Elisabete - Priedols Cascata Da Tijuca

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19 Encontro da Associao Nacional de Pesquisadores em Artes Plsticas

Entre Territrios 20 a 25/09/2010 Cachoeira Bahia Brasil

MEMRIA AMBIENTAL BRASILEIRA: PAISAGENS NO SCULO XIX

Elisabete Priedols
Universidade Presbiteriana Mackenzie

Norberto Stori
Universidade Presbiteriana Mackenzie

Petra Sanchez Sanchez


Universidade Presbiteriana Mackenzie

RESUMO:

O patrimnio deixado pelos artistas do sculo XIX e incio do sculo XX tem sido objeto de
estudo de historiadores e pesquisadores interessados em organizar esse perodo da Histria
da Arte do Brasil. Analisando pinturas, gravuras e fotografias de paisagens brasileiras
produzidas durante o sculo XIX, este artigo enfatiza algumas obras representantes da
Grande Cascata da Tijuca e da Cascatinha da Tijuca localizadas no Parque Nacional da
Tijuca no Rio de Janeiro. Por uma dimenso educacional, o acervo de artistas paisagistas
da poca pode ser um valioso instrumento para a sensibilizao no que diz respeito s
questes ambientais da contemporaneidade alinhando os museus aos espaos promotores
da educao ambiental, que transformam e constroem a sociedade.

Palavras-chave: Arte, Sculo XIX, Paisagem, Museu, Educao Ambiental.

ABSTRACT:

The heritage left by nineteenth and early twentieth century artists has been studied by
historians and researchers interested in organizing this period of Brazilian History of Art.
Analyzing paintings, prints and photographs of Brazilian landscapes produced during the
nineteenth century, this article highlights some representatives works of Great Tijuca
Cascade and the Small Tijuca Cascade in National Park of Tijuca in Rio de Janeiro. For an
educational dimension, landscapes painting of that time can be a valuable tool for raising
awareness about contemporary environmental issues aligning museums to spaces
promoters of environmental education, which transform and build the society.

Key words: Art, Nineteenth Century, Landscape, Museum, Environmental Education.

Introduo

O grande nmero de artistas e obras do sculo XIX e incio do sculo XX tem sido
objeto de estudo nas pesquisas acadmicas, essenciais organizao de uma
trajetria consistente Histria da Arte do Brasil nesse perodo. Esse patrimnio, do
qual muito foi perdido ou desprezado, aps quase um sculo de desconsiderao
pela modernidade que alardeava devorar a esttica europeia, se transforma na

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menina dos olhos para pesquisadores e historiadores comprometidos com a


reviso da histria brasileira.

O interesse inicial desta pesquisa reside nas pinturas, gravuras e fotografias de


paisagens de natureza do Brasil produzidas durante o sculo XIX. Para este artigo
sero consideradas algumas obras representativas da Grande Cascata da Tijuca e
da Cascatinha da Tijuca no Rio de Janeiro, hoje conhecida como a Cascatinha de
Taunay, em homenagem ao artista Nicolas-Antoine Taunay (1755-1830). O pintor
chegou ao Brasil com a Misso Artstica Francesa em 1816 e fixou residncia ao
lado da Cascatinha, tornando-se grande divulgador daquele local. Alm da fotografia
e da pintura, algumas gravuras tambm ilustram as cascatas, sendo reproduzidas de
litografias feitas a partir de fotografias tiradas na poca.

Utilizando a arte como meio para dialogar com o passado, as imagens so um


convite a uma viagem para um tempo em que o homem-explorador ainda acreditava
que os recursos da natureza eram infinitos; poca de grandes desenvolvimentos
urbanos no Brasil. Em contrapartida, artistas estrangeiros e brasileiros inspirados
pelo espetculo sensorial que a natureza oferecia eternizaram as cascatas da Tijuca
em diversas tcnicas, expresses e estilos.

Pintura

Em 1808, fugindo de Napoleo Bonaparte, a corte portuguesa chega ao Brasil. Foi o


incio do processo de modernizao com a urbanizao da cidade do Rio do Janeiro,
local propcio para a divulgao das novas tendncias trazidas da Europa.

A Misso Artstica Francesa chega ao Brasil em 26 de maro de 1816 com um grupo


de artistas que tinham a inteno de fundar uma Academia de Belas Artes para o
ensino da arte e incentivo produo artstica. O sbrio estilo Neoclssico toma o
lugar do ingnuo estilo Barroco Rococ presente na arte da colnia at ento.

A Academia de Belas Artes, depois Academia Imperial de Belas Artes, era


constituda de renomados pintores franceses como Joachim Lebreton (1760-1819),
Jean-Baptiste Debret (1768-1848), Grandjean de Montigny (1776-1850), Auguste
Marie Taunay (1768-1824), Charles Pradier (1783-1847), Nicolas-Antoine Taunay
(1755-1830), entre outros. A partir de 1830, o caf proporciona o crescimento
econmico para um Brasil independente. Artistas como Pedro Amrico de
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Figueiredo e Melo (1843-1905) e Victor Meirelles (1832-1903), que passaram pela


Escola de Belas Artes de Paris, so os grandes divulgadores da cultura no pas.

Formados pela Academia Imperial de Belas Artes, despontam, tambm, vrios


artistas nacionais seguindo os moldes europeus impostos pela corte, sem muita
ousadia ou inovaes em temas ou formas de pintura. A exceo ficou por conta dos
pintores de paisagem, que transportaram seus cavaletes para o lado de fora dos
atelis e passaram a pintar ao ar livre utilizando a luz da natureza brasileira.

O grande destaque o alemo Johan Georg Grimm (1846-1887) que procurou a


natureza pois recusava-se a seguir os modelos padronizados e artificiais dos artistas
que pintavam de memria dentro de seus atelis. Segundo Portela, o primeiro
grupo de paisagistas brasileiros com concepes artsticas inovadoras foi orientado
pelo carismtico Grimm. Iam para o campo com a inteno de desenvolver olhos
sensveis que sabem olhar e sentir (PORTELA, 2008).

Fotografia

Em janeiro de 1840, chega ao Brasil a tcnica da fotografia inventada pelo francs


Louis Daguerre (1787-1851). Em sua apresentao no Rio de Janeiro, a inveno
caiu nas graas do jovem imperador Dom Pedro II (1825-1891) que adquiriu um
equipamento tornando-se o primeiro fotgrafo de nacionalidade brasileira, mesmo
que de produo no conhecida. Por quase 50 anos, o imperador colecionou
aproximadamente 25.000 fotografias que, por ocasio da Proclamao da Repblica
em 1889, ao ser deposto, doou Biblioteca Nacional com a nica exigncia que o
acervo fosse nomeado Coleo Dona Thereza Christina Maria. Com muitas lacunas
ainda a serem desvendadas na histria da arte no sculo XIX no seria diferente
com a produo fotogrfica do mesmo perodo. No sabido o que pode ter se
perdido ou sido destrudo quando os republicanos se instalaram nas residncias
imperiais tomando posse dos pertences da antiga realeza, grande admiradora dessa
arte (VASQUEZ, 2003).

Rubens Fernandes Junior e Pedro Corra do Lago, em seu livro O Sculo XIX na
Fotografia Brasileira, contam sobre a fotografia de paisagem no Brasil:

Se pensarmos o Brasil em termos continentais, como ele realmente ,


parece quase impossvel imaginar fotgrafos se deslocando por essa
imensido territorial em pleno sculo XIX. Durante esse perodo, os

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fotgrafos foram chegando e se instalando nos centros urbanos


principalmente os porturios Recife, Belm, Salvador, Rio de Janeiro,
Porto Alegre, Santos, So Paulo, Manaus (FERNANDES JUNIOR; LAGO,
2000, p. 21).

Os autores enaltecem o trabalho dos fotgrafos responsveis pela documentao


visual tanto do crescimento das cidades quanto do registro da paisagem de diversos
cantos do Brasil. Entre outros, do nfase aos cariocas Milito Augusto de Azevedo
(1837-1905) e Marc Ferrez (1843-1923), aos suos Guilherme Gaensly (1843-1928)
e George Leuzinger (1813-1892), ao francs Victor Frond (1821-1881) e aos
alemes Albert Frisch (1840-1905) e Franz Keller (1835-1890). (FERNANDES
JUNIOR; LAGO, 2000, p. 21-28).

Ambiente

Warren Dean, em seu livro A Ferro e Fogo: a Histria e a Devastao da Mata


Atlntica Brasileira, poeticamente, atribuiu o incio da devastao da Mata Atlntica
chegada dos descobridores dizendo:

Um dos primeiros atos dos marinheiros portugueses que, a 22 de abril de


1500, alcanaram a costa sobrecarregada de floresta do continente sul-
americano nos 17 graus de latitude sul, foi derrubar uma rvore. Do tronco
desse sacrifcio ao machado de ao, confeccionaram uma cruz rstica -para
eles o smbolo da salvao da humanidade (DEAN, 2000, p. 59).

Sem nenhuma racionalidade, a abertura de clareiras, a expanso das lavouras e a


formao de pastos destruram grande parte da floresta.

S depois de significativa devastao, com a vinda da coroa portuguesa em 1808,


que alguns cientistas renomados iniciaram seus estudos sobre a diversidade de
fauna e flora existentes nas matas brasileiras. O grande botnico Manuel Arruda da
Cmara, em 1810, foi o primeiro a vislumbrar a possibilidade de extines de plantas
e animais da Mata Atlntica, induzidas pelo homem. Foi uma das justificativas que
ele aventou para a criao de jardins botnicos (DEAN, 2000, p. 365).

Para a Misso Artstica Francesa e os alunos da academia, especialmente na


disciplina Paisagem, a natureza inspirou outros olhares. A historiadora Lilia
Schwarcz considera que tudo chocava: a cor do cu, o verde das florestas, o corpo
dos escravos, e a mestiagem da populao e da elite local. Se a paisagem no era
um estilo privilegiado, seria retomada por Taunay, sobretudo na Amrica, e diante
desse novo espetculo que se apresentava a ele (SCHWARCZ, 2008, p. 131).

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Felizmente, essa natureza, percebida pelos olhos sensveis de pintores do sculo


XIX, que se preocuparam em retrat-la como um pedao de paraso que precisava
ser apreendido para a eternidade e no a enxergavam como uma fonte inesgotvel
de recursos preservada nos acervos e nas colees.

As Cascatas da Tijuca

Seguindo uma possvel ordem cronolgica, pois algumas obras no tm data


registrada, o leo sobre madeira de Nicolas-Antoine Taunay (Figura 1) retratada
de um ponto de vista diferente das demais. Migliaccio descreve a inteno do pintor:

A paisagem que o retrata perto da Cascatinha da Tijuca [..] um


testemunho quase comovente de seu dilogo com a majestade da natureza.
Minsculo, mergulhado na paisagem majestosa, o artista quase adquire o
aspecto de um heri [...]. A seu lado, dois escravos contemplam a obra
admirados; outros, mais abaixo, conduzem um burrico. Dificilmente se
poderia expressar melhor o valor da educao pela observao, bem como
a emoo diante da voz da natureza (MIGLIACCIO, 2000, p. 52-53).

Figura 1 - Cascatinha da Tijuca, Nicolas-Antoine Taunay, 1816-1821, leo sobre madeira,


Museu do Primeiro Reinado, Rio de Janeiro
Fonte: http://jbonline.terra.com.br/fotos/taunay3.jpg

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A Grande Cascata da Tijuca

O francs Jean-Baptiste Debret, em suas aquarelas, contornou os elementos da


paisagem facilitando a viso das linhas da gua, o que pode ser visto na Figura 2.

Figura 2 - Cascata Grande da Tijuca, Jean-Baptiste Debret, c. 1816-1820, aquarela, 8,8 x 16,8 cm
Fonte: http://www.dezenovevinte.net/bios/bio_jbd_arquivos/jbd_1816_cascatatijuca.jpg

Manuel de Arajo Porto Alegre (1806-1879), um dos primeiros alunos da Academia


Imperial de Belas Artes, discpulo de Debret, destacou em vermelho os elementos
exticos que percebeu na natureza e agigantou a cascata com a presena
miniaturizada de indivduos, um deles representando o prprio pintor (Figura 3).
Duprat analisa que a viso de um arco-ris se manifesta diante do artista, conferindo
mais atmosfera cena e, apoiadas sobre as pedras, a presena das armas revela a
hostilidade da floresta (DUPRAT, 2009, p. 20).

Figura 3 - Grande Cascata da Tijuca, Manuel de Arajo Porto Alegre, 1833, leo sobre tela 65 x
81,2 cm
Coleo Brasiliana/Fundao Estudar - Acervo da Pinacoteca do Estado de So Paulo/Brasil.
Fonte: (DUPRAT, 2009, p.20).

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A fotografia da Grande Cascata (Figura 4) atribuda a George Leuzinger, aparenta


se tratar de um teste feito pelo fotgrafo, pois em primeiro plano aparece uma tenda,
montada supostamente para proteger seu equipamento fotogrfico do sol.

Figura 4 - Grande Cascata, George Leuzinger, 1865-1866 - Foto em papel albuminado,


p&b, 20 x 25,8 cm. Direitos: Biblioteca Nacional (Brasil)/ Coleo Theresa Cristina
Fonte: http://objdigital.bn.br/acervo_digital/div_iconografia/TH_christina/icon309814/icon877073.htm

Siqueira chama a ateno para a obra de Augusto Rodrigues Duarte (1848-1888). O


artista acadmico pinta novos personagens em sua Cascata da Tijuca (Figura 5):
um naturalista parece chegar de incurso s matas, acompanhado de um cachorro,
sendo saudado por seu escravo. A plausibilidade dessa cena contraposta pela
negra despida brincando com uma serpente (SIQUEIRA, 2006).

Figura 5 - Augusto Rodrigues Duarte, Cascata da Tijuca, 1884, leo sobre tela,
Museu Imperial de Petrpolis Fonte:
http://www.dezenovevinte.net/artistas/Redescobrir_RiodeJaneiro_arquivos/ad_1884_cascatatijuca.jpg

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A Cascatinha da Tijuca (Cascatinha Taunay)

Em 1821, a expedio cientfica do Baro alemo Georg Heinrich von Langsdorff


(1774-1852) chegou ao Brasil para documentar a paisagem, a fauna, a flora e a
sociedade brasileira. Dentre os vrios artistas, botnicos e cientistas que o
acompanharam, estava o desenhista alemo Johann Moritz Rugendas (1802-1858)
que transformou os desenhos e aquarelas nas litografias publicadas no lbum
Voyage Pittoresque dans le Brsil. Pintou aspectos de regies brasileiras, suas
paisagens, costumes e cenas do cotidiano como a dos escravos trabalhando
prximo cascata (Figura.6)

Figura 6 - Cascatinha da Tijuca, Johann Moritz Rugendas, 1835, litografia sobre papel
Coleo Brasiliana Ita
Fotografia de Elisabete Priedols tirada na Exposio Brasiliana Ita na
Pinacoteca do Estado de So Paulo

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Henri Nicolas Vinet (1817-1876), pintor e desenhista francs chegou ao Rio de


Janeiro em 1856 e deixou a sua obra enaltecendo com fidelidade a paisagem natural
brasileira, com destaque para a Cascatinha da Tijuca (Figura 7). O crtico e
historiador de arte Carlos Roberto Maciel Levy ressalta a importncia das obras de
Vinet:

Sob inmeros aspectos foi um firme revolucionrio em relao esttica


hegemnica que encontrara no Rio de Janeiro, muito embora sem pretender
suscitar antagonismo ou conflito com o statu quo. Mas como deixar de
reconhecer o valor profundamente progressista e provocador de um
paisagismo que se propunha a interpretar espao e atmosfera como ato
destinado a dar forma concreta verdade da Natureza? (LEVY, 1988).

Figura 7- Cascatinha da Tijuca, Henri Nicolas Vinet, c. 1876,


leo sobre tela colada em carto 38,0 x 32,0 cm
Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro - RJ
Fotografia de Raul Lima, Rio de Janeiro - RJ
Fonte: http://www.artedata.com/crml/crml0011.htm

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Friedrich Hagedorn (1814-1889) traduzia em seus quadros a natureza que se


apresentava em forma de poesia com a leveza dos brumados utilizados (Figura 8).

Figura 8 - A Cascata na Tijuca, Friedrich Hagedorn, bodycolor, Rio de Janeiro, 31.8 x 26.7cm
Fonte: http://www.christies.com/LotFinder/lot_details.aspx?intObjectID=1657104

Fernandes Junior e Lago contam que George Leuzinger foi um dos grandes
divulgadores da fotografia produzida no Brasil durante o sculo XIX. (FERNANDES
JUNIOR; LAGO, 2000. p. 27)

Os contornos e extenso da obra fotogrfica do suo George Leuzinger so ainda


um mistrio [...] mas sua autoria pessoal pode ser confirmada pelas fotos que
levam a inscrio Phot. G. Leuzinger no negativo (FERNANDES JUNIOR; LAGO,
2000. p. 145). Essa informao aparece na fotografia da Cascatinha da Tijuca, tirada
em 1865 ou 1866 (Figura 9).

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Figura 9 - Cascatinha da Tijuca. George Leuzinger, 1865-1866,


foto em papel albuminado, p&b, 23,9 x 19 cm.
Coleo Pedro Correa do Lago
Fonte: (FERNANDES JUNIOR; LAGO, 2000, p. 147)

Consideraes

Esse trabalho tem a inteno de proporcionar uma reflexo de como as paisagens


naturais expressas artisticamente no sculo XIX do forma e fundo memria
ambiental brasileira a ser resgatada. Esses pequenos fragmentos eternizados nas
obras de arte por desenhistas, pintores, fotgrafos, enfim, artistas inspirados pela
natureza brasileira e, tambm, os registros de sua modificao causada pelo homem
para o desenvolvimento do pas, so um valioso instrumento para a sensibilizao
no que diz respeito s questes ambientais da contemporaneidade.

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Mesmo servindo a meros propsitos acadmicos, no considerados, ento, sua


poca, olhar essas paisagens registradas nessas obras traz a nostalgia de um pas
que ainda tem que se dedicar muito para preservar o patrimnio histrico, artstico e
ambiental. Recuperar e divulgar a maior quantidade desses documentos de
paisagem natural de grande importncia para a memria do patrimnio natural e
paisagstico brasileiro.

Ernst Fischer (1973, p. 20) diz que a arte necessria para que o homem se torne
capaz de conhecer e mudar o mundo. O mundo encontra-se em pocas de
mudanas. Entre o territrio da arte e da educao ambiental est a fora
necessria para sensibilizar o indivduo. Alinhar os museus aos espaos promotores
da educao ambiental um meio de estimular a participao individual e coletiva e
provocar reflexes acerca das transformaes ambientais em que o planeta se
encontra.

Muito j se conseguiu resgatar do material produzido h dois sculos, mas como


salienta Aracy Amaral (2006, p. 288), a pintura do sculo XIX, porm, ainda est a
espera de que se rompam os preconceitos em relao a sua produo entre ns.

Referncias

AMARAL, Aracy A. Textos do trpico de capricrnio: artigos e ensaios (1980-2005). So


Paulo: Editora 34, 2006. 3 v. ISBN 8573263644 (v. 1). Disponvel em <
http://books.google.com.br/books >. Acesso em 25 nov. 2009.

COLI, Jorge. Como estudar a arte brasileira do sculo XIX? So Paulo: Editora Senac So
Paulo, 2005 (Srie Livre Pensar).

DEAN, Warren. A ferro e fogo: a histria e a devastao da mata atlntica brasileira.


Traduo: Cid Knipel Moreira; reviso tcnica: Jos Augusto Drummond. So Paulo:
Companhia das Letras, 2000.

DUPRAT, Carolina. Pinacoteca do Estado de So Paulo. Rio de Janeiro: Mediafashion,


2009. (Coleo Folha grandes museus do mundo, v. 11).

FERNANDES JUNIOR, Rubens; LAGO, Pedro Corra do. O sculo XIX na fotografia
brasileira: Coleo Pedro Corra do Lago. Rio de Janeiro: F. Alves, 2000.

FISCHER, Ernst. A necessidade da arte. Traduo de Leandro Konder. Rio de Janeiro:


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1, n 2, out. 1988, p.13. Disponvel em: <http://www.artedata.com/crml/crml0011.htm>.
Acesso em: 25 nov. 2009.

MIGLIACCIO, Luciano. O sculo XIX. In: MOSTRA DO REDESCOBRIMENTO, 2000, SO


PAULO. Arte do sculo XIX. So Paulo: Fundao Bienal de So Paulo: Associao Brasil
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PORTELA, Isabel Sanson. Paisagem: um conceito romntico na pintura brasileira - George


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SCHWARCZ, Lilia Moritz. O sol do Brasil: Nicolas-Antoine Taunay e as desventuras dos


artistas. So Paulo: Companhia das Letras, 2008.

SIQUEIRA, Vera Beatriz. Redescobrir o Rio de Janeiro. 19&20, Rio de Janeiro, v. I, n. 3,


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RiodeJaneiro.htm>. Acesso em 25 nov. 2009.

VASQUEZ, Pedro Karp. O Brasil na fotografia oitocentista. So Paulo: Metalivros, 2003.

Elisabete Priedols

Mestranda em Educao, Arte e Histria da Cultura Universidade Presbiteriana Mackenzie


UPM; Especialista em Educao Ambiental, Licenciada em Educao Artstica e Bacharel
em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Guarulhos UnG.

Norberto Stori

Livre Docente em Artes Visuais - Instituto de Artes da UNESP/SP. Mestre e Doutor -


Universidade Presbiteriana Mackenzie/Instituto de Artes da UNESP. Professor Titular do
Programa de Ps-Graduao em Educao, Arte e Histria da Cultura da Universidade
Presbiteriana Mackenzie - UPM. Artista Plstico.

Petra Sanchez Sanchez

Professora titular do Programa de Ps-Graduao em Educao, Arte e Histria da Cultura


da Universidade Presbiteriana Mackenzie UPM. Doutora em Cincias pela Universidade
de So Paulo USP; Ps-Graduao em Sade Pblica USP; Graduada em Farmcia e
Bioqumica pela Universidade de So Paulo USP.

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