Analise em Variedades

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Analise em variedades

Luis Florit ([email protected], sala 404)

Versao: 20161031.1405
Baixar a ultima versao daqui: http://luis.impa.br/aulas/anvar/aulas.pdf
Bibliografia: [Tu], [Sp], ...

1. Variedades
Espaco topologico, vizinhanca, cobrimento.
Base enumeravel.
Hausdorff (T2).
OBS: Base enumeravel e Hausdorff sao herdados por subespacos.
Espaco topologico localmente Euclideano: cartas, coordenadas.
Dimensao, notacao: dim M n = n.
Variedade topologica = Espaco topologico + localmente Eucli-
deano + Base enumeravel + Hausdorff.
Exemplos: Rn, graficos, cuspide.
Cartas (C )compatveis, funcoes de transicao, atlas (C ).
Exemplo: Sn.
Estrutura diferenciavel = Atlas maximal.
Variedade = Variedade diferenciavel = Variedade topologica +
Atlas maximal.
Exemplos: Rn, Sn, U M n, GL(n, R), graficos, var. produto.

1
2. Funcoes diferenciaveis entre variedades
Definicao, composicao, difeomorfismo, difeomorfismo local.
Exemplos: funcao a e desde produto.
Grupos de Lie, exemplos: Gl(n, R), S1, S3.
Translacoes a esquerda e direita em G : Lg , Rg .
Derivadas parciais, matriz Jacobiana, Jacobiano.

3. Quocientes
Exerccio: Mostre que em qualquer quociente de espaco topologico existe uma unica
estrutura topologica mnima, chamada topologia quociente, tal que a projecao e continua
(i.e., a topologia final de ). Mas o quociente de uma variedade nao necessariamente e
uma variedade...

Exemplos: Faixa Mobius, T 2, [0, 1]/{0, 1} = S1.


Relacoes de equivalencia abertas: condicoes para quociente ser
Hausdorff e de base enumeravel.
Exemplo: RPn.
Acoes propriamente discontnuas : G M M :
p M, Up M tal que (g Up) Up = , g G \ {e},
p, q M em orbitas diferentes, Up, Uq M tais que
(G Up) Uq = .

4. Espaco tangente
Germes de funcoes: Fp(M ) = {f : U M R : p U }/
TpM , x : Up M n Rn carta x i |p TpM , 1 i n.
Diferencial de funcoes regra da cadeia.

2
f difeomorfismo local fp isomorfismo a dimensao e preser-
vada por difeomorfismos locais.
Recproca: Teorema da funcao inversa (tem que valer!).
Como toda carta x e difeomorfismo com imagem e como

xp( |p) = |x(p) 1 i n,
xi ui
entao { x 1 |p, . . . , x n |p} e base de TpM dim TpM = dim M .
Imersao, submersao, mergulho. Posto.
Exemplos: projecoes e injecoes em produtos de variedades.
Expressao local da diferencial.
Curvas: velocidade, expressao local.
Diferencial usando curvas: todo vetor e derivada de curva.
Identificacao do espaco tangente do produto de variedades:
Tp M Tp 0 M 0
= T(p,p0)(M M 0).
TpRn = Rn: se f Fp(U ), v TpM , entao fp(v) = v(f ).
Definicao 1. Um ponto p M se diz um ponto crtico de
f : M N se fp nao for sobrejetiva. Caso contrario, p se diz
ponto regular. Um ponto q N e um valor crtico de f se
for imagem de algum ponto crtico. Caso contrario, e um valor
regular de f (em particular, q N, q 6 Im (f ) q e valor regular de f ).

5. Subvariedades
Subvariedades regulares S M , cartas adaptadas S .
Codimensao. Topologia.
Exemplos: sin(1/t) I; pontos e abertos.
As S dao atlas de S.
3
Funcoes diferenciaveis desde e para subvariedades regulares.
Conjuntos de nvel: f 1(q). Conjuntos de nvel regulares.
Exemplos: Sn, SL(n, R): usar curva t 7 det(tA) !!

Teorema 2. Se q Im (f ) N n e um valor regular de


f : M m N n, entao f 1(q) M m e uma subvariedade
regular de M m de dimensao m n.

Prova: Seja p M m com f (p) = q e cartas locais (x, U ) e


(y, V ) em p e q. Podemos supor que y(q) = 0, f (U ) V e que
span{fp( x i |p) : i = 1, . . . , n} = Tq N . Defina : U Rm por
= (y f, xn+1, . . . , xm). Entao, como p e um isomorfismo,
existe U 0 U tal que x0 = |U 0 : U 0 Rm e uma carta de
M m em p. Alem disso, como y f x01 = n, temos que
f 1(q) U 0 = {r U 0 : x01(r) = = x0n(r) = 0}. Logo, x0 e
uma carta adaptada a f 1(q).
Exerccio: Adaptando a prova do Teorema 2, prove o seguinte: Seja f : M m N n
uma funcao que tem posto constante k numa vizinhanca de p M . Entao existem
cartas em p e em f (p) tais que a expressao de f nessas coordenadas e dada por

k := (x1 , . . . , xm ) 7 (x1 , . . . , xk , 0, . . . , 0) Rn .

Obtenha disto a forma normal das imersoes e submersoes.

Exerccio: Conclua do exerccio anterior que, se f tem posto cte = k numa vizinhanca
U de f 1 (q) 6= , entao U f 1 (q) e uma subv. regular de M m de dim m k.

Exemplo: f : GL(n, R) GL(n, R), f (A) = AtA tem posto


constante n(n + 1)/2 (pois f LC = LC RC t f C) O(n)
subvariedade dimensao n(n 1)/2 (nao precisava posto constante, basta
ver que Im (f ) Sim(n, R) e I e valor regular).

4
OBS: Como ter posto maximo e uma condicao aberta, se uma
funcao f e uma imersao (ou uma submersao) num ponto p, entao
e uma imersao (ou uma submersao) numa vizinhanca de p.
SL(n, R), SO(n), O(n), S3, U (n),... sao todos grupos de Lie.
Subvariedades imersas e mergulhadas. Figura 8.
Identificar: p S M TpS TpM ; S Rn TpS Rn.

6. Fibrado tangente, fibrados vetoriais, fibrados


Estrutura topologica e diferenciavel de T M .
: T M M . Campos de vetores sobre M :
X (M ) = {X : M T M : X = IdM }.
Diferenciabilidade, estrutura de modulo de X (M ).
Campos de vetores em M = Derivacoes em M :
D(M ) = {X End(F(M )) : X(f g) = X(f )g + f X(g)}
Colchete: X (M ) e algebra de Lie: [ , ] e bilinear, antisimetrico
e satisfaz identidade de Jacobi.
Dada f : M N campos f -relacionados: Xf
Campos ao longo de f : expressao local.
Curvas integrais, fluxo local e Teorema Fundamental EDO.
Fibrados vetoriais, trivializacoes locais. T M .
Fibrado trivial, fibrado produto.
Soma de Whitney de fibrados vetoriais.
Pull-back de fibrados vetoriais: f (E).
Aplicacoes de fibrados. Exemplos: diferencial f e pull-back f .
Secoes. Smooth Frames. Diferenciabilidade.

5
Fibrado cotangente: T M , {dxi, i = 1, . . . , n}.
Fibrados gerais e G-fibrados. Reducao.

7. Particoes da unidade
Suporte de funcoes. Bump functions.
Extensoes globais de campos e funcoes C locais.
Particoes da unidade subordinadas a cobrimentos.
Existencia de particoes da unidade para variedades compactas.
Aplicacao: Existencia de metricas Riemannianas.
Aplicacao: Teorema(s) de mergulho de Whitney (ver aqui).
Exerccio: Ler (e entender!) a prova da existencia de particoes da unidade em geral (melhor

que no Tu, ver aqui).

8. Orientacao
Orientabilidade... fibrado! Exemplo: T M e orientavel.
Faixa de Moebius: truque papel, no: top. intrnseca vs extrnseca.

9. 1formas diferenciais
1(M ) = (T M ).
f F(M ) df 1(M ), e df = f .

(x, U ) carta { x1 |p, . . . , xn |p} e base TpM cuja base dual e
{dx1|p, . . . , dxn|p} (i.e., base de TpM ).
{dx1, . . . , dxn} sao entao um frame de T U : expressao local.
Exemplo: Forma de Liouville em T M (cuidado: 1(T M )):
w (Xw ) := w((Xw )).
Pull back ( = ). Importancia!
6
Restricao de 1-formas a subvariedade i : S M : w|S = iw.

10. Algebra multilinear


Sejam V e V 0 Respacos vetoriais. V = Hom(V , R).
Funcoes bi/multi lineares em espacos vetoriais: V V .
Tensores e kformas em V : Bil(V V ) = (V V ) = V V .
V V 0, V V , 0 V = V 0 := R,
V k := V V , dim V k = (dim V )k
 
dim V
k V := V V V k , dim k V =
k
Operadores e (bil. e assoc.) sobre aplicacoes multilineares:
1
k V , s V := A( ) (k+s) V
k!s!
OBS: = (1)ks .

11. k formas diferenciais e campos tensoriais


A algebra multilinear extende-se a fibrados vetoriais: Hom(E, E 0)
Exemplos: T M ; metrica Riemanniana: h , i|U =
P
gij dxi dxj
Campos tensoriais (tensores) e k-formas (diferenciais):
X k (M n), k (M n)
sao simplesmente as secoes dos fibrados (T M )k , k (T M ).
Tensores = aplicacoes F(M )-multilineares (bump-functions).
OBS: 0(M ) = X 0(M ) = F(M ), 1(M ) = X 1(M ).
Notacao: Jk,n := {(i1, . . . , ik ) : 1 i1 < < ik n}, e para
I = (i1, . . . , ik ) Jk,n, dxI := dxi1 dxik .
7
Expressoes locais:
df1 dfn = det([fi/xj ]1i,jn) dx1 dxn
e, para J = (j1, . . . , jk ) Jk,n e y1, . . . , yn F(M ),
X
dyJ = det([yjr /xis ]1r,sk ) dxI
IJk,n

Operador : k (M ) s(M ) k+s(M ) bilinear, tensorial


n
M
(M ) := k (M )
k=0

e uma algebra graduada com .


Pull back de tensores e formas: linear, tensorial, respeita :
F f := f F, f F(M ),
F ( ) = F F ,
(F G) = G F .

12. Orientacao e n formas


Lembrar: Se B = {v1, . . . , vn} e B 0 = {v10 , . . . , vn0 } sao bases de
V n, (v1, . . . , vn) = det C(B, B 0)(v10 , . . . , vn0 ), n(V n).
Dizemos que determina a orientacao [B] se (v1, . . . , vn) > 0.
OBS: M n orientavel existe V, onde
V = { n(M n) : (p) 6= 0, p M n}.
Orientacoes de M
= V/F+(M ).
Difeos que preservam/revertem orientacao.
8
13. Derivada exterior: VIP!!
Definicao 3. A derivada exterior em (M ) e a aplicacao li-
near d : (M ) (M ) que satisfaz as seguintes propriedades:
1. d(k (M )) k+1(M )
2. f F(M ) = 0(M ) df (X) = X(f ), X X (M )
3. k (M ), (M ) d() = d+(1)k d
4. d2 = 0.

OBS: Props (2) + (3) + bump func.: |U = 0 d|U = 0.


Logo, d|U = d(|U ), e podemos fazer contas localmente.
OBS: Props (3) + (4) + inducao d(df1 dfk ) = 0.
OBS: d existe e e unica: expressao em coordenadas.
Para toda F : M N vale que (ver primeiro para 0):

F d = d F

i.e., F : (N ) (M ) e um morfismo de algebras diferen-


ciais graduadas (i.e., preserva grau e comuta com d).
OBS: Isto tambem explica o porque de d|U = d(|U ) via inc.
Exerccio: k, k (M ), Y0, . . . , Yk X (M ),
k
X
dw(Y0, . . . , Yk ) = (1)iYi(Y0, . . . , Yi, . . . , Yk )
i=0

k
X
+ (1)i+j ([Yi, Yj ], Y0, . . . , Yi, . . . , Yj , . . . , Yk ).
0i<jk

9
Dado X X (M ) definimos a multiplicacao interior
iX : k+1(M ) k (M )
por (iX )(Y1, . . . , Yk ) = (X, Y1, . . . , Yk ).
1) iX e tensorial (= F(M )-bilinear) em X e em .
2) k (M ), r (M ),
iX ( ) = (iX ) + (1)k (iX ).
3) iX iX = 0.

14. Variedades com bordo


Funcoes C e difeos sobre subconjuntos arbitrarios S M n.
Proposicao 4. Seja U M n aberto, S M n arbitrario, e
f : U S um difeomorfismo. Entao, S e aberto em M n.
Corolario 5. Sejam U e V abertos de Hn := Rn+ e f : U V
um difeomorfismo. Entao f leva pontos interiores (resp. de
bordo) em pontos interiores (resp. de bordo).
Variedade com bordo: definicao. (Vaga ideia de orbifold).
Pontos interiores.
Bordo de M = M e variedade de dimensao dim(M ) 1.
M vs bordo topologico.
Se p M : Fp(M ), TpM , v TpM (mas pode nao existir
curva com 0(0) = v), T M , orientacao: tudo igual que antes.
Se p M : v TpM interiores e exteriores.
OBS: Numa variedade com bordo M , considerando a inclusao
inc : M M existe um campo exterior X ao longo de M
10
(X Xinc). Logo, M e orientavel se M for, com uma orientacao
induzida dada por inciX .
Exemplos: Hn, [a, b]; B n, B n.
Exemplo: Se j = inc : Sn1 = B n B n, Z(p) = p Xinc e
exterior orientacao em Sn1 B n via B n Rn e dvRn :
X

= j (iZ dvRn ) = (1)i1 xi dx1 dx
ci dxn. (1)
i

15. Integracao (Riemann)


Definicao 6. A Rn e um domnio de integracao se A e
limitado, e (A) = 0.
Teorema 7 (Lebesgue) Uma funcao limitada f : A R
definida num conjunto limitado A Rn e integravel o con-
junto de descontinuidades (da extensao) de f tem medida 0.
Corolario 8. Toda funcao contnua e limitada f : A R
definida sobre um conjunto de integracao A Rn e integravel.
vol(A).
R n n
A para (R ): mudanca de variaveis.
F : U Rn V Rn difeomorfismo F (A) = A F .
R R

Def.: Se M n esta orientada, : U M R n


carta orientada,
e w nc(U ) M := (U )(1)w.
R R
n n n
R P R
Def.: M orientada, w c (M ) M := U w.

R R n n
N F = M , F Dif+ (N, M ), w c (M ). R
M n orientada, temosRo operador linear: nc(M n) 7 M .
P P
O
R caso dim RM = 0: M f = i f (p i ) j f (qj ).
M = M .

11
16. Duas versoes do Teorema de Stokes
Teorema 9 (Stokes, I). M n orientada, w n1 n
c (M )
Z Z
d = .
M M

Ideia subjacente: Somar integrais em cubos pequenos, que as


faces interiores cancelam devido a orientacao
R (ver dim 1 e 2).
Cor.: M n compacta orientada M d = 0, n1(M ).
Exerccio: Os teoremas classicos do calculo seguem de Stokes.
k k k
OBS R (!!): i : N
R M , N compacta orientada, e (M ),
N (= NRi ). Faz sentido entao para qualquer funcao
diferenciavel i: i w (mesmo que M nao seja orientavel!).
Curiosidade: Teorema de Palais. Seja D : k r tal que Df = f D, para toda f : M N .
R
Entao, ou k = l e D = cId, ou r = k + 1 e D = c d, ou k = dimM , r = 0, e D = c M .

16.1 Um outro modo de ver a integracao (Spivak, v.1, cap 8)

Se I k : [0, 1]k , Rk e k-cubo, c: [0, R1]k M e k-cubo singular.



k
R R
c k-cubo singular, (M ) c := [0,1]k c (= c ).
Ck (M ) = Ck (M ; G) := k-cadeias de M = G-modulo livre sobre
osR cubos singulares, para G = Z ou R (ou Q ou Z2 ou...).
: Ck (M ) k (M ) R esta definido M e e bilinear!
n
Ii, (x1, . . . , xn1) := I n(x1, . . . , xi1, , xi, . . . , xn1)), = 0,1.
n
, c = ni=1 1=0(1)i+ ci, (desenho dim 2).
P P
ci, := c Ii,
Extender linearmente : Ck (M ) Ck1(M ): c = bordo de c.
Defs: c Ck (M ) e fechada se c = 0; c e um bordo se c = c.
Exemplos: c1, c2 1-cubos. c1 e fechado c1(0) = c1(1); c = c1c2
e fechada c1(0) = c2(0) e c1(1) = c2(1), ou c1 e c2 fechados.
n n
Como (Ii, )j, = (Ij+1, )i, 1 i j n1 2 = 0 .
12
O que provamos no Teorema 9 na verdade e o seguinte:

Teorema 10 (Stokes, II). Para todas variedade diferenciavel


M , w k1(M ), e c Ck (M ), temos que
Z Z
d = .
c c
R
Logo, nas k-cadeias (sobre R) e o dual (com relacao a ) de d.
Vale tudo igual considerando k-simplex em lugar de k-cubos.

FAZER EXERCICIOS DOS CAP. 8 E 11 DO SPIVAK!!

17. Cohomologia de de Rham (Spivak, v1 cap8)

Se w 1(Rn), quando w = df para certa f F(Rn)? Condicao


necessaria: dw = 0. E suficiente?? SIM: pegando
R 1-cubo singular
c, c(0) = 0, c(1) = p, definimos f (p) = c w. Bem definida por
Stokes(!), ja que toda curva fechada em Rn e bordo. De fato,
cs(t) = sc1(t) + (1 s)c0(t). Ou seja, a solucao de uma EDPs
tem a ver com a topologia do espaco.
Lema de Poincare (veremos depois): Z k (Rn) = B k (Rn).
Localmente: sempre da, mas globalmente depende da topologia!
Sistemas EDP lineares: Condicao de integrabilidade.
Obstrucoes p/resolver EDPs, ou globalizar certos objetos locais.
Z k (M ) := Ker dk = Formas fechadas (condicao local)
B k (M ) := Im dk1 = Formas exatas (condicao global!)
Definicao: A k-esima cohomologia de de Rham da variedade
M (com ou sem bordo) e
H k (M ) := Z k (M )/B k (M ).
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H 0(M ) = Rr , onde r = # componentes conexas de M .
H n(M n) 6= 0 se M n e variedade compacta e orientavel (Stokes).
H n+k (M n) = 0, k 1.
n
 R
Ex: dimH k (T n) k : se I := [di1 dik ] TJ wI = JI .
Pull-back: F : M N F (= F #) : H k (N ) H k (M ).
(F G) = G F H k (M ) invariante da est. diferenciavel(!).
: H k (M ) H r (M ) H k+r (M ), [] [] := [ ] (boa).
H (M ) := kZH k (M ) e o anel de cohomologia de M .
De fato, H (M ) e uma algebra graduada anticomutativa, e F
e um homomorfismo de algebras graduadas.

18. Invariancia por homotopia (Spivak, v1 cap8)

Definicao 11. Dadas duas variedades (com ou sem bordo) M


e N , dizemos que f, g : M N sao (diferenciavelmente) ho-
motopicas se existe uma funcao suave T : M [0, 1] N tal que
T0 := T i0 = f , T1 := T i1 = g, onde is(p) = (p, s).
E relacao de equivalencia nas funcoes: f g.
Exemplo: M e contratil IdM cte.
Proposicao 12. Para todo k existe uma aplicacao linear
: k (M [0, 1]) k1(M ) tal que
i1 i0 = d + d, k (M [0, 1]).
R1
Prova: Defina () = 0 is (i/t())ds. Basta ver dois ca-
sos (identifiquemos via 1 e 2). Se = f dxI , d = +
(f /t)dt dxI , e portanto e o TFC. Se = f dt dxI , entao
i1 = i0 = 0, e continha d + d = 0.
Mais do que diferenciavel: H (M ) e um invariante homotopico:
14
Teorema 13 (!!!!!!). f g f = g (em H (M )).
Prova: Imediata da Proposicao 12.
Corolario 14. M contratil H k (M ) = 0, k 1.
Corolario 15. (Lema de Poincare) Z k (Rn) = B k (Rn) k 1.
Corolario 16. M n comp. orient. n 1 M n nao contratil.
Definicao 17. f : M N e uma equivalencia homotopica
se existe g : N M tal que g f IdM e f g IdN . Nesse
caso, dizemos que M e N sao homotopicamente equivalentes,
ou que M e N tem o mesmo tipo homotopico: M N .
Corolario 18 (!!!!!). Se M N via uma equivalencia ho-
motopica f , entao f : H (M ) H (N ) e um isomorfismo.
Definicao 19. Um retrato de M a uma subvariedade S M
e uma funcao f : M S tal que f |S (= f incS ) = IdS . S e
chamado de retrato de M ( f e injetiva, e incS e sobre).
Corolario 20. (Teorema de Brouwer) Se B Rn e uma bola
fechada (ou conjunto compacto convexo), entao toda funcao
diferenciavel (ou contnua) f : B B possui pontos fixos.
Definicao 21. Um retrato por deformacao de M a S M e
uma funcao T : M [0, 1] M tal que T0 = IdM , Im (T1) S,
e T1|S = IdS (i.e., retrato T1 T0 = IdM T1 e incS sao iso).
Em outras palavras, um retrato por deformacao e uma homotopia
entre retrato de M a S e a identidade de M . Em particular, se
S e um retrato por deformacao de M , entao M S.
15
Corolario 22. Se E e um fibrado vetorial sobre M , entao
H (E) = H (M ).

Definicao 23. Um retrato por deformacao forte e um retrato


por deformacao T como na Definicao 21 tal que Tt|S = IdS , t
[0, 1] (e.g, H embaixo).

Exemplo: Rn \ {0} Sn1 6 Rn: H(x, t) = ((1 t) + t/kxk)x.


Exemplo: Faixa Mobius F S1 ( H 2(F ) = 0).

19. Integrando em cohomologia: grau (Spivak, v1 cap8)

Para M nao compactas trabalhamos tambem com


Hck (M ) := Zck (M )/Bck (M ), k Z.
R
OBS: M n orientavel : Hcn(M n) R bem definida e linear.
R
Teorema 24. M conexa e orientavel : Hcn(M n) R
n

e um isomorfismo ( dim Hcn(M n) = 1).


R
Prova: Temos que ver que se M = 0, entao = d com
com suporte compacto. Rt
(a) Vale para M = R. Se g(t) = = dg.
(b) Se vale para Sn1, vale para Rn. Se nc(Rn)
n(Rn), como Rn e contratil = d para alguma n1(Rn)
(mas nao tem nec. sup. compacto!). Agora, se R tem sup.
0
n
R
compacto (SPG, na bola B 1 ) e Rn = 0, temos Sn1 j =

R R n1
Sn1 i = Rn = 0 pelo teorema de Stokes, onde i : S
Rn e j : Sn1 Rn \ {0} sao as inclusoes, e 0 = |Rn\{0}. Logo,
por hipotese, j [ 0] = 0. Mas j e um isomorfismo pois Sn1 e
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retrato por deformacao de Rn \ {0}. Conclumos que 0 = d
para alguma n2(Rn \ {0}). Em particular, se h : Rn R
satisfaz h 1 fora de B1n e h 0 em Bn, = d(h)
n1(Rn) tem suporte em B1n, e = d.
Uma outra prova, mais explcita, de (b): Se = f dvRn R n (Rn ) tem sup. compacto (SPG,
1
em bola B1n ), entao definimos g : Rn R por g(p) = 0 tn1 f (tp)dt, r : Rn \ {0} Sn1 ,
r(x) = x/kxk (retracao), i : Sn1 R a inclusao e = iX dvRn n1 (Rn ) como em (1).
n

RConta w = d(g)R (porem g R nao tem nec. sup. compacto!)


Sn1 (g i)i = B n f dvRn = Rn = 0 i (g) = d, por hipotese.
g = r (i (g)) = d(r ) fora de B1n , pois (i r)p = kpk1 p , (i r) (p) = kpkn (p), e
g(p) = kpkn (g i r)(p), se kpk 1.
Se := g d(hr ) w = d(g) = d, com sup() B1n .

(c) (!!!) Se vale para Rn vale para toda M n. Fixemos


R qual-
quer w0 nc(U0) com U0 M n difeo a Rn, tal que M w0 6= 0.
Seja w nc(M n). Basta ver que existe a R e n1 n
c (M )
tais que w = aw0 + d. Pegando particoes da unidade podemos
supor que sup(w) U , U difeo a Rn. Como M n e conexa,
existe uma sequencia {Ui, 1 i m}, Ui difeo a Rn com
Um = U e Ui Ui+1 6= . Seja R wi com suporte compacto,
sup(wi) Ui Ui+1, e tal que M wi 6= 0. Como vale para
Rn = Ui+1, wi+1 ci+1wi = di+1. Pronto!
Teorema 25. M n conexa nao orientavel Hcn(M n) = 0.
Teorema 26. M n conexa nao compacta H n(M n) = 0.
Provas: Usar a ideia em (c) acima (nao precisa cobrimento).
Pelo Teorema 24, para qualquer funcao diferenciavel propria en-
tre variedades conexas orientadas, f : M n N n (mesma di-
mensao!), existe um numero deg(f ) R, o grau de f , tal que
Z Z
f = deg(f ) , Hcn(N n).
M N

17
Teorema 27. Nas hipoteses acima, se q N n e um valor
regular de f e f (p) = q, definimos sgnf (p) = 1, de acordo
se fp preserva ou reverte a orientacao. Entao,
X
deg(f ) = sgnf (p).
pf 1 (q)

Em particular, deg(f ) Z, e deg(f ) = 0 se f nao for sobre.

Prova: Se {p1, . . . , pk } = f 1(q), escolhamos vizinhancas pe-


quenas e disjuntas Ui de pi e V de q tais que f : URi V e
R com suporte Rcompacto em V e tal que N 6= 0.
difeo. Seja
Entao, Ui f = sgnf (pi) V . Logo, o resultado e imediato...
se valesse que sup(f ) U1 Uk . Mas se conserta assim:
Seja K V compacto tal que q K o. Entao, K 0 = f 1(K) \
(U1 Uk ) e compacto, e logo f (K 0) e fechado e nao contem q.
Basta agora trocar V por qualquer V 0 K o \ f (K 0) K que
automaticamente satisfaz f 1(V 0) U1 Uk .
OBS: {Valores regulares} e aberto e denso, e a soma e finita.
OBS: Hcn(M n) 6 H n(M n) em geral: Hcn(Rn) = R, porem
H n(Rn) = 0, n 1. De fato, f g 6 f = g em Hc. Mas:

Corolario 28. f, g : M n N n, f g deg(f ) = deg(g).

Exemplo: deg(IdSn ) = (1)n+1.

Corolario 29. Teorema do cachorro peludo 2n-dimensional.

OBS: Podemos sempre pentear cachorros de dimensao mpar.

18
20. Motivacao do conceito de sequencia exata
Sejam U, V M abertos tais que M = U V , k Z
iU : U , M , jU : U V , U iU : k (M ) k (U ),
jU : k (U ) k (U V ). Idem para iV , jV . Temos entao:
i = iU iV : k (M ) k (U ) k (V ),
j = jV 2 jU 1 : k (U ) k (V ) k (U V ),
i.e., i() = (|U , |V ), j(, ) = jV jU = |U V |U V .
Juntando, temos
i j
0 k (M ) k (U ) k (V ) k (U V ) 0, (2)
com cada imagem contida no nucleo da seguinte. Agora, o ponto
importante e que, de fato, sao iguais! (o unico nao obvio e que
j e sobre, mas, se {U , V } e particao da unidade subordinada
a {U, V } e k (U V ), entao U := V k (U ), V :=
U k (V ), e j(U , V ) = ).

21. Complexos e sequencias exatas (Spivak, v1, cap.11)

Sequencias exatas: exata curta, exata longa.


Exerccio. O dual de uma sequencia exata e exata.
f
A B 0 f epimorfismo
f
0 A B f monomorfismo
f
0 A B 0 f isomorfismo
f
ABC 0C = B/Im f
0ABC 0C = B/A

19
Proposicao 30. (Teorema da dimensao na algebra linear) Se

0 V 1 V 2 V k 0 e exata i(1)i dim V i = 0.
P

[ ]
Prova: Inducao em k, trocando por 0 V 2/Im V 3
Complexo de cocadeias: C = {Ck }kZ + diferenciais {dk }kZ:
d1 d d
C 1 C 0 0 C 1 1 C 2 , dk dk1 = 0.
Soma direta de complexos de cocadeias
a C k e uma kcocadeia de C
a Z k (C) := Ker dk C k e um kcociclo de C
a B k (C) := Im dk1 C k e um kcobordo de C
k-esima cohomologia de C := H k (C) := Z k (C)/B k (C)
Se a Z k (C) [a] H k (C) e a classe de cohomologia de a
Um mapa de cocadeias : A B e uma sequencia {k : Ak
B k }kZ tais que d k = k+1 d : H (A) H (B)
i j
0 A B C 0 e exata curta se em cada nvel k e exata
i j
Neste caso, H (A) H (B) H k (C) e exata para todo k.
k k

Mas nao e exata com 0 a direita ou a esquerda... Porem:


i j
Teorema 31 (!!!!!!!). Se 0 A B C 0 e exata
curta, entao existem homomorfismos (explcitos e naturais!)
: H k (C) H k+1(A),
chamados homomorfismos de conexao, e que dao origem a
seguinte sequencia longa de cohomologia:

20
Prova: (Perseguicao: fazer com alunos) Dada c Z k (C), existe b B k
tal que jb = c. Mas entao db Ker j (jdb = djb = dc = 0), e,
como Ker j = Im i, existe a Ak+1 tal que db = ia (dada b, a e
unica pois i e injetiva). Agora, ida = dia = d2b = 0 da = 0.
Definimos entao [c] := [a] (independe das escolhas de b e c).
Vejamos agora, e.g., que a sequencia longa e exata em H k (C).
Im j Ker : Para [b] H k (B), temos j [b] = [jb]. Pela
definicao de , podemos pegar como o b que leva a c = jb o
proprio b. Mas b e um cociclo: db = 0. Portanto, na definicao de
, ia = db = 0, de onde a = 0. Logo, [jb] = [0] = 0.
Ker Im j : Se [c] = 0, o a na definicao de e um
cobordo e o b um cociclo: a = da0, pelo que db = ida0 = dia0, i.e.,
d(b ia0) = 0. Mas entao j [b ia0] = [jb jia0] = [jb] = [c].

22. A sequencia de Mayer-Vietoris


Como vimos, (2) e exata para todo k, logo temos como corolario:

21
Teorema 32 (!!!!). A seguinte sequencia longa de coho-
mologia, chamada de sequencia de Mayer-Vietoris, e exata:
i j
0 H 0(M ) H 0(U ) H 0(V ) H 0(U V )

i j
H k (M ) H k (U ) H k (V ) H k (U V )
k+1 i k+1 k+1 j k+1
H (M ) H (U ) H (V ) H (U V )
E, pelo mesmo preco, temos uma receita para construir :
Se k (U V ), com part. da unidade conseguimos formas
U e V em U e V tais que j(U , V ) = V |U V +U |U V = ;
Agora, se for fechada, dU e dV coincidem em U V (!!!),
ja que j(dU , dV ) = dj(U , V ) = d = 0;
Logo, dU e dV definem uma forma k+1(M ), que
e obviamente fechada (mas nao necessariamente exata!). Entao,
temos que [] = [] H k+1(M ).
OBS: Se U, V e U V sao conexos comecamos em k = 1. Isto
e,
i j
0 H (M ) H (U ) H (V ) H 0(U V ) 0
0 0 0

e
i j
0 H 1(M ) H 1(U ) H 1(V )

sao exatas (pois M e conexa, e H 0(U V ) H 1(M ) e a funcao
nula, ja que j : H 0(U ) H 0(V ) H 0(U V ) e sobre).
Exemplos: M = i Mi disjunta H k (M ) = iH k (Mi),
S

H (Sn), H (T 2).
22
23. A caracterstica de Euler
Nesta secao vamos supor que todas as cohomologias de M tem
dimensao finita (veremos que isto acontece se M for compacta).
Definicao 33. A caracterstica de Euler de M e o invariante
homotopico X
(M ) := (1)ibi(M ) Z,
i
onde bk (M ) := dim H k (M ) e o k-esimo numero de Betti de M .
Mayer-Vietoris + Proposicao 30
(M ) = (U )+(V )(U V ). (3)
Simplex triangulacoes: sempre existe (pela base enumeravel).
Teorema 34. Para qualquer triangulacao de M n vale que
n
X
(M n) = (1)ik ,
i=0

onde k = k (T ) e o numero de k-simplex em T .


Prova: Para cada n-simplex i de T , sejam pi io e uma
bolinha pi Bpi io (pensar pi como bolinha tambem). Seja U1
a uniao disjunta destas n bolinhas, e Vn1 = M \ {p1, . . . , pn }.
Logo, (3) (M n) = (Vn1) + (1)nn.
Agora, para cada (n1)-face j de T , pegue uma bolinha longa
Bj unindo as duas Bpi s de cada n-simplex adjacente a j . Chame
de U2 a uniao destas n1 bolinhas (disjuntas). Pegue tambem
um arco (dentro de Bj ) unindo os bordos das duas Bpi s , e
23
seja Vn2 o complemento destes n1 arcos. De novo, (3)
(Vn1) = (Vn2) + (1)n1n1.
Indutivamente, temos Vn3, , V0, este ultimo sendo uma uniao
de 0 conjuntos contrateis (cada um vizinhanca de um vertice
de T ), de onde (V0) = 0 e (Vk ) = (Vk1) + (1)k k .

Corolario 35. (Descartes-Euler) Se um poliedro convexo


tem V vertices, F faces, e E arestas, entao V E + F = 2.

Corolario 36. So existem 5 solidos Pitagoricos.

Prova: Se r 3 e o numero de arestas (= vertices) em cada


face, e s 3 e o numero de arestas (= faces) que chegam a
cada vertice, temos que rF = 2E = sV . Mas V E + F =
2 1/s + 1/r = 1/E + 1/2 > 1/2, ou (r 2)(s 2) < 4.
Como F = 4s/(2s + 2r sr) temos (r, s) = (3,3) = tetraedro
= Fogo, (4,3) = cubo = Terra, (3,4) = octaedro = Ar, (3,5) =
icosaedro = Agua, e (5,3) = dodecaedro... que, segundo Platao,
foi ...usado por Deus para distribuir as (12!) constelacoes no
Universo (nao consegui completar a prova desta afirmacao).

Modelo Platonico do sistema solar por Kepler; Circogonia icosahedra; Pedras de 2000 AC

OBS: Em dimensao n = 4 tem 6 solidos regulares (tem um


com 24 faces), e para n 5 tem so 3: o simplex (tetraedro), o

24
hipercubo (claro), e o hiperoctaedro, que e a capsula convexa de
{ei}.

24. Mayer-Vietoris para suporte compacto


Nao podemos simplesmente trocar H k por Hck em Mayer-Vietoris,
pois kc (M ) 6 iU () kc (U ). Porem, se kc (U ), a
extensao como 0 de , iU (), satisfaz iU () kc (M ). E isto
funciona! (j := jU jV , i := iU + iV ):

Lema 37. A seguinte sequencia e exata k (exerccio facil):


j i
0 kc (U V ) kc (U ) kc (V ) kc (M ) 0.

Logo, Teorema 31 + Lema 37


Teorema 38. A seguinte sequencia longa e exata:
j i
Hck (U V ) Hck (U ) Hck (V ) Hck (M )
j i
Hck+1(U V) Hck+1(U ) Hck+1(V ) k+1
Hc (M )

OBS: Comparar as duas Mayer-Vietoris.


OBS: CUIDADO PARA NAO MISTURAR/CONFUNDIR!!!
OBS: O Teorema 31 e uma fabrica de teoremas!

25. Mayer-Vietoris para pares


Seja i : N , M uma subvariedade compacta e mergulhada, e
k Z. Entao, W = M \ N e uma variedade e portanto temos
j i
kc (M \ N )
W
kc (M ) k (N ).
25
Mas esta nao e exata em kc (M ): o nucleo de i sao as formas
que se anulam em N , enquanto que a imagem de jW sao as que
se anulam em vizinhanca de N . Mas isto se conserta assim:
Seja V uma viz. tubular com fecho compacto de N , j : N , V
a inclusao, e : V N um retrato por deformacao, i.e.,
j = idN , j idV (para ver a existencia, usar o teo-
rema de mergulho de Whitney, ou metricas Riemannianas). Con-
strumos agora uma sequencia de tais V , V = V1 V2
com iVi = N . Entao, dizemos que k (Vi) e 0 k (Vj )
sao equivalentes se existe r > i, j tal que |Vr = 0|Vr . O con-
junto destas classes forma um espaco vetorial G k (N ), o dos ger-
mes de k-formas definidas numa vizinhanca de N , que tem
seu diferencial obvio induzido por d, e e portanto um complexo
de cocadeias G = (G (N ), d). Isto da um mapa de cocadeias
i
kc (M ) G k (N ), onde i() = classe de |V1 .
Lema 39. A seguinte sequencia e exata (outro exerccio):
j i
0 kc (M \ N )
W
kc (M ) G k (N ) 0.

Agora, como j : H k (Vi) H k (N ) e isomorfismo para todo i


e para todo k, H k (N ) e isomorfo a H k (G) (exerccio). Logo,
Teorema 31 + Lema 39

Teorema 40. Existe uma sequencia longa exata:



Hck (M \N ) Hck (M ) H k (N ) Hck+1(M \N )

De maneira totalmente analoga ao Teorema 40, temos:

26
Teorema 41. Seja M uma variedade com bordo compacto.
Entao existe uma sequencia longa exata:

Hck (M\M ) Hck (M ) H k (M ) Hck+1(M\M )

OBS: Se M e variedade com bordo e M o = M \M o seu interior,


retirando viz. tubulares Vi do bordo como na definicao de G temos
Mi = M \Vi, e inclusoes Mio , Mi , M o , M . Mas Mi M
e Mio M o, o que induz dois isomorfismos em cohomologia, e o
que nos permite concluir que H (M ) = H (M \ M ).
Aplicacao: Se B Rn e bola aberta, Hck (Rn) = Hck (B) =
Hck (B) = H k (B) = H k (B) = 0, k 6= n. Em particular,
Hck (Rn)
= H nk (Rn) = (H nk (Rn)) k.
Exerccio: Calcular H (Sn Sm). Sug: Sn Sm = (B Sm).

26. Aplicacao: o Teorema de Jordan generalizado


Teorema 42 (Jordan generalizado). Seja M n Rn+1
uma hipersuperfcie compacta, conexa e mergulhada. Entao,
M n e orientavel, Rn+1 \M n tem exatamente 2 comp. conexas,
uma limitada e a outra nao, e M n e o bordo de cada uma.
Prova: Pela aplicacao acima e o Teorema 40, temos
0
= Hcn (Rn+1 ) H n (M n ) Hcn+1 (Rn+1 \ M ) Hcn+1 (Rn+1 )
= R 0.

Isto e, dim H n(M n) + 1 = # comp.conexas de Rn+1 \ M n 2


(exerccios 23 a 26 Spivak cap.8 sobre winding numbers mod 2).

27
Portanto, pelo Teorema 24 e Teorema 25, H n(M n) = R, M n
e orientavel, e # comp.conexas de Rn+1 \ M n = 2. Ainda pelo
mesmo argumento com winding numbers, todo ponto de M n esta
arbitrariamente perto de pontos nas duas componentes conexas.
Corolario 43. Nem a garrafa de Klein, nem o plano proje-
tivo possuem mergulhos em R3.

27. Homologia singular


Como vimos na Secao 15.1, temos um operador de bordo entre
cadeias (de simplex) com qualquer grupo abeliano G como coefi-
cientes, k : Ck (M ) Ck1(M ), que satisfaz 2 = 0. Isto e, as
cadeias formam um complexo (para qualquer espaco topologico).
A homologia desse complexo e chamada de homologia singular
de M :
Hk (M ) = Hk (M ; G) := Ker k /Im k+1.
Agora, se M = U V , compondo cadeias com as inclusoes, temos
a seguinte sequencia obviamente exata de Mayer-Vietoris:
0 Ck (U V ) Ck (U ) Ck (V ) Ck (U + V ) 0,
onde Ck (U + V ) sao as k-cadeias de M que se decompoem como
soma de k-cadeias em U e V . Pelo Teorema 31 temos entao a
28
sequencia longa correspondente em homologia. Mas, com uma
ideia conceitualmente similar a que levou a construcao de G (de-
composicao baricentrica) se prova com algum trabalho que
H(M )
= H(U + V ).
Logo, temos a sequencia longa exata de homologia singular:
Hk+1 (M ) Hk (U V ) Hk (U ) Hk (V ) Hk (M ) Hk1 (U V ) (4)

Comparar com o Teorema 38 e usar Teorema 10!

28. Dualidade de Poincare e Teorema de deRham


Seja U Rn aberto, limitado e estrelado em relacao a 0, i.e.,
U = U = {tx : 0 t < (x), x Sn1}
para alguma funcao limitada : Sn1 R>0.

Lema 44. Se C , U e difeomorfo a Rn.

Prova: SPG, 1, e basta pegar h : B1 U como h(tx) =


(t + ((x) 1)f (t))x, para qualquer funcao diferenciavel f com
f = 0 em [0, ), f 0 0, f (1) = 1.
Agora, pode nem mesmo ser contnua... Mas e semicontinua:
Lema 45. Dado x Sn1 e  > 0, existe viz. Vx = V (x, )
de x tal que |Vx > (x) . (Prova: U e aberto).

Lema 46. H (U ) = H (Rn) e Hc(U )


= Hc(Rn). (De fato,
sao difeo mesmo que nao seja C ).

29
Prova: O primeiro e obvio pois U e contratil. Basta ver entao
Hck (U ) = 0 para k < n pela aplicacao anterior (pag. 26). Mas
se [] Hck (U ), suponhamos que existe C (R) tal que
K = sup() U U (isto e, < ). Entao U = Rn e
[] Hck (U) = 0. Logo, existe ck1(U) ck1(U ) tal
que = d.
Para provar que existe tal , seja 2 = d(K, Rn \ U ) > 0 e, para
x Sn1, t(x) := max{t : tx K} (x) 2. Em viz.
Vx de x temos que t|Vx < (x)  < |Vx pelo Lema 45 e a
definicao de . Pegamos um subcobrimento finito {Vxi } de Sn1
e uma particao da unidade {i} subordinada a ele, e definimos
P
= i((xi) )i. Logo, t < <  < .

Definicao 47. Dizemos que M n tem tipo finito se existe um


cobrimento finito U de M n tal que toda intersecao V nao vazia
de elementos de U satisfaz que H (V ) = H (Rn) e Hc(V ) =
Hc(Rn). Um tal cobrimento U se diz bacana.
Lema 48. Toda variedade compacta tem cobrimento bacana.
Prova: Viz. totalmente normais (Geometria Riemanniana).
Proposicao 49. Se M tem tipo finito (e.g. M compacta),
entao H (M ) e Hc(M ) tem dimensao finita.
Prova: Inducao em # U usando Mayer-Vietoris.
Agora, observando que H k (M ) Hcr (M ) Hck+r (M ), temos:
Teorema 50 (Dualidade de Poincare). Se M n e conexa
e orientavel, a funcao linear P D: H k (M ) (Hcnk (M )),
Z
P D([])([]) :=
M
30
e um isomorfismo, para todo k.

Prova: A prova para variedades de tipo finito (ver aqui um


argumento geral) segue por inducao no numero de elementos de
um cobrimento bacana usando o seguinte Lema.

Lema 51. Se U e V sao abertos tais que P D e isomorfismo


para todo k em U , V e U V , entao P D e isomorfismo para
todo k em U V .
Prova: Seja M = U V e l = n k. Mayer-Vietoris nos diz
H k1 (U ) H k1 (V ) H k1 (U V ) H k (M ) H k (U ) H k (V ) H k (U V )

PD PD PD PD PD PD PD
(Hcl+1 (U ) Hcl+1 (V )) Hcl+1 (U V ) Hcl (M ) (Hcl (U ) Hcl (V )) Hcl (U V )

onde todos os mapas verticais sao isomorfismos (menos talvez o


do meio). Mais ainda, todos os quadrados comutam a menos de
sinal (exerccio), e portanto trocando os sinais de alguns P D tudo
comuta. O Lema segue entao do Lema dos cinco (provar), que diz
precisamente que o do meio tambem tem que ser isomorfismo.

Corolario 52. Se M n e compacta, conexa e orientavel


bk (M n) = bnk (M n). Em particular (M n) = 0 se n for mpar.

Para a homologia singular (diferenciavel) com coeficientes em R,


H(M ; R), pelo teorema de Stokes e de maneira analoga a Dual-
idade de Poincare (Lema 51 e Teorema 50), se prova (ver Secao
26 e Secao 15.1):

31
Teorema 53 (Teorema de deRham). Para todo k e para
toda variedade M , a funcao linear DR : Hk (M ; R) H k (M ),
Z
DR([c])([]) =
c

e um isomorfismo.

Fim. :o)

References
[Tu] Tu, L: An Introduction to Manifolds. Second edition. Uni-
versitext. Springer, New York, 2011.
[Sp] Spivak, M.: A comprehensive introduction to differential
geometry.. Vol. III. Third edition. Publish or Perish, Inc.,
Wilmington, Del., 1979.

32

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