portarias 0257/2016 e
0258/2016 da citao da infringncia aos artigos violados que constou de
defesa e do relatrio e julgamento administrativo e que poderia fazer manter
as penalidades ora aplicadas, com base nos arts 128, 129 e 130 da Lei 8.112/90.
Assim, no mencionando os artigos violados as Portarias padecem de

5MELLO, Rafael Munhoz de. Princpios constitucionais de Direito Administrativo Sancionador : as sanes
administrativas luz daConstituio Federal de 1988. So Paulo: Malheiros, 2007, pg. 210

6 MELLO, Rafael Munhoz de. Princpios constitucionais de Direito Administrativo Sancionador : as sanes

administrativas luz daConstituio Federal de 1988. So Paulo: Malheiros, 2007, pg. 211.

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vcio e devem ser anuladas.

4.4 DA AUSENCIA DE M-F

O MM. Juzo de origem, considerando a necessidade de apresentao


pela Apelante quando do ajuizamento da inicial de cpia da defesa
apresentada nos autos do processo administrativo, depois de instaurada a
segunda Comisso Processante, para a soluo da lide, condenou-a a multa e
indenizao por litigncia de m-f.
Todavia, data vnia, incorreu o nobre magistrado em equvoco.
Como exposta na inicial, a Apelante no foi devidamente notificada dos
atos de instaurao da Sindicncia e Processo Administrativo. Neste ltimo
caso, em relao a Primeira Comisso Processante.
Ressaltou tambm que, em razo da ausncia de regular notificao pela
Primeira Comisso, no pode participar da produo de provas, atos
realizados por esta, asseverando que as provas produzidas nessa fase foram
utilizadas para punir a Apelante.
Esclareceu tambm a apelante que regularmente notificada, j pela
segunda Comisso Processante, prestou depoimento, apresentou provas,
defesa final e, aps regular processamento, sofreu as penas de advertncia e
suspenso.
Tais fatos foram igualmente postos pelo rgo de representao
processual da autoridade coatora, apenas, a contrario sensu, ou seja, que as
notificaes foram regulares e que os atos realizados at a instaurao da
Segunda Comisso foram vlidos.
Destarte, a ilegalidade apontada violao do devido processo legal,
deu-se, justamente, nas fases que antecederam a 2 Comisso Processante,
pela ausncia de regular notificao/intimao, fato inclusive analisado pelo
Excelentssimo Juiz, que avaliou as provas pertinente a tais fatos.
A Apelante, portanto, em nenhum momento distorceu fatos, sobretudo
de forma deliberada. Pelo contrrio, asseverou em toda a inicial que no
houve regular notificao quando da instaurao da Sindicncia e PAD (1
Comisso), e que foram utilizadas provas colhidas em fase na qual a Apelante
no estava presente, sendo que se quer foram esgotadas as tentativas de
notificao/intimao (editalcia) ou mesmo nomeado defensor dativo, afinal,
haveria produo de provas e foram estes os fatos levados a juzo.
Destarte, a Apelante, tal qual o apelado, juntaram provas relativas a
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notificao, urgindo a controvrsia a respeito de sua legalidade ou no.
A ausncia ou no de cpia integral da defesa administrativa em nada
influi na avaliao da legalidade ou no das notificaes/intimaes realizadas
em fase anterior, to pouco foi essencial para avaliao do juzo a quo nesse
aspecto.
Ademais, como j exposto neste apelo, se as notificaes/intimaes so
passveis de nulidade, contaminando todos os atos que as seguiram, no h
como atribuir essencial a juntada de documentos posteriores.
Cumpre esclarecer que a Apelante apenas no fez juntada da Defesa
administrativa porque no guardava relao com as nulidades questionadas e
como no foi fornecida cpia a Apelante da integralidade do PAD, tendo esta
que fazer uso de um smartphone, para fotografar as paginas do Processo o que
elevou em muito os megabytes dos arquivos, optou em levar a juzo os
documento que demonstravam que as notificaes/intimaes no foram
regularmente realizadas.
Ademais, no bojo do mandado de segurana, a apreciao se limita a
questes de legalidade e regularidade do procedimento e no anlise de fatos.
A defesa contm toda anlise dos depoimentos de testemunhas, acusaes,
documentos, etc, sendo certo que o juzo a quo no a analisaria visto que
vedado a analise ftica no mbito deste remdio constitucional.
Assim, registra-se que a atuao do Poder Judicirio limitar-se-ia a
corrigir vcios insanveis identificados pela Apelante no Processo
Administrativo Disciplinar instaurado em seu desfavor, no sendo necessrio
adentrar na seara dos fatos ali articulados, vcios estes consubstanciados na
ausncia de regular notificao/intimao, ausncia de indicao nas Portarias
punitivas dos fatos considerados enquanto causa das sanes disciplinares,
ausncia de justificativa para o agravamento da pena de advertncia para a de
suspenso; incidncia de bis in idem, ilegalidade da punio e prescrio da
pretenso punitiva.
Outrossim, inegvel que ao socorrer-se de uma ao judicial, o autor
remete toda a discusso ao poder judicirios. E, no mandamus, apenas as
questes de direito violadas.
Deste modo, se a nulidade apontada ausncia de regular
notificao/intimao ocorreu anteriormente a apresentao de defesa, sendo
toda a prova material apta a subsidiar esta averiguao ao juzo, no sendo
negado pela Apelante que somente foi regularmente intimada quando da
instaurao da Segunda Comisso, no h como atribuir conduta dolosa a
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mesma, pois no omitiu tais fatos ao juzo
Assim, no que tange imposio da multa por litigncia de m-f, para
seu arbitramento faz-se necessria a ocorrncia das hipteses previstas no art.
80 do Cdigo de Rito, o que no se verifica na hiptese desses autos, razo
pela qual no se pode manter a multa aplicada, pois no h presena de dolo
na ao da Apelante em no juntar a Defesa administrativa, uma vez que as
alegaes referente a nulidade de intimao fazem referencia a fase anterior.
Ademais, no h como condenar a Apelante em indenizao pois no
houve demonstrao de qualquer prejuzo experimentado pela Apelada ou
pela Justia
Neste sentido, h pacfica e consolidada jurisprudncia desta Corte, no
sentido de que, "para a aplicao da multa por litigncia de m-f, necessria se faz a
demonstrao que tenha havido m-f por parte da embargante, ora agravante, e
prejuzo por parte dos embargados, o que no restou configurado nos autos" (TRF1.
Numerao nica: AG 0028115-12.2013.4.01.0000/MT; Terceira Turma, Rel.
Des. Federal Cndido Ribeiro, e-DJF1 de 08/11/2013).
No mesmo sentido:

PREVIDENCIRIO E PROCESSUAL CIVIL. APELAO. REMESSA


NECESSRIA. JULGAMENTO EXTRA PETITA. APOSENTADORIA
POR TEMPO DE CONTRIBUIO. REVISO. PERODO DE
ATIVIDADE COMO ESTAGIRIO BOLSISTA. INEXISTNCIA DE
VNCULO EMPREGATCIO. IMPOSSIBILIDADE DE CMPUTO
COMO TEMPO DE SERVIO. MULTA POR LITIGNCIA DE M-F.
NUS DE SUCUMBNCIA. (...) 5. A materializao da litigncia de
m-f pressupe a presena da inteno maldosa, com dolo ou culpa
que enseje dano processual parte contrria (AC 2005.38.00.012973-5,
Rel. Juiz Federal Vallisney de Souza Oliveira, TRF da 1 Regio -
Quarta Turma Suplementar, e-DJF1 p. 449 de 07/07/2011), o que no se
verificou no presente caso. 6 (AC 0000591-84.2007.4.01.3804 / MG, Rel.
JUIZ FEDERAL RODRIGO RIGAMONTE FONSECA, 1 CMARA
REGIONAL PREVIDENCIRIA DE MINAS GERAIS, e-DJF1 de
29/06/2017)

Ressalta-se no houve nenhum prejuzo processual na analise da


alegao de nulidade de intimao/notificao, pois todos os documentos e
menes a respeito constavam dos documentos juntados com a inicial.
Assim, no ocorrendo conduta dolosa, nem demonstrao de prejuzo
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no como persistir condenao a multa, muito menos a indenizao.

4 DO REQUERIMENTO.

Por todo o exposto, o Apelante requer que o presente recurso de


apelao seja conhecido e, quando de seu julgamento, lhe seja dado integral
provimento para reforma parcial da sentena recorrida para acolher o pedido
inicial do Autora/Apelante e:

a) Reformar a sentena reconhecendo a nulidade absoluta do Processo


Administrativo por inobservncia ao principio do devido processo legal,
contraditrio e ampla defesa, em razo da ausncia de notificao
pessoal da impetrante, pela primeira comisso, seja para acompanhar a
apurao, seja para participar das oitivas das testemunhas, cujos
depoimentos foram considerados na aplicao das penas, como tambm
pela no observncia da necessidade de defensor para
acompanhamentos dos atos do processo Declarar nula a apena de
suspenso por ausncia de motivao da gradao da pena de
advertncia nos termos do art. 129 e 130 da Lei 8.112/90;
b) Declarar a nulidade da portaria 0257/2016 e 0258/2016 ambas de 03 de
maro de 2016 da lavra do Ilustrssimo Senhor Reitor por infringncia ao
pargrafo nico do art. 128 da Lei 8.112/90, revelando vcio de forma e
por ocorrncia do bis in idem, conforme fundamentao;
c) Cassar a multa e indenizao impostas por litigncia de m-f, uma vez
que ausente dolo e demonstrao de prejuzo, inclusive processual.

Termos em que,
pede deferimento.

Marab, 09 de agosto de 2017.

Marcos Luiz Alves de Melo Lus Gonzaga Andrade Cavalcante


Advogado OAB/PA 8.965 Advogado OAB/PA 11.122

Leandro Chaves de Sousa


OAB/PA 19.182
Avenida Itacainas, 1787 - Cidade Nova - CEP 68.503-820 23
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