Sraffa Labini Bain

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NOTAS DE AULA - 1o SEMESTRE DE 2008

<< 1a. VERSO - PARCIAL>>


TPICO 1
INTRODUO AO ESTUDO DA ECONOMIA INDUSTRIAL

Definio do objeto e escopo do estudo da Economia Industrial


-

Estudo dos condicionantes do crescimento das firmas e seus efeitos sobre a


configurao e evoluo das estruturas industriais
Estudo dos fatores determinantes da formao das diferentes estruturas industriais e
suas transformaes ao longo do tempo
Estudo das estratgias competitivas e como elas afetam o desempenho das firmas e
a prpria estrutura da indstria
Entender como as firmas tomam decises num ambiente caracterizado por incerteza
e informao imperfeita (limitada)
Anlise do papel da inovao/progresso tcnico como fator-chave na explicao do
desempenho das firmas e evoluo/transformao das estruturas industriais

Pressupostos bsicos da Economia Industrial e da


Microeconomia neoclssica: demarcando as diferenas
Microeconomia
Neoclssica

* Paradigma do equilbrio/esttica
* Racionalidade maximizadora/agentes
maximizadores
* Informao perfeita/ausncia de
incerteza
* Concorrncia definida em termos do
mecanismo de preos/hiptese da mo
invisvel ou mercados eficientes
* Adota o conceito de firma
representativa/ modelo de equilbrio
parcial

Economia
Industrial

* Economia evolucionria/dinmica
* Racionalidade procedimental/
escolhas satisfacing
* Informao imperfeita/incerteza
fraca ou forte
* Concorrncia definida como um
processo e entendida como rivalidade
entre capitais
* Adota o pressuposto da
diversidade/ inexistncia de firma
representativa/ custos
representativos.... etc

Verso Pigoniana
da teoria de
Marshall

Remete Marx e
Schumpeter

Das crticas microeconomia neoclssica ao desenvolvimento


do estudo da economia industrial: refazendo o percurso histrico
PONTO DE PARTIDA: A CRTICA DE SRAFFA TEORIA MARSHALLIANA DA CONCORRNCIA
A crtica de Sraffa se concentrou em dois pontos:
1) A curva de demanda infinitamente elstica (horizontal) da firma em concorrncia
perfeita
Sraffa argumenta que:
- A firma possui uma curva de demanda descendente, de modo que maiores
quantidades de venda somente podem ser conseguidas s custas de redues de preo
(ou maiores despesas com vendas), expressando a existncia de preferncias por parte
dos consumidores.
- Por outro lado, uma vez que se admita que a firma exera algum poder de controle
sobre o preo de venda do produto, no necessariamente uma queda da demanda
implicar numa queda proporcional dos preos: os preos tendem a ser rgidos para
baixo, conforme demonstrado pela curva de demanda quebrada, de Paul Sweezy.
A concluso de Sraffa:
-

As firmas influenciam o preo de venda dos seus produtos, e o fazem tomando em


conta as preferncias dos consumidores e, sobretudo, as condies de concorrncia.

Expressando essa relao inversa entre quantidade vendida e preo, que se d tambm
ao nvel da firma individual, a curva de demanda desta ltima ser negativamente
inclinada em relao ao preo.

2) A curva de custo mdio em formato de U, expressando a hiptese de que em regra a


firma estaria sujeita lei dos rendimentos fsicos marginais decrescentes, sendo este o
principal obstculo expanso da produo.
Sraffa argumenta que:
- Marshall estendeu indevidamente a aplicao da lei dos rendimentos fsicos
marginais decrescentes (que na elaborao de Ricardo seria aplicada agricultura) para
toda e qualquer produo, ao mesmo tempo em que, tambm indevidamente,
desconsiderou a nfase atribuda pela teoria de Smith possibilidade de rendimentos
crescentes na produo.
-

A existncia de economias de escala uma evidncia significativa no mundo da

produo: um grande nmero de firmas opera em condies de custos mdios


decrescentes, na faixa relevante de produo, vale dizer, correspondente a um
determinado grau planejado de utilizao da mxima capacidade produtiva.
A concluso de Sraffa:
-

O crescimento da firma tende a ser limitado pelas condies de mercado (fatores


relacionados demanda) e no apenas ou determinantemente pelas condies de
produo (custos).

CRTICA DE

SRAFFA

INCONSISTNCIA INTERNA DO MODELO

MARSHALLIANO

DE

EQUILBRIO PARCIAL

Argumenta que:
- A aceitao da hiptese de que a curva de custo mdio da firma tem formato de U
implica na negao da hiptese de equilbrio do mercado em condio de equilbrio
parcial.
A explicao a seguinte:

A idia de equilbrio parcial s se sustenta na condio de completa independncia


entre as funes de preos e custos das firmas: nenhuma firma pode afetar ou ser
afetada pelas condies de produo e demanda das outras.

A curva em formato de U pressupe a ocorrncia de custos marginais e mdios


crescentes ( a partir de determinado nvel de produo), o que tende a repercutir sobre
as condies de custos de algumas outras firmas: a menos que se admita que toda e
qualquer firma consome sozinha a oferta total de um determinado insumo, e ainda, que
este insumo no entra na composio de custos de qualquer outra firma o que parece
uma hiptese pouco realista.

A RESPOSTA DA MICROECONOMIA NEOCLSSICA S CRTICAS DE SRAFFA


- CEDER OS ANIS PARA NO PERDER OS DEDOS.
Esta resposta veio mais forte atravs dos modelos de Concorrncia Imperfeita (Joan
Robinson, 1933) ou Monopolstica (Edward Chamberlin, 1933).
O significado essencial dos modelos propostos por esses autores:
O objetivo era formular uma teoria da concorrncia que tivesse ao mesmo tempo o rigor
dos modelos da concorrncia perfeita e do monoplio e que, por outro lado, permitisse
incorporar algo das crticas de Sraffa, no caso, sua proposio quanto existncia de
preferncias entre os consumidores.

Como isto foi feito?


Assumindo a hiptese de que os produtos so no-homogneos (existe diferenciao de
produtos).
Mas assumindo tambm que as curvas de demanda e de custos seriam iguais para todos
os produtos (firmas) do grupo (conjunto de firmas que produzem bens substitutos entre si).
O que implica supor que:
- Diferenas entre os produtos no acarretam qualquer diferena de custos;
- As preferncias dos consumidores so uniformemente distribudas entre os vrios
produtos (firmas) do grupo.

Onde se queria chegar?


Continuar adotando modelos de equilbrio parcial e que atendam o critrio de
maximizao de lucro da firma no longo prazo.

A diferena desses modelos em relao ao modelo de concorrncia perfeita est em que,


como contrapartida da diferenciao de produtos, o equilbrio ocorre com excesso de
capacidade produtiva.

A REAFIRMAO DAS CRTICAS DE SRAFFA ATRAVS DA CRTICA DE

NICHOLAS KALDOR

DA AUTO-CRTICA DE JOAN ROBINSON

Qual foi a crtica de Kaldor?


Questionou a hiptese de que as curvas de demanda e de custos sejam uma s para
todas as firmas do grupo (indstria).
O argumento:
- Cada firma tem um conjunto pequeno de rivais (efetivos ou potenciais) mais prximos,
que lhe afeta e a quem afeta de forma significativa, o que joga por terra a possibilidade
de solues do tipo equilbrio parcial.
A auto-crtica de Joan Robinson
Passou em revista e apontou as insuficincias da sua prpria teoria (da concorrncia
imperfeita)
- Maximizao de lucro como o objetivo nico da firma
- Desconsiderao das outras formas de concorrncia que no a concorrncia via
preos
- O foco na determinao do equilbrio ao invs dos condicionantes do crescimento
da firma
A concluso de Robinson
-

Faz-se necessrio abandonar os pressupostos neoclssicos da firma e do mercado e


colocar em seu lugar uma teoria no-ortodoxa e centrada no oligoplio Sraffa
concluiu nos mesmos termos o seu artigo de 1926...

Fundamentos tericos da Economia Industrial


INOVAO E DESEQUILBRIO DEFINEM O

CONCEITO DE CONCORRNCIA

A concepo Schumpeteriana da concorrncia


Ponto de partida da teoria de Schumpeter
Mostrar que o capitalismo um sistema fundamentalmente evolutivo que se movimenta
sob o impulso das inovaes

A proposio central
O processo de destruio criadora o fenmeno essencial do capitalismo.
As inovaes revolucionam incessantemente a estrutura econmica, a partir de dentro
do sistema a mudana tecnolgica endgena e dinmica.

O conceito de Concorrncia que vem de Schumpeter


A concorrncia se caracteriza pela busca permanente de diferenciao por parte dos
capitalistas, por meio de estratgias deliberadas, tendo em vista a obteno de vantagens
competitivas que proporcionem lucros extraordinrios.
Implica na busca permanente por novos espaos econmicos e oportunidades lucrativas.
A diferenciao ao invs da igualao entre agentes o resultado lgico da
concorrncia capitalista.

A CONCORRNCIA ENTENDIDA COMO UM PROCESSO GERADOR DE ASSIMETRIAS


ENTRE OS AGENTES ECONMICOS

Por que a concorrncia capitalista deve ser vista como um processo dinmico?
O capitalismo um sistema evolutivo que nunca pode ficar estacionado.
Trata-se de um sistema em constante transformao sob o impulso incessante da
destruio criativa.
Porque a concorrncia capitalista um processo gerador de assimetrias?
A conservao e ou ampliao da posio de mercado conquistada pela empresa depende

da capacidade de se diferenciar das concorrentes, adotando estratgias que resultem em


vantagens competitivas em relao a estas ltimas.
. Os lucros monoplicos apropriados pela empresa sero tanto maiores quanto maior a
sua capacidade de criar diferenciao na concorrncia.
Comparando os dois conceitos de concorrncia:

A concorrncia na teoria econmica ortodoxa opera homogeneizando as condies


de produo entre os agentes

Descreve o funcionamento da concorrncia capitalista sob as hipteses de livre entrada e


condies invariveis de produo e de formas de organizao industrial.

A concorrncia na teoria Schumpeteriana geradora de assimetrias entre os agentes


econmicos

A concorrncia opera fundamentalmente atravs da criao de novas mercadorias, novos


mercados, novas tecnologias, novas formas de organizao do trabalho e da produo,
alm da descoberta e /ou explorao de novas fontes de oferta de insumos, novos mercados
consumidores ... etc.

COMPLEXIDADE, INCERTEZA E RACIONALIDADE LIMITADA COMO ELEMENTOS


NORTEADORES DO PROCESSO DE TOMADA DE DECISO PELAS FIRMAS

Ao invs da racionalidade maximizadora da teoria neoclssica, a economia industrial se


orienta pelo conceito de racionalidade procedimental ou limitada, originalmente proposto,
nestes termos, por Herbert Simon.

INTRODUZINDO A QUESTO
O conceito de racionalidade econmica diz respeito s motivaes e aos objetivos que
orientam o comportamento humano na esfera das decises econmicas. Serve ao propsito
de responder questes relacionadas ao processo de tomada de deciso, tais como:
Como as empresas decidem, na prtica, as questes relacionadas ao mundo dos negcios?
Quais os parmetros que servem de base ao processo de tomada de decises pelas
empresas?
Qual o tipo de racionalidade subjacente s decises empresariais?

As teorias da Deciso podem ser agrupadas em duas principais categorias:


Certeza: teorias em que se pressupe que quem decide possuem conhecimento completo e
exato das conseqncias de cada possvel alternativa de escolha;
Incerteza: teorias que pressupem que as conseqncias de cada alternativa se enquadram
num subconjunto de todas as conseqncias possveis, no possuindo, o agente que toma a
deciso, elementos para prever com probabilidades definidas todas as possveis
consequncias associadas sua escolha.
No caso de Certeza, uma vez definida a ordem de preferncia do agente, a escolha tornase perfeitamente definida;
No caso de Incerteza, supe-se que o clculo probabilstico possa ser prejudicado
(incerteza fraca) ou mesmo inviabilizado (incerteza forte), a depender das condies do
ambiente econmico e/ou da percepo que tenha dele os agentes econmicos:
- Escolher-se- a alternativa cujo pior conjunto de consequncias seja prefervel ao piores
conjuntos de conseqncias das demais alternativas como no h como fazer uma
escolha tima, escolhe-se a melhor alternativa possvel, ou a menos ruim: eis a idia de
escolhas satisfatrias (satisfacing) ao invs de otimais.
A RACIONALIDADE MAXIMIZADORA (TEORIA NEOCLSSICA) PRESSUPE CERTEZA
A hiptese assumida pela teoria de que o agente econmico faz escolhas timas, num
ambiente perfeitamente definido, onde todas as variveis relevantes ao processo de deciso
esto dadas e so plenamente conhecidas:
i) parte-se de uma funo-objetivo definida: maximizao da utilidade/lucro;
ii) parte-se de um conjunto dado de alternativas que representa o universo de todas as
possibilidades de escolha;
iii) supe-se que todas as consequncias associadas a cada uma das alternativas de escolha
sejam conhecidas;
iv) supe-se que seja possvel ordenar todas as possveis alternativas de escolhas e suas
respectivas conseqncias.

A racionalidade maximizadora ou substantiva ser empregada naquelas situaes em


que as variveis /informaes necessrias tomada de deciso sejam, todas elas, dadas, de
conhecimento do agente tomador de decises e passveis de serem computadas.
-

Segundo Simon (confira no texto 03), tais condies, postuladas pela teoria
neoclssica, existem apenas como uma idealizao terica, no como situaes reais.

A RACIONALIDADE PROCEDIMENTAL OU LIMITADA (TEORIA HETERODOXA) PRESSUPE


INCERTEZA

- Escolhas sob a hiptese de INCERTEZA vale o critrio de racionalidade limitada


ou procedimental (procedure rationality) no h como fazer escolhas maximizadoras
sob nenhuma condio: as escolhas sero necessariamente apenas satisfatrias
A proposio central:
Em ambientes econmicos complexos e/ou caracterizados pela presena de algum grau de
incerteza, o critrio de racionalidade maximizadora da teoria neoclssica padro no se
aplica, tomando lugar o critrio de Racionalidade Procedimental:
- A racionalidade procedimental ser empregada naquelas situaes em que o
conhecimento das variveis /informaes necessrias tomada de deciso limitado ou
cuja obteno implique em custos de informao muito elevados.
Hiptese bsica:
Na impossibilidade de se fazer escolhas timas, o processo de deciso governado pela
busca de alternativas que propiciem resultados satisfatrios.
Pressupostos comportamentais da racionalidade procedimental:
Os agentes econmicos sofrem limitaes em sua capacidade de obter e processar
informaes, bem como de aprender e resolver problemas. Suas motivaes e impulsos so
condicionados por tais limitaes;
Como no existe, por parte do agente econmico, o conhecimento e domnio plenos da
realidade, a racionalidade envolve sempre um elemento de subjetividade.
Todo o processo decisrio humano, seja no ntimo de cada indivduo, seja na
organizao, ocupa-se da descoberta e seleo de alternativas satisfatrias; somente em
casos excepcionais preocupa-se com a descoberta e seleo de alternativas otimais

(Herbert Simon)
Comparando os padres de escolhas otimais versus satisfatrios
A escolha ser tima:
a) quando houver padres de escolha que permitam a identificao e comparao dos
custos e benefcios de todas as alternativas;
b) quando a alternativa escolhida for prefervel, de acordo com esses padres, a todas as
demais.
A escolha ser satisfatria:
a) quando houver padres de escolha que estabeleam os requisitos mnimos aceitao de
uma alternativa como sendo satisfatria;
b) quando a alternativa em causa preencher ou exceder todos esses requisitos mnimos.

GUISA DE CONCLUSO
A teoria neoclssica padro descreve o comportamento decisrio das firmas nos termos de
um comportamento racional maximizador: a racionalidade em questo do tipo substantiva
e pressupe Certeza.
No mundo real das empresas, a possibilidade de solues timas ou maximizadoras la
teoria neoclssica algo improvvel, uma vez que estas pressupem hipteses muito
simplificadoras da realidade: i) conhecimento perfeito; ii) ausncia de incerteza; iii)
capacidade de clculo do agente econmico ilimitada.
Ao invs da busca de solues timas, encontraremos, na prtica, como regra, a busca
de solues satisfatrias.

TPICO 2
PADRES DE CONCORRNCIA E DINMICA INDUSTRIAL OLIGOPLICA

O estudo do oligoplio: enfoques neoclssico e da


Economia Industrial
COMEANDO PELA TEORIA DA FIRMA E DO MERCADO

NO MODELO NEOCLSSICO PADRO

REVISO

Previses do modelo neoclssico: aplicveis concorrncia perfeita ou aproximadamente


perfeita
O curto prazo
Supondo um mercado perfeitamente competitivo, e dados a tecnologia, os preos dos
fatores de produo e o preo de venda do produto no mercado, a firma escolher empregar
a quantidade de fatores (capital e mo-de-obra) e produzir a taxa de produto que
maximizem o lucro.
Condio p/ maximizao do lucro: CMg = RMg = P LMXIMO
Condio p/ lucro mximo e custo mnimo.: CMg = CME = RMg = RME = P
O longo prazo
Supe-se que a firma possa escolher entre diferentes tecnologias e que ajustar o
tamanho da planta (mudando a escala de produo) e a taxa de produto de modo a operar
no ponto de custo mdio mnimo de longo prazo.
- A curva de custo mdio de longo prazo definida como o custo unitrio mnimo de
produo a qualquer taxa possvel de produto.
A taxa de produto encontrada no ponto de custo mdio mnimo de longo prazo e
corresponde ao tamanho de planta que resulta no menor custo unitrio possvel de ser
obtido na produo de um dado bem mxima eficincia produtiva.

Hipteses assumidas pelo modelo neoclssico com relao FIRMA


- Todas as alternativas de produo so dadas e conhecidas, como tambm o so os custos e
os benefcios a elas associadas.

- A funo-utilidade da firma definida exclusivamente em termos do objetivo da


maximizao do lucro.
- A maximizao do lucro define a condio de ponto de equilbrio da produo da firma.
- Os fatores de produo so perfeitamente substituveis entre si, no limite, em doses
infinitesimais: princpio da substituio.
- As firmas so tomadoras de preos (price-takers)
- As condies da produo e da demanda de um bem so consideradas independentes,
tanto entre si como da oferta e da demanda de todas as outras mercadorias: aplica-se a
clusula ceteris paribus e o critrio de anlise de equilbrio parcial

Hipteses implcitas ao modelo Neoclssico


A racionalidade que orienta as decises tomadas no mbito da firma do tipo utilitaristamaximizadora
As variveis de mercado (preos, demanda, tecnologia ...

etc) e as condies de

concorrncia so dadas, permanecem imutveis e tem-se delas pleno conhecimento.


TEORIAS DO OLIGOPLIO SOB O ENFOQUE DA TEORIA NEOCLSSICA
Ponto de partida: modelos de Cournot e Edgworth
Desenvolvimentos recentes: Teoria dos jogos
- Uma das principais fraquezas das primeiras teorias neoclssicas do oligoplio ( inspiradas
em Cournot e Edgworth) est na maneira pela qual elas tratam o problema da
interdependncia entre as firmas, em particular, o fato de suporem que as firmas nunca
aprendem com a experincia
A teoria dos jogos, por sua vez, encara o problema da interdependncia ou interao entre
as firmas, mas o faz considerando exclusivamente a tica da estratgia: o resultado uma
interminvel cadeia de ao e reao sem que se consiga estabelecer relaes causais mais
generalizveis entre as variveis estudadas.
TEORIAS DO OLIGOPLIO SOB O ENFOQUE HETERODOXO

Uma definio de oligoplio compatvel com este enfoque

Estrutura de mercado em que poucas grandes empresas detm o controle de parcela


expressiva do mercado e exercem influncia determinante sobre a estrutura, a conduta e o
desempenho das firmas na indstria e as condies de concorrncia.

Fundamentos da teoria do oligoplio sob o enfoque heterodoxo


- As decises de produo e preos tomadas por uma firma devem levar em conta as
condies de custos e preos, bem como a provvel reao competitiva das outras firmas;
- A conduta competitiva de uma firma afeta e afetada pela conduta das firmas
concorrentes, com efeitos tambm sobre a evoluo da indstria;
- A impossibilidade de prever com exatido as reaes das firmas rivais e mudanas nas
condies de demanda torna inopervel o conceito de racionalidade maximizadora;
- A concentrao industrial um fenmeno intrnseco dinmica capitalista. Seus efeitos
sobre a estrutura da indstria e o desempenho das firmas, criando ou aumentando o poder
de mercado das maiores empresas, tendem a ser cumulativos e irreversveis.

O MODELO ESTRUTURA-CONDUTA-DESEMPENHO E SUA CRTICA


Formulado a partir da idias de Mason, posteriormente retomadas e aprofundadas pelos
modelos de oligoplio de Sylos-Labini e Joe Bain, o modelo ou paradigma estruturaconduta-desempenho estabelece uma relao causal e unidirecional entre estrutura da
indstria, conduta (estratgia) e desempenho das firmas.

O PARADIGMA ESTRUTURA-CONDUTA-DESEMPENHO

ESTRUTURA DE MERCADO
Nmero e tamanho das firmas
Tamanho e composio da demanda
Natureza do produto
Barreiras entrada e sada
Tecnologias
Estruturas de custo

CONDUTA
Estratgia de preos
Estratgia de produto e propaganda
Gastos em Pesquisa e Desenvolvimento
Polticas de Inovao
Estratgias institucionais: relaes com o governo, etc

DESEMPENHO
Microeconmico
Custos
Taxa de lucro
Market-share

Macroeconmico
Eficincia produtiva e alocativa
Progresso tcnico
Emprego

Fonte: Adaptado de Scherer e Ross (1990).

OS

MODELOS DE OLIGOPLIO DE JOE BAIN E PAOLO SYLOS-LABINI: PONTOS EM COMUM

Anlise da estrutura da indstria, luz do paradigma estrutura-condutadesempenho;

nfase no papel da concorrncia efetiva (Paolo Sylos-Labini) e potencial (Joe


Bain) como foras co-reguladoras dos preos e da produo;

Foco na anlise dos efeitos da concentrao do mercado sobre a conduta de preos,


o desempenho econmico das firmas oligoplicas e a condio de estabilidade da
indstria.

O MODELO DE OLIGOPLIO DE SYLOS-LABINI


O ponto de partida de Sylos-Labini : a crtica ao Princpio do Custo Total
O princpio do custo total (PCT) estabelece que os preos em mercados oligoplicos so
determinados pelos custos de produo. Esta hiptese foi inicialmente sistematizada por
Hall e Hicth (1939) e depois aprofundada por Kalecki, dando origem a uma classe de
abordagens sobre formao de preos, que hoje responde pela denominao de formao
de preos pelo critrio de cost-plus.
Segundo o PCT, a firma oligoplica fixa o preo de venda do produto tomando como base
os custos diretos unitrios, acrescentados de uma margem que permita cobrir os custos
indiretos unitrios e possibilite uma taxa convencional de lucro.
P = U + qU + qU
U = custos diretos unitrios (matrias primas + salrios)
qU = custo indireto unitrio (K/X) (equipamentos + instalaes)
qU = lucro unitrio (definido com base na taxa convencional de lucro para o setor)
Fazendo q + q= q
Podemos simplificar a equao acima, reescrevendo-a como
P=U+qU
Onde

q = representa

o mark-up adicionado aos custos diretos com o objetivo de

recuperar os custos indiretos unitrios e garantir a taxa convencional de lucro para o


setor.

Exemplo:
Sendo:
Quantidade produzida/ms = X = 60
Custo direto total (matrias primas + salrios) = U = 80$
Custo indireto total (equipamentos + instalaes) = K = 120$

Lucro unitrio definido com base na taxa convencional de lucro para o setor = 20%
sobre os custos totais unitrios
Tem-se que:
Custo direto unitrio = U/X = 1,3
Custo indireto unitrio = K/X = 2
Lucro unitrio = 20% sobre os custos totais unitrios = (1,3 + 2 = 3,3) = 3,3 x 1,2 = 0,66
P = U + qU + qU
P = 1,3 + 2 + 0,66
P = 3,96
Mark-up (q) = P U = 3,96- 1,3 =

= 2,66 = 2,04 [o preo (3,96) supera em 204 % o

custo direto unitrio (1,3)]


U

1,3

1,3

Principais fatores explicativos dos preos pela frmula do PCT


-

O poder de mercado ou grau de monoplio da firma determina a

capacidade da firma de administrar o seu mark-up e, por conseqncia, o preo de


venda do seu produto.
-

A presso do mercado: quanto mais intensa a concorrncia efetiva ou

potencial mais provvel que a firma se incline para uma poltica mais cautelosa de
repasse de variaes dos custos para os preos (mark-up).
O PCT explica como a firma, diante de variaes dos custos diretos unitrios, e tomando
por base o mark-up j definido, pode rapidamente chegar ao novo preo de venda, mas
no consegue explicar como se determinou a denominada taxa convencional de lucro
para o setor.
O PCT no explica o que determina o poder de mercado ou grau de monoplio da
firma.

Ponto de partida da abordagem de Sylos-Labini


-

A distino entre formao do preo pela empresa e determinao do preo

da indstria oligoplica

A hiptese de que a determinao do preo em oligoplio um problema de

longo prazo, cuja soluo remete a anlise da estrutura, conduta e desempenho das
firmas na indstria.
-

Sylos-labini aborda a determinao do preo em oligoplio sob uma

perspectiva estrutural, propondo que o problema se resolve, primeiramente, no


mbito da indstria como um todo, para s ento analis-lo no mbito das firmas
individuais, com foco em suas estratgias de preos.

Hipteses e conceitos operacionais do modelo de Sylos-labini


Os elementos que definem a estrutura da indstria so:
-

Extenso absoluta do mercado (capacidade de oferta da indstria)

Capacidade de absoro do mercado (elasticidade da demanda)

Distribuio das vendas entre as empresas que compem a indstria

(market-share)
SEJA A INDSTRIA X COMPOSTA POR:
A) 20 pequenas

produo por empresa (100)

B) 02 mdias

produo por empresa (1000)

produo total B (2000)

C) 01 grande

produo por empresa (8000)

produo total C (8000)

Capacidade de oferta da indstria


SEJA

--------------------------------

(12000)

A ESTRUTURA DE CUSTOS E RECEITAS DA INDSTRIA DADA POR:

Produo
(por

Custo Fixo
Total Unitrio

empresa)
X
A) 100

Custo

Custo Total

B) 1.000

Preo

Varivel

Receita

Taxa de

Total

Lucro (%)
PX (K+

unitrio
K

K/X

100

V
17,5

T = K + VX
1.850

(PEQ)

(MED)

produo total A (2000)

2.000

16,0

18.000

PX

VX) / K+VX

20,0

2.000

8,1

19,5

1.950

5,4

19,4

1.940

3,0

20,0

20.000

11,1

19,5

19.500

8,3

C) 8.000

24.000 3

14,0

136.000

(GRA)

19,4

19.400

7,8

19,2

19.200

6,7

20,0

160.000

17,6

19,5

156.000

14,7

19,4

155.200

14,1

19,2

153.600

12,9

Exemplificando o modelo de preos de Sylos-Labini


Sendo o Preo Mnimo (definido para cada dado tamanho de empresa) dado por:
Pm = (k/x + v) (1 + Sm)
OBS: O preo mnimo definido como o preo que possibilita a cada dado tamanho de
empresa cobrir os seus custos totais unitrios e obter uma determinada taxa mnima de
lucro (Sm) . No exemplo, considera-se que Sm = 5%
Onde:
k = custo fixo ou indireto unitrio;
x = quantidade produzida;
v = custo varivel ou direto unitrio;
Sm = taxa de lucro mnima, assim definida em termos de uma taxa convencional
Sendo: Preo inicial (Pin) = 20,0; D = 1; Sm = 5%
Aplicando a frmula do preo mnimo:
Pm = (k/x + v) (1 + Sm) aos dados da tabela acima, tem-se como resultado:

PREOS

MNIMO

A) empresas PEQ

19,4

B) empresas MED

18,9

C) empresas GRA

17,8

A definio da estratgia de preos compete s empresas lderes da indstria e envolve


trs possibilidades:

O modelo supe que a condio de EMPRESA LDER seja exclusividade da


GRANDE EMPRESA

Supe que a Grande Empresa exerce liderana de preo e que as demais empresas
so seguidoras de preos.

ALTERNATIVAS DE ESTRATGIAS DE PREOS EM OLIGOPLIO


(Possveis condutas da Grande Empresa lder de preo)

- PREO MNIMO: manter o preo ao nvel correspondente obteno da taxa mnima


de lucro, correndo o risco de induzir a entrada de novas empresas (pequenas e mdias)
na indstria.
-

PREO DE EXCLUSO: impedir a entrada de novas empresas na indstria, devendo,


para tanto, manter o preo a um nvel inferior ao que garanta a estas empresas a
obteno da taxa mnima de lucro.

PREO

DE

EXPULSO: expulsar empresas j em operao na indstria, devendo,

para tanto, manter o preo a um nvel inferior ao custo direto daquelas empresas.

No exemplo que estamos trabalhando:


PREOS

MNIMO

EXCLUSO

EXPULSO

A) empresas PEQ

19,4

19,3

17,4

B) empresas MED

18,9

18,8

15,9

C) empresas GRA

17,8

17,7

13,9

APRESENTAO-SNTESE DO

MODELO DE SYLOS-LABINI

O problema estudado por Sylos-Labini:


Como se determina o preo de longo prazo numa indstria oligoplica?
Qual a noo de equilbrio apropriada para se estudar esse tipo de estrutura de mercado?
As respostas dadas pelo modelo de preos de Sylos-Labini:
O preo ser determinado para a indstria em seu conjunto, tomando em conta as
variveis que definem a estrutura tcnico-produtiva da indstria, e numa perspectiva de
longo prazo.
O modelo afirma que o preo determinado para a indstria oligoplica ser um preo de
equilbrio se e somente se, a esse dado preo, nenhuma empresa for atrada para ou
expulsa da indstria.
Uma vez determinado esse preo estrutural, aplica-se integralmente a regra do
princpio do custo total enquanto um meio eficiente de recomposio da condio de
equilbrio de preos da indstria e/ou definio de estratgias de preos e de mark-up.
No curto prazo: aplica-se a frmula do PCT:
Qual tende a ser o comportamento de preos de curto prazo da empresa oligoplica?
Em que situaes espera-se que a empresa seja levada a modificar os seus preos de
venda?
(A)

Alteraes nos custos diretos que atinjam todas as empresas da indstria tendem a
ser rapidamente repassadas para os preos: a empresa usa a frmula P = V + QV para
fazer este ajuste de preos.
(B) Alteraes moderadas ou temporrias na demanda no tendem
a ser
automaticamente repassadas para os preos, ao contrrio, possivelmente os preos sero
mantidos estveis.
A tendncia geral dos preos de que eles se situem em um nvel acima do preo de

excluso das empresas menores e relativamente menos eficientes: a guerra de preos no


tende a ser a regra em oligoplio.
Quando interessar grande empresa conviver com empresas menores?
Quando no ser interessante uma poltica agressiva de preos?
O critrio bsico ser a avaliao do espao econmico de mercado que se abriria

com a expulso vis--vis a capacidade produtiva de uma nova unidade produtiva da grande
empresa.

Quando interessar grande empresa expulsar empresas menores estabelecidas na

indstria?
Ceteris paribus, uma maior extenso absoluta do mercado, ao comportar mais plantas
produtivas de maior tamanho, torna mais provvel uma poltica agressiva de preos por
parte das grandes empresas .

Concluses gerais do modelo de sylos-labini

A estrutura de custos da indstria definida com referncia ao porte da empresa;


Empresas de maior porte operam com custos unitrios de produo mais baixos: efeito

economias de escala

Identifica-se a existncia na indstria de diversas taxas de lucros em correspondncia s

diversas estruturas de custos


As empresas de maior porte auferem taxas mais elevadas de lucros
Os lucros mais elevados das grandes empresas so de carter estrutural, ou seja, so
no-friccionais.

O nvel de barreiras e/ou o grau de dificuldade de ingresso na indstria se expressa no

tamanho da margem de lucro (preo / custos) da firma mais bem posicionada na indstria:
a firma que opera com maior vantagem absoluta de custos.
O modelo supe que a firma lder de custos ser tambm a que desempenhar o papel

de lder de preos na indstria: as outras firmas devero se guiar por ela.

O preo de equilbrio da indstria de carter pluriderteminado:


Partindo-se de uma dada estrutura inicial da indstria chega-se a um dado preo de

equilbrio para a indstria;


Sendo outros os dados do ponto de partida e/ou supondo que alguma modificao em
qualquer um dos dados iniciais, tem-se incio uma nova trajetria de determinao do
preo de equilbrio da indstria.

As trajetrias de equilbrio so irreversveis em sua determinao e seus efeitos sobre a

estrutura e o desempenho da indstria.

Hipteses simplificadoras do modelo de Sylos-Labini

Uma empresa j instalada na indstria que quiser ampliar sua capacidade de produo,
ou uma concorrente potencial que pretender ingressar na indstria, somente o podero
fazer adotando o mtodo de produo (tecnologia) j existente e apropriado ao porte
econmico, escala de produo atual da empresa : O MODELO EXCLUI A
POSSIBILIDADE DE INOVAES TECNOLGICAS
Cada empresa somente se expande criando novas instalaes iguais quelas j em
operao: O MODELO DECONSIDERA A POSSIBILIDADE DE A EMPRESA
(ENTRANTE OU ESTABELECIDA) CONSIDERAR VANTAJOSO OPERAR
COM UMA PLANTA DE MENOR TAMANHO

Supe que se novas empresas vierem a entrar no mercado, aquelas que j esto operando
mantero o mesmo nvel de produo anterior entrada: O MODELO EXCLUI A

POSSIBILIDADE DE ALIANAS OU FUSES ENTRE AS EMPRESAS - Esta


hiptese conhecida como o postulado de Sylos

O MODELO DE OLIGOPLIO DE JOE BAIN: CONCORRNCIA POTENCIAL,


BARREIRAS ENTRADA E A TEORIA DO PREO-LIMITE

Tal com o modelo de Sylos-Labini, o modelo de Joe Bain integra a famlia de modelos de
oligoplio baseados no paradigma E-C-D, o qual estabelece que as variveis de resultado
operacional (desempenho) das empresas dependem das condutas (estratgias) por elas
adotadas, sendo ambas condicionadas pelos parmetros estruturais (estrutura) da indstria.
O modelo de Joe Bain se destaca pela considerao de duas principais hipteses:
- A intensidade da ameaa entrada, ou seja, a presso exercida pela concorrncia
potencial, tambm um importante elemento co-regulador dos preos e das quantidades
produzidas na indstria, condicionando a conduta e o desempenho das firmas estabelecidas;
- O grau de dificuldade/facilidade de ingresso de novas firmas na indstria, que se expressa
no nvel de barreiras entrada que caracteriza a indstria, determinado em funo das
vantagens competitivas (aqui entendidas em termos de vantagens de custos) que as firmas
estabelecidas
possuem
frente
s
firmas
potenciais
entrantes.

FATORES DETERMINANTES DE BARREIRAS ENTRADA

(OU FONTES DE VANTAGENS COMPETITIVAS DAS EMPRESAS ESTABELECIDAS)

Vantagem absoluta de custos


a) vantagem com relao ao acesso aos fatores de produo ( preo ou qualidade desses
fatores)
b) vantagem no que tange ao acesso ao mercado de capitais.
c) controle do acesso tecnologia e/ou tecnologias que no podem ser imitadas/copiadas.
Vantagem por Diferenciao de produtos
a) Preferncias estabelecidas dos consumidores (fidelidade marca; credibilidade do
produto, etc).
b) Elevado montante de gastos requeridos com publicidade e marketing, e cuja recuperao
pressupe vendas em grande escala.
c) Canais de distribuio j consolidados e/ou prticas a eles associados que limitam o
acesso do consumidor a eventuais novos produtos oferecidos por outras (novas) empresas.
Vantagens por Economias de Escala
a) Existncia de tcnicas ou equipamentos mais eficientes associados a escalas de
produo mais elevadas;
b) Economia de custos administrativos associada a escalas de produo e/ou distribuio
mais elevadas;
c) Economias de aprendizado associadas maior especializao do trabalho derivada da
produo em grande escala.

Elevados requerimentos de capital para fazer face ao investimento inicial (barreiras


de capital)
a) Quando as empresas estabelecidas possuem alguma vantagem no acesso s condies
de financiamento
b) Quando necessrio um grande volume de capital para permitir a entrada na indstria.

Economias de escala
Ocorre quando o aumento da escala de produo implica em reduo do custo por unidade
produzida
Economias de escopo
Ocorre quando a produo de mais de um bem numa mesma instalao produtiva implica
numa reduo do custo unitrio de produo ou distribuio de cada bem individual.

A teoria do preo-limite de Joe Bain


Hipteses bsicas do modelo do preo-limite
1) A empresa potencial entrante avalia que haja incentivo entrada se for possvel obter
lucro econmico puro (extraordinrio) imediatamente aps a entrada.
2) A condio de entrada (E) medida pela margem sobre os custos mdios de longo
prazo que as empresas estabelecidas podem incluir no preo sem atrair ou induzir a
entrada de novas empresas
E = Preo /CmeLp
Ex: Preo = 10 e Cmelp = 5 ;
A margem que define (E) = 100%
3) (E) ser tanto maior quanto maiores forem as vantagens de custos da empresa
estabelecida mais favorecida em relao empresa potencial entrante mais favorecida.
4) O valor da condio de entrada nos leva definio do preo-limite (PL): o maior
nvel de preo que, excedendo o preo competitivo (PC), pode ser estabelecido e
mantido pela indstria, no longo prazo, sem atrair ou induzir entrada de novas
empresas.
Algebricamente: E = PL PC
ou PL = PC (1 + E)
PC
5) O nvel de barreiras entrada na indstria ser avaliado pela distncia entre o preolimite (PL) e o preo competitivo (PC; que corresponde ao custo mdio mnimo de longo
prazo): PL PC.

A condio de entrada e a conduta de preos da indstria segundo a


teoria do preo-limite
CONDIES DE ENTRADA (E) PREVISTAS PELO MODELO DE BAIN:
1. ENTRADA FCIL
Quando no h como impedir a entrada.

As empresas estabelecidas no possuem qualquer vantagem de custos sobre a empresa potencial entrante.
Prevalece o preo competitivo (PC)
. 2.ENTRADA INEFICAZMENTE IMPEDIDA
Quando h estmulo para fixar o preo acima do nvel correspondente ao preo-limite, induzindo a
entrada.
As empresas estabelecidas possuem pouca vantagem competitiva em relao s potenciais entrantes. O preo
que impede a entrada (PL) possibilita lucros relativamente menores que os obtidos fixando-se o preo
acima desse nvel (impeditivo a entrada):

3. ENTRADA EFICAZMENTE IMPEDIDA

Quando no h motivo para querer fixar o preo acima do nvel do preo-limite.


As empresas estabelecidas possuem significativa vantagem competitiva em relao s
potenciais entrantes; o preo que impede a entrada (PL) possibilita lucros mais elevados
do que os que seriam obtidos com o estabelecimento de um preo mais elevado, o qual
induzisse a entrada de novas firmas:
4. ENTRADA BLOQUEADA

Quando no h, nem mesmo no curto prazo, nenhum estmulo para elevar o preo a
um nvel que induza a entrada.
As vantagens competitivas das empresas estabelecidas so to significativas que mesmo o
preo que impede entrada superior quele que maximizaria os lucros das empresas
estabelecidas mais favorecidas:

ANALISANDO OS EFEITOS DA CONDIO DE ENTRADA


Elementos bsicos para se pensar os efeitos da condio de entrada sobre as empresas e
estruturas de mercado:
Eficincia tcnica (custos)
Eficincia alocativa (preos)
Grau de estabilidade/ instabilidade dos mercados: a condio de equilbrio da indstria
...

O MODELO PROPE QUE A AVALIAO DESSES EFEITOS DEVE CONSIDERAR TRS


FATORES DETERMINANTES:

1)
O valor da condio de entrada, ou seja, a margem de lucro expressa na distncia:
PL PC
<< Maior a distncia PL PC

Mais a indstria se afasta da condio de concorrncia perfeita >>

2) A fonte de barreiras entrada: se esta envolve ou no significativas economias de


escala
<< Mais fortes as economias de escala

3)

Maior necessidade de impedir a entrada para garantir eficincia


em custos >>

O grau de concentrao atingido pela indstria


<< Mais concentrada a indstria
<< Mais concentrada a indstria

Mais provvel manter a condio de estabilidade >>


Mais provvel prticas coordenadas de preos >>

O modelo ECD afirma que um mercado no qual as empresas tm poder de decidir o


preo cobrado pelos produtos vendidos, este e as margens de lucro sero tanto maiores:
(I) Quanto mais as condutas das empresas estabelecidas apresentarem um grau elevado
de coordenao (ex. acordos tcitos, liderana de preos ou cartelizao)
<< estruturas concentradas padro de ao coletiva >>
<< estruturas atomsticas aes independentes >>
(II)

Quanto menos elevada for a exposio destas empresas concorrncia


potencial, ou seja, quanto menor a ameaa de entrada de novos concorrentes.

AVALIAO CRTICA DOS


E-C-D

MODELOS DE OLIGOPLIO BASEADOS NO PARADIGMA

Contribuies dos modelos


Relacionar a determinao do preo com o elemento de barreiras estruturais
entrada;
Introduzir a anlise da importncia da concorrncia potencial como fator codeterminante da estratgia e desempenho das firmas na indstria;
Deslocar o eixo da teoria dos preos do curto para o longo prazo.

LIMITAES DOS MODELOS


Enfoque reducionista das estratgias competitivas: consideram apenas a estratgia de
preos.
Enfoque simplista dos fatores que explicam as estratgias de preos das empresas: tudo
se resolve na motivao da maximizao do lucro.
O papel da inovao tecnolgica como principal fora transformadora capaz de afetar as
barreiras entrada ... a estrutura da indstria ..... o desempenho das firmas ..., no
devidamente considerado.
Estratgias competitivas baseadas em relaes contratuais de cooperao entre-firmas
no so consideradas.

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