Ead - Pratica - Educativa - Oreste Preti
Ead - Pratica - Educativa - Oreste Preti
Ead - Pratica - Educativa - Oreste Preti
1.0 - Introduo
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formao dos jovens que chegam ao mercado do trabalho e, ao mesmo tempo, atualizar e
melhorar as qualificaes da mo-de-obra existente mediante uma educao e uma
formao contnua e permanente.
Em 1972, a UNESCO, ao traar algumas diretrizes para o ensino, afirmava que
a educao deve ter por finalidade no apenas formar as
pessoas visando uma profisso determinada, mas sobretudo
coloc-las em condies de se adaptar a diferentes tarefas e
de se aperfeioar continuamente, uma vez que as formas de
produo e as condies de trabalho evoluem: ela deve
tender, assim, a facilitar as reconverses profissionais
(UNESCO, 1972)
2.0
18
Cerca de 60% da populao estudantil da Colmbia atendida pelo sistema de EAD (Ver. Horizonte: una mirada a la distancia.
Ano I, n 1, marzo 1996 - Universidad del Quindo - Colmbia)
19
20
que tiveram
Em 1956, a diocese de Natal, no Estado do Rio Grande do Norte, tendo como referncia
a experincia da Rdio Sutalenza (Colmbia) iniciou o Movimento de Educao de
Base (MEB), "o maior sistema de educao a distncia no formal at agora
desenvolvido no Brasil" (BORDENAVE, 1987:57).
Em 1967, o governo do Estado do Maranho, na tentativa de resolver os graves
problemas educacionais diagnosticados, decidiu utilizar a TV Educativa e atravs do
Centro Educativo do Maranho, em 1969, comeou a emitir programas, em circuito
fechado, para alunos das 5 a 8 sries.
A TVE do Cear, nesta mesma poca, tambm desenvolveria o programa TV Escolar,
para atender a alunos da 5 a 6 sries das regies mais interioranas, onde estas sries
terminais do 1 grau inexistiam.
O Estado da Bahia, em 1969, negando-se a participar do projeto nacional MINERVA,
fundou o Instituto de Radiodifuso do Estado da Bahia (IRDEB), que passaria a
oferecer, at 1977, uma variedade de programas (pr-escolar, 1 e 2 graus e formao
de professores), aproveitando-se da experincia dos MEBs.
A Fundao Brasileira de Educao (FUBRAE), em acordo com o MEC, criou, em
1965, o Centro de Ensino Tcnico de Braslia (CETEB), com a finalidade de formar e
treinar recursos humanos. Mas somente a partir de 1973 que passaria oferecer seus
cursos utilizando-se da modalidade a Distncia.
A FUBRAE tambm criou o Centro Educacional de Niteri (CEN), que atuaria mais
no Estado do Rio de Janeiro, oferecendo cursos a nvel de 1 e 2 graus a alunos fora da
faixa etria regular para frequentar tais cursos.
A Fundao Padre Anchieta, uma organizao criada em 1967 e mantida pelo Governo
do Estado de S. Paulo, deu incio, em 1969, a atividades educativas e culturais junto a
populaes faveladas e a diversos tipos de coletividades organizadas e, ainda, a
secretarias municipais de educao, utilizando-se de repetidoras para atingir milhes de
habitantes.
Em 1967, a Fundao Educacional Padre Landall de Moura, uma instituio privada
instalada na cidade de Porto Alegre, tambm iniciou programas de educao de adultos,
atravs de teleducao multimeios. Destacou-se o Programa de Teleextenso Rural,
desenvolvido na Amaznia, em parceria com a EMATER.
2
Um retrospecto da EAD no Brasil est no artigo de Ktia M. ALONSO A Educao a Distncia no Brasil: a busca de
identidade, nesta mesma obra.
21
Em 1978, a Fundao Padre Anchieta (TV Cultura) e a Fundao Roberto Marinho (TV
Globo) lanaram o Telecurso de 2 Grau, combinando programas televisivos com
material impresso vendido nas bancas de jornais.
A Associao Brasileira de Tecnologia Educacional, fundada em 1971 com o nome de
Associao Brasileira de Teleducao, tambm vem dando sua contribuio na difuso
do significado e da importncia da Educao a Distncia no pas, organizando
Seminrios Brasileiros e publicando a revista Tecnologia Educacional.
Durante a ditadura militar o Governo Federal iria implementar programas, a nvel
nacional, para atender a demandas emergenciais. Vejamos sumariamente:
O Projeto Minerva, composto por diversos cursos (Capacitao Ginasial, Madureza
Ginasial, Curso Supletivo de I Grau) transmitidos, desde 1970, em cadeia nacional por
emissoras de rdio.
O Curso Joo da Silva, com formato de telenovela, voltado para o ensino das quatro
primeiras sries e que se desdobraria no Projeto Conquista, tambm com formato de
telenovela, voltado para as ltimas sries do 1 grau. Foi uma inovao pioneira no
Brasil e no mundo. (BORDENAVE, 1987:64)
O Movimento Brasileiro de Alfabetizao (MOBRAL) tambm acabou utilizando, em
carter experimental, a partir de 1979, os recursos da TVE para emitir 60 programas em
forma de teleaula dramatizada, com durao de 20 minutos cada um e eram apoiados
por material impresso.
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em 1973, iniciou, em carter
experimental no estado do Rio Grande do Norte, o Projeto SACI (Sistema Avanado de
Comunicaes Interdisciplinares) com o objetivo de estabelecer um sistema nacional de
teleducao via satlite. Voltado para as primeiras trs sries do 1 grau foi, porm,
logo abandonado.
O Programa LOGOS que, em 13 anos de existncia (1977 a 1991), atendeu a cerca de
50.000 professores, qualificando aproximadamente 35.000 em 17 estados brasileiros.
Em 1990 foi desativado e substitudo pelo Programa de Valorizao do Magistrio que
comeou a funcionar somente em 1992, seguindo o mesmo formato do Logos e
atendendo a professores desde sua formao para as sries iniciais at formao
especfica para o Magistrio.
POSGRAD (Ps-graduao Tutorial a Distncia), implantado em carter experimental
(1979-83) pela Coordenao de Aperfeioamento do Pessoal de Ensino Superior
(CAPES-MEC), mas administrado pela Associao Brasileira de Tecnologia
Educacional (ABT). Seus resultados foram positivos, mas o MEC, sem explicaes
plausveis, no daria continuidade.
22
23
3.1
- Conceitos e caractersticas
24
25
A EAD , pois, uma alternativa pedaggica de grande alcance e que deve utilizar e
incorporar as novas tecnologias como meio para alcanar os objetivos das prticas
educativas implementadas, tendo sempre em vista as concepes de homem e sociedade
assumidas e considerando as necessidades das populaes a que se pretende servir.
A EAD coloca-se, ento, como um conjunto de mtodos, tcnicas e recursos,
postos disposio de populaes estudantis dotadas de um mnimo de maturidade e de
motivao suficiente, para que, em regime de auto-aprendizagem, possam adquirir
conhecimentos ou qualificaes a qualquer nvel. A EAD cobre distintas formas de ensinoaprendizagem em todos os nveis que no tenha a continua superviso imediata de
professores presentes com seus alunos na sala de aula, mas que, no entanto, se beneficiam
do planejamento, guia, acompanhamento e avaliao de uma organizao educacional.
A Educao a Distncia, porm, no deve ser simplesmente confundida com o
instrumental, com as tecnologias a que recorre. Deve ser compreendida como uma
prtica educativa situada e mediatizada, uma modalidade de se fazer educao, de se
democratizar o conhecimento. , portanto, uma alternativa pedaggica que se coloca
hoje ao educador que tem uma prtica fundamentada em uma racionalidade tica, solidria
e compromissada com as mudanas sociais.
26
A respeito disso ver o texto de PRETI, O e ARRUDA, Mariclia C. C. Licenciatura Plena em Educao Bsica ... nesta obra, na
pg.
27
28
INSTITUIO
Professores/Especialistas
Funes
Concepo do curso
Elaborao do material didtico
Acompanhamento e Avaliao
Pesquisa
CEAD
A L U N O S
Material Didtico
Do sistema:
Concepo/Produo
Planejamento
Acompanhamento
Tutores
Administrao
Avaliao e Pesquisa
Suportes ao aluno
Pedaggico
Cognitivo
Metacognitivo
Afetivo
Motivacional
Social
Funes:
Didtica
Orientadora
Avaliadora
Administradora
Figura 01 - Componentes da ao educativa em EAD
29
Os cursos, tanto a nvel de graduao, ps-graduao lato sensu e/ou stricto sensu
como cursos de aperfeioamento, reciclagem, etc. podem ser oferecidos comunidade
utilizando-se a modalidade de EAD.
Como fazer isto? Que critrios utilizar e quais os passos a serem seguidos?
A - Clientela
Atravs de um diagnstico junto a empresas, a entidades de classes organizadas, a
centros educativos, a secretarias e rgos pblicos e comunidade podero ser detectadas
30
D - Princpios de abordagem
Os cursos a serem propostos para desenvolvimento do formao do profissional
tero que considerar duas dimenses:
- dimenso epistemolgica: relativa ao desenvolvimento do pensamento cientfico,
para que o profissional possa lanar mo de um esquema conceitual (paradigmtico),
entendido como uma lgica reconstituda ou maneira de ver, decifrar e analisar a realidade
na qual est inserido e sobre a qual sua ao interfere;
- dimenso profissionalizante: relativa compreenso de sua ao educativa no seio
da comunidade onde atua, estabelecendo relaes e interrelaes entre os diferentes campos
do saber-fazer, desenvolvendo nele habilidades para o desempenho de sua prtica.
Os cursos devero, pois, primar por oferecer uma formao torica e prtica slida,
no sentido de colocar no mercado especialistas preparados, cuja atuao seja percebida e
reconhecida.
31
32
ALUNO
Matrcula
Orientao inicial (manual do estudante / contato com o tutor / Seminrio)
Aquisio do material didtico
Processo de
Aprendizagem
SUPORTE
* Materiais impressos
Material
* Fitas, audio, vdeo, CD room
Tutoria
Avaliao
* Presencial
* a Distncia
* Auto-avaliao
* Atividades
* Avaliao Formal
* Seminrios
* Ficha de Acompanhamento
Meios de
* Telefone, Fax, Correio
Comunicao * Tele-conferncia,
* Internet
Superao das
Etapas Estabelecidas
* Mudana de Atitudes
* Novas Habilitaes
* Impacto no sistema/Instituio
Prtica Transformada
e Transformadora
Trabalho Conclusivo
33
4.3 - Organizao
As coordenaes dos respectivos cursos ou institutos, contando com orientao do
Centro de EAD, desenvolvero atividades de diagnstico das necessidades e demandas
reais existentes na regio, para propor a implantao de cursos, utilizando a modalidade de
EAD. Toda a discusso referente a concepo curricular dos mesmos se dar, porm, nos
respectivos Departamentos, em consonncia com as polticas e diretrizes da Instituio.
Para a implementao e implantao desses cursos, os Departamentos recorrero
assessoria do Centro para discusso de sua viabilidade e a forma como sero oferecidos. O
Centro dar todo o suporte tpico do sistema em EAD que se compe de diferentes subssistemas intercalados: a concepo, a produo e a avaliao.
) Coordenao Geral
- responsvel por integrar as diversas atividades internas e
externas, no sentido de articular e viabilizar uma poltica institucional em EAD e definir
operaes e tomada de decises para alcanar os objetivos fundamentais dos cursos.
Tambm dever estabelecer contatos com profissionais e instituies que atuam com
EAD no Brasil e exterior, divulgar junto aos meios de comunicao cursos e eventos
relacionados com EAD na sua regio como promover e organizar eventos em EAD no
Estado.
) Coordenao Administrativa - responsvel pelas atividades estratgicas e operacionais,
transformando planos gerais em procedimentos e mtodos de trabalho, alocando recursos
disponveis para o desenvolvimento e funcionamento dos cursos. Ser tambm
responsvel pela impresso e distribuio do material didtico e de todos os aspectos
burocrticos relacionados ao percurso acadmico dos cursistas.
) Equipe Pedaggica - composta, inicialmente, por especialistas em
Distncia, Tecnologia Educacional, Comunicao e Multimdia, para:
34
Educao a
) Equipe de professores-especialistas
Ao propor um curso, o departamento responsvel pelo oferecimento do mesmo formar
uma equipe de Especialistas na rea de conhecimento, composta por um professor de cada
uma das disciplinas do curso e que tero a responsabilidade da escolha ou produo do
material didtico. O professor-especialista receber assessoria da Equipe Pedaggica no
processo de concepo e produo do material didtico. Caber ao especialista da disciplina
assessorar e acompanhar o trabalho dos tutores, quando do oferecimento da mesma, e
avaliar o processo ensino-aprendizagem dos alunos em parceria com os tutores.
Designados pelos respectivos departamentos, de acordo com sua disponibilidade e suas
competncias, ou contratados exclusivamente para elaborao do material didtico e
acompanhamento de sua disciplina no curso, os professores especialistas ficaro ligados
diretamente ao Centro de EAD, durante o oferecimento de sua disciplina, para que este
viabilize um trabalho integrado com uma base epistemolgica comum. Para tal ser
fundamental criar uma rede interativa para que a Coordenao do Centro possa, a distncia,
manter contatos frequentes com os especialistas e promover debates entre eles.
) Secretaria - responsvel por desempenhar as funes relativas ao recebimento
expedio e arquivo de correspondncias relativos ao curso, organizar e manter
atualizado o arquivo relativo ao curso, executar todos os trabalhos de datilografia e
digitao necessrios ao curso.
35
INSTITUIO
DIREO
Departamentos
CENTRO
Secretaria
E A D
Coord. Adm.
Coord. Geral
Equipe Pedag.
Especialistas em
EAD
Tecnologia Ed.
Comunicao
Multimdia
Prof./Especialistas
36
Tutores
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MATERIAL DIDTICO
Material
Audio-visual
Material
Impresso
Fascculo
. um/disciplina
. auto-avaliao
. atividades
Guia Didtico
Vdeo
Audio
j existente, com
guia de orientao
produzido pelos
professores
38
Equipe Pedaggica
e Administratuva
Eq. Especialistas
Tutores
Alunos
39
vista administrativo. Os dados relativos ao percurso do cursista, bem como das informaes
de adequaes do material, das atividades de tutoria, das avaliaes, etc. sero todos
armazenados, atravs de um soft especfico, criando-se, assim um Banco de Dados muito
til para funes informativas, de anlise e de investigao cientfica.
O fundamental, porm, no estar usando este ou aquele meio de comunicao, mas
que seja estabelecida, efetivada e dinamizada uma rede interativa constante e contnua que
viabilize o dilogo entre todos os componentes envolvidos no processo educativo (Fig. 05).
4.5 - A tutoria
No sistema de EAD, o tutor tem um papel fundamental, pois, atravs dele que se
garante a interrelao personalizada e contnua do cursista no sistema e se viabiliza uma
articulao entre os elementos do processo, necessria consecuo dos objetivos
propostos. Por isso, cada instituio busca construir seu modelo tutorial que atenda s
especificidades regionais e aos programas e cursos propostos, incorporando as novas
tecnologias. Mas, o que caracteriza e diferencia a figura do tutor nas universidades a
distncia fundamentalmente a concepo manifestada quanto sua funo dentro do
sistema de EAD. Nas prticas implementadas aparentemente no so percebidas grandes
diferenas, pois, na estrutura do sistema, a tutoria posta nas instncias de mediao entre o
estudante, o material didtico e o professor, na busca de uma comunicao cada vez mais
ativa e personalizada, respeitando-se a autonomia da aprendizagem.
O que tentaremos expor aqui uma concepo de tutoria, baseada nas experincias
da Universidad Nacional de Educacin a Distancia / UNED, da Espanha, da Tl-universit
du Qubc, do Canad / Tluq e do Ncleo de Educao Aberta e a Distncia (NEAD) da
Universidade Federal de Mato Grosso.
O sub-sistema de tutoria, muito mais que uma frmula de enquadramento e de
assistncia ao estudante, deve ser visto como educao individualizada, cooperativa e
uma abordagem pedaggica centrada sobre o ato de aprender que pe disposio do
estudante-adulto recursos que lhe permitem alcanar os objetivos do curso totalmente
desenvolvendo a autonomia em sua caminhada de aprendizagem (DESLISE e outros,
1985).
A autonomia algo que se adquire gradualmente, nos diferentes nveis de
desenvolvimento. O tutor, respeitando a autonomia da aprendizagem de cada cursista,
estar constantemente orientando, dirigindo e supervisionando o processo de ensinoaprendizagem dos cursistas. atravs dele, tambm, que se garantir a efetivao da
avaliao do curso em todos os nveis.
Tendo um conhecimento de base do contedo, um
facilitador que ajuda o estudante a compreender os
objetivos do curso, um observador que reflete e um
conselheiro sobre os mtodos de trabalho, um
psiclogo que capaz de compreender as questes e
as dificuldades do aprendiz e de ajud-lo a responder
40
E a essas podemos ainda acrescentar algumas tarefas administrativas que a instituio exige
dele.
Para preencher adequadamente seu papel, portanto, o tutor deve possuir previamente
um certo nmero de qualidades, de capacidades ou aptides. Isso devido importncia e
posio que ocupa dentro de um sistema que compreende a EAD como sendo uma prtica
educativa, situada e mediatizada.
A participao do tutor no curso se dar em trs momentos:
a - na fase de planejamento: o tutor participa e discute com o professor-especialista
os contedos a serem trabalhados no curso, o material didtico a ser utilizado e o sistema de
acompanhamento e avaliao dos alunos. Junto equipe pedaggica do Centro receber
uma formao especfica sobre a modalidade de EAD e conhecer em detalhes todo o
sistema que dar suporte ao cursista e sero definidas suas funes e competncias;
b - na fase de desenvolvimento do curso: o tutor tem a funo primordial de
estimular, motivar e orientar o cursista em acreditar em sua capacidade de organizar sua
atividade acadmica e de auto-aprendizagem (funes orientadora e motivadora). O tutor,
pois, dever dar-lhe os suportes metacognitivo, afetivo e motivacional necessrios para
superar os problemas que o aluno for encontrando ligados sua compreenso e adapatao
a esta modalidade de ensino para que no desanime e abandone o curso.
Dever tambm estar disposio dos cursistas para tirar dvidas quanto ao contedo da
disciplina (funo didtica). Por isso um dos critrios de seleo ser sua qualificao e
competncia profissional naquela rea do conhecimento.
Nesta fase a tutoria pode se dar de duas formas (Fig. 06):
- a distncia: o cursista, individualmente, entrar em contato com o tutor, atravs de
meios de comunicao estabelecidos, nos horrios definidos anteriormente; ou em
pequenos grupos de estudo, poder formular algumas questes ou dvidas e solicitar ao
tutor que os esclarea utilizando-se de um sistema interativo de comunicao;
- presencialmente: o cursista, individualmente ou em pequenos grupos, se
encontrar no Centro com o seu tutor muito mais para discutir e avaliar seu processo de
aprendizagem, apresentar os resultados de suas leituras, atividades e trabalhos propostos
nos materiais didticos do que somente para tirar dvidas.
41
TUTORIA
Presencial
Individual
A Distncia
Coletiva
Telefone
FAX,
correspondncia
Telemtica
42
43
iniciado o curso e das decises tomadas ao longo do mesmo, viabilizando, assim, uma
adequao constante de possveis pontos percebidos como problemticos.
A avaliao poder dar-se em diferentes nveis 4:
a - Avaliao da aprendizagem: o cursista ser avaliado quanto ao seu desempenho ao
longo de cada disciplina e do curso como um todo. O tutor, atravs de uma ficha individual,
acompanhar o desempenho de cada cursista colocado sob sua orientao, verificando o
nvel de dificuldades, sua participao nas entrevistas individuais e nos encontros grupais, a
apresentao das atividades previstas ou sugeridas no material didtico. Outro indicador
que compor essa avaliao ser fornecido pela avaliao escrita presencial ou pelo
trabalho conclusivo da disciplina que poder ser solicitado ao cursista como sntese dos
contedos trabalhados naquela disciplina e fazendo a ponte com sua prtica profissional e
com a realidade em que est inserido. Este trabalho ser julgado pelo tutor e o professor
especialista. As formas avaliativas dos processos de aprendizagem devero ser definidas
nas propostas curriculares dos cursos, atendendo s especificidades de cada disciplina e da
modalidade de EAD.
b - Avaliao do material didtico: o tutor ir armazenando informaes sobre os tipos e
nveis de dificuldades que os cursistas iro apresentar ao manusearem o material escrito e
ao utilizarem o complementar. O prprio aluno, ao final da disciplina, avaliar o material,
atravs de um questionrio. Essas informaes fornecero ao professor-especialista um
mapeamento dos aspectos problemticos existentes no material que o ajudaro a adequ-lo
melhor ao tipo de aluno matriculado no curso e poder, assim, oferecer um atendimento cada
vez mais eficiente queles alunos que apresentarem maiores problemas no
acompanhamento da disciplina.
c - Avaliao da modalidade: tanto o tutor como o cursista iro fornecendo dados, ao longo
do curso, (informalmente ou quando da aplicao de instrumentos a serem elaborados pela
Equipe Pedaggica) que auxiliaro a rever constantemente o sistema de EAD proposto em
seus subsistemas: administrativo e pedaggico.
d - Avaliao da tutoria: ao final de cada disciplina, quando da avaliao da mesma, o
cursista far, no mesmo questionrio, uma avaliao do sistema de tutorizao adotado.
Uma outra fonte que fornecer coordenao do Centro elementos de avaliao de cada
tutor o prprio percurso do cursista, na ficha individual, que apontar as dificuldades
manifestadas e como foram atendidas pelo tutor.
e - Avaliao do curso: as avaliaes anteriores estabelecero uma rede de informaes
suficientes e teis avaliao processual do curso. Porm, o que deve ser enfatizado e
avaliado em que sentido o curso est modificando a prtica dos alunos em seus
respectivos campos de atuao e qual o impacto ou reflexos disso nas suas instituies,
Concepo elaborada e proposta para o NEAD por : ALONSO, K. M. e outros, 1993: 61-70.
Sobre avaliao em EAD ver o artigo de Maria Lcia C. Neder, nesta mesma obra.
44
5. 0 - Os custos
ou seja
CFT
N = -------------RM - CVM
45
Custos Varveis
+ Custos Fixos
FT
Custos Variveis
+ Custos Fixos
EAD
Custos Fixos
EAD
Custos Fixos
FT
n de alunos matriculados
Umbral Crtico
Figura 07 - Comparao entre os custos fixos e variveis en Formao Tradicional (FT) e EAD
sgundo Rumble, G.. - Economics and cost structures, apud : KAYE, 1985:76
Fica claro ento que a rentabilidade de um curso em EAD est associado ao nmero
de alunos matriculados. H um investimento inicial na formao de recursos humanos que
atuaro no Centro e na montagem da estrutura de apoio ao estudante (computadores, fax,
telefone, soft, produo de material didtico), mas que se tornar rentvel medida em que
os cursos vo se expandindo, com o aumento de matrculas e novos cursos vo sendo
oferecidos.
46
Consideraes finais
47
definir bem o sistema de tutoria a ser adotado e oferecer uma formao contnua aos
tutores.
A elaborao do material didtico um processo nico e particular. A equipe, embora
inicialmente possa utilizar-se de materiais produzidos por outras instituies, dever aos
poucos tentar seu prprio caminho e experienciar a riqueza desse processo. A
bibliografia existente sobre o assunto pode servir de pista e fazer com que se evitem
percursos que tornem mais complexa e difcil a concepo, produo e utilizao do
material didtico.
BIBLIOGRAFIA
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48
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Cuiab: NEA/UFMT, 1995 (mimeo).
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para o Workshop Sade e Ambiente no Contexto da Educao a Distncia - Projeto EISA).
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SERRANO, Gloria Prez. El profesor-tutor. Perspectiva humana de la Educacin a Distancia. Revista
Iberoamericana de Educacin Superior a Distancia, VI (2), feb. 1994:67-95.
49
ANEXOS
A - INFORMAES GERAIS
1.0 - Identificao do curso
1.1- Ttulo
1.2 - Departamento ofertante
1.3 - Natureza do curso
1.4 - Pr-requisitos exigidos
1.5 - Clientela
1.6 - Particularidades para inscrio
1.7 - Carga horria
1.8 - Durao do curso
2.0 - Resumo da proposta
2.1 -Principais caractersticas pedaggicas e de suporte tecnolgico e mediatizado;
2.2 - Resumo oramentrio dos custos diretos para seu desenvolvimento.
B - APRESENTAO DO CURSO
3.0 - Histrico e contexto
(apresentar os motivos e a importncia do curso dentro do panorama da realidade social e educacional
do estado ou do pas. Importncia de se realizar um diagnstico e fazer uma projeo)
4.0 - Fim e objetivos gerais
5.0 - Clientela
(colocar informaes quantitativas e qualitativas: clientela potencial a ser atendida, pertenas a que tipo
de grupo social e profissional, necessidades individuais ou coletivas a que o curso poder responder)
6.0 - Descrio do contedo
6.1 - apresentao
(indicar as disciplinas e temas a serem contemplados, a abordagem ou orientao terica);
6.2 - Plano de curso
(apresentar a estrutura curricular e as ementas de cada uma das disciplinas do curso);
6.3 - Bibliografia bsica a ser utlizada pelos alunos
7.0 - Apoio logstico
7.1 - Percurso ensino-aprendizagem
(indicar a natureza da aprendizagem visada e os meios que se pretende utilizar);
5
Adaptao de: Guide delaboration dun dossier de presentation de cours. Tl-universit du Quebec, fev. 1991.
50
7.2 - Modelo de apoio / frmula de enquadramento (especificar como se dar a interveno junto aos
alunos no sentido de apoi-los em seu processo de aprendizagem: a natureza, os meios, a frequncia, o
momento);
7.3
- Perfil dos tutores ou de quem ir prestar este apoio e suas tarefas;
perfil: nvel de formao, rea de formao, experincia profissional, tarefas particulares, lugar de
trabalho, exigncias ou aptides particulares;
tarefas: nmero de horas de trabalho, correo ou no das avaliaes, animao (de que tipo:
oficina, por telefone, seminrio, grupos de trabalho, etc.), explicitao dos contedos a dominar;
7.4 - Escolha dos meios tcnicos e descrio do material pedaggico
Estabelecer uma lista dos elementos que compem o material do curso, indicando a natureza e
amplitude (ver quadro 01);
Para manuais de base, documentos audiovisuais e informticos, justificar seja a produo original
como a utlizao de material j escrito;
7.5 - Percurso do estudante
Definir as etapas do percurso do estudante;
7.6 - Avaliao do estudante
Indicar a natureza dos instrumentos e critrios de avaliao. Mostrar como a escolha dos
instrumentos est em funo dos objetivos e do contedo. Se houver trabalhos em equipe caracterizar
sua natureza e limitaes.
8.0 - Avaliao do material do curso
Especificar quais os procedimentos a serem seguidos para avaliar o material antes de ser utilizado no
curso e durante o mesmo.
9.0
- Plano de execuo
9.1 - Recursos humanos internos (Identificar estes recursos, suas tarefas, o tempo exigido)
9.2 - Recursos humanos externos ( Identificar quais seriam, suas funes, suas tarefas, tempo e
competncias exigidas.
9.3 - Calendrio de execuo (Incluir as etapas de aprovao do dossier s diferentes estncias de
anlise e aprovao, de concepo e produo do material.
9.4 - Oramento
51
1. 0 - Diagnstico
2.0 - Definio do curso
para que
para quando
3.0 - Descrio do perfil profissional
entrada (de Alunos e dos professores que iro atuar no curso)
sada (conhecimentos, interesses, necessidades tanto a nvel pessoal como para atender
demanda do mercado de trabalho)
4.0 - Populao/Clientela
caractersticas sociais, econmicas, geogrficas
para que atingi-la
5.0 - Elementos Curriculares
Curso orientado ( contedos tericos e prticos, metodologias)
Meios tcnicos e econmicos
6.0 - Tutoria
7.0 - Organizao
tomada de decises
distribuio do trabalho
programa de trabalho
Sistema de comunicao
8.0 - Cronograma
9.0 - Oramento
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
52
Dossier preliminar
Dossier de apresentao
Objetivos pedaggicos - Plano de curso
Concepo do material
Reviso lingustica
Formao dos Tutores
Pr-teste
Reviso e correo
Concepo grfica
Produo
Difuso
Implementao
Avaliao
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