Turismo Das Aguas Termais TCC Hizildo Mo
Turismo Das Aguas Termais TCC Hizildo Mo
Turismo Das Aguas Termais TCC Hizildo Mo
Título
Apresentado por:
iii
AGRADECIMENTOS
Neste longo percurso académico que chega ao fim com a exposição deste trabalho, não poderia
deixar passar em alto os meus sentimentos de gratidão que tenho por todos aqueles que de
alguma forma me ajudaram nesta caminhada. Os quais estarei eternamente grato.
Aos meus pais Kokalungo Moisés Tchivala e Maria da Conceição Bartolomeu, que me
permitiram chegar até aqui, sempre como quis e por onde quis. A eles devo tudo o que sou, e
agradeço-lhes por me incutir o valor da responsabilidade e ensinado a lutar sempre por todos
os meus objectivos e sonhos. Agradeço-lhes ainda a compreensão e por me incentivarem
sempre a continuar e não desistir, nem que para isso tivesse de demorar mais tempo.
Ao meu irmão Catalaio Moisés Tchivala, pela experiência de vida que me serviu de motivação
para continuar esta caminhada, por me ensinar que foco, fé e determinação são as chaves para
um futuro risonho.
À minha namorada Juliana Cristina Nankhali Mendes, pela força e incentivo nos momentos
em que queria desistir.
À minha orientadora Dra. Piedade José Vicente pela sua prontidão, ajuda e disponibilidade em
lutar contra o tempo e todos os contratempos na realização do presente trabalho.
Aos professores: Dra. Alícia Morffi e Dr. Agostinho Cachapa, pelos textos corrigidos e pela
rigorosidade científica que me foi passada durante o período da minha formação até a data
presente.
Aos irmãos, familiares e amigos pelo apoio moral e material para a realização deste trabalho.
Minha eterna gratidão!
iv
ÍNDICE PÁGINA
AGRADECIMENTOS.......................................................................................................................... iv
RESUMO .............................................................................................................................................. vi
INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 1
CAPÍTULO I. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.................................................................................. 4
1.1 TURISMO ................................................................................................................................... 4
1.1.1 Evolução Global do Turismo ................................................................................................ 5
1.1.2 Novas Tendências da Oferta e Procura Turística .................................................................. 7
1.1.3. Impacto Socioeconómico do Turismo .............................................................................. 10
1.1.3.1 Acções para impulsionar o impacto socioeconómico do turismo .................................... 10
1.2 TURISMO DAS ÁGUAS TERMAIS ....................................................................................... 13
1.2.1. Águas Termais ................................................................................................................... 13
1.3 PLANEAMENTO DA ACTIVIDADE TURÍSTICA ................................................................ 15
1.3.1 Stakeholders Do Turismo .................................................................................................... 17
1.3.2. Análise PEST .................................................................................................................... 18
1.3.2.1. Análise PEST da Realidade Turística De Angola ........................................................... 19
1.3.2. Análise Swot ..................................................................................................................... 20
CAPÍTULO II. ESTUDO DE CASO: CENTRO TURÍSTICO DA MONTIPA .................................. 22
2.1 ANÁLISE PEST DO MUNICÍPIO DA BIBALA .................................................................... 22
2.1.1. Domínio Político-Administrativo ...................................................................................... 22
2.1.2. Domínio Económico .......................................................................................................... 23
2.1.3. Domínio Social................................................................................................................... 23
2.1.4. Domínio Tecnológico ......................................................................................................... 23
2.2. METODOLOGIA .................................................................................................................... 24
2.3. APROVEITAMENTO DAS ÁGUAS TERMAIS DA MONTIPA .......................................... 26
2.4. ANÁLISE DE PONTOS FORTES E FRACOS ....................................................................... 28
2.5. PROPOSTA DE ACÇÕES QUE VISAM MELHORAR O APROVEITAMENTO TURÍSTICO
DAS ÁGUAS TERMAIS DO CENTRO TURÍSTICO DA MONTIPA .......................................... 29
CONCLUSÃO ..................................................................................................................................... 31
RECOMENDAÇÕES .......................................................................................................................... 32
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................. 34
v
RESUMO
O presente trabalho tem a temática que vai ao encontro de uma realidade concreta, sendo que
o mesmo consiste em avaliar ações que impulsione o turismo das águas termais da zona
turística da Montipa. Dedicou-se na abordagem de questões como, proposta de ações que pode
potencializar o crescimento turístico da zona turística da Montipa e com referência
indispensável do turismo termal. De forma a se perceber com exactidão traçou-se como
objetivo geral a fundamentação das principais ações, que impulsionem o turismo das águas
termais na zona turística da Montipa.
Desta forma, em função da questão levantada foi possível perceber de forma clara sobre a
realidade do local por intermédio da análise social e económica. O uso da pesquisa
bibliográfica, e a recolha de dados por meio da observação direita e não participativa
complementada, permitiu na delimitação dos pontos fortes e fracos, dando lugar para a
elaboração das ações como o melhoramento das infraestruturas, o reforço do Marketing local,
a criação de atrativos turísticos bem como o incentivo de investimento público e privado,
dentre outras ações que visam impulsionar a atividade turística das águas termais na zona
turística da Montipa.
vi
INTRODUÇÃO
No âmbito de se propor ações para impulsionar o turismo das águas termais da zona turística
da Montipa, fazendo referência sobre as suas potencialidades, o estudo torna-se indispensável
visto que o turismo desempenha um papel importante para o crescimento económico de um
país.
Cunha (2006), corroborado por Costa (2008), afirma que o turismo é uma atividade com
características próprias que a diferenciam das demais. As especificidades do produto turístico
traduzem-se pelo seu elevado grau de intangibilidade, simultaneidade da produção e consumo,
perecibilidade, endogeneidade, heterogeneidade e carácter singular.
O turismo tem sido um dos temas mais abordado nos últimos anos em Angola, nos mais
diversos círculos de interesse (radio, jornais, colóquios, debates, etc.) logo, tem ganhando
relevância, desde que surgiu a queda do preço do petróleo nos mercados internacionais, o que
permitiu na criação de políticas e programas governamentais, no sentido de se diversificar a
economia nos outros sectores para além do petróleo e gás. E um deles tem sido o sector do
turismo elegível para alavancar a economia nacional.
A província do Namibe, apresenta potencialidades voltadas ao turismo, e que por sua vez, pode
responder ao aproveitamento das potencialidades. O município da Bibala de forma particular é
uma zona rica em manifestações naturais e culturais que podem vir a se converter numa das
preferências obrigatória para o turismo local, nacional e estrangeiro. Neste município pertence
o centro turístico das águas termais da Montipa que é uma zona rica em biodiversidade.
Partindo dos pressupostos acima descritos, a motivação para realizar este trabalho com o Tema:
Ações para Impulsionar o Turismo das Águas Termais na Zona Turística da Montipa, que
visa dar resposta ao seguinte problema de investigação: Que ações podem impulsionar o
turismo das águas termais na zona turística da Montipa?
1
Assim derivam-se os sistemas de objetivos, sendo o objetivo geral: Fundamentar as principais
ações, que impulsionem o turismo das águas termais na zona turística da Montipa.
Objetivos Específicos.
Para completar os objetivos e verificar a hipótese formulada, foi feita uma pesquisa
bibliográfica e documental, por se tratar de um estudo de caso focado no centro turístico da
Montipa, na parte empírica a recolha de dados é feita pela observação simples e não
participativa, com fim de se determinar as principais ações para impulsionar a atividade
turística na comunidade selecionada para o estudo.
Este trabalho divide-se em dois capítulos, no Capítulo I foi feita a fundamentação teórica de
todos os conceitos que serviram de base para a elaboração das possíveis ações para impulsionar
o turismo das águas termais da zona turística da Montipa; o Capítulo II aborda a caracterização
do município da Bibala no sentido de recolher dados que facilitem na elaboração das ações que
impulsionem o turismo das águas termais da zona turística da Montipa. Por último, apresentam-
se a proposta das ações que impulsionam o turismo das águas termais na zona turística da
Montipa, as conclusões finais e referências bibliográficas.
Ø Justificação da Investigação
Angola é um país com um potencial turístico imensurável em todo o mundo o turismo é um
sector da economia que se devidamente explorado, pode gerar postos de trabalhos e assumir
uma participação na renda nacional. Observa-se na literatura diversidade de temas relacionados
com o turismo de águas termais, contudo, no contexto da ESPtN, nomeadamente para o Curso
de Contabilidade e Gestão, este é um trabalho relativamente novo. Assim, esta pesquisa,
justifica-se pelo facto de que turismo não é apenas praia, sol, hotéis, etc. As potencialidades
turísticas que o país tem, e de forma particular a província do Namibe, constituem garantias
para as regiões locais e ou regionais darem resposta aos desafios de diversificação da economia
nacional. De certa forma escrever este tema, tornou-se num desafio, pois que permite participar
e divulgar ações de desenvolvimento fundamentado na sustentabilidade que podem atrair o
2
turismo na zona em estudo, tendo em atenção os desafios sociais, ambientais e de certa forma
os económicos que ainda persistem por todo o País.
3
CAPÍTULO I. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Todos os conceitos desenvolvidos neste capítulo são gerais para sua aplicação em qualquer
sector, o que significa que eles não são específicos e podem ser contextualizado com a questão
das ações que impulsionem o turismo das águas termais na zona turística da Montipa, município
da Bibala província do Namibe.
Do referido, os conceitos a seguir encontram-se em função deste objetivo para servir como base
do estudo prático do presente trabalho.
1.1 TURISMO
O Turismo é hoje uma das atividades económicas e sociais mais relevantes no contexto
mundial, europeu e, particularmente, nacional. Cunha (2003), salienta que a sua contribuição
para a criação de riqueza e melhoria do bem-estar dos cidadãos faz-se sentir em múltiplos
aspetos, penetrando e integrando domínios tão diversos da sociedade, agrupando por afinidades
os motivos que levam as pessoas a viajar. O que de certa forma, se pode identificar uma
variedade de tipos de turismo.
Ainda Cunha (2006) corroborado por Costa (2008), afirma que o turismo é uma atividade com
características próprias que à diferenciam das demais. As especificidades do produto turístico
traduzem-se pelo seu elevado grau de intangibilidade, simultaneidade da produção e consumo,
perecibilidade, endogeneidade, heterogeneidade e carácter singular.
O Turismo deve ser, assim, identificado como um sistema, isto é, como um conjunto de
elementos que estabelecem conexões interdependentes entre si de carácter funcional e
espacial”, “este conjunto é constituído por agregados ou subsistemas que, por sua vez, se
decompõem em vários elementos interdependentes e que formam as estruturas internas do
sistema, Costa (idem).
4
Sempre que se fala em turismo, é associado o termo viagem, ao deslocamento humano de um
local (cidade, país ou região) á outra. A viagem é, sem dúvida, a forma mais concreta de
manifestação do turismo. Mas o turismo é muito mais que isso é um campo de atividade
profissional que exige pessoas preparadas para criar e gerenciar esses serviços, é também um
facto de desenvolvimento económico. Entre as muitas abordagens ao conceito turismo, a mais
vulgar é a associação do turismo a um conjunto de atividades económicas, organizadas entre
si, que disponibilizam uma rede complexa de produtos e serviços e envolvem um grande
número de atores económicos, sociais e culturais com implicações várias no quotidiano das
pessoas e das sociedades. (Paixão, 2007)
De acordo com o estudo da Sae (2010, p. 9), o conjunto de indústrias e serviços de âmbito
cultural, paisagístico, ambiental, de animação, de comércio, de promoção, de estudos,
infraestruturas, etc., levam à identificação do Turismo como “uma verdadeira constelação de
múltiplas plantas formas de serviços articuladas entre si”
Citando a OMT 1 (1995), Turismo pode ser definido como “O conjunto das atividades
desenvolvidas por pessoas durante as viagens e estadas em locais fora do seu ambiente habitual
por um período consecutivo que não ultrapasse um ano, por motivos de lazer, de negócios e
outros” (p.21).
Existem muitos tipos de turismo tais com: turismo rural, turismo de eventos, turismo de
negócios, turismo de lazer, turismo cultural, turismo religioso, turismo de saúde, turismo de
aventura, turismo ecológico, turismo balneário, turismo de montanha, turismo termal. OMT
(1995).
O Turismo é uma das atividades, se não a única, que tem crescido ao longo dos últimos 60 anos,
traduzindo-se num dos fenómenos económicos e sociais mais notáveis do século XX, bem
como, num dos principias agentes do comércio internacional (OMT, 2012)
De acordo com a OMT (2012) os proveitos de exportação gerados pelo turismo internacional
ocupam a quarta posição depois dos combustíveis, dos produtos químicos e da indústria
automóvel; todavia, em muitos países em desenvolvimento, o turismo assume já um papel
preponderante como gerador de riqueza, emprego e motor para o desenvolvimento.
1
OMT-Organização Mundial do Turismo.
5
Ainda segundo a OMT (2012), o turismo contribui cerca de 5% para o produto interno bruto
mundial (PIB). Já a sua contribuição para o emprego tende a ser ligeiramente maior, na ordem
dos 6 a 7% do número total de postos de trabalho no mundo (diretos e indiretos), apesar de
distúrbios ocasionais, as chegadas de turistas internacionais têm mostrado um crescimento
quase ininterrupto de 25 milhões em 1950 para 277 milhões em 1980, 435 milhões em 1990,
674 milhões em 2000, 940 milhões em 2010 e 983 milhões em 2011.
Estes números não têm em conta o Turismo Interno/Doméstico2 que o seu somatório gera dez
vezes mais chegadas que o Turismo Internacional3, o que permite afirmar com convicção que
se está perante uma atividade de extrema relevância.
De acordo com o estudo (figura 1) o número de chegadas internacionais deverá aumentar uma
média de 3,3% ao ano durante o período de 2010 a 2030. Ao longo do tempo, a taxa de
crescimento vai diminuir gradualmente, de 3,8% em 2011 para 2,5% em 2030.
São previstos 43 milhões de chegadas internacionais por ano, comparativamente a uma média
de crescimento de 28 milhões por ano durante o período de 1995 a 2010. Este ritmo permite
falar em mais de mil milhão de chegadas em 2012, e que seja atingido o valor de 1,8 mil milhões
em 2030 (OMT, 2012).
2
Turismo Doméstico ou Interno: “Deslocações dos residentes de um país, quer tenham ou não a nacionalidade
desse país, unicamente no interior do próprio país” (Cunha, 2003, p.35).
3
Turismo Internacional: “Deslocação que obrigam a atravessar uma fronteira” (Cunha, 2003, p.36).
6
Figura 1. Turismo: Panorama 2020/2030
Fonte: OMT, (2012)
Tendo em conta o exposto, os dados revelam que o turismo evoluiu muito e representa grande
relevância no crescimento e desenvolvimento de um país em termos de diversificação, criando
empregos direitos e indiretos pelo facto de os proveitos de exportação gerados pelo turismo
internacional ocupam a quarta posição depois dos combustíveis, dos produtos químicos e da
indústria automóvel; todavia, em muitos países em desenvolvimento, o turismo assume já um
papel preponderante como gerador de riqueza, emprego e motor para o desenvolvimento.
Lado da Procura
A procura turística, do ponto de vista económico, significa para Cunha (2003, p. 131), “diversas
quantidades de bens e serviços que os visitantes, residentes e não residentes, adquirem num
dado momento”. Existe uma enorme variedade de motivos que levam as pessoas a viajar,
estimulados por novos modos de vida e por novas realidades da época em que se vive.
4
Por Tendência compreende-se uma” força que imprime determinado movimento ou orientação; inclinação;
propensão; predisposição; vocação; impulso latente da actividade que orienta esta para direcções que uma vez
alcançadas, propiciam normalmente o prazer” (Dicionário de Língua Portuguesa, 2006, p.1532)
7
Desta forma, é possível identificar segundo vários autores (Prat, 1998); (OMT, 1999);
(Moutinho, 2000); (Centron, 2001); (Willmott, 2001); (Cunha, 2006); (Coelho, 2010); (Lopes,
et. al., 2010) ; (Carballo, 2011) três desafios nos quais se agrupam diferentes tendências do lado
da Procura como apresenta a (Quadro 1).
• Lado da oferta
Segundo Cunha (2003, p.175), a oferta turística pode ser definida como sendo “o conjunto de
todas as facilidades, bens e serviços adquiridos ou utilizados pelos visitantes bem como todos
aqueles que foram criados com o fim de satisfazer as suas necessidades”.
Incluem-se igualmente todos os bens e serviços que sendo criados para os residentes, são
igualmente adquiridos pelos visitantes e todos os elementos naturais e/ou culturais que estão
por detrás das suas deslocações (promoção e marketing associados).
Segundo vários autores (Prat, 1998); (Moutinho, 2000); (Centron, 2001); (Cunha, 2006);
(Lopes, et. al., 2010); (Vasconcelos e Sá, Olão et. al., 2010), é possível apontar várias tendências
do lado da Oferta, sendo importante destacar:
Desta forma, os autores Lopes, et. al. (2010, p.49) assumem que a luta pelos clientes turistas
será cada vez menos uma questão de preço e mais uma questão de “mentes e corações”. É
necessário comunicar eficazmente, no momento certo, ao consumidor certo. A qualidade
das experiências, o valor emocional e a reputação da marca, constituirão um verdadeiro
compromisso com o qual o turista se identificará.
5
Turismos de Nichos: vulgarmente associados à ecologia, podem ser interpretados segundo uma “lógica de
sustentabilidade territorial, de motivações e escolhas turísticas alternativas, mais intimistas e genuínas” (Simões
& Ferreira, 2009, p.7).
9
Quadro 2. Tendências da oferta turística
Emergência de novos mercados e novos segmentos de mercado
Sazonalidade
Novos modelos empresariais
Tempo e rapidez
Novos meios de alojamento
Internet como vantagem competitiva
Imagem, marca e comunicação
Diferenciação
Políticas do sector público
É evidente de que o turismo deve ser utilizado como uma estratégia complementar de reforço
ao desenvolvimento do país, na procura da resolução do máximo de alguns dos problemas que
ainda afetam Angola e, não como um fim em si mesmo, como acontece com tantas economias
em todo o mundo.
Para Weschenfelder (2005), tendo em atenção os desafios sociais, ambientais e de certa forma
económicos que ainda persistem em Angola, propostas de desenvolvimento, fundamentado na
sustentabilidade, desafiam a sociedade moderna na reconstrução do mundo.
É assim que Petrocchi (2007), afirma que o adequado planeamento do que se pretende para o
turismo, ou por outras palavras, a visão do futuro próximo ou distante, será determinante para
uma melhor realização das tarefas e garante dos objetivos, tanto por parte das pessoas como
por parte das organizações.
Desta forma, foi resumida de forma sintética algumas ações básicas que deverão ser
implementadas e que se baseiam na junção de vários níveis de sustentabilidade.
A enorme competitividade dos mercados turísticos exige que se marque a diferença pela
qualidade dos serviços prestados, o que exige profissionais especializados e qualificados, uma
vez que os mesmos constituem o principal elemento deste processo, é assim que, Petrocchi
(2007), afirma que a inevitável aposta na procura por um turismo de qualidade, pressupõe o
10
envolvimento tanto das entidades públicas como das privadas, em primeira instância das
privadas porque serão elas a disponibilizar aos turistas os serviços que estes procuram, e é
fundamental, que se consiga consciencializar os privados de que com melhores serviços e com
pessoal formado esse é “meio caminho” para o êxito.
Como já se referiu, é necessário apostar num modelo de turismo sustentável, entendido como
aquele que compatibiliza o desenvolvimento do turismo com o respeito e a preservação dos
recursos naturais, culturais e sociais e que também favorece a redução das tensões entre o
turismo, os visitantes, as comunidades anfitriãs e o ambiente, ou seja, exista um equilíbrio entre
todos os intervenientes.
Neste contexto do desenvolvimento sustentável que Poon (1993), defende a aplicação de ações
que sejam duráveis, sendo economicamente viáveis a longo prazo, planificado e bem gerido,
que assente na não massificação e num impacto fraco e respeitem o meio nomeadamente em
termos de capacidade de carga dos espaços naturais e culturais, minimizando os efeitos
permanentes; estejam devidamente integrado e interagindo com a totalidade do território, esteja
adaptado à personalidade do sitio e se envolva o tecido empresarial local e permitam a efetiva
participação das populações locais.
É na mesma vertente em que Wearing e Neil (2001), propõe a implementação de ações baseada
nos princípios básicos do Ecoturismo que integra três objetivos principais: sustentabilidade,
conservação e fortalecimento da comunidade recetora, estes objetivos quando devidamente
colocados em prática podem ter vários efeitos positivos na economia:
6
Ecoturismo ou turismo da natureza é um segmento de actividade turística que utiliza de forma sustentável o
patrimonio natural e cultural. (EMBRATUR 1994).
11
• O ecoturismo estimula as indústrias locais rentáveis como acontece com hotéis e
outras instalações de alojamento, restaurantes e outros serviços de alimentação,
sistemas de transporte, produção de artesanato e serviços de guia;
• O ecoturismo cria divisas estrangeiras para o país e injeta capital na economia local;
• O ecoturismo diversifica a economia local, particularmente nas áreas rurais, onde o
emprego agrícola pode ser mais esporádico ou insuficiente;
• O ecoturismo procura a tomada de decisões em todos os segmentos da sociedade,
inclusive nas populações locais, de modo que o turismo e outros usuários dos
recursos possam coexistir;
• O ecoturismo exige o planeamento e o ordenamento do território, contribuindo para
um desenvolvimento turístico mais adequado à capacidade de sustentação do
ecossistema;
• O ecoturismo estimula a melhoria do transporte, da comunicação e de outros
elementos da infraestrutura comunitária local e o ecoturismo cria instalações
recreativas que podem ser usadas pelas comunidades locais, pelos visitantes
domésticos e internacionais.
De forma geral as ações que impulsionam o impacto socioeconómico do turismo resumem-se
no seguinte:
Quadro 3. Ações que impulsionam o impacto socioeconómico do turismo
Dimensão sustentável Ações Objetivos
Fluxo permanente de
investimentos públicos e
privados;
Maior eficiência na
utilização dos recursos;
Criação de micro Aumento da produção e da riqueza
Económica empresas e reorganização social, sem dependência externa.
do tecido empresarial;
Melhorar as infras-
estruturas;
Endogeneização: contar
com suas próprias forças.
Produção com respeito no
ecossistema;
Prudência no uso dos
recursos naturais;
Tecnologias e processos
produtivos de baixo
índice de resíduos; Melhoria da qualidade do meio
Melhorar a qualidade do ambiente e preservação das fontes
Ecológica
ambiente da qual de recursos.
dependem tanto a
comunidade local como o
visitante (realização de
investimentos em
infraestruturas de
saneamento, tratamento
do lixo e criação de
parques.
12
Soluções
adequadas
a cada
Cultural Evitar conflitos culturais
ecossistema;
Compatibilidade do
turismo com a cultura e as
tradições;
Respeito pela formação
cultural comunitária.
Fonte: Adaptado de Sarmento (2008).
Torna-se necessário que se debruce das águas termais e seus benefícios antes mesmo de se
entrar na questão sobre o turismo das águas termais, no sentido de se ter uma visão ampla e
concisa do assunto em estudo.
Segundo Teixeira (1990), é denominado águas termais as águas minerais que vêm do solo com
mais de 5°C que a temperatura superficial. Estas águas vêm de camadas subterrâneas da terra
de alta temperatura, as quais são ricas em diferentes componentes minerais e é utilizada para
terapias como: banho, consumo, irrigações e aquecimento.
• Hidroterapia
Segundo o Ministério da Saúde de Brasil (2008), afirma a utilização terapêutica da água para
uso externo, sob formas e temperaturas variáveis. As águas podem ser empregues aproveitando
a termalidade (banhos) e a ação hidromecânica (duchas, hidromassagens, entre outras).
• Termalismo
De acordo com o Ministério do turismo de Brasil (2010), o uso das águas termais apresentam
grandes benefícios para a saúde humana e não só. Dentre elas as que mais se destacam são:
A água quente relaxa o corpo e prepara-nos para adormecer. Quando um corpo tenso entra em
um banho quente, a água aumenta a temperatura do corpo e relaxa os músculos, isto durante
20 minutos.
Reduz a Pressão Arterial
A imersão em água quente pode baixar a pressão arterial. Este é um ótimo sistema para doenças
cardíacas que necessitam de um cuidado com os picos da pressão arterial.
Ajuda na redução de gordura corporal
O mergulho regular em águas quentes é capaz de reduzir os níveis de açúcar e de glicose no
sangue, especialmente em pessoas com diabetes ou as que estão acima do peso.
Assim, segundo o Ministério do Turismo de Brasil (2010), afirma que como ponto de partida é
indispensável salientar que ao longo deste desenvolvimento o termo turismo das águas termais
é compreendido como turismo da saúde, tal facto é corroborado na seguinte afirmação: os
termos Turismo Hidrotermal, Turismo Hidromineral, Turismo Hidroterápico, Turismo
Termal, Termalismo, Turismo de Bem-estar, Turismo de Águas [Negrito e itálico
adicionado] e vários outros podem ser compreendidos como Turismo de Saúde.
São muitas as práticas existentes que, quando incorporadas ao dia-à-dia, alteram os níveis de
stress e induzem a adoção de uma postura positiva e produtiva, e dessa forma entende-se que
“a saúde é um estado de completo desenvolvimento físico, mental e bem-estar social e não
meramente a ausência de doença ou enfermidade (WHO, 1948) ”. Ou seja, corpo e a mente não
funcionam separadamente; ambos estão interconectados.
Embora o turismo das águas termais ou de saúde não seja um conceito novo, somente em 1972
foi feita a primeira tentativa de definição da tipologia, por iniciativa da então União
Internacional dos Organismos Oficiais de Turismo (atual Organização Mundial de Turismo)
definindo-o como sendo aquele que “implica a utilização de equipamentos sanitários que façam
uso de recursos naturais, climáticos e termais em particular” (Cunha, 2006, p. 82).
14
Paixão (2007), enfatiza que a definição acima excluía tudo que não fosse curativo e fosse
exterior aos recursos naturais, apesar de considerar a importância dos “fatores psicológicos”.
Com o passar do tempo, devido às alterações do comportamento da sociedade, o turismo de
saúde expandiu-se, tornando-se uma atividade geradora de receita para os hotéis, movida pela
vontade de membros dessa sociedade de se manterem saudáveis e longevos.
De tudo isto decorre que o turismo de saúde se estende a dois segmentos fundamentais:
aqueles que se deslocam por razões primordialmente médicas e cuja motivação dominante é
a cura ou recuperação e aqueles que o fazem por razões de prevenção, bem-estar ou
recuperação de forma, (p. 82).
Sendo assim, conclui-se que ser conhecedor de conceitos como o lado da procura, oferta e
turismo das águas termais segundo os autores acima citados seria o primeiro passo na trajetória
de um empreendedor que deseje atuar na área da saúde, pois suas responsabilidades são
proporcionais às suas escolhas.
Quando se fala em práticas termais, refere-se aqui a um conjunto de práticas que têm como
agente terapêutico a água termal e que ocorrem no espaço de um estabelecimento balnear,
usualmente designado por balneários, termas ou casa de banhos. Os locais onde existem esses
estabelecimentos têm designações diferentes conforme o país e a época histórica. São utilizadas
para essas localidades as seguintes designações: caldas, termas, estâncias termais, estâncias
hidrominerais. Assim, turismo termal também designado de turismo de saúde e bem-estar7 ideia
essa corroborada por Cunha (2006) corroborado por Paixão (2007).
7
Bem-estar: constitui-se em actividades turísticas motivadas pela busca da promoção e manutenção da saúde
realizada por meio de tratamentos acompanhados por equipas de profissionais de saúde especializados, que visam
a diminuição dos níveis de estresse, além da aprendizagem e manutenção de uma vida saudável e equilibrada e
até mesmo a prevenção de determinadas doenças.
8
Destino Principal: onde o visitante permanece mais tempo (OMT 1995).
9
Destino e Distância máxima: local ou país visitado mais longe da sua residência (OMT 1995).
10
Destino Motivante - a principal razão da viagem (OMT 1995).
15
Na visão de Ignarra (2003), planeamento é um sistema cujas etapas relacionam de uma forma
dinâmica. Essa perspetiva é particularmente importante para o caso do turismo, cujas práticas
estão em acelerada transformação.
E sobre o planeamento do turismo, a Organização Mundial do Turismo (2003) ressalta que ele
deve objetivar o alcance de um caminho de desenvolvimento integrado, controlado e
sustentável. A sua elaboração deve ser calcada num elenco de procedimentos sistemáticos, tais
como a definição dos objetivos, o desenvolvimento de pesquisas, as análises dos dados, visando
à implementação de cursos flexíveis de ação.
Em harmonia com essa perspetiva, Petrocchi (2004) comenta que o planeamento além de
identificar nichos específicos para serem trabalhados com o objetivo de atender desejos e
necessidades da demanda deve assegurar, primordialmente, a inclusão da população residente.
16
Para Brusadin (2008) o sector turístico, se adequadamente planeado, pode oferecer a
oportunidade de novos negócios, distribuindo renda, ajudando na preservação do meio
ambiente e do património histórico, além de oferecer aos viajantes o lazer e entretenimento.
Para Ignarra (2003, p.81): “o planeamento da atividade turística se mostra, portanto, como um
poderoso instrumento de fomento ao desenvolvimento socioeconómico de uma comunidade”.
Com base nas afirmações dos autores acima, pode-se facilmente perceber que o aumento
espontâneo ou planeado dos fluxos turísticos pode alavancar o crescimento em âmbito local e
regional por meio das demandas turísticas hospedagem, alimentação e lazer.
10
Stakeholders: aquele que detém aplicações financeiras (Dicionário tradutor de inglês para português).
17
OMT (2007), salienta que se por um lado, cabe ao sector público uma estratégia holística e de
longo-prazo, ao sector privado cabe agir rápida e taticamente, evidenciando-se a importância
de parcerias e sinergias para o desenvolvimento de um destino turístico.
Deste modo Buhalis (2000), afirma que as estratégias da gestão turística devem ser avaliadas
do ponto de vista da gestão do destino turístico (visão macro/sector público) e do ponto de vista
da gestão das empresas da atividade que aí operam (visão micro/sector privado). Todavia, as
estratégias têm de ser complementares, consistentes e alinhadas com alguns objetivos
específicos, tais como:
Segundo Castor (2000, p. 5) “O acrónimo11 PEST é utilizado para identificar quatro dimensões
de análise ambiental de natureza qualitativa de fenómenos dificilmente quantificáveis: a
Política, a Económica, a Social e a Tecnológica”. O mesmo afirma que essa ferramenta se torna
mais útil quando utilizada conjuntamente com outros instrumentos de análises, e a limitação
quanto à quantidade de variáveis a ser investigadas tem uma razão de ser. Pois, quando há um
excesso de informações, uma empresa pode ficar imobilizada, com receio de deixar uma
variável importante de lado, perdendo o foco e deixando de agir tempestivamente. Contudo,
mesmo sendo uma ferramenta de análise qualitativa, Castor (idem) afirma que a utilização de
métodos quantitativos seja importante, onde são atribuídas probabilidades a cada uma das
variáveis, e feitas avaliações sobre os impactos das mesmas sobre a capacidade da empresa de
alcançar seus objetivos corporativos.
11
Palavra que se forma pela junção das primeiras letras ou das sílabas iniciais de um grupo de palavras de
uma expressão. Dicionário de Português online (dicio.com.br 2018).
18
Abaixo são conceituadas as variáveis ou forças envolvidas no contexto da análise PEST, através
da observação dos conceitos desenvolvidos por Wright, Kroll e Parnell (2000), Bethlem (2002)
e Machado e Moreira (2005):
19
Quadro 4. Análise PEST da Realidade Turística De Angola.
POLÍTICA O regime político vigente em Angola é o
presidencialismo, em que o Presidente da República é
igualmente o chefe do Governo, com uma Assembleia
que representa a soberania do povo e constituída pelos
partidos políticos (MPLA; UNITA; CASA-CE;
FNLA; PRS). E uma legislação de investimento
flexível.
ECONÓMICA Sistema financeiro: É constituído por
aproximadamente 24 instituições bancarias públicas
e privadas com representação nas 18 províncias,
operando com sistemas modernos de pagamento
como multibancos e cartões visa internacionais
Hotéis: Oferecem cerca de 14 mil quartos, 18 mil
camas, 185 hotéis, 88 resorts, 14 Apart-hotéis e
outros meios de alojamento distribuídos pelas 18
províncias de Angola;
Estradas: A rede viária tem 12 mil quilómetros de
estradas asfaltadas lingando às 18 províncias e maior
parte das sedes municipais;
Polos turísticos: Polo do Futungo de Belas com
atração principal, a Baia do Mussulo; polo de
Kalandula com atração principal as quedas das águas
de Kalandula; polo de Cabo Ledo com a principal
atração, polo de Cabo Ledo.
SOCIAL Angola é um país multicultural com etnias como
Ovimbundos, Kimbundos, Bakongos e outras com
línguas, vestuários, alimentação, danças, outros
hábitos e costumes diferentes;
Dança: O Semba, a kizomba, a Rebita, a Kabetula, o
Zouk e o Kuduro são os ritmos e danças mais
apreciadas nos festivais e festas populares;
Artesanato: expressão dos hábitos e costume dos
povos em artigos feitos em pedras, madeira, marfim,
pinturas e olaria. A estatueta do pensador, símbolo da
cultura angolana, as máscaras (Muana-pwó),
instrumentos músicas como a marimba, o kissange, o
ungo, o batuque e outros;
A origem segundo Fagundes (2010), modelo da "Matriz SWOT", surgiu na década de 1960, em
discussões na escola de administração, que começaram a focar a compatibilização entre as
20
"Forças" e "Fraquezas" de uma organização, sua competência distintiva, e as "Oportunidades"
e "Ameaças".
"1. Ponto forte é a diferenciação conseguida pela empresa – variável controlável – que lhe
proporciona uma vantagem operacional no ambiente empresarial (onde estão os assuntos não
controláveis pela empresa).
2. Ponto Fraco é a situação inadequada da empresa – variável controlável – que lhe
proporciona uma desvantagem operacional no ambiente empresarial.
3. Oportunidade é a força ambiental incontrolável pela empresa, que pode favorecer sua
ação estratégica, desde que conhecida e aproveitada, satisfatoriamente, enquanto perdura.
4.Ameaça é a força ambiental incontrolável pela empresa, que cria obstáculos à sua ação
estratégica, mas que poderá ou não ser evitada, desde que reconhecida em tempo hábil." (p.
37)
Luecke (2009, p. 23) reforça que “considerar os fatores externos e internos é essencial porque
eles esclarecem o mundo em que opera a empresa ou unidade, permitindo planejar melhor o
futuro desejado”.
Para Manager (2009), evitar as ameaças externas nem sempre é possível, porém, pode-se fazer
um planeamento de contingência para enfrentá-las, diminuindo seus efeitos. O autor deixa claro
que sempre existirão ameaças externas, o que não pode ocorrer é deixar de considerá-las.
Manter a análise Swot (FOFA) atualizada fará com que a empresa consiga antecipar-se a muitos
benefícios que por ventura possam ocorrer
Com base no que os autores definiram em relação a análise Swot pode-se perceber que nos dias
de hoje não se pode deixar de realizar a avaliação e o comportamento das empresas diante do
mercado competitivo que se encontram, é indispensável a utilização de ferramentas que dá o
norte necessário para o sucesso organizacional.
Perceber as características internas e externas do sistema que uma empresa se encontra se torna
algo primordial para a tomada de decisões de gestores seja de pequenas e microempresas ou
até mesmo nas grandes corporações que habitam o planeta.
A análise SWOT é uma dessas ferramentas que proporcionam ao gestor ou até mesmo o
pequeno empresário de como está sua empresa perante seus concorrentes fazendo assim que
conheça e estude o seu comportamento, (Oliveira, 2007).
Sendo que a matriz Swot apresenta características flexíveis, facto este motivou o seu uso na
parte prática, pois facilitou na identificação de pontos positivos e negativos da área em estudo.
21
CAPÍTULO II. ESTUDO DE CASO: CENTRO TURÍSTICO DA MONTIPA.
Bibala é um dos municípios do Namibe, que de acordo com os dados obtidos pelo Instituto
Nacional de Estatística (INE), referente ao censo de 2014, O município tem 7 612 km² e cerca
de 64.504 habitantes, é limitado a norte pelo município de Camucuio, a Este pelos municípios
de Quilengues, Cacula, Lubango e Humpata, a Sul pelo município de Virei, e a Oeste pelo
município de Moçâmedes. É constituído pelas comunas de Bibala-Sede, Caitou, Lola e
Kapagombe. Dos quais destacam-se as seguintes zonas turísticas: Serra da Leba, Baia de
Moçâmedes, Nossa Senhora do Monte (Cristo Rei), Porto Mineiro de Moçâmedes e o
Aeroporto Weliwítschia Mirábilis dentre outros.
Em termos legais, este município é representado por uma Administração municipal chefiada
pelo administrador Tchinanga Nkole e seu vice Vitorino Sapalo, a mesma é constituída por
repartições, das quais destaca-se as Repartições de Hotelaria e Turismo e a R.E.P (Repartição
de Estudos e Planeamento), chefiadas pelos senhores António André dos Santos e Alfredo
Silvestre Fio.
Apesar de não haver uma legislação específica no município, em termos gerais existe algumas
leis referente ao investimento privado baseados nos seguintes artigos: aprovação da Lei n.º
20/11, de 20 de maio – Lei do Investimento Privado (“LIP”), o setor da hotelaria e turismo foi
mantido na listagem dos sectores de investimento considerados por lei, como prioritários.
Destacam-se nesta listagem, a par do sector da hotelaria e turismo, os sectores da agricultura e
pecuária, saúde e indústria, construção civil e infraestruturas. Para além do referido diploma
legal, a realização de investimentos privados nesse setor de atividade é também regulada pela
Lei n.º 14/03, de 18 de julho – Do Fomento do Empresariado Angolano.
22
2.1.2. Domínio Económico
23
exemplo: disponibilização de Wi-Fi em locais públicos) que permitem ao turista ter uma
experiência mais confortável e com acesso mais rápido a informação relevante como
transportes, locais de interesse ou restauração.
2.2. METODOLOGIA
De origem grega, methodos se refere ao caminho ou via, com etapas e processos, a ser seguido
para se atingir um determinado objetivo. Gil (2007, p. 26) apresenta o método como um
Ø Pesquisa Documental
Ø Pesquisa Bibliográfica
Para Lakatos e Marconi (2003), a pesquisa bibliográfica, considerada uma fonte de recolha de
dados secundária, pode ser definida como: contribuições culturais ou científicas realizadas no
passado sobre um determinado assunto, tema ou problema que possa ser estudado corroborados
por Cervo e Bervian (2002).
24
Para tal, foi realizada uma pesquisa bibliográfica com fins de recolher dados em publicações
adequadas e direcionadas de autores que apresentaram temas de maior relevância e que
coadunam com os objetivos deste trabalho.
Em suma, Lakatos e Marconi (2003) declaram que todo trabalho científico, toda pesquisa, deve
ter o apoio e o embasamento na pesquisa bibliográfica, para que não se desperdice tempo com
um problema que já foi solucionado e possa chegar a conclusões inovadoras.
Neste trabalho a observação não-participante com a ajuda dos sentidos sensoriais (visão e
audição), no intento de levantar dados e informações sobre o lugar, de maneira a permitir a
caracterização do local da pesquisa;
A partir do material recolhido sobre o visual do centro turístico, infraestruturas, saneamento
básico, organização social e outros aspetos. Esse conjunto de informações facilitou a definição
dos pontos positivos e negativos (forças, fraquezas e oportunidades), pontos estes que contou
com o auxílio prestados pela análise Swot.
25
E quanto ao local foi feito um estudo de caso onde Yin (2001), afirma que:
“A investigação de estudo de caso enfrenta uma situação tecnicamente única em que haverá
muito mais variáveis de interesse do que pontos de dados, e, como resultado, baseia-se em
várias fontes de evidências, com os dados precisando convergir em um formato de triângulo,
e, como outro resultado, beneficia-se do desenvolvimento prévio de proposições teóricas
para conduzir a recolha e a análise de dados” (p. 33-34).
26
curso de Biologia Marinha12, onde se apurou que a fonte de água termal da Montipa,
apresenta condições muito favorável para a saúde das pessoas, é assim que para este trabalho
tendo em consideração o resultado obtido por estes estudante, fez-se uma avaliação
económica e social para o progresso e desenvolvimento do município no quadro da
diversificação económica, proporcionando um impacto notável, desde o ponto de vista do
turismo, agricultura/aquicultura, terapêutico e consumo humano.
Ação terapêutica:
Todos estes parâmetros são essenciais para o seu uso na agricultura e também alimentação para
o gado. Em relação, a sua temperatura, pode ser usado em estufas e para aquicultura e criadeiro
de peixes.
Depois de ser demostrado o resultado do aproveitamento das águas termais da Montipa, que
permite na realização de diferentes atividades tais como; caminhadas ecológicas,
acampamentos e camping´s perto ou longe da fonte das águas termais, prática de desportos
aquáticos (hidroginástica) e vários atividades de lazer, o ponto que se segue, vai detalhar o
enquadramento para o aproveitamento na vertente social e económica.
12
Projecto realizado por estudantes do curso de biologia marinha, orientado pelo Professor Doutor
Agostinho Cachapa com o tema: Águas térmicas da Montipa: uma opção para o turismo ecológico, de saúde e
para a agricultura. (2017).
27
2.4. ANÁLISE DE PONTOS FORTES E FRACOS
Neste contexto, por se tratar de ações que impulsionem o turismo das águas termais da zona
turística da Montipa, assim fazendo o uso de recursos oferecidos pela matriz Swot analisou-se
simplesmente, os pontos fortes e fracos, pelo facto de ser uma área em aberto e com forte
potencial.
Com base no que foi referido facilitou na elaboração da proposta de acções para impulsionar o
turismo das águas termais do local em estudo.
Fraquezas
Contexto d) Ausência de sinalização turística
• Contexto Social • Cadeia do Turismo – meio empresarial e comunidade
a) Desemprego a) Pouco envolvimento da população com o turismo
b) Êxodo rural b) Ausência de associações exclusivas de turismo
• Contexto Econômico c) Falta de visão estratégica, capacidade gerência e
a) Baixo poder aquisitivo dos empresários Foco
técnica do empresariado
• Produto
d) Empregos propiciados pelo turismo sazonal
a) Ausência de serviços receptivos de turismo na
região • Gestão
b) Utilização inadequada e / ou conservação deficiente a) Ausência de mecanismos de fiscalização e
do patrimônio histórico. controle
c) Turismo sazonal ou de escala b) Ausência de sistemas de informações para a
• Mercado gestão municipal e do turismo
a) Fluxo turístico sazonal – equipamentos c) Inexistência de parceria entre o poder público e a
subutilizados. iniciativa privada
b) Pouca divulgação e ausência de planeamento de
d) Uso e ocupação desordenada do solo
marketing turístico.
Condições e) Ausência de mecanismos e instrumentos de
• Infraestrutura para viabilização de produtos turísticos planeamento urbano e regional
a) Saneamento básico deficitário f) Ausência de diretrizes, estruturas e equipes para
b) Má conservação rodoviária e da zona turística gestão do turismo e do meio ambiente
existente Ausência de mecanismo de participação da sociedade na
c) Acesso deficitário para atrativos naturais gestão municipal e do turismo
28
Fonte: A partir dos dados da observação
Feita apresentação do quadro referente às forças, fraquezas e oportunidades, resta propor as
devidas ações que visam na potencialização dos pontos positivos no sentido de minimizar
pontos negativos.
Ações:
29
• Expandir o setor de transportes, promover ações de planeamento municipal, ambiental
e turístico a curto, médio e longo prazos e implantar um programa de saneamento
básico;
• Solicitar à Administração local a construção da via de acesso que liga a sede municipal
ao Centro Turístico, como praças, parques e monumentos.
Ações:
A partir do anteriormente descrito, no entanto, é necessário salientar que, para que tudo isso se
consolide, é necessário obter parcerias entre a sociedade, o poder público e iniciativas privadas.
Assim, torna-se imprescindível um grande esforço e vontade de todos os agentes em colaborar
e muitas vezes suprimir interesses particulares, buscando um denominador comum.
30
CONCLUSÃO
Depois de se ter avaliado as ações e se analisar a realidade da zona turística das águas termais
da Montipa, na vertente social e económica, onde se apurou que é viável impulsionar o turismo
no mesmo local, chegam-se as seguintes conclusões:
De facto, conclui-se que o município da Bibala tem grandes potencialidades que se bem
aproveitadas resultará em um fator de potencialidades endógenas, facto este se constata na
beleza que o centro turístico da Montipa pode apresentar, vai responder a carência de tornar o
local mais atrativo no sentido de estimular a procura;
Em função dos objetivos deste trabalho, verificou-se que a hipótese formulada, responde com
a situação problemática, pelo facto de se confirmar que as ações de reabilitação da zona, o
reforço do marketing, o investimento público e privado, o envolvimento da comunidade local
na valorização do património local dentre outras ações enumeradas que se aplicadas vai
dinamizar a atividade turística das águas termais na zona turística da Montipa.
De frisar que essas ações são flexíveis dependendo dos objetivos definidos para cada fim, mas
para esse trabalho as que mais se adequam são as que foram enunciadas acima.
É sabido o esforço das autoridades governamentais em criar políticas que possam incentivar e
fomentar o turismo de formas atrair, tanto turistas internos como externos com o intuito de dar
credibilidade ao local em estudo mostrando o seu potencial turístico.
31
RECOMENDAÇÕES
Tendo em conta que não basta a existência de riquezas e diversificação das mesmas, como
acontece no município da Bibala, em que o solo e subsolo são férteis nos mais variados
recursos e riquezas, urge a necessidade de se criarem ações práticas e que sejam perfeitamente
exequíveis, no sentido de se desenvolver as potencialidades do território, bem como tratar e
procurar a eliminação ou diminuição das fragilidades do mesmo.
Por meio da observação do local, se constatou de forma clara a degradação das infraestruturas
que impossibilitam a fluência de turistas no local, por este facto recomenda-se:
32
• Que se crie de forma acelerada as condições para a formação de quadros na área do
turismo a todos os níveis, desde Gestores turísticos, guias turísticos, animadores
turísticos rececionistas, cozinheiros entre outros;
33
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
34
Machado., & Moreira, R. T. (2005). Estratégia e competitividade em organizações
agroindustriais. Lavras: UFLA/FAEPE.
Manager, J. (2009). O que é analise de SWOT.
Moutinho, L. (2000). Chapter 1: Trends in Tourism. In L. Moutinho, Strategic Management in
Tourism . UK: Cabi Publishing.
Oliveira, D. P. (2007). Planejamento estratégico: conceitos, metodologia e prática. São Paulo:
Atlas.
OMT. (1995). Conceptos, Definiciones y Classificaciones de las Estadisticas de turismo. .
OMT. (1998). Guide for local authorities on developing sustainable tourism. Madrid: OMT.
OMT. (2007). A Pratical Guide to Tourism Destination Management. Madrid: OMT.
OMT. (2012). Tourism Highlights .
Paixão, D. L. (2007). Thermae et Ludus: O início do turismo de saúde no Brasil e no mundo.
Turismo em Análise. São Paulo.
Petrocchi, M. (2004). Marketing para destinos turísticos: planejamento e gestão. São Paulo:
Futura.
Petrocchi, M. (2007). Turismo: Planeamento e gestão. São Paulo: Futura.
Poon, A. (1993). Tourism, Technology and Competitive Strategies. Walingford: Cabi.
Prat. (1998). Nuevas Tendencias de Ocio y Turismo. Papers de Turisme (Vol. 23).
Ruschmann, D. (2006). Turismo e planejamento sustentável a proteção do meio ambiente (13ª
ed.). Campinas: Papirus.
Saer. (2010). Reinventando o Turismo em Portugal, Estratégia de Desenvolvimento Turístico
Português no 1º Quartel do Século XXI. Confederação do Turismo Português. Lisboa:
Porto Editora.
Teixeira, F. (1990). O termalismo no quadro das políticas de saúde e da segurança social. São
Pedro do Sul Lisboa: Associação Nacional dos Industriais.
Vasconcelos e Sá, Olão, F., & Pereira. (2010). Drucker no Turismo: Criando "Battle-Ready
Organizations". Porto: Vid económica - Editora, SA.
Wearing, S., & Neil, J. (2001). Ecoturismo: Impactos, Potencialidades e Possibilidade. Sl:
Editora Manole.
Weschenfelder, W. J. (2005). Actividades de Educação Ambiental como Ferramenta para
Construção do Conhecimento. Santa Cruz do sul: Universidade Santa Cruz do Sul.
Willmott, M. &. (2001). The world of today and tomorrow: the European picture. In A.
Lockwood, & S. Medlik (Edits.), Tourism and Hospitality in the 21st Century. Oxford:
Butterworth-Heinemann.
Wright, P., Kroll, M. J., & Parnell, J. (2000). Administração estratégica: conceitos (1 ed.). São
Paulo: Atlas.
35