Gestao de Custos e Formacao de Preços

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 35

BRUNI, Adriano Leal, FAM, Rubens.

Gesto de Custos e Formao de


Preos: com aplicaes na calculadora HP 12C e Excel. 5 Ed. So Paulo:
Atlas, 2008.(5 edio-2010 inclui 150 exerccios resolvidos)
Data: 19/04/2011
Este livro preocupa-se em ilustrar os trs aspectos: inicia discutindo as questes relativas aos
discutir a questo da atribuio de valores.
O captulo 1 tem o objetivo de apresentar uma introduo aos principais aspectos relacionados
aos processos de gesto de custos e de formao e anlise de preos. So apresentadas as
principais classificaes e as terminologias mais usuais.
O foco deste livro consiste na anlise do processo de gesto de custos e preos. Ou seja, como
as informaes contbeis, financeiras e de vendas podem ser empregadas como ferramentas
ou subsdios de apoio ao processo de tomada de decises.

Captulo 1
A contabilidade pode assumir diferentes formas, apresentadas como:

Contabilidade financeira: condicionada s imposies legais e requisitos fiscais;

Contabilidade gerencial: tem o objetivo de gerar informaes teis para a tomada de


decises;

Contabilidade de custos: voltada anlise dos gastos realizados pela entidade no


decorrer de suas operaes;

Princpios fundamentais da contabilidade:

Competncia (da realizao): a receita reconhecida apenas quando realizada. Logo, o


lucro ou prejuzo somente se realiza no ato da venda;

Uniformidade (consistncia): uso dos mesmos critrios de registro contbil;

Prudncia (conservadorismo): escolhe entre o custo e o valor de mercado, dos dois o


menor para o registro contbil. Classifica entre o custo de produo ou despesa do
perodo, devendo prevalecer a escolha que represente reduo imediata do resultado,
portanto, despesa do perodo.

Este livro preocupa-se com a gesto de custos e o processo de formao de preos, sob uma
ptica relacionada aos processos de tomada de decises. Dessa forma, so explorados os dois
aspectos das duas contabilidades: a questo do registro e os mecanismos principais da
contabilidade financeira (foco nos registros do patrimnio segundo os princpios e normas) e a
ptica da tomada de decises da contabilidade gerencial.

Contabilidade de custos: registra os custos da operao de um negcio (custos da produo e


distribuio alm dos custos das outras diversas funes do negcio) objetivando alcanar
uma operao racional, eficiente e lucrativa.

As funes bsicas da contabilidade de custos devem buscar atender a trs razes primrias:
a) Determinao do lucro;
b) Controle das operaes: e demais recursos produtivos, como os estoques, com a
manuteno de padres e oramentos, comparaes entre previsto e realizado;
c) Tomada de decises: o que envolve produo ( o que, quanto, como e quando
fabricar), formaes de preos, escolha entre fabricao prpria ou terceirizada.)
Para poder discutir o processo de formao dos custos e preos, alguns termos tcnicos so
empregados. Alguns dos principais termos so:

Gastos ou dispndios: classificados como custos ou despesas, a depender de sua


importncia na elaborao do produto ou servio. Alguns gastos podem ser
temporariamente classificados como investimento e, medida que forem consumidos,
recebero a classificao de custos ou despesas;

Investimentos: gastos ativados em funo de sua vida til ou de benefcios atribuveis


a futuros perodos. Gradativamente so descongelados do ativo da entidade e
incorporados aos custos e despesas;

Custos: gastos relativos a bens ou servios usados na produo de outros bens ou


servios. Ex: gastos com matrias-primas, embalagens, mo-de-obra fabril, aluguis e
seguros de instalaes fabris etc;

Despesas: correspondem a bem ou servio consumido direta ou indiretamente para a


obteno de receitas. Ex: gastos com salrios de vendedores, gastos com funcionrios
administrativos etc;

Desembolsos: pagamentos do bem ou servio, independentemente de quando o


produto ou servio foi ou ser consumido. No atende ao princpio da competncia, j
que o custo da mo-de-obra com competncia no ms de maro ser desembolsado em
abril. No confundir despesa com desembolso.

Perdas: bens ou servios consumidos de forma anormal. Ex: gastos extraordinrios por
fatores externos devem ser considerados como despesas e lanados diretamente contra
o resultado do perodo. J perdas relativas atividade produtiva normal da empresa
devem ser classificadas como custo de produo do perodo.

Princpio da Competncia: as receitas, as despesas e os custos so registrados no momento em


que so incorridos. O registro e a contabilizao da receita ocorrem no momento da venda
mesmo que esta venda seja recebida a longo prazo.
Recebimentos (entrada) e desembolsos (sada) devem ser contabilizados na conta Caixa do
Balano Patrimonial, segundo o REGIME DE CAIXA.
Distino entre custos e despesas.
As despesas no repercutem, diretamente, na elaborao dos produtos ou servios prestados e
sim na Demonstrao do Resultado do Exerccio.
Gastos incorridos aps a disponibilizao do produto devem ser classificados como
despesa.
Os custos so ativados, destacados na conta Estoques do Balano Patrimonial. Somente faro
parte do clculo do lucro ou prejuzo quando de sua venda, sendo incorporados, ento,
Demonstrao do Resultado e confrontados com as receitas de vendas.
Gastos incorridos at o momento em que o produto esteja pronto para a venda= so custos;
A partir da= despesas.
Os custos podem ser classificados em:

Custos fixos: no variam qualquer que seja o volume de atividade da empresa.


Existem mesmo que no haja produo: depreciao, amortizao, seguro, imposto
predial, aluguis, contas de telefone.

Custos variveis: seu valor total altera-se diretamente em funo das atividades da
empresa. Quanto maior a produo, maiores sero os custos variveis: gastos com
matrias-primas e embalagens. Quanto maior a produo, maior o consumo de ambos.

Custos semi-fixos: correspondem a custos que so fixos em determinado patamar.


Passando a ser variveis quando esse patamar for excedido. Ex: conta de gua.

Custos semi-variveis: correspondem a custos variveis que no acompanham


linearmente a variao da produo, mas aos saltos, mantendo-se fixos dentro de
certos limites. Ex: gastos com contratao e pagamento de supervisores ou referentes
ao aluguel de mquinas copiadoras. Quando o patamar excedido, porm, os gastos
variam, assumindo um novo patamar.

As despesas tambm podem ser fixas (no variam em funo do volume de vendas) ou
variveis (variam de acordo com as vendas, como comisses de vendedores, gastos com
fretes).

Os custos diretos (ou primrios) so associados aos produtos fabricados: material direto mais
mo-de-obra direta.
Os custos indiretos precisam passar por etapa intermediria, denominada rateio, para, a partir
da, serem incorporados aos produtos: aluguel da fbrica, materiais indiretos, mo-de-obra
indireta, seguro, impostos, depreciao etc.
Outros gastos significativos, porm no classificados como custos, so agrupados como
despesas diversas que no podem ser alocadas ao produto final: despesas com vendas, salrio
do pessoal administrativo, gua e luz do escritrio.

Custos de transformao ou de converso: custo para transformar o material adquirido


do fornecedor em produto acabado= mo-de-obra direta + os custos indiretos de
fabricao;

Custo fabril( incorporado aos estoques de produtos em processo)= material direto +


mo-de-obra direta + custos indiretos de fabricao; Quando os itens so finalizados,
estes, custos e estoques, so transferidos para o estoque de produtos acabados;

Custo de Mercadorias Vendidas: com a sada dos estoques da entidade para o


comprador. Consiste na ltima etapa do processo de formao de custos.

Custos integrais ou plenos ou gastos totais= soma de todos os valores para a


elaborao do produto ou prestao do servio, incluindo os custos e as despesas.

Captulo 2
O progresso no est nas coisas, mas nos homens. A felicidade no est nos bens materiais,
mas em ns. Annimo

A gesto de materiais diretos por determinada empresa costuma envolver problemas


relacionados a trs campos:

Avaliao: qual o montante a atribuir quando vrias unidades so compradas por


preos diferentes, como contabilizar sucatas, etc;

Controle: como distribuir as funes de compra, pedido, recepo e uso, como


inspecionar para verificar o efetivo consumo;

Programao: quanto comprar, como comprar, definio de estoques mnimos de


segurana etc.

Principais critrios para avaliao de materiais diretos: controle dos estoques

Sistema de inventrio peridico: o consumo pode ser verificado aps os


inventrios (contagem fsica dos estoques), em geral quando do fechamento do
Balano Patrimonial.
Consumo de MD= Estoque inicial + Compras Estoque final

Sistema de inventrio permanente: controle contnuo da movimentao do estoque.


Solicitaes

de

produo

vendas

so

controladas

individualmente.

Periodicamente, a contagem fsica pode ser feita para fins de auditoria e controle
interno. Encontrando eventuais sobras ou faltas, novos ajustes devem ser feitos nos
registros contbeis. Tabulao das requisies ao estoque ou almoxarifado.
Exemplificando:
1) Compra de MD= 800
Estoque inicial= 200
Estoque final= 150
Custo com MD= ?

Custo= EI (200) + compras (800) EF (150)= 850

2) Custo fabril= 1.150


Saldo inicial de produtos em processo= 300
Saldo final de produtos em processo= 350
Valor dos custos com produtos em processo = ? 300 + 1.150 350= 1.100
3) Custo total= custo com MD(850) + custo com produtos em processo (1.100) = 1950
Custo total= custo com MD + custo com produtos em processo
Custos finalizados e transferidos para a conta de produtos acabados
4) Custo dos Produtos Vendidos=?
Estoque inicial da conta de estoques de produtos acabados= 600
Estoque final da conta de estoques de produtos acabados= 300
Aps computado o custo total da conta produtos em processo= 1950
CMV=?

CMV= EI-EF+ PP= 600-300+1950= 2.250

Critrios para avaliao de estoques:

UEPS: ltimo a entrar, primeiro a sair. So baixados, em primeiro lugar, os


materiais diretos adquiridos mais recentemente e, depois, os mais antigos, nesta

ordem. Isto implica em custos maiores, especialmente em pocas de altas taxas de


inflao. Este critrio no permitido pela legislao fiscal brasileira em
decorrncia da antecipao de benefcios fiscais.

PEPS: primeiro a entrar, primeiro a sair. So baixados, em primeiro lugar, os


materiais diretos adquiridos h mais tempo e, depois, os mais novos, nesta ordem;

CUSTO MDIO PONDERADO: o custo a ser contabilizado representa a mdia


dos custos de aquisio.

Exemplificando:
Estoque inicial=0
Data: 03/09 compra: 4 unidades

Custo unitrio= 400 Custo total= 4x400=1.600

Data;12/09 compra adicional= 3 Custo unitrio= 500 Custo total= 3x500=1.500


Estoque final= 7 unidades a um Custo total= 3.100
Data: 19/09 venda= 6 unidades

Preo de venda= 700

Qual o lucro auferido pela empresa? Supondo despesas nulas e alquota de Imposto de Renda
de 25%.
CMV=?
1) Critrio PEPS:
4 unid a 400= 1.600
2 unid a 500= 1.000
6 unidades a 2.600
Estoque final em 19/09= 1 unidade a 500= 500 (3.100 2.600)
CMV pelo PEPS= 2.600
O Demonstrativo do Resultado do Exerccio seria:
Receitas

6x700=4.200

(-) CMV

(2.600)

= Lucro Bruto

1.600

(-) IR 25%

(1.600x 25%= 400)

= Lucro Lquido

1.200

2) Critrio UEPS:
3 unid a 500=1.500
3 unid a 400=1.200
6 unid a 2.700 (CMV) estoque final em 19/09= 1 unidade a 400= 400 (3.100- 2.700)

O Demonstrativo do Resultado do Exerccio seria:


Receitas

6x700=4.200

(-) CMV

(2.700)

= Lucro Bruto

1.500

(-) IR 25%

(1.500x 25%= 375)

= Lucro Lquido

1.125

3) Critrio do CUSTO MDIO:


7 unidades a 3.100= 3.100 dividido por 7= 442,86
6 unid a um custo mdio de 442,86= 2.657,16
O Demonstrativo do Resultado do Exerccio seria:
Receitas

6x700=4.200

(-) CMV

(2.657,16)

= Lucro Bruto

1.542,84

(-) IR 25%

(1.542,84x 25%= 385,71)

= Lucro Lquido

1.157,13

Vantagens e Desvantagens dos mtodos PEPS,UEPS e CUSTO MDIO:


Mtodo
UEPS
CUSTO MDIO
PEPS

Estoque
Menos estoque

Lucro
Menos lucro

Imposto de Renda
Menos imposto de
renda
Meio termo entre Meio termo entre Meio termo entre
UEPS E PEPS
UEPS E PEPS
UEPS E PEPS
Mais estoque
Mais lucro
Mais imposto de
renda

Classificao ABC de estoques de materiais diretos: destaca os de elevado valor em relao


aos demais:

Itens A: estoques de valor elevado que merecem maior controle, os inventrios podem
ser mais frequentes, mensais, semanais ou dirios;

Itens B: estoques de valor representativo na aplicao de recursos. Os inventrios


podem ter uma frequncia menor: mensal, trimestral ou semestral;

Itens C: estoques variados em itens, porm pouco representativo em termos de valor.


Inventrio somente no momento do balano.

Para classificar os itens de acordo com a metodologia ABC, basta calcular a participao em
% de cada um em relao ao valor total dos estoques e orden-los de acordo com a
participao em % decrescente.

Programao de compras e estoques de materiais diretos:


Os dois principais custos decorrentes da gesto de materiais diretos podem ser apresentados
como:

Custo de estocagem: decorre em funo dos gastos com armazenagem, seguros,


refrigerao, etc. Aumenta em funo do custo unitrio de estocagem e do volume
armazenado;

Custo do pedido: surge em funo de gastos com a elaborao do pedido, cotao em


fornecedores, transporte, conferncia e posterior pagamento. Aumenta em funo do
nmero de pedidos efetuados no perodo analisado.

Quanto maior a quantidade solicitada por pedido, menor o nmero de pedidos necessrios
para atender demanda.
Da a necessidade de usar a frmula do Lote Econmico de Compra que determina o custo
total mnimo pela determinao da quantidade a ser comprada que minimize os custos totais
de estocagem e os custos totais do pedido.
LEC= lote econmico de compra
Cp= custo unitrio dos pedidos
D= Demanda no perodo analisado
Q= quantidade constante solicitada em cada perodo
NP= nmero de pedidos no perodo analisado
NP= D/Q Nmero de pedidos= demanda dividida pela quantidade
IP= intervalo entre os pedidos
IP= Q/D Intervalo entre os pedidos= quantidade dividida pela demanda
EMe= estoque mdio
EMe= Q/2 Estoque Mdio= quantidade constante no pedido dividido por 2
Ctp= custo total de pedidos no perodo analisado
Ctp= Cp x NP=Cp x D/Q Custo total dos pedidos= custo unitrio dos pedidos
vezes nmero de pedidos
Custo total dos pedidos=( custo unitrio dos pedidos) vezes (demanda dividida pela
quantidade)

Cte= custo total de estocagem


Cte= Ce x EMe = Ce x Q/2 Custo total da estocagem = custo unitrio da
estocagem vezes o estoque mdio (= quantidade dividida por 2)
Ce= custo unitrio de estocagem
CT= custo total da gesto de materiais diretos
CT= Cte + Ctp Custo total da gesto de materiais diretos= custo total da
estocagem + custo total de pedidos

LEC= Raiz quadrada de (2 Cp D) dividida por Ce,


ou seja 2 vezes (o Custo unitrio dos pedidos vezes a Demanda no perodo analisado)
dividida pelo Custo unitrio de estocagem.

Data: 25/04/2011
Exerccios Propostos:
Exerccio 8:
Os gastos e estoques da Indstria em setembro de 2010 so:
Materiais indiretos consumidos na fbrica
Depreciao de mveis do escritrio***
Receita de vendas**
Depreciao de mquinas industriais
Salrio dos vendedores***
Aquisio de novo equipamento industrial
Seguros de fbrica
Salrios administrativos***
Compras de matria-prima
Mo de obra indireta
Mo de obra direta
Energia da fbrica
Estoques finais
Agosto/2010
Matria prima
60.000
Produtos em processo
36.000
Produtos acabados
36.000

540.000*
15.000***
1.111.000
18.000*
12.000***
65.400
1.200*
600***
2.400
120.000*
6.000*
75.000*
Setembro/2010
48.000
48.000
48.000

Pede-se para determinar: a) o custo com materiais diretos;


Material direto (matria prima)=
Estoque inicial

60.000

+ Compras

2.400

- estoque final

-48.000

= Custos transferidos para estoques em processo

14.400

b) o custo fabril;
Produtos em processo
Estoque inicial

36.000

+ custos recebidos de MD

14.400

+ custos incorridos
- estoque final

760.200*
-48.000

= custos transferidos para produtos acabados

762.600

Custo fabril = custos incorridos (760.200) + Custos transferidos para estoques em processo
(14.400) = 774.600

c) o custo das mercadorias vendidas;

Produtos acabados
Estoque inicial

36.000

+ custos recebidos de produtos em processo

762.600

- estoque final

-48.000

= CMV

750.600

d) o DRE e o lucro auferido pela empresa.


Demonstrativo do Resultado do Exerccio
Receita de vendas**
- CMV
= Lucro Bruto
- Despesas totais
-Depreciao de mveis do escritrio***
-Salrio dos vendedores***
-Salrios administrativos***
= Lucro Lquido antes do IR

1.111.000
(750.600)
360.400
(27.600)***
15.000***
12.000***
600***
332.800

Exerccio 9:
A Indstria vendeu no ms de agosto o montante de R$ 180.000,00, j abatidas as eventuais
dedues. Os estoques da empresa so:
Estoques
Materiais
Produtos em processo
Produtos acabados

01/agosto
20.000
12.000
12.000

30/agosto
16.000
16.000
10.000

O resultado bruto das vendas em agosto foi de R$ 38.600,00.


Outros dados financeiros so:
Descrio
MOD
Mo de obra indireta
Salrio de vendedores
Salrios administrativos
Imposto de renda
Depreciao da maquinaria
Depreciao dos mveis e utenslios da administrao
CIF diversos

Valor
50.000
37.000
6.000
4.000
10.000
400
200
2.000

Pede-se para calcular o valor das compras de materiais do perodo.


Posteriormente, obtenha a DRE de agosto, detalhando: a) as compras e o custo com materiais
diretos;
b) o custo fabril;
c) o custo das mercadorias vendidas
Do DRE da empresa possvel encontrar o CMV:
Receita de Vendas
- Lucro Bruto
= CMV

180.000
(38.600)
141.400

Com base no CMV encontrado, possvel voltar no mapa de apurao de custos:


Produtos acabados
-Estoque inicial

-12.000

+CMV

141.400

+estoque final
=custos recebidos de produtos em processo

10.000
139.400

Produtos em Processo
- Estoque inicial

-12.000

+ Custos transferidos para produtos acabados

139.400

- custos incorridos

-89.400

MDO

-50.000

Mo de obra indireta

-37.000

Depreciao da maquinaria -400


CIF diversos

-2.000

+ Estoque Final

16.000

= Custos recebidos de MD

54.000

Data: 03/05/2011
Material Direto (matria-prima)
(-) Estoque Inicial

-20.000

(+) Custos transferidos para estoques em processo 54.000


(+) Estoque Final

16.000

= Compras

50.000

CAPTULO 3- MO-DE-OBRA DIRETA:


As anlises de custos de mo-de-obra direta no Brasil devem considerar fundamentalmente os
gastos associados aos encargos trabalhistas sociais, que incidem sobre as folhas de
pagamento. comum dizer que no Brasil o trabalhador ganha muito pouco, porm custa
muito caro.
As contribuies obrigatrias so:

Previdncia Social

20%

Fundo de Garantia

8%

Seguro (acidente de trabalho) 3%

Salrio Educao

2,5%

Sesi ou Sesc

1,5%

Senai ou Senac

1,2%

Incra

0,2%

Sebrae

0,6%

TOTAL

37% + 4% (correspondente a multa de 50% do

(50% de 8= 4%)

FGTS)=41%
Um salrio bsico de $100,00 por hora revela que, aps serem acrescidas todas as
contribuies e encargos, resultar um total igual a $ 201, 76. Portanto, um acrscimo de
101,76% ao valor original.
Isto sem considerar a multa de 50% sobre o saldo do FGTS o que faria com que o acrscimo
fosse para 107,65%.

CAPTULO 12: CUSTOS PARA DECISO


nos momentos de deciso que o seu destino traado. Anthony Robbins
O estudo da associao que existe entre custos, volumes e lucros. Em relao diviso dos
gastos entre fixos e variveis, informaes relevantes ao processo de tomada de decises e
anlise dos riscos corporativos podem ser calculadas por meio dos pontos de equilbrio
contbil, financeiro e econmico, alm das margens de segurana.
A relao entre custos fixos e variveis consiste em importante etapa na anlise de formao
de preos e projeo de lucros obtidos a diversos nveis possveis de produo e vendas.

ALAVANCAGEM E PONTO DE EQUILBRIO:


Como os gastos fixos podem situar-se nos dois lados do balano patrimonial, a alavancagem
empresarial pode ser classificada em:

Alavancagem Operacional: decorre da existncia de gastos fixos relacionados a ativos


(investimentos) e atividades operacionais da empresa, como depreciao, folha de
pessoal, aluguis etc;

Alavancagem Financeira: decorre da existncia de gastos fixos relacionados ao


Passivo (financiamentos) da empresa, como os juros pagos e dividendos preferenciais,
quando pagos como percentual sobre o capital composto por aes preferenciais.

Grau de Alavancagem
Operacional (GAO)

Frmula
% lucro operacional
% vendas

Financeira (GAF)

% lucro lquido
Lucro operacional

Combinada (GAC)

% lucro lquido
% vendas

O que expressa
Relao entre variaes no
lucro
operacional
em
decorrncia de variaes nas
vendas. Decorre da existncia
de custos fixos operacionais.
Relao entre variaes no
lucro lquido em decorrncia de
variaes no lucro operacional.
Decorre da existncia de custos
fixos financeiros.
Relao entre variaes no
lucro lquido em decorrncia de
variaes nas vendas. Decorre
da existncia de custos fixos
operacionais e financeiros.

GAC= GAO X GAF = (% LUCRO OPERACIONAL/% VENDAS) X (% LUCRO


LQUIDO/% LUCRO OPERACIONAL)

Data: 04/05/2011
Alavancagem operacional: significa que para cada variao percentual positiva ou negativa
nas receitas de vendas, o lucro operacional cresce ou decresce. Por exemplo, se houver uma
variao percentual de 20% nas vendas e isto acarretar uma variao de 30% no lucro
operacional, o GAO ser 30%/20% que igual a 1,50.
Os graus de alavancagem financeira, fruto do pagamento de juros e da estrutura de
financiamento adotada pela entidade, possuem efeito multiplicador sobre a alavancagem
operacional.
A combinao dos efeitos dos graus de alavancagem operacional e financeira pode ser vista
no grau de alavancagem combinada, que pode ser obtido diretamente da multiplicao dos

graus de alavancagem operacional e financeira. Supondo um GAO de 1,5 e a entidade no


possui dvidas, portanto com GAF de 1%, o GAC ser de 1,5 x 1= 1,5
Exemplo: uma empresa que tenha uma variao percentual de 20% nas vendas com impacto
de 60% no lucro operacional ter um GAO de 60%/20%= 3,00. Com esta variao de 60%
no lucro operacional ter uma variao no lucro lquido de 80%, assim o GAF ser de
80%/60% igual a 1,3333. O GAC ser de GAO x GAF, ou seja, 3 x 1,3333= 4,00. Isto
significa que para cada 10% de variao nas receitas, o resultado lquido variar 4 x 10%=
40%.
PONTO DE EQUILBRIO CONTBIL:
A anlise dos gastos variveis e fixos torna possvel obter o ponto de equilbrio contbil da
empresa: representao do volume (em unidades ou $) de vendas necessrio para cobrir todos
os custos e no qual o lucro nulo. De modo geral tem-se:
Lucro = Receitas Totais Gastos Totais

Lucro = (Preo Unitrio x Quantidade) (Gastos Fixos + Gastos Variveis Unitrios x Quant)

Receitas Totais= Gastos Totais para que o Lucro seja zero


Preo x Quantidade = Gastos Fixos + Gastos Variveis Unitrios x Quantidade
Preo x Quantidade (Gastos variveis unitrios x quantidade) = gastos fixos
Colocando a Quantidade em evidncia:
Quantidade x (preo gastos variveis unitrios) = gastos fixos

Dessa forma, a quantidade de vendas no ponto de equilbrio contbil (PECq) pode ser
expressa como:
PECq= Gastos Fixos/ (Preo Gastos Variveis Unitrios)

As vendas em unidades monetrias no ponto de equilbrio contbil pode ser expressa em:
PEC$= Preo x { Gastos fixos/ [Preo Gastos Variveis Unitrios]}

Exemplificando:
Supondo uma empresa que tenha:

Gastos Fixos por ms = $ 50.000,00

Gasto Varivel Unitrio = $ 56,00 por unidade

Preo de venda unitrio = $ 76,00

Qual o volume de vendas do ponto de equilbrio contbil?


PECq= Gastos Fixos/ (Preo Gastos Variveis Unitrios)
PECq= 50.000/ 76-56
PECq= 2.500 unidades
Conferindo:
2.500 unidades x $76= 190.000 (receita de vendas)
Gastos totais= 50.000 + (2.500 x 56)= 50.000 + 140.000= 190.000
Receitas de vendas = gastos totais (lucro zero)
Ou seja, a empresa deveria vender 2.500 unidades para permanecer no ponto de equilbrio,
sem lucros ou prejuzos, mantendo, portanto, a receita total igual aos custos totais.
Para saber o Ponto de Equilbrio Monetrio:
PEC$= Preo x { Gastos fixos/ [Preo Gastos Variveis Unitrios]}
PEC$= 76 x { 50.000/ [76-56]}
PEC$= 76 x 2500= 190.000
Ou seja, a empresa precisaria faturar $ 190.000 para cobrir todos os seus gastos e no
apresentar nem lucros nem prejuzos.

Supondo que os gastos variveis unitrios aumentassem de $56 para $ 62 , ou seja, com uma
variao percentual de 62/56= 10,71%, o novo ponto de equilbrio contbil da empresa
precisaria ser recalculado.

Gastos Fixos por ms = $ 50.000,00

Gasto Varivel Unitrio = $ 62,00 por unidade

Preo de venda unitrio = $ 76,00

PECq= Gastos Fixos/ (Preo Gastos Variveis Unitrios)

PEC$= Preo x { Gastos fixos/ [Preo Gastos Variveis Unitrios]}

PECq= 50.000/ (76 62)= 50.000/ 14= 3.571,42 unidades

Portanto, um aumento de cerca de 10% nos custos variveis aumentaria o risco das vendas
ficarem aqum do ponto de equilbrio. 3571,42/2500= 1,4286 significando uma variao
necessria de 42,86% na quantidade.
PEC$= 76 x 3.571,42= 271.427,92
Portanto, um aumento de cerca de 10% nos custos variveis foraria a empresa a faturar $
271.427,92 para atingir seu novo ponto de equilbrio (anteriormente de $190.000,00)
271.427,92/190.000= 1,4286 significando uma variao necessria de 42,86% no
faturamento.

PONTO DE EQUILBRIO ECONMICO:


O conceito de ponto de equilbrio econmico apresenta a quantidade de vendas (ou do
faturamento) que a empresa deveria obter para poder cobrir a remunerao mnima do capital
prprio nela investido considerando valores de mercado. Nesse caso, o lucro obtido deveria
ser igual remunerao do capital prprio (RCP) , tambm denominada custo de
oportunidade do capital prprio.
No ponto de econmico:
Lucro = Remunerao do Capital Prprio (RCP)
Quantidade= [ RCP + Gastos Fixos]/ [preo gastos variveis unitrios]
Dessa forma, as vendas em unidades monetrias no ponto de equilbrio econmico (PEE$)
podem ser expressas como:
PEE$= Preo x PEEq
PEE$= Preo x [ RCP + Gastos Fixos]/ [preo gastos variveis unitrios]

Exemplificando:

A empresa paga 20% a.a de juros sobre os emprstimos contrados;

Preo por unidade do produto vendido= $3,70

Custos fixos totais = $ 18.000,00;

Custos variveis por unidade= $ 110,00 / 50 unid por caixa= $ 2,20

A taxa justa de mercado para remunerar o capital prprio = 25% a.a

Qual seria a estimativa do ponto de equilbrio contbil e econmico da empresa com o


Balano Patrimonial?
ATIVO
PASSIVO E PATRIMNIO LQUIDO
Estoques= $ 50.000,00
Dvidas= $ 80.000,00
Imobilizado= $ 150.000,00
Patrimnio Lquido= $ 120.000,00
Total = $ 200.000,00
Total= 200.000,00
No caso, para dvidas iguais a $ 80.000, o pagamento de juros dever ser igual a $80.000
vezes 20%= $ 16.000. (incluir nos custos fixos)
Se o patrimnio lquido da empresa for igual a $ 120.000, o retorno desejado sobre o capital
prprio dever ser igual a $120.000 vezes 25% = $ 30.000.
Quantidade= [ RCP + Gastos Fixos]/ [preo gastos variveis unitrios]
Vendas= 30.000 + 18.000+ 16.000/ [3,70- 2,20]= 42.667 unidades aproximadamente.

O ponto de equilbrio econmico expresso em unidades monetrias seria igual ao ponto de


equilbrio em unidades multiplicado pelo preo, ou 42.667 x $ 3,70 = $ 157.867,90.
Empregando os mesmos dados, para encontrar o ponto de equilbrio contbil bastaria ignorar
o RCP. Refazendo os clculos, pode-se dizer que:
PECq= 18.000 + 16.000/ 3,7-2,2= 22.667 unidades aproximadamente.

PONTO DE EQUILBRIO FINANCEIRO:


O ponto de equilbrio financeiro corresponde quantidade que iguala a receita total com a
soma dos gastos que representam desembolso financeiro para a empresa. Assim, no clculo do
ponto de equilbrio financeiro no devem ser considerados gastos relativos a depreciaes,
amortizaes ou exaustes, pois estas no representam desembolsos para a empresa.
Quantidade= [ Gastos Fixos Gastos Fixos No Desembolsveis]/ [preo gastos variveis
unitrios]

CAPTULO 13- EFEITO DOS TRIBUTOS SOBRE CUSTOS E PREOS:


Preos praticados nos mercados devem ser suficientemente capazes de remunerar os custos
plenos, gerar margem razovel de lucro e cobrir todos os impostos incidentes, que podem ser
de trs diferentes esferas- federal, estadual e municipal e de dois tipos bsicos cumulativos
e no cumulativos.
So abordados os efeitos nos preos do IPI, ICMS, ISS, Cofins, PIS, IRPJ, CSSL e do
Simples.
As trs grandes formas de tributao de empresas no Brasil so:

Lucro Real: quando a empresa apresenta suas receitas e gastos, tributando a diferena
ou o lucro real;

Lucro Presumido: em casos especficos, algumas empresas podem presumir um


percentual das receitas como lucro, sendo este lucro presumido tributado;

Super Simples: corresponde a situao especfica do lucro presumido, permitindo que


empresas de pequeno tamanho recolham tributos e encargos sobre folha de forma
simplificada e menos onerosa.

Sobre o lucro real incidem Imposto de Renda e Contribuio Social.

O lucro real o lucro lquido do perodo de apurao ajustado pelas adies, excluses ou
compensaes prescritas ou autorizadas pela legislao fiscal.
Podero ser compensados, total ou parcialmente, opo do contribuinte, os prejuzos fiscais
de perodos de apurao anteriores, desde que observado o limite mximo de 30% do lucro
lquido ajustado pelas adies e excluses previstas na legislao tributria. O prejuzo
compensvel o apurado na demonstrao do lucro real e registrado no LALUR. (Lei n.
8.981/1995, art.42)
A Lei Complementar n. 123/2006, conhecida como lei do Super Simples, substituiu o Simples
Federal (lei 9.317/1996), sendo um regime nico de arrecadao para micro e pequenas
empresas desde 1 de Julho de 2007. Por microempresa entende-se aquela que tem receita
bruta anual de at 240 mil reais e por empresa de pequeno porte entende-se aquela com
receita bruta anual superior a 240 mil reais e inferior a 2,4 milhes de reais ( conforme artigo
966 do Cdigo Civil). No entanto, o Super Simples acrescentou novos parmetros, permitindo
outros enquadramentos conforme a participao percentual do PIB. Por exemplo, os estados e
municpios com 1% do PIB= 1,2 milhes de reais para as pequenas empresas; 5% do PIB=
limite de 1,8 milhes de reais; participao acima de 5% do PIB= tero o limite de 2,4
milhes de reais para as pequenas empresas.
O Super Simples no Comrcio recolhero alquotas que variam de 4 a 11,61% conforme
tabela, contemplando o IRPJ, CSLL, Cofins, PIS, INSS e ICMS.
O Super Simples na Indstria recolhero alquotas entre 4,5 a 12,11%.

Data: 06/05/2011
O Super Simples nos Servios recolhero o Super Simples mediante o emprego de 3 tabelas
diferentes variando de 6 a 17,42%; de 4,5 a 16,85%; de 4 a 13,50%.
O INSS dos donos da empresa deve ser recolhido separadamente.
Em casos extras ser apurada a relao:
R= Folha de salrios includos encargos (em 12 meses) e
Receita Bruta (em 12 meses)

Na hiptese em que R seja maior ou igual a 0,40, as alquotas do Simples Nacional


relativas ao IRPJ, PIS, CSLL e Cofins correspondero aos percentuais descritos na
tabela que varia de 4 a 13,5%;

Na hiptese em que R seja maior ou igual a 0,35 e menor que 0,40, as alquotas do
Simples Nacional relativas ao IRPJ, PIS, CSLL e Cofins para todas as faixas de receita
bruta ser igual a 14%,

Aos percentuais do Super Simples devem ser somados outros impostos que no esto na sua
alquota. (INSS)
Se a receita vier de exportaes ou de substituio tributria, possvel subtrair os impostos
que j foram pagos por outrem. Os impostos que podem ser substitudos so PIS, Cofins,
ICMS e IPI.
Se a receita ultrapassar os R$ 2,4 milhes anuais, a parcela que exceder isso estar sujeita s
alquotas mximas de cada tabela, somando ainda mais 20%.
A principal facilidade do Super Simples consiste na unificao dos impostos, mas a adeso ou
no ao sistema vai depender de uma anlise criteriosa da empresa.

CLCULOS POR DENTRO OU POR FORA.


O IPI calcula por fora. Nesta sistemtica, a alquota incide sobre o valor, sem incluir o tributo.
O tributo est por fora da base de clculo.
Clculos por dentro so mais onerosos e comuns na maioria dos impostos. A alquota do
tributo incide sobre o valor com o tributo j includo. O tributo est por dentro da base de
clculo. Para acrescentar o tributo, preciso dividir o valor sem o imposto por (1- alquota).
Exemplificando:

Valor da mercadoria sem imposto = $ 900

Alquota de 10%

Clculo por dentro= Valor sem imposto ($900) dividido por 1-alquota (1- 0,10)=
900/0,90= $1000.

Valor do tributo = $1000 x 10% = $100

CUMULATIVIDADE E NO-CUMULATIVIDADE FISCAL:


No estudo dos custos e preos, a anlise de tributos deve iniciar com a distino entre:

Tributos cumulativos: que no geram crdito fiscal- isto , no permitem a deduo


posterior do desembolso com o tributo; Ex: CPMF, ISS,IR e Contribuio Social.

Tributos no-cumulativos: que permitem o aproveitamento posterior do imposto pago,


no devendo ser incorporados ao custo dos produtos. Ex: ICMS, IPI.

Exemplificando: tributao cumulativa

Indstria vende a preo de $100 com ICMS de 18%= 18

Distribuidor vende a preo de $200 com ICMS de 18%= 36

Varejista vende a preo de $400 com ICMS de 18%= 72 (consumidor final)

Se o imposto fosse cumulativo, sem direito ao crdito ou aproveitamento dos impostos pagos
em etapas anteriores, o total recolhido seria = $126 (18+36+72), o que corresponderia a
31,5% do preo de venda final da operao de $400. Com tributos cumulativos, cadeias
produtivas longas so penalizadas.
Exemplificando: tributao no-cumulativa
Para calcular o imposto a pagar, preciso subtrair o crdito das etapas anteriores.
No caso anterior: com o imposto calculado pelo distribuidor de 36 subtrai-se 18 da indstria=
18; com o imposto calculado pelo varejista de 72 subtrai-se 36 do distribuidor= 36.
O total no cumulativo seria $72 (18+18+36) que corresponde exatamente a 18% (alquota do
imposto) do preo de venda final de $400.
Sendo o imposto no-cumulativo, nas operaes anteriores venda final para o consumidor
cada dbito do imposto permitir um crdito posterior.
Separa-se o custo do imposto a recuperar. Neste caso, o preo da indstria de $100 com a
alquota de 18%, o imposto a recuperar de $18 e o custo do estoque de $82 (100- 18), para
o distribuidor.

SUBSTITUIO TRIBUTRIA:
A substituio tributria representa um mecanismo tributrio que possibilita o pagamento dos
impostos de toda a cadeia produtiva e comercial de uma s vez por um dos integrantes da
cadeia.
Exemplificando:

Indstria: o preo de $100 gera um imposto normal de $18;

At o consumidor final com o preo de $400, o imposto no-cumulativo do ICMS


gera um imposto total em toda a cadeia de comercializao do produto de $72.( 400x
18%)

Imposto total na cadeia (72) menos o imposto normal (18)= imposto substitudo (54)

O Fisco define o preo de ponta, a ser pago pelo consumidor final, o que pode ser feito
mediante o uso das tabelas de preo praticadas pela indstria ou por meio de pesquisas de
mercado.
Com a cobrana da substituio tributria, a indstria ser obrigada a cobrar um novo preo=
preo normal ($100) acrescido do imposto substitudo ($54)= $154. Desta forma, cessaro os
crditos e dbitos posteriores.
O custo do estoque para o distribuidor passa a ser de $154.
Com a substituio tributria, valor pago vira custo.

TRIBUTOS NA FORMAO DO PREO DE VENDA:

Tributos gerais: tributos federais como Cofins, PIS e CPMF (incidentes sobre
faturamento ou sobre o movimento em conta corrente); IR e CSSL (incidentes sobre
faturamento em empresas tributadas por lucro presumido ou sobre o lucro real em
empresas tributadas por lucro real)

1) CONTRIBUIO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL


(Cofins)
De esfera federal, incide sobre o preo de venda total, tendo por base a receita bruta,
excluda do IPI. At fevereiro de 2004 consistia em tributo cumulativo com alquota
de 3% desde fevereiro de 1999. Porm, a partir de 2004, a legislao passou a permitir
duas sistemticas para a Cofins:

Cumulativa: aplicvel s pessoas jurdicas que apuram o IR trimestral com base no


lucro presumido ou arbitrado e s micro-empresas e empresas de pequeno porte,
optantes pelo Simples/Federal, permanecendo vlidas as normas anteriores, com
alquota de 3%;

No-cumulativa: aplicvel s demais entidades (empresas tributadas pelo IR pelo


Lucro Real, trimestral ou anual). Para estes casos, a alquota foi elevada para 7,6%
(permitindo, porm, o aproveitamento dos crditos anteriores).

2) PROGRAMA DE INTEGRAO SOCIAL (PIS):


De esfera federal, incide sobre o faturamento de empresas que comercializam mercadorias
e que prestam servios de qualquer natureza. De forma similar Cofins, o tributo era
exclusivamente cumulativo at fevereiro de 2004, sendo o valor do tributo obtido
mediante a aplicao de alquota de 0,65% sobre a receita bruta mensal, excluda do IPI.
Entidades sem fins lucrativos, definidas como empregadoras pela legislao trabalhista,
deveriam recolher PIS com base na folha de salrios mensal, empregando a alquota de
1%.
A partir de fevereiro de 2004, a legislao passou a permitir duas sistemticas para o PIS:

Cumultativa:: aplicvel s pessoas jurdicas que apuram o IR trimestral com base no


lucro presumido ou arbitrado e s micro-empresas e empresas de pequeno porte,
optantes pelo Simples/Federal, permanecendo vlidas as normas anteriores, com
alquota de 0,65%;

No-cumulativa: aplicvel s demais entidades (empresas tributadas pelo IR pelo


Lucro Real, trimestral ou anual). Para estes casos, a alquota foi elevada para 1,65%
(permitindo, porm, o aproveitamento dos crditos anteriores).

3) IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURDICA (IRPJ):


De esfera federal, incide sobre o lucro das empresas, considerando 3 diferentes
possibilidades para a apurao dos lucros: real, presumido ou arbitrado, tributando-os de
forma diferenciada. Sua alquota bsica = 15%. Porm, a parcela do lucro trimestral que
exceder a $60.000 est sujeita incidncia de adicional de IR com alquota de 10%.
O lucro arbitrado acrescido de um percentual de 20% alm dos 15%.

4) CONTRIBUIO SOCIAL SOBRE O LUCRO (CSSL):


De esfera federal, incide sobre a receita bruta ou lucro lquido auferido pela empresa
alquota de 9%.

TRIBUTOS ESPECFICOS ASSOCIADOS A PREOS:

NOS SERVIOS:

1) IMPOSTOS SOBRE SERVIOS (ISS):


De esfera municipal, incidente sobre o preo de venda total do servio prestado, com alquota
de 5%, podendo variar de municpio para municpio.
O ISS no gera direito a crdito fiscal e calculada por dentro sobre o preo total com ele
includo. Ou seja, preciso dividir o valor sem o imposto por (1-alquota).
Exemplicando:

Gastos com a atividade= $5.000

Despesas indiretas= $600

Lucro desejado= $1240

Qual o valor total a ser cobrado na Nota Fiscal e qual o valor destacado do ISS?
Preo de venda= $6840
PV sem ISS/ (1-%ISS)
6840/1-0,05= 6840/0,95=7.200 (Nota Fiscal)
7.200 x 5%= 360 (ISS da Nota Fiscal)
Exemplificando: Lucro Presumido
Na prtica, em muitas situaes preciso acrescentar outros tributos ao ISS.
Em relao ao exemplo anterior, considerando uma empresa optante por lucro presumido,
poderiam ser apresentados os tributos calculados por dentro apresentados na tabela seguinte:
TRIBUTO
Base de Clculo
CSSL
32%
IR
32%
PIS
COFINS
ISS
Soma
Assim, o preo com todos os impostos ser:

Alquota
9%
15%

PV sem impostos/(1-%impostos)= 6.840/(1-0,1633)= 8.174,97


O preo de venda formado seria igual a 8.174,97

Subtotal
2,88%
4,8%
0,65%
3%
5%
16,33%

Os valores devidos a cada um dos diferentes tributos seriam:


Tributo
CSSL
IR
PIS
COFINS
ISS
Soma

%receita
2,88%
4,8%
0,65%
3%
5%
16,33%

Operao
X 8.174,97

X 8.174,97

Valor
235,44
392,40
53,14
245,25
408,75
1.334,97

TRIBUTOS ESPECFICOS PARA A FORMAO DE PREOS NO COMRCIO:


1) ICMS:
De esfera estadual, incidente sobre a venda de mercadorias de estabelecimento comercial,
industrial ou produtor; entrada em estabelecimento comercial, industrial ou produtor de
mercadoria importada do exterior; alimentao; bebidas; prestao de servios de transporte
interestadual e intermunicipal e de comunicaes; entrada de bens do ativo imobilizado
oriundos de outros Estados ou Distrito Federal e que sejam utilizados na atividade produtiva;
a entrada de bens de consumo.
O ICMS incide sobre o preo de venda, sendo cobrado por dentro. Ou seja, no preo de venda
do produto (base de clculo) j se encontra embutido o valor do ICMS incidente.
Destaca-se que o ICMS no-cumulativo, existindo a possibilidade de aproveitamento de
crditos gerados em cada etapa da comercializao.
Exemplificando:

Preo pago ao fornecedor= 100

Crdito do ICMS= 18

Custo da mercadoria= 100 18= 82

Despesas e lucro= 80

Base de Clculo para o ICMS= custo da mercadoria(82) + despesas e lucro (80)= 162

Base para formao do preo de venda= 162

Base (162) dividido por (1- 0,18)= preo(197,56)

O dbito de ICMS existente na venda = 18% de 197,56= 35,56

O valor a ser pago a ttulo de ICMS ser igual diferena entre o dbito (18% do
preo)= 35,56 menos o crdito de ICMS (18% do custo)= 18 que consiste no ICMS a
recolher de 17,56

OPERAES COM ICMS ENTRE ESTADOS DIFERENTES:


O ICMS considerado imposto proporcional, com alquotas diferenciadas de acordo com o
tipo de mercadoria ou servio e com os destinos das operaes, conforme tabela:
Origem
Estado A

Destino
Estado A

Alquota
18% (SP,MG,RJ)
17% demais Estados
Sul, Sudeste
Sul, Sudeste
12%
Sul, Sudeste
Norte, Nordeste, Centro- 7%
Oeste e Esprito Santo
Norte, Nordeste, Centro- Sul, Sudeste
12%
Oeste e Esprito Santo
Norte, Nordeste, Centro- Norte, Nordeste, Centro- 12%
Oeste e Esprito Santo
Oeste e Esprito Santo
Estado A
Exportao
0%
Exemplificando:
Compra de uma mercadoria com origem em SP para destino no Cear por $50,00

Alquota de 7% sobre 50= 3,50 (valor a ser recolhido de ICMS para a SEFAZ/SP)

Supondo a aplicao de um PV= $100,00 desta mercadoria para consumidor em


Fortaleza, a alquota interna seria igual a 17%. Logo, o dbito do ICMS na venda=
17% de 100= 17

Ao preo de 100, com o dbito a 17 menos o crdito de ICMS de 3,50 da nota fiscal
de compra= $13,50, valor a ser recolhido para a SEFAZ/CE.

SUBSTITUIO TRIBUTRIA DO ICMS:


O elo principal da cadeia recolhe o tributo dos demais elos. No existem mais dbitos e
crditos. Todo o valor pago ao fornecedor a ttulo de ICMS deve ser incorporado no custo (se
produtivo) ou despesa (se no produtivo).

TRIBUTOS ESPECFICOS PARA A FORMAO DE PREOS NA INDSTRIA:


IPI:
De esfera federal, incide sobre produto de procedncia estrangeira e a sada de produto de
estabelecimento industrial ou equiparado a industrial.
O IPI incide por fora, sobre o preo sem o IPI, sendo as alquotas variveis por produto.
PV= PV sem IPI x (1+ %IPI)
preciso tomar cuidado com a base de clculo:
O valor do IPI= base de clculo com o ICMS
Exemplificando:

Valor sem ICMS= 200

ICMS destacado= 40,96

Alquota de 10% do IPI

Valor do IPI= 10% de (200 + 40,96)= 24,10

Valor a ser pago pelo produto= 200 + 40,96 + 24,10 = 265,06

A depender do uso do produto adquirido, o IPI gera crdito fiscal ou no. Se o produto
adquirido for utilizado, posteriormente, como insumo na fabricao de novo bem ou para
revenda, gerar direito a crdito por ocasio de sua compra. Caso o produto se destine a
consumo final, constitui-se custo. Caso se destine a imobilizado, o crdito recebido dever ser
utilizado considerando amortizaes mensais ao longo de perodo determinado pela Receita
Federal.

IPI NO ICMS NA VENDA PARA CONSUMIDOR EM INDSTRIA:


O IPI pode ou no entrar na base de clculo do ICMS.
Incidncia do IPI na base de clculo do ICMS:
Destino e
Destinatrio do
produto
Para industrializao
ou comercializao
por contribuinte de
IPI ou ICMS
Para uso ou consumo
por contribuinte de
IPI ou ICMS

Remetente

IPI na base de
clculo do ICMS

Preo de venda (PV)


com ICMS

Contribuinte de IPI
ou ICMS

No integra

PV sem ICMS
1- % ICMS

Contribuinte ou no
de IPI ou ICMS

Integra

PV sem ICMS
1- [% ICMS x
(1+% IPI)]

Exemplificando: Para industrializao ou comercializao por contribuinte de IPI ou ICMS

Remetente: Fbrica situada em Fortaleza (CE) vende uma mercadoria sem ICMS =
800

Destinatrio: Revendedor situado no prprio estado (CE) com alquota de 17%

PV= PV sem ICMS / 1- % ICMS

PV= 800/ (1-0,17)= 963,86

Para uso ou consumo por contribuinte de IPI ou ICMS, remetido por no contribuinte nem de
IPI nem de ICMS:

IPI = 5%

PV sem ICMS
1- [% ICMS x (1+% IPI)]

PV= 800/ [1- [0,17 x 1,05]= 973,83

OB S: importante destacar, em uma situao real, que outros impostos, como o PIS
e o COFINS, podem precisar ser somados com a alquota do ICMS antes da aplicao
da frmula:
Exemplificando: uma empresa tributada pelo Lucro Real:

PIS= 1,65%

COFINS= 7,6%

ICMS= 17%

Total das tributaes= 1,65% + 7,6% + 17% = 26,25%

PV= PV sem Impostos / (1-% impostos)

PV= 800/ (1- 0,2625)= 1.084,75

CAPTULO 14: FORMAO DE PREOS: ASPECTOS QUANTITATIVOS:


Algumas razes contribuem com efeitos negativos sobre os lucros:

Excesso de estoques;

Fluxo de caixa negativo;

Concorrncia agressiva;

Sazonalidade.

Somente por meio da correta fixao e mensurao dos preos de venda possvel assegurar o
correto retorno do investimento efetuado.

CAPTULO 18: APLICAES DA CALCULADORA HP 12 C:

CAPTULO 19: APLICAES DO EXCEL: USOS GENRICOS

Você também pode gostar