Criminologia Do Consenso e Do Conflito

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CRIMINOLOGIA DO CONSENSO E DO CONFLITO

CONSENSO X CONFLITO

1. Introduo
A partir da Escola Positivista da
Criminologia, as teorias criminolgicas
modernas se classificam em dois grandes
grupos tericos:

1.1. Escolas Criminolgicas do


CONSENSO, de corte funcionalista,
tambm denominada de teorias da
integrao:
Encabeadas pelo pensamento filosfico
do pensador francs mile Durkheim,
segundo o qual todos os membros de
uma determinada sociedade se esforam
para atingir objetivos comuns em torno
de certos valores por eles eleitos,
independente da classe social a que
pertenam.

Ou seja, todos indivduos trabalham, da


melhor maneira possvel, dedicando-se
ao mximo que puderem, em prol de
objetivos comuns, escolhendo certos
princpios bsicos que nortearo a
consecuo desse objetivos, no
importando o lugar da escala social em
que estejam inseridos.

dizer, a sociedade se estrutura de


acordo com as funes exercidas por
cada um de seus membro
(funcionalismo) e cada indivduo recebe
as funes que ele desempenhar de
acordo com esta estrutura social
(estruturalismo).

1.2. Premissas das Teorias do Consenso:


1.2.1. Toda sociedade uma
estrutura de elementos
relativamente persistente e estvel
(estabilidade);
1.2.2. Toda sociedade uma
estrutura de elementos bem
integrada (integrao);
1.2.3. Todo elemento em uma
sociedade tem uma funo, ou seja,
contribui para sua manuteno
como um sistema (coordenao
funcional);
1.2.4. Toda estrutura social em
funcionamento baseada em um
consenso entre seus membros
sobre valores (consenso).
1.3. Concluso:
Assim, na viso da Teoria do Consenso,
as funes sociais so atividades das
estruturas sociais, dentro do processo
de manuteno do sistema - perspectiva
em que as disfunes so atividades
que se opem ao funcionamento do
sistema social e em que toda mudana
social uma disfuno, uma falha no
sistema, que no consegue mais integrar
as pessoas em suas finalidades e
valores. Baseia-se na COORDENAO e
na COOPERAO e no na
subordinao dos indivduos na
sociedade

1.4. Observao: as Teorias do


Consenso esto associadas ao
conservadorismo.
1.5. A TEORIA DO CONSENSO
FORMADAS PELAS SEGUINTES
ESCOLAS:
1.5.1. Escola de Chicago;
1.5.2. Teoria da Associao
Diferencial;
1.5.3. Teoria da Anomia; e
1.5.4. Teoria da Subcultura
Delinquente.

1.6. APNDICE:

mile Durkheim (1858 Epinal, Lorena,


Frana 1917 Paris).
Foi um dos responsveis por tornar a
sociologia uma matria acadmica, sendo
aceita como cincia social. Durante sua
vida, publicou centenas de estudos sociais,
sobre educao, crimes, religio e at
suicdio.

Tambm falava que a sociedade mais do


que a soma de suas partes. Ao contrrio de
Max Weber, ele no estava focado no que
motivava as aes individuais das pessoas
(individualismo), mas no estudo dos fatos
sociais, termo criado por ele mesmo que
descreve os fenmenos que no so
limitados apenas a uma pessoa. Os fatos
sociais tm uma existncia independente e
mais objetiva do que as aes individuais, e
podem somente ser explicados por outros
fatos sociais, como a regio onde a
sociedade est submetida, governos etc.

Discutiu o fato de que, na sociedade


moderna, a diviso do trabalho bem maior
do que antes. Vrias classes de
funcionrios foram criadas nas fbricas.
Numa linha de produo, um trabalhador
no precisa saber de todo o processo de
fabricao do produto, apenas da parte que
lhe foi conferida. Isto gerou uma
dependncia cada vez maior. Antes, o
fazendeiro trabalhava na sua propriedade
de forma autossuficiente, sem depender de
outros grupos de trabalhadores para
alimentar as necessidades. Agora, ele
ganha seu dinheiro e tem de confi-lo a
outros grupos para poder se manter
(roupas, alimentao etc).

Obras de mile Durkheim:

Da diviso do trabalho social, 1893;


Regras do mtodo sociolgico, 1895;
O suicdio, 1897;
Sociedade e trabalho, 1907;
As formas elementares de vida religiosa,
1912.

2. Escolas Criminolgicas do Conflito: de


natureza argumentativa, tm base filosfica
nas ideias marxistas.
2.1. Introduo:
A histria de todas as sociedade, desde
a Antiguidade at hoje, tem sido a
histria da LUTA DE CLASSES: homem
livre x escravo; patrcio x plebeu; baro
x servo; mestre de corporao x
companheiro, ou seja, opressores x
oprimidos.
Foi o francs Willen Adrian Bonger
(1876-1940) que aplicou o pensamento
filosfico de Karl Marx Criminologia.

Ou seja, ao contrrio do que preconiza


as Teorias do Consenso, as Teorias do
Conflito entendem que a sociedade, que
vive em constante tenso, organizada
de acordo com os interesses da classe
dominante em prejuzo da classe
dominada, por meio da coero e da
violncia de quem detm o poder.

Em outras palavras, os que esto no


topo da pirmide social e, por
consequncia, usufruem do poder
poltico, fazem de tudo para l se manter
e afastar qualquer tipo de subverso da
ordem social, evitando que as classes
populares assumam as rdeas da
sociedade.

Enfim, os interesses dos membros da


sociedade so divergentes, contrrios,
controvertidos, controversos, de acordo
com a sua respectiva classe social, e
no comuns e convergentes, conforme
defende as Teorias do Consenso.

2.2. Premissas das Teorias do Conflito:


2.2.1. Toda sociedade est, a cada
momento, sujeita a processos de
mudana;
2.2.2. A mudana social est e
pode ser percebida a todo momento,
todo instante, e em todo lugar (a
mudana social ubqua);
2.2.3. Toda sociedade exibe a cada
momento dissenso e conflito e o
conflito social ubquo;
2.2.4. Todo elemento em uma
sociedade contribui de certa forma
para sua desintegrao e mudana;
2.2.5. Toda sociedade baseada
na COERAO de alguns de seus
membros por outros.

2.3. Concluso:
As Teorias do Conflito admitem existir
dentro da prpria sociedade uma
permanente luta pelo poder, que s se
mantm pela coero, e que no se tem
dvida do papel desempenhado pelo
crime dentro desse processo.
2.4. Observao: as Teorias do Conflito
esto associadas a uma ideia de
mudana social.
2.5. Escolas da Teoria do Conflito:
2.5.1. Teoria do Labelling
Approach;
2.5.2. Teoria Crtica da
Criminologia:
2.5.2.1. Teoria Abolicionista;
2.5.2.2. Neorrealismo de
Esquerda;
2.5.2.3. Teoria Minimalista.

Karl Marx
Filsofo e revolucionrio alemo

Biografia de Karl Marx:


Karl Marx (18181883) foi filsofo e revolucionrio
alemo. Criou as bases da doutrina comunista, onde
criticou o capitalismo. Sua filosofia exerceu influncia
em vrias reas do conhecimento, tais como
Sociologia, Poltica, Direito, Teologia, Filosofia,
Economia, entre outras.

Karl Marx (1818-1883) nasceu em Trves, cidade ao


sul da Prssia Renana, na fronteira da Frana, no
dia 5 de maio de 1818. Filho de Herschel Marx,
advogado e conselheiro da justia, descendente de
judeu, era perseguido pelo governo absolutista de
Frederico Guilherme III. Em 1835 concluiu o curso
ginasial no Liceu Friedrich Wilhelm. Ainda nesse ano
e boa parte de 1836, Karl estudou Direito, Histria,
Filosofia, Arte e Literatura na Universidade de Bonn.

No final de 1836, vai para Berlim, onde se propagam


as ideias de Hegel, destacado filsofo e idealista
alemo. Marx se alinha com os "hegelianos de
esquerda", que procuram analisar as questes
sociais, fundamentados na necessidade de
transformaes na burguesia da Alemanha. Entre
1838 e 1840, dedica-se a elaborao de sua tese,
em busca de um cargo de professor. Em 1841, na
Universidade de Iena, apresenta o trabalho "A
Diferena Entre a Filosofia da Natureza de
Demcrito e a de Epicuro".
Por motivos polticos, Karl no nomeado, as
universidades no aceitam mestres que seguem as
ideias de Hegel. Desiludido, dedica-se ao jornalismo.
Escreve artigos para os Anais Alemes, de seu
amigo Arnold Ruge, mas a censura impede sua
publicao. Em outubro de 1842, muda-se para
Colnia, e assume a direo do jornal Gazeta
Renana, mas logo aps a publicao do artigo sobre
o absolutismo russo, o governo fecha o jornal.

Em julho de 1843, casa-se com Jenne, irm de seu


amigo Edgard von Westphalen. O casal muda-se
para Paris, onde junto com Ruge funda a revista
"Anais Franco Alemes", onde publica os artigos de
Fredrich Engels. Marx publica "Introduo Crtica
da Filosofia do Direito de Hegel" e "Sobre a Questo
Judaica". Ingressa numa sociedade secreta, mas
expulso da cidade.

Publica em 1848 o "Manifesto Comunista", onde j


esboa suas principais idias com a luta de classes
e o materialismo histrico. Em fins de 1844, Marx
comea a escrever para o "Vornaerts" em Paris. As
opinies desagradam o governo de Frederico
Guilherme V, imperador da Prssia, que pressiona o
governo francs a expulsar os colaboradores da
publicao, entre eles Marx e Engels. Em fevereiro
obrigado a sair da Frana. Vai para Blgica.
Dedica-se a escrever teses sobre o socialismo e
mantm contato com o movimento operrio europeu.
Funda a "Sociedade dos Trabalhadores Alemes".
Junto com Engels, adquirem um semanrio e se
integram "Liga dos Justos", entidade secreta de
operrios alemes, com filiais por toda a Europa. No
2 Congresso da Liga, so solicitados para redigir
um manifesto. Com base no trabalho de Engels, Os
Princpios do Comunismo, Marx escreve o
"Manifesto Comunista", que envia para Londres em
Janeiro de 1848.

Na obra, Karl critica o capitalismo, expe a histria


do movimento operrio, e termina com um apelo
pela unio dos operrios no mundo todo. Pouco
tempo depois, Karl e sua mulher so presos e
expulsos do Blgica. Depois de vrios exlios e
privaes, finalmente se instalam em Londres.
Apesar da crise, em 1864 funda a "Associao
Internacional dos Trabalhadores, em Londres" que
fica conhecida como "Primeira Internacional". Com a
ajuda de Engels, publica em 1867, o primeiro volume
de sua mais importante obra, "O Capital", em que
sintetiza suas crticas economia capitalista.

Ao escrever "Crtica ao Programa de Gotha",


condena o programa que o partido socialista alemo
adotara em 1875. As teorias de Marx influenciaram a
Revoluo Russa de 1917, tericos e polticos como
Lnin, Trotski, Stalin e Mao Ts-Tung. Assim, sua
doutrina esteve presente em vrios pases, como a
extinta URSS, a China e Cuba.

Karl Heinrich Marx morreu em Londres, no dia 14 de


maro de 1883, em consequncia de uma bronquite
e de problemas respiratrios.

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