Enterocolite Necrosante
Enterocolite Necrosante
Enterocolite Necrosante
ENTEROCOLITE NECROSANTE
patologia multifatorial
isquemia intestinal, leso da mucosa, edema, ulcerao e
passagem de ar ou bactrias pela parede da vscera
distenso abdominal, vmitos biliosos e hematoquesia,
capaz de evoluir para peritonite, pneumoperitneo e
choque.
doena dos sobreviventes: maior frequncia em pacientes
que sobreviveram s vrias intercorrncias iniciais do
perodo neonatal, como episdios de hipxia e quadros
infecciosos, e j se encontravam num perodo de
reabilitao.
Epidemiologia
prevalncia mdia de 7% entre os RN de 500 a 1500g, com estimativa
de taxa de morte entre 20-30%
O tempo de aparecimento inversamente proporcional idade
gestacional ao nascer, em mdia nos menores de 32 semanas ocorre na
3 semana de vida, nos de 32-36 semanas, na 2 semana e nos maiores
de 36 semanas, na 1 semana de vida
A mortalidade varia de 10 a 50%, mas a forma de progresso rpida
tem mortalidade de praticamente 100%
Em 37% dos casos necessrio tratamento cirrgico, 40-50%, podem
apresentar gangrena intestinal ou perfurao. A necessidade de
cirurgia aumenta para 61% nos menores de 1000g.
FISIOPATOLOGIA
histria de evoluo neonatal precoce complicada
imaturidade da barreira mucosa, a isquemia intestinal, a
dieta nutritiva precoce e a colonizao intestinal
Associada prematuridade, apnia, baixo peso, asfixia
choque endotxico ou hipovolmico, persistncia do canal
arterial, todos os fatores que levam m irrigao
mesentrica.
O sofrimento mesentrico crnico nos RN que
apresentaram centralizao fetal intra-uterina solicita
maior cautela no incio e progresso da dieta.
FISIOPATOLOGIA
O uso de indometacina precoce (nas primeiras 48
horas de vida), principalmente em RN abaixo de 27
semanas ou abaixo de 800g associa-se com
aumento da incidncia de ECN com perfurao
intestinal.
A indometacina tem um efeito vasoconstritor
seletivo na vasculatura mesentrica, diferente do
ibuprofeno, que outro inibidor no seletivo da
cicloxigenase.
FISIOPATOLOGIA
A prematuridade e a colonizao bacteriana do trato
gastrintestinal por bactrias patognicas
A imunodeficincia sistmica e local permite o
supercrescimento bacteriano e a invaso da mucosa
mecanismos bacterianos da leso intestinal : a ao das
endotoxinas sobre os macrfagos, com a liberao do fator
de necrose tumoral-alfa, estmulo produo do fator de
ativao plaquetria (PAF), alm da fermentao
intraluminal de lactose, com aumento de H2 e isquemia
relativa da mucosa.
Qualquer fator que provoque a perda da integridade da
mucosa intestinal pode determinar a bacteremia.
FISIOPATOLOGIA
Prematuros apresentam um padro anmalo de
colonizao, que tende a persistir por muito tempo. Em
sua flora predominam enterococos, enterobacter, E. coli,
estafilococos, estreptococos, clostridium, bacteroides
Alm de serem expostos precocemente flora
hospitalar, os pequenos prematuros em geral demoram
a ser alimentados e fazem uso de antibiticos de largo
espectro
A terapia emprica inicial prolongada de antibiticos
associa-se a uma incidncia duas vezes maior de sepse
precoce, enterocolite necrosante ou morte e quase 3
vezes a de sepse tardia sozinha.
FISIOPATOLOGIA
** Dieta : aumento rpido do volume alimentar, o uso de
frmulas artificiais e de dietas hiperosmolares favorecem a
ECN, mas a dieta trfica precoce apresenta-se como fator
protetor da mucosa, facilitando a colonizao por
microorganismos comensais, o amadurecimento dos
sistemas enzimticos e o crescimento do tubo digestivo
FISIOPATOLOGIA
QUADRO CLNICO
Geralmente se inicia com distenso abdominal, aumento de
resduos gstricos, vmitos biliosos, queda do estado geral,
sinais toxmicos e presena de sangue nas fezes (oculto ou
mesmo como enterorragia); comum a presena de fleimo
periumbilical, que se estende pelo abdmen na instalao da
peritonite, a qual geralmente se associa com septicemia,
coagulao intravascular disseminada, choque sptico e
acidose metablica persistente.
Sua clnica se confunde com muitas outras entidades, e at a
pneumatose, sinal radiolgico tido como patognomnico,
pode ocorrer tambm na enterocolite por megaclon ou na
gastrenterite severa.
ACOMPANHAMENTO
TRATAMENTO CLNICO
sonda orogstrica aberta
Cobertura antibitica de amplo espectro;
associao de agentes eficazes contra bactrias
anaerbicas (Metronidazol EV)
Manuteno adequada da perfuso por expanso
intravascular com soluo cristalide, plasma ou
sangue total e/ou uso de drogas vasoativas.
Correo dos distrbios hidreletrolticos e cidobsico.
TRATAMENTO CLNICO
Tratamento da coagulao intravascular disseminada,
quando instalada, com uso de hemoderivados
O suporte nutricional depende da severidade da ECN.
Para o RN com suspeita clnica, manter nutrio
parenteral e cessar a nutrio enteral por 2-3 dias e ento
reavaliar: Se no h pneumatose intestinal nem sangue nas
fezes e houve melhora da distenso abdominal, pode-se
reiniciar a nutrio enteral com leite humano
Nos casos de ECN avanada (pneumatose
intestinal/peritonite/perfurao), a dieta zero mantida
por pelo menos 10 dias e a nutrio parenteral por 10-14
dias, ou at que se atinja a nutrio enteral satisfatria.
TRATAMENTO
- INDICAO CIRRGICA (40 - 50% dos casos)
Deteriorao clnica
Choque endotxico/sepse persistente (apesar do tratamento);
Pneumoperitnio, gs no sistema venoso portal
Paracentese com lquido pardacento ou bacterioscopia positiva (mtodo
de GRAM)
Ala fixa em estudo radiolgico seriado
Sinais clnicos de peritonite avanada / gangrena, hiperemia da parede
abdominal, massas palpveis
Severa hemorragia digestiva
Severa trombocitopenia
Nas cirurgias, tenta-se preservar a vlvula ileocecal. As medidas
teraputicas baseiam-se nos critrios de estadiamento de Bell
modificados, apresentados no quadro abaixo.
COMPLICAES
sndrome do intestino curto (5-10% dos casos)
- A ECN a maior causa de sndrome do intestino curto nos
pacientes peditricos. A mdia total de custos para os
cuidados por um perodo de 5 anos para uma criana com
sndrome do intestino curto tem sido estimada em
aproximadamente 1,5 milhes de dlares
estreitamentos (h estenose cicatricial em 10-35% )
conseqncias da nutrio parenteral, como a colestase
Problemas no neurodesenvolvimento chegam a ocorrer em
50% dos casos.
PREVENO
leite materno, cru
minimizar a associao do uso de indometacina e
corticide ps- natal
cuidado no uso de drogas com ao na circulao
mesentrica, de antibioticoterapia emprica precoce e
de bloqueadores H2 nos prematuros extremos.
preciso avaliar individualmente cada recm-nascido,
iniciando precocemente a dieta trfica, mas respeitando
a tolerncia alimentar do prematuro, especialmente
aquele que apresentou centralizao fetal, com
progresso cautelosa da dieta nos pacientes de risco
Intake of Own Mother's Milk during the First Days of Life Is Associated with Decreased Morbidity
and Mortality in Very Low Birth Weight Infants during the First 60 Days of Life.
Corpeleijn WE, Kouwenhoven SM, Paap MC, van Vliet I, Scheerder I, Muizer Y, Helder OK, van
Goudoever JB, Vermeulen MJ.
Neonatology. 2012 Aug 24;102(4):276-281
PREVENO
O leite materno, especialmente o da prpria me, e administrado cru, a dieta de es
24