Hemeterio Cabrinha - Frontoes PDF
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Frontes
NOTA BIOGRFICA
Imigrante nordestino
Hemetrio Jos dos Santos nasceu em Fortaleza, em 1892. Faleceu em Manaus, em
1959. Veio para Manaus em 1916, aos vinte e quatro anos, possivelmente atrado pelo
alarde que se fazia da Amaznia l fora. Participou ativamente da vida cultural da cidade,
chegando a fundar um grmio literrio: Academia dos Novos, com preocupaes
modernistas.
Poeta e carpinteiro
Profissionalmente, Hemetrio dedicava-se carpintaria. Mas era na poesia que
buscava a realizao do seu "eu" e extravasava a sensibilidade e as angstias que
habitavam o seu ser.
Primeira obra
Estreou na Literatura Brasileira em 1920, com o livro de poemas O Meu Serto.
Todas as obras
O Meu Serto (poesia, 1920)
Sat (poesia, 1922)
Vereda Iluminada (poesia, 1932)
Caim (poesia, 1934)
Cristo do Corcovado (poesia, 1952)
Frontes (poesia, 1958)
Contexto histrico
Na Histria do Amazonas, o Ciclo da Borracha vai das duas ltimas dcadas do
sculo XIX at as duas primeiras dcadas do sculo XX. So mais ou menos 40 anos de
ESTUDOS LITERRIOS
transformaes violentas para o Estado do Amazonas. Eis alguns dados importantes deste
perodo histrico:
Entre 1858 e 1862, o Amazonas exportou um total de 997 toneladas de borracha.
Somente em 1919, trs anos aps a chegada de Hemetrio Cabrinha a Manaus, o
Amazonas exportou um total de 44.000 toneladas de borracha.
O perodo fausto, de riqueza fcil e de consumo desenfreado, durou apenas quatro anos.
Manaus ganhou aparncia de capital europia.
Manaus entrou em decadncia, voltando condio de provncia.
O poeta foi testemunha do pesadelo em que se transformou o Amazonas aps o
brilho falso do apogeu da borracha.
Os melhores poemas
reunidos em um livro
Hemetrio estava com sessenta e seis anos quando plublicou Frontes, sua ltima
obra. A inteno clara do poeta era enfeixar em um livro os poemas mais representativos
do seu labor potico. Aos poemas novos, juntou mais trs de obras anteriores: Sat, Caim e
O Cristo do Corcovado.
FRONTES
Classificao da Obra
UM LIVRO DE POEMAS
Frontes um livro de poemas. So 81 composies, sntese da produo de seu
autor, j maduro, olhando a vida, o mundo e os homens com o desencanto peculiar de
quem experimentou quase tudo. A tendncia mstica trao marcante em todo o livro,
como o foi na vida do prprio poeta, adepto do Movimento Esprita (Kardecismo).
O TTULO
O ttulo da obra sugere pea arquitetnica para adornar a parte superior de portas e
janelas, ou para enfeitar a parte frontal de casas ou edifcios. Assim, os poemas todos
seriam apenas adornos, enfeites. Nisto, o autor j mostra sua admirao pelo
Parnasianismo.
ESTUDOS LITERRIOS
Estrutura da Obra
ESTILO DE POCA
Frontes contm poemas de tendncias estilsticas diferentes. De um lado, temos a
liberdade prpria do Modernismo, movimento de que era adepto o autor. De outro,
sentimos o apego forma, rigidez de rimas e mtricas. Some-se a tudo isso o
envolvimento do autor com estilos de poca do passado, como o Romantismo, o
Parnasianismo e o Simbolismo. A admirao por poetas de perodos literrios anteriores
faz com que o autor faa-lhes homenagens e deixe contaminar-se pelo estilo doos poetas
homenageados.
Em sntese, podemos perceber no livro quatro estilos diferentes:
1. Modernismo a influncia modernista vai da atitude crtica diante da realidade
liberdade com que constri alguns poemas, sem obedecer a regras ou padres.
2. Romantismo poemas em que se nota a influncia social de Castro Alves e, s vezes, a
ingenuidade e o lirismo de Casimiro de Abreu.
3. Parnasianismo poemas sob a influncia de Olavo Bilac e Raimundo Correia.
4. Simbolismo influncia fraca, aparecendo num ou noutro poema, principalmente em
forma de misticismo.
TEMTICA
Podem-se perceber no livro seis temas bsicos:
1. Inconformismo O "eu" potico mostra-se inconformado frente rudeza do mundo e
dos homens. O nico consolo a tentativa de integrar-se ao cosmos:
O mundo me foi sempre avesso, duro, escasso:
Eu vivo como que entre tenazes de ao,
Sem direito a gemer nem desferir um grito.
O que me apraz, porm, anima-me, consola,
ter esta amplido azlea por gaiola
E poder contemplar os astros no infinito.
Existem para mim s aflies extremas:
Meus punhos sentem sempre o jugo das algemas
Chumbadas s ambies dos baixos sentimentos.
Mas o que me enternece e deslumbra minhalma,
conhecer a vida e conquistar a calma
ESTUDOS LITERRIOS
Na divina expanso dos grandes sofrimentos.
Resignao
Neste soneto de versos decasslabos, maneira parnasiana (Por enquanto, no), o mundo
comparado a um prostbulo, e o prprio poeta, a um co e a um cadver.
Disseram que eu morrera. Ainda to cedo
Para deixar em paz o velho mundo,
Onde, por entre espinhos me enveredo.
Como um simples rafeiro vagabundo.
Bem quisera eu fugir deste degredo!
Deste terrvel lupanar imundo,
Onde, hoje, a vida simplesmente o enredo
De um romance de fel e dor fecundo.
rafeiro: co
lupanar: prostbulo
ESTUDOS LITERRIOS
Como cego levados pelos tatos,
Busca na treva a meta desejada.
At que um dia, em vestes vaporosas,
Abre no espao as asas luminosas
e conquista a Manso Iluminada.
3. Lirismo amoroso No poema Enganos, o amor aparece como experincia dolorosa,
que faz o poeta sofrer. As estrofes em quintilhas e os versos em redondilha maior do um
carter leve leitura, contrastando com a temtica sombria do sofrimento.
Por que me deste sorrindo,
Tantos beijos, tanto amor?
E agora de mim fugindo,
Em meu seio vais abrindo
Uma cratera de dor?
Teu amor foi meu calvrio,
Os teus braos minha cruz.
Teu corao, meu sacrrio,
Teus lbios, meu brevirio
E os teus olhos, minha luz.
Enleado em teu carinho,
Ocupei teu corao.
Hoje, tristonho e sozinho,
Sou um pssaro sem ninho,
s tontas pela amplido.
Vivi no teu pensamento
Como um sol de ureo matiz.
Eras o meu firmamento
E agora, no esquecimento,
Sou vaga-lume infeliz.
No poema Idlio, o amor smbolo de realizao e felicidade, chegando a contaminar tudo
ao redor. O erotismo faz lembrar os poemas de Olavo Bilac, poeta parnasiano.
Quando ns dois a ss nos encontramos,
As nossas almas lbricas se beijam.
Rebentam rosas no verdor dos ramos
E aves em festa pelo azul voejam.
ESTUDOS LITERRIOS
Tudo em torno de ns desperta e canta.
Canta e desperta anseios e desejos.
A Natureza, a rir de amor, se imanta
Na glorificao de nossos beijos.
O sol tem mais fulgor, a lua encanto;
As estrelas mais brilho, a flor, fragrncia
E o nosso idlio emocionante e santo
Enche os espaos de emotivas nsias.
Verdejam campos. H prazer em tudo;
Rumorejam de amor fontes e lagos.
Franja-se o cu de alvssimo veludo
Para testemunhar nossos afagos.
E os nossos corpos, de prazer sedentos,
Saturam-se de gozos e desejos;
Cada vez mais estreitam-se violentos
Numa exploso frentica de beijos.
4. Regionalismo H, em Frontes, vrios poemas de temtica amaznica. O lado
telrico, sensvel paisagem regional, vem tona em poemas como Cano do
Amaznida, composto em dcimas:
Caboclo: Nasci na selva
Onde canta o uirapuru.
Onde, no verde da relva,
Corre a algera inhambu.
No meu tapiri de palha,
Onde o cu, noite, o orvalha
E a luz da lua branqueia,
Passa o rio murmurando,
Pelos barrancos cantando
Mil canes lua cheia.
Sou feliz, nada me falta
Dentro da selva bravia.
Se uma tristeza me assalta,
Logo me vem a alegria.
De manh, quando me acordo,
Mil aventuras recordo
Ouvindo a ona rosnar.
No cheiro agreste da mata,
ESTUDOS LITERRIOS
Minha vida se dilata
E ento me ponho a cantar.
Quanta lindeza se encerra
No rinco onde nasci!
Se deus andou pela terra
Nasceu no meu tapiri.
Decerto, porque em tudo,
Desde a relva de veludo
sombra dos igaps;
H tanta beleza, h tanta,
Que Deus parece que canta
No eco de nossa voz.
5. Tendncia filosfica Poemas que encerram mensagens filosficas, quase sempre
pessimistas, mostram a influncia do Parnanasianismo, principalmente de Raimundo
Correia. Em O Grilo e A Aranha, o comportamento dos animais serve de lio de vida para
os humanos:
O GRILO
Tenho um perseguidor incmodo, imprudente
Que me no deixa em paz, calmo e tranqilo.
Esconde-se a cantar a um canto, impertinente,
E eu tenho que passar a noite inteira a ouvi-lo.
Se acaso me levanto e busco esse insolente,
Mudando de lugar ele emudece o trilo.
Enraiveo... Maldigo-o e, logo, novamente
Grita mais alto ainda... um desgraado grilo.
Hoje, pensando bem nesse irritante intruso
Cujo horrente trilar um desmedido abuso
Provocando, afinal, a minha pacincia;
Conclu: A mesma cousa nossa alma acontece:
Aps um ato mau o remorso aparece
Como o grilo a gritar dentro da conscincia.
A ARANHA
Eu tenho uma fidalga e loira companheira
Que, sempre a meditar, de v-la no me farto.
ESTUDOS LITERRIOS
um triste e sozinha aranha tecedeira,
Dia e noite a tecer labirintos no quarto.
Ora desce, ora sobe at a cumeeira;
Ora baloua no ar o seu trabalho infarto.
E, de fios de prata, a aranha fiandeira
Uma estrela bordou num ngulo do quarto.
Hoje, pela manh, outra aranha doirada,
Num idlio de amor, de gozos saciada,
L morreu e ficou na teia cetinosa...
Assim mesmo acontece a todos ns, querida:
Quem somente se entrega aos prazeres da vida,
Ter o mesmo fim da aranha desditosa.
6. Crtica social So poemas em que se percebe a influncia romntica de Castro Alves.
No geral, os poemas de Frontes tm essa preocupao, no importando o tema. Mas h
alguns especficos, como Preto Velho (antiescravista) e Itatiaia, em que sobressai at um
certo nacionalismo.
PRETO VELHO
Preto velho est cansado,
Trpego, exausto, sem f.
Vem de longe, acabrunhado,
L de Luanda ou Guin...
J no sabe... H quantos anos,
Um magote de tiranos
O trouxera de rojo.
No bojo esconso de um barco,
Como um batrquio no charco,
Nos ferros da escravido.
Preto velho era menino,
Quando, em doirada manh,
Alheio ao rude destino,
Brincava com sua irm;
Trs caadores de gentes,
Naquelas paragens quentes
De sua terra natal.
Sorrateiros, se acercaram
Do preto e a irm, e os laaram
ESTUDOS LITERRIOS
Como a qualquer animal.
Enlaados, sacudidos
No fundo da embarcao;
Entre gritos e gemidos
De uma negra multido.
E quanto mais se gritava,
Duro chicote vibrava
Nos lombos nus a doer.
Era um inferno fervendo,
Uns gritando, outros gemendo
Na agonia de sofrer.
ASPECTOS FORMAIS
Frontes contm poemas de estruturas variadas. Na maioria, percebe-se o gosto do
autor pela rima e pela mtrica. Mas h composies com estrofao irregular e versos
livres. Em sntese, podemos perceber no livro:
1. Versos decasslabos Presentes principalmente nos sonetos.
2. Versos alexandrinos Presentes principalmente nos sonetos.
3. Redondilha maior Mtrica comum nos poemas de inteno popular, como Cano
do Amaznida.
4. Preferncia pelos sonetos Dois quartetos e dois tercetos respectivamente. forma
fixa de poesia, em que se nota a regularidade rmica e mtrica. Caracterstica parnasiana.
ESTUDOS LITERRIOS
poemas meio narrativos, tendendo para o gnero pico. o caso de Sat, Caim e O Cristo
do Corcovado.
LITERATURA
GRAMTICA
01. Classifique de verdadeiras ou falsas as afirmativas seguintes, sobre a obra Frontes,
de Hemetrio Cabrinha:
1. (
) Frontes foi a ltima obra de Hemetrio Cabrinha. A inteno era enfeixar
em um livro os poemas mais representativos do seu labor potico.
2. (
) A tendncia mstica trao marcante em todo o livro, como o foi na vida do
prprio poeta, adepto do Movimento Esprita.
3. (
) O ttulo da obra j mostra influncia parnasianista: sugere pea arquitetnica
para adornar a parte superior de portas e janelas, ou para enfeitar a parte frontal de casas ou
edifcios.
4. (
) A admirao por poetas do passado faz com que o autor faa-lhes
homenagens e deixe contaminar-se pelo estilo do homenageado. Por isso, h poemas de
estilos variados dentro de Frontes.
02. Do livro Frontes, de Hemetrio Cabrinha, foi extrado o seguinte texto. Sobre ele,
classifique as afirmativas de verdadeiras ou falsas:
Disseram que eu morrera. Ainda to cedo
Para deixar em paz o velho mundo,
Onde, por entre espinhos me enveredo,
Como um simples rafeiro vagabundo.
Por enquanto no
1. (
2. (
3. (
4. (
5. (
6. (
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ESTUDOS LITERRIOS
4. (
) O desejo de morte, a tristeza exagerada so traos de vrios poemas que
fazem lembrar a segunda gerao romntica.
04. Do livro Frontes, de Hemetrio Cabrinha, foi extrado o seguinte texto. Sobre ele,
classifique as afirmativas de verdadeiras ou falsas:
Quando ns dois a ss nos encontramos,
As nossas almas lbricas se beijam.
Rebentam rosas no verdor dos ramos
E aves em festa pelo azul voejam.
1. (
2. (
3. (
4. (
5. (
6. (
11
ESTUDOS LITERRIOS
Se meus versos no tm o esplendor da obra-prima,
A pureza da forma e a nobreza da rima...
Se lhes falta fulgor;
H neles, entretanto, agudos sentimentos
Suavizando o clamor dos grandes sofrimentos
Unidos pela dor.
Oiro na ganga bruta em rstica batia
Recolhido com suor dos garimpos da idia
Em horas de emoo.
Pepitas sem lavor no cadinho da vida
Onde a alma geme, chora e canta, embevecida,
Nas malhas da iluso.
Classifique as afirmativas seguintes de verdadeiras ou falsas:
1. (
) Reiterando o que afirma nos versos 1 e 2, o poema tem forma irregular:
versos heteromtricos e brancos.
2. (
) O poeta pe-se em defesa da perfeio formal, considerando os sentimentos e
a emoo como suprfluos para a arte potica.
3. (
) O vocbulo fulgor (verso 3) pode ser entendido como brilho, esplendor.
4. (
) A palavra batia, de acordo com norma prosdica, est acentuada
incorretamente.
5. (
) O acento grfico em tm (verso 1) diferencial de timbre.
08. Sobre a construo "H neles, entretanto, agudos sentimentos, suavizando o clamor
dos grandes sofrimentos", classifique as afirmativas de certas ou erradas:
1. (
) Trata-se de um perodo composto, com duas oraes.
2. (
) A orao principal tem verbo impessoal.
3. (
) A expresso "agudos sentimentos" tem a funo de objeto direto.
4. (
) O vocbulo agudos est na funo de predicativo do objeto.
5. (
) A orao subordinada adverbial.
6. (
) No vocbulo suavizando, h hiato e dgrafo.
09. Do livro Frontes, de Hemetrio Cabrinha, foi extrado o seguinte texto. Sobre ele,
casslifique as afirmativas de verdadeiras ou falsas:
Quantas queixas de amor nos olhos das estrelas,
Transbordando de fel nas rtilas pupilas!
Bem o disse Bilac: "Amai para entend-las",
E eu vos digo: "Sofrei bastante para ouvi-las".
1. (
) A estrofe um quarteto com versos alexandrinos.
2. (
) As rimas estrelas - entend-las, pupilas - ouvi-las podem ser consideras como
ricas e raras.
12
ESTUDOS LITERRIOS
3. (
) Olavo Bilac poeta do Parnasianismo, autor do poema pico O Caador de
Esmeraldas.
4. (
) H, na estrofe, presena de prosopopia.
5. (
) H, na estrofe, orao subordinada substantiva apositiva.
6. (
) O monosslabo "o", em "Bem o disse Bilac", pronome demonstrativo.
10. Classifique de verdadeiras ou falsas as afirmativas seguintes, sobre a obra Frontes,
de Hemetrio Cabrinha:
1. (
) H, no livro, poemas retratando a realidade regional amaznica.
2. (
) Uma das contradies do livro a denncia social exposta pelo autor em
confronto com um Deus superior que harmoniza tudo no universo.
3. (
) A felicidade amorosa de alguns poemas contrasta com a infelicidade e
sofrimento de outros.
4. (
) O que mais sobressai nos poemas de Frontes a dor e angstia do "eu"
lrico.
11. Sobre a estrofe seguinte, classifique de verdadeiras ou falsas:
Quanta lindeza se encerra
No rinco onde nasci!
Se Deus andou pela terra
Nasceu no meu tapiri.
Decerto, porque em tudo,
Desde a relva de veludo
sombra dos igaps;
H tanta beleza, h tanta,
Que Deus parece que canta
No eco de nossa voz.
1. (
2. (
3. (
4. (
5. (
6. (
13
ESTUDOS LITERRIOS
13. Relacione corretamente:
a) Frontes
b) Iracema
c) Quincas Borba
d) Mundo Mundo Vasto Mundo
1. (
) A prosa, submetida a um rigoroso tratamento lrico, ganhou aspecto de
poesia.
2. (
) Em alguns textos, o amor smbolo de realizao e felicidade, chegando a
contaminar tudo ao redor. O erotismo faz lembrar as composies de Olavo Bilac.
3. (
) O lado telrico, sensvel paisagem regional, vem tona em poemas como
Cano do Amaznida:
4. (
) Poemas que encerram mensagens filosficas, quase sempre pessimistas,
mostram a influncia do Parnanasianismo.
5. (
) O pessimismo, a desiluso, os aspectos mesquinhos do ser humano ganham
destaque no livro.
6. (
) Nos poemas Preto Velho (antiescravista) e Itatiaia, sobressai a crtica social,
at um certo ponto nacionalista.
7. (
) O folclore amaznico, com ntida influncia das tradies nordestinas,
ganham espao no livro.
14. Do livro Frontes, de Hemetrio Cabrinha, foi extrado o seguinte texto. Sobre ele,
classifique as afirmativas de verdadeiras ou falsas:
Preto-Velho j no presta...
S presta para morrer.
Nada do mundo lhe resta,
No paga a pena viver.
Teve alforria, no entanto,
Ainda o maltratam tanto
Por ter a cor negra e vil...
Mas sirva de eterno espelho,
O sangue do Preto-Velho
Est na alma do Brasil.
1. (
) Trata-se de uma dcima, com versos em redondilha maior.
2. (
) A rima espelho - velho (versos 8 e 9) imperfeita e feminina.
3. (
) A temtica do poema faz lembrar a Terceira Gerao Romntica.
4. (
) O sujeito de maltratam (verso 6) oculto (eles).
5. (
) Explica-se a prclise em "Ainda o maltratam tanto" pelo presena de
advrbio (palavra atrativa).
6. (
) A orao "Por ter a cor negra e vil..." (verso 7) subordinada adverbial
causal.
14
ESTUDOS LITERRIOS
7. (
) A orao "O sangue do preto velho est na alma do Brasil" (versos 9, 10) tem
predicado nominal.
15. Leia o poema seguinte. Classifique, depois, as afirmativas de verdadeiras ou falsas:
Por que me deste sorrindo,
Tantos beijos, tanto amor?
E agora de mim fugindo,
Em meu seio vais abrindo
Uma cratera de dor?
Teu amor foi meu calvrio,
Os teus braos minha cruz.
Teu corao, meu sacrrio,
Teus lbios, meu brevirio
E os teus olhos, minha luz.
1. (
) Trata-se de quintilhas, com versos em redondilha maior.
2. (
) Pela temtica, podemos afirmar que pertence a Frontes, de Hemetrio
Cabrinha.
3. (
) Justifica-se o por que separado no primeiro verso porque a frase
interrogativa.
4. (
) A segunda estrofe contm cinco oraes, todas com predicado nominal.
5. (
) Nota-se, na segunda estrofe, presena de zeugma.
6. (
) Os vocbulos lbios, calvrio, sacrrio so acentuadas pela mesma razo.
16. Leia o poema seguinte.
"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro a janela, plido de espanto.
Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando esto contigo?
E eu vos direi: "Amai para entend-las!
Pois s quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas."
Classifique as afirmativas seguintes de verdadeiras ou falsas:
1. (
) Trata-se de um poema com versos decasslbos.
2. (
) Pela mtrica e pela rima, pode-se concluir que se filia ao Parnasianismo.
3. (
) Na construo "E abro a janela, plido de espanto", o predicado verbal.
15
ESTUDOS LITERRIOS
4. (
) Na construo "E eu vos direi, no entanto, que, para ouvi-las, muita vez
desperto", h uma orao subordinada adverbial final.
5. (
) Na construo "Que sentido tem o que dizem, quando esto contigo?", h
pronome demonstrativo e pronome relativo.
6. (
) Nota-se, no primeiro terceto, presena de apstrofe.
7. (
) Na construo "E eu vos direi, no entanto, que, para ouvi-las, muita vez
desperto", h uma orao subordinada substantiva objetiva direta.
17. Leia a estrofe seguinte. Classifique, depois, de verdadeiras ou falsas as afirmativas
feitas sobre ela:
Caboclo: Nasci na selva
Onde canta o uirapuru.
Onde, no verde da relva,
Corre a algera inhambu.
No meu tapiri de palha,
Onde o cu, noite, o orvalha
E a luz da lua branqueia,
Passa o rio murmurando,
Pelos barrancos cantando
Mil canes lua cheia.
1. (
) Trata-se de uma dcima, com versos em redondilha menor.
2. (
) Os vocbulos uirapuru, inhambu e caboclo esto errados quanto
acentuao grfica.
3. (
) Os vocbulos nasci e tapiri no levam acento por serem oxtonas terminadas
em i.
4. (
) Os vocbulos lua e rio contm ditongo.
5. (
) H, na estrofe, presena de hiprbole.
6. (
) A temtica social de escravido faz lembrar a terceira gerao romntica.
7. (
) No vocbulo branqueia, h um encontro consonantal, dois dgrafos e dois
ditongos.
8. (
) Os verbos cantar (verso 2), correr (verso 4) e passar (verso 8) tm a mesma
regncia.
18. Leia a estrofe seguinte. Classifique, depois, de verdadeiras ou falsas as afirmativas
feitas sobre ela:
Teu amor foi meu calvrio,
Os teus braos minha cruz.
Teu corao, meu sacrrio,
Teus lbios, meu brevirio
E os teus olhos, minha luz
1. (
16
ESTUDOS LITERRIOS
2. (
3. (
crescente.
4. (
5. (
6. (
7. (
17
ESTUDOS LITERRIOS
Chumbadas s ambies dos baixos sentimentos.
Mas o que me enternece e deslumbra minhalma,
conhecer a vida e conquistar a calma
Na divina expanso dos grandes sofrimentos.
Resignao
1. (
2. (
3. (
4. (
5. (
6. (
7. (
18
ESTUDOS LITERRIOS
E eu tenho que passar a noite inteira a ouvi-lo.
1. (
2. (
3. (
4. (
5. (
19