Conceito de Esquemas
Conceito de Esquemas
Conceito de Esquemas
Tem sua histria relativamente ligada aos tericos Piaget e Bartlett, primeiros
a definir e descrever um esquema como:
Estruturas que integram e atribuem significados aos eventos.
Beck & Freeman (1993)
ESQUEMAS - DEFINIES
Elementos organizados a partir de experincias e reaes passadas que
formam um corpo relativamente compacto e persistente de conhecimento capaz
de dirigir as valorizaes e percepes posteriores Segal (1988)
Armazenam postulados e suposies bsicas para interpretar as informaes
Beck (in Cottraux e Blackbum, 2001)
So estruturas internas de relativa durabilidade que armazenam aspectos
genricos ou prottipos de estmulos, ideias ou experincias, e tambm
organizam informaes novas para que tenham significado, determinando
como os fenmenos so percebidos e conceitualizados.
So estruturas cognitivas com contedos (crenas)
So estruturas mentais que contm armazenadas as representaes de
significados.
So fundamentais para orientar a seleo, codificao, organizao,
armazenamento e recuperao de informaes de dentro do aparato
cognitivo.
Tem uma estrutura interna consistente que ordena novas informaes que
entram no sistema cognitivo. (Williams, 1997)
PROCESSAMENTO AUTOMTICO DE
INFORMAO
Os esquemas, depois de desenvolvidos,
servem como modelos para o processamento
das experincias ulteriores e acabam
desembocando em confirmaes automticas
e circulares dos prprios esquemas
Marco Callegaro, em O NOVO INCONSCIENTE, Artmed 2011, pag. 243
VIS CONFIRMATRIO
Paciente com autoimagem Incapaz de ser amada
Processa a experincia de uma rejeio amorosa como evidncia da
veracidade de suas crenas, reconfirmando-as a cada experincia
negativa
Cada vez mais, parecem certas e reais suas crenas sobre si mesma.
Circuito de retroalimentao estabiliza a ideia de ser indigna de amor.
PROFECIA CATASTRFICA
O comportamento influenciado de modo negativo por esse conjunto de
crenas (esquema), fazendo a pessoa agir de modo a confirmar sua profecia
catastrfica
(previso sem fundamento de que algo catastrfico acontecer)
AUTOPERPETUAO
Aquele que se considera indigno de amor agir de forma acabrunhada e tmida,
no olhar nos olhos e falar baixo em uma situao social, conduta que
certamente aumenta sua chance de REJEIO
As rejeies que ocorrem, por sua vez, CONFIRMAM os esquemas em um crculo
vicioso
AUTOPERPETUADOR (vis confirmatrio).
DESAMOR:
No sou amado
No sou gostvel
Se algum no gosta de mim, isso significa que no sou gostvel.
INADEQUAO:
Sou socialmente inadequado
Sou feio , Sou chato, Sou estranho
VULNERABILIDADE:
melhor no dizer nada, do que arriscar cometer um erro
melhor no me aproximar do que ser rejeitado
Se eu for rejeitado (no aprovado, dispensado, tiver dor, etc.) no suportarei.
PERFECCIONISMO:
A no ser que as coisas aconteam como eu quero, minha vida no vale a
pena
Tirar dez no mais do que obrigao.
INFERIORIDADE:
Se uma pessoa tem algo que eu no tenho, isso significa que ela uma pessoa
melhor do que eu.
CRENAS (Beliefs)
DEFINIO - CRENAS
FILOSOFIA mais especificamente em EPISTEMOLOGIA CRENA uma
condio psicolgica que se define pela SENSAO DE VERACIDADE relativa a
uma determinada ideia a despeito de sua procedncia ou possibilidade de
verificao objetiva.
CRENA pode no ser fidedigna REALIDADE e pode representar o
ELEMENTO SUBJETIVO DO CONHECIMENTO afetam tudo em nossa vida
como criamos os filhos, onde decidimos morar, com quais pessoas nos
relacionamos, nosso estado de sade, o trabalho que fazemos, o dinheiro que
ganhamos ou temos e nosso equilbrio mental e emocional.
NOSSAS CRENAS CONSTROEM O NOSSO MUNDO.
Mas... crenas no so "A VERDADE so apenas uma percepo que foi
aceita como verdade.
O que fantstico sobre as crenas que podemos mud-las!
Podemos escolher acreditar em ideias que apoiam nossos sonhos e vises do
que desejamos.
PODEMOS MUDAR AS CRENAS NEGATIVAS e instalar novas e poderosas ideias
essencial para criar uma vida em alinhamento com nossos desejos.
CARACTERSTICAS:
1. Irracionais
2. Rgidas
3. Excessivas
4. Supergeneralizadas
5. Absolutas
6. Extremas
7. Primitivas
ESTILOS DE ENFRENTAMENTO
Comportamentos que a pessoa usa na tentativa de lidar com as crenas
(esquemas).
Tem correlao direta com as REGRAS e os PRESSUPOSTOS DISFUNCIONAIS que
acabam por reforar ainda mais as crenas.
Os pressupostos condicionais modelam a relao entre as estratgias
comportamentais e as crenas nucleares.
Manuteno da crena
Evitao da crena
Compensao da crena
MANUTENO DA CRENA
Refere-se a como o pensar e agir acabam perpetuando as crenas nucleares. A
literatura chama de capitular, render-se a ela. Por exemplo, uma pessoa que
pensa e se sente inferior aos outros sempre se coloca, literalmente ou na
imaginao, atrs dos outros, porque tem a crena: Eu no mereo nada
melhor.
EVITAO DA CRENA
Refere-se s estratgias COGNITIVAS, EMOCIONAIS e COMPORTAMENTAIS usadas
para evitar o acionamento das crenas nucleares e dos sentimentos dolorosos
associados a elas.
Por exemplo, uma pessoa muito tmida, que fica retrada, no se comunica,
fecha-se para o mundo, se pensa e se sente no desejvel e acaba se
deprimindo, ficando s em casa. Como no faz nenhum movimento para
enfrentar o problema, ao contrrio, o evita, acaba perpetuando sua crena de
no ser desejvel.
COMPENSAO DA CRENA
Refere-se a comportamentos que as pessoas tem que parecem contradizer suas
crenas nucleares. Por ex., no caso anterior, o indivduo que se v como no
desejado, engaja-se em uma intensa e frentica vida social e amorosa (sem, no
entanto, aprofundar nenhuma das relaes), tudo para compensar sua crena
de no ser desejado.
PENSAMENTOS DISTORCIDOS
Erros cognitivos = Pensamentos distorcidos
Deslizes de pensamento
Impedem que se faa uma avaliao exata das experincias
Impelem a se tomar o caminho menos adequado, tirar concluses e supor
o pior.
Desviam do caminho adequado ou induzem distoro dos fatos.
FLEXIBILIDADE COGNITIVA
O objetivo da Terapia Cognitiva corrigir as distores do pensamento, ou seja,
modificar os erros cognitivos promovendo maior flexibilidade cognitiva
construindo pensamentos alternativos mais funcionais, capazes de gerar uma
melhora no estado de humor no paciente.
CATASTROFIZAO
Pensar que o pior de uma situao vai ocorrer, sem levar em considerao
outros desfechos Acreditar que esse acontecimento ser terrvel e insuportvel.
Eventos negativos que podem ocorrer so tratados como catstrofes
intolerveis, em vez de serem vistos em perspectiva.
Perder o emprego ser o fim da minha carreira
No suportarei a separao da minha mulher
Se eu perder o controle ser o meu fim
INFERNCIA ARBITRRIA
Concluso a partir de evidncias contraditrias ou na ausncia de evidncias.
Uma mulher com medo de elevador solicitada a prever as chances de um
elevador cair com ela dentro responde que as chances so de 30% ou mais
de o elevador cair at o cho e ela se machucar Muitas pessoas tentaram
convenc-la de que as chances de um acidente catastrfico com um elevador
so desprezveis.
SUPERGENERALIZAO
Concluso sobre um acontecimento isolado estendida de maneira ilgica a
outras reas do funcionamento.
Um universitrio deprimido tira nota B em uma prova Ele considera
insatisfatrio e supergeneraliza com pensamentos automticos:
"Estou com problemas nessa aula; estou ficando para trs em todas as reas da
minha vida; no consigo fazer nada direito"
MAXIMIZAO E MINIMIZAO
A importncia de um atributo, evento ou sensao exagerada ou minimizada.
Uma mulher com transtorno de pnico comea a sentir tonturas durante o incio
de um ataque de pnico pensa: "Vou desmaiar; posso ter um ataque cardaco
ou um derrame"
Eu tenho um timo emprego, mas todo mundo tem
Obter notas boas no quer dizer que sou inteligente, os outros obtm notas
melhores do que as minhas
PERSONALIZAO
Assumir responsabilidade excessiva ou culpa por eventos negativos falhando
em ver que outras pessoas e fatores tambm esto envolvidos nos
acontecimentos.
O chefe estava nervoso e de cara feia, e a secretria pensa: Devo ter feito algo
errado
O marido separando-se da esposa, pensa: No consegui manter meu
casamento, ele acabou por minha causa.
ADIVINHAO
Prever o futuro Antecipar problemas que talvez no venham a ocorrer.
Expectativas negativas = como fatos.
No irei gostar da viagem.
Ela no aprovar meu trabalho.
Dar tudo errado.
LEITURA MENTAL
Presumir, sem evidncias, que sabe o que os outros esto pensando
desconsiderando outras hipteses possveis.
Ela no est gostando da minha conversa
Ele est me achando inoportuna
Ele no gostou do meu projeto
ROTULAO
Colocar um rtulo global, rgido em si mesmo, numa pessoa ou situao, em vez
de rotular a situao ou o comportamento especfico.
Sou incompetente.
Ele uma pessoa m.
Ela burra.
DESQUALIFICANDO O POSITIVO
Experincias positivas e qualidades que entram em conflito com a viso
negativa so desvalorizadas porque no contam ou so triviais.
O sucesso obtido naquela tarefa no importa, porque foi fcil.
Isso o que esposas devem fazer, portanto, ela ser legal comigo no conta.
Eles s esto elogiando meu trabalho porque esto com pena.
VITIMIZAO
Considerar-se injustiado ou no entendido fonte dos sentimentos negativos
algo ou algum, havendo recusa ou dificuldade de se responsabilizar pelos
prprios sentimentos e comportamentos.
Minha esposa no entende meus sentimentos
Fao tudo pelos meus filhos e eles no me agradecem.
QUESTIONALIZAO (E se?)
Focar o evento naquilo que poderia ter sido e no foi.
Culpar-se pelas escolhas do passado e questionar-se por escolhas futuras.
Se eu tivesse aceitado o outro emprego, estaria melhor agora.
E se o novo emprego no der certo?
Se eu no tivesse viajado, isso no teria acontecido.
SITUAES DESENCADEANTES
Pequenos acontecimentos
Pensamentos estressantes
Lembranas
Imagens
Emoes
Comportamentos
Sensaes fsicas
Sensaes mentais
REAES DO CLIENTE
Emocional
Comportamental
Fsica
importante descobrir se a natureza dessas reaes perturba o paciente Normalmente eles se
sentem perturbados com suas emoes negativas
REAO EMOCIONAL
O paciente estava na farmcia e pensou: Por que este remdio no me ajuda? (Ansioso)
Percebeu a ansiedade e pensou: Nunca vou sarar (Desanimado)
REAO COMPORTAMENTAL
A paciente viu um prato de biscoitos e pensou:
-No tem problema se eu pegar apenas um
(pegou o biscoito e comeu)
-Quando terminou de comer percebeu o que tinha feito e pensou: Oh! Eu no devia ter comido.
Realmente quebrei minha dieta hoje. Talvez eu possa comer mais um e recomear minha dieta
amanh.
REAO FSICA
O paciente estava dirigindo quando passou pela sua cabea as imagens de um acidente, sentiu-se
ansioso e percebeu que seu corao estava batendo mais forte.
Pensou: Isso pode acontecer comigo
SITUAES E REAES Na verdade, pode ser mais importante trabalhar a avaliao do paciente
quanto s suas reaes do que a situao desencadeante
Judith Beck em TERAPIA COGNITIVA PARA DESAFIOS CLNICOS, O que fazer quando o bsico no
funciona, pgina 47, Artmed