LIVRO 2 - Deus Não Age Diretamente Sobre A Matéria
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mas ento o respeito humano reprimia esse sentimento como sendo indigno de um
soldado.
5. H Espritos que sentem prazer em ver essas cenas de carnificina? - R.
Poucos.
6. Que sentimento experimentam, com essa viso, os Espritos de uma ordem
superior? - R. Grande compaixo; quase desprezo. O que vs mesmos experimentais
quando vedes animais se dilacerarem entre si.
7. Assistindo a um combate, e vendo os homens morrerem, sois testemunha da
separao da alma e do corpo? - R. Sim.
8. Nesse momento, vedes dois indivduos: o Esprito e o corpo? - R. No; que ,
pois, o corpo? - Mas o corpo no est menos ali, e deve ser distinto do Esprito? - R. Um
cadver, sim; mas no mais um ser.
9. Que aparncia tem, para vs, o Esprito nesse momento? -R. Leve.
10. O Esprito se afasta imediatamente do corpo? - Consenti em nos descrever,
eu vos peo, to explicitamente quanto possvel as coisas tais quais se passam, e que a
vejamos como se lhes fssemos testemunhas - R. H poucas mortes inteiramente
instantneas; a maior parte do tempo o Esprito, cujo corpo acaba de ser ferido por uma
bala comum ou uma bola de canho, se diz: eu vou morrer, pensemos em Deus,
sonhemos com o cu, adeus, Terra que eu amei. Depois desse primeiro sentimento, a dor
vos arranca de vosso corpo, e ento que se pode distinguir o Esprito que se move ao
lado do cadver. Isso parece to natural que a viso, do corpo morto, no produz
nenhum efeito desagradvel. Estando toda a vida transportada para o Esprito, s ele
chama a ateno; com ele que se conversa, ou a ele que se dirige.
Nota. - Poder-se-ia comparar esse efeito ao que produz um grupo de banhistas; o
espectador no presta ateno s roupas que eles deixaram beira d'gua.
11. Geralmente, o homem surpreendido por uma morte violenta, durante algum
tempo, no se cr morto. Como se explica sua situao, e como pode iludir-se, uma vez
que deve bem sentir que seu corpo no mais material, resistente? - R. Ele o sabe, e no
tem iluso.
Nota. - Isso no perfeitamente exato; sabemos que os Espritos se iludem em
certos casos, e que no se crem mortos.
12. Uma violenta tempestade manifestou-se no fim da batalha de Solferino; foi
por uma circunstncia fortuita ou por um fim providencial? - R. Toda circunstncia
fortuita o fato da vontade de Deus.
13. Essa tempestade tinha um objetivo, e qual era ele? - R. Sim, certamente:
parar o combate.
14. Foi provocado no interesse de uma das partes beligerantes e qual? - R. Sim,
sobretudo para os nossos inimigos.
- Por que isso? Podeis nos explicar mais claramente? - R. Perguntais-me por
qu? Mas no sabeis que, sem essa tempestade, nossa artilharia no deixaria escapar um
Austraco?
15. Se essa tempestade foi provocada, deveu ter agentes; quais eram esses
agentes? - R. A eletricidade.
16. o agente material; mas h Espritos tendo em suas atribuies a conduo
dos elementos? - R. No, a vontade de Deus basta; no h necessidade de ajudas assim
comuns.
(Ver mais adiante o artigo sobre as tempestades.)
AS TEMPESTADES. - PAPEL DOS ESPRITOS NOS FENMENOS
NATURAIS.
(Sociedade, 22 de julho de 1859).
1. (A Fr. Arago.) Nos foi dito que a tempestade de Solferino tivera um objetivo
providencial, e se nos assinala vrios fatos desse gnero, notadamente em fevereiro e
junho de 1848. Essas tempestades, durante os combates, tinham um fim anlogo? - R.
Quase todas.
2. O Esprito interrogado a esse respeito nos disse que s Deus agia, nessas
circunstncias, sem intermedirios. Permiti-nos algumas perguntas a esse respeito, e
rogamos consentirdes em resolver com a vossa clareza habitual.
Concebemos, perfeitamente, que a vontade de Deus seja a causa primeira, nisto
como em todas as coisas, mas sabemos tambm que os Espritos so seus agentes. Ora,
uma vez que sabemos que os Espritos tm uma ao sobre a matria, no vemos
porque, alguns dentre eles, no teriam uma ao sobre os elementos, para agit-los,
acalm-los ou dirigi-los. - R. Mas evidente; isso no pode ser de outro modo; Deus
no se entrega a uma ao direta sobre a matria; ele tem seus agentes devotados em
todos os graus da escala dos mundos. O Esprito evocado no falou assim seno por um
conhecimento menos perfeito dessas leis, como das da guerra.
Nota. A comunicao do oficial, narrada acima, foi obtida no dia 1 de julho;
esta no ocorreu seno no dia 22 e por um outro mdium; nada, na questo, indica a