Mineracao Artesanal em Mocambique
Mineracao Artesanal em Mocambique
Mineracao Artesanal em Mocambique
Os objectivo central deste seminrio foram de (i) formulao de uma abordagem comum
sobre a MAPE, (ii) troca de experincias, (iii) dotar os participantes de melhores formas de
organizao e de desenvolvimento da actividade de minerao artesanal e de pequena escala
que se encontra num estgio crescente quase em todo territrio nacional e (iv) conceber-se
um Guio sobre as Boas Prticas da Minerao Artesanal e de Pequena Escala.
Para se alcanar este objectivo recorreu-se ao mtodo de interaco mtua sobre os assuntos
abordados ao longo do seminrio, que consistiu em apresentao de temas, seu debate,
trabalhos em grupo e discusso em sesses plenrias.
III. TEMAS ABORDADOS
De um modo geral as actividades planificadas para este seminrio foram realizadas na ntegra
e com sucesso, a medir pelo engajamento e abertura dos participantes em todas as fases do
mesmo. Os debates caracterizaram-se pela busca de solues viveis convista a se
desenvolver uma Minerao Artesanal e de Pequena Escala responsvel, que respeite os
direitos universais do homem, como o caso do direito sade e segurana tecnica no
trabalho, direito gua, entre outros.
Neste contexto, sobre os objectivos deste evento foi referido que o mesmo visava fazer
radiografia nacional da situao da Minerao Artesanal e de Pequena Escala e encontrar
plataformas para eliminar a actividade mineira ilegal e irresponsvel, assegurando que os j
formalizados desenvolvam suas actividades de forma sustentvel e responsvel. Foi
igualmente apresentado o estgio actual da MAPE em Moambique no qual se referiu que
existe um total de 73 associaes distribudas pelas provncias.
Em termos conceituais sobre a MAPE referiu-se que varia de zona para zona ou de pas para
pas, porm a base da definio desta actividade nos instrumentos usados, se so ou no
rudimentares ou sofisticados, quantidades da produo, nmero das pessoas empregues (mode-obra), tecnologias a usar, entre outros atributos.
Foi igualmente referida a viso do Governo de Moambique sobre a MAPE, tendo-se dado
enfoque a linhas de aco que promovam a actividade, como o caso de disponibilizao de
informao geolgica, capacitao tcnica e legal, e assistncia financeira.
No que concerne a apresentao da proposta do Projecto que versa Desenvolver uma srie de
actividades que iro culminar com a elaborao do Plano Estratgico e de Aco para Apoiar
Prticas Sustentveis na MAPE em Moambique, referiu-se que ir envolver trabalhos de
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base junto dos operadores mineiros artesanais nos campos de minerao, convista a conhecer
melhor o perfil tcnico, econmico, social e ambiental da minerao artesanal nos locais onde
ela realizada, que a base fundamental para a concepo deste Plano Estratgico e
consequentes linhas de aco voltadas ao sector da MAPE. A proposta do projecto contempla
a identificao de outras actividades de rendimento que os operadores mineiros artesanais e
de pequena escala podem vir a desenvolver em caso da paralisao da actividade ou
esgotamento do jazigo.
Posteriormente foram discutidos assuntos relacionados com o associativismo e sua
Formalizao, a Legislao Mineira moambicana e Procedimentos Cadastrais, com especial
realce nos tipos de ttulos mineiros, os direitos e obrigaes dos seus detentores e/ou titulares
como o caso da Senha Mineira, Certificado Mineiro e Licenas de Comercializao que
segundo a lei destinam-se aos cidados nacionais. Sobre estes pontos os participantes foram
unnimes em afirmar que para o caso do sector da Minerao Artesanal e de Pequena Escala
o modelo da constituio de associaes deve ser revisto de modo a se harmonizar com os
objectivos da criao dessas organizaes scio-produtivas, que so de obteno de
rendimentos e/ou lucros.
Para o efeito, como uma das melhores formas de organizao da actividade mineira
artesanal e de pequena escala sugeriu-se que as Associaes no sector mineiro a medida que
se tornam sustentaveis deviam passar para Cooperativas ou Pequenas Empresas Mineiras.
Foi igualmente sugerido para que o Governo atravs do MIREM deve continuar a prestar a
assistncia tcnico-jurdica concebendo um Estatuto Modelo que estivesse disposio dos
operadores mineiros artesanais de forma a facilitar o processo de formalizao das
associaes ou Cooperativas/Pequenas Empresas mineiras, pois, a Legalizao da Minerao
Artesanal e de Pequena Escala uma condio indispensvel, fundamental e necessria
para conseguir alcanar a responsabilidade social e ambiental de maneira sustentvel. Os
operadores mineiros artesanais devem fortalecer suas associaes e suas lideranas, e se
unirem a todos os nveis, formando foruns de associaes que serviro de interlocutores
vlidos junto do Governo e serviro de plantaforma para advogacia para influncias a
aprovao de leis para a MAPE.
Foi tambm dito que a Minerao Artesanal e de Pequena Escala deve ter sempre em conta
aos aspectos scio-culturais devido a diversidade tnica e cultural das comunidades onde
ocorrem os minerais, isto , deve-se realizar consultas comunitrias, respeitando as prticas
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V. VISITAS DE CAMPO
a) rea de Fenda
A minerao realizada por operadores mineiros artesanais ilegais sem observncia de
nenhuma regra de segurana tcnica. O desmonte de solos feito com recursos a enxadas,
picaretas, ps, principalmente por indivduos de nacionalidade moambicana / zimbabweana.
A actividade ocorre nas machambas com anuncia dos donos das mesmas, que partilham os
resultados da produo, regista-se uma pequena melhoria no processo porque j h exigncia
de reposio de solos nas escavaes.
b) rea da Pot Hole
Devastao total da floresta e solos pelos mtodo Djiqui usado pelos mineradores no
desmonte de solos, um mtodo bastante danificador e que foi considerado como crime
ambiental.
No h aplicao de tcnicas viveis de minerao por falta de monitoria e/ou
acompanhamento, sugeriu-se a operacionalizao de equipas multissectoriais para o trabalho
de sensibilizao sobre as Boas Prticas na Minerao Artesanal e envolvimento das
comunidades locais e, desencorajar a prtica de produo.
c) rea de Bandire
Notou-se aplicao de boas prticas na minerao, atravs de bancadas e uso de bacias de
decantao, apesar de haver alguns mineradores que escapam o controlo da associao. Estes
desfazem a barragem e procedem o processamento, destruindo assim a infra-estrutura
mineira.
d) rea de Tsetsera
Considerada como uma das exemplares na gesto de gua, a extraco sazonal acompanhada
pelas outras actividades alternativas, tais como a criao de aves (avicultura), produo de
cereais e a criao de peixe (piscicultura).
e) rea Cleantech Mining
O Director da empresa, o Sr. Crispin Chibaia reconhecido nos meandros dos mineradores
de Manica, saiu da minerao artesanal de pequena escala para pequena empresa mineira, ele
est usando duas lavras a Cu aberto e Subterrnea.
Para alm de estar a extrair ouro exerce outras actividades econmicas tais como transporte
de passageiros e bens; machambas, plantao de eucaliptos e pinhos. No mbito social,
construiu infra-estruturas publicas, a destacar a Sede da Administrao da Localidade de
Machipanda, Mercado local, Sede Distrital, Posto Policial, Tribunal Comunitrio, Sede do
Partido FRELIMO em Machipanda.
Falta de coordenao das instituies do Governo que lidam com assuntos da MAPE
(MIREM/DIPREMs, MICOA/CDS-RN, Administrao Local e Poder Tradicional),
pelo que se recomenda fortalecer aces de coordenao entre sectores;
Continua haver falta de divulgao da Legislao aplicvel no sector mineiro pelo que
se recomenda a promoo de uma Campanha de Divulgao da Legislao Aplicvel
no Sector Mineiro, sobretudo junto dos operadores mineiros artesanais;
Necessidade do Fundo do Fomento Mineiro ser mais abrangente nas suas aces, pelo
se recomenda maior abrangncia e/ou cobertura da aco do Fundo de Fomento
Mineiro, alocando mais quadros nos locais onde no existem;
Foi sugerido que nas prximas ocasies deve-se contemplar nas equipas provinciais
convidadas a participar neste tipo de eventos indivduos que praticam a actividade
para alm dos tcnicos das DIPREMEs.
VII. CONSTRANGIMENTOS
De um modo geral os trabalhos deste seminrio foram realizados sem grandes sobressaltos
seno o atraso do pagamento das ajudas de custos para alguns participantes.
Foi assumido um cometimento conjunto que os ensinamentos deste seminrio devem ser
replicados para outros membros das associaes de operadores mineiros artesanais e tcnicos
do MIREM a todos os nveis.
Concluiu-se no seminrio que a MAPE ambientalmente responsvel nas reas de operaes
em que so utilizadas substncias txicas como o Mercrio, e naquelas em que os dejectos da
mina so lanados nos leitos das guas dos rios, e onde a diversidade biolgica afectada de
modo negativo pelas operaes de minerao, devem ser tomadas medidas para identificar
esses locais, fazer monitoria ou acompanhamento de forma a reduzir os impactos negativos.
O seminrio foi um verdadeiro momento de aprendizagem e troca de experincias; os
participantes solicitaram mais eventos de gnero e todos assumiram o cometimento de
contribuir na produo do Guio sobre as Boas Prticas Mineiras em Moambique.
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NDICE
I. INTRODUO ......................................................................................................................................... 1
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