Linguagem e Realidade Social

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Comunicao e Expresso 1 ano /2016

Prof Ms. Gilede Castro

Linguagem e realidade social. Espelhamento ou construo?


O processo de construo de sentido social e a relao com a linguagem.
Por Iran Ferreira Melo1

Durante muito tempo, grandes questionamentos foram feitos, nos estudos


sobre a linguagem, acerca da relao entre as palavras e o mundo. Desde o
perodo clssico, reflexes filosficas sobre como nos referimos ao mundo
atravs da linguagem estiveram presentes na agenda terica de todo
pensamento ocidental. Com vrias formas de nomear (referenciao,
representao, significao, categorizao), a relao existente entre um dizer
(falar ou escrever) e um no dizer (objeto do pensamento ou da realidade
emprica) vem inquietando filsofos e linguistas e servindo como base para a
composio de inmeros paradigmas tericos h sculos. A primeira discusso
sobre o assunto foi empreendida por Aristteles.
O filsofo grego j previa uma relao do mundo com a linguagem. Para ele,
essa relao ocorria atravs de um processo intralingustico, por meio de
mecanismos criados na predicao verbal formas de os homens
organizarem dentro do prprio sistema verbal todas as coisas existentes.
As palavras, no pensamento aristotlico, no possuam sentido
isoladamente, mas apenas quando relacionadas a um processo de
predicao verbal, atravs do qual atribumos sentido ao mundo. Conforme
1 Iran Ferreira de Melo professor do Departamento de Letras da UFPE e doutorando em
Lngua Portuguesa pela USP.

o que o filsofo grego preconizava, devido s predicaes que os


vocbulos fazem referncias ao mundo. Para ele, o processo de
categorizao daquilo que nos rodeia se realiza, por excelncia, na
imanncia da lngua.
Postulando o contrrio da concepo aristotlica, muitos estudos recentes
sobre o assunto afirmam que aquilo que damos a entender com nossos usos
lingusticos no est previsto de uma vez por todas no sistema da lngua, e
sim nas formas de vida. Segundo esses estudos, efetivamos o processo de
construo de sentido na relao que a linguagem possui com a vida social.
Eles defendem que no possvel nos referirmos realidade social se no
for por meio da linguagem, pois essa a base de qualquer processo
remissivo do que existe no mundo. Entretanto, o fornecimento de sentido ao
que se escreve ou ao que se fala no depende apenas da construo
lingustica, mas est profundamente imbricado aos fatores de ordem
sociocognitiva.
Essas duas formas de identificar a funo da linguagem face construo
social foram debatidas atravs de vrios postulados epistemolgicos
durante os sculos. Por isso, para identificarmos como o exerccio de
relacionar a prtica lingustica prtica social foi discutido em vrias
pocas. Houve muito mais discordncias do que consenso na histria das
teorias sobre o assunto.
A REPRESENTAO SOCIAL POR MEIO DA LINGUAGEM: UM PANORAMA
Hoje, os estudos lingusticos entendem no ser eficaz tratar da relao
lngua/realidade social como, estritamente, um processo de representao,
e sim como uma atividade de co-construo da realidade. No entanto, at
essa concepo se firmar, surgiram diversas propostas tericas. Podemos
apresentar algumas das mais emblemticas.
Na Grcia Antiga, por exemplo, a sociedade j procurava entender essa
relao. Plato, Aristteles e os estoicos j teorizavam sobre como a
linguagem possui significado na relao com o que no lingustico.
Essa relao foi pensada pelos gregos a partir da didica 2 entre um
elemento que representa e um representado. Essa relao se configurava
num espelhamento entre um elemento e outro, fornecendo a ambos a
possibilidade de refletirem entre si. O elemento que representa passou a ser

2 A viso do signo como dade o divide entre um significante (continente) e


um significado (contedo), sem discutor o objeto da realidade ao qual o
signo se refere, considerado como extralingustico. Ferdinand Saussure
afirma que s podemos perceber cones e ndices por meio dos signos
lingusticos, que fazem um recorte da massa do pensamento. A definio
didica de signo tambm era usada pelo lituano Algirdas Julien Greimas, que
partiu das ideias de Hjelmslev para considerar que a semitica
estabelecida entre a categoria do significante e do significado, ao mesmo
tempo indefinidas e fixadas em um determinado contexto.

chamado de signo daquele que representado e este se tratava sempre de


uma coisa a qual se podia representar.
Os estoicos criaram a trade de composio do signo, que passou a ser
revista, durante muitos sculos, por aqueles que pensavam filosoficamente
a relao linguagem/realidade social: o tringulo composto por semanon
(significante ou palavra), semainmenon (significado ou sentido atribudo
palavra) e prgma (objeto que a palavra representa).
NOVAS VISES DE MUNDO
Na contramo dessa teoria grega, um dos nomes de maior importncia no
que diz respeito relao homem/realidade social foi Emmanuel Kant 3. Ele
deu um passo frente na teoria de Aristteles quando cunhou o conceito de
representao do mundo como uma maneira de manifestao da atividade
do intelecto ordenar as ideias sob uma imagem comum. Para ele, o processo
de representar algo uma forma de juzo sobre o mundo, de manifestar os
conceitos primitivos do intelecto, por meio dos quais segundo Kant o
sujeito capta o mundo, determina-o e o ordena conceitualmente de modo
igual a todos.
Contudo, na primeira metade do sculo XX, essa concepo foi objeto de
crtica de mile Durkheim ao apontar lacunas na perspectiva kantiana,
afirmando que o pensamento racionalista de Kant reduzia as categorias a
um processo essencialista e imanentista 4, sem considerar a relao entre o
indivduo e o objeto como uma relao social. Para Durkheim as categorias
so produzidas por fatores sociais primitivos e so reconhecidas no bojo das
teorias sociolgicas.
Contrariamente linha durkheimiana, surgiu, em meados do sculo XX, a
concepo de representao social postulada pela Psicologia Social.
Conceito extremamente importante, pois foi amplamente debatido e
utilizado por diversos campos das Cincias Humanas. Ele foi delineado nas
investigaes que se deveram ao pesquisador Serge Moscovici 5 no seu
trabalho publicado em 1961 e intitulado La psychanalyse, son image et son
public sobre a socializao da Psicanlise em Paris.

3 Assim o filsofo Immanuel Kant formulou o "imperativo categrico". Ao


buscar fundamentar na razo os princpios gerais da ao humana, Kant
elaborou as bases de toda a tica moderna.
4 Doutrina metafsica segundo a qual a presena do divino pressentida
pelo homem, mas no pode ser objeto de qualquer conhecimento claro.
5 O psiclogo social Serge Moscovici nasceu na Romnia, em uma famlia judia,
motivo pelo qual acabou indo parar em um campo de trabalho forado pelo regime
de Ion Antonescu. Foi autodidata em francs durante a poca em que ficou preso,
aprendendo a lngua por meio de leituras de filsofos como Spinoza e Descartes. Ele
foi para a Frana clandestinamente depois que seu pas foi ocupado pelo Exrcito
Vermelho e l estou dou psicanlise, epistemologia e histria das cincias.

Moscovici propunha redefinir os problemas e conceitos da Psicologia Social a


partir da ideia de representao social e criticava a perspectiva norteamericana de anlise social vigente, pois, para ele, esta se baseava em
processos psicolgicos puramente individuais, sem apontar as relaes
cotidianas num nvel social coletivo. Nessa perspectiva, no processo de
construo das representaes que os conceitos e as ideias so
transformados em linguagem, o que faz corresponder os objetos do mundo
s palavras, e do corpo a um processo de categorizao da realidade como
fonte de conscincia da vida social coletiva.
Desde ento, o termo representao social passou a ser usado por
diversos tericos para explicar teorias que os indivduos tm acerca da
natureza dos eventos, dos objetos e das situaes dentro de um mundo
social, uma forma especfica de conhecimento socialmente elaborado e
partilhado. Foram diversos os pontos de divergncia entre os conceitos
postulados por Durkheim e Moscovici. O primeiro procurou dar conta das
representaes sociais como fenmenos compartilhados socialmente e que
exprimem uma sociedade primitiva, como um arqu, que produto de uma
imensa cooperao social, o qual ultrapassa espao e tempo. Durkheim
dedicou-se a trabalhos sobre imaginrios sociais, mitos e religio. J para o
segundo, as representaes sociais se constituem no compsito de
expresses ideolgicas, religiosas, de vrias cincias e de um iderio
coletivo sobre uma realidade.
A CATEGORIZAO SOCIAL
Ainda como crtica perspectiva de Durkheim, surge a proposta de Harvey
Sacks, que retira de foco a noo de representao coletiva social e d
espao ao conceito de categorizao social, que postula ao contrrio de
Durkheim, cuja abordagem se apresenta na perspectiva do pesquisador a
proposta de que as condies sociais de uma categoria no so
reconhecidas a partir do ponto de vista da Sociologia, mas da prpria
sociedade/cultura. Sacks vai constatar isso em trabalhos no mbito da
conversao.
A discusso sobre processos de categorizao da realidade pelo vis da
linguagem permaneceu na ordem do dia durante um bom tempo nos
estudos das cincias humanas, mas desde que Eleanor Rosch se iniciou
nesse debate, no se admite que seja possvel conceituar as categorias
como propriedades necessrias e suficientes, ou seja, como propriedades
estveis. Rosch explicou que as categorias so prottipos culturais. Para ela
o mundo categorizado por nossas experincias de modo prototpico, isto ,
a realidade traduzida por prottipos que criamos a partir de situaes
especficas pelas quais passamos, e so esses prottipos que nos fornecem
os sentidos sobre o que conhecemos no mundo.
Contudo, de acordo com o linguista brasileiro Luiz Antnio Marcuschi, nem o
conceito de representao social nem o de prottipo se sustentam no atual
estgio dos estudos sobre categorias. Com essas duas categorias tericas,
Marcuschi afirma que entendemos uma imagem mental instalada a priori ou
pelo menos independente de algum tipo de atividade interativa, isto ,

como um componente dado e extrnseco ao discursiva. Com isso, ele


defende que as coisas no esto no mundo da maneira como as
enunciamos, mas a nossa enunciao consiste em uma atuao lingustica e
intersubjetiva sobre o mundo e consequentemente em nossa insero
sociocognitiva nele. Ou seja, a construo dos objetos que enunciamos no
dada de modo a representar algo, ou de forma prototpica, mas construda
na relao que estabelecemos com o outro atravs da linguagem. Ns
estamos, constantemente, criando o mundo que nos rodeia, bem como ns
mesmos e as nossas prticas sociais atravs da interao verbal.
ESPELHAMENTO E CONSTRUO
O fato que ao representar o mundo pela linguagem no estamos apenas
espelhando a realidade social, como uma imagem do que existe, mas
tambm contribuindo para a formao dessa realidade, dando sentido e
existncia a ela, pois toda formao de discurso uma posio do indivduo
sobre o mundo, ou, como afirmou o pensador russo Mikhail Bakhtin, todo
signo carregado de ideologia e traz consigo uma posio axiolgica do
indivduo em relao ao que se refere. Para ele, toda palavra enviesada.
Por exemplo, dizer negro no o mesmo que dizer afro quando nos
referimos a um indivduo de tez escura. Afinal, o que estaria implcito nessas
escolhas lexicais? O uso de um ou outro termo no aleatrio, est atrelado
a fatores de ordem social, cultural e cognitiva que permeiam a interlocuo
em que tal uso foi feito. Desse modo, possvel assegurar que, de acordo
com a escolha de um dos termos, o processo de atribuio construir
sentidos diferentes, pois os referentes (os objetos do mundo, elementos
extralingusticos) sero identificados diferentemente com os atributos
culturais do que forem denominados negro ou afro.
Esse tipo de reflexo somente possvel se considerarmos que a linguagem
um fenmeno que funciona como um processo intersubjetivo, pragmtico
e ideolgico e que se manifesta eminentemente como prtica social.
A reflexo acerca da relao entre a linguagem e a realidade social como
um vetor que emerge dos usos lingusticos e aponta para o mundo,
entendendo a lngua como um espelhamento da realidade social, foi o
posicionamento terico que prevaleceu anos a fio nos estudos da Lingustica
durante o sculo XX e que nos fez crer na produo da linguagem como
uma maneira de representar as nossas ideias e as coisas do mundo e na
compreenso dela como uma forma de decodificar a representao mental
do produtor (consequentemente o que este via no mundo). A lngua servia,
portanto, como uma maneira de retratar o que havia fora dela. Tratava-se
de uma postura, essencialmente, dualista acerca da linguagem: de um lado
estava a lngua e do outro o que ela podia representar.
AS REPRESENTAES SOCIAIS
Nos estudos lingusticos estruturalistas era comum admitir-se a existncia
de uma Lingustica externa e uma Lingustica interna, a primeira consistia
nos fatos relativos expanso duma lngua fora de seu territrio e a
segunda atribua lngua valor de um sistema que conhece somente a sua

ordem prpria. Esta foi a perspectiva que prevaleceu durante a primeira


metade do sculo XX e que compreendia a atividade lingustica como um
funcionamento imanente, por excelncia, a um sistema de cdigos, cuja
nica relao com sua exterioridade era de apontar e refletir, a realidade
circundante. Tratava-se de uma concepo de lngua como um sistema que
representava a realidade, uma espcie de espelhamento do que existe.
A Lingustica externa dava conta da reflexo que se fazia sobre o que era
exterior lngua e tinha relao com ela, como, por exemplo, os costumes
culturais de uma nao que repercutiam no uso lingustico. Contrariamente
a isso, a Lingustica interna deteve-se a falar do que, de fato, o
Estruturalismo acreditava ser a linguagem um sistema de cdigos ou
seja, aquilo que era inerente ao prprio sistema da lngua.
Aps o advento das perspectivas enunciativas e sociointeracionistas nos
estudos lingusticos, a noo de lngua como um sistema de representao
deu lugar a conceitos que consideravam a atividade lingustica no mais
como uma forma de retrato da realidade apenas, mas como uma maneira
de construir a realidade na interao sociocomunicativa. Para tanto,
dispuseram-se campos da Lingustica engajados numa agenda que
privilegia o processo discursivo da atividade lingustica, ou seja, muito mais
as condies de funcionamento da linguagem do que o seu sistema
estrutural.
Isso permitiu a mudana de foco sobre a lngua, de uma abordagem
intrnseca que concebia a estrutura lingustica como uma forma de
refletir/representar o extralingustico para uma compreenso de que o uso
da lngua constri o que exterior a ela. Ou seja, abandona-se a ideia de
que, ao se enunciar algo, aponta-se para esse algo e se assume a
concepo de enunciao como um processo que instaura a realidade
social.
Uma tendncia em perceber a realidade social como constituda atravs de
prticas lingusticas nos permite, hoje, conceber que a noo de lngua
como representao da realidade, tal qual era usada outrora, no mais
aceita nos estudos lingusticos. Assim, cai por terra o conceito de
representao no tratamento dado s atividades lingusticas.
As representaes sociais podem ser vistas como esteretipos culturais
desenvolvidos na atividade discursiva, ou seja, como uma criao de ideias
comuns a uma cultura desenvolvidas por meio da interlocuo. Mas ,
principalmente, a capacidade humana para a ao discursiva que permite a
formao das representaes, que significam uma forma de prxis sobre a
realidade, e no, apenas, um modo de refleti-la.
CATEGORIZAO
A categorizao um processo dinmico e, sobretudo, intersubjetivo, que
se estabelece no quadro de interao entre locutores, e suscetvel de se
transformar num curso dos desenvolvimentos discursivos de acordos e
desacordos. A realidade social, desse modo, criada e interpretada na

interao comunicativa e no processo de categorizao, o qual podemos


entender como um processo de referenciao, sem indicar uma forma de
apontar o que existe no mundo, mas de construir.
Os referentes de nosso discurso, isto , aquilo de que falamos, so
construdos em nossas aes sociocognitivas e exatamente a partir dos
primados epistemolgicos das teorias sociocognitivistas, que a Lingustica
d vazo a esse modo de compreender a relao entre a linguagem e o
mundo.
O processo de categorizao da realidade, segundo essa perspectiva, no
visto mais como um processo que se situa na relao de espelhamento da
realidade na linguagem, mas significa uma prtica sociocognitivo-discursiva
sobre a realidade, isto , uma atividade, que se constri no prprio processo
discursivo e na interao cognitiva entre os usurios da lngua, ou seja, essa
atividade faz referncia realidade ao mesmo tempo em que a constri.
Desse modo, tal perspectiva entende as prticas discursivas com-o prticas
sociais constitutivas da realidade social.
Mondada e Dubois quando adotam a teoria sociocognitivista e interacional,
para a qual o mundo no nos dado, mas o formulamos num fluxo de
classificao e memria constantes, tratam de uma concepo segundo a
qual os sujeitos constroem, atravs de prticas discursivas e cognitivas
social e culturalmente situadas, verses pblicas do mundo. Esse processo
de referenciao se enquadra como uma atividade de realizao do mundo
na linguagem, e no a partir dela.
Enquanto o projeto de representao pressupe uma estabilidade das
entidades no mundo e na lngua, possvel, de acordo com a teoria
sociocognitivista e interacional, reconsiderar essa proposta terica de
enxergar os problemas das entidades da lngua, do mundo e da cognio e
passar a focar o processo que as constitui, para, assim, entender que o
problema no mais, ento, de se perguntar como a informao
transmitida ou como os estados do mundo so representados de modo
adequado, mas de se compreender como as atividades humanas, cognitivas
e lingusticas, estruturam e do um sentido ao mundo.
Essa proposta de referenciao como um processo categorial configura uma
perspectiva dialtica e dialgica da relao mundo-linguagem e lida com a
noo de um sujeito sociocognitivo que constri o mundo e , ao mesmo
tempo, constitudo por ele no desenvolvimento de suas prticas discursivas,
entendidas estas, tambm, como prticas sociocognitivas, por se realizarem
no intermdio entre a troca simblica dos indivduos em suas interaes
comunicativas,
seus
conhecimentos
semnticos
e
pragmticos
compartilhados.
Diante de toda essa abordagem sobre alguns vieses que investigaram a
relao entre linguagem e realidade social, ressaltamos que vrios deles
aqui apresentados foram formas dos cientistas da lngua ou no exporem
suas inquietaes sobre a dade incontestvel em tela, a qual se constitui ao
mesmo tempo em que constitui tambm o ser humano: a linguagem e a

realidade social. Seja sob uma tica estruturalista, seja sob uma perspectiva
funcionalista, antropolgica ou sociocognitivista, tal estudo sempre se
revelou instigante para a humanidade, portanto, com a certeza de essa
histria no terminar aqui, que ratificamos a sua pertinncia no que j foi e
no que ser produzido sobre o assunto.

Vdeos:
https://www.youtube.com/watch?v=_C3AmzKpJbQ
https://www.youtube.com/watch?v=ZNXGdOFblXA ( Madagascar)

Por ordem cronolgica, as seguintes concepes vm


se apresentando como hegemnicas nas diversas
investigaes cientficas com a linguagem.

1. Lngua como expresso do pensamento


Nessa concepo, a lngua produzida mentalmente de maneira individual,
intrnseca e sob a organizao lgica do raciocnio. As atividades de
linguagem se realizam nessa perspectiva independentemente das
circunstncias situacionais, scio-histricas, culturais e polticas em que
ocorrem.

2. Lngua como um instrumento de comunicao


Opondo-se primeira concepo, esta segunda viso sobre a lngua a
entende como um conjunto de cdigos autnomos e externos ao indivduo,
motivados socialmente, que serve essencialmente para a troca de
informaes (comunicao). Entretanto, seu funcionamento tambm
independe do contexto de realizao.

3. Lngua como interao social


J esta terceira concepo compreende a lngua como uma atividade social
no somente usada para comunicar, mas tambm para realizar aes
atravs da interao social e cognitiva entre os falantes. Esta viso leva em
conta as situaes de interlocuo nas quais a lngua se realiza e a
influncia de fatores de diversas ordens no curso dessas situaes.

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