Turismo Das Aguas Termais TCC Hizildo Mo

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Universidade Mandume Ya Ndemufayo

ESCOLA SUPERIOR POLITECNICA DO NAMIBE

DEPARTAMENTO DO CURSO DE CONTABILIDADE E GESTÃO

Trabalho de Fim de Curso de Licenciatura em Contabilidade e


Gestão

Título

Ações para impulsionar o turismo das águas termais na zona turística da


Montipa. (Namibe/Angola)

Apresentado por:

Hizildo João Moisés


ii
Aos meus pais Kokalungo Tchivala Moisés e Maria C. Bartolomeu,

Por acreditarem em mim.

iii
AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus todo-poderoso por ser o percursor dessa longa caminhada.

Neste longo percurso académico que chega ao fim com a exposição deste trabalho, não poderia
deixar passar em alto os meus sentimentos de gratidão que tenho por todos aqueles que de
alguma forma me ajudaram nesta caminhada. Os quais estarei eternamente grato.

Aos meus pais Kokalungo Moisés Tchivala e Maria da Conceição Bartolomeu, que me
permitiram chegar até aqui, sempre como quis e por onde quis. A eles devo tudo o que sou, e
agradeço-lhes por me incutir o valor da responsabilidade e ensinado a lutar sempre por todos
os meus objectivos e sonhos. Agradeço-lhes ainda a compreensão e por me incentivarem
sempre a continuar e não desistir, nem que para isso tivesse de demorar mais tempo.

Ao meu irmão Catalaio Moisés Tchivala, pela experiência de vida que me serviu de motivação
para continuar esta caminhada, por me ensinar que foco, fé e determinação são as chaves para
um futuro risonho.

À minha namorada Juliana Cristina Nankhali Mendes, pela força e incentivo nos momentos
em que queria desistir.

À minha orientadora Dra. Piedade José Vicente pela sua prontidão, ajuda e disponibilidade em
lutar contra o tempo e todos os contratempos na realização do presente trabalho.

Aos professores: Dra. Alícia Morffi e Dr. Agostinho Cachapa, pelos textos corrigidos e pela
rigorosidade científica que me foi passada durante o período da minha formação até a data
presente.

À Escola Superior Politécnica do Namibe, ao corpo docente, Departamento de Contabilidade


e Gestão e em especial aos caríssimos colegas.

Aos irmãos, familiares e amigos pelo apoio moral e material para a realização deste trabalho.
Minha eterna gratidão!

iv
ÍNDICE PÁGINA
AGRADECIMENTOS.......................................................................................................................... iv
RESUMO .............................................................................................................................................. vi
INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 1
CAPÍTULO I. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.................................................................................. 4
1.1 TURISMO ................................................................................................................................... 4
1.1.1 Evolução Global do Turismo ................................................................................................ 5
1.1.2 Novas Tendências da Oferta e Procura Turística .................................................................. 7
1.1.3. Impacto Socioeconómico do Turismo .............................................................................. 10
1.1.3.1 Acções para impulsionar o impacto socioeconómico do turismo .................................... 10
1.2 TURISMO DAS ÁGUAS TERMAIS ....................................................................................... 13
1.2.1. Águas Termais ................................................................................................................... 13
1.3 PLANEAMENTO DA ACTIVIDADE TURÍSTICA ................................................................ 15
1.3.1 Stakeholders Do Turismo .................................................................................................... 17
1.3.2. Análise PEST .................................................................................................................... 18
1.3.2.1. Análise PEST da Realidade Turística De Angola ........................................................... 19
1.3.2. Análise Swot ..................................................................................................................... 20
CAPÍTULO II. ESTUDO DE CASO: CENTRO TURÍSTICO DA MONTIPA .................................. 22
2.1 ANÁLISE PEST DO MUNICÍPIO DA BIBALA .................................................................... 22
2.1.1. Domínio Político-Administrativo ...................................................................................... 22
2.1.2. Domínio Económico .......................................................................................................... 23
2.1.3. Domínio Social................................................................................................................... 23
2.1.4. Domínio Tecnológico ......................................................................................................... 23
2.2. METODOLOGIA .................................................................................................................... 24
2.3. APROVEITAMENTO DAS ÁGUAS TERMAIS DA MONTIPA .......................................... 26
2.4. ANÁLISE DE PONTOS FORTES E FRACOS ....................................................................... 28
2.5. PROPOSTA DE ACÇÕES QUE VISAM MELHORAR O APROVEITAMENTO TURÍSTICO
DAS ÁGUAS TERMAIS DO CENTRO TURÍSTICO DA MONTIPA .......................................... 29
CONCLUSÃO ..................................................................................................................................... 31
RECOMENDAÇÕES .......................................................................................................................... 32
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................. 34

v
RESUMO
O presente trabalho tem a temática que vai ao encontro de uma realidade concreta, sendo que
o mesmo consiste em avaliar ações que impulsione o turismo das águas termais da zona
turística da Montipa. Dedicou-se na abordagem de questões como, proposta de ações que pode
potencializar o crescimento turístico da zona turística da Montipa e com referência
indispensável do turismo termal. De forma a se perceber com exactidão traçou-se como
objetivo geral a fundamentação das principais ações, que impulsionem o turismo das águas
termais na zona turística da Montipa.

Desta forma, em função da questão levantada foi possível perceber de forma clara sobre a
realidade do local por intermédio da análise social e económica. O uso da pesquisa
bibliográfica, e a recolha de dados por meio da observação direita e não participativa
complementada, permitiu na delimitação dos pontos fortes e fracos, dando lugar para a
elaboração das ações como o melhoramento das infraestruturas, o reforço do Marketing local,
a criação de atrativos turísticos bem como o incentivo de investimento público e privado,
dentre outras ações que visam impulsionar a atividade turística das águas termais na zona
turística da Montipa.

Palavras-Chave: Turismo; Águas Termais; Planeamento da Atividade Turística.

vi
INTRODUÇÃO

No âmbito de se propor ações para impulsionar o turismo das águas termais da zona turística
da Montipa, fazendo referência sobre as suas potencialidades, o estudo torna-se indispensável
visto que o turismo desempenha um papel importante para o crescimento económico de um
país.

Cunha (2006), corroborado por Costa (2008), afirma que o turismo é uma atividade com
características próprias que a diferenciam das demais. As especificidades do produto turístico
traduzem-se pelo seu elevado grau de intangibilidade, simultaneidade da produção e consumo,
perecibilidade, endogeneidade, heterogeneidade e carácter singular.

O turismo tem sido um dos temas mais abordado nos últimos anos em Angola, nos mais
diversos círculos de interesse (radio, jornais, colóquios, debates, etc.) logo, tem ganhando
relevância, desde que surgiu a queda do preço do petróleo nos mercados internacionais, o que
permitiu na criação de políticas e programas governamentais, no sentido de se diversificar a
economia nos outros sectores para além do petróleo e gás. E um deles tem sido o sector do
turismo elegível para alavancar a economia nacional.

A província do Namibe, apresenta potencialidades voltadas ao turismo, e que por sua vez, pode
responder ao aproveitamento das potencialidades. O município da Bibala de forma particular é
uma zona rica em manifestações naturais e culturais que podem vir a se converter numa das
preferências obrigatória para o turismo local, nacional e estrangeiro. Neste município pertence
o centro turístico das águas termais da Montipa que é uma zona rica em biodiversidade.

Partindo dos pressupostos acima descritos, a motivação para realizar este trabalho com o Tema:
Ações para Impulsionar o Turismo das Águas Termais na Zona Turística da Montipa, que
visa dar resposta ao seguinte problema de investigação: Que ações podem impulsionar o
turismo das águas termais na zona turística da Montipa?

Desta questão, definiu-se como hipóteses: A construção de uma infraestrutura capaz de


responder com as especificações do local visando a promoção do turismo; a implementação de
ações de marketing no mercado local e o estabelecimento de uma legislação específica para o
turismo, que trate sobre o ordenamento urbano, de uso e ocupação do solo e estabeleça limites
sobre o uso de áreas naturais, podem constituir possíveis ações para incentivar o turismo das
águas termais da Montipa.

1
Assim derivam-se os sistemas de objetivos, sendo o objetivo geral: Fundamentar as principais
ações, que impulsionem o turismo das águas termais na zona turística da Montipa.

Objetivos Específicos.

Ø Fundamentar as principais teorias que avaliam a importância do tema;


Ø Caracterizar o município da Bibala no sentido de recolher dados que facilitem na
elaboração das ações que impulsionem o turismo das águas termais da zona turística
da Montipa .
Ø Propor ações que impulsionem o turismo das águas termais na zona turística da
Montipa.

Tem como objeto de investigação a zona turístico da Montipa município da Bibala.

Para completar os objetivos e verificar a hipótese formulada, foi feita uma pesquisa
bibliográfica e documental, por se tratar de um estudo de caso focado no centro turístico da
Montipa, na parte empírica a recolha de dados é feita pela observação simples e não
participativa, com fim de se determinar as principais ações para impulsionar a atividade
turística na comunidade selecionada para o estudo.

Este trabalho divide-se em dois capítulos, no Capítulo I foi feita a fundamentação teórica de
todos os conceitos que serviram de base para a elaboração das possíveis ações para impulsionar
o turismo das águas termais da zona turística da Montipa; o Capítulo II aborda a caracterização
do município da Bibala no sentido de recolher dados que facilitem na elaboração das ações que
impulsionem o turismo das águas termais da zona turística da Montipa. Por último, apresentam-
se a proposta das ações que impulsionam o turismo das águas termais na zona turística da
Montipa, as conclusões finais e referências bibliográficas.

Ø Justificação da Investigação
Angola é um país com um potencial turístico imensurável em todo o mundo o turismo é um
sector da economia que se devidamente explorado, pode gerar postos de trabalhos e assumir
uma participação na renda nacional. Observa-se na literatura diversidade de temas relacionados
com o turismo de águas termais, contudo, no contexto da ESPtN, nomeadamente para o Curso
de Contabilidade e Gestão, este é um trabalho relativamente novo. Assim, esta pesquisa,
justifica-se pelo facto de que turismo não é apenas praia, sol, hotéis, etc. As potencialidades
turísticas que o país tem, e de forma particular a província do Namibe, constituem garantias
para as regiões locais e ou regionais darem resposta aos desafios de diversificação da economia
nacional. De certa forma escrever este tema, tornou-se num desafio, pois que permite participar
e divulgar ações de desenvolvimento fundamentado na sustentabilidade que podem atrair o
2
turismo na zona em estudo, tendo em atenção os desafios sociais, ambientais e de certa forma
os económicos que ainda persistem por todo o País.

3
CAPÍTULO I. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A demarcação teórica aqui apresentada visa fundamentar de forma sumária um conjunto de


conceitos simples e claros que permitiram a compressão com maior profundidade sobre turismo
das águas termais, isto é, conceitos sobre o turismo, turismo das águas termais, planeamento
da atividade turística e sem esquecer-se de fazer referência do estudo de mercado que serviu
como suporte, baseado no estudo descritivo e consolidado numa análise prática, sustentadas
em dados reais que foram levantados no município da Bibala, relativamente a atratividade
turística das águas termais da Montipa.

Todos os conceitos desenvolvidos neste capítulo são gerais para sua aplicação em qualquer
sector, o que significa que eles não são específicos e podem ser contextualizado com a questão
das ações que impulsionem o turismo das águas termais na zona turística da Montipa, município
da Bibala província do Namibe.

Do referido, os conceitos a seguir encontram-se em função deste objetivo para servir como base
do estudo prático do presente trabalho.

1.1 TURISMO

O Turismo é hoje uma das atividades económicas e sociais mais relevantes no contexto
mundial, europeu e, particularmente, nacional. Cunha (2003), salienta que a sua contribuição
para a criação de riqueza e melhoria do bem-estar dos cidadãos faz-se sentir em múltiplos
aspetos, penetrando e integrando domínios tão diversos da sociedade, agrupando por afinidades
os motivos que levam as pessoas a viajar. O que de certa forma, se pode identificar uma
variedade de tipos de turismo.

Ainda Cunha (2006) corroborado por Costa (2008), afirma que o turismo é uma atividade com
características próprias que à diferenciam das demais. As especificidades do produto turístico
traduzem-se pelo seu elevado grau de intangibilidade, simultaneidade da produção e consumo,
perecibilidade, endogeneidade, heterogeneidade e carácter singular.

O Turismo deve ser, assim, identificado como um sistema, isto é, como um conjunto de
elementos que estabelecem conexões interdependentes entre si de carácter funcional e
espacial”, “este conjunto é constituído por agregados ou subsistemas que, por sua vez, se
decompõem em vários elementos interdependentes e que formam as estruturas internas do
sistema, Costa (idem).

4
Sempre que se fala em turismo, é associado o termo viagem, ao deslocamento humano de um
local (cidade, país ou região) á outra. A viagem é, sem dúvida, a forma mais concreta de
manifestação do turismo. Mas o turismo é muito mais que isso é um campo de atividade
profissional que exige pessoas preparadas para criar e gerenciar esses serviços, é também um
facto de desenvolvimento económico. Entre as muitas abordagens ao conceito turismo, a mais
vulgar é a associação do turismo a um conjunto de atividades económicas, organizadas entre
si, que disponibilizam uma rede complexa de produtos e serviços e envolvem um grande
número de atores económicos, sociais e culturais com implicações várias no quotidiano das
pessoas e das sociedades. (Paixão, 2007)

De acordo com o estudo da Sae (2010, p. 9), o conjunto de indústrias e serviços de âmbito
cultural, paisagístico, ambiental, de animação, de comércio, de promoção, de estudos,
infraestruturas, etc., levam à identificação do Turismo como “uma verdadeira constelação de
múltiplas plantas formas de serviços articuladas entre si”

Citando a OMT 1 (1995), Turismo pode ser definido como “O conjunto das atividades
desenvolvidas por pessoas durante as viagens e estadas em locais fora do seu ambiente habitual
por um período consecutivo que não ultrapasse um ano, por motivos de lazer, de negócios e
outros” (p.21).

Existem muitos tipos de turismo tais com: turismo rural, turismo de eventos, turismo de
negócios, turismo de lazer, turismo cultural, turismo religioso, turismo de saúde, turismo de
aventura, turismo ecológico, turismo balneário, turismo de montanha, turismo termal. OMT
(1995).

1.1.1 Evolução Global do Turismo

O Turismo é uma das atividades, se não a única, que tem crescido ao longo dos últimos 60 anos,
traduzindo-se num dos fenómenos económicos e sociais mais notáveis do século XX, bem
como, num dos principias agentes do comércio internacional (OMT, 2012)

De acordo com a OMT (2012) os proveitos de exportação gerados pelo turismo internacional
ocupam a quarta posição depois dos combustíveis, dos produtos químicos e da indústria
automóvel; todavia, em muitos países em desenvolvimento, o turismo assume já um papel
preponderante como gerador de riqueza, emprego e motor para o desenvolvimento.

1
OMT-Organização Mundial do Turismo.
5
Ainda segundo a OMT (2012), o turismo contribui cerca de 5% para o produto interno bruto
mundial (PIB). Já a sua contribuição para o emprego tende a ser ligeiramente maior, na ordem
dos 6 a 7% do número total de postos de trabalho no mundo (diretos e indiretos), apesar de
distúrbios ocasionais, as chegadas de turistas internacionais têm mostrado um crescimento
quase ininterrupto de 25 milhões em 1950 para 277 milhões em 1980, 435 milhões em 1990,
674 milhões em 2000, 940 milhões em 2010 e 983 milhões em 2011.

Estes números não têm em conta o Turismo Interno/Doméstico2 que o seu somatório gera dez
vezes mais chegadas que o Turismo Internacional3, o que permite afirmar com convicção que
se está perante uma atividade de extrema relevância.

Recentemente a OMT (2012) apresentou as previsões do Turismo 2030. O novo estudo dá


continuidade ao anterior Tourism 2020 Vision, que se tornou uma referência mundial para as
previsões internacionais do Turismo.

As principais previsões são quantitativas e dizem respeito às chegadas de turistas


internacionais, para um período de 20 anos (2010-2020-2030), considerando os mesmos fatores
sociais, políticos, económicos, ambientais e tecnológicos que têm moldado o Turismo no
passado e continuarão a fazê-lo futuro. (OMT, idem)

De acordo com o estudo (figura 1) o número de chegadas internacionais deverá aumentar uma
média de 3,3% ao ano durante o período de 2010 a 2030. Ao longo do tempo, a taxa de
crescimento vai diminuir gradualmente, de 3,8% em 2011 para 2,5% em 2030.

São previstos 43 milhões de chegadas internacionais por ano, comparativamente a uma média
de crescimento de 28 milhões por ano durante o período de 1995 a 2010. Este ritmo permite
falar em mais de mil milhão de chegadas em 2012, e que seja atingido o valor de 1,8 mil milhões
em 2030 (OMT, 2012).

2
Turismo Doméstico ou Interno: “Deslocações dos residentes de um país, quer tenham ou não a nacionalidade
desse país, unicamente no interior do próprio país” (Cunha, 2003, p.35).
3
Turismo Internacional: “Deslocação que obrigam a atravessar uma fronteira” (Cunha, 2003, p.36).
6
Figura 1. Turismo: Panorama 2020/2030
Fonte: OMT, (2012)

Tendo em conta o exposto, os dados revelam que o turismo evoluiu muito e representa grande
relevância no crescimento e desenvolvimento de um país em termos de diversificação, criando
empregos direitos e indiretos pelo facto de os proveitos de exportação gerados pelo turismo
internacional ocupam a quarta posição depois dos combustíveis, dos produtos químicos e da
indústria automóvel; todavia, em muitos países em desenvolvimento, o turismo assume já um
papel preponderante como gerador de riqueza, emprego e motor para o desenvolvimento.

1.1.2 Novas Tendências da Oferta e Procura Turística

A nova era do turismo é a afirmação da democratização, planetarização e diversificação da


atividade turística (Cunha, 2006). Se antes o lazer ou as férias ou até mesmo o trabalho surgiam
como definições consensuais e compactas na sua definição, hoje estão altamente desatualizadas
e não abrange as inúmeras razões que explicam o porquê de viajar Vasconcelos e Sá (2010).
Trata-se de uma época de novas tendências4. Entre os muitos fatores de transformação e de
influência na criação de um novo modelo de desenvolvimento turístico destaca-se: o lado da
procura e da oferta turística.

Lado da Procura

A procura turística, do ponto de vista económico, significa para Cunha (2003, p. 131), “diversas
quantidades de bens e serviços que os visitantes, residentes e não residentes, adquirem num
dado momento”. Existe uma enorme variedade de motivos que levam as pessoas a viajar,
estimulados por novos modos de vida e por novas realidades da época em que se vive.

4
Por Tendência compreende-se uma” força que imprime determinado movimento ou orientação; inclinação;
propensão; predisposição; vocação; impulso latente da actividade que orienta esta para direcções que uma vez
alcançadas, propiciam normalmente o prazer” (Dicionário de Língua Portuguesa, 2006, p.1532)
7
Desta forma, é possível identificar segundo vários autores (Prat, 1998); (OMT, 1999);
(Moutinho, 2000); (Centron, 2001); (Willmott, 2001); (Cunha, 2006); (Coelho, 2010); (Lopes,
et. al., 2010) ; (Carballo, 2011) três desafios nos quais se agrupam diferentes tendências do lado
da Procura como apresenta a (Quadro 1).

Quadro 1. Tendências do lado da oferta turística

Fonte: Coelho, (2010).

• Lado da oferta

Segundo Cunha (2003, p.175), a oferta turística pode ser definida como sendo “o conjunto de
todas as facilidades, bens e serviços adquiridos ou utilizados pelos visitantes bem como todos
aqueles que foram criados com o fim de satisfazer as suas necessidades”.

Incluem-se igualmente todos os bens e serviços que sendo criados para os residentes, são
igualmente adquiridos pelos visitantes e todos os elementos naturais e/ou culturais que estão
por detrás das suas deslocações (promoção e marketing associados).

Segundo vários autores (Prat, 1998); (Moutinho, 2000); (Centron, 2001); (Cunha, 2006);
(Lopes, et. al., 2010); (Vasconcelos e Sá, Olão et. al., 2010), é possível apontar várias tendências
do lado da Oferta, sendo importante destacar:

• Emergência de Novos Mercados e Segmentos de Mercado: um grande desafio da


oferta é a capacidade de acompanhar as mudanças da procura e responder
adequadamente às necessidades dos consumidores. Hoje não há um único mercado
no turismo, mas sim vários, tantos quanto segmentos e motivações, isto é, se antes a
atenção estava orientada para o produto que se destinava a vender, hoje está centrada
nos consumidores e em encontrar produtos certos para os mesmos e não o contrário
(Moutinho, 2000).
8
Ø Novos Modelos Empresariais: o futuro aponta, por um lado, para o aumento da
dimensão das empresas através da sua integração vertical e concentração horizontal
e para uma concentração da oferta, através de fusões e aquisições, com vista a criar
sinergias e economias de escala que melhorem a eficácia das organizações (Lopes,
et. al., 2010); por outro lado, para a emergência de empresas de pequena dimensão
com elevado padrão de serviços em nichos de mercado5 (Centron, 2001).

Ø Imagem, Marca e Comunicação: outra importante tendência é a crescente


importância da marca e gestão da mesma, do conhecimento e relacionamento com
os clientes e da capacidade de comunicação e inovação enquanto fontes de valor e
competitividade das empresas/destinos.

Desta forma, os autores Lopes, et. al. (2010, p.49) assumem que a luta pelos clientes turistas
será cada vez menos uma questão de preço e mais uma questão de “mentes e corações”. É
necessário comunicar eficazmente, no momento certo, ao consumidor certo. A qualidade
das experiências, o valor emocional e a reputação da marca, constituirão um verdadeiro
compromisso com o qual o turista se identificará.

Diferenciação: a consciência de que a informação é cada vez mais volátil e as


tendências e as modas mais internacionais, leva a uma maior uniformização de
costumes e padrões de consumo, tornando difícil distinguir produtores e
aumentando a importância dos detalhes e da qualidade (Centron, 2001). O serviço
vem deste modo substituir a localização, aos hotéis já não chega serem acessíveis,
é necessário que sejam os próprios destinos e se diferenciem dos demais, quer seja
pela cozinha, pelo atendimento ou pelas infraestruturas. Mais do que nunca a
diferenciação, característica do turismo, precisa de ser valorizada e estimulada, pois
os destinos/organizações que mantiverem e cultivarem a diferenciação cultural
reforçarão o seu lugar no mercado turístico. (Cunha, 2006). O que em suma, em
termos de tendência da oferta turística, pode ser resumida no quadro a seguir:

5
Turismos de Nichos: vulgarmente associados à ecologia, podem ser interpretados segundo uma “lógica de
sustentabilidade territorial, de motivações e escolhas turísticas alternativas, mais intimistas e genuínas” (Simões
& Ferreira, 2009, p.7).
9
Quadro 2. Tendências da oferta turística
Emergência de novos mercados e novos segmentos de mercado
Sazonalidade
Novos modelos empresariais
Tempo e rapidez
Novos meios de alojamento
Internet como vantagem competitiva
Imagem, marca e comunicação
Diferenciação
Políticas do sector público

Fonte: Adaptado pelo autor baseado em Cunha, (2006).

1.1.3. Impacto Socioeconómico do Turismo

É evidente de que o turismo deve ser utilizado como uma estratégia complementar de reforço
ao desenvolvimento do país, na procura da resolução do máximo de alguns dos problemas que
ainda afetam Angola e, não como um fim em si mesmo, como acontece com tantas economias
em todo o mundo.

Siedenberg (2004), salienta que de facto, o turismo deverá desempenhar um papel


importantíssimo, já que os fatores essencialmente económicos não serão determinantes sobre
os outros fatores como acontece com os fatores sociais e ambientais por exemplo.

Para Weschenfelder (2005), tendo em atenção os desafios sociais, ambientais e de certa forma
económicos que ainda persistem em Angola, propostas de desenvolvimento, fundamentado na
sustentabilidade, desafiam a sociedade moderna na reconstrução do mundo.

É assim que Petrocchi (2007), afirma que o adequado planeamento do que se pretende para o
turismo, ou por outras palavras, a visão do futuro próximo ou distante, será determinante para
uma melhor realização das tarefas e garante dos objetivos, tanto por parte das pessoas como
por parte das organizações.

Desta forma, foi resumida de forma sintética algumas ações básicas que deverão ser
implementadas e que se baseiam na junção de vários níveis de sustentabilidade.

1.1.3.1 Acções para impulsionar o impacto socioeconómico do turismo

A enorme competitividade dos mercados turísticos exige que se marque a diferença pela
qualidade dos serviços prestados, o que exige profissionais especializados e qualificados, uma
vez que os mesmos constituem o principal elemento deste processo, é assim que, Petrocchi
(2007), afirma que a inevitável aposta na procura por um turismo de qualidade, pressupõe o

10
envolvimento tanto das entidades públicas como das privadas, em primeira instância das
privadas porque serão elas a disponibilizar aos turistas os serviços que estes procuram, e é
fundamental, que se consiga consciencializar os privados de que com melhores serviços e com
pessoal formado esse é “meio caminho” para o êxito.

Ignarra (2003), afirma que:


atualmente, em que o mercado é global, a diferença passa por pequenos detalhes
como o atendimento ou a qualidade dos serviços, especialmente numa atividade que
é «intensiva de mão-de-obra, podendo contribuir para o grande problema da
sociedade moderna, que é o desemprego estrutural. (p. 78)

Como já se referiu, é necessário apostar num modelo de turismo sustentável, entendido como
aquele que compatibiliza o desenvolvimento do turismo com o respeito e a preservação dos
recursos naturais, culturais e sociais e que também favorece a redução das tensões entre o
turismo, os visitantes, as comunidades anfitriãs e o ambiente, ou seja, exista um equilíbrio entre
todos os intervenientes.

Neste contexto do desenvolvimento sustentável que Poon (1993), defende a aplicação de ações
que sejam duráveis, sendo economicamente viáveis a longo prazo, planificado e bem gerido,
que assente na não massificação e num impacto fraco e respeitem o meio nomeadamente em
termos de capacidade de carga dos espaços naturais e culturais, minimizando os efeitos
permanentes; estejam devidamente integrado e interagindo com a totalidade do território, esteja
adaptado à personalidade do sitio e se envolva o tecido empresarial local e permitam a efetiva
participação das populações locais.

É na mesma vertente em que Wearing e Neil (2001), propõe a implementação de ações baseada
nos princípios básicos do Ecoturismo que integra três objetivos principais: sustentabilidade,
conservação e fortalecimento da comunidade recetora, estes objetivos quando devidamente
colocados em prática podem ter vários efeitos positivos na economia:

• O ecoturismo 6 estimula a compreensão dos impactos do turismo sobre o meio


natural, cultural e humano;
• O ecoturismo assegura uma distribuição justa dos benefícios e custos;
• O ecoturismo cria emprego local, tanto diretamente no turismo, como em diversos
outros sectores da economia;

6
Ecoturismo ou turismo da natureza é um segmento de actividade turística que utiliza de forma sustentável o
patrimonio natural e cultural. (EMBRATUR 1994).
11
• O ecoturismo estimula as indústrias locais rentáveis como acontece com hotéis e
outras instalações de alojamento, restaurantes e outros serviços de alimentação,
sistemas de transporte, produção de artesanato e serviços de guia;
• O ecoturismo cria divisas estrangeiras para o país e injeta capital na economia local;
• O ecoturismo diversifica a economia local, particularmente nas áreas rurais, onde o
emprego agrícola pode ser mais esporádico ou insuficiente;
• O ecoturismo procura a tomada de decisões em todos os segmentos da sociedade,
inclusive nas populações locais, de modo que o turismo e outros usuários dos
recursos possam coexistir;
• O ecoturismo exige o planeamento e o ordenamento do território, contribuindo para
um desenvolvimento turístico mais adequado à capacidade de sustentação do
ecossistema;
• O ecoturismo estimula a melhoria do transporte, da comunicação e de outros
elementos da infraestrutura comunitária local e o ecoturismo cria instalações
recreativas que podem ser usadas pelas comunidades locais, pelos visitantes
domésticos e internacionais.
De forma geral as ações que impulsionam o impacto socioeconómico do turismo resumem-se
no seguinte:
Quadro 3. Ações que impulsionam o impacto socioeconómico do turismo
Dimensão sustentável Ações Objetivos

Fluxo permanente de
investimentos públicos e
privados;
Maior eficiência na
utilização dos recursos;
Criação de micro Aumento da produção e da riqueza
Económica empresas e reorganização social, sem dependência externa.
do tecido empresarial;
Melhorar as infras-
estruturas;
Endogeneização: contar
com suas próprias forças.
Produção com respeito no
ecossistema;
Prudência no uso dos
recursos naturais;
Tecnologias e processos
produtivos de baixo
índice de resíduos; Melhoria da qualidade do meio
Melhorar a qualidade do ambiente e preservação das fontes
Ecológica
ambiente da qual de recursos.
dependem tanto a
comunidade local como o
visitante (realização de
investimentos em
infraestruturas de
saneamento, tratamento
do lixo e criação de
parques.

12
Soluções
adequadas
a cada
Cultural Evitar conflitos culturais
ecossistema;
Compatibilidade do
turismo com a cultura e as
tradições;
Respeito pela formação
cultural comunitária.
Fonte: Adaptado de Sarmento (2008).

1.2 TURISMO DAS ÁGUAS TERMAIS

Torna-se necessário que se debruce das águas termais e seus benefícios antes mesmo de se
entrar na questão sobre o turismo das águas termais, no sentido de se ter uma visão ampla e
concisa do assunto em estudo.

1.2.1. Águas Termais

Segundo Teixeira (1990), é denominado águas termais as águas minerais que vêm do solo com
mais de 5°C que a temperatura superficial. Estas águas vêm de camadas subterrâneas da terra
de alta temperatura, as quais são ricas em diferentes componentes minerais e é utilizada para
terapias como: banho, consumo, irrigações e aquecimento.

Benefícios Do Uso Das Águas Termais

• Hidroterapia

Segundo o Ministério da Saúde de Brasil (2008), afirma a utilização terapêutica da água para
uso externo, sob formas e temperaturas variáveis. As águas podem ser empregues aproveitando
a termalidade (banhos) e a ação hidromecânica (duchas, hidromassagens, entre outras).

Um exemplo muito comum de hidroterapia é o Termalismo.

• Termalismo

Compreende as diferentes maneiras de utilização da água mineral e sua aplicação em tratamento


de saúde. Refere-se a banhos quentes e é usado de maneira genérica para designar o emprego
das águas minero–medicinais com finalidades terapêuticas. Ministério da Saúde de Brasil
(idem).

De acordo com o Ministério do turismo de Brasil (2010), o uso das águas termais apresentam
grandes benefícios para a saúde humana e não só. Dentre elas as que mais se destacam são:

• Melhora a circulação sanguínea


13
Mergulhar o corpo em água quente é uma espécie de exercício para os vasos sanguíneos. Isto é
porque a água cria uma pressão física no corpo e assim aumenta a capacidade do nosso coração
distribuir oxigénio em todo o corpo. Em outras palavras, quando estamos dentro da água, o
coração trabalha mais rápido e mais forte, alguns mergulhos por semana é um excelente
exercício para o coração.
• Ajuda a adormecer

A água quente relaxa o corpo e prepara-nos para adormecer. Quando um corpo tenso entra em
um banho quente, a água aumenta a temperatura do corpo e relaxa os músculos, isto durante
20 minutos.
Reduz a Pressão Arterial
A imersão em água quente pode baixar a pressão arterial. Este é um ótimo sistema para doenças
cardíacas que necessitam de um cuidado com os picos da pressão arterial.
Ajuda na redução de gordura corporal
O mergulho regular em águas quentes é capaz de reduzir os níveis de açúcar e de glicose no
sangue, especialmente em pessoas com diabetes ou as que estão acima do peso.

Assim, segundo o Ministério do Turismo de Brasil (2010), afirma que como ponto de partida é
indispensável salientar que ao longo deste desenvolvimento o termo turismo das águas termais
é compreendido como turismo da saúde, tal facto é corroborado na seguinte afirmação: os
termos Turismo Hidrotermal, Turismo Hidromineral, Turismo Hidroterápico, Turismo
Termal, Termalismo, Turismo de Bem-estar, Turismo de Águas [Negrito e itálico
adicionado] e vários outros podem ser compreendidos como Turismo de Saúde.

São muitas as práticas existentes que, quando incorporadas ao dia-à-dia, alteram os níveis de
stress e induzem a adoção de uma postura positiva e produtiva, e dessa forma entende-se que
“a saúde é um estado de completo desenvolvimento físico, mental e bem-estar social e não
meramente a ausência de doença ou enfermidade (WHO, 1948) ”. Ou seja, corpo e a mente não
funcionam separadamente; ambos estão interconectados.

Embora o turismo das águas termais ou de saúde não seja um conceito novo, somente em 1972
foi feita a primeira tentativa de definição da tipologia, por iniciativa da então União
Internacional dos Organismos Oficiais de Turismo (atual Organização Mundial de Turismo)
definindo-o como sendo aquele que “implica a utilização de equipamentos sanitários que façam
uso de recursos naturais, climáticos e termais em particular” (Cunha, 2006, p. 82).

14
Paixão (2007), enfatiza que a definição acima excluía tudo que não fosse curativo e fosse
exterior aos recursos naturais, apesar de considerar a importância dos “fatores psicológicos”.
Com o passar do tempo, devido às alterações do comportamento da sociedade, o turismo de
saúde expandiu-se, tornando-se uma atividade geradora de receita para os hotéis, movida pela
vontade de membros dessa sociedade de se manterem saudáveis e longevos.

Para enfatizar a importância do entendimento dos conceitos, recorre-se a afirmação de Cunha


(2006) que diz:

De tudo isto decorre que o turismo de saúde se estende a dois segmentos fundamentais:
aqueles que se deslocam por razões primordialmente médicas e cuja motivação dominante é
a cura ou recuperação e aqueles que o fazem por razões de prevenção, bem-estar ou
recuperação de forma, (p. 82).

Provavelmente os primeiros não rejeitam os cuidados com o bem-estar nem os segundos


rejeitam o ato ou os cuidados médicos.

Sendo assim, conclui-se que ser conhecedor de conceitos como o lado da procura, oferta e
turismo das águas termais segundo os autores acima citados seria o primeiro passo na trajetória
de um empreendedor que deseje atuar na área da saúde, pois suas responsabilidades são
proporcionais às suas escolhas.

Quando se fala em práticas termais, refere-se aqui a um conjunto de práticas que têm como
agente terapêutico a água termal e que ocorrem no espaço de um estabelecimento balnear,
usualmente designado por balneários, termas ou casa de banhos. Os locais onde existem esses
estabelecimentos têm designações diferentes conforme o país e a época histórica. São utilizadas
para essas localidades as seguintes designações: caldas, termas, estâncias termais, estâncias
hidrominerais. Assim, turismo termal também designado de turismo de saúde e bem-estar7 ideia
essa corroborada por Cunha (2006) corroborado por Paixão (2007).

1.3 PLANEAMENTO DA ACTIVIDADE TURÍSTICA


Debruçar-se em turismo, como já referido, implica uma deslocação para fora da sua residência
habitual. Deste modo, e de acordo com a OMT (1995), todos os locais onde se dirigem os
visitantes são destinos, independentemente da duração da permanência podendo identificar-se:
Destino Principal8, Destino e Distância máxima9 e Destino Motivante10.

7
Bem-estar: constitui-se em actividades turísticas motivadas pela busca da promoção e manutenção da saúde
realizada por meio de tratamentos acompanhados por equipas de profissionais de saúde especializados, que visam
a diminuição dos níveis de estresse, além da aprendizagem e manutenção de uma vida saudável e equilibrada e
até mesmo a prevenção de determinadas doenças.
8
Destino Principal: onde o visitante permanece mais tempo (OMT 1995).
9
Destino e Distância máxima: local ou país visitado mais longe da sua residência (OMT 1995).
10
Destino Motivante - a principal razão da viagem (OMT 1995).
15
Na visão de Ignarra (2003), planeamento é um sistema cujas etapas relacionam de uma forma
dinâmica. Essa perspetiva é particularmente importante para o caso do turismo, cujas práticas
estão em acelerada transformação.

E sobre o planeamento do turismo, a Organização Mundial do Turismo (2003) ressalta que ele
deve objetivar o alcance de um caminho de desenvolvimento integrado, controlado e
sustentável. A sua elaboração deve ser calcada num elenco de procedimentos sistemáticos, tais
como a definição dos objetivos, o desenvolvimento de pesquisas, as análises dos dados, visando
à implementação de cursos flexíveis de ação.

Ruschmann e Widmer (2006) destacam seis objetivos básicos do planeamento turístico:


• A criação de políticas e processos de implementação de equipamentos atividades e seus
prazos;
• A disponibilização dos incentivos para estimular a implantação dos equipamentos e
serviços turísticos;
• A maximização dos benefícios socioeconômicos e a minimização dos impactos
negativos;
• A estruturação e capacitação dos serviços turísticos públicos;
• A regulamentação e cumprimento dos padrões exigidos;
• A promoção da sustentabilidade e da qualidade dos serviços prestados pelos diversos
elos da cadeia turística.

Para Beni (2004) o planeamento do turismo tem três etapas:

• O inventário, que objetiva além de identificar, descrever a região de estudo;


• O diagnóstico, que analisa os recursos, caracteriza a estrutura socioeconómica, a
infraestrutura regional e traça o perfil da oferta e da demanda turística; e o prognóstico,
que formula políticas, diretrizes e programas de ação.

Goeldner, Ritchie e McIntosh (2002) apontam que o envolvimento da comunidade no


planeamento turístico necessita ter como meta a estruturação, com vistas a elevar o padrão de
vida dos residentes locais, o fortalecimento da infraestrutura e o desenvolvimento de
instalações recreativas para moradores. É igualmente importante que a expansão das práticas
turísticas respeite a cultura e a questão socioeconómica local.

Em harmonia com essa perspetiva, Petrocchi (2004) comenta que o planeamento além de
identificar nichos específicos para serem trabalhados com o objetivo de atender desejos e
necessidades da demanda deve assegurar, primordialmente, a inclusão da população residente.
16
Para Brusadin (2008) o sector turístico, se adequadamente planeado, pode oferecer a
oportunidade de novos negócios, distribuindo renda, ajudando na preservação do meio
ambiente e do património histórico, além de oferecer aos viajantes o lazer e entretenimento.

Para Ignarra (2003, p.81): “o planeamento da atividade turística se mostra, portanto, como um
poderoso instrumento de fomento ao desenvolvimento socioeconómico de uma comunidade”.

Com base nas afirmações dos autores acima, pode-se facilmente perceber que o aumento
espontâneo ou planeado dos fluxos turísticos pode alavancar o crescimento em âmbito local e
regional por meio das demandas turísticas hospedagem, alimentação e lazer.

Mas sem organização e planeamento o turismo pode provocar a desestruturação da cultura


local, descaracterização do ambiente natural, contaminação dos recursos hídricos, especulação
imobiliária, deterioração da imagem do lugar e exclusão territorial de residentes, podendo
causar danos irreversíveis além de agravar a situação social da população local.

1.3.1 Stakeholders Do Turismo

A OMT (1998) reconhece quatro importantes stakeholders10 do turismo: o sector público, o


sector privado, as Organizações não-governamentais (ONGs) e o próprio visitante.

As ONG’s assumem a função de contestadora da consciência em matéria do meio ambiente, da


cultura, do património histórico, etc.; e o visitante, como usuário último do sistema turístico,
deve exigir e adotar boas práticas (OMT, 1998). Mas é o sector público e privado que cabe as
principais funções:

• Sector público: Estabelecer a política de desenvolvimento do turismo, preparar o plano


turístico e monitorizar o desenvolvimento da atividade, garantindo o desenvolvimento
de um Turismo Sustentável e a resposta ajustada a crises emergentes;
• Sector privado: Garantir o desenvolvimento sustentável do turismo através da adoção
de práticas sustentáveis (utilizando produtos biodegradáveis; reciclar e reutilizar
materiais e recursos; etc.). A OMT (1998) refere ainda a prática de associações para a
promoção de fóruns de discussões, resolução de problemas em comum entre as
empresas, fazer recomendações ao sector público.

10
Stakeholders: aquele que detém aplicações financeiras (Dicionário tradutor de inglês para português).
17
OMT (2007), salienta que se por um lado, cabe ao sector público uma estratégia holística e de
longo-prazo, ao sector privado cabe agir rápida e taticamente, evidenciando-se a importância
de parcerias e sinergias para o desenvolvimento de um destino turístico.

Deste modo Buhalis (2000), afirma que as estratégias da gestão turística devem ser avaliadas
do ponto de vista da gestão do destino turístico (visão macro/sector público) e do ponto de vista
da gestão das empresas da atividade que aí operam (visão micro/sector privado). Todavia, as
estratégias têm de ser complementares, consistentes e alinhadas com alguns objetivos
específicos, tais como:

a) Prosperidade de longo prazo para os residentes;


b) Satisfação dos visitantes;
c) Maximização da rentabilidade da oferta turística;
d) Potencialização dos benefícios da macroeconomia através do efeito multiplicador;
e) Otimização dos impactes do turismo, não necessariamente atrair mais visitantes;
f) E garantir sustentabilidade nas suas três vertentes: ecológica, sociocultural e
económica.

1.3.2. Análise PEST

Uma ferramenta utilizada para a prospeção de cenários é a análise PEST.

Segundo Castor (2000, p. 5) “O acrónimo11 PEST é utilizado para identificar quatro dimensões
de análise ambiental de natureza qualitativa de fenómenos dificilmente quantificáveis: a
Política, a Económica, a Social e a Tecnológica”. O mesmo afirma que essa ferramenta se torna
mais útil quando utilizada conjuntamente com outros instrumentos de análises, e a limitação
quanto à quantidade de variáveis a ser investigadas tem uma razão de ser. Pois, quando há um
excesso de informações, uma empresa pode ficar imobilizada, com receio de deixar uma
variável importante de lado, perdendo o foco e deixando de agir tempestivamente. Contudo,
mesmo sendo uma ferramenta de análise qualitativa, Castor (idem) afirma que a utilização de
métodos quantitativos seja importante, onde são atribuídas probabilidades a cada uma das
variáveis, e feitas avaliações sobre os impactos das mesmas sobre a capacidade da empresa de
alcançar seus objetivos corporativos.

11
Palavra que se forma pela junção das primeiras letras ou das sílabas iniciais de um grupo de palavras de
uma expressão. Dicionário de Português online (dicio.com.br 2018).
18
Abaixo são conceituadas as variáveis ou forças envolvidas no contexto da análise PEST, através
da observação dos conceitos desenvolvidos por Wright, Kroll e Parnell (2000), Bethlem (2002)
e Machado e Moreira (2005):

• Variáveis político/legais: são determinadas pelas políticas governamentais e variações


na legislação que provocam mudanças na estrutura e funcionamento e relações de
negociação das organizações do país.
• Variáveis econômicas: são caracterizadas por impactar significativamente nos
negócios a partir de mudanças ocorridas em caráter geral, podendo ser estas positivas
ou negativas, estimuladoras ou desestimuladoras, entre elas, destaca-se a definição da
taxa de juros e as políticas fiscal, monetária e cambial.

• Variáveis socioculturais: neste contexto incluem-se tradições, valores, cultura,


educação, e aspetos demográficos (cor, raça, religião, renda, origem, etc) referentes à
sociedade que devem ser consideradas no processo de tomada de decisão nas
organizações.
• Variáveis tecnológicas: são aquelas compreendidas no contexto dos avanços
tecnológicos e que modificam absoluta ou relativamente a estrutura de mercado ou
ambiente de determinada atividade econômica causando mudanças na gestão das
empresas no que se refere ao gerenciamento de custos, qualidade de produtos e serviços,
entre outros.

1.3.2.1. Análise PEST da Realidade Turística De Angola.

Segundo Estevão e Ferreira (2015) a competitividade dos mercados é determinada pelas


empresas, na medida em que só há competitividade se houver produtividade. O mercado
turístico angolano encontra-se apetrechado de um património natural, cultural, histórico, um
povo com características típicas de hospitalidade, clima tropical, fauna e flora diversificada e
outros fatores que representam uma mais-valia para fomentar o desenvolvimento do turismo, a
curto médio e longo prazo.

19
Quadro 4. Análise PEST da Realidade Turística De Angola.
POLÍTICA O regime político vigente em Angola é o
presidencialismo, em que o Presidente da República é
igualmente o chefe do Governo, com uma Assembleia
que representa a soberania do povo e constituída pelos
partidos políticos (MPLA; UNITA; CASA-CE;
FNLA; PRS). E uma legislação de investimento
flexível.
ECONÓMICA Sistema financeiro: É constituído por
aproximadamente 24 instituições bancarias públicas
e privadas com representação nas 18 províncias,
operando com sistemas modernos de pagamento
como multibancos e cartões visa internacionais
Hotéis: Oferecem cerca de 14 mil quartos, 18 mil
camas, 185 hotéis, 88 resorts, 14 Apart-hotéis e
outros meios de alojamento distribuídos pelas 18
províncias de Angola;
Estradas: A rede viária tem 12 mil quilómetros de
estradas asfaltadas lingando às 18 províncias e maior
parte das sedes municipais;
Polos turísticos: Polo do Futungo de Belas com
atração principal, a Baia do Mussulo; polo de
Kalandula com atração principal as quedas das águas
de Kalandula; polo de Cabo Ledo com a principal
atração, polo de Cabo Ledo.
SOCIAL Angola é um país multicultural com etnias como
Ovimbundos, Kimbundos, Bakongos e outras com
línguas, vestuários, alimentação, danças, outros
hábitos e costumes diferentes;
Dança: O Semba, a kizomba, a Rebita, a Kabetula, o
Zouk e o Kuduro são os ritmos e danças mais
apreciadas nos festivais e festas populares;
Artesanato: expressão dos hábitos e costume dos
povos em artigos feitos em pedras, madeira, marfim,
pinturas e olaria. A estatueta do pensador, símbolo da
cultura angolana, as máscaras (Muana-pwó),
instrumentos músicas como a marimba, o kissange, o
ungo, o batuque e outros;

TECNOLÓGICA Acessibilidade a novas tecnologias.


Infras-estruturas tecnológicas e de comunicação
avançadas como a disponibilização de Wi-Fi em
locais públicos, que permitem ao turista ter uma
experiencia mais confortável e com acesso mais
rápido a informação.
Melhoria na influência do canal online na tomada de
decisão do cliente, como consultas de hotéis, vendas
de passagens tanto de automóveis como de aviões
automatizados e personalizados via online.
Fonte: adaptado do plano de desenvolvimento do turismo (2002).

1.3.2. Análise Swot

A origem segundo Fagundes (2010), modelo da "Matriz SWOT", surgiu na década de 1960, em
discussões na escola de administração, que começaram a focar a compatibilização entre as
20
"Forças" e "Fraquezas" de uma organização, sua competência distintiva, e as "Oportunidades"
e "Ameaças".

Na conceção de Oliveira (2007) define a análise SWOT da seguinte forma:

"1. Ponto forte é a diferenciação conseguida pela empresa – variável controlável – que lhe
proporciona uma vantagem operacional no ambiente empresarial (onde estão os assuntos não
controláveis pela empresa).
2. Ponto Fraco é a situação inadequada da empresa – variável controlável – que lhe
proporciona uma desvantagem operacional no ambiente empresarial.
3. Oportunidade é a força ambiental incontrolável pela empresa, que pode favorecer sua
ação estratégica, desde que conhecida e aproveitada, satisfatoriamente, enquanto perdura.
4.Ameaça é a força ambiental incontrolável pela empresa, que cria obstáculos à sua ação
estratégica, mas que poderá ou não ser evitada, desde que reconhecida em tempo hábil." (p.
37)

Luecke (2009, p. 23) reforça que “considerar os fatores externos e internos é essencial porque
eles esclarecem o mundo em que opera a empresa ou unidade, permitindo planejar melhor o
futuro desejado”.

Para Manager (2009), evitar as ameaças externas nem sempre é possível, porém, pode-se fazer
um planeamento de contingência para enfrentá-las, diminuindo seus efeitos. O autor deixa claro
que sempre existirão ameaças externas, o que não pode ocorrer é deixar de considerá-las.
Manter a análise Swot (FOFA) atualizada fará com que a empresa consiga antecipar-se a muitos
benefícios que por ventura possam ocorrer

Com base no que os autores definiram em relação a análise Swot pode-se perceber que nos dias
de hoje não se pode deixar de realizar a avaliação e o comportamento das empresas diante do
mercado competitivo que se encontram, é indispensável a utilização de ferramentas que dá o
norte necessário para o sucesso organizacional.

Perceber as características internas e externas do sistema que uma empresa se encontra se torna
algo primordial para a tomada de decisões de gestores seja de pequenas e microempresas ou
até mesmo nas grandes corporações que habitam o planeta.

A análise SWOT é uma dessas ferramentas que proporcionam ao gestor ou até mesmo o
pequeno empresário de como está sua empresa perante seus concorrentes fazendo assim que
conheça e estude o seu comportamento, (Oliveira, 2007).

Sendo que a matriz Swot apresenta características flexíveis, facto este motivou o seu uso na
parte prática, pois facilitou na identificação de pontos positivos e negativos da área em estudo.

21
CAPÍTULO II. ESTUDO DE CASO: CENTRO TURÍSTICO DA MONTIPA.

2.1 ANÁLISE PEST DO MUNICÍPIO DA BIBALA

2.1.1. Domínio Político-Administrativo

Bibala é um dos municípios do Namibe, que de acordo com os dados obtidos pelo Instituto
Nacional de Estatística (INE), referente ao censo de 2014, O município tem 7 612 km² e cerca
de 64.504 habitantes, é limitado a norte pelo município de Camucuio, a Este pelos municípios
de Quilengues, Cacula, Lubango e Humpata, a Sul pelo município de Virei, e a Oeste pelo
município de Moçâmedes. É constituído pelas comunas de Bibala-Sede, Caitou, Lola e
Kapagombe. Dos quais destacam-se as seguintes zonas turísticas: Serra da Leba, Baia de
Moçâmedes, Nossa Senhora do Monte (Cristo Rei), Porto Mineiro de Moçâmedes e o
Aeroporto Weliwítschia Mirábilis dentre outros.

Em termos legais, este município é representado por uma Administração municipal chefiada
pelo administrador Tchinanga Nkole e seu vice Vitorino Sapalo, a mesma é constituída por
repartições, das quais destaca-se as Repartições de Hotelaria e Turismo e a R.E.P (Repartição
de Estudos e Planeamento), chefiadas pelos senhores António André dos Santos e Alfredo
Silvestre Fio.

Apesar de não haver uma legislação específica no município, em termos gerais existe algumas
leis referente ao investimento privado baseados nos seguintes artigos: aprovação da Lei n.º
20/11, de 20 de maio – Lei do Investimento Privado (“LIP”), o setor da hotelaria e turismo foi
mantido na listagem dos sectores de investimento considerados por lei, como prioritários.
Destacam-se nesta listagem, a par do sector da hotelaria e turismo, os sectores da agricultura e
pecuária, saúde e indústria, construção civil e infraestruturas. Para além do referido diploma
legal, a realização de investimentos privados nesse setor de atividade é também regulada pela
Lei n.º 14/03, de 18 de julho – Do Fomento do Empresariado Angolano.

Em conformidade com o Decreto Executivo Conjunto n.º 42/02, de 27 de setembro, a realização


de projetos de investimento no setor do turismo está sujeita ao crivo do Instituto de Fomento
Turístico de Angola (tutelado pelo Ministério da Hotelaria e Turismo), a quem compete de
forma genérica, aprovar todos os projetos relacionados com zonas turísticas, tendo em vista o
seu enquadramento no plano de ordenamento e no trabalho de fomento da hotelaria e turismo.

22
2.1.2. Domínio Económico

A Bibala é um Município predominantemente rural, estimando-se, e de acordo com os


indicadores apurados nacionalmente e a análise aos dados disponíveis do INE, existe uma
População Economicamente Ativa (PEA) de 28.635 habitantes. Destes, 14.813 são mulheres.

O sistema económico-produtivo do município da Bibala sustenta-se na agricultura familiar,


assumida como atividade económica dominante, complementada com a criação de gado, no
entanto, outros sectores assumem alguma importância na economia local, como é o caso do
Comércio e dos Serviços Públicos. Neste segundo caso, entenda-se o âmbito da Função Pública
como maior empregador no Município.

Os transportes públicos são escassos, maioritariamente garantidos por serviços privados,


estando identificadas 3 empresas privadas de transporte de passageiros: a Tucotuco, a Betacap
e a ACP Comercial. Existem transportes que operam informalmente (moto-táxis e táxis
coletivos) na circulação de mercadorias e passageiros.

Está identificada no município a presença de vários recursos minerais. De entre outros, o


mármore e o granito, assim como inertes de aplicação na construção, são frequentes. O clima
da Bibala potência o processo de composição de mármore (rocha metamórfica originada de
calcário exposto a altas temperaturas e pressão). Encontram-se identificadas jazidas de granito,
variedades brancas e negras, assim como de mármore nas variedades banco e preto.

As águas minerais são também um recurso do Município. Destacam-se as águas de mesa da


Mahita e as águas mineromedicinais das Termas da Montipa.

2.1.3. Domínio Social

A formação profissional em curso no município é escassa, quanto à diversidade de oferta aos


Jovens para melhorarem a sua formação para o exercício de uma profissão. Na comuna sede,
existe a Escola Técnico-Profissional da Mahita, onde são ministrados Cursos Médios de
Alvenaria, Agronomia, Serralharia, Eletricidade e Corte e Costura.

2.1.4. Domínio Tecnológico

No domínio tecnológico é destacado o sector da comunicação predominante na região, na qual


está representada pelas redes telefónicas Unitel e Movicel, que facilita a comunicação entre os
munícipes e com exterior do município. Nota-se a falta de polos industriais para materializarem
as potencialidades existentes. Infraestruturas tecnológicas e de comunicação avançadas (por

23
exemplo: disponibilização de Wi-Fi em locais públicos) que permitem ao turista ter uma
experiência mais confortável e com acesso mais rápido a informação relevante como
transportes, locais de interesse ou restauração.

2.2. METODOLOGIA

De origem grega, methodos se refere ao caminho ou via, com etapas e processos, a ser seguido
para se atingir um determinado objetivo. Gil (2007, p. 26) apresenta o método como um

“conjunto de procedimentos intelectuais e técnicos adotados para se atingir o conhecimento.”

Para Fonseca (2002), métodos significa organização, estudo sistemático, pesquisa,


investigação; ou seja, metodologia é o estudo da organização, dos caminhos a serem
percorridos, para se realizar uma pesquisa ou um estudo, ou para se fazer ciência.
Etimologicamente, significa o estudo dos caminhos, dos instrumentos utilizados para fazer uma
pesquisa científica.

Ø Pesquisa Documental

A pesquisa documental, segundo Gil (2008), é muito semelhante à pesquisa bibliográfica A


diferença essencial entre ambas está na natureza das fontes enquanto a bibliográfica se utiliza
fundamentalmente das contribuições de diversos autores, a documental vale-se de materiais
que não receberam, ainda, um tratamento analítico, podendo ser reelaboradas de acordo com
os objetos da pesquisa.

Segundo Lakatos e Marconi (2005), a pesquisa documental é a recolha de dados em fontes


primárias, como documentos escritos ou não, pertencentes a arquivos públicos; arquivos
particulares de instituições e domicílios, e fontes estatísticas.

Para a realização do trabalho de investigação extraiu-se dados de alguns documentos existentes


no Instituto Nacional de Estatística da Direção do Namibe, referente ao censo de 2014, onde
julgou-se conter dados que podem contribuir a melhorar os resultados do trabalho.

Ø Pesquisa Bibliográfica

Para Lakatos e Marconi (2003), a pesquisa bibliográfica, considerada uma fonte de recolha de
dados secundária, pode ser definida como: contribuições culturais ou científicas realizadas no
passado sobre um determinado assunto, tema ou problema que possa ser estudado corroborados
por Cervo e Bervian (2002).

24
Para tal, foi realizada uma pesquisa bibliográfica com fins de recolher dados em publicações
adequadas e direcionadas de autores que apresentaram temas de maior relevância e que
coadunam com os objetivos deste trabalho.

Em suma, Lakatos e Marconi (2003) declaram que todo trabalho científico, toda pesquisa, deve
ter o apoio e o embasamento na pesquisa bibliográfica, para que não se desperdice tempo com
um problema que já foi solucionado e possa chegar a conclusões inovadoras.

Ø Quanto a Técnica de recolha

Lakatos e Marconi (2003):

A observação é uma técnica de recolha de dados para conseguir informações e utiliza os


sentidos na obtenção de determinados aspetos da realidade. Não consiste apenas em ver e
ouvir, mas também em examinar factos ou fenómenos que se desejam estudar. (p. 27)

Ø Segundo a participação do observador


Lakatos e Marconi (2003, p.193) afirmam que na observação não participante, o pesquisador
toma contacto com a realidade estudada, mas sem integrar-se a ela, presencia o facto, mas não
participa dele, não se deixa envolver pelas situações e faz o papel de espectador. Isso, porém,
não quer dizer que a observação não seja consciente, dirigida, ordenada para um fim
determinado.

Neste trabalho a observação não-participante com a ajuda dos sentidos sensoriais (visão e
audição), no intento de levantar dados e informações sobre o lugar, de maneira a permitir a
caracterização do local da pesquisa;
A partir do material recolhido sobre o visual do centro turístico, infraestruturas, saneamento
básico, organização social e outros aspetos. Esse conjunto de informações facilitou a definição
dos pontos positivos e negativos (forças, fraquezas e oportunidades), pontos estes que contou
com o auxílio prestados pela análise Swot.

Ø Segundo o lugar onde se realizar

Lakatos e Marconi (idem) fundamentam que normalmente, as observações são feitas no


ambiente real, registrando-se os dados à medida que forem ocorrendo, espontaneamente, sem
a devida preparação. A melhor ocasião para a recolha é o local onde o evento ocorre. Isto reduz
as tendências seletivas e a deturpação na reevocação.

25
E quanto ao local foi feito um estudo de caso onde Yin (2001), afirma que:
“A investigação de estudo de caso enfrenta uma situação tecnicamente única em que haverá
muito mais variáveis de interesse do que pontos de dados, e, como resultado, baseia-se em
várias fontes de evidências, com os dados precisando convergir em um formato de triângulo,
e, como outro resultado, beneficia-se do desenvolvimento prévio de proposições teóricas
para conduzir a recolha e a análise de dados” (p. 33-34).

2.3 TERMAIS DA MONTIPA


As termas da Montipa situam-se na povoação da Montipa, localizada a norte do município da
Bibala próximo a margem do Rio Peça, área é constituída por 11 bairros e terá sido descoberta
pelo caçador Tchimôngua, proveniente dos povos Múimbas na área da Iona.

Figura 2,3,4. Centro Turístico da Montipa.


Fonte: Dados da observação
A Capela Soful das águas térmicas da Montipa e a residência das águas térmicas foram
construídas em 1955, por uma organização portuguesa e passaram ao controlo do Governo
Angolano depois de 1975.

Figura 5. Capela Soful


Fonte: Dados da observação

2.3. APROVEITAMENTO DAS ÁGUAS TERMAIS DA MONTIPA.

Quanto ao aproveitamento das águas termais da Montipa, baseou-se segundo dados


compilados a partir de levantamento bibliográfico de estudos já feitos pelos estudantes do

26
curso de Biologia Marinha12, onde se apurou que a fonte de água termal da Montipa,
apresenta condições muito favorável para a saúde das pessoas, é assim que para este trabalho
tendo em consideração o resultado obtido por estes estudante, fez-se uma avaliação
económica e social para o progresso e desenvolvimento do município no quadro da
diversificação económica, proporcionando um impacto notável, desde o ponto de vista do
turismo, agricultura/aquicultura, terapêutico e consumo humano.

Possíveis Aproveitamento: saúde;

Ação terapêutica:

• Água Sulfatada: Colites e problemas hepáticos.


• Água Bicabornatada: Gastrites e úlceras, hepatite e diabetes.
• Água cálcica: Raquitismo, osteoporose, bronquites e asmas. Termo terapia

Contacto da pele com a água quente:

• Diminui a tonicidade muscular permitindo a realização de movimentos não


tolerados habitualmente fora de água;
• Ativa o metabolismo e provoca a vasodilatação;
• Aumenta o retorno venoso melhorando a circulação periférica;
• Estimula o sistema imunitário;
• Alivia inflamações articulares, Diminui sensação de dor.

Todos estes parâmetros são essenciais para o seu uso na agricultura e também alimentação para
o gado. Em relação, a sua temperatura, pode ser usado em estufas e para aquicultura e criadeiro
de peixes.

Depois de ser demostrado o resultado do aproveitamento das águas termais da Montipa, que
permite na realização de diferentes atividades tais como; caminhadas ecológicas,
acampamentos e camping´s perto ou longe da fonte das águas termais, prática de desportos
aquáticos (hidroginástica) e vários atividades de lazer, o ponto que se segue, vai detalhar o
enquadramento para o aproveitamento na vertente social e económica.

12
Projecto realizado por estudantes do curso de biologia marinha, orientado pelo Professor Doutor
Agostinho Cachapa com o tema: Águas térmicas da Montipa: uma opção para o turismo ecológico, de saúde e
para a agricultura. (2017).

27
2.4. ANÁLISE DE PONTOS FORTES E FRACOS
Neste contexto, por se tratar de ações que impulsionem o turismo das águas termais da zona
turística da Montipa, assim fazendo o uso de recursos oferecidos pela matriz Swot analisou-se
simplesmente, os pontos fortes e fracos, pelo facto de ser uma área em aberto e com forte
potencial.
Com base no que foi referido facilitou na elaboração da proposta de acções para impulsionar o
turismo das águas termais do local em estudo.

Quadro 5. Realidade das Forças, Fraquezas e Oportunidades da área em estudo.


Forças Oportunidades
Contexto • Produto
Contexto social a) Crescente valorização do turismo
a) Sociedade sensível à participação • Mercado
b) Diversidade cultural (artesanato, folclore, tradições) a) Fluxo de turistas que passam na região
• Contexto ambiental b) Demanda crescente por turismo das águas
a) Variedade de ecossistemas termais
b) Centro de pesquisas c) Mercado para o turismo da saúde
c) Presença de atractivos naturais raros d) Diversidade de mercados
Foco e) Mercado de turismo cultural
• Produto • Cadeia do turismo
a) Patrimônio histórico a) Investidores potenciais no setor de turismo
b) Turismo das águas termais b) Desenvolvimento da produção agropecuária e
comercial da região
c) Setor produtivo atrativo para o mercado
• Gestão
a) Participação de associações e entidades de classe
no processo de tomada de decisão

Fraquezas
Contexto d) Ausência de sinalização turística
• Contexto Social • Cadeia do Turismo – meio empresarial e comunidade
a) Desemprego a) Pouco envolvimento da população com o turismo
b) Êxodo rural b) Ausência de associações exclusivas de turismo
• Contexto Econômico c) Falta de visão estratégica, capacidade gerência e
a) Baixo poder aquisitivo dos empresários Foco
técnica do empresariado
• Produto
d) Empregos propiciados pelo turismo sazonal
a) Ausência de serviços receptivos de turismo na
região • Gestão
b) Utilização inadequada e / ou conservação deficiente a) Ausência de mecanismos de fiscalização e
do patrimônio histórico. controle
c) Turismo sazonal ou de escala b) Ausência de sistemas de informações para a
• Mercado gestão municipal e do turismo
a) Fluxo turístico sazonal – equipamentos c) Inexistência de parceria entre o poder público e a
subutilizados. iniciativa privada
b) Pouca divulgação e ausência de planeamento de
d) Uso e ocupação desordenada do solo
marketing turístico.
Condições e) Ausência de mecanismos e instrumentos de
• Infraestrutura para viabilização de produtos turísticos planeamento urbano e regional
a) Saneamento básico deficitário f) Ausência de diretrizes, estruturas e equipes para
b) Má conservação rodoviária e da zona turística gestão do turismo e do meio ambiente
existente Ausência de mecanismo de participação da sociedade na
c) Acesso deficitário para atrativos naturais gestão municipal e do turismo

28
Fonte: A partir dos dados da observação
Feita apresentação do quadro referente às forças, fraquezas e oportunidades, resta propor as
devidas ações que visam na potencialização dos pontos positivos no sentido de minimizar
pontos negativos.

2.5. PROPOSTA DE ACÇÕES QUE VISAM MELHORAR O


APROVEITAMENTO TURÍSTICO DAS ÁGUAS TERMAIS DO CENTRO
TURÍSTICO DA MONTIPA.

Assim, para reforçar os objetivos e responder a pergunta problemática, é apresentada as ações


que visam impulsionar o turismo das águas termais na zona turística da Montipa.

Fraquezas: a busca da sobrevivência do destino no cenário turístico, procurando eliminar ou


minimizar ao máximo as fragilidades. Pelo seu grau de urgência, tem prioridade (A).

Depois de se analisar as fraquezas percebe-se claramente, que a atividade turística na Montipa


é praticamente inexistente pelo facto de não existir condições básicas para a atividade turística.
Portanto, foi necessário estabelecer ações de interferência urgente, que vai possibilitar o
impulsionamento da atividade turística das águas termais na zona turística da Montipa,
baseando-se sempre em ditames sustentáveis.
Então, com base no tipo de prioridade, apontou-se como ações para o estabelecimento de um
pleno desenvolvimento turístico local:

Ações:

• Construção de uma infraestrutura capaz de responder com as especificações do local


visando a promoção do turismo;
• Estabelecimento de uma legislação específica para o turismo, que trate sobre o
ordenamento urbano, de uso e ocupação do solo e estabeleça limites sobre o uso de
áreas naturais;
• Implementação de políticas de investimento para diversificação e incremento do sector
hoteleiro;
• Promover cursos de capacitação profissional em conjunto com instituições de ensino e
sector privado;
• Planear por iniciativa pública ou privada, um amplo programa de educação ambiental,
conscientização e mobilização na comunidade de ações de limpeza dos recursos
hídricos locais em conformidade com a população nativa a iniciativa privada;

29
• Expandir o setor de transportes, promover ações de planeamento municipal, ambiental
e turístico a curto, médio e longo prazos e implantar um programa de saneamento
básico;
• Solicitar à Administração local a construção da via de acesso que liga a sede municipal
ao Centro Turístico, como praças, parques e monumentos.

Forças e Oportunidades: a busca da capitalização para promover o desenvolvimento mais


rápido e consolidar o turismo das águas termais da Montipa, campos mais acessíveis e
ambientes mais preparados para receber a atividade, adquire prioridade (B).

Ações:

• Implementar ações de marketing nos mercados emissores próximos, buscando a


maximização do fluxo turístico;
• Captar investidores potenciais nos sectores de turismo das águas termais;
• Envolver a comunidade no processo de planeamento e tomada de decisão, através da
mobilização e participação em fóruns e seminários;
• Buscar parcerias para o investimento no setor hoteleiro.

A partir do anteriormente descrito, no entanto, é necessário salientar que, para que tudo isso se
consolide, é necessário obter parcerias entre a sociedade, o poder público e iniciativas privadas.
Assim, torna-se imprescindível um grande esforço e vontade de todos os agentes em colaborar
e muitas vezes suprimir interesses particulares, buscando um denominador comum.

30
CONCLUSÃO

Depois de se ter avaliado as ações e se analisar a realidade da zona turística das águas termais
da Montipa, na vertente social e económica, onde se apurou que é viável impulsionar o turismo
no mesmo local, chegam-se as seguintes conclusões:

De facto, conclui-se que o município da Bibala tem grandes potencialidades que se bem
aproveitadas resultará em um fator de potencialidades endógenas, facto este se constata na
beleza que o centro turístico da Montipa pode apresentar, vai responder a carência de tornar o
local mais atrativo no sentido de estimular a procura;

A execução do quadro de pontos positivos e negativos só veio reafirmar a atual realidade de


abandono e desprezo, na região, pelos atrativos turísticos em geral.

Em função dos objetivos deste trabalho, verificou-se que a hipótese formulada, responde com
a situação problemática, pelo facto de se confirmar que as ações de reabilitação da zona, o
reforço do marketing, o investimento público e privado, o envolvimento da comunidade local
na valorização do património local dentre outras ações enumeradas que se aplicadas vai
dinamizar a atividade turística das águas termais na zona turística da Montipa.

De frisar que essas ações são flexíveis dependendo dos objetivos definidos para cada fim, mas
para esse trabalho as que mais se adequam são as que foram enunciadas acima.

Percebe-se a urgência na implementação de medidas que visam promover o turismo sustentável


não só na província do Namibe, como também em todo o país.

É sabido o esforço das autoridades governamentais em criar políticas que possam incentivar e
fomentar o turismo de formas atrair, tanto turistas internos como externos com o intuito de dar
credibilidade ao local em estudo mostrando o seu potencial turístico.

31
RECOMENDAÇÕES

Tendo em conta que não basta a existência de riquezas e diversificação das mesmas, como
acontece no município da Bibala, em que o solo e subsolo são férteis nos mais variados
recursos e riquezas, urge a necessidade de se criarem ações práticas e que sejam perfeitamente
exequíveis, no sentido de se desenvolver as potencialidades do território, bem como tratar e
procurar a eliminação ou diminuição das fragilidades do mesmo.

Por meio da observação do local, se constatou de forma clara a degradação das infraestruturas
que impossibilitam a fluência de turistas no local, por este facto recomenda-se:

• Às instituições de direito a reabilitação da zona turística das águas termais da


Montipa.
• É necessário que estas potencialidades sejam transformadas em pontos de atração no
sentido de ser uma mais-valia ao nível da competitividade para o mercado local e
nacional do turismo.
• É necessário fazer um aproveitamento de todos os recursos, a destacar o clima, a
natureza, a cultura, as atividades de lazer.

• Dada a transversalidade do sector turístico, torna-se necessário que se desenvolva


uma estreita relação com outros sectores económicos no sentido de funcionar em
cadeia e melhorar a estrutura do sector;

• Torna-se importante promover a cultura turística através da criação de programas


escolares, institucionais, empresariais, juvenis, religiosos e outros que contemplam as
atividades de lazer, recriação, passeios guiados, parcerias e troca de experiências com
países mais desenvolvimento no turismo;

• Que se melhorem as condições relacionadas a segurança e estabilidade, apoio aos


operadores turísticos, legislação e outros aspetos inerentes a criação de um ambiente
de negócios favorável que priorize o equilíbrio entre qualidade/preço e a
competitividade no mercado do turismo;

• A divulgação e difusão de informações turística devem ser mais abrangentes


incluindo, além dos canais tradicionais (rádio, televisão e jornas), os digitais como
internet, website, redes sócias, jogos e outros;

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• Que se crie de forma acelerada as condições para a formação de quadros na área do
turismo a todos os níveis, desde Gestores turísticos, guias turísticos, animadores
turísticos rececionistas, cozinheiros entre outros;

• Que se promova mais campanhas de marketing e propaganda da atividade turística,


semelhante a realizada por ocasião da eleição das sete maravilhas de Angola que
envolveu os angolanos de todos os pontos do país e mundo;

• Que se desenvolvam parcerias de intercâmbio públicas e privadas com instituições


internacionais bastante experientes no mercado do turismo sustentável;

• Recomenda-se também a continuidade deste trabalho, criando uma equipa


multissectorial composta por estudantes de contabilidade e gestão, Biologia Marinha,
engenharia do ambiente, engenharia elétrica e mecânica a fazer um estudo de
viabilidade económica e financeira, para que se promova a sustentabilidade do
turismo nesta zona turística considerada de grande potencial.

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