Precalculo 1

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1

Nmeros reais

Antes de ler o captulo


Sugerimos ao leitor que revise
as quatro operaes aritmticas elementares: soma, subtrao, multiplicao e diviso;
os nmeros negativos;
a representao decimal dos
nmeros.

1.1

Nesse captulo, revisamos alguns conceitos fundamentais da aritmtica e lgebra, com


o propsito preparar o leitor para os captulos que esto por vir. Os tpicos aqui
abordados so aqueles indispensveis para que se possa compreender a matemtica
cotidiana, ou seja, aquela que usamos quando vamos ao supermercado ou ao banco,
ou quando lemos um jornal, por exemplo.
A aritmtica elementar o ramo da matemtica que trata dos nmeros e de suas
operaes. Por ser a base sobre a qual so erguidos os demais ramos, seu conhecimento imprescindvel para a compreenso da maioria dos tpicos da matemtica.
J na lgebra elementar, uma parte dos nmeros representada por outros smbolos,
geralmente letras do alfabeto romano ou grego.
provvel que voc j domine grande parte dos conceitos aritmticos e algbricos
aqui apresentados. Ainda que seja esse o caso, no deixe de fazer uma leitura rpida
das sees, para refrescar sua memria. Ao final da reviso, voc deve estar preparado
para trabalhar com nmeros reais, fraes, potncias e razes.

Conjuntos de nmeros

Deixamos para o prximo captulo a


apresentao dos principais conceitos
associados a conjuntos. Por hora,
suficiente conhecer os principais conjuntos numricos.

Os nmeros usados rotineiramente em nossas vidas so chamados nmeros reais.


Esses nmeros so divididos em diversos conjuntos, cada qual com uma origem e um
emprego especfico.
Ao homo sapiens de pocas remotas, por exemplo, os nmeros serviam apenas
para contar aquilo que era caado, ou coletado como alimento. Assim, para esse
homem rudimentar, bastavam os nmeros naturais:
1; 2; 3; 4; 5; . . .

Voc sabia?
Em muitas culturas antigas, s
os nmeros 1, 2 e 3 possuam
nomes especficos. Qualquer
quantidade acima de trs era
tratada genericamente como
muitos. Mas os egpcios, h
milhares de anos, j possuam
hieroglifos particulares para representar nmeros entre 1 e
9.999.999 na forma decimal.

Os nmeros naturais tambm esto associados ao conceito de nmeros ordinais,


que denotam ordem ou posio (primeiro, segundo, terceiro, ...).
O conjunto dos nmeros naturais representado pelo smbolo N.
Um membro de um conjunto de nmeros chamado elemento do conjunto. Dizemos, portanto, que o nmero 27 um elemento do conjunto de nmeros naturais.
A Tabela 1.1 fornece a notao usada para indicar a relao de pertinncia entre um
nmero a qualquer e um conjunto numrico S.
Alguns autores consideram o zero um nmero natural, enquanto outros preferem
no inclu-lo nesse conjunto. Esse livro segue a segunda vertente, considerando que
0 N.
Quando aplicadas a nmeros naturais, algumas operaes geram nmeros naturais. Assim, por exemplo, quando somamos ou multiplicamos dois nmeros naturais,

Captulo 1. Nmeros reais

Tabela 1.1: Notao de pertinncia a conjunto.


Notao

Significado

Exemplos

aS

a um elemento de S.
a pertence a S.

132 N
9756431210874 N

aS

a no um elemento de S.
a no pertence a S.

12,5 N
1 N

sempre obtemos outro nmero natural. Entretanto, o mesmo no ocorre quando subtramos 100 de 50. Ou seja, para que a subtrao sempre possa ser feita, precisamos
dos nmeros negativos e do zero.
Na prtica, o zero costuma ser usado como um valor de referncia, e os nmeros
negativos representam valores inferiores a essa referncia. Quando usamos, por exemplo, a escala Celsius para indicar a temperatura, o zero representa a temperatura de
congelamento da gua, e os nmeros negativos correspondem a temperaturas ainda
mais frias.
Considerando todos os nmeros que podem ser gerados pela subtrao de nmeros
naturais, obtemos o conjunto dos nmeros inteiros
. . . ; 5; 4; 3; 2; 1; 0; 1; 2; 3; 4; 5; . . .
O conjunto dos nmeros inteiros representado pelo smbolo Z.

Observe que todo nmero inteiro


tambm racional, pois pode ser escrito como uma frao na qual o denominador igual a 1.
Se voc no est familiarizado com a
manipulao de fraes, no se preocupe, pois retornaremos ao assunto
ainda nesse captulo.

Note que todo nmero natural tambm um nmero inteiro, mas o contrrio no
verdade.
Apesar de serem suficientes para que efetuemos a subtrao de nmeros naturais,
os nmeros inteiros ainda no permitem que definamos outras operaes, como a
diviso. Para que mais essa operao seja feita com quaisquer nmeros inteiros,
definimos outro conjunto, composto pelos nmeros racionais.
O termo racional deriva da palavra razo que, em matemtica, denota o quociente entre dois nmeros. Assim, todo nmero racional pode ser representado pela
diviso de dois nmeros inteiros, ou seja, por uma frao na qual o numerador e o
denominador so inteiros. Alguns nmeros racionais so dados a seguir.
1
= 0,2
5
4
= 1,333...
3

3
= 0,3
10

6
=6
1

3
= 0,375
8

1
= 0,142857142857...
7

Os exemplos acima ilustram outra caracterstica dos nmeros racionais: a possibilidade de represent-los na forma decimal, que pode ser finita como observamos para
1
3 6
, 10
, 1 e 38 ou peridica como exibido para 43 e 17 . O termo peridico indica que,
5
apesar de haver um nmero infinito de algarismos depois da vrgula, estes aparecem
em grupos que se repetem, como o 3 em 1,333..., ou 142857 em 0,142857142857...
O conjunto dos nmeros racionais representado pelo smbolo Q.

Ateno
Lembre-se de que a diviso de
um nmero por zero no est
definida, de modo que no podemos escrever 05 , por exemplo.

Infelizmente, os nmeros racionais ainda no so suficientes para


representar alguns nmeros com os quais trabalhamos com frequncia, como 2 ou . Nmeros
como esses so chamados irracionais, pois no podem ser escritos como a razo de
dois nmeros inteiros.
A forma decimal dos irracionais infinita e no peridica, ou seja, ela inclui
um nmero infinito de algarismos, mas esses no formam grupos que se repetem.
Assim, no possvel representar exatamente um nmero irracional na forma decimal,
embora seja possvel apresentar valores aproximados, que so indicados nesse livro
pelo smbolo . Assim, so igualmente vlidas as expresses
3,1416

3,1415926536.

Seo 1.1. Conjuntos de nmeros

Trataremos com maior detalhe as ra

zes como 2 e 3 na Seo 1.10.

Nmeros irracionais populares, acompanhados de algumas de suas aproximaes


decimais, so apresentados abaixo.

2 1,4142136
3 1,7320508
log2 (3) 1,5849625

e 2,7182818

Exemplo 1. O nmero
Quando dividimos o comprimento de uma circunferncia pela medida de seu dimetro, obtemos um nmero constante (ou seja, um valor que no depende da circunferncia em questo), representado pela letra grega (l-se pi).
No computador
O Wolfram Alpha (disponvel
em www.wolframalpha.com)
um mecanismo gratuito que facilita a resoluo de problemas
matemticos.
Usando o Alpha, podemos
determinar uma aproximao
para com qualquer preciso
(finita). Por exemplo, a aproximao com 100 algarismos
3,1415926535897932384626433
832795028841971693993751058
209749445923078164062862089
98628034825342117068.

comprimento da circunferncia
.
dimetro da circunferncia

Figura 1.1: Uma circunferncia e seu dimetro.

Exemplo 2. Diagonal de um quadrado de lado inteiro


Suponha queum quadrado tenha lados com 1 m de comprimento. Nesse caso, sua
diagonal mede 2 m, um nmero irracional. Alm disso, como veremos posteriormente, todo quadrado com lado inteiro tem diagonal
de medida irracional (a medida

da diagonal ser sempre o produto do lado por 2).

Figura 1.2: Um quadrado cujo lado mede 1 m.


Unindo o conjunto dos nmeros racionais ao conjunto dos nmeros irracionais,
obtemos o conjunto dos nmeros reais.
O conjunto dos nmeros reais representado pelo smbolo R.

Figura 1.3: O conjunto dos nmeros reais e seus subconjuntos.

A Figura 1.3 mostra os nmeros reais e os conjuntos que o formam (que so


chamados subconjuntos de R).
possvel realizar qualquer operao de adio, subtrao e multiplicao entre
nmeros reais. Tambm possvel realizar a diviso de qualquer nmero real por outro
nmero diferente do zero. A seguir, revisaremos as propriedades dessas operaes.

Captulo 1. Nmeros reais

Exerccios 1.1
1. Indique quais frases abaixo so verdadeiras.
a)
b)
c)
d)

Todo nmero real racional.


Todo nmero natural real.
Todo nmero inteiro natural.
Todo nmero racional pode ser escrito como uma
frao na qual o numerador e o denominador so
naturais.
e) Todo nmero irracional real.
f) Todo nmero natural racional.

2. Fornea dois exemplos de

d) nmeros irracionais;
e) nmeros reais que no so naturais.
3. Dentre os nmeros reais
5,3

5
8,75

10000000

2
3
125,666...

632
75

indique quais so

a) nmeros naturais;
b) nmeros inteiros;
c) nmeros racionais negativos;

a) naturais;
b) inteiros;

c) racionais;
d) irracionais.

Respostas dos Exerccios 1.1


1.

2.

1.2

a) F
b) V

c) F
d) F

a) Por exemplo, 123 e 13489.


b) Por exemplo, -3 e 250.

e) V
f) V

3.

c) Por exemplo, 4/3 e 0,255.

d) Por exemplo, 3 2 e 4.
e) Por exemplo, 1 e 0,5.

a) Naturais: 10000000 e 4.

b) Inteiros: 2, 10000000 e

4.

c) Racionais: 5,3, 2, 10000000,

8,75, 4 e 125,666...

d) Irracionais: 5 e 32 .

632
75 ,

Soma, subtrao e multiplicao de nmeros reais


Uma das caractersticas mais importantes dos serem humanos a capacidade de abstrao. Exercitamos essa capacidade o tempo inteiro, sem nos darmos conta disso.
Quando algum diz flor, imediatamente reconhecemos do que se trata. Compreendemos o significado desse termo porque j vimos muitas flores, e somos capazes de
associar palavras aos objetos que conhecemos, sem dar importncia, por exemplo,
espcie da planta (begnia, rosa, antrio, calanchoe, orqudea, cravo, hortnsia, gernio, margarida, violeta etc). Se no empregssemos essa generalizao, escolhendo
uma nica palavra para representar a estrutura reprodutora de vrias plantas, seramos incapazes de dizer frases como darei flores no dia das mes.
Na matemtica, e na linguagem matemtica, a abstrao ocorre em vrios nveis,
e em vrias situaes. O uso de nmeros naturais para contar objetos diferentes a
forma mais simples e antiga de abstrao. Outra abstrao corriqueira consiste no
uso de letras, como a, b, x e y para representar nmeros. Nesse caso, a letra serve
apenas para indicar que aquilo a que ela se refere pode ser qualquer nmero. Assim,
ao escrevermos
a+b
para representar uma soma, indicamos que essa operao vlida para dois nmeros
a e b quaisquer, que suporemos reais. Alm disso, a prpria escolha das letras a e b
arbitrria, de modo que, a mesma soma genrica poderia ter sido escrita na forma
w + v.
O leitor deve ter sempre em mente que, ao trabalhar com letras, est trabalhando
com os nmeros que elas representam, mesmo que, no momento, esses nmeros no te-

Seo 1.2. Soma, subtrao e multiplicao de nmeros reais

nham sido especificados. Vejamos um exemplo no qual definimos a rea e o permetro


de um retngulo mesmo sem conhecer seus lados.

Exemplo 1. Permetro e rea de um retngulo


Suponha que um retngulo tenha arestas (lados) de comprimento b e h. Nesse
caso, definimos o permetro, P , do retngulo como a soma dos comprimentos das
arestas, ou seja
P = b + b + h + h = 2b + 2h.
Observe que usamos o sinal = para definir o termo P que aparece sua esquerda.
Definimos tambm a rea, A, do retngulo como o produto
A = b h.

Figura 1.4: Um terreno retangular.

Dadas essas frmulas para o permetro e a rea, podemos us-las para qualquer
retngulo, quer ele represente um terreno cercado, como o da Figura 1.4, quer um
quadro pendurado na parede. No caso do terreno, o permetro corresponde ao comprimento da cerca, enquanto o permetro do quadro fornece o comprimento da moldura.
Embora no tenhamos dito explicitamente, fica subentendido que as medidas b e
h devem ser nmeros reais maiores que zero.

A precedncia das operaes e o uso de parnteses


Para calcular uma expresso aritmtica envolvendo as quatro operaes elementares,
preciso seguir algumas regras bsicas. Em primeiro lugar, deve-se efetuar as multiplicaes e divises, da esquerda para a direita. Em seguida, so efetuadas as somas
e subtraes, tambm da esquerda para a direita.
Como exemplo, vamos calcular a expresso 25 8 2 + 15 5.
25 8 2

+ 15

25

+ 15 3

16

25
16

9
+
5

14
Quando desejamos efetuar as operaes em outra ordem, somos obrigados a usar
parnteses. Nesse caso, a expresso que est entre parnteses calculada em primeiro
lugar, como mostra o exemplo a seguir.
5 (10 3) = 5 7 = 35.

7

Ateno
No se esquea de incluir um
par de parnteses (ou colchetes, ou chaves) quando quiser
indicar que uma operao deve
ser efetuada antes de outra que,
normalmente, lhe precederia.

Se no tivssemos usado os parnteses nesse exemplo, teramos que efetuar a multiplicao antes da soma, de modo que o resultado seria bastante diferente:
5 10 3 = 50 3 = 47.

50

Um exemplo mais capcioso dado abaixo. Como se v, na expresso da esquerda,


os parnteses indicam que a multiplicao deve ser efetuada antes da diviso. J na

Captulo 1. Nmeros reais

expresso da direita, que no contm parnteses, a diviso calculada em primeiro


lugar.
100 (2 5)
100 2 5


100 10
50 5

10
250
Por outro lado, permitido usar parnteses em situaes nas quais eles no seriam
necessrios. Como exemplo, a expresso
100 (75 5) + (12 6)
equivalente a
Na calculadora
As calculadoras cientficas modernas permitem o uso de parnteses. Efetue a conta ao
lado em sua calculadora, substituindo as chaves e os colchetes por parnteses, e verifique
se voc obtm o mesmo resultado.

100 75 5 + 12 6.

Podemos escrever expresses mais complicadas colocando os parnteses dentro de


colchetes, e estes dentro de chaves, como no exemplo abaixo.
5 {3 [(20 4) (9 7) + 2] + 6} = 5 {3 [16 2 + 2] + 6}
= 5 {3 10 + 6}
= 5 36
= 180.

Propriedades da soma e multiplicao


Foge ao objetivo desse livro definir as operaes aritmticas elementares, que supomos
conhecidas pelo leitor. Entretanto, nos deteremos nas propriedades dessas operaes,
nem sempre bem exploradas no ensino fundamental.
Comecemos, ento, analisando as propriedades mais importantes da soma e da
multiplicao.

Propriedades da soma e da multiplicao


Suponha que a, b e c sejam nmeros reais.
Propriedade

Exemplo

1. Comutatividade da soma
a+b=b+a

2+3=3+2

2. Associatividade da soma
(a + b) + c = a + (b + c)

(2 + 3) + 5 = 2 + (3 + 5)

3. Comutatividade da multiplicao
ab=ba

15 9 = 9 15

4. Associatividade da multiplicao
(ab)c = a(bc)

(4 3) 6 = 4 (3 6)

5. Distributividade
a(b + c) = ab + ac

5(12 + 8) = 5 12 + 5 8

A propriedade comutativa da multiplicao pode ser facilmente compreendida se


considerarmos, por exemplo, duas possibilidades de dispor as carteiras de uma sala
de aula. Como ilustrado na Figura 1.5, no importa se formamos 4 fileiras com 7
carteiras ou 7 fileiras de 4 carteiras, o nmero total de carteiras ser sempre 28, ou
seja
4 7 = 7 4 = 28.

Seo 1.2. Soma, subtrao e multiplicao de nmeros reais

(a) 4 fileiras de 7 carteiras.

(b) 7 fileiras de 4 carteiras.

Figura 1.5: Duas formas de organizar 28 carteiras em uma sala.


A Propriedade 5, formalmente conhecida como propriedade distributiva, popularmente chamada de regra do chuveirinho, porque costuma ser apresentada na forma
a (b + c) = a b + a c.
O problema abaixo, que tambm envolve assentos, mostra uma aplicao dessa
propriedade.

Problema 1. Contagem das poltronas de um auditrio


Um pequeno auditrio formado por dois conjuntos de poltronas, separados por
um corredor, como mostra a Figura 1.6. Determine o nmero de poltronas da sala.

Figura 1.6: Poltronas de um auditrio.

Soluo.
Podemos contar as poltronas de duas formas diferentes. A primeira delas consiste em

Captulo 1. Nmeros reais

contar as poltronas de cada grupo, e depois som-las. Nesse caso, temos


8 6 + 8 4 = 48 + 32 = 80.

esquerda

direita

A segunda maneira consiste em multiplicar o nmero de fileiras pelo nmero de


poltronas de cada fileira, ou seja,
8 (6 + 4) = 8 10 = 80.
Como o nmero de poltronas o mesmo, no importando o mtodo usado para
cont-las, conclumos que
8 (6 + 4) = 8 6 + 8 4,
que exatamente aquilo que diz a propriedade distributiva.
Apesar de simples, a propriedade distributiva costuma gerar algumas dvidas,
particularmente pela m interpretao do significado dos parnteses. Alguns erros
comuns so apresentados na Tabela 1.2.
Tabela 1.2: Aplicaes incorretas da propriedade distributiva.
Expresso

Errado

Correto

2 (5 7)

2 5 + 2 7 = 24

2 (35) = 70

4 + (15 + 5)

4 + 15 + 4 + 5 = 28

4 + 15 + 5 = 24

9 + (10 8)

9 10 + 9 8 = 162

9 + 80 = 89

5 (3 + 2 x)

5 3 + 5 2 5 x = 15 + 50x

5 3 + 5 2x = 15 + 10x

34+6

3 4 + 3 6 = 30

12 + 6 = 18

Observe que, nos trs primeiros exemplos, h um sinal de multiplicao dentro dos
parnteses, ou um sinal de soma fora dos parnteses, de modo que a propriedade distributiva no pode ser aplicada. No quarto exemplo, deve-se perceber que o produto
de 5 por 2 x fornece, simplesmente, 5 2 x = 10x. Finalmente, a expresso do ltimo
exemplo no contm parnteses, de modo que a multiplicao deve ser efetuada antes
da soma, como vimos pgina 5, no cabendo o uso da propriedade distributiva.
Voltaremos a essas dificuldades quando tratarmos das expresses algbricas. Vejamos, agora, alguns exerccios um pouco mais complicados sobre a Propriedade 5.

Problema 2. Propriedade distributiva


Aplique a propriedade distributiva s expresses abaixo.
a) 6(3 + 5x 8y).

b) 5[4 + 2(x + 3)].

Soluo.
No problema (a), h uma soma de
trs termos dentro dos parnteses.
Nesse caso, o valor 6 multiplicado
por todos os termos.
J no problema (b), a propriedade
distributiva aplicada duas vezes,
uma considerando os termos entre
colchetes, e outra incluindo os termos
entre parnteses.

a)

6(3 + 5x + 8y) = 6 3 + 6 5x + 6 8y
= 18 + 30x + 48y.

b)

5[4 + 2(x + 3)] = 5 4 + 5 2(x + 3)


= 20 + 10(x + 3)
= 20 + 10x + 30
= 50 + 10x.

Seo 1.2. Soma, subtrao e multiplicao de nmeros reais

A propriedade distributiva tambm muito usada na direo contrria quela


apresentada nos Problemas 1 e 2, ou seja,
Se a, b e c forem nmeros reais, podemos substituir ab + ac por a(b + c).
Voltaremos a por termos em evidncia ao tratarmos da fatorao de expresses algbricas, na Seo 2.9.

No se esquea de que, nesse exemplo, as letras x, y, z, s e t representam nmeros reais.

Quando essa substituio feita, dizemos que o termo a posto em evidncia.


Esquematicamente, temos
a c + a b = a (b + c).

Exemplo 2. Pondo nmeros em evidncia


a) 10x + 10y = 10(x + y)
b) 3x + 3 = 3(x + 1)
c) 5x + xy = x(5 + y)

Observe que 15 = 5 3 e 25 = 5 5.

d) 15x + 25 = 5(3x + 5)

Observe que 8 = 2 4.

e) 8s 2t = 2(4s t)
f) 7xy 7yz = 7y(x z)
Agora, tente o exerccio 4.

O nmero 0 (zero) chamado elemento neutro da soma, pois, se a um nmero


real, ento
Em uma soma, podemos eliminar as
parcelas iguais a 0.

a + 0 = a.

Exemplo: 37 + 0 = 37.

De forma anloga, o nmero 1 (um) chamado elemento neutro da multiplicao, pois, se a um nmero real, ento
Em um produto, podemos eliminar
os fatores iguais a 1, mas no aqueles iguais a 0.

a 1 = a.

Exemplo: 128 1 = 128.

Pode parecer intil definir esses elementos neutros mas, como veremos nesse e
nos prximos captulos, eles so muito empregados na simplificao de expresses e
equaes.

Nmeros negativos
Todo nmero real a possui um nmero oposto, ou simtrico, a, tal que a + (a) = 0.
Assim,
O nmero 3 o simtrico de 3, pois 3 + (3) = 0.
O nmero 3 o simtrico de 3, pois (3) + 3 = 0.
Observe que a operao de subtrao equivale soma de um nmero pelo simtrico
do outro, ou seja,
a b = a + (b).
Usando essa equivalncia, pode-se mostrar que a propriedade distributiva se aplica
subtrao:

a(b c) = ab ac.

10

Captulo 1. Nmeros reais

As principais propriedades dos nmeros negativos esto resumidas no quadro a


seguir.

Propriedades dos nmeros negativos


Suponha que a e b sejam nmeros reais.
Propriedade

Exemplo

1. (1)a = a

(1)32 = 32

2. (a) = a

(27) = 27

3. (a)b = a(b) = (ab)

(3)4 = 3(4) = (3 4) = 12

4. (a)(b) = ab

(5)(14) = 5 14 = 70

5. (a + b) = a b

(7 + 9) = 7 9 = 16

6. (a b) = a + b = b a

(10 3) = 10 + 3 = 3 10 = 7

A primeira propriedade nos diz que, para obter o simtrico de um nmero, basta
trocar o seu sinal, o que corresponde a multiplic-lo por 1. A segunda propriedade
indica que o simtrico do simtrico de um nmero a o prprio a. Usando essas duas
propriedades, bem como as propriedades da soma e da multiplicao apresentadas na
subseo anterior, podemos provar facilmente as demais.
Para provar a primeira parte da propriedade 3, escrevemos
(a)b = [(1) a] b

Propriedade 1.

= [a (1)] b

Propriedade comutativa da multiplicao.

= a [(1) b]

Propriedade associativa da multiplicao.

= a (b)

Propriedade 1.

J a propriedade 6 pode ser deduzida por meio do seguinte raciocnio:


(a b) = (1) (a b)

Propriedade 1.

= (1)a (1)b

Propriedade distributiva da multiplicao.

= (a) (b)

Propriedade 1.

= a + b

Propriedade 2.

= b + (a)

Propriedade comutativa da soma.

=ba

Subtrao como a soma do simtrico.

Exemplo 3. Trabalhando com nmeros negativos


a) (1)12 + 30 = 12 + 30 = 30 12 = 18
b) 52 (10,5) = 52 + 10,5 = 62,5
c) 70 + (5)6 = 70 30 = 40
d) 70 (5)6 = 70 (30) = 70 + 30 = 100
e) 70 + (5)(6) = 70 + 30 = 100
f) 70 (5)(6) = 70 30 = 40

Seo 1.2. Soma, subtrao e multiplicao de nmeros reais

11

g) 25 + (2,75)x = 25 2,75x
h) 56 (3)y = 56 + 3y
i) 144,2 (4,2)(w) = 144,2 4,2w
j) (x)(8)(11) = 88x
k) (3)(2y)(7) = 42y
l) (5z)(3x)(4y) = 60xyz
m) (18 + x) = 18 x
n) x (18 3x) = x 18 + 3x = 4x 18
Tabela 1.3: Expresses incorretas
com nmeros negativos.
Errado

Correto

3 + 2

3 + (2)

10 4

10 (4)

6 5

6 (5)

Agora, tente o exerccio 2.

Observe que, frequentemente, necessrio usar parnteses e colchetes em expresses que envolvem nmeros negativos. A Tabela 1.3 mostra expresses nas quais, por
preguia de incluir os parnteses, um operador (+, ou ) foi erroneamente sucedido
pelo sinal negativo, o que no permitido na notao matemtica.

Problema 3. A escola de Atenas


Scrates, que morreu em 399 a.C., foi retratado por Rafael em seu famoso afresco
A escola de Atenas, concludo em 1510 d.C. Quanto tempo aps a morte de Scrates
a pintura foi concluda?

Figura 1.7: A escola de Atenas, afresco do Museu do Vaticano.

Soluo.
O ano 399 a.C., quando ocorreu a morte de Scrates, equivalente ao ano -398 da
era comum (pois o ano 1 a.C. for sucedido pelo ano 1 d.C., sem que tenha havido o
ano 0 d.C.). Como o afresco foi concludo em 1510, os visitantes do Vaticano puderam
ver essa magnfica obra
1510 (398) = 1510 + 398 = 1908 anos
aps a morte do famoso filsofo ateniense.
Agora, tente o exerccio 8.

12

Captulo 1. Nmeros reais

Problema 4. Propriedade distributiva com nmeros negativos


Aplique a propriedade distributiva s expresses abaixo.
a) 7(6 5w 2t).

b) 3[(4 2x) 2(3x 1)].

Soluo.

a)
7(6 5w 2t) = 7 6 7 5w 7 2t
= 42 35w 14t.
b)
3[(4 2x) 2(3x 1)] = 3 (4 2x) + (3) (2)(3x 1)
= 3(4 2x) + 6(3x 1)
= 3 4 + (3) (2x) + 6 3x 6 1
= 12 + 6x + 18x 6
= 24x 18.
Agora, tente o exerccio 3.

Exerccios 1.2
1. Calcule os pares de expresses abaixo, observando o
papel dos parnteses.
a) 10+512+37+236 e 10+5(12+3)(7+23)6
b) 10 + 6 12 8 2

e (10 + 6) (12 8) 2

c) 38 6 4 28 2

e [(38 6) 4 28] 2

d) 2 + 10 2 + 10 2 + 10 2 + 10 e
2 + 10 {2 + 10 [2 + 10 (2 + 10)]}
2. Calcule as expresses abaixo.
a)
b)
c)
d)
e)
f)
g)
h)
i)
j)
k)

(3,5)
(+4)
2 + (5,4)
2 (5,4)
(32,5) + (9,5)
32,5 9,5
(15,2) + (+5,6)
(15,2) + 5,6
4 (25) 13
13 (25) 4
10 (18) (5)

l)
m)
n)
o)
p)
q)
r)
s)
t)
u)

a)
b)
c)
d)
e)
f)
g)

5 (6 + x).
7 (5 x).
3(x + 8).
4(10 2x).
(3x 4) 2.
2(3x 4).
15(2 + 5x 6y).

h)
i)
j)
k)
l)
m)
n)

6(x 2y + 7z 9).
3(x 6) + 2(4x 1).
4(6 5x) 2(2x 12).
(3 5x) (2 4y).
2[x 2 4(5 2x)].
5[4 2(2 3x)].
4[(2 3x) + 3(x + 1)].

4. Aplicando a propriedade distributiva, ponha algum


termo em evidncia.
(7x) (4y) (3)
(12) (6)
(12 6)
[12 (6)]
15 (6) + 15 (6)
15(6)(10)(3)
3 (5 + x)
24 (8 2y)
2x (6 + x)
y (8 2y)

3. Aplique a propriedade distributiva e simplifique as expresses sempre que possvel.

a)
b)
c)
d)
e)

5x + 5w
12x + 12
3x 3y + 3z
xy yz
2xw 2xv

f)
g)
h)
i)
j)

xy + 2sx 5xv
2 + 2x
30 + 5x
35 7x
10 2x

f)
g)
h)
i)
j)

8 (y 5)
9 x (3 y)
(3x) (6y)
(2x) (8y)
(5x) (2y)

5. Calcule as expresses abaixo.


a)
b)
c)
d)
e)

2 + (x + 3)
6 (5 + x)
3 (8 y)
7 (2 x)
4 + (3 x)

Seo 1.3. Diviso e fraes

6. Voc possui R$ 300,00 em sua conta bancria, que dispe do sistema de cheque especial. Se der um cheque
no valor de R$ 460,00, qual ser seu saldo bancrio?
7. Um termmetro marca 8 C. Se a temperatura baixar
12 C, quanto o termmetro ir marcar?
8. A cmara funerria de Tutancmon foi aberta em 1923
d.C. Sabendo que o famoso rei egpcio morreu em 1324
a.C., quanto tempo sua mmia permaneceu preservada?
9. Aps decolar de uma cidade na qual a temperatura era

13

de 20,5 C, um avio viaja a 20.000 ps de altura, a


uma temperatura de 32,2 C. Qual foi a variao de
temperatura nesse caso? Fornea um nmero positivo,
se tiver havido um aumento, ou um nmero negativo,
se tiver havido uma reduo da temperatura.
10. Antes de sua ltima partida, na qual perdeu por 7 a 0,
o Chopot Futebol Clube tinha um saldo de 2 gols no
campeonato da terceira diviso. Qual o saldo atual
do glorioso time?

Respostas dos Exerccios 1.2


1.

2.

1.3

a) 16 e 36.
b) 78 e 32.

a)
b)
c)
d)
e)
f)
g)

3,5.
4.
3,4.
7,4.
42.
42.
9,6.

3.

c) 0 e 50.
d) 72 e 12222.

h)
i)
j)
k)
l)
m)
n)

9,6.
1300.
1300.
900.
84xy.
72.
72.

o)
p)
q)
r)
s)
t)
u)

72.
0.
60.
2 x.
16+2y.
x 6.
3y 8.

4.

a)
b)
c)
d)
e)
f)
g)
h)

a)
b)
c)
d)
e)

30 + 5x.
35 7x.
3x 24.
8x 40.
6x 8.
8 6x.
30 + 75x 90y.
6x + 12y
42z + 54.
5(x + w)
12(x + 1)
3(x y + z)
y(x z)
2x(w v)

i) 11x 20.
j) 48 24x.
k) 20xy 10x
12y + 6.
l) 18x 44.
m) 30x.
n) 20.
f)
g)
h)
i)
j)

x(y + 2s 5v)
2(1 + x)
5(6 + x)
7(5 x)
2(5 + x)

5.

a)
b)
c)
d)

5+x
1x
24y
14x

e)
f)
g)
h)

4 + 3x
8 5y
27xy
18xy

i) 16xy
j) 10xy

6. 160 reais.
7. 4 C.
8. 3246 anos. Note que 1324 a.C. corresponde
ao ano -1323 da era comum, em virtude do
fato de o ano 1 a.C. ter sido sucedido por
1.d.C.).
9. 52,7 C.
10. 5 gols.

Diviso e fraes
A diviso a operao aritmtica inversa da multiplicao. Ela representa a repartio
de uma certa quantidade em pores iguais.

Exemplo 1. Times de basquete

Observe que, multiplicando o nmero


de jogadores em cada time pelo nmero de equipes obtemos 5 6 = 30,
que o nmero de alunos da turma.

Em uma aula de educao fsica, o professor precisar dividir uma turma que tem
30 alunos em times de basquete, cada qual com 5 alunos. O nmero de equipes a
serem formadas ser igual a
30 5 = 6.

Exemplo 2. gua para todos


Durante um perodo de seca, o prefeito de uma pequena cidade contratou um
caminho pipa para distribuir gua potvel aos 1.250 muncipes. Se o caminho pipa
comporta 16.000 litros e todos os habitantes recebero o mesmo volume, caber a
cada habitante
16.000 1.250 = 12,8 litros.

Na frao ab , o termo a, que est


acima do trao, chamado numerador, enquanto o termo b, abaixo
do trao, chamado denominador.

Supondo que a e b sejam nmeros inteiros, com b 0, podemos representar a


a
diviso de a em b partes iguais atravs da frao , s vezes escrita como a/b. So
b
exemplos de fraes:
2
15
1
2
36
,
,
, ,
.
3
7
1000
4
36
Para efetuar divises ou trabalhar com fraes que envolvem nmeros negativos,
usamos propriedades similares quelas apresentadas para a multiplicao.

14

Captulo 1. Nmeros reais

Diviso envolvendo nmeros negativos


Suponha que a e b sejam nmeros reais, e que b 0.
Propriedade

Exemplo

1.

a
a
(a)
=
=
b
(b)
b

(7)
7
7
=
=
2
(2)
2

2.

(a) a
=
(b) b

(3)
3
=
(16) 16

A diviso como um produto


Se dividirmos o nmero 1 em n parcelas iguais, cada parcela valer 1/n do total, de
modo que
1 1 1 1
1 1
1= + + + ++ + .
n n n n
n n

n parcelas

Voc se lembra que, ao dividirmos


um nmero por ele mesmo, obtemos
sempre o valor 1?

Dessa forma,

1
n
1=n( )= .
n
n
Embora a soma acima sugira que n deva ser um nmero natural, esse resultado vale
para qualquer n real, desde que n 0. O nmero 1/n chamado inverso de n.
Se dividirmos o nmero 1 em n parcelas iguais e pegarmos a dessas parcelas,
teremos a frao a/n, ou seja,
1 1 1
1
1
a
+ + ++ =a( )= .
n n n
n
n
n

a parcelas

Observe que, ao efetuarmos o produto de a por 1/n, apenas o numerador da frao multiplicado por a.

Assim, a diviso de um nmero a por outro n corresponde multiplicao de a


pelo inverso de n. Novamente, a e n podem ser quaisquer nmeros reais, desde que
n 0.

Exemplo 3. Partes de um terreno


Um terreno retangular muito comprido foi dividido em 6 partes iguais, como mostra a Figura 1.8. Tomando cinco dessas partes, obtemos
Figura 1.8: Cinco sextos de um
terreno.

1 1 1 1 1
1
5
+ + + + =5( )= .
6 6 6 6 6
6
6

Soma e subtrao de fraes com denominadores iguais


Um relgio de ponteiros marca exatamente meio-dia, como mostra a Figura 1.9a. A
cada hora transcorrida, o ponteiro das horas gira exatamente 1/12 de volta, de modo
que, aps 12 horas (ou seja, meia-noite), o ponteiro das horas volta a apontar o
nmero 12.
Entre o meio-dia e as 4 horas da tarde, o ponteiro das horas do relgio gira 4/12
de volta, como mostra a Figura 1.9b. Transcorridas mais cinco horas, o ponteiro
das horas do relgio percorre mais 5/12 de volta, atingindo a marca de 9 horas, que
corresponde a 9/12 da volta completa, como mostra a Figura 1.9c.
Observe que
5
4+5
9
4
+
=
= .
12 12
12
12

Seo 1.3. Diviso e fraes

(a) Meio-dia.

(b) 4 horas.

15

(c) 9 horas.

Figura 1.9: Um relgio marcando vrias horas do dia.

Tambm possvel usar a propriedade distributiva da multiplicao


para mostrar que a/n+b/n = (a+b)/n.
Observe:

Ou seja, para somar duas fraes com denominador 12, mantemos o denominador
e somamos os numeradores. Vamos mostrar, agora, que esse resultado vale para
quaisquer fraes com o mesmo denominador.
Somando a/n com b/n, obtemos

a b
1
1
+ =a( )+b( )
n n
n
n
a+b
1
.
= (a + b) ( ) =
n
n

a b
1 1 1
1 1 1 1
1
1
a+b
+
=
+ + ++ + + + ++
= (a + b) ( ) =
.
n n
n n n
n n n n
n
n
n

a parcelas

b parcelas

O problema abaixo ilustra o que acontece quando precisamos calcular a diferena


entre duas fraes com um mesmo denominador.

Problema 1. Fraes de um bolo


Uma confeitaria dividiu um bolo de chocolate em 8 fatias iguais. Em um determinado momento do dia, restavam 5/8 do bolo (ou seja, 5 fatias), como mostra a Figura
1.10a. At o final do dia, foram servidos mais 3/8 do bolo (ou seja, outras trs fatias),
como ilustrado na Figura 1.10b. Que frao do bolo sobrou ao final do dia?

(a) Frao disponvel.

(b) Frao consumida.

(c) Frao restante.

Figura 1.10: Fraes de um bolo dividido em 8 pedaos iguais.

Soluo.
Para obtermos a frao restante, devemos efetuar a subtrao
5 3
1
1
=5( )3( )
8 8
8
8
1
= (5 3) ( )
8
2
= .
8

16

Captulo 1. Nmeros reais

Assim, sobraram 2/8 do bolo, como apresentado na Figura 1.10c.


Como observamos, a estratgia usada para o clculo da diferena entre duas fraes
similar quela empregada na soma.

Soma e diferena de fraes com o mesmo denominador


Sejam a, b e n nmeros reais tais que n 0. Nessa caso,
a b a+b
+ =
n n
n

a b ab
=
.
n n
n

Exemplo 4. Soma e subtrao de fraes com denominadores comuns


a)

1 3 4
+ =
7 7 7

e)

3 1 2
=
7 7 7

b)

5 13 18
+
=
=2
9 9
9

f)

4 5
1
=
9 9
9

c)

3 4 7
+ =
5 5 5

g)

2 2 0
= =0
5 5 5

d)

2
4
8
14
+
+
=
15 15 15 15

h)

12 46
34

= = 2
17 17
17

Multiplicao de fraes
Passemos, agora, ao clculo de produtos que envolvem fraes. Comecemos com um
problema simples.

Problema 2. Cobras peonhentas


Em um grupo de 108 cobras,
grupo?

3
4

so peonhentas. Quantas cobras venenosas h no

Soluo.
O nmero de cobras peonhentas ou venenosas dado pelo produto
3
108 ,
4
Tambm podemos efetuar as operaes em ordem inversa, calculando
primeiramente o produto 1083 = 324,
e depois a diviso 324/4 = 81.

que pode ser calculado em duas etapas. Inicialmente, dividimos 108 em quatro grupos,
cada qual contendo 108
= 27 cobras. Em seguida, tomamos 3 desses grupos, o que
4
corresponde a 27 3 = 81. Assim, h 81 cobras venenosas.
Agora, tente o exerccio 2.

Agora, vamos usar a definio de produto para multiplicar a frao 3/26 por 5.
5(

3
3
3
3
3
3
3 + 3 + 3 + 3 + 3 3 5 15
)=
+
+
+
+
=
=
= .
26
26 26 26 26 26
26
26
26

Seo 1.3. Diviso e fraes

Lembrete

17

Essa ideia pode ser generalizada para qualquer frao a/b e qualquer nmero c
natural:
c parcelas

No se esquea de que, se c
um nmero natural, ento


a a a
a a
a+a+a++a+a
ca
a
+ + ++ +
=
=
.
c( ) =
b
b b b
b b
b
b

c d = d + d + d + + d + d.

c parcelas

c parcelas

De fato, a regra acima pode ser aplicada mesmo quando c um nmero real, de
modo que, para calcular o produto de a/b por c, usamos a frmula

ca
a
.
c( )=
b
b

Problema 3. Exploradores e exploradoras


Um grupo de pesquisadores partiu em uma excurso exploratria. Sabe-se que
os pesquisadores homens, que so 27, formam 3/7 do grupo. Quantos exploradores
partiram na excurso e qual a frao do grupo composta por mulheres?

Soluo.

(a) Os 27 homens.

(b) Diviso do grupo em sete parcelas, cada qual com 9 pessoas.

(c) O grupo de 63 exploradores, dos quais 3/7 so homens e 4/7 so mulheres.

Figura 1.11: Figuras do Problema 3.


A Figura 1.11a ilustra os 27 homens que formam o grupo de pesquisadores. Como
sabemos que os homens correspondem a 3/7 do grupo, podemos dividi-los em 3 grupos,
cada qual com
27/3 = 9 pessoas.
Assim, cada grupo de 9 pessoas corresponde a 1/7 do nmero total de exploradores,
como mostrado na Figura 1.11b. Portanto, o grupo como um todo possui
9 7 = 63 pessoas.

18

Captulo 1. Nmeros reais

Para descobrir a que frao do grupo as mulheres correspondem, devemos lembrar


que grupo completo equivale a 1, ou frao 7/7, de modo que as mulheres so
1

3 73 4
=
=
7
7
7

dos pesquisadores.
Agora, tente o exerccio 5.

Investiguemos, agora, como calcular o produto de duas fraes com numerador


igual a 1.

Problema 4. Bolinhas de gude


Minha coleo de bolinhas de gude composta por 120 bolinhas, das quais 1/3
so verdes. Se 1/5 das bolinhas verdes tm cor clara, quantas bolinhas verde-claras
eu possuo? Que frao da minha coleo verde-clara?

Soluo.
O nmero de bolinhas verdes da minha coleo dado por
120
1
= 40.
120 ( ) =
3
3
Das 40 bolinhas verdes, as claras correspondem a
1
40 1 40
40 ( ) =
=
= 8 bolinhas.
5
5
5
Observe que obtivemos o valor 8 calculando a seguinte expresso:
1
1
120 ( ) ( )
3
5

bol. verdes

bolinhas verde-claras

Assim, do total de bolinhas, (1/3) (1/5) so verde-claras. Para descobrir quanto vele
esse produto, vamos analisar a Figura 1.12.

(a) 1/3 das bolinhas so verdes.

(b) 1/5 das bolinhas verdes so claras.

Figura 1.12: Minha coleo de bolinhas de gude.


Na Figura 1.12a, dividimos o conjunto de bolinhas em trs partes, das quais uma
era composta apenas por bolas verdes. J na Figura 1.12b, cada tera parte do
conjunto foi dividida em 5 grupos. Como se observa, o conjunto total das bolinhas

Seo 1.3. Diviso e fraes

19

foi dividido em 15 grupos, dos quais apenas um corresponde s bolinhas verde-claras.


Logo, as 8 bolinhas correspondem a 1/15 do total.
No problema acima, para obter a frao correspondente s bolinhas verde-claras,
dividimos a coleo por 3 5, e ou seja,
1
1
1
1
=( )( )=
.
15
3
5
35
De uma forma geral, podemos dizer que, se a 0 e b 0, ento
1 1
1
=
.
a b ab
A partir desse resultado, fcil estabelecer uma regra para o clculo do produto
de duas fraes.

Produto de fraes
Dadas as fraes a/b e c/d, em que b 0 e d 0,
a c ac
= .
b d bd
A demonstrao desse resultado trivial:
a c
1
1
=a( )c( )
b d
b
d
1 1
= (a c) ( )
b d
1
)
= (a c) (
bd
ac
=
.
bd

Fraes na forma de produto.


Propriedade comutativa da multiplicao.
Produto de fraes com numerador 1.
Volta forma fracionria.

Exemplo 5. Produto de fraes


a)

2 5 2 5 10
=
=
9 7 9 7 63

c)

11 21
11 21
231
231

=
=
=
(8) 5
(8) 5 40
40

b)

3 5 3 5 15
=
=
4 4 4 5 16

d)

4
(2x) 4 8x 8x
(2x)

=
=
=
7
(3)
7 (3)
21 21

Agora, tente o exerccio 12.

Diviso de fraes
Problema 5. Diviso de uma garrafa de refrigerante
Uma determinada garrafa PET contm 2 litros de refrigerante. Se um copo comporta 51 de litro, quantos copos podemos encher com o refrigerante da garrafa?

Soluo.
Para descobrir quantos copos de refrigerante a garrafa contm, devemos dividir o
contedo da garrafa pelo contedo do copo, ou seja, calcular

20

Captulo 1. Nmeros reais

2
1
5

Resolvendo o problema de outra


forma, podemos considerar que,
como cada copo comporta 15 litros,
cada litro corresponde a 5 copos.
Portanto, 2 litros correspondem a
2 5 = 10 copos.

Como no sabemos como efetuar essa conta diretamente, vamos converter a expresso em uma frao equivalente, multiplicando-a por 55 (ou seja, multiplicando-a
por 1):
2
2 5
25
10
10
= 1 = 1
= 5 =
= 10.
1
5
1
5
5
5
5
5
Assim, a garrafa de 2 litros rende 10 copos.
Observe que a escolha do nmero 5 no foi casual. Como 5 o inverso de 15 ,
ao multiplicarmos 51 por 5, o denominador convertido no nmero 1, de modo que
podemos desprez-lo.

Problema 6. Diviso das aes de uma companhia


Um dos scios de uma indstria possua 23 das aes da companhia. Aps sua
morte, as aes foram distribudas igualmente por seus 4 filhos. Que frao das aes
da empresa coube a cada filho?

Soluo.
A frao herdada por cada um dos filhos do empresrio dada por
2
3

Para efetuar a diviso, eliminamos o denominador multiplicando a frao por


2
3

2
3

41 =
4

21
34
41
4

2
12

1/4
:
1/4

2
.
12

Logo, cada filho recebeu 2/12 das aes.


Observe que, mais uma vez, a eliminao do denominador foi obtida multiplicandoo pelo seu inverso.

Problema 7. Diviso de fraes


Na cidade de Quiproqu dos Guaianases, 89 da populao adulta est empregada.
Alm disso, 25 de toda a populao adulta trabalha na indstria. Que frao da
populao empregada trabalha na indstria?

Soluo.
Para resolver o problema, devemos dividir a populao que trabalha na indstria pela
populao total empregada, ou seja, devemos calcular
2
5
8
9

Tambm nesse problema, eliminamos


o termo 98 multiplicando o numerador e o denominador pelo inverso
dessa frao.

Mais uma vez, para efetuar a diviso, devemos eliminar o denominador. Para
tanto, multiplicamos a frao por 9/8
:
9/8
2
5
8
9

Logo,

18
40

2
5
8
9

9
8
9
8

29
58
89
98

18
40
1
1

18
.
40

da populao adulta empregada trabalha na indstria.

Seo 1.3. Diviso e fraes

21

Dos problemas resolvidos nessa subseo, podemos concluir que a melhor forma
de dividir fraes consiste em multiplicar o numerador e o denominador pelo inverso
do denominador, como mostrado abaixo.
a
b
c
d

a
b
c
d

d
c
d
c

ad
bc
cd
dc

ad
bc
1
1

ad
.
bc

Em outras palavras, o quociente de uma frao por outra frao igual ao produto
da frao do numerador pelo inverso da frao do denominador.

Diviso de fraes
Se a, b, c e d so nmeros inteiros, com b 0, c 0 e d 0, ento
a
b
c
d

a d
ad

=
.
b c
bc

Exemplo 6. Quocientes com fraes


a)

b)
Note que 4 = 41 , de modo que seu inverso 41 .
Note que o inverso de 5 (ou

5
)
1

1
.
5

c)

=3

5
7

= 6

11
5

7
9

d)

7 3 7 21
=
= .
5
5
5
5
65
30
=
= .
11
11
11

7 1
7
7
=
= .
9 4 9 4 36

4
3

4 1
4
4
= =
= .
5
3 5
35
15

e)

1
2
1
3

1 3 13 3
=
= .
2 1 21 2

f)

5
2
11
7

5 7
57
35

=
= .
2 11 2 11 22

g)

10
7
16
3

10 3
10 3
30

=
=
.
7 16
7 16
112

Agora, tente o exerccio 14.

Fraes equivalentes
Duas fraes so ditas equivalentes se representam o mesmo nmero real. Observe,
por exemplo, que 2/5 e 4/10 representam o mesmo nmero, que escrito 0,4 na forma
decimal. Para entender porque essas fraes so equivalentes, basta lembrar que o
nmero 1 o elemento neutro da multiplicao, de modo que n 1 = n. Observe:
2 2
2 2 22
4
= 1= =
= .
5 5
5 2 5 2 10
Multiplicando o numerador e o denominador de uma frao por um mesmo nmero, obtemos uma frao equivalente, como mostram os exemplos abaixo:

22

Captulo 1. Nmeros reais

100

2
4
8
800
=
=
=
5
10
20
2000
2
2
100

25

3
9
18
450
=
=
=
5
15
30
750
3

25

Exemplo 7. Diviso de uma pizza


Se voc tiver dividido uma pizza em dois pedaos e comido um deles, ou se a tiver
dividido em quatro partes iguais e comido duas dessas partes, ou ainda se a tiver
repartido em 6 fatias iguais e comido trs fatias, no importa: voc ter comido meia
pizza, como mostra a Figura 1.13.

(a) 1/2 da pizza.

(b) 2/4 da pizza.

(c) 3/6 da pizza.

Figura 1.13: Fraes equivalentes de uma pizza.


Agora, tente o exerccio 8.

Soma e subtrao de fraes com denominadores diferentes


Suponha que uma fazenda retangular tenha parte de sua rea usada na agricultura, e
que outra parte seja reservada preservao ambiental, como mostra a Figura 1.14.
Qual ser a frao da rea total destinada a essas duas finalidades? E qual ser a
frao no ocupada da fazenda?

Figura 1.14: Diviso de uma fazenda retangular.


Para responder essas perguntas, precisamos, em primeiro lugar, determinar as
fraes do terreno destinadas a cada tipo de uso.
Dividindo a fazenda em 4 partes iguais, observamos que a reserva ambiental ocupa
1/4 da rea total. Por outro lado, dividindo a fazenda em 5 retngulos de mesmas
dimenses, percebemos que a agricultura consome 3/5 da rea. A Figura 1.15 ilustra
essas fraes do terreno.

Seo 1.3. Diviso e fraes

(a) Frao destinada preservao


ambiental.

23

(b) Frao destinada agricultura.

Figura 1.15: Fraes da fazenda com alguma destinao.


Assim, para determinar a frao ocupada da rea da fazenda, precisamos calcular
a soma
1 3
+ ,
4 5
que envolve fraes com denominadores diferentes.
A dificuldade em efetuar essa soma est relacionada ao fato de trabalharmos com
pores diferentes de terra: para definir a regio destinada preservao ambiental, a fazenda foi dividida em quatro pedaos, enquanto a rea cultivada foi obtida
dividindo-se a terra em cinco partes.
O clculo da frao ocupada do terreno seria enormemente facilitado se as duas
regies de interesse fossem divididas em mdulos que possussem a mesma rea, pois,
nesse caso, as regies seriam descritas por fraes que tm o mesmo denominador.
Observando a Figura 1.16, notamos que isso pode ser obtido dividindo-se cada
parcela correspondente a 1/4 do terreno em 5 partes iguais ou, de forma equivalente,
dividindo-se cada frao correspondente a 1/5 do terreno em 4 partes de mesma rea.
Nesse caso, a fazenda dividida em 4 5 = 20 partes iguais, das quais 5 correspondem reserva ambiental, e 12 so usadas para cultivo. Repare que o valor obtido, 20,
o produto dos denominadores das fraes que queremos somar.

A reserva ambiental ocupa 5 dos 20


quadradinhos nos quais a fazenda da
Figura 1.16 foi dividida. Assim, a
frao reservada proteo ambiental corresponde a 5/20 da rea total. Por sua vez, a agricultura ocupa
12 dos 20 quadradinhos, ou 12/20 da
rea total

Figura 1.16: A fazenda dividida em pores correspondentes a 1/20 da rea total.


Agora que sabemos que a reserva ambiental corresponde a 5/20 e a rea cultivvel
a 12/20 da rea total da fazenda, podemos efetuar a soma
5 12 5 + 12 17
+
=
= .
20 20
20
20
Desse modo, a poro ocupada da fazenda corresponde a 17/20 da rea total. De forma
semelhante, calculamos a poro no ocupada subtraindo de 20/20 (que corresponde
rea total da fazenda) a frao j ocupada:
20 17 20 17
3

=
= .
20 20
20
20
Ou seja, apenas 3/20 da fazenda no foram ocupados. Esse exemplo ilustra a ideia
de que

24

Captulo 1. Nmeros reais

A soma ou a diferena de duas fraes com denominadores diferentes a e b pode


ser facilmente efetuada convertendo-as em fraes equivalentes com o denominador
comum a b.
E como converter, na prtica, 3/5 em uma frao equivalente na qual o denominador 20? Nada mais simples! Lembrando que 20 o produto do denominador 5
pelo nmero 4, podemos fazer
3 3
= 1
O nmero 1 o elemento neutro da multiplicao. Logo, a 1 = a.
5 5
3 4
Como o denominador da outra frao 4, substitumos 1 por 4/4.
=
5 4
34
=
Clculo do produto das fraes.
54
12
=
Frao equivalente, com denominador igual a 20.
20
Um procedimento anlogo pode ser usado para converter 1/4 em uma frao cujo
denominador 20:
1 1
1 5
15
5
= 1 = =
=
.
4 4
4 5
45
20
Assim, resumimos a estratgia usada na obteno da rea ocupada da fazenda
escrevendo
1 3
1 5 3 4
5 12
17
+
= + =
+
=
.
4 5
4 5 5 4
20 20
20
No difcil perceber que essa ideia pode ser estendida para a soma de quaisquer
fraes, pois
a c a d c b
+ = +
b d b d d b
=

ad cb
+
bd bd

ad + cb
.
bd
O quadro abaixo fornece um roteiro para a soma e a subtrao de fraes.
=

Soma e diferena de fraes com denominadores diferentes


Sejam a, b, c e d nmeros tais que b 0 e d 0. Nessa caso,
a c ad + cb
+ =
b d
bd

a c ad cb
=
.
b d
bd

Exemplo 8. Soma e subtrao de fraes com denominadores diferentes


a)

4 3 4 7 + 3 5 43
+ =
= .
5 7
57
35

c)

4 3 4 7 3 5 13
=
= .
5 7
57
35

b)

3 5 3 9 + 5 2 37
+ =
= .
2 9
29
18

d)

3 5 3 9 5 2 17
=
= .
2 9
29
18

Agora, tente o exerccio 11.

Resumo
O quadro abaixo resume as principais propriedades das fraes.

Seo 1.3. Diviso e fraes

25

Propriedades das fraes


Suponha que a, b, c e d sejam nmeros reais, com b 0 e d 0.
Propriedade

Exemplo

a c a+c
+ =
b b
b
a c ac
2. =
b b
b

2 5 7
+ =
3 3 3
7 4 3
=
5 5 5

1.

3.

a c ad + cb
+ =
b d
bd

2 5 2 7 + 5 3 29
+ =
=
3 7
37
21

4.

a c ad cb
=
b d
bd

5 3 5 8 3 4 28
=
=
4 8
48
32
74 7
=
84 8
2 4
8
=
3 5 15

ad a
=
bd b
a c ac
6. =
b d bd

5.

7.

a c a d ad
= =
b d b c bc

3 8
3 11 33

=
=
5 11 5 8
40

(c 0)

Exerccios 1.3
1. Escreva por extenso as fraes abaixo.
a)
b)

c)

1
5
3
8

d)

e)

7
20
9
13

f)

g)

5
100
125
1000

1000
1001

10. Complete as tabelas abaixo, escrevendo 1/x na forma


decimal. Em cada caso, diga o que acontece com 1/x
medida em que x cresce.
x

2. Calcule
a)

1
8

b)

4
5

de 65.

c)

9
7

de 63.

3. Um colecionador possui 320 selos, dos quais 4/5 so


brasileiros. Quantos selos brasileiros h em sua coleo?

100

1000

0,5

0,1

0,01

1/x
11. Calcule as expresses abaixo.

4. Um aqurio possui 12 peixes, dos quais 8 so amarelos


e 4 so azuis. Indique que frao do total o nmero de
peixes azuis representa. Faa o mesmo com o grupo de
peixes amarelos.

b)

5. Dos alunos de um curso, 104 so destros. Se 1/9 dos


alunos so canhotos, quantos estudantes tem o curso?

d) 2

6. Se 5/6 de um nmero equivalem a 350, a que valor correspondem 4/7 desse nmero?
7. Converta os nmeros abaixo em fraes.
4
7

b) 5 e

3
4

c) 2 e

b) 2/5.

a)
c)

9
12

c) 5/4.

9. Escreva os nmeros do Exerccio 8 na forma decimal.

1
2
6
5
3
4

3
2
2
5

e)

+1

g)

2
3

f)
h)

7
3
4
5
2
3
2
5

i) 61 +

5
7
5
4
1
2
3
4

j) 75
k)
l)

1
2
2
3

3
5
5
2

1
3
1
4

1
5
1
5

12. Efetue os produtos.


a)
b)

8. Escreva duas fraes equivalentes a cada frao abaixo.


a) 1/3.

1/x

de 92.

a) 3 e

c)

1
2
7
4
2
3

1
5
5
6
1
3

d) 4

g) ( 32 )

e)

h)

f)

7
19
8
5
7
11
( 35 )
2

i)

9
5
1
( 6 ) ( 73 )
1 2 4

6 3 5

13. Calcule as expresses. Dica: no use a propriedade distributiva.


a)
b)

1
3
5
2

( 35 + 12 )

c) (3 + 14 ) (1 45 )

( 43 34 )

d) ( 21 13 ) ( 21 + 13 )

26

Captulo 1. Nmeros reais

a)

14. Calcule as expresses abaixo.


a)
b)
c)
d)

2
3

5
9
4

4
3
2
7

e)

2
5
5
6

f)

1
4
1
5

g)

8
3
4

h)

( 95 )

i)

( 52 )
( 61 )

7
8
( 23 )

j)

1
12
1 1

8 9

k)

11
2

l)

3
7
5
8

2
2
3

15. Aplique a propriedade distributiva s expresses.


a)
b)
c)

(x + 52 )
25 ( 34 x3 )
1 2
( 2x)
7 3

d)

3
4

e)
f)

b)

2
3

3x
2

c)

8
5

2x
5

17. Voc fez 3/4 dos exerccios de MA091 em 42 minutos.


Mantendo esse ritmo, quanto tempo gastar para fazer os exerccios que faltam? Ao terminar o trabalho,
quanto tempo voc ter consumido para fazer toda a
lista?

2
3

1 31
2 13

m)

x
3

18. Dos eleitores de Piraporinha, 1/3 deve votar em Joo


Valente para prefeito e 3/5 devem votar em Lus Cardoso. Que frao dos eleitores no votar em um desses
dois candidatos?

( 8x
12 ) 52
3
x
(2y + 16 )
3
4
(3x + y + 23 )
5

19. Roberto e Marina juntaram dinheiro para comprar um


videogame. Roberto pagou por 5/8 do preo e Marina
contribuiu com R$ 45,00. Quanto custou o videogame?

16. Reescreva as expresses abaixo colocando algum termo


em evidncia.
Respostas dos Exerccios 1.3
1.

2.

Um quinto.
Trs oitavos.
Sete vinte avos.
Nove treze avos.
Cinco centsimos.
Cento e vinte e cinco milsimos.
Mil mil e um avos.

10. Para x positivo, 1/x decresce medida que


x cresce.

a)

23
2

11.

b) Por exemplo, 4/10 e 8/20.


c) Por exemplo, 125/100 e 25/20.
9.

a) 0,33...

b) 0,4

c) 1,25

15.

a)
b)
c)
d)
e)

2
15
9
16
21
2
32
3
12
25

a)

3x
15
4 + 8
6
20 + 2x
15
2
2x
21 7

d)

f)

40x
6
2xy
3
12x
5

a) 31 (x + 2)
b) 3( x
2 1)

c)

2
5 (4

b)
b) 52

c) 81

a) 2

e)

4
5
7
4
4
3

f)

b)
3. 256.

c)

4. Azuis: 1/3. Amarelos: 2/3.

d)

5. 117
12.

6. 240

c)

1
10
35
24
2
9

a)

11
30

a)
b)

7.

a) 25/7

8.

a) Por exemplo, 2/6 e 3/9.

1.4

14.

a)
b)
c)
d)
e)
f)
g)

b) 23/4

c) 33/12
13.

g)
h)
d)
e)
f)
b)

35
24

34
21
41
20
1
6
7
20

i)
j)
k)
l)

28
19
40
7
55
6

13
30
45
14
31
30
13
60

c)
16.

g) 27
10
h)
i)
c)

13
20

k) 6
l) 32
12 =
m)

e)

+
+

8
3

2
5

5
4
x
18
4y
5

8
15

x)

17. A lista toda ter consumido 56 minutos,


dos quais 14 minutos tero sido gastos para
fazer os exerccios que faltam.

7
18
8
90

d)

f) 45
g) 21
16
h) 10
99
i) 12
5
j) 24
35

18. 1/15
5
36

19. R$ 120,00

Simplificao de fraes
Suponha que a frao a/b tenha numerador a e denominador b naturais. O processo
de diviso de a e b por um nmero natural para a obteno de uma frao equivalente,
mas com um denominador menor, chamado simplificao da frao.

Exemplo 1. Simplificao de uma frao por divises sucessivas


A frao

63
42

pode ser simplificada dividindo seus dois termos por 3:


63 63/3 21
=
= .
42 42/3 14

Para entender porque essas fraes so equivalentes, vamos usar mais uma vez o fato
de o nmero 1 ser o elemento neutro da multiplicao:
63 63
63 1/3 63/3 21
=
1=

=
= .
42 42
42 1/3 42/3 14
Observando, agora, que 21 = 7 3 e 14 = 7 2, podemos obter uma frao ainda
mais simples dividindo o numerador e o denominador por 7:
21 21/7 3
=
= .
14 14/7 2

Seo 1.4. Simplificao de fraes

27

Como no possvel obter uma nova frao dividindo 3 e 2 por um mesmo nmero
23 .
natural diferente de 1, a representao mais simples de 63
42
Agora, tente os exerccios 2 e 3.

Geralmente, simplificamos uma frao dividindo o numerador e o denominador,


840
,
recursivamente, por nmeros pequenos. Para simplificar, por exemplo, a frao 1560
podemos dividir o numerador e o denominador, sucessivamente, por 10, 2, 2 e 3, como
mostrado abaixo.
840
84
=
1560 156
42
=
78
21
=
39
7
= .
13

Dividindo por 10.

Dividindo por 2.

Dividindo por 2.

Dividindo por 3.

Embora a estratgia acima seja bastante prtica, tambm possvel simplificar


uma frao em um nico passo. Entretanto, isso exige o clculo do mximo divisor
comum entre o numerador e o denominador, como mostraremos abaixo, logo aps
uma reviso sobre divisores, mltiplos e nmeros primos.

Divisores, mltiplos e nmeros primos

Divisor
Um nmero natural c divisor de um nmero natural a se o resto da diviso
de a por c zero (ou seja, se a divisvel por c).
Assim, por exemplo,
Experimente dividir 12 por 1, 2, 3, 4,
5, 6 e 12, para constatar que a diviso
realmente fornece 0 como resto.

os divisores de 12 so 1, 2, 3, 4, 6 e 12;
os divisores de 70 so 1, 2, 5, 7, 10, 14, 35 e 70.
Imagine que algum lhe diga que Lcia filha de Joana. Essa afirmao simples
torna implcita uma segunda informao: Joana me de Lcia. De forma anloga,
o fato de 14 ser um divisor de 70 implica em 70 ser um mltiplo de 14, conforme a
definio abaixo.

Mltiplo

Lembrete
Um nmero natural divisvel
por 2 chamado par. Os nmeros pares so aqueles terminados em 0, 2, 4, 6 e 8. Existem
regras simples para determinar
se um nmero mltiplo de 3
ou de 5. Essas regras so dadas
nos Exerccios 4 e 5.

Um nmero natural c mltiplo de outro nmero natural a se existe um


nmero natural b tal que
c = a b.

Dito de outra forma, um nmero natural c mltiplo de outro nmero natural a


se a divisor de c. Assim, 15 mltiplo de 5, pois 5 3 = 15 ou, de forma equivalente,
15/5 = 3.
Para encontrar os mltiplos naturais de um nmero, basta multiplic-lo pelos
nmeros naturais 1, 2, 3, 4, . . .. Logo,
os mltiplos de 2 so 2, 4, 6, 8, 10, 12, 14, 16, 18, 20, 22, . . .

28

Captulo 1. Nmeros reais

os mltiplos de 5 so 5, 10, 15, 20, 25, 30, 35, 40, 45, 50, 55, . . .
os mltiplos de 14 so 14, 28, 42, 56, 70, 84, 98, 112, 126, 140, 154, . . .
Nmeros naturais com apenas dois divisores so particularmente importantes na
matemtica, motivo pelo qual recebem uma denominao especfica: nmeros primos.

Nmero primo
Um nmero natural maior que 1 dito primo se s tem como divisores naturais ele mesmo e o nmero 1.

Exemplo 2. Nmeros primos menores que 10

Observe que o nmero 1 no considerado primo.

Para descobrir se um nmero natural a primo, basta calcular o resto da diviso


de a pelos nmeros primos menores que ele. Se alguma dessas divises tiver resto
zero, a no primo. Caso contrrio, o nmero primo.
Seguindo esse raciocnio, 2 primo, j que no h nmero primo menor que ele.
O nmero 3 primo, pois no divisvel por 2, o nico primo menor que ele.
O nmero 4 par (ou seja, divisvel por 2), de forma que no primo. O mesmo
acontece com os nmeros 6 e 8.
O nmero 5 primo, pois no divisvel por 2 ou 3. O nmero 7 tambm primo,
pois no divisvel por 2, 3 ou 5. J o nmero 9 no primo, pois divisvel por 3.
Em resumo, os nmeros primos menores que 10 so: 2, 3, 5 e 7.

Exemplo 3. O crivo de Eratstenes


Em seu trabalho Introduo aritmtica, Nicmaco atribui a Eratstenes (276
AC 195 AC) a elaborao de um algoritmo muito eficiente para a determinao de
todos os nmeros primos menores ou iguais a um nmero n predeterminado. Esse
mtodo, conhecido como o crivo de Eratstenes, apresentado a seguir.
1. Crie uma lista com todos os nmeros naturais menores ou iguais a n.
Voc pode tornar esse mtodo ainda
mais eficiente trabalhando somente
com nmeros mpares e usando 2p
como incremento ao percorrer a lista.
Essa , inclusive, a forma com a qual
Nicmaco apresenta o algoritmo.

2. Como 2 o primeiro nmero primo, defina p = 2.


3. Comeando em p p, percorra a lista de p em p nmeros, riscando os nmeros
encontrados. Isso corresponde a eliminar da lista os mltiplos de p.
4. Atribua a p o prximo nmero no riscado na lista. Se nenhum nmero satisfizer
essa condio, pare. Caso contrrio, volte ao passo 3.
Agora, vamos usar o crivo de Eratstenes para determinar os nmeros primos
menores ou iguais a 100.
A Figura 1.17a mostra a lista de nmeros de 2 a 100.
Inicialmente, definimos p = 2.
Comeando em p p = 2 2 = 4, percorremos os nmeros da lista de 2 em 2,
riscando todos os nmeros encontrados (4, 6, 8, 10, 12, 14, ...), como mostra a
Figura 1.17b.
Como o prximo nmero desmarcado da lista o 3, definimos p = 3.
Comeando em p p = 3 3 = 9, percorremos os nmeros da lista de 3 em 3,
riscando todos os nmeros encontrados (9, 12, 15, 18, 21, 24, ...), como mostra
a Figura 1.17c, na qual os nmeros marcados anteriormente aparecem sobre um
fundo rosa e os mltiplos de 3 que ainda no haviam sido eliminados aparecem
com um fundo vermelho (9, 15, 21, 27, ...).

Seo 1.4. Simplificao de fraes

29

O prximo nmero desmarcado o 5. Logo, tomamos p = 5.


Comeando em p p = 5 5 = 25, percorremos os nmeros da lista de 5 em
5, marcando os nmeros 25, 30, 35, 40, 45, 50, .... A Figura 1.17d mostra os
nmeros riscados nesse passo.
O prximo nmero desmarcado o 7, de modo que escolhemos p = 7.
Comeando em p p = 7 7 = 49, percorremos os nmeros da lista de 7 em 7,
riscando os nmeros 49, 56, 63, 70, 77, 84, .... A Figura 1.17e mostra os trs
nmeros novos marcados nesse passo (49, 77 e 91).
O prximo nmero desmarcado o 11, donde p = 11. Entretanto, como p p =
121, que maior que 100, paramos o algoritmo.
A Figura 1.17f mostra os 25 nmeros primos menores ou iguais a 100, que so
2, 3, 5, 7, 11, 13, 17, 19, 23, 29, 31, 37, 41, 43, 47, 53, 59, 61, 67, 71, 73, 79, 83, 89 e 97.

(a) Lista original.

(b) Riscando os mltiplos de 2. (c) Riscando os mltiplos de 3.

(d) Riscando os mltiplos de 5. (e) Riscando os mltiplos de 7.

(f) Lista final de primos.

Figura 1.17: Encontrando primos menores ou iguais a 100 com o crivo de Eratstenes.

Mximo divisor comum


Os nmeros 25 e 60 so divisveis por 5. Nesse caso, dizemos que 5 um divisor
comum a 25 e 60. Dentre os divisores comuns a dois nmeros, o maior tem grande
aplicao na matemtica, de modo que recebe um nome particular.

mdc
O mximo divisor comum (mdc) entre dois nmeros naturais a e b o
maior nmero natural c que divisor tanto de a quanto de b.

30

Captulo 1. Nmeros reais

Quando o mdc entre dois nmeros naturais 1, dizemos que esses nmeros so
primos entre si.
Para encontrar o mximo divisor comum entre a e b deve-se fatorar esses nmeros.
A fatorao de um nmero natural a decomposio desse nmero no produto de nmeros primos, chamados fatores.
Voc sabia?
O Teorema fundamental da
aritmtica garante que todo nmero natural maior que 1 ou
primo ou pode ser decomposto
em um produto de fatores primos. Esse produto nico, a
menos de uma possvel troca da
ordem dos fatores.

A fatorao de 12 fornece 2 2 3, pois esse produto igual a 12 e os nmeros 2 e


3 so primos. As formas fatoradas de outros nmeros naturais so dadas a seguir.
30 = 2 3 5

441 = 3 3 7 7

5083 = 13 17 23

128 = 2 2 2 2 2 2 2

Para fatorar um nmero natural a, devemos dividi-lo, sucessivamente, pelos seus


menores divisores primos. Se essa frase lhe pareceu complicada, acompanhe os exemplos abaixo.

Exemplo 4. Fatorao de 90
Vamos escrever o nmero 90 na forma fatorada.
90
45
15
5
1

2
3
3
5

2 o menor divisor primo de 90. 90/2 = 45.


3 o menor divisor primo de 45. 45/3 = 15.
3 o menor divisor primo de 15. 15/3 = 5.
5 o menor divisor primo de 5. 5/5 = 1.
Chegamos a 1. No h como prosseguir.

A forma fatorada de 90 2 3 3 5.

Exemplo 5. Fatorao de 980


Vamos escrever o nmero 980 na forma fatorada.
980
490
245
49
7
1

2
2
5
7
7

2 o menor divisor primo de 980. 980/2 = 490.


2 o menor divisor primo de 490. 490/2 = 245.
5 o menor divisor primo de 245. 245/5 = 49.
7 o menor divisor primo de 49. 49/7 = 7.
7 o menor divisor primo de 7. 7/7 = 1.
Chegamos a 1. No h como prosseguir.

Logo, 980 = 2 2 5 7 7.
Agora que j vimos como fatorar um nmero natural, podemos definir o mximo
divisor comum de uma forma prtica.

Definio prtica do mdc


O mximo divisor comum (mdc) entre dois nmeros naturais a e b o
produto dos fatores comuns de a e b.

Exemplo 6. mdc entre 12 e 30


Vamos achar o mximo divisor comum entre 12 e 30.
12
6
3
1

2
2
3

30
15
5
1

2
3
5

Seo 1.4. Simplificao de fraes

31

Logo, 12 = 2 2 3 e 30 = 2 3 5. O mximo divisor comum entre 12 e 30 o produto


dos fatores primos que so comuns a 12 e a 30 (que deixamos em negrito). Dessa
forma,
mdc(12,30) = 2 3 = 6.
Observe que 12/6 = 2 e 30/6 = 5. Como 2 e 5 so primos entre si, no h um divisor
comum maior que 6 para os nmeros 12 e 30.

Exemplo 7. mdc entre 945 e 693


Vamos encontrar o mximo divisor comum entre 945 e 693.
945
315
105
35
7
1

3
3
3
5
7

693
231
77
11
1

3
3
7
11

Assim, 945 = 3 3 3 5 7 e 693 = 3 3 7 11, de modo que


mdc(945,693) = 3 3 7 = 63.
Note que 945/63 = 15 e 693/63 = 11. Como 15 e 11 so primos entre si, o maior divisor
comum entre 945 e 693 , de fato, 63.
Agora, tente o exerccio 9.

Tambm podemos determinar o mdc entre dois ou mais nmeros decompondo-os


simultaneamente. Nesse caso, a cada passo do processo de decomposio,
1. determinamos o menor nmero primo a que divisor de todos os nmeros;
2. dividimos os nmeros por a.
O processo termina quando no existem divisores comuns. O mdc o produto dos
fatores encontrados, como mostra o exemplo abaixo.

Exemplo 8. Clculo prtico do mdc


Vamos usar o mtodo prtico para calcular o mdc entre 945 e 693.
945,
315,
105,
15,

693
231
77
11

3
3
7

3 o menor nmero primo que divide, ao mesmo tempo, 945 e 693.


3 o menor divisor de 315 e 231.
7 o menor divisor de 105 e 77.
15 e 11 so primos entre si. No h como prosseguir.

O mdc entre 945 e 693 igual a 3 3 7 = 63.


Agora, tente o exerccio 10.

Simplificao de fraes usando o mdc


Vimos no Exemplo 1 que as fraes 63
e 32 so equivalentes. Dessas duas formas, a
42
segunda mais simples, pois o numerador e o denominador so menores que os da
primeira. De fato, a forma 23 a maneira mais simples de escrever o nmero 1,5 como
uma frao, pois 2 e 3 so nmeros primos entre si.

32

Captulo 1. Nmeros reais

Quando o numerador e o denominador de uma frao so primos entre si,


dizemos que a frao est na forma irredutvel, que a forma mais simples de
representar o valor desejado como uma razo entre nmeros inteiros.
Podemos encontrar a forma irredutvel de uma frao dividindo o numerador e o
denominador pelo mdc dos dois nmeros, como mostra o seguinte exemplo.

Exemplo 9. Forma irredutvel de uma frao


Vamos determinar a forma irredutvel da frao
numerador e o denominador.
63,
21,
3,

42
14
2

63
42

calculando o mdc entre o

3
7

Como o mdc entre 63 e 42 igual a 3 7 = 21, temos


63 63/21 3
=
= .
42 42/21 2
Agora, tente o exerccio 6.

Exemplo 10. Forma irredutvel de uma frao


Uma vez que, o mdc entre 945 e 693 63 (veja o Exemplo 7), podemos simplificar
945
a frao 693
fazendo simplesmente
945 945/63 15
=
= .
693 693/63 11

Simplificao de fraes durante o clculo do produto


Para obter a forma simplificada do produto de fraes, podemos efetuar o produto e,
em seguida, simplificar o resultado, como mostrado no exemplo abaixo.

Exemplo 11. Produto de fraes


a)

38
24 24/12 2
3 8

=
=
=
=
4 15 4 15 60 60/12 5

b)

11 21
11 21
231 231/11
21

=
=
=
=
(8) 11 (8) 11 88 88/11
8

c)

(4x)
3
(4x) 3 12x 12x/2 6x

=
=
=
=
7
(2)
7 (2)
14
14/2
7

Observando o Exemplo 11(b), ficamos com a ntida impresso de que tivemos


o trabalho dobrado ao efetuar dois produtos por 11 (um no numerador e outro no
denominador) para, em seguida, efetuar duas divises pelo mesmo nmero. Para
reduzir as contas, poderamos ter antecipado a simplificao, efetuando-a antes dos
produtos dos termos do numerador e do denominador, como mostrado abaixo.

Seo 1.4. Simplificao de fraes

11
21
11 21
)( ) =
8
11
(8) 11
=

11 21

11 (8)

21
.
8

33

Aplicando a regra do produto de fraes.

Isolando o termo

11
11

= 1.

Eliminando o termo que vale 1.

Nesse exemplo, isolamos o termo 11


em lugar de efetuarmos diretamente os pro11
dutos 11 21 e (8) 11. Em seguida, usamos o fato de o nmero 1 ser o elemento
neutro da multiplicao para simplificar a frao.
Vejamos como aplicar a simplificao precoce dos termos de uma frao em um
outro exemplo simples.

Exemplo 12. Simplificao do produto de fraes


5
85
8
( )( ) =
3
2
32
Tente aplicar essa ideia ao Exemplo
11(c).

Aplicando a regra do produto.

245
32

Decompondo 8 = 2 4.

2 45

2 3

Isolando o termo

20
.
3

Eliminando o termo que vale 1.

2
.
2

Voc deve ter reparado que, nesse caso, usamos o fato de 8 ser um mltiplo de 2
para simplificar a frao antes que os produtos 8 5 e 3 2 fossem efetuados.
Para fraes mais complicadas, a simplificao pode ser feita atravs de divises
sucessivas (vide o Exemplo 1), que so aplicadas ao longo da multiplicao. Esse
procedimento pode ser resumido no seguinte roteiro:
1. Identifique um termo a, no numerador, e outro b, no denominador, que sejam
divisveis por um terceiro nmero c;
2. Substitua a por a/c e b por b/c;
3. Repita os passos 1 e 2 at que no seja possvel simplificar a frao.
Vejamos como aplicar essa regra em um exemplo prtico.

Exemplo 13. Mais uma simplificao do produto de fraes


6
20
6 20
( )( ) =
5
9
59

Como exerccio, aplique a mesma estratgia ao Exemplo 11(a).

6 (do numerador) e 9 (do denominador) so divisveis por 3.

(6/3) 20
5 (9/3)

6 substitudo por 6/3=2 e 9 substitudo por 9/3=3.

2 20
53

20 (do numerador) e 5 (do denominador) so divisveis por 5.

2 (20/5)
(5/5) 3

20 substitudo por 20/5=4 e 5 substitudo por 5/5=1.

24
13

No h mais como simplificar.

34

Captulo 1. Nmeros reais

8
3

Frao final.

Agora, tente o exerccio 16.

Apesar de no ser elegante, h tambm quem faa a simplificao cortando diretamente os termos, como
mostrado abaixo.
2

2Z
04 2 4 8
6 Z
=
= .
3
13 3
A5 1 9
Observe que os mltiplos de 3 foram
cortados e substitudos pelos valores
que aparecem acima dos nmeros originais. J os mltiplos de 5 foram riscados em outra direo e foram substitudos pelos valores que aparecem
abaixo dos nmeros originais.

Depois de adquirir alguma experincia, voc conseguir fazer vrias simplificaes


em um nico passo. Vejamos, agora, como efetuar simplificaes durante o clculo
do quociente de fraes.

Exemplo 14. Quocientes com fraes


a)

8
2

b)
c)

=3

7
3

3
11

13
6

7 8 7 8/4 7
=
=
= 2 7 = 14.
4
4
4/4

= 2

2
5

d)
e)

=8

4
7

5
25
=
= 5.
2
2

3 33 9
=
= . (Observe que, nesse caso, no h simplificao.)
7
7
7
3 1
3
1
=
= .
11 3
11 3
11

13 1
13
13
=
= . (Nesse exemplo, tambm no h simplificao.)
6 6 6 6 36

f)

1
2
1
6

1 6 16 6
=
= = 3.
2 1 21 2

g)

5
8
11
8

58
5
5 8

=
= .
8 11 8 11 11

h)

12
5
3
25

12 25 12 25 12 25/5 12 5 12/3 5

=
=
=
=
= 4 5 = 20.
5 3
53
5/5 3
3
3/3

Agora, tente o exerccio 18.

Um erro que ocorre com frequncia na simplificao de fraes o cancelamento


dos termos quando h uma soma ou subtrao, em lugar da multiplicao, como
mostrado na Tabela 1.4.
Tabela 1.4: Erros relacionados simplificao de fraes.
Expresso
2x 6
2
3x

x
3

5x + 12
10y 6

Errado

Correto

(2/2)x 6
=x6
(2/2)

2(x 3)
=x3
2

(3/3)x

x
=xx=0
(3/3)

(5/5)x + (12/6)
x+2
=
(10/5)y (6/6) 2y 1

9x x 8x
=
3
3
5x + 12
10y 6

Como foi dito no Exemplo 12, para simplificar fraes, decompomos o numerador e
o denominador de forma a identificar e eliminar um termo na forma aa . Para simplificar

Seo 1.4. Simplificao de fraes

35

uma frao na qual o numerador ou o denominador contm uma soma, preciso, em


primeiro lugar, encontrar um fator comum aos termos que sero somados, de modo a
coloc-lo em evidncia.
Observe que, no primeiro exemplo da Tabela 1.4, a tentativa incorreta de simplificao envolveu a diviso por 2 de apenas uma parcela do numerador, o que no
permitido. A estratgia correta mostrada em detalhes abaixo.
2x 6 2 x + 2 3
=
2
2

Decompondo 2x e 6, de modo identificar o fator 2.

2 (x 3)
2

Pondo o nmero 2 em evidncia no numerador.

2 x3

2
1

Isolando o termo

= x 3.

2
.
2

Eliminando o termo que vale 1.

Tambm possvel identificar o erro quebrando a frao em duas, antes de efetuar


a simplificao. Veja como isso feito:
2x 6 2x 6
=

2
2
2

Quebrando a frao em duas, pois

ab a b
= .
c
c c

2x 2 3

2
2

Decompondo o nmero 6 como 2 3.

2 x 2 3

2 1 2 1

Isolando o termo

= x 3.

2
2

nas duas fraes.

Eliminando os termos que valem 1.

No segundo exemplo da Tabela 1.4, a tentativa de simplificao mostrada em


vermelho envolve a diviso por 3 do numerador de um termo e do denominador de
outro termo, o que no correto. Nesse caso, notamos que no h como simplificar a
expresso, embora possamos efetuar facilmente a subtrao.
Finalmente, o erro mostrado no terceiro exemplo da Tabela 1.4 ainda mais
grave, pois inclui duas tentativas de simplificao parcial, uma das quais envolvendo
os termos 5x e 10y, e a outra envolvendo 12 e 6. Nesse exemplo, no h como
simplificar a frao.

Mnimo mltiplo comum


Em muitos casos, possvel simplificar o resultado da soma de fraes com denominadores diferentes, como mostra o exemplo abaixo.

Exemplo 15. Soma e subtrao de fraes com denominadores diferentes

a)

4 3
4 10 + 3 5 55 11
+
=
=
= .
5 10
5 10
50 10

c)

4 3
4 10 3 5 25 1

=
=
= .
5 10
5 10
50 2

b)

3 5 3 6 + 5 2 28 7
+ =
=
= .
2 6
26
12 3

d)

3 5 3652
8
2
=
=
= .
2 6
26
12 3

36

Captulo 1. Nmeros reais

No Exemplo 15, efetuamos as soma e as subtraes e, em seguida, simplificamos as fraes obtidas. Entretanto, teria sido possvel obter diretamente as fraes
simplificadas se tivssemos usado o mnimo mltiplo comum, que definimos abaixo.

Exemplo 16. Mltiplos comuns a 6 e 8


Dizemos que um nmero c mltiplo comum de a e b se c mltiplo, ao mesmo
tempo, de a e de b.
Vamos determinar os mltiplos comuns de 6 e de 8 enumerando, em separado, os
mltiplos de cada nmero:
Como um nmero natural tem infinitos mltiplos, apresentamos apenas
listas parciais, seguidas de reticncias.

Mltiplos de 6: 6, 12, 18, 24, 30, 36, 42, 48, 54, 60, 66, 72, . . .
Mltiplos de 8: 8, 16, 24, 32, 40, 48, 56, 64, 72, 80, 88, 96, . . .
Os mltiplos comuns a 6 e 8 so aqueles que aparecem nas duas listas (indicados
em vermelho). Note que todos os nmeros destacados so mltiplos de 24. Assim,
se quisssemos expandir a lista de mltiplos comuns, bastaria incluir nela outros
mltiplos de 24: 24, 48, 72, 96, 120, 144, . . .
Agora, tente o exerccio 12.

Observando o Exemplo 16, notamos que 24 o menor nmero natural que , ao


mesmo tempo, mltiplo de 6 e de 8. Nesse caso, dizemos que 24 o minimo mltiplo
comum de 6 e 8.

mmc
O mnimo mltiplo comum entre dois nmeros naturais a e b o menor
nmero natural c que mltiplo tanto de a quanto de b.
O processo de enumerao dos mltiplos, ilustrado no Exemplo 16 para os nmeros
6 e 8, no a forma mais simples de se obter o mmc. Vejamos como efetuar o clculo
do mnimo mltiplo comum de um modo mais prtico.

Problema 1. Clculo do mmc usando o mdc


Determinar o mmc de 42 e 105.

Soluo.
A fatorao de 42 e de 105 fornece
42 = 2 3 7
105 = 3 5 7.
e o mdc entre esses dois nmeros 3 7 = 21. Calculando o produto entre 42 e 105,
obtemos
42 105 = 2 3 7 3 5 7 = 4410.
Naturalmente, 4410 um mltiplo de 42 e de 105. Entretanto, esse no o menor
mltiplo possvel, pois os fatores 3 e 7 aparecem duas vezes no produto acima. Se
exclussemos uma cpia de cada fator duplicado, obteramos
2 3 7 5 = 210,
que ainda mltiplo de 42 e de 105, j que 210/42 = 5 e 210/105 = 2.
Como o produto dos fatores repetidos corresponde exatamente ao mdc, que vale
21, podemos escrever
42 105 4410
=
= 210.
mmc(42, 105) =
21
21

Seo 1.4. Simplificao de fraes

37

De uma forma geral, dados dois nmeros naturais a e b, dizemos que

mmc(a, b) =

ab
.
mdc(a,b)

Observando o Problema 1, constatamos que o mmc entre dois nmeros naturais


pode ser definido como o produto dos fatores comuns e dos fatores no comuns de
cada nmero. Vamos usar essa ideia para calcular diretamente o mmc.

Problema 2. Clculo do mmc usando fatorao


Determinar o mmc de 120 e 700.

Soluo.
Antes de mais nada, vamos fatorar os dois nmeros.
120
60
30
15
5
1

2
2
2
3
5

700
350
175
35
7
1

2
2
5
5
7

Logo, 120 = 2 2 2 3 5 e 700 = 2 2 5 5 7. Observe que o produto 2 2 5 (isto ,


o produto dos termos em negrito), fornece o mdc entre 120 e 700, ou seja, aparece na
fatorao dos dois nmeros. Por outro lado, o produto (sem negrito) 2 3 s aparece
na fatorao de 120 e o produto (sem negrito) 5 7 s aparece na fatorao de 700.
Calculemos, agora, o produto dos fatores comuns e dos fatores no comuns de
cada nmero:
2 2 5 2 3 5 7 = 4200.

fatores
comuns

Note que 4200 , de fato, mltiplo de


120 e 700, pois 4200 = 120 35, bem
como 4200 = 700 6.

fatores
de 120

fatores
de 700

Assim, o mmc entre 120 e 700 4200.


J estudamos duas maneiras de determinar o mmc. Vejamos agora como obt-lo
de forma anloga ao clculo prtico do mdc, ou seja, decompondo simultaneamente
os nmeros envolvidos.
Para calcular o mmc entre dois ou mais nmeros, a cada passo do processo de
decomposio desses nmeros, devemos
1. determinar o menor nmero primo a que divisor de ao menos um dos nmeros;
2. dividir por a os nmeros que forem mltiplos desse valor.
Esse processo encerrado quando todos os nmeros forem reduzidos a 1. O mmc ser
igual ao produto dos fatores encontrados.

Exemplo 17. Clculo prtico do mmc


Vamos usar o mtodo prtico para calcular o mmc entre 120 e 700, bem como o
mmc entre 330 e 315.

38

Captulo 1. Nmeros reais

120,
60,
30,
15,
5,
1,
1,
1,

700
350
175
175
175
35
7
1

2
2
2
3
5
5
7

120 e 700 so divisveis por 2.


60 e 350 so divisveis por 2.
30 ainda divisvel por 2. O valor 175 permanece inalterado.
15 divisvel por 3. O valor 175 permanece inalterado.
5 e 175 so divisveis por 5.
35 ainda divisvel por 5.
7 divisvel por 7.
Os nmeros restantes so iguais a 1. No h como prosseguir.

O mmc entre 120 e 700 igual a 2 2 2 3 5 5 7 = 4200.


330,
165,
55,
55,
11,
11,
1,

315
315
105
35
7
1
1

2
3
3
5
7
11

330 divisvel por 2. O valor 315 permanece inalterado.


165 e 315 so divisveis por 3.
105 divisvel por 3. O valor 55 permanece inalterado.
55 e 35 so divisveis por 5.
7 divisvel por 7. O valor 11 permanece inalterado.
11 divisvel por 11.
Os nmeros restantes so iguais a 1. No h como prosseguir.

O mmc entre 330 e 315 igual a 2 3 3 5 7 11 = 6930.


Agora, tente o exerccio 13.

O uso do mmc na soma e subtrao de fraes


A frmula apresentada anteriormente para a soma e a subtrao de fraes com denominadores diferentes no produz fraes irredutveis, exigindo, s vezes, que simplifiquemos a frao encontrada.
Para obter diretamente o resultado da soma ou subtrao na forma mais simples
possvel, preciso usar o mmc para converter as fraes. Mostramos abaixo alguns
exemplos que ilustram como isso feito.

Problema 3. Soma e subtrao de fraes usando o mmc


Efetue as operaes abaixo, fornecendo fraes irredutveis.
a)

5 3
+ .
6 8

b)

23 11
.
30 84

Soluo.
a) Para converter 65 e 38 em fraes equivalentes com o menor denominador possvel,
devemos encontrar o menor numero que seja mltiplo de 6 e de 8 ao mesmo tempo,
para us-lo como denominador das novas fraes.
Fatorando 6 e 8, obtemos 6 = 2 3 e 8 = 2 2 2. Assim, temos um fator 2 que
comum aos dois denominadores, o nmero 3 que s fator de 6, e o produto
2 2 = 4 que s aparece na decomposio de 8. Deste modo,
mmc(6,8) = 2 3 4 = 24.
Logo, o denominador das fraes equivalentes ser 24.
Para converter a frao 65 em outra com o novo denominador, devemos multiplicar
o numerador e o denominador por 4, que o produto dos fatores que s aparecem
na decomposio de 8:
5 5 4 20
=
= .
6 6 4 24

Seo 1.4. Simplificao de fraes

39

Analogamente, para converter a frao 38 , devemos multiplicar o numerador e o


denominador por 3, que o nmero que s aparece na fatorao de 6:
3 33
9
=
= .
8 8 3 24
Agora que as fraes tm o mesmo denominador, podemos som-las:
20 9
29
+
= .
24 24 24
b) O clculo da diferena entre duas fraes segue o mesmo raciocnio adotado para
a soma. Nesse caso, fatorando 30 e 84, obtemos
30 = 2 3 5

84 = 2 2 3 7.

Logo, mmc(30,84) = 2 3 5 2 7 = 420.


23
, multiplicamos o numerador e o denominador por 2 7 =
Para converter a frao 30
14, que o produto dos fatores que s aparecem na decomposio de 84:

23 23 14 322
=
=
.
30 30 14 420
Por sua vez, a converso de 11
envolve a multiplicao do numerador e do deno84
minador por 5, que o nico termo exclusivo da fatorao de 30:
11 11 5
55
=
=
.
84 84 5 420
Finalmente, efetuamos a subtrao:
322 55
267

=
.
420 420 420
Agora, tente o exerccio 15.

O quadro abaixo resume o que foi feito na resoluo do Problema 3.


Se b e d so nmeros naturais, ento
a c
+
b d
a c

b d

=
=

a (fatores exclusivos de d) + c (fatores exclusivos de b)


mmc(b,d)
a (fatores exclusivos de d) c (fatores exclusivos de b)
.
mmc(b,d)

Para terminar a seo, resolvamos um exerccio um pouco mais desafiador.

Problema 4. Simplificao envolvendo um nmero desconhecido


Supondo que x 0, simplifique a expresso
3
1
4x

4
5
2
3x

Soluo.
Efetuando a subtrao que aparece no numerador, obtemos
3

4
5 4
15 4
11
= 3
=
=
.
5
5 5
5
5

40

Captulo 1. Nmeros reais

Trabalhando com o denominador, temos


2
1 3
2 4
3
8
3+8
11
1
+
=
+

=
+
=
=
.
4x 3x
4x 3 3x 4
12x 12x
12x
12x

Note que o mmc entre 4x e 3x 12x.

Juntando, finalmente, os dois termos, encontramos


11
5
11
12x

11 12x
11 12x
12x

=
.
5 11
11 5
5

Logo, a expresso equivalente a 12x/5.


Agora, tente o exerccio 24.

Exerccios 1.4
1. Simplifique a frao 16/64 dividindo o numerador e o
denominador por 2 sucessivas vezes.
2. Simplifique 36/54 dividindo o numerador e o denominador por 2 ou 3 sucessivas vezes.
3. Usando o mtodo das divises sucessivas, simplifique as
fraes
a)

b)

18
42

c)

24
32

b) 8304

c) 49318

d) 967908

5. Os nmeros naturais divisveis por 5 so aqueles terminados em 0 e 5. Verifique se os nmeros abaixo so


divisveis por 5.
a) 145

b) 5329

c) 10340

d) 555553

6. Escreva cada frao abaixo na forma mais simples possvel.


a)
b)
c)
d)

6
12
15
25
4
24
35
14

e)
f)
g)
h)

45
63
75
30
42
105
0
1250

i)
j)
k)
l)

(15)
5
15
(5)
(45)
(3)
(3)
(45)

m)
n)
o)
p)

a) 45 e 63.

(14)
21
512
(64)
(36)
(15)
(40)
(24)

7. Dentre os nmeros 23, 31, 51, 53, 63, 67, 71, 77, 91 e
95, quais so primos?
8. Calcule todos os divisores de 24 e de 36. Determine os
divisores comuns entre esses dois nmeros.

b) 30 e 75.

c) 42 e 105.

10. Calcule o mximo divisor comum entre


a) 32 e 128.

4
20

4. Para saber se um nmero divisvel por 3, basta verificar se a soma de seus algarismos divisvel por 3.
Dessa forma, 81 divisvel por 3, pois 8 + 1 = 9 e 9
divisvel por 3.
Para nmeros grandes, podemos aplicar essa regra mais
de uma vez. Assim, para saber se 587343687 divisvel
por 3, calculamos 5 + 8 + 7 + 3 + 4 + 3 + 6 + 8 + 7 = 51 e,
em seguida, somamos novamente 5 + 1 = 6. Como 6
divisvel por 3, o nmero 587343687 tambm .
Verifique se os nmeros abaixo so divisveis por 3.
a) 342

9. Depois de fatorar os nmeros, calcule o mximo divisor


comum entre

b) 18, 30 e 54.

c) 24, 32 e 60.

11. Usando o mdc, simplifique as fraes 42/105 e 36/90 e


verifique se elas so equivalentes.
12. Enumere os mltiplos dos nmeros abaixo e determine
o mmc em cada caso.
a) 2 e 3.

b) 3 e 6.

c) 4 e 6.

d) 2, 3 e 5.

13. Determine o mnimo mltiplo comum entre


a) 50 e 225.

b) 30 e 56.

c) 21, 30 e 70.

14. Reescreva as fraes abaixo, deixando-as com o mesmo


denominador.
a) 3/2 e 2/3.
b) 1/3 e 4/6.

c) 3/4 e 5/6.
d) 1/2, 1/3 e 1/5.

15. Calcule as expresses abaixo, simplificando-as quando


possvel.
a)
b)
c)

3
5
4
6
7
6

7
5
1
6
4
15

d)
e)
f)

9
10
1
4 + 38
5
12
58
5
6

g)
h)
i)

3
4
+ 15
10
5
1
+3+
2
1
31
2

1
6
1
6

16. Efetue os produtos, simplificando as fraes quando


possvel.
a) 53 53
b) 3 43
c) 23 15
4

d) 11
( 43 )
2
e) 12
10
5
3
f) ( 37 ) 14
9

)
g) ( 61 ) ( 16
11
h)

1
6

2
7

3
5

Seo 1.5. Operaes com horas, minutos e segundos

20. Dois nibus chegaram a um ponto no mesmo horrio.


Se o primeiro passa a cada 18 minutos, e o segundo a
cada 30 minutos, depois de quanto tempo eles voltaro
a chegar no ponto no mesmo instante?

17. Calcule as expresses. Dica: no use a propriedade distributiva.


a)

3
4

( 56 + 52 )

b) 2 ( 54

c) ( 54 12 ) ( 13 + 52 )

21. O mdc entre dois nmeros naturais a e b pode ser facilmente calculado atravs do algoritmo de Euclides.
Faa uma pesquisa e descubra como funciona esse algoritmo.

d) ( 35 + 13 ) (2 18 )

1
)
10

18. Calcule as expresses abaixo e simplifique o resultado


quando possvel.
6
5

a)

b)

e)

7
4

c)

d)

f)
g)

1
8

h)

5
3

5
3
3
4
12
7
3
14
6
8
3
8
22
3
4
15

2
( 15
)
( 61 )

i)

9
5
9
2

n)

5/31/6
2(1/2)
1 1
4+2
3
2 +3

o)

j)
k)
l)

22. Trs quartos dos moradores de Chopot da Serra bebem caf regularmente. Desses, dois quintos preferem
o caf "Serrano". Que frao dos moradores da cidade
prefere o caf "Serrano"? Que frao dos moradores
bebe regularmente caf de alguma outra marca?

1 1
26
1 1
34
3
40
1 1

4 5
3 1
56
9
7
15 12

m)

23. Joo gastou 1/3 do dinheiro que possua com um ingresso de cinema. Do dinheiro que restou, Joo gastou
1/4 comprando pipoca. Que frao do dinheiro total
que Joo possua foi gasta com a pipoca? Que frao
do dinheiro sobrou depois desses gastos?

19. Aplique a propriedade distributiva e e simplifique as


expresses sempre que possvel.
a)
b)
c)

2 3
( x)
3 4
5
(2x 4y)
2
)
32 (2 5x
6

24. Supondo que os denominadores sejam diferentes de


zero, simplifique as expresses abaixo.

d) ( 2x

15
7
) 10
2
(6y + 16 )
8x
3
4
(3x + y + 15
)
9
4

e)
f)

41

a)

2 1
x3
122x
3

2+ 43
3
2
2y 5y

b)

c) ( x4

) 6xy
3x
3

Respostas dos Exerccios 1.4


1. 16/64 = 8/32 = 4/16 = 2/8 = 1/4

11. So equivalentes.

18.

3.
4.
5.
6.

a) 3/7
a) V
a) V
a)
b)
c)
d)

1
2
3
5
1
6
5
2

b) 3/4
b) V
b) F
e)
f)

5
7
5
2
2
5

g)
h) 0

12.

a) 6

13.

a) 450

c) F
c) V
i) 3
j) 3
k) 15
l)

1
15

d) V
d) F

1.5

d) 30

p)

5
3

a) 9

b) 15

c) 21

a) 32

b) 6

c) 4

b) 840

14.

15.

a)
b)
c)
d)

c)
16.

17.

e)

a) 1
b) 4
c) 52
a)

5
2

b)

i)

4
5

m) 4

j) 52
k) 1
l) 16

n)

3
2

o) 26

g)

1
8

2x
3

d)

5x
4

x
5

21
4

e) 16xy

f)

4x
3

4y
9

4x
9
+ 53

21. ...

17
30

22. Dos moradores, 3/10 bebem caf Serrano e


9/20 bebem caf de outra marca.

h) 3
i) 0

d) 22
3
e) 8
2
f) 3

g)

8
33

h)

1
35

c)

1
2

20. Aps 90 minutos.

f) 25
24

7
5

a)

c)

1
d) 15

43
30

e) 20
9
f) 8
g) 2
h) 55
2

b) 5x 10y

9/6 e 4/6.
2/6 e 4/6.
9/12 e 10/12.
15/30, 10/30 e 6/30.

a) 2
b) 12

2
5

c) 210
19.

m) 23
n) 8
o) 12
5

8. Divisores de 24: 1, 2, 3, 4, 6, 8, 12, 24.


Divisores de 36: 1, 2, 3, 4, 6, 12, 18, 36.
Divisores comuns: 1, 2, 3, 4, 6, 12.

10.

c) 12

c) 1/5

7. So primos: 23, 31, 53, 67, 71.

9.

b) 6

a)

b) 78
c) 16
d) 3

2. 36/54 = 18/27 = 6/9 = 2/3

11
20

d)

23. Joo gastou 1/6 do dinheiro com a pipoca.


O dinheiro que sobrou corresponde a metade do que ele possua antes de comprar o
ingresso.
7
4

24.

a)

1
2x

b)

5y
2

c)

14y

Operaes com horas, minutos e segundos


Em nosso cotidiano, representamos medidas de tempo usando unidades como os dias
(d), as horas (h), os minutos (min) e os segundos (s). As relaes entre essas unidades
so dadas na Tabela 1.5.
Como se v, as medidas de tempo no esto relacionadas atravs de mltiplos de 10,
como ocorre, por exemplo, com as medidas de comprimento do sistema internacional
(1 m = 10 dm = 100 cm = 1000 mm). Sendo assim, preciso tomar algum cuidado

42

Captulo 1. Nmeros reais

Tabela 1.5: Relaes entre unidades de tempo.


1 minuto

60 segundos

1 hora

60 minutos

3600 segundos

1 dia

24 horas

1440 minutos

86400 segundos

ao efetuar operaes aritmticas com medidas de tempo que envolvem mais de uma
unidade, como mostram os problemas abaixo.

Problema 1. Horrio de chegada do nibus


O nibus de Joo saiu da rodoviria de Campinas s 9 h 48 min. Se a viagem ao
Rio de Janeiro tem durao prevista de 7 h 18 min, a que horas o nibus deve chegar
a seu destino?

Soluo.
Como o horrio de sada e o tempo de viagem envolvem medidas mistas (horas e
minutos), vamos convert-los para uma medida nica: as horas.

Aqui, fizemos a converso


1 min =

Horrio de sada: O instante de partida do nibus corresponde soma 9 h + 48 min.


Para somar esses valores, vamos transformar os minutos em horas. Como cada
hora compreende 60 minutos, temos:

1
h.
60

48 min = 48

1
48
h=
h = 0,8 h.
60
60

Logo, o nibus partiu s 9 + 0,8 = 9,8 h.


Tempo de viagem: De forma anloga, o tempo de viagem pode ser escrito como a
soma 7 h + 18 min. Para converter os minutos para horas, fazemos:
18 min = 18

1
18
h=
h = 0,3 h.
60
60

Assim, a viagem consome 7 + 0,3 = 7,3 h.


Agora que os valores foram convertidos para uma unidade nica, podemos som-los
para obter o horrio de chegada:
9,8 h + 7,3 h = 17,1 h.
Finalmente, vamos converter o dcimo de hora em minutos:
0,1 h = 0,1 60 min = 6 min.

Nesse caso, usamos 1 h = 60 min.

Logo, o nibus chegar rodoviria do Rio de Janeiro s 17 h 06 min.

Problema 2. Diferena de tempo de corrida


O primeiro colocado na prova masculina dos 10000 metros da olimpada de Londres, em 2012, foi o britnico Mo Farah, que correu a distncia em 27 min 30,42 s.
O outro britnico na prova, Christopher Thompson, foi apenas o vigsimo quinto
colocado, tendo gasto 29 min 06,14 s para atravessar a linha de chegada. Qual foi a
diferena do tempo de corrida dos dois atletas?

Soluo.
Nesse problema, vamos converter o tempo dos atletas para segundos.

Seo 1.5. Operaes com horas, minutos e segundos

43

Tempo de Mo Farah:
27 min + 30,42 s = 27 60 s + 30,42 s = 1650,42 s.
Tempo de Christopher Thompson:
29 min + 6,14 s = 29 60 s + 6,14 s = 1746,14 s.
Logo, a diferena entre os tempos dos atletas foi de 1746,14 1650,42 = 95,72 s.

Problema 3. Tempo entre paradas de uma corrida de frmula 1


Um determinado piloto de frmula 1 consegue fazer uma volta do grande prmio
do Brasil em 1 min 29,1 s. Supondo que o piloto manter esse ritmo em todas as 24
voltas que far at a prxima parada para abastecimento, daqui a quanto tempo essa
parada ocorrer?

Soluo.
Convertido para minutos, o tempo por volta corresponde a
1 min + 29,1 s = 1 min +

29,1
min = 1,485 min.
60

Multiplicando esse valor pelo nmero de voltas, obtemos 1,485 24 = 35,64 min, que
o tempo, em minutos at a prxima parada. Esse tempo corresponde a
35 min + 0,64 60 s = 35 min 38,4 s.

Problema 4. Tempo mdio de uma volta em uma corrida


Em 2012, o vencedor do grande prmio do Brasil de frmula 1 foi o ingls Jenson
Button, da McLaren, que completou as 71 voltas da prova em 1 h 45 min 22,66 s. Qual
foi o tempo mdio por volta do intrpido piloto?

Soluo.
Convertamos o tempo total de prova para minutos:
1 h + 45 min + 22,66 s = 1 60 + 45 +

22,66
min 60 + 45 + 0,3777 min 105,3777 min.
60

O tempo mdio por volta obtido dividindo-se o tempo total pelo nmero de voltas,
ou seja
105,3777
Tempo mdio =
min 1,4842 min.
71
Convertendo em segundos a parte fracionria do nmero, obtemos 0,484260 29,05 s.
Logo, em mdia, cada volta foi percorrida em cerca de 1 min 29 s.
Nos problemas acima, tomamos o cuidado de converter todas as unidades antes de
efetuar as operaes aritmticas. Entretanto, isso no indispensvel, como mostra
o problema a seguir, no qual as mesmas contas so feitas de forma direta.

Problema 5. Clculos com intervalos de tempo na forma direta


Efetue as operaes abaixo:

44

Captulo 1. Nmeros reais

a) 9 h 48 min + 7 h 18 min

c) 1 min 29,1 s 24

b) 29 min 6,14 s 27 min 30,42 s

d) 1 h 45 min 22,66 s 71

Soluo.

a) Somando em separado as horas e os minutos, obtemos


+

9 h 48 min
7 h 18 min
16 h 66 min

Como o nmero de minutos superior a 60, fazemos a converso 66 min = 1 h 06 min.


Dessa forma, a soma fornece 16 h + 1 h + 6 min = 17 h 06 min.
b) Nesse problema, devemos subtrair em separado os minutos e os segundos. Entretanto, como 6,14 menor que 30,42, para subtrair os segundos temos que fazer a
converso
29 min 6,14 s = 28 min + 60 s + 6,14 s = 28 min 66,14 s.
Assim, obtemos

28 min 66,14 s
27 min 30,42 s
1 min 35,72 s

c) Fazendo em separado o produto de minutos e segundos, obtemos


1 min

29,1 s
24

24 min 698,4 s
A converso de 698,4 s em minutos fornece
698,4 s =

698,4
= 11,64 min = 11 min + 0,64 60 s = 11 min 38,4 s
60

Assim, o produto igual a


24 min + 698,4 s = 24 min + 11 min 38,4 s = 35 min 38,4 s.
d) Vamos calcular 1 h 45 min 22,656 s 71 dividindo, em primeiro lugar, as horas. Em
seguida, dividiremos os minutos e, finalmente, os segundos. Como 1 menor que
71, a diviso de 1 h por 71 fornece 0 h como quociente e 1 h como resto.
Convertendo esse resto para minutos, obtemos 1 h = 60 min. Somando esse valor
aos minutos do numerador, encontramos 60 + 45 = 105 min. A diviso de 105 min
por 71 fornece 1 min como quociente e 34 min como resto.
Convertendo o novo resto para segundos, obtemos 34 min = 34 60 s = 2040 s. Somando esse valor aos segundos do numerador, encontramos 2040+22,66 = 2062,66 s.
Finalmente, a diviso desse valor por 71 fornece aproximadamente 29,05 s.
Logo, o quociente da diviso corresponde a 1 min 29,05 s.
Agora, tente o exerccio 6.

Seo 1.6. A reta real

45

Exerccios 1.5
1. Converta para minutos.
a) 4 h
b) 3,5 h
c) 2,75 h

d) 43 h
e) 1,6 h
f) 5 h 33 min

2. Converta para segundos.


a) 1 h
b) 1,255 h
c) 1 h 30 min

d) 1 h 22,25 min
e) 2 h 12 min 47 s
f) 27 min 59 s

3. Converta para horas.


a) 1 h 30 min
b) 15 min 45 s

c) 2 h 40 min
d) 1 h 22 min 30 s

4. O voo dirio para Fortaleza da VAI (Viao Area Ipatinguense) sai de Ipatinga s 7 h 32 min. Se a viagem
dura 6 h 44 min, a que horas o avio chega no aeroporto
da capital cearense?

5. Uma comissria de bordo foi convocada para um voo


noturno de ida e volta entre as cidades A e B. O tempo
de voo entre A e B o mesmo que entre B e A. A diferena de fuso horrio entre as duas cidades de uma
hora. Sabe-se que a decolagem de A ocorreu s 2 h (horrio local), a aterrissagem em B s 2 h 55 min (horrio
local) e a decolagem de B, para a viagem de volta, s
3 h 25 min (horrio local). Qual foi a durao do voo entre A e B e quanto tempo a comissria trabalhou nesse
perodo.
6. Efetue as operaes abaixo.
a) 5 h 10 min 30 s + 1 h 37 min 12 s
b) 2 h 40 min 30 s + 2 h 22 min 35 s
c) 1 h 32 min 1 h 10 min
d) 2 h 12 min 1 h 40 min
e) 4 2 h 30 min
f) 2 h 30 min 5

Respostas dos Exerccios 1.5


1.

a) 240 min
b) 210 min
c) 165 min

d) 80 min
e) 96 min
f) 333 min

2.

a) 3600 s
b) 4518 s
c) 5400 s

d) 4935 s
e) 7967 s
f) 1679 s

a) 1,5 h
b) 0,2625 h

c) 2,666... h
d) 1,375 h

4. O voo chega s 14 h 16 min.


5. 1 h 55 min e 4 h 20 min.
6.

3.

1.6

a) 6 h 47 min 42 s
b) 5 h 3 min 5 s
c) 22 min

d) 32 min
e) 10 h
f) 30 min

A reta real

Escrevendo de maneira mais formal,


dizemos que o conjunto dos reais totalmente ordenado sob porque, dados x, y, z R, temos:
se x y e y x, ento x = y;

Os nmeros naturais obedecem a nossa concepo intuitiva de ordem, ou seja, o


nmero 1 sucedido pelo nmero 2 que, por sua vez, sucedido pelo 3, e assim por
diante. Usando esse princpio, quando pegamos a senha de nmero 25 em um banco,
sabemos que s seremos atendidos depois dos clientes com senhas de 1 a 24.
Os nmeros reais tambm so ordenados, o que nos permite comparar-los, como
fazemos com os nmeros naturais. Assim, se a concentrao de glicose (glicemia)
no sangue de Joaquim igual a 125 mg/dl, e a concentrao no sangue de Mariana
equivale a 97 mg/dl, dizemos que a glicemia de Joaquim maior que a de Mariana.
De uma forma geral, dados os nmeros a, b R, dizemos que,
a maior que b, ou simplesmente a > b, se (a b) um nmero positivo.
a maior ou igual a b, ou simplesmente a b, se (a b) positivo ou zero.

se x y e y z, ento x z;

a menor que b, ou simplesmente a < b, se (a b) um nmero negativo.

x y ou y x.

a menor ou igual a b, ou simplesmente a b, se (a b) negativo ou zero.


Naturalmente, equivalente afirmar que a < b ou que b > a, de modo que qualquer
uma dessas duas desigualdades pode ser lida como a menor que b, ou como b
maior que a.

46

Captulo 1. Nmeros reais

O conceito de ordem dos nmeros reais nos permite represent-los como pontos
sobre uma reta orientada, chamada reta real. Nessa reta, o nmero 0 (zero) serve
como referncia, sendo denominado origem. Muitas vezes, a origem indicada pela
letra O.
Os nmeros positivos so apresentados direita da origem. Uma vez escolhida uma
unidade de medida digamos, centmetros , o nmero 1 mostrado a exatamente
uma unidade da origem, o nmero 2 a duas unidades, e assim sucessivamente. Nesse
caso, a distncia entre a origem e o ponto que representa um nmero positivo x
exatamente igual a x unidades. Observe a Figura 1.18.

Figura 1.18: A reta real.


Dica
Se a > b, ento a est direita
de b na reta real. De forma anloga, se a < b, ento a est
esquerda de b na mesma reta.

Os nmeros negativos aparecem esquerda da origem. O nmero 1 est uma


unidade esquerda da origem, o nmero 2 est a duas unidades esquerda, e assim
por diante.
Uma expresso que contenha um dos smbolos <, , ou > chamada desigualdade. Apresentamos abaixo algumas desigualdades vlidas:
3 > 2;

1 < 3;

8 < 5;

1 > 1;

5 5;

10,73 12,1;

7 7;

6,2 7;

23,7 > 0;
312,5 0.

Na notao matemtica, permitido juntar duas inequaes, como nos exemplos


a seguir.
Ateno
No se pode escrever 2 1 < 6,
pois isso implicaria que 2 6,
o que no correto. Da mesma
forma, no permitido escrever
5 a 3, pois no verdade
que 5 3. Assim, no agrupe
duas inequaes se uma contiver < (ou ) e outra > (ou ).

a) 8,2 > 7 > 6,5.

b) 3,2 a < 1,5

(a R).

importante notar que cada uma dessas expresses contm trs afirmaes:
No item (a), afirmamos que 8,2 > 7, que 7 > 6,5 e que 8,2 > 6,5.
Do item (b), conclumos que a um nmero real que satisfaz, ao mesmo tempo,
as desigualdades a 3,2 e a < 1,5. Alm disso, a expresso tambm indica que
3,2 < 1,5.
A distncia de um ponto x (sobre a reta real) origem denominada valor
absoluto ou mdulo do nmero x, e representada por x. Assim, dizemos que
o valor absoluto de 3 3, ou seja, 3 = 3.
o valor absoluto de 3 3, ou seja, 3 = 3.
Como vimos, 3 = 3, o que indica que esses valores esto mesma distncia da
origem. Generalizando esse conceito, dizemos que a = a para todo nmero a R.
Outros exemplos de valor absoluto so apresentados a seguir:
10 = 10,

5,4 = 5,4,

= ,

0 = 0.

Problema 1. Comparao entre nmeros


Substitua o smbolo por um dos smbolos < ou >, para que as desigualdades
sejam vlidas.
a) 3213,6 288,4.

c) 27 35.

e) 42,01 42,001.

b) 127,1 13,87.

d) 16,2 16,1.

f)

3
11

4
.
11

Seo 1.6. A reta real


8
7
15
.
g) 15

i)

h) 2

j) 1 34 .

4
.
3

2
3

0,5.

k)

1
6

47

1
.
5

l) 61 51 .

Soluo.
a) Como 3213,6 288,4 positivo, podemos escrever 3213,6 > 288,4 .
b) Todo nmero negativo menor que um nmero positivo. Assim, 127,1 < 13,87.
c) Como 27 (35) = 8, que um nmero positivo, temos 27 > 35.
d) Como 16,2 (16,1) = 0,1, que negativo, temos 16,2 < 16,1.
e) 42,01 42,001 = 0,09 > 0. Assim, 42,01 > 42,001.
f) Como

3
11

4
11

1
= 11
, que negativo, conclumos que

7
8
)=
g) Como 15
( 15

1
15

3
11

<

4
.
11

7
8
> 0, podemos afirmar que 15
> 15
.

h) Antes de comparar um nmero inteiro com uma frao, devemos convert-lo


forma fracionria. Para converter o nmero 2 a uma frao com denominador 3
(o mesmo denominador da frao 43 ), escrevemos
2=21=2

3 23 6
=
= .
3
3
3

Agora que temos duas fraes com o mesmo denominador, podemos calcular 63 43 =
2
. Como esse valor positivo, conclumos que 2 > 34 .
3
i) Convertendo 23 para a forma decimal, obtemos 0,666.... Como 0,666... 0,5 > 0,
deduzimos que 23 > 0,5.
j) Observamos que 1 = 44 . Como ( 44 ) ( 34 ) = 41 , que um nmero negativo,
conclumos que 1 < 34 .
k) Para comparar duas fraes com denominadores diferentes, devemos reduzi-las ao
mesmo denominador. Usando o mmc entre 5 e 6, que vale 30, escrevemos:
1 15
5
=
=
6 6 5 30

Para saber mais sobre o mmc, consulte a pgina 35.

Uma vez que

5
30

6
30

1 16
6
=
= .
5 5 6 30

< 0, conclumos que

1
6

< 15 .

5
6
l) Usando a mesma estratgia do exemplo anterior, obtemos 1
= 30
e 1
= 30
.
6
5
5
6
1
1
1
Assim, como 30 ( 30 ) = 30 , que um nmero positivo, escrevemos 6 > 5 .

Em todos esses exemplos, possvel


trocar < por , bem como substituir
> por .

Agora, tente o exerccio 6.

Exerccios 1.6
1. Escreva os nmeros 2; 5; 2,5; 8; 1,5; ; 0;
em ordem crescente.
2. Coloque as fraes 35 , 43 , 12 ,

4
5

4
10

4
5

em ordem crescente.

3. Quantos so os nmeros inteiros negativos


a) maiores que 3;

e 34

b) menores que 3.

4. Sejam a, b e c nmeros reais tais que a > 0, b < 0 e c < 0.


Encontre o sinal de cada expresso.
a) a b
b) c a

c) a + bc
d) ab + ac

5. Verifique se as desigualdades so verdadeiras.

48

Captulo 1. Nmeros reais

a)
b)

10
< 12
11
13
1
1
>
5
4

c) 14 < 13

a) 2 3
b) 57 47

d) 35 < 43

6. Em cada expresso abaixo, substitua o smbolo por


um dos sinais <, = ou >, para que as desigualdades sejam
vlidas.

c)
d)

1
3
3
2

e)
f)
g)

1
4
4
6

h)

2
3
3
2
2
5
9
8

i)

3
4
4
3
3
7
8
7

j)
k)

8
9
15
4
2
3

7
8

4
0,67

l) 3,27 13
4

Respostas dos Exerccios 1.6


1. 2,5; 2; 1,5; 3/4; 0; 4/5; ; 5; 8.
2.

4.

a) Pos.
b) Neg.

5.

a) V

4
1 3 3 4
10 ; 2 ; 5 ; 4 ; 5 .

3.

1.7

a) Dois (2 e 1).

b) Infinitos.

6.

c) Pos.
d) Neg.
b) F

c) F

a) >
b) >
c) >

d) >
e) <
f) >

g) <
h) <
i) >

j) <
k) <
l) <

d) V

Razes e taxas
Como vimos, o fato de os nmeros reais serem ordenados nos permite us-los em
comparaes. Assim, se tenho R$ 5.000,00 em uma caderneta de poupana e minha
irm tem apenas R$ 2.500,00 aplicados, fcil perceber que tenho mais dinheiro
guardado que ela, pois 5.000 > 2.500.
Entretanto, em muitas situaes, no queremos apenas constatar que um valor
maior que outro, mas avaliar quo maior ele , em termos relativos. Considerando,
por exemplo, os investimentos na poupana, se divido o valor que possuo pelo que a
minha irm tem aplicado, obtenho
R$ 5.000
= 2,
R$ 2.500
o que indica que tenho o dobro do dinheiro investido por ela.

Razo
Na Seo 1.1, definimos razo como o quociente entre dois nmeros. Agora, veremos
como usar esse quociente para comparar valores.
Em nossa comparao, a primeira coisa que exigiremos que as as grandezas
tenham a mesma unidade de medida, de modo que a diviso de um valor pelo outro
produza um quociente adimensional, ou seja, sem unidade.
Na comparao das aplicaes na caderneta de poupana, por exemplo, os dois
valores so expressos em reais, de modo que a razo 2 no tem unidade. Observe
que a mesma razo teria sido obtida se os dois valores fossem expressos em centavos,
dlares, pesos ou ienes. Em outras palavras, meu investimento na poupana corresponder sempre ao dobro do que minha irm possui, no importando a moeda usada
na comparao.

Exemplo 1. TV de tela plana


Nas televises modernas, a relao entre altura e largura da
9
a razo 9 16 (ou 16
). por esse motivo que os fabricantes
costumam anunciar apenas o comprimento da diagonal da tela,
Tabela 1.6 fornece as dimenses aproximadas de alguns modelos
com o comprimento da diagonal.
Figura 1.19: Dimenses de uma
TV.

tela segue sempre


e os comerciantes
em polegadas. A
de TV, de acordo

Seo 1.7. Razes e taxas

49

Tabela 1.6: Dimenses das televises.


Cabe ressaltar que, devido ao arredondamento dos nmeros, algumas
dimenses apresentadas na tabela
tm razo levemente diferente de
9:16. Poderamos ter obtido valores
mais prximos do esperado usando
mais casas decimais.

Diagonal
(polegadas)

Altura
(centmetros)

Largura
(centmetros)

32
40
46
55

39,8
49,8
57,3
68,5

70,8
88,6
101,8
121,8

Observe que tambm possvel expressar as dimenses de uma TV de 55 em


metros (aproximadamente 0,685 m de altura por 1,218 m de largura), ou ainda em
polegadas (aproximadamente 27,0 de altura por 47.9 de largura). Em todos os
casos, a razo entre altura e largura igual a 9 16 (que um valor adimensional).
Uma das informaes mais importantes de um mapa a escala usada. A escala
nada mais que uma razo que relaciona a distncia entre dois pontos A e B do mapa
distncia real entre os pontos que A e B representam. O problema a seguir ilustra
como usar a escala para determinar distncias reais.

Problema 1. Escala de um mapa


A Figura 1.20 mostra um mapa do Acre, na escala 1:5.300.000. Nesse mapa, a
capital do estado, Rio Branco, dista aproximadamente 6,5 cm de Feij, e 111,7 mm
de Cruzeiro do Sul. Calcule a distncia real aproximada entre Rio Branco e essas
duas cidades.

Figura 1.20: Mapa do Acre. Fonte: IBGE.

50

Captulo 1. Nmeros reais

Soluo.
A escala a razo entre uma distncia no mapa e a distncia real correspondente.
Como a escala igual a 1:5.300.00, temos
distncia no mapa
distncia real
Observe que usamos a mesma escala,
no importando a unidade empregada para medir a distncia no mapa.
Naturalmente, quando convertemos
uma distncia em centmetros, o resultado tambm ser dado em centmetros.

1
.
5.300.000

Se os pontos do mapa que representam Rio Branco e Feij esto a 6,5 cm de distncia,
ento podemos escrever uma frao equivalente quela usada na escala fazendo
1
6,5 cm
6,5 cm
1
=

=
.
5.300.000 5.300.000 6,5 cm 34.445.000 cm
Assim, 6,5 cm no mapa correspondem a 34.445.000 cm na vida real, de modo que as
cidades distam 344,45 km.
Por sua vez, a distncia entre Rio Branco e Cruzeiro do Sul de 111,7 mm no
mapa, o que equivale a
5.300.000 111,7 = 592.010.000 mm
na vida real. Convertendo esse valor para quilmetros, descobrimos que as cidades
esto a cerca de 592 km de distncia.

Problema 2. Gasolina ou lcool?


Segundo as revistas especializadas, s vantajoso abastecer com lcool o tanque
de um carro flex quando a razo entre o preo do lcool e o preo da gasolina
menor que 0,7. Se um posto cobra R$ 2,659 por litro de gasolina e R$1,899 por litro
de lcool, com que combustvel devo encher o tanque de meu carro?

Soluo.
A razo entre os preos
preo do litro do lcool
R$ 1,899
=
0,714.
preo do litro da gasolina R$ 2,659
Como esse valor maior que 0,7, vantajoso abastecer o tanque com gasolina.

Problema 3. Como preparar um refresco


Uma garrafa de suco concentrado de abacaxi contm 500 ml de lquido. Segundo
o fabricante, para preparar um refresco de abacaxi, preciso misturar o concentrado
com gua, na razo 1:3. Nesse caso, quantos mililitros de gua devemos adicionar a
200 ml do suco concentrado? Qual ser o volume total de refresco produzido com essa
quantidade de concentrado?

Soluo.
A razo adequada entre suco concentrado e gua 1:3. Logo,
partes de suco
1
= .
partes de gua
3

Seo 1.7. Razes e taxas

51

Como queremos usar 200 ml de suco para preparar um refresco, devemos encontrar
uma frao equivalente a 1:3 que tenha 200 no numerador. Para tanto, escrevemos
1 200 ml 200 ml

=
3 200 ml 600 ml
Assim, devemos adicionar 600 ml de gua. Nesse caso, o volume total de suco corresponder a
200 ml + 600 ml = 800ml.


concentrado

gua

Problema 4. Mistura de solues com concentraes diferentes


Duas embalagens de mesmo volume contm misturas diferentes de hipoclorito de
sdio e gua. Na primeira, a razo entre o volume de hipoclorito e o volume de
gua 1:5, enquanto a razo da segunda 1:9. Se misturarmos todo o contedo das
embalagens, qual ser a razo entre os volumes do hipoclorito de sdio e da gua?

Soluo.
1
do volume,
Na primeira embalagem, o hipoclorito de sdio corresponde a 1+5
5
enquanto a gua corresponde a 1+5 do volume.
1
do total, resJ na segunda embalagem, o volume de hipoclorito de sdio 1+9
9
tando gua os outros 1+9 .
Quando efetuamos a mistura, o volume total de hipoclorito passa a ser

1 1
16
4
+
=
= ,
6 10 60 15
cabendo gua um volume de
5 9
104 26
+
=
= .
6 10
60
15
Observe que a soma dessas fraes 2, indicando que o volume total o dobro do
volume de uma nica embalagem.
Finalmente, para calcular a razo resultante da mistura, basta fazer
4
2
4/15
=
= .
26/15 26 13
Assim, a nova mistura conter 2 partes de hipoclorito de sdio para 13 partes de
gua.

Taxa

No se preocupe em decorar em que


situao cada termo deve ser empregado. O importante compreender
como usar quocientes para expressar
relaes entre medidas.

Assim como ocorre com a razo, o termo taxa tambm est relacionado a um quociente. O que distingue uma palavra da outra o uso. Normalmente, empregamos
o termo razo para indicar uma comparao entre grandezas que tm a mesma unidade, enquanto a palavra taxa mais empregada para expressar um quociente entre
medidas fornecidas em unidades diferentes.
Entretanto, essa distino nem sempre seguida. Os economistas, por exemplo,
costumam usar o termo taxa de juros pra representar uma relao entre valores na
mesma moeda. Por outro lado, em vrias sees desse livro, voc encontrar o termo
razo para representar o quociente entre dois nmeros reais, ainda que com unidades
diferentes.

52

Captulo 1. Nmeros reais

Apresentamos, a seguir, alguns exemplos envolvendo taxas.

Exemplo 2. Densidade demogrfica


D-se o nome de densidade demogrfica taxa de habitantes por unidade de rea.
Dentre os municpios brasileiros, So Joo de Meriti, no estado do Rio de Janeiro,
um dos que tm maior densidade demogrfica. Nesse municpio com apenas 35,2 km2
de rea, viviam, em 2010, 458.673 habitantes, o que correspondia a uma densidade
demogrfica de
458.673 hab
13.030 hab/km2 .
35,2 km2
J o municpio de Japur, no Amazonas, tinha 7.326 habitantes em 2010, distribudos por 55.791,9 km2 . Nesse caso, a densidade demogrfica era de apenas
7.326 hab
0,13 hab/km2 .
55.791,9 km2

Exemplo 3. Taxa de cmbio


Segundo o Banco Central Europeu, no dia 1 de maro de 2013, um euro correspondia a 1,3 dlares americanos. Assim, nesse dia, a taxa de converso entre moedas
era dada por
US$ 1,30
= 1,3 US$/e.
e 1,00

Exemplo 4. Velocidade mdia


A velocidade de um veculo um tipo de taxa. Trata-se, mais especificamente, da
taxa de variao da distncia em relao ao tempo.
Se, em uma viagem, um carro percorreu 500 km em 6,5 horas, sua velocidade
mdia foi de
500 Km
76,9 km/h.
6,5 h

Exemplo 5. Taxa de download


Quando contratamos um plano de acesso internet, um dos itens aos quais devemos prestar mais ateno a taxa de download, que indica a rapidez com a qual
conseguimos transferir arquivos para o nosso computador.
Se baixei um arquivo de 250 megabits em 30 segundos, ento a taxa efetiva de
download desse arquivo foi de
250 Mb
8,33 Mb/s.
30 s

Exemplo 6. Vazo em um cano


A taxa de fluxo de um lquido em um cano chamada vazo. Essa taxa fornece
o volume de fluido que atravessa uma determinada seo do cano por unidade de
tempo. No sistema internacional de unidades, a vazo geralmente expressa em
metros cbicos por segundo (m3 /s).

Seo 1.7. Razes e taxas

Lembre-se de que cada minuto corresponde a 60 segundos, de modo que


50 min equivalem a 50 60 s.

53

Suponha que, quando seu registro aberto, uma caixa dgua de 2 m3 seja enchida
em 50 minutos. Nesse caso, a vazo no cano que liga o registro caixa igual a
2 m3
0,000667 m3 /s.
50 60 s

Problema 5. Consumo de combustvel


O rendimento mdio de um carro costuma ser definido como o nmero mdio de
quilmetros percorridos com um litro de combustvel. Esse rendimento varia com o
tipo de combustvel e com o trnsito que o carro enfrenta. Em uma cidade movimentada e cheia de semforos, por exemplo, o rendimento bem menor do que em uma
estrada, na qual o veculo trafega a uma velocidade alta e constante.
Considere que, quando abastecido com 50 litros de gasolina, um determinado carro
percorra 520 km na cidade e 660 km na estrada. Determine o rendimento mdio do
carro em cada tipo de trfego.

Soluo.
O rendimento na cidade igual a
520 km
= 10,4 km/`.
50 `
J na estrada, o rendimento equivale a
660 km
= 13,2 km/`.
50 `

Problema 6. Embalagem econmica


Quando vamos ao supermercado, prudente comparar os preos dos produtos,
sem dar muita ateno ao que dizem os cartazes das promoes.
Suponha que, em certo supermercado, uma garrafa de 1,5 litros de um refrigerante
custe R$ 2,50, enquanto uma garrafa de 2 litros em promoo seja vendida por
R$ 3,40. Qual dessas duas embalagens a mais econmica?

Soluo.
Para a garrafa menor, o refrigerante custa
R$ 2,50
R$1,67 por litro.
1,5 `
Por sua vez, o refrigerante na garrafa grande vendido a
R$ 3,40
= R$1,70 por litro.
2`
Assim, apesar da promoo, a garrafa de 1,5 litros mais econmica.

54

Captulo 1. Nmeros reais

Exerccios 1.7
1. Pesquisas cientficas mostram que a razo entre o comprimento do fmur e a altura de uma pessoa adulta
de aproximadamente 0,2674. Qual o comprimento do
fmur de uma pessoa com 1,8 m de altura?
2. A cada 10.000 parafusos produzidos em uma indstria
metalrgica, 1 contm algum defeito. Em um lote de
1.000.000 parafusos, quantos devem ser defeituosos?
3. Um grupo de 19 pessoas ganhou um prmio de R$
1.000.000,00 de uma loteria. Quanto dinheiro coube
a cada pessoa?
4. No dia 7 de junho de 2013, um dlar americano estava
cotado a R$ 2,13 para compra, no cmbio livre. Nessa
data, quanto gastaria, em reais, uma pessoa que quisesse comprar US$ 500?
5. Um avio consumiu 98,2 toneladas de combustvel em
um voo de 13h30. Qual foi o consumo mdio de combustvel nesse voo, em kg/h?
6. Dirigindo em uma estrada, um motorista percorreu 130
km em 1,5 horas. Ser que ele violou o limite de velocidade da estrada, que era de 80 km/h?
7. Usando um telefone celular com tecnologia 3G, Jos enviou um arquivo de 20 Mb em 15 segundos. J quando
usou um telefone 4G, Jos conseguiu mandar o mesmo
arquivo em apenas 2 segundos.
a) Qual foi a taxa de upload de cada modelo de telefone?
b) Qual a razo entre as taxas de upload dos modelos
4G e 3G?
8. Segundo o stio www.brasileconomico.ig.com.br, o
Brasil possua, em janeiro de 2013, cerca de 245,2 milhes de linhas de telefone celular, para uma populao
de 193,4 milhes de habitantes (no dia 1 de julho de
2012, segundo estimativa do IBGE). Qual a taxa de
celulares por habitante do pas em janeiro de 2013?
9. Um supermercado vende a embalagem de 5 kg de um
sabo em p por R$ 23,00. J a embalagem de 3 kg
custa R$ 13,50. Qual a embalagem mais econmica?
10. Com uma pilha da marca Ultracell, que custa R$ 5,60,
um brinquedo funciona por 70 horas. J uma pilha da
marca Supercell mantm o mesmo brinquedo em funcionamento por 80 horas e custa R$ 6,60. Qual pilha
devo comprar?
11. Considere trs modelos de televisores de tela plana, cujas dimenses aproximadas so fornecidas na tabela
abaixo, acompanhadas dos respectivos preos. Com
base na tabela, pode-se afirmar que o preo por unidade de rea da tela
Modelo

Largura (cm)

Altura (cm)

Preo (R$)

23
32
40

50
70
90

30
40
50

750,00
1400,00
2250,00

a) aumenta medida que as dimenses dos aparelhos


aumentam.
b) permanece constante.
c) permanece constante do primeiro para o segundo
modelo, e aumenta do segundo para o terceiro.
d) aumenta do primeiro para o segundo modelo, e permanece constante do segundo para o terceiro.
12. Uma empresa imprime cerca de 12.000 pginas de relatrios por ms, usando uma impressora jato de tinta
colorida. Excluindo a amortizao do valor da impressora, o custo de impresso depende do preo do papel e
dos cartuchos de tinta. A resma de papel (500 folhas)
custa R$ 10,00. J o preo e o rendimento aproximado
dos cartuchos de tinta da impressora so dados na tabela abaixo. Qual cartucho preto e qual cartucho colorido a empresa deveria usar para o custo por pgina
ser o menor possvel?
Cartucho
(cor/modelo)

Preo
(R$)

Rendimento
(pginas)

Preto BR
Colorido BR
Preto AR
Colorido AR

90,00
120,00
150,00
270,00

810
600
2400
1200

13. No pas Ideal, existem cartes magnticos recarregveis


(com memria) que permitem a um usurio de transportes coletivos urbanos tomar quantas condues necessitar, em um perodo de duas horas (a partir do momento em que ele entra no primeiro veculo), pagando
apenas o valor de uma passagem. Cada carto carregado custa Id$ 10,10, sendo Id$ 1,10 correspondente ao
custo operacional e o restante equivalente ao custo de
cinco passagens. Nesse caso,
a) Qual o custo por viagem para uma pessoa que
comprou um tal carto, se ela tomar apenas uma
conduo a cada perodo de duas horas?
b) Se, no perodo de duas horas, um usurio tomasse 3
condues, que economia (em Id$) ele faria usando
esse sistema de cartes?
14. Uma empresa produz dois molhos de pimenta, o Ardidinho e o Pega-fogo, que so obtidos misturando quantidades diferentes dos extratos de pimenta Malagueta
e Jalapeo. No molho Ardidinho, a razo entre Malagueta e Jalapeo 1:3, enquanto no Pega-fogo essa razo de 3:2. A empresa estuda lanar um novo molho,
o Queima-Lngua, que uma mistura de quantidades
iguais dos molhos Ardidinho e Pega-fogo. Nesse caso,
qual ser a razo entre as quantidades de extrato de
Malagueta e Jalapeo do novo molho?

Seo 1.8. Porcentagem

55

Respostas dos Exerccios 1.7


1. Cerca de 48 cm.

7.

2. 100 parafusos
3. R$ 52.631,58

12. Preto AR e Colorido BR.

13.

8. Cerca de 1,27 aparelhos por habitante.

4. R$ 1.065,00

a) Id$ 2,02

b) Id$ 3,38

9. A de 3 kg mais econmica.

5. 7.274 kg/h
6. O carro trafegou a 86,7 km/h, em mdia,
ultrapassando o limite de velocidade.

1.8

a) 1,333 Mb/s para o modelo 3G e 10


Mb/s para o 4G.
b) 7,5.

10. Devo compra a Ultracell.

14. A razo entre as quantidades dos extratos


de Malagueta e Jalapeo ser igual a 17:23.

11. (b)

Porcentagem
A comparao entre fraes que tm denominadores diferentes nem sempre imediata. Para descobrir, por exemplo, qual o maior valor dentre as fraes 13
e 20

18
27
preciso, em primeiro lugar, reescrev-las como fraes equivalentes que tm o mesmo
denominador.
Outra alternativa para a comparao de nmeros a sua converso para a forma
decimal. Assim, tomando como exemplo as mesmas fraes citadas acima, como
13
= 0,7222222 . . .
18

Na calculadora
Quando se converte um nmero
racional para a forma decimal,
costume usar um nmero limitado de casas decimais. Assim,
o nmero 13
pode ser aproxi18
mado por 0,7222, por exemplo.
Faa essa converso em sua calculadora e veja que nmero ela
fornece.

20
= 0,7407407 . . . ,
27

20
constatamos que 13
< 27
.
18
No h nada de errado em usar a forma decimal, salvo o fato de que a maioria
das pessoas acha inconveniente manipular nmeros menores que 1, o que ocorre toda
vez que se trabalha com fraes de um conjunto, como no exemplo abaixo.

Exemplo 1. Mulheres brasileiras


Segundo o IBGE, em 2010, a populao brasileira era composta por 190.755.799
pessoas, das quais 97.348.809 eram mulheres. Logo, a frao da populao correspondente s mulheres era de
97348809
.
190755799
Como o numerador e o denominador dessa frao so primos entre si, no h como
simplific-la. Entretanto, podemos aproxim-la por um nmero decimal, tal como
0,5103321079.
Assim, podemos dizer que as mulheres correspondiam a cerca de 0,51 da populao
brasileira em 2010. Naturalmente, os 0,49 restantes eram homens, j que 1 0,51 =
0,49.
Para evitar o uso de 0,51 e 0,49, que so nmeros menores que 1, convertemos
esses valores para centsimos, escrevendo
51
49
e 0,49 =
.
100
100
Dizemos, ento, que cerca de 51 centsimos da populao brasileira so mulheres.
Razes desse tipo, chamadas razes centesimais, so to frequentes que at temos um
termo prprio para isso: porcentagem.
0,51 =

Porcentagem
D-se o nome de porcentagem a uma razo na forma a/100, em que a um
nmero real. Essa razo comumente escrita na forma a %. O smbolo %
significa por cento.

56

Captulo 1. Nmeros reais

A Tabela 1.7 fornece formas equivalentes de se representar alguns nmeros reais.


Observe que, para converter um nmero decimal forma percentual, basta deslocar
a vrgula duas casas para a direita e adicionar o smbolo %.
Tabela 1.7: Formas equivalentes de apresentao de nmeros reais.
Frao

Nmero
decimal

1
4
1
2
5
8
713
1000

0,25
0,5
0,625
0,713

1,0

3
2

1,5

Razo
centesimal

Porcentagem

25
100
50
100
62,5
100
71,3
100
100
100
150
100

25%
50%
62,5%
71,3%
100%
150%

Problema 1. Converso para a forma percentual


Converta as fraes abaixo forma percentual.
a) 1/20

Depois que um nmero foi escrito na


forma decimal, a converso forma
percentual pode ser feita mudando a
vrgula de lugar (e incluindo alguns
zeros direita, se necessrio):
4
0,57 14 = 57,14%
7
6
= 1,20 = 120%
5

b) 4/7

c) 1/500

d) 6/5

Soluo.
a)

1
100
5
= 0,05 = 0,05
=
= 5%.
20
100 100

c)

0,2
1
= 0,002 =
= 0,2%.
500
100

b)

4
57,14
0,5714 =
= 57,14%.
7
100

d)

6
100 120
= 1,2 = 1,2
=
= 120%.
5
100 100

Agora, tente o exerccio 1.

A porcentagem usualmente empregada para definir uma frao de uma grandeza,


caso em que suficiente multiplicar o percentual pelo valor medido. Vejamos como
calcular percentuais dese tipo.

Problema 2. Domiclios com mquina de lavar


Segundo o IBGE, em 2009, dos 58,578 milhes de domiclios brasileiros, 44,33%
tinham mquina de lavar roupas. Calcule aproximadamente em quantos domiclios
havia e em quantos no havia mquina de lavar naquele ano.

Soluo.
Para calcular o nmero de domiclios com mquina de lavar roupas, basta multiplicar o percentual pelo nmero total de domiclios:
44,33
58,578 milhes = 0,4433 58,578 milhes 25,968 milhes.
100

Seo 1.8. Porcentagem

57

Por sua vez, o nmero de domiclios sem mquina pode ser obtido de duas maneiras. A mais simples delas consiste em cacular a diferena entre o nmero total de
domiclios e o nmero de domiclios com mquina:
58,578 25,968 = 32,610 milhes.
Opcionalmente, poderamos determinar o percentual de domiclios sem mquina, que
100 44,33 = 55,67%, e multiplic-lo pelo nmero total de domiclios:
55,67
58,578 milhes = 0,5567 58,578 milhes 32,610 milhes.
100

Exemplo 2. Rendimento de aplicao financeira


Uma aplicao financeira promete um rendimento de 8% ao ano. Nesse caso, quem
depositar R$ 500,00 nessa aplicao, receber, aps um ano,
8
500 = 0,08 500 = R$ 40,00.
100

Vejamos, agora, alguns exemplos nos quais conhecemos a frao de uma grandeza,
e queremos determinar a que percentual do valor total ela corresponde.

Problema 3. Alunos do ProFIS


Tabela 1.8: Alunos e cor.
Cor
Branca
Preta
Parda
Amarela
Total

Alunos
71
13
35
1
120

A Tabela 1.8 fornece a cor declarada pelos alunos matriculados na primeira turma
do ProFIS. Determine o percentual de alunos daquela turma que se consideram pretos
ou pardos.

Soluo.
Os alunos pretos e pardos da turma somam 13 + 35 = 48 pessoas. Assim, a razo
entre o nmero de pretos e pardos e o nmero total de alunos igual a
48
= 0,4 = 40%.
120
Portanto, pretos e pardos correspondiam a 40% daquela turma.

Problema 4. Nota em matemtica


Godofredo ministrou um curso de matemtica para uma turma de 120 alunos, dos
quais 87 foram aprovados. Qual foi o percentual de reprovao da turma?

Soluo.
Se 87 alunos foram aprovados, ento 120 87 = 33 alunos foram reprovados. Esse
nmero corresponde a
33
0,275 = 27,5% da turma.
120

58

Captulo 1. Nmeros reais

Crescimento e decrescimento percentual


A imprensa, os economistas, os institutos de pesquisa e os rgos governamentais
costumam fornecer taxas de crescimento ou decrescimento na forma percentual. Os
exemplos a seguir mostram como a porcentagem pode ser usada para representar
variaes.

Problema 5. Salrio mnimo


Entre 2012 e 2013, o salrio mnimo brasileiro passou de R$ 622,00 para R$ 678,00.
Qual foi o aumento percentual do salrio nesse perodo?

Soluo.
A variao do salrio foi de R$ 678,00 R$ 622,00 = R$ 56,00. O aumento percentual corresponde razo
variao do salrio
,
salrio antes da variao
escrita na forma de porcentagem. Assim, o aumento foi de
R$ 56,00
= 0,090 = 9%.
R$ 622,00
A variao percentual tambm pode ser obtida a partir da diviso do salrio
mnimo novo pelo antigo:
R$ 678,00
= 1,090 = 109%.
R$ 622,00
Esse resultado indica que o novo salrio corresponde a 109% do antigo, de modo que
a variao percentual equivale a
109%

salrio
novo

100%

salrio
antigo

9%.

variao

Problema 6. ndice de Gini


O ndice (ou coeficiente) de Gini uma medida de desigualdade criada em 1912
pelo matemtico Corrado Gini. Quando aplicado distribuio de renda, esse ndice
vale 0 se h igualdade perfeita (ou seja, todas as pessoas investigadas tm a mesma
renda) e atinge o valor mximo, 1, quando a concentrao de renda total (isto ,
uma pessoa detm toda a renda).
sabido que a distribuio de renda no Brasil uma das piores do mundo. Por
outro lado, nosso ndice de Gini vem sendo reduzido ao longo dos anos, tendo baixado
de 0,559, em 2004, para 0,508 em 2011, segundo o IBGE. Calcule a variao percentual
do ndice nesse perodo de sete anos.

Soluo.
Nesse exemplo, o sinal negativo indica que o ndice de Gini diminuiu.
Se voc preferir, pode calcular 0,559
0,508 e trabalhar com nmeros positivos, desde que se lembre de responder que o ndice foi reduzido.

A variao absoluta do ndice de Gini entre 2004 e 2011 foi de 0,5080,559 = 0,051.
Dividindo esse valor pelo ndice de 2004, obtemos
0,051
0,091 = 9,1%.
0,559
Logo, entre 2004 e 2011, o ndice de Gini do Brasil foi reduzido em cerca de 9,1%.

Seo 1.8. Porcentagem

59

Assim como no Problema 5, h um caminho alternativo para a obteno da variao percentual do ndice de Gini, que comea com a diviso do coeficiente de 2011
pelo de 2004:
0,508
0,909 = 90,9%.
0,559
Como se observa, o ndice de 2011 equivalia a 90,9% do ndice de 2004. Para
encontrar a variao percentual a partir desse valor, basta subtrair 100%:
90,9 100 = 9,1%.

Problema 7. Reduo do peso das embalagens


A reduo do peso das embalagens um truque muito usado pelas empresas para
camuflar o aumento de preo de seus produtos. Em sua ltima visita ao supermercado,
Marinalva observou que o pacote de seu biscoito favorito teve o peso reduzido de 200g
para 180g, enquanto o preo baixou de R$ 2,00 para R$ 1,90 por pacote. Determine
a variao percentual do preo do quilo desse biscoito.

Soluo.
O preo do biscoito, que era de
R$ 2,00
= R$ 10,00/kg,
0,2 kg
passou para

R$ 1,90
R$ 10,56/kg,
0,18 kg

Assim, apesar da aparente reduo, o preo subiu R$ 0,56 por quilo, o que corresponde a um aumento de
R$ 0,56
= 0,056 = 5,6%.
R$ 10,00

Exemplo 3. Televiso com desconto


Uma loja d um desconto de 15% para quem compra vista uma televiso que
custa, originalmente, R$ 900,00. Nesse caso, o desconto corresponde a
900,00

15
= 900,00 0,15 = R$135,00.
100

Assim, com desconto, a televiso custa R$ 900,00 R$ 135,00 = R$ 765,00.


Para obter o mesmo resultado de forma mais direta, bastaria calcular
900,00 (1 0,15) = 900,00 0,85 = R$ 765,00.

Exemplo 4. Aumento do preo da passagem


A prefeitura de Jurupiranga anunciou que as passagens dos nibus municipais, que
atualmente custam R$ 3,00, subiro 6,67% no prximo ms. Nesse caso, o aumento
ser de
6,67
3,00
= 3,00 0,0667 R$ 0,20.
100

60

Captulo 1. Nmeros reais

Logo, a passagem passar a custar R$ 3,00 + R$ 0,20 = R$ 3,20.


Poderamos ter chegado de forma mais rpida a esse valor se tivssemos calculado,
simplesmente,
3,00 (1 + 0,0667) = 3,00 1,0667 R$ 3,20.

Exerccios 1.8
1. Represente as fraes abaixo na forma percentual.
a)
b)

7
10
1
5

c)
d)

3
20
3
4

e)
f)

1
8
6
5

12.

2. Calcule:
a) 30% de 1500.
b) 12% de 120.
c) 27% de 900.

d) 55% de 300.
e) 98% de 450.
f) 150% de 500.

3. Em uma turma de 40 alunos, 45% so meninos. Quantos meninos e meninas tem a turma?
4. Uma televiso que custava R$ 900,00 teve um aumento
de R$ 50,00. Qual foi o percentual de aumento?
5. Um terreno que custava R$ 50.000,00 h dois anos teve
uma valorizao de 16,5% nos ltimos 24 meses. Qual
o valor atual do terreno?

13.

6. Uma loja de eletrodomsticos d 10% de desconto para


pagamentos vista. Quanto se paga vista, nessa loja,
por uma geladeira cujo preo original R$ 1.200,00?
7. Uma aplicao financeira rende 8,5% ao ano. Investindo R$ 700,00 nessa aplicao, que montante uma
pessoa ter aps um ano?
8. De uma semana para outra, o preo da berinjela subiu
4% no mercado prximo minha casa. Se o quilo do
produto custava R$ 2,50, quanto pagarei agora?

14.

9. Ao comprar, pela internet, um produto de US$ 125,00


usando seu carto de crdito, Fernanda pagou 6,38%
de IOF e 60% de imposto de importao. Se o dlar
estava cotado a R$ 2,15, quanto Fernanda pagou pelo
produto, em reais?

15.

10. Uma passagem de nibus de Campinas a So Paulo


custa R$17,50. O preo da passagem composto por
R$ 12,57 de tarifa, R$ 0,94 de pedgio, R$ 3,30 de taxa
de embarque e R$ 0,69 de seguro. Se a taxa de embarque aumentar 33,33% e esse aumento for integralmente
repassado ao preo da passagem, qual ser o aumento
percentual total do preo da passagem?
11. Um determinado cidado recebe um salrio bruto de R$
2500,00 por ms, e gasta cerca de R$ 1.800,00 por ms
com escola, supermercado, plano de sade etc. Uma
pesquisa recente mostrou que uma pessoa com esse perfil tem seu salrio bruto tributado em 13,3% e paga
31,5% de tributos sobre o valor dos produtos e servios

que consome. Qual o percentual total do salrio mensal


gasto com tributos?
Laura e Fernanda queriam participar da prova de salto
em distncia das olimpadas de sua escola. Entretanto,
s poderiam se inscrever na prova se conseguissem saltar, ao menos, 5 m. Ao comearem o treinamento,
dois meses antes das olimpadas, tanto Laura como Fernanda saltavam apenas 2,6 m. Aps um ms, Laura
melhorou seu salto em 40%, enquanto Fernanda obteve uma melhora de 70%. Ao final dos dois meses de
treinamento, Laura ainda conseguiu dar um salto 40%
mais longo do que aquele que dera ao final do primeiro
ms. J Fernanda melhorou o salto do primeiro ms em
10%. Ser que as duas meninas conseguiram participar
da prova?
A cidade de Campinas tem 1 milho de habitantes e
estima-se que 4% de sua populao viva em domiclios
inadequados. Supondo-se que, em mdia, cada domiclio tenha 4 moradores, pergunta-se:
a) Quantos domiclios com condies adequadas tem
a cidade de Campinas?
b) Se a populao da cidade crescer 10% nos prximos
10 anos, quantos domiclios devero ser construdos por ano para que todos os habitantes tenham
uma moradia adequada ao final desse perodo de
10 anos? Suponha que o nmero de moradores por
domiclio permanecer inalterado no perodo.
A rea total ocupada com transgnicos em todo o globo
era de 11 milhes de hectares em 1997, tendo subido
para 27,94 milhes de hectares em 1998. Determine o
crescimento, em porcentagem, da rea total ocupada
com transgnicos entre esses dois anos.
O grfico abaixo mostra o total de acidentes de trnsito na cidade de Campinas e o total de acidentes sem
vtimas, por 10.000 veculos, no perodo entre 1997 e
2003. Sabe-se que a frota da cidade de Campinas foi
composta por 500.000 veculos em 2003 e que era 4%
menor em 2002.

Seo 1.8. Porcentagem

a) Calcule o nmero de acidentes de trnsito ocorridos


em Campinas em 2003.

Faixa etria
(em anos)

b) Calcule o nmero de acidentes com vtimas ocorridos em Campinas em 2002.


16. O grfico abaixo fornece a concentrao de CO2 na atmosfera, em partes por milho (ppm), ao longo dos
anos. Qual foi o percentual de crescimento da concentrao de CO2 no perodo de 1930 a 1990?

de
de
de
de
60

0 a 14
15 a 29
30 a 44
45 a 59
ou mais

Total

61

Populao
(em milhes)
2005

2050

51,4
50,9
44,3
25,3
16,3

46,3
49,5
51,7
48,2
64,1

184,2

259,8

18. Em uma loja, uma lavalouas sai por R$ 1500,00


quando se paga vista, e R$ 1.800,00 quando se opta
pelo pagamento em 12 parcelas. Qual o percentual de
aumento do preo para o pagamento em 12 prestaes?
19. Lus gastava R$ 60,00 por ms com seu remdio para
colesterol e R$ 30,00 com o remdio para presso. Sabendo que o preo do primeiro subiu 5% e o preo do
segundo subiu 2%,
a) Quanto Lus passou a pagar?
b) Qual foi percentual de aumento do gasto total de
Lus com esses remdios?

17. A tabela a seguir mostra os valores estimados da populao brasileira nos anos de 2005 e 2050, divididos por
faixas etrias. Com base nessa tabela, responda s perguntas abaixo, desprezando a migrao internacional.
a) Da populao que, em 2005, tinha idade entre 0 e
14 anos, qual percentual falecer antes de 2050?
b) Quantas pessoas nascidas aps 2005 permanecero
vivas em 2050?
c) Sabendo que os indivduos do sexo masculino correspondero a 44% da populao acima de 60 anos
em 2050, qual ser a diferena, em habitantes, entre o nmero de mulheres e o nmero de homens
nessa faixa etria, em 2050?

20. H um ano, uma TV custava R$ 1200,00 e um reprodutor de blu ray saa por R$ 500,00. Sabendo que o
preo da TV subiu 6% e o preo do aparelho de blu ray
baixou 4%,
a) Determine o custo atual do conjunto formado pela
TV e pelo reprodutor de blu ray.
b) Determine a variao percentual total do conjunto
formado pelos dois aparelhos.
21. Dos 20.000 domiclios da cidade de Paoquinha, 85%
esto ligados rede de esgoto. A prefeitura estima que,
daqui a 10 anos, o nmero de domiclios ser 10% superior ao valor atual. Quantos domiclios tero que ser
ligados rede nos prximos 10 anos para que, ao final
desse perodo, toda a populao seja servida por coleta
de esgoto?

Respostas dos Exerccios 1.8


1.

2.

a) 70%
b) 20%
a) 450
b) 14,4

c) 15%
d) 75%
c) 243
d) 165

e) 12,5%
f) 120%
e) 441
f) 750

8. R$ 2,60 por quilo.

16. 16,7%

9. R$ 457,43.

17.

10. 6,3%
11. 36%
12. No. Apenas Laura participou da prova.

3. 18 meninos e 22 meninas.

13.

4. 5,56%

a) 240.000 domiclios.
b) 3.500 domiclios por ano.

5. R$ 58.250,00

14. 154%

6. R$ 1.080,00

15.

7. R$ 759,50

a) 14.800 acidentes de trnsito em 2003.


b) 2.880 acidentes com vtimas em 2002.

a) 6,23%.
b) 147,5 milhes de pessoas.
c) 7,7 milhes de habitantes.

18. 20%.
19.

a) R$ 93,60.

b) 4%.

20.

a) R$ 1752,00.

b) 3,06%.

21. 5.000 domiclios.

62

Captulo 1. Nmeros reais

1.9

Potncias
Em nossa vida prtica, muito comum termos que calcular o produto de termos
repetidos. Apenas para citar um exemplo geomtrico muito simples, a rea A de um
quadrado de lado (ou aresta) ` representada por
A = ` `.
H casos, entretanto, em que o nmero de termos repetidos muito maior, como
mostram os exemplos abaixo.

Problema 1. Torneio de tnis


Em um torneio de tnis, a cada rodada, os jogadores so agrupados em pares, e
o vencedor de cada partida passa para a rodada seguinte. Determine o nmero de
jogadores que podem participar de um torneio com 5 rodadas.

Figura 1.21: Jogos do torneio de tnis.

Soluo.
A anlise desse problema fica mais simples se comeamos pela ltima rodada. No jogo
final do torneio, dois tenistas se enfrentam para decidir quem ser o campeo. J na
rodada anterior, a quarta, so realizados os dois jogos semifinais, nos quais quatro
tenistas disputam as vagas na final. Repetindo esse raciocnio, reparamos que, a cada
rodada que recuamos, o nmero de jogos (e de jogadores) multiplicado por dois. A
Figura 1.21 mostra os jogos de cada etapa do torneio.
Lembrando que cada jogo envolve dois tenistas, podemos concluir que a primeira
rodada tem
2 2 2 2 2 tenistas.

Problema 2. Emprstimo bancrio


H seis meses, Joo teve algumas dificuldades financeiras que o fizeram recorrer
a um emprstimo bancrio de R$ 1000,00. Ao firmar contrato com Joo, o banco
estipulou uma taxa de juros de 4% ao ms. Supondo que, de l para c, Joo no teve

Seo 1.9. Potncias

63

condies de abater sequer uma pequena parcela de sua dvida, calcule o montante a
ser pago ao banco.

Soluo.
No se preocupe se voc no entendeu como a dvida de Joo atualizada mensalmente. Voltaremos a
esse assunto no Captulo 5.

Como a taxa de juros correspondia a 4%, a dvida de Joo foi multiplicada por 1,04
a cada ms. Assim, aps seis meses, ela atingiu
1000 1,04 1,04 1,04 1,04 1,04 1,04 reais.

Os problemas acima envolvem o produto de termos repetidos. Como observamos,


cansativo escrever esse produto por extenso. Imagine, ento, o que aconteceria se a
dvida de Joo ficasse acumulada por 24 meses.
A forma mais prtica de representar esse tipo de produto envolve o uso de potncias. A definio formal de potncia com expoente natural dada a seguir.

Potncia com expoente positivo


Se a um nmero real e n um nmero natural, definimos a n-sima potncia
de a como
an = a a . . . a,

n termos
em que a a base e n o expoente da potncia. Em geral, lemos an como a
elevado n-sima potncia, ou simplesmente a elevado a n.

Voc sabia?
Algumas potncias recebem um
nome especial. Por exemplo, a
potncia a2 denominada a
ao quadrado, enquanto a3
dita a ao cubo.

Usando essa notao, podemos escrever


` ` = `2
2 2 2 2 2 = 25
1000 1,04 1,04 1,04 1,04 1,04 1,04 = 1000 1,046

Exemplo 1. Clculo de potncias


a) 1,55 = 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 = 7,59375
3 3
3 3 3
33 27
b) ( ) = ( ) ( ) ( ) = 3 =
2
2 2 2
2
8
c)

3 3 3 3 3 27
=
=
2
2
2

d) (4)4 = (4) (4) (4) (4) = 256


e) 44 = (4 4 4 4) = 256

Vejamos, agora, algumas propriedades teis na manipulao de potncias. A primeira diz respeito ao produto de potncias com a mesma base.
Voltando ao problema do emprstimo bancrio, sabemos que, aps seis meses, a
dvida de Joo, que era igual a R$ 1000,00, foi multiplicada por 1,046 . Agora, vamos
supor que Joo tenha deixado de quitar sua dvida por outros 3 meses. Nesse caso,

64

Captulo 1. Nmeros reais

para determinar o novo valor a pagar, teremos que multiplicar a dvida no somente
por 1,046 , mas tambm por 1,043 , como mostrado abaixo.
1,041,041,041,041,041,04 1,041,041,04 = 1,046 1,043 = 1,049 = 1,046+3 .

Primeiros 6 meses

Novos 3 meses

De uma forma geral, se a representa um nmero real e m e n so dois inteiros


positivos, podemos escrever
am an = a a . . . a a a . . . a = a a . . . a = am+n .

m termos

n termos

m+n termos

Essa e outras propriedades importantes das potncias so apresentadas no quadro


a seguir.

Propriedades das potncias


Suponha que a e b sejam nmeros reais, e que os denominadores sejam sempre
diferentes de zero.
Propriedade

Exemplo

1. am an = am+n
Demonstrar que as propriedades 2 a
5 so vlidas tarefa simples, que o
prprio leitor pode fazer. Para tanto,
basta escrever por extenso o significado de cada expresso.

2.

23 27 = 23+7 = 210
36
= 362 = 34
32

am
= amn
an

3. (am )n = amn

(24 )3 = 243 = 212

4. (ab)n = an bn

(2 3)4 = 24 34

a n an
5. ( ) = n
b
b

2 4 24
( ) = 4
3
3

O uso correto dessas propriedades essencial para a resoluo de problemas que


envolvam expresses e equaes algbricas. De fato, boa parte dos erros cometidos
por alunos de cursos de matemtica provm do emprego de regras que no constituem
propriedades das operaes aritmticas.
Assim, se voc ainda no conhece uma expresso equivalente a (x 4)2 , no ceda
tentao de escrever x2 42 , pois isso no est correto. Alguns erros frequentes de
manipulao de potncias so apresentados na Tabela 1.9.
Tabela 1.9: Erros comuns na manipulao de potncias.

Veremos como calcular (3 + x)2 na


Seo 4 do Captulo 2.

Falsa
propriedade

Exemplo
com erro

Propriedade
correta

Exemplo
correto

(a + b)n = an + bn

(3 + x)2 = 32 + x2

(ab)n = an bn

(3x)2 = 32 x2

am+n = am + an

42+x = 42 + 4x

am+n = am an

42+x = 42 4x

a bn = (a b)n

2 103 = 203

(ab)n = an bn

203 = 23 103

amn = am an

32x = 32 3x

amn = (am )n

32x = (32 )x = 6x

Expoentes negativos
Em todos os exemplo de potncias que apresentamos at o momento, os expoentes
eram nmeros positivos. Entretanto, fcil notar que, se m < n, o termo amn ,
apresentado na Propriedade 2 acima, ter um expoente negativo. Ser que isso
possvel?

Seo 1.9. Potncias

65

Para responder a essa pergunta, vamos recorrer a um exemplo numrico. Suponhamos, ento, que a = 5, m = 4 e n = 7, de modo que, pela Propriedade 2,
54
= 547 = 53 .
57
Calculemos, agora, o valor de

54
57

usando a definio de potncia.

54
5555
1
1
=
=
= .
57 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 53
Assim, nesse caso, a Propriedade 2 ser vlida se adotarmos a conveno
53 =

1
.
53

Seguindo o mesmo raciocnio, a Propriedade 2 nos diz que


43
= 433 = 40 .
43
Por outro lado, segundo a definio de potncia,
43 4 4 4
=
= 1.
43 4 4 4
Nesse caso, a Propriedade 2 permanecer vlida se adotarmos 40 = 1.
Generalizando essas ideias para todo nmero real a, exceto o zero, chegamos s
definies resumidas no quadro abaixo.

Expoente zero e expoente negativo


Se a um nmero real diferente de zero, ento definimos
a0 = 1

an =

1
.
an

Usando essa notao, fcil mostrar que todas as propriedades apresentadas acima
so vlidas mesmo que os expoentes sejam negativos. Para provar a Propriedade 2,
por exemplo, basta escrever
am a a . . . a
1
1
1
=

=
= nm = a(nm) = amn .
n
a
a a ... a a a ... a
a a ... a
a

Observe que, se m < n, ento an =


am anm , com n m > 0.

m termos

n m termos

n m termos

Exemplo 2. Propriedades das potncias com expoentes negativos


a) 24 =

1
1
=
4
2
16

Ateno

b) (2)4 =

Observe a importncia do uso


dos parnteses, comparando os
exemplos (b) e (c).

c) 2

1
1
=
(2)4 16

1
1
= 4 =
2
16

d) 0,54 =

1
1
=
= 16
4
0,5
0,0625

Agora, tente os exerccios 7 e 8.

e)

103
1
1
=
=
6
6 103 6000

f)

1
1
43
= 1 =1
= 43 = 64
3
4
1
3
4

g)

23
=
62

1
23
1
62

1 62 62 36 9

= 3 =
=
23 1
2
8
2

5 2 52
h) ( ) = 2 =
3
3

1
52
1
32

1 32 32
9

= 2 =
52 1
5
25

66

Captulo 1. Nmeros reais

Os exemplos (f), (g) e (h) ilustram algumas propriedades importantes dos exponentes negativos, as quais reproduzimos no quadro abaixo. De fato, essas propriedades
decorrem da simples combinao das propriedades das potncias com a definio de
expoente negativo.

Propriedades dos expoentes negativos


Suponha que a e b sejam nmeros reais diferentes de zero.
Propriedade

Exemplo

6.

1
= bn
bn

1
= 37
37

7.

am bn
=
bn am

53 42
=
42 53
4 5 35
( ) = 5
3
4

a n bn
8. ( ) = n
b
a

Simplificao de expresses com potncias


Em muitas situaes prticas, trabalhamos com expresses que envolvem potncias
de termos literais. O problema abaixo mostra como simplificar essas expresses com
o emprego das propriedades das potncias.

Problema 3. Simplificao de expresses com potncias


Simplifique as expresses abaixo, supondo que os denominadores so diferentes de
zero.
a) z 2 z 5

f)

b) (2x6 )4
c)

l) (
2

h) (

d) (5x4 y 2 )(x2 yz)3


3 2
)
t6

k) (5u3 v 2 )(uvt1 )3

g) y 3 y 4

w7
w3

e) (

3x2 y 6 z 3
12y 2 zx4
z2
2x5 y
) ( 4 )
z
x y

i)

15
(5y)2

j)

v 2 w2
w3 v 1

x5
m) ( 4 )
z
n)

Soluo.

a)
z 2 z 5 = z 2+5
= z7

Propriedade 1.
Simplificao do resultado.

b)
(2x6 )4 = 24 (x6 )4

xy 3
)
z2

Propriedade 4.

= 24 x6 4

Propriedade 3.

= 16x24

Simplificao do resultado.

2w3
w6 y 3

y2
2y 5 w3

Seo 1.9. Potncias

c)

w7
= w73
w3
= w4

Propriedade 2.
Simplificao do resultado.

d)
(5x4 y 2 )(x2 yz)3 = (5x4 y 2 )[(x2 )3 y 3 z 3 ]

Propriedade 4.

= (5x4 y 2 )[x2 3 y 3 z 3 ]

Propriedade 3.

= 5x4+6 y 2+3 z 3

Propriedade 1.

= 5x10 y 5 z 3

Simplificao do resultado.

e)
(

3 2
32
)
=
t6
(t6 )2
32
t6 2
9
= 12
t
=

Propriedade 5.

Propriedade 3.

Simplificao do resultado.

f)
3x2 y 6 z 3
3 x2 y 6 z 3
=

12y 2 zx4
12 x4 y 2 z
3 24 62 31
x y z
12
x2 y 4 z 2
=
4
4 2
y z
=
4x2
=

Reagrupamento dos termos.

Propriedade 2.

Simplificao da expresso.

Eliminao do expoente negativo.

g)
y 3 y 4 = y 3+(4)
= y 1
1
=
y
h)

Propriedade 1.
Simplificao da expresso.
Eliminao do expoente negativo.

z2
22 (x5 )2 y 2
z2
2x5 y
) ( 4 ) =(
)( 4 )
2
z
x y
z
x y
=(

2 2 x5 2 y 2
z2
)
(
)
z2
x4 y

= 22

x10 y 2 z 2

x4 y z 2

Propriedade 4.

Propriedade 3.

Reagrupamento dos termos.

= 22 x104 y 21 z 22

Propriedade 2.

= 4x6 y

Simplificao do resultado.

67

68

Captulo 1. Nmeros reais

i)

15
= 15(5y)2
(5y)2

Propriedade 6.

= 15 52 y 2

Propriedade 4.

= 375y 2

Simplificao do resultado.

j)
v 2 w2
v2 v
=
w3 v 1
w3 w2
v 2+1
= 3+2
w
v3
= 5
w

Propriedade 7.

Propriedade 1.

Simplificao do resultado.

k)
(5u3 v 2 )(uvt1 )3 = (5u3 v 2 )[u3 v 3 (t1 )3 ]
= (5u3 v 2 )[u3 v 3 t(1) (3) ]

Propriedade 3.

= (5u3 v 2 )[u3 v 3 t3 ]

Simplificao da expresso.

= 5u3+(3) v 2+(3) t3

Propriedade 1.

= 5v 5 t3

Simplificao da expresso.

=
l)
(

5t3
v5

Eliminao
negativo.

xy 3 (z 2 )3
) =
z2
(xy)3

Propriedade 8.

z2 3
(xy)3

Propriedade 3.

z2 3
x3 y 3

Propriedade 4.

z6
x3 y 3

Simplificao do resultado.

(z 4 )2
(x5 )2

m)
2

Propriedade 4.

x5
)
z4

z4 2

x(5) 2
z8
= 10
x
= z 8 x10

Propriedade 8.

Propriedade 3.

Simplificao da expresso.

Propriedade 6.

do

expoente

Seo 1.9. Potncias

69

n)
w6 y 3
2w3 1 w6 y 3
2w3

=
3 5
y2
2y 5 w3
y2
2 w y

Reagrupamento dos termos.

2w3 w63 y 35

y2
2

Propriedade 2.

2w3 w3 y 2

y2
2

Simplificao da expresso.

2w3 w3
2
y2
2y

Eliminao do expoente negativo.

1 w3
= (2 ) 2
2 y
=

3w3
2y 2

Propriedade distributiva.

Subtrao da frao.

Agora, tente os exerccios 9 e 11.

Notao cientfica
Observe as frases abaixo e descubra o que elas tm em comum:
No incio de 2012, a populao mundial era estimada em
7.068.000.000 habitantes.
O rinovrus (causador do resfriado) tem cerca de 0,00000003 metros de dimetro.
O nmero de molculas de gua em um litro do lquido de
aproximadamente 33.400.000.000.000.000.000.000.000.
Um tomo de Carbono 12 tem massa atmica equivalente a cerca de
0,0000000000000000000000000199 gramas.

1 nm = 0,000000001 m.
Usando uma calculadora, descubra a
quantos gramas corresponde 1 dalton.

Na calculadora
A maioria das calculadoras admite a representao de nmeros na notao cientfica. Entretanto, em muitas delas o expoente aparece depois da letra
E, que tambm pode aparecer
na forma minscula: e.
Assim, o nmero 5,7201 104 ,
por exemplo, pode aparecer no
visor da calculadora na forma
5.7201E-04 ou 5.7201e-04.

Se voc disse que essas frases envolvem nmeros que do muito trabalho para
escrever, acertou. Nmeros muito grandes ou muito prximos de zero so um tormento
para quem trabalha com a notao decimal.
Em alguns casos, possvel contornar esse problema mudando a unidade de medida. Assim, se usarmos o nanmetro (nm) como medida de comprimento, o tamanho
do rinovrus pode ser escrito como 30 nm. Da mesma forma, se a nossa unidade de
massa atmica for o dalton (u), a massa atmica do Carbono 12 poder ser representada simplesmente por 12 u.
Entretanto, a mudana de unidade nem sempre uma soluo, j que, muitas
vezes, precisamos efetuar operaes aritmticas ou comparar nmeros grandes com
outros muito prximos de zero. Nesses casos, o melhor escrever esses nmeros
usando o que chamamos de notao cientfica.
Um nmero real est em notao cientfica se escrito na forma
m 10n ,
em que o coeficiente m um nmero real maior ou igual a 1 e menor que 10, e o
expoente n um nmero inteiro.
Para trabalhar com nmeros na notao cientfica, preciso saber lidar com potncias de 10. A Tabela 1.10 mostra como algumas dessas potncias podem ser
representadas.

70

Captulo 1. Nmeros reais

Tabela 1.10: Representaes de potncias de 10.


Forma decimal
0,0001

Forma de produto
1
10

0,001

1
10

1
10

0,01

1
10

1
10

1
10

1
10

1
10

Forma de potncia

1
10

104
103
102

0,1

1
10

101

100

10

10

101

100

10 10

102

1000

10 10 10

103

10 10 10 10

104

10 000

Observando a tabela, constatamos que h uma relao entre o expoente da potncia e o nmero de zeros antes e depois da vrgula decimal. Cada vez que movimentamos a vrgula um algarismo para a direita, aumentamos o expoente de 10 em
uma unidade. Por outro lado, ao movermos a vrgula um algarismo para a esquerda,
o expoente de 10 reduzido em uma unidade. Essa relao melhor explorada no
Problema 4.

Problema 4. Converso para a notao cientfica


Observe que os nmeros usados nesse
problema so aqueles apresentados
no incio da seo.

Converta os nmeros abaixo para a notao cientfica.


a) 500.000
b) 7.068.000.000
c) 0,00000003
d) 33.400.000.000.000.000.000.000.000
e) 0,0000000000000000000000000199

Soluo.

a) Embora o nmero 500000 seja inteiro e, portanto, no apresente a vrgula que


separa a parte inteira da parte fracionria, podemos escrev-lo na forma equivalente
500000,0.
Como o coeficiente m de um nmero expresso na notao cientfica deve ser maior
ou igual a 1 e menor que 10, precisamos deslocar a vrgula cinco algarismos para
a esquerda, aumentando o expoente de 10 em uma unidade a cada passo, como se
observa abaixo:
500.000,0 = 500000,0 100
= 50000,00 101
= 5000,000 102
= 500,0000 103
= 50,00000 104
= 5,000000 105
Assim, em notao cientfica, o nmero 500.000 escrito como 5 105 .

Seo 1.9. Potncias

71

b) Repetindo o que foi feito no item acima, temos


7.068.000.000,0 = 7068000000,0 100
= 706800000,00 101
= 70680000,000 102
= 7068000,0000 103
= 706800,00000 104
= 70680,000000 105
= 7068,0000000 106
= 706,80000000 107
= 70,680000000 108
= 7,0680000000 109
Logo, em notao cientfica, temos 7,068 109 .
c) Para escrever o nmero 0,00000003 na notao cientfica, devemos mover a vrgula
para a direita, como mostrado abaixo.
0,00000003 = 0,00000003 100
= 0,0000003 101
= 0,000003 102
= 0,00003 103
= 0,0003 104
= 0,003 105
= 0,03 106
= 0,3 107
= 3,0 108
Logo, 0,00000003 pode ser escrito como 3 108
d) Como o nmero 33.400.000.000.000.000.000.000.000,0 tem 25 algarismos aps o
primeiro algarismo e antes da vrgula decimal (os algarismos indicados em vermelho), deve-se mover a vrgula para a esquerda 25 vezes. Com isso, o nmero
assume a forma 3,34 1025 .
e) Para que a vrgula do nmero 0,0000000000000000000000000199 aparea logo aps
o algarismo 1, preciso mov-la 26 algarismos para a direita (os algarismos em
vermelho). Assim, em notao cientfica, esse nmero escrito como 1,99 1026 .
Agora, tente o exerccio 16.

Na converso da notao cientfica para a forma decimal usual, movemos a vrgula


no sentido contrrio, como mostra o problema abaixo.

Problema 5. Converso para a notao decimal


Converta os nmeros abaixo para a notao decimal.
a) 7 104

b) 2,178 107

c) 2 105

d) 8,031 109

72

Captulo 1. Nmeros reais

Soluo.
a) Nesse problema, o expoente positivo, de modo que
7,0 104 = 70,0 103
= 700,0 102
= 7000,0 101
= 70000,0 100
Logo, 7 104 = 70000.
b) Para converter 2,178 107 forma decimal usual basta mover a vrgula 7 algarismos para a direita. Portanto, 2,178 107 = 21780000.
c) Como, nesse exemplo, o expoente de 10 negativo, fazemos
2,0 105 = 0,2 104
= 0,02 103
= 0,002 102
= 0,0002 101
= 0,00002 100
Assim, 2,0 105 = 0,00002.
d) Nesse problema, o expoente de 10 9, de modo que devemos mover a vrgula 9
algarismos para a esquerda. Com isso, obtemos 0,000000008031.
Agora, tente o exerccio 17.

Operaes com nmeros em notao cientfica


Para quem domina as propriedades das potncias, fcil efetuar operaes com nmeros em notao cientfica. Observe como isso feito abaixo.

Problema 6. Clculos em notao cientfica


Efetue os clculos a seguir.
a) 1,2 104 + 7,4 104

f) (2 106 ) (4 103 )

b) 3,5 103 + 6,91 105

g) (6,1 105 ) (3 102 )

c) 9,81 102 + 4,2 103


d) 2,83 109 1,4 107
e) 5,2 105 1,9 106

h)

1,2 107
4 105

i)

8 102
2 104

Soluo.
a) Para efetuar a soma de dois nmeros que, em notao cientfica, possuem o mesmo
expoente, basta por a potncia de 10 em evidncia e somar os coeficientes. Logo,
1,2 104 + 7,4 104 = (1,2 + 7,4) 104 = 8,6 104 .

Seo 1.9. Potncias

73

b) Quando precisamos somar dois nmeros que, em notao cientfica, possuem expoentes diferentes, devemos converter o nmero com a menor potncia de 10,
deixando-o com o mesmo expoente do outro.
De fato, para somar dois nmeros em
notao cientfica, basta igualar os
expoentes das potncias de 10. Embora qualquer expoente seja permitido, optamos por converter somente
o que tem a menor potncia para simplificar os clculos.

Nesse problema, devemos escrever 3,5 103 como o produto de algum coeficiente
por 105 . Para tanto, basta mover a vrgula dois algarismos para a esquerda:
3,5 103 = 0,035 105 .
Agora que os dois nmeros possuem a mesma potncia de 10, podemos som-los:
0,035 105 + 6,91 105 = (0,035 + 6,91) 105 = 6,945 105 .
c) Nesse problema, o termo com a menor potncia de 10 4,2 103 . Convertendo-o,
obtemos
4,2 103 = 0,42 102 .
Assim, a soma pode ser escrita como
9,81 102 + 0,42 102 = (9,81 + 0,42) 102 = 10,22 102 .
Finalmente, para que o coeficiente desse nmero seja menor que 10, deslocamos a
vrgula para a esquerda:
10,22 102 = 1,022 101 .
Logo, o resultado da soma 1,022 101 .
d) Para efetuar uma subtrao, usamos as mesmas regras empregadas na soma. Assim, convertendo o termo 1,4 107 , encontramos
1,4 107 = 0,014 109 .
Agora, subtraindo esse nmero de 2,83 109 , obtemos
2,83 109 0,014 109 = (2,83 0,014) 109 = 2,816 109 .
e) A converso adequada a esse problema
5,2 105 = 0,52 106 .
Com ela, escrevemos
0,52 106 1,9 106 = (0,52 1,9) 106 = 1,38 106 .
f) O clculo do produto de dois nmeros em notao cientfica pode ser efetuado
atravs de um simples reordenamento dos termos, sem a prvia converso para
uma mesma potncia de 10. Assim, nesse caso, fazemos:
(2 106 ) (4 103 ) = 2 4 106 103 = (2 4) 106+3 = 8 109 .
g) Reagrupando os termos do produto desse problema, obtemos
(6,1 105 ) (3 102 ) = 6,1 3 105 102 = [6,1 3] 105+(2) = 18,3 103 .
Finalmente, a converso da soluo para a notao cientfica fornece 1,83 104 .
h) Para dividir nmeros na notao cientfica, seguimos as regras usuais das fraes:
1,2
107
1,2 107
=(
) ( 5 ) = 0,3 1075 = 0,3 102 .
5
4 10
4
10
Convertendo o resultado para a notao cientfica, obtemos 3 101 .

74

Captulo 1. Nmeros reais

i) Nesse caso, o resultado da diviso calculado atravs dos seguintes passos:


8
102
8 102
=
(
)

(
) = 4 10(2)(4) = 4 102 .
2 104
2
104
Agora, tente o exerccio 22.

Problema 7. PIB per capita


Em 2010, o produto interno bruto (PIB) brasileiro correspondeu a cerca de R$
3,675 trilhes. Se o Brasil tinha cerca de 190,7 milhes de habitantes, qual foi o PIB
per capita do pas em 2010?

Soluo.
Observe que 1 milho equivale a
1.000.000 = 106 , e 1 trilho equivale
a 1.000.000.000.000 = 1012 .

Em notao cientfica, o PIB brasileiro em 2010 era equivalente a R$ 3,675 1012 ,


para uma populao de
190,7 106 = 1,907 108 habitantes.
Como o PIB per capita fornecido pela diviso do PIB pelo nmero de habitantes,
temos
3,675 1012 3,675
=
10128 1,9271 104
PIB per capita =
1,907 108
1,907
Na notao usual, dizemos que o PIB per capita correspondeu a R$ 19271 em 2010.

Exerccios 1.9
1. Calcule as potncias abaixo nos casos em que c vale 3,
2, 1, 0, 1, 2 e 3.
c) 2c .
d) 2c .

a) 2c .
b) (2)c .

e) (2)c .
f) 2c .

5. Dentre as potncias abaixo, quais podemos calcular?


b) 00

c) ( 15 ) ?

6. Dentre os nmeros 32 e (32 )5 , qual maior?


7. Simplifique as expresses, eliminando expoentes negativos, caso existam.
a) 24 23
b) 24 23
c) (2)4 23

d) 24 (2)3
e) (2)4 (2)3
f) 24 23

b)

54
52

h)

c)

53
57

i)
3

d) ( 26 )

f)

4. Quanto valem 0 , 0 e 0 ?

a) 01

g) ( 41 )

3. Quanto valem 10 , 12 e 15 ?
2

54
56

e) ( 18 )

2. Quanto valem 20 , 50 e (5)0 ?


1

a)

g) 24 23
h) (2)4 23
i) 24 (2)3

8. Simplifique as expresses, eliminando expoentes negativos, caso existam.

2
( 15 )

j)
k)
l)
m)

32
110
30
112
33
42
33
42
33
42
0
( 25 ) 52

n) ( 53 ) ( 23 )
3

o) ( 25 ) (5)4
3

p) ( 53 ) ( 23 )
q) ( 43 ) ( 32 )

r) 21 + 41
s) 451 + 450
t) 3101 2 3100

9. Simplifique as expresses, eliminando expoentes negativos, caso existam. Sempre que necessrio, suponha
que o denominador no nulo.
a)
b)
c)
d)
e)
f)
g)

x2 x5
x2 x5
x2 x5
y 3 y 7 y 6
v 5 v 2 v 4
2x 2y
2x 2x

h)

x5
x2

i)

x5
x2

o)

w5 w3
w7

j)

x5
x2

p)

z3 z0
z2

k)

x5
x2

q)

x6 x2
x3 x7

l)

y6
y

r)

x6 x2
x3 x7

m)

y3
y7

s)

x2 x3
x

w4 w6
w10

t)

x2 +x4
3x3

n)

10. Simplifique as expresses, eliminando expoentes negativos, caso existam. Sempre que necessrio, suponha
que o denominador no nulo.

Seo 1.9. Potncias

a)
b)
c)
d)
e)
f)

(32 )5
(32 )5
(32 )5
(32 )5
(32 )5
[(3)2 ]5

g) (x3 )4
h) (x6 )2
i)
j)
k)

15. No Exerccio 14, o prefixo quilo- foi usado com um sentido diferente daquele empregado, por exemplo, nos termos quilograma e quilmetro. Explique essa diferena.

l) ( 512 )

3
3

)
m) ( 2x
4

92
34
(2x)2
x4
3
( 512 )

16. Um fio do cabelo de Vernica tem 46,4m de espessura. Sabendo que 1m corresponde a 106 m, fornea
a espessura do fio em metros, usando notao cientfica.

3
)
n) ( 9x
3

o) ( x5 )

17. A concentrao de ons de Hidrognio do sangue humano aproximadamente igual a 3,5108 mol/L. Fornea essa concentrao na notao decimal.

11. Simplifique as expresses, eliminando expoentes negativos, caso existam. Sempre que necessrio, suponha
que o denominador no nulo.
a) (x y )(6yx )
b) (x4 y 7 )(y 3 x2 )
c) (x6 y 2 z 3 )(y 4 z 3 x4 )
2 6

d)
e)
f)
g)
h)
i)
j)
k)

3x3 y 5
x6 y 4
4x2 y 4
2x5 y
2
( xy ) ( 2x1 5 )
2
2x2 y 5
xy 2
x4 y 3
2
3u3 v 3
+ uv2
v 5 u2
4
2xyz 2
( 3x
2 y3 z )
3 2
( y4 )
3
( 3xy2 )

18. A distncia mdia da Terra ao Sol de cerca de


149.600.000 quilmetros. Converta esse valor para a
notao cientfica.

l) (2xy ) (5x yz )
2 3

m) (5x2 y 3 )2 (10x3 y 5 )
3

3 2

19. A velocidade da luz corresponde a 300.000 km/s. Aps


converter esse valor para a notao cientfica, determine
o tempo que a luz do Sol gasta para atingir a Terra.
Dica: use o resultado do Exerccio 18.

n) ( w3xv2 ) ( xw6v )
3

o) ( 4st
) ( us2t )
u5
p)

x2 y
3

q)

3x2 y 2
x4

( y3

3 2

20. O volume de uma esfera dado pela frmula 43 r3 ,


em que r o raio da esfera. Quantos litros de ao
so necessrios para produzir 1.000.000 esferas de rolamento, cada qual com 3 mm de raio? (Lembre-se que
1 mm = 0,1 cm e que 1 litro = 1000 cm3 .)

9y 1
)
2x
y 5 x2
y7

2 4

x y
8x v
r) ( 2w
4 ) ( w 3 y 3 )
4 2

21. Apesar de a Terra no ser perfeitamente esfrica, podemos aproxim-la por uma esfera cujo raio mede, aproximadamente, 6370 km. Usando a frmula do Exerccio
20, determine o volume aproximado de nosso planeta,
em notao cientfica.

s) ( 2x3zy ) ( 9z8yx4 )
t)

2x5 y 3
4x3

3yx6
4x4 y 4

12. Mostre com um exemplo numrico que (a+b)2 a2 +b2 .

22. Efetue as operaes abaixo.

13. Um bit a menor informao armazenada em um computador. Cada bit pode assumir apenas dois valores,
que representamos por 0 e 1 na notao binria. Um
conjunto de n bits suficiente para armazenar um nmero inteiro entre 0 e 2n 1. Assim, um byte, que corresponde a 8 bits, suficiente para armazenar os nmeros
inteiros de 0 a 255. Indique o maior nmero inteiro (no
negativo) que pode ser armazenado usando-se:
a) 16 bits.

b) 32 bits.

2,34 105 1,87 105


7,61 108 + 5,2 107
4,325 1012 2,5 1010
9,67 105 + 8,3 106
1,8 1012 6,8 1014
(6,4 1010 ) (5,3 106 )
(3,7 1016 ) (7,4 109 )
4,6 1022
h)
2,3 1018
5,1 108
i)
3 106
2,25 1011
j)
5 1014
23. Leia o conto sobre a origem do jogo de xadrez, que o
escritor Malba Tahan incluiu em seu maravilhoso livro
O homem que calculava.
a)
b)
c)
d)
e)
f)
g)

c) 64 bits.

14. Um quilobyte (kB) corresponde a 210 bytes. Por sua


vez, um megabyte corresponde a 210 quilobytes. J um
gigabyte corresponde a 210 megabytes e 1 terabyte corresponde a 210 gigabytes. Determine o nmero de bytes
contidos em
a) 1 quilobyte.

75

b) 1 terabyte.

Respostas dos Exerccios 1.9


1.

a)
b)
c)
d)
e)
f)

1/8, 1/4, 1/2, 1, 2, 4, 8


1/8, 1/4, 1/2, 1, 2, 4, 8
1/8, 1/4, 1/2, 1, 2, 4, 8
8, 4, 2, 1, 1/2, 1/4, 1/8
8, 4, 2, 1, 1/2, 1/4, 1/8
8, 4, 2, 1, 1/2, 1/4, 1/8

2. As trs potncias valem 1.

5. S podemos calcular ( 51 )0 , que vale 1.

8.

a)

1
52
6

b) 5
6. 3

25

=3

32

2 5

e (3 ) = 3

10

. O primeiro maior.

a) 27

d) 27

g)

3. As trs potncias valem 1.

b) 27

h) 2

4. As trs potncias valem 0.

c) 27

e) 27
f) 2

7.

1
2

i) 2

c) 54
d) 313
e) 82
f) 512
g)

413

h) 32
i) 1112
j)
k)

42
33
1
42 33
3 2

l) 3 4
m) 512
n)

53 22
35

o) 40
p)

53
322

q)

1
6

r)

3
4

s) 5 450
t) 3100

76

Captulo 1. Nmeros reais

9.

h) x3
i) x7
j) x17

a) x7
b) x13
c)

1
x7
2

k)

d) y
e) v1

f) 2xy
g) 1

1
x3
5

l) y
m) y14
n) 1

o)

1
y5

11.

b) x y

c) x2 y 2 z 6

1
x2

d)

r) 1

e)

s) x x2
t)

1+x2
3x

f)
g)
h)
i)

3y
x3
2x7
y5
1
2yx3
y2
x2
3u+u2
v2
16z 4
81x4 y 8

j) 16y 6
10.

a) 310

d) 310

f)
g)
h)
i)
j)

e) 310

k)

b) 3

10

c) 310

1.10

310
x12
x12
1
4
x2
1
56

n)
o)

x3
23

13.

1
32 x2
x6
52

l)
m)
n)
o)
p)
q)

27
x6 y 3
40y 7 z 3
x
2
5xy
v 7 w3
27x3
16t5
s2 u12
x2 3x
2
2
x2 y 2
4 5 4 7

r) 2v w x y
s)
t)

x2 z
2
x2
4y
3

14.

b) 240 = 1.099.511.627.776 bytes.


15. O prefixo quilo- usado para indicar um
milhar. Assim, 1 kg = 1000 g e 1 km =
1000 m. Entretanto, quando se trata de
bytes, o prefixo equivale a 1024, de modo
que 1 kB = 1024 B.
16. 4,64 105 m.
17. 0,000000035 mol/L.
18. 1,496 108 km.
19. 487,7 s, ou 8 min 7,7 s.
20. 113,097 litros.
21. 1,083 1012 km3 .

12. (2 + 3)2 = 52 = 25, enquanto 22 + 32 = 4 + 9 =


13.

l) 56
m)

k)

2 4

p) z
q)

a) 6x5 y 7

22.

a) 4,7 104

f) 3,392 1014

b) 8,13 108

g) 2,738 108

c) 4,3 1012

h) 2 104

a) 216 1 = 65.535
b) 232 1 = 4.294.967.295
c) 264 1 = 18.446.744.073.709.551.615

d) 1,05 10

a) 210 = 1.024 bytes.

e) 6,782 1014

i) 1,7 1014
j) 4,5 102

Razes
A operao oposta potenciao chamada radiciao. Como o nome sugere, a
radiciao a operao atravs da qual extramos razes de nmeros. Para entender
o que significa extrair uma raiz, vamos recorrer a um problema simples, que envolve
a rea de um quadrado.

Problema 1. Dimenses de um pasto


Seu Jacinto pretende cercar 16 hectares (ha) de sua fazenda para servir de pasto.
Supondo que a regio a ser cercada tenha a forma de um quadrado, qual dever ser
o comprimento dos lados dessa regio?

Soluo.
Cada hectare corresponde a 10.000 m2 , de modo que o pasto ter rea igual a
16 10.000 = 160.000 m2 . A Figura 1.22 ilustra a regio a ser transformada em pasto,
supondo que seu lado tenha comprimento `.
Sabemos que a rea de um quadrado de lado ` dada pela frmula A = `2 .
Assim, para determinar o comprimento do lado da regio, devemos encontrar um
valor positivo de ` tal que
Figura 1.22: Um pasto quadrado
com lados de comprimento `.

`2 = 160.000.
Esse valor de ` chamado raiz quadrada de 160.000, e representado por
160.000. Usando uma calculadora, descobrimos que

160.000 = 400,

O smbolo

chamado radical.

de modo que o lado da regio que servir de pasto ter 400 m de comprimento.
Agora, tente o exerccio 1.

Seo 1.10. Razes

Raiz quadrada
A raiz quadrada de um nmero no negativo a representada por
nmero no negativo b tal que b2 = a.
Em notao matemtica, escrevemos

a = b se b2 = a.

Ateno
Muito embora seja verdade que
2
(7)
= 49, no se deve escrever

49 = 7, pois nunca se obtm


um nmero negativo ao extrair
a raiz quadrada.

77

ao

Exemplo 1. Razes quadradas


a)
b)
c)
d)
e)

49 = 7, j que 7 0 (7 um nmero no negativo) e 72 = 49.


121 = 11, j que 121 0 e 112 = 121.
2,25 = 1,5, pois 1,5 0 e 1,52 = 2,25.
0,01 = 0,1, pois 0,1 0 e 0,12 = 0,01.
0 = 0, pois 0 no negativo e 02 = 0.

Quadrados perfeitos
Dizemos que um nmero inteiro a um quadrado perfeito quando sua raiz quadrada tambm um nmero inteiro. A figura 1.23 mostra alguns quadrados perfeitos
bastante conhecidos.

(a) 1

(b) 4

(c) 9

(d) 16

(e) 25

Figura 1.23: Alguns quadrados perfeitos.


Se um nmero um quadrado perfeito, ento possvel extrair sua raiz quadrada
decompondo-o em fatores primos. Veja um exemplo:

Exemplo 2. Raiz quadrada de 3600


Vamos tentar extrair a raiz quadrada de 3600. Para tanto, comecemos fatorando
esse nmero:
3600
1800
900
450
225
75
25
5
1

2
2
2
2
3
3
5
5

Agora, vamos tentar agrupar em pares os fatores iguais:

78

Captulo 1. Nmeros reais

3600 = 2 2 2 2 3 3 5 5

Fatorao de 3600.

= 22 22 32 52

Agrupamento dos fatores iguais em pares.

= (2 2 3 5)2

Aplicao da propriedade 4 das potncias.

= 602

Clculo do produto entre parnteses.

Assim, conclumos que 3600 = 602 , de modo que a raiz quadrada de 3600 60.
Uma estratgia para se obter a raiz quadrada de nmeros que no so quadrados
perfeitos apresentada no Exerccio 12. Entretanto, no indispensvel aprender
como extrair razes, j que qualquer calculadora simples capaz de efetuar essa operao.

Raiz ensima
Podemos generalizar a ideia da raiz quadrada para uma raiz de ordem n de um nmero
real a. Essa raiz dita nsima (ou, simplesmente, ensima).
Voc sabia?
A raiz de ordem 3 chamada
raiz cbica. Para exponentes
maiores, usamos raiz quarta,
quinta, sexta etc.

Raiz ensima
Dadoum nmero natural n, a raiz ensima de um nmero a representada
por n a o nmero b tal que bn = a.
Em notao matemtica, escrevemos

n
a = b se bn = a.
Se n for par, a e b devem ser no negativos.

Exemplo 3. Razes de ordem superior


a)
b)

125 = 5, j que 53 = 125.


125 = 5, j que (5)3 = 125.

16 = 2, j que 16 0 (16 no negativo) e 24 = 16.

d) 1000 1 = 1, pois 1n = 1 para todo n.

e) 4 16 no est definida, pois 16 < 0. Observe que no h nmero real a tal que
a4 seja negativo. De fato, como a4 = (a2 )2 e a2 0, a4 no pode ser negativo.
c)

Usando o raciocnio do item (e), mos


tre que n a no est definida quando
n par e a negativo.

Exemplo 4. Cubos perfeitos

Um nmero inteiro a um cubo perfeito se sua raiz cbica, 3 a, tambm um


nmero inteiro. Nesse caso, tambm podemos usar a fatorao para encontrar essa
raiz cbica. Como exemplo, vamos tentar calcular

3
3375.
Fatorando 3375, obtemos

Seo 1.10. Razes

3375
1125
375
125
25
5
1
Logo,

3
3
3
5
5
5

3375 = 3 3 3 5 5 5 = 33 53 = (3 5)3 = 153 ,

de modo que
Figura 1.24: Um cubo formado
por 3375 blocos.

79

3375 = 15.

Um cubo formado por 3375 blocos, dispostos em 15 camadas, cada qual com 15 15
blocos, mostrado na Figura 1.24.
Ainda que os quadrados e os cubos perfeitos sejam raros, a fatorao de nmeros
inteiros muito til para a simplificao de expresses que envolvem razes, como
veremos a seguir.

Propriedades das razes


Sendo a radiciao a operao inversa da potenciao, as razes possuem propriedades
similares quelas apresentadas para as potncias, como mostra o quadro abaixo. A
relao entre essas propriedades ficar clara na prxima subseo.

Propriedades das razes


Suponha que a e b sejam nmeros reais e que os denominadores sejam sempre
diferentes de zero.
Propriedade


n
n
1.
ab = n a b

n
a
a
2. n
=
n
b
b

n m
3.
a = nm a
4.

a, se n mpar;
n
an = {
a, se n par

Exemplo

3
8x = 3 8 3 x = 2 3 x

4
4 2
= =
9
9 3

3 5
4000 = 35 4000 = 15 4000

5
115 = 11

4
(5)4 = 5 = 5

Em alguns casos, a aplicao dessas propriedades facilitada quando se fatora os


nmeros dos quais se pretende extrair a raiz, como mostra o Exemplo 5.

Exemplo 5. Emprego das propriedades das razes


a)
441
147
49
7
1

3
3
7
7

32 72

= 32 72

Propriedade 1.

=37

Propriedade 4.

= 21

Simplificao do resultado.

441 =

Fatorao de 441.

80

Captulo 1. Nmeros reais

b)

8
4
2
1

2
2
2

125
25
5
1

5
5
5

= 52
c)

27
9
3
1

3
5
5

12
6
3
1

27 =
=

33

32 3

= 32 3

=3 3

2
2
3

e)
216
108
54
27
9
3
1

3
3
3

d)
75
25
5
1

3
8
8
=
3
125
125

3
23
=
3
53

2
2
2
3
3
3

f)

g)
2
2
2
2
2
2

256
128
64
1

2
2
26

Propriedade 4.

Fatorao de 27.
Separao de um termo 32 .
Propriedade 1.
Propriedade 4.

Propriedade 1.

=532

Propriedade 4.

= 30

Simplificao do resultado.

Fatorao de 75 e 12.
Agrupamento das potncias.

Propriedade 1.

=23

Propriedade 4.

=6

Simplificao do resultado.

20
20
=
5
5

= 4

Propriedade 1.

23 33

3
3
= 23 33

216 =

64 =

Fatorao de 216.

Propriedade 2.
Simplificao da expresso.
Clculo da raiz.

64

6
= 26

6
= 26
23

=2
h)

Fatorao de 8 e 125.

75 12 = 75 12

= (52 3) (22 3)

= 52 32 22

= 52 32 22

=2
64
32
16
8
4
2
1

Propriedade 2.

Propriedade 3.
Fatorao de 64.
Propriedade 4.
Simplificao do resultado.



5 4 256 = 5 4 256

= 5 8 256

8
= 5 28

= 52

=2 5

Propriedade 1.
Propriedade 3.
Fatorao de 256.
Propriedade 4.
Reordenamento da expresso.

Seo 1.10. Razes

i)
j)

(7)3 = 7

(23)6 = 23
= 23

k)

81

Propriedade 4.

Propriedade 4.
Simplificao do resultado.

210

1
210

5
1
=
5
210

1
=
5
210
=
5

1
(22 )5

Propriedade das potncias.

Propriedade 2.

1 = 1 sempre.

Propriedade das potncias.

1
22

Propriedade 4.

1
4

Simplificao do resultado.

Agora, tente o exerccio 3.

As propriedades das razes tambm so muito teis para a simplificao de expresses algbricas, como ilustrado abaixo.

Exemplo 6. Simplificao de expresses com razes


a)

b)

w3 =

w2 w

= w2 w

=w w

y 12 =

(y 4 )3

= y4
c)

3
3 x6
x6

=
4
4

23
x6
=
4

6
x6
=
2
=

x
2

Separao de potncia com expoente 2.


Propriedade 1.
Propriedade 4.

Propriedade das potncias.


Propriedade 4.

Propriedade 2.

Propriedade 3.

Clculo da raiz de 4.

Propriedade 4.

82

Captulo 1. Nmeros reais

d)

x5 y 6 =

x3 x2 (y 2 )3

3
3
= x3 x2 3 (y 2 )3

3
= x x2 y 2

Separao de termos com expoente 3.


Propriedade 1.
Propriedade 4.

Agora, tente o exerccio 4.

Ateno
Tambm preciso tomar o cuidado de no extrair uma raiz
par de um nmero negativo, ou
seja

4 2.

De fato, 4 no est definida.

Assim como ocorre com as potncias, comum o uso incorreto das propriedades
das
razes.O engano
mais comum a tentativa de separar a raiz de uma soma fazendo

n
n
a + b = n a + b, o que no possvel, como comprova o exemplo abaixo.
Errado
Correto

52 + 42 = 52 + 42 = 5 + 4 = 9

25 + 16 = 41 ( 6,403)

Exemplo 7. Expresses com soma de razes


Observe que no se pode escrever

4 + 9 = 13.

4 + 9 = 2 + 3 = 5.

b) 3 2 + 4 2 = (3 + 4) 2 = 7 2.

c) 5 7 2 7 = (5 2) 7 = 3 7.

d) 12 3 = 4 3 3 = 4 3 3 = 2 3 3 = (2 1) 3 = 3.
a)

Agora, tente o exerccio 6.

Razes como potncias


J vimos como definir potncias com expoentes inteiros (positivos e negativos). Agora,
vamos expandir a notao de potncia para expoentes racionais. Para tanto, considere
que desejemos elevar um nmero real b 0 a um expoente 12 , ou seja, que queiramos
calcular
1
b2 .
Para que essa expresso seja vlida, ela deve satisfazer as regras das potncias
citadas pgina 64. Assim, se tomamos b = a2 , com a 0, a Propriedade 3 apresentada
quela pgina nos diz que
1

(a2 ) 2 = a2 2 = a 2 = a1 = a.
Observe que, nesse caso, ao elevarmos a2 a 21 , obtivemos o prprio nmero a, ou
seja, o expoente 12 anulou o expoente 2, exatamente como ocorre com a raiz quadrada.

De fato, da Propriedade 4 das razes, sabemos que a2 = a. Isso sugere que, dado
um nmero real a 0,

1
a 2 = a.
No difcil estender esse conceito raiz ensima, j que podemos escrever
1

(an ) n = a n = a1 = a.
Desse modo, podemos definir

Seo 1.10. Razes

an =
Ateno
1/n

1
.
an
n

Lembre-se de que a

fato, j vimos que a1n = a

De

83

a,

supondo que a 0 quando n par.


Com essa definio de expoente racional, h uma relao direta entre as demais
propriedades das razes e algumas propriedades das potncias, como mostrado no
quadro abaixo.

Propriedades de potncias e razes


Suponha que a, b R, que os denominadores sejam sempre diferentes de zero
e que os termos dentro dos radicais sejam no negativos se n for par.
Razes


n
n
ab = n a b
1.

n
a
a
2. n
=
n
b
b

n m
a = nm a
3.

Potncias
1

(ab) n = a n b n
a n an
( ) = 1
b
bn
1

(a m ) n = a m n = a mn

Combinando a potncia am com a raiz ensima, possvel generalizar o conceito


de potncia para um expoente racional qualquer.

Potncia com expoente racional

Ateno
Note que an/m
dito pgina 64,

an
.
am
an
=
m
a

an =

Como
anm .

am = ( n a)m ,

supondo que a 0 quando n par.


De fato, se a 0, a potncia an est definida (e suas propriedades so vlidas) para
qualquer n real, mesmo que irracional. Voltaremos a esse assunto quando tratarmos
de funes exponenciais.

Exemplo 8. Potncias com expoentes racionais


a) 91/2 =
b) 0,25

9 = 3.

0,5

= 0,25

1/2

0,25 =

1
1
1
= = .
4
2
4

106 = 106/3 = 102 = 100.

3
d) 82/3 = 82 = 3 (23 )2 = 3 (22 )3 = 22 = 4.
c)

1
1
1
= = .
161/2
16 4

f) 43,5 = 47/2 = ( 4)7 = 27 = 128.

e) 161/2 =

g) 811,25 = 815/4 = (34 )5/4 = 34 4 = 35 = 243.

4
4
2 1
9
32
h) = = 3 4 2 = 30 = 1.
3
3
Agora, tente os exerccios 7 e 8.

84

Captulo 1. Nmeros reais

Exemplo 9. Simplificao de potncias com expoentes racionais


Nos exemplos abaixo, suponha que x 0, y 0 e z 0 quando necessrio, e que
os denominadores so diferentes de zero.
a)
b)
c)

x4 = x4/6 = x2/3 =

x2 .

1 1

x = (x1/2 )1/2 = x 2 2 = x1/4 =

x.


3+2
1 1
6
x 3 x = x1/2 x1/3 = x 2 + 3 = x 6 = x5/6 = x5 .
6

d) x6/5 x4/5 = x 5 + 5 = x10/5 = x2 .


e)

1 4 2
x1/3 x4/3
= x 3 + 3 3 = x3/3 = x.
2/3
x

3/2
2 y3
2 3
1
4x2/5
y2
4 x2/5 y 2
2y
2
1/5
3/2

f) ( 1/2 ) ( 3/5 ) = 3/5 1/2 = 2 x 5 5 y 2 = 2x


y = 1/5 =
.
5
2 x
x
y
2x
y
x

31/2
31/2
31/2
16x
42 x
42/2 x1/2
= ( 3/2 )
=
(
g) ( 3/2 )
)
(
)
27
33
x
x
x3/2
33/2
31/2
x1/2
4
= 3/2 4 3/2 = 31/23/2 4x1/23/2 = 31 4x1 =
.
3x
3
x
2

2
3
5
2
z 3/2
(x1/6 )2
1
z 3/2
x1/6
h) ( 1/3 ) ( 5/3 ) = 5/3 1/3 2 2 = x 6 ( 3 ) y 3 z 2 2
z
y z
x
x
(y )
x2
x2
12/6 2/3 1/2
=x
y
z
= 2/3 1/2 =
.
3
y z
y2 z

Agora, tente os exerccios 9 e 10.

Racionalizao de denominadores
Terminado o clculo de uma expresso matemtica, possvel que o denominador
contenha uma raiz. Nesse caso, comum eliminar-se essa raiz atravs de um processo
chamado racionalizao do denominador.
A racionalizao feita multiplicando-se o numerador e o denominador pela raiz,
como indicado a seguir.
Nesse exemplo, supomos que x > 0.

1
1
= 1
x
x

1
x
=
x
x

x
= 2
( x)

x
= 2/2
x

x
=
x

O nmero 1 o elemento neutro da multiplicao.

Converso de 1 em uma frao conveniente.

Propriedade do produto de fraes.

Propriedade das potncias.

Simplificao do resultado.

Seo 1.10. Razes

85

Como a raiz quadrada de qualquer nmero inteiro que no


seja um quadrado perfeito irracional, o processo acima transformou a expresso 1/ x em outra expresso
equivalente, na qual o denominador certamente no contm um nmero irracional.
Observe que esse procedimento no necessrio, tendo um propsito puramente esttico.

Exemplo 10. Racionalizao com raiz quadrada

Mais uma vez, supomos que x > 0.

1
3
3
1
.
a) = =
3
3
3
3

6x
6x 2x
6x
2x
=
=
b)
= 3 2x.
2x
2x
2x
2x

Quando o denominador contm um temo n xm , com m < n, e x > 0 se


n par, a
racionalizao feita multiplicando-se o numerador e o denominador por n xnm :

n
n
n
1
xnm
xnm
xnm
1
1

=
.
=

1
=

=
n
n
n
n
n
x
xm
xm
xm
xn
xnm

Exemplo 11. Racionalizao com raiz ensima

3
3
3
1
1
102
102
102

a)
=

=
=
.
3
3
3
3
10
10
10
102
103

Aqui, tambm supomos que x > 0.

4
4
4
5
x2
5
5
5
5 x2
5 x2

b)
.
=
=
=

=
=
4
4
4
4
4
4
4
x2
x6
x4 x2
x x2
x x2
x2
x x4

8
8
8
1
x3
x3
x3
1
c)
=

=
=
.
8
8
8
8
2x
2 x5
2 x5
x3
2 x8
Agora, tente o exerccio 11.

Exerccios 1.10
1. Joo deseja destinar uma parte de sua fazenda para
a criao de um pomar de mas. Sabendo que cada
macieira exige 25 m2 de terreno, que o pomar ser quadrado e que sero plantadas 36 mudas de rvores, determine o comprimento do lado do pomar.

a)
b)
c)
d)
e)

2. A distncia d, em quilmetros, entre uma pessoa e o


horizonte
dada aproximadamente pela frmula d =
112,88 h, em que h, tambm em quilmetros, a altura do observador em relao ao solo. Usando uma
calculadora, determine a distncia do horizonte para
algum que visita o ltimo andar do edifcio Burj Khalifa, nos Emirados rabes, que est a 621,3 m do cho.

3. Simplifique as expresses.

f)

20

4/49

2/25

3
8/27

3
216

3
64/27


g) 520
h) 6 150
i)
j)
k)
l)

63
7

14
2

18
8

6
5 8

m)


6 12

72

3
96

5
o) 26 42

3
729
p)

q)
256
n)

4. Simplifique as expresses. Sempre que necessrio, suponha que as variveis so positivas e que os denominadores so no nulos.

a) 4x2

b) 4x

3
c) 8x3

d) 8/x2

e)

x3 y 6

f) xy 3 x5 y

g)

5 3
w v
v 5 w4

h)
i)


x 3 y 12

x
y8

86

Captulo 1. Nmeros reais

5. Mostre com um exemplo numrico que

a2 + b2 a + b.

b)

6. Calcule as expresses.
a)
b)
c)
d)


3+ 3+ 3

9 5

5 83 8

5 83 2

e)
f)
g)

8+

5(1 +

2
3

i)

3 2
3

5 3
5

j)

8
3

h)
5)

2 8
3

+3

c)

2 3
2

3 5
3

d)
e)

16
27

f)
g)

7. Reescreva as expresses abaixo na notao de potncia,


simplificando-as sempre que possvel.
a)

h)
i)

e) 1/ 23

f) 3 2

3
2

4
d) 52

b) 1/ 3

c)

d) ( 125
)2/3
64
e) (32 )1/2
f) (75 )1/5

l)

n)

51/2 (5x5/2 )
(5x)3/2

2
2
u5 v 2
( 2 v
) ( 2vu )
u

o)

31/2
(2y 3 )2

m)

81x2 y 8
16x6 y 2

7
x
x3

y3

y5

(w2 )1/3

w3

7/2

p) ( x25/2 )
q)

(x3 )2

x5 x3

64y 4
27

49x3
8

y 1/2 (yx3/2 )
(yx)5/2

r) (2x)1/2

32
x7

c) x2 / x

d) 4/ 23

e) 1/ 5 3

7
f) 5/ 54

12. Se sua calculadora no dispe de uma tecla especfica


para a determinao de razes quadradas, no se desespere. Existe um algoritmo muito simples (denominado
mtodo de Newton) para a obteno aproximada da raiz
de um nmero real positivo a. O algoritmo composto
dos seguintes passos:

9. Simplifique as expresses. Sempre que necessrio, suponha que as variveis so positivas.


a) 251/2
b) (4x)1/2
c) (x/4)1/2

9
( 32 )3 16
3
25
( 52 )
8

a) 1/ 11

b) 5/ 5

g) 42/3
h) 31/2
i) 21,5

d) 35/2
e) 21/2
f) 42/3

3 4
3
35

11. Racionalize os denominadores das fraes. Sempre que


necessrio, suponha que as variveis so positivas e os
denominadores so no nulos.

8. Escreva as expresses abaixo na notao de razes.


a) 32/5
b) 52,5
c) (3)5/3

j) (x5 y 1/3 )3/5



k) x x

5
a) (52 )3 53/2

1) Defina uma estimativa inicial, x0 , para a raiz.


Qualquer nmero maior que zero serve, de modo
que voc pode usar x0 = 1, por exemplo.
2) De posse de uma estimativa xk (voc j tem x0 ),
calcule outro valor aproximado xk+1 usando a frmula
x2 a
xk+1 = xk k
.
2xk

g) (51/2 )3
h) x3 /41/2
i) x3 /41/2

10. Simplifique as expresses convertendo as razes em potncias. Elimine expoentes negativos, caso existam, e
racionalize os denominadores. Se necessrio, suponha
que as variveis so nmeros positivos e que os denominadores so no nulos.

3) Repita o passo 2 at que duas estimativas sucessivas, xk e xk+1 , sejam muito parecidas.

Aplique esse mtodo para calcular 2 e verifique quantas vezes voc teve que repetir o passo 2.

Respostas dos Exerccios 1.10


1. 30 m.

6.

2. Aproximadamente 89 km.
3.

4.

a) 2 5
b) 2/7

c)
2/5
d) 2/3
e) 6
f) 4/3

g)
h)
i)
j)
k)
l)

a) 2x

b) 2 x

d)

10
30
3

7
3/2

3/10

2 2
x

e) xy 2
3 2

f) x y

c) 2x

m) 1
n) 81

7.

p) 3

8.

q) 2
g)

w
v
2

h) y
i)

g)

a) 31/2

c) 2

1/2

o) 4

4
x
y4

2
2
5. Exemplo:
12
+5 =
144 + 25 = 169 =
13, enquanto 144 + 25 = 12 + 5 = 17.

9.

e) 2+2 2

f) 5 + 5

a) 3 3

b) 3 5

c) 2 8

d) 7 2

b) 3

5 2
a)
3

55
b)

c) 3 (3)5

d) 1/ 35

e) 1/ 2
a)

1
5

b) 2 x

5 2
3
1/3

d) 5

i) 2 15

j) 4 3

x
2

d)

1/2

f) 2

1/3

f) 1/ 42

3 2
g)
4

h) 3

i) 1/ 23
25
16

g)

e) 3

h)

f) 7

i)

11.

2
x3

k)
l)
m)
n)
o)

g) x2
h) y1

p)

i) x2

q)

j)

5 5
1
2x3

1
25

e) 3y 2 x

f) 2x xy

d)

a) 55

b)
3
c) 29

e) 23/2

c)

10.

h) 0

a)
b)

12. ...

5 4
x3
y
y

11
11

r)

c) x x

d)
2

x3

6
w
w
x
5
uv 4
2
2
3y 4

7 x3 y 7
16
1
xy
8
x3

e)
f)

5
34
3

7 3

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