Hemeterio Cabrinha - Frontoes PDF

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ESTUDOS LITERRIOS

Secretaria de Cultura do Amazonas


Biblioteca Virtual do Amazonas
Autor da obra: Hemetrio Cabrinha
Autor do Estudo: Joo Batista Gomes

Frontes
NOTA BIOGRFICA
Imigrante nordestino
Hemetrio Jos dos Santos nasceu em Fortaleza, em 1892. Faleceu em Manaus, em
1959. Veio para Manaus em 1916, aos vinte e quatro anos, possivelmente atrado pelo
alarde que se fazia da Amaznia l fora. Participou ativamente da vida cultural da cidade,
chegando a fundar um grmio literrio: Academia dos Novos, com preocupaes
modernistas.
Poeta e carpinteiro
Profissionalmente, Hemetrio dedicava-se carpintaria. Mas era na poesia que
buscava a realizao do seu "eu" e extravasava a sensibilidade e as angstias que
habitavam o seu ser.
Primeira obra
Estreou na Literatura Brasileira em 1920, com o livro de poemas O Meu Serto.
Todas as obras
O Meu Serto (poesia, 1920)
Sat (poesia, 1922)
Vereda Iluminada (poesia, 1932)
Caim (poesia, 1934)
Cristo do Corcovado (poesia, 1952)
Frontes (poesia, 1958)
Contexto histrico
Na Histria do Amazonas, o Ciclo da Borracha vai das duas ltimas dcadas do
sculo XIX at as duas primeiras dcadas do sculo XX. So mais ou menos 40 anos de

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transformaes violentas para o Estado do Amazonas. Eis alguns dados importantes deste
perodo histrico:
Entre 1858 e 1862, o Amazonas exportou um total de 997 toneladas de borracha.
Somente em 1919, trs anos aps a chegada de Hemetrio Cabrinha a Manaus, o
Amazonas exportou um total de 44.000 toneladas de borracha.
O perodo fausto, de riqueza fcil e de consumo desenfreado, durou apenas quatro anos.
Manaus ganhou aparncia de capital europia.
Manaus entrou em decadncia, voltando condio de provncia.
O poeta foi testemunha do pesadelo em que se transformou o Amazonas aps o
brilho falso do apogeu da borracha.
Os melhores poemas
reunidos em um livro
Hemetrio estava com sessenta e seis anos quando plublicou Frontes, sua ltima
obra. A inteno clara do poeta era enfeixar em um livro os poemas mais representativos
do seu labor potico. Aos poemas novos, juntou mais trs de obras anteriores: Sat, Caim e
O Cristo do Corcovado.
FRONTES
Classificao da Obra
UM LIVRO DE POEMAS
Frontes um livro de poemas. So 81 composies, sntese da produo de seu
autor, j maduro, olhando a vida, o mundo e os homens com o desencanto peculiar de
quem experimentou quase tudo. A tendncia mstica trao marcante em todo o livro,
como o foi na vida do prprio poeta, adepto do Movimento Esprita (Kardecismo).
O TTULO
O ttulo da obra sugere pea arquitetnica para adornar a parte superior de portas e
janelas, ou para enfeitar a parte frontal de casas ou edifcios. Assim, os poemas todos
seriam apenas adornos, enfeites. Nisto, o autor j mostra sua admirao pelo
Parnasianismo.

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Estrutura da Obra
ESTILO DE POCA
Frontes contm poemas de tendncias estilsticas diferentes. De um lado, temos a
liberdade prpria do Modernismo, movimento de que era adepto o autor. De outro,
sentimos o apego forma, rigidez de rimas e mtricas. Some-se a tudo isso o
envolvimento do autor com estilos de poca do passado, como o Romantismo, o
Parnasianismo e o Simbolismo. A admirao por poetas de perodos literrios anteriores
faz com que o autor faa-lhes homenagens e deixe contaminar-se pelo estilo doos poetas
homenageados.
Em sntese, podemos perceber no livro quatro estilos diferentes:
1. Modernismo a influncia modernista vai da atitude crtica diante da realidade
liberdade com que constri alguns poemas, sem obedecer a regras ou padres.
2. Romantismo poemas em que se nota a influncia social de Castro Alves e, s vezes, a
ingenuidade e o lirismo de Casimiro de Abreu.
3. Parnasianismo poemas sob a influncia de Olavo Bilac e Raimundo Correia.
4. Simbolismo influncia fraca, aparecendo num ou noutro poema, principalmente em
forma de misticismo.
TEMTICA
Podem-se perceber no livro seis temas bsicos:
1. Inconformismo O "eu" potico mostra-se inconformado frente rudeza do mundo e
dos homens. O nico consolo a tentativa de integrar-se ao cosmos:
O mundo me foi sempre avesso, duro, escasso:
Eu vivo como que entre tenazes de ao,
Sem direito a gemer nem desferir um grito.
O que me apraz, porm, anima-me, consola,
ter esta amplido azlea por gaiola
E poder contemplar os astros no infinito.
Existem para mim s aflies extremas:
Meus punhos sentem sempre o jugo das algemas
Chumbadas s ambies dos baixos sentimentos.
Mas o que me enternece e deslumbra minhalma,
conhecer a vida e conquistar a calma

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Na divina expanso dos grandes sofrimentos.
Resignao
Neste soneto de versos decasslabos, maneira parnasiana (Por enquanto, no), o mundo
comparado a um prostbulo, e o prprio poeta, a um co e a um cadver.
Disseram que eu morrera. Ainda to cedo
Para deixar em paz o velho mundo,
Onde, por entre espinhos me enveredo.
Como um simples rafeiro vagabundo.
Bem quisera eu fugir deste degredo!
Deste terrvel lupanar imundo,
Onde, hoje, a vida simplesmente o enredo
De um romance de fel e dor fecundo.

rafeiro: co

lupanar: prostbulo

Para que viver mais, quem sobre os ombros,


A cruz da vida tem pesado tanto,
E tr-la a tropear por entre escombros?
Disseram que eu morrera. No entretanto,
Como um fantasma vil causando assombros
Ainda arrasto o cadver por enquanto
2. Religiosidade A temtica religiosa de Cabrinha exposta sob a gide do kardecismo.
O poeta, durante boa parte da vida, manteve uma tenda esprita onde pregava a vitria do
bem contra o mal. Na poesia, a espiritualidade mostra-se, s vezes, contra o catolicismo.
Outras, ele prega o aperfeioamento das almas atravs das transmigraes. o que ocorre
no soneto Em Busca da Perfeio. Note, novamente, a preferncia pelos versos
decasslabos e a semelhana com o estilo simbolista de Cruz e Sousa.
A alma que busca exlio nas clausuras
Emotivas da vida transitria,
Traz em em sua odissia, em sua histria
As conseqncias das aes impuras.
Absorvida nas dores, nas torturas,
No desespero de uma luta inglria,
Percorre amargurada trajetria
Em sucessivas existncias duras.
Reparando a fraqueza de seus atos,

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Como cego levados pelos tatos,
Busca na treva a meta desejada.
At que um dia, em vestes vaporosas,
Abre no espao as asas luminosas
e conquista a Manso Iluminada.
3. Lirismo amoroso No poema Enganos, o amor aparece como experincia dolorosa,
que faz o poeta sofrer. As estrofes em quintilhas e os versos em redondilha maior do um
carter leve leitura, contrastando com a temtica sombria do sofrimento.
Por que me deste sorrindo,
Tantos beijos, tanto amor?
E agora de mim fugindo,
Em meu seio vais abrindo
Uma cratera de dor?
Teu amor foi meu calvrio,
Os teus braos minha cruz.
Teu corao, meu sacrrio,
Teus lbios, meu brevirio
E os teus olhos, minha luz.
Enleado em teu carinho,
Ocupei teu corao.
Hoje, tristonho e sozinho,
Sou um pssaro sem ninho,
s tontas pela amplido.
Vivi no teu pensamento
Como um sol de ureo matiz.
Eras o meu firmamento
E agora, no esquecimento,
Sou vaga-lume infeliz.
No poema Idlio, o amor smbolo de realizao e felicidade, chegando a contaminar tudo
ao redor. O erotismo faz lembrar os poemas de Olavo Bilac, poeta parnasiano.
Quando ns dois a ss nos encontramos,
As nossas almas lbricas se beijam.
Rebentam rosas no verdor dos ramos
E aves em festa pelo azul voejam.

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Tudo em torno de ns desperta e canta.
Canta e desperta anseios e desejos.
A Natureza, a rir de amor, se imanta
Na glorificao de nossos beijos.
O sol tem mais fulgor, a lua encanto;
As estrelas mais brilho, a flor, fragrncia
E o nosso idlio emocionante e santo
Enche os espaos de emotivas nsias.
Verdejam campos. H prazer em tudo;
Rumorejam de amor fontes e lagos.
Franja-se o cu de alvssimo veludo
Para testemunhar nossos afagos.
E os nossos corpos, de prazer sedentos,
Saturam-se de gozos e desejos;
Cada vez mais estreitam-se violentos
Numa exploso frentica de beijos.
4. Regionalismo H, em Frontes, vrios poemas de temtica amaznica. O lado
telrico, sensvel paisagem regional, vem tona em poemas como Cano do
Amaznida, composto em dcimas:
Caboclo: Nasci na selva
Onde canta o uirapuru.
Onde, no verde da relva,
Corre a algera inhambu.
No meu tapiri de palha,
Onde o cu, noite, o orvalha
E a luz da lua branqueia,
Passa o rio murmurando,
Pelos barrancos cantando
Mil canes lua cheia.
Sou feliz, nada me falta
Dentro da selva bravia.
Se uma tristeza me assalta,
Logo me vem a alegria.
De manh, quando me acordo,
Mil aventuras recordo
Ouvindo a ona rosnar.
No cheiro agreste da mata,

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Minha vida se dilata
E ento me ponho a cantar.
Quanta lindeza se encerra
No rinco onde nasci!
Se deus andou pela terra
Nasceu no meu tapiri.
Decerto, porque em tudo,
Desde a relva de veludo
sombra dos igaps;
H tanta beleza, h tanta,
Que Deus parece que canta
No eco de nossa voz.
5. Tendncia filosfica Poemas que encerram mensagens filosficas, quase sempre
pessimistas, mostram a influncia do Parnanasianismo, principalmente de Raimundo
Correia. Em O Grilo e A Aranha, o comportamento dos animais serve de lio de vida para
os humanos:
O GRILO
Tenho um perseguidor incmodo, imprudente
Que me no deixa em paz, calmo e tranqilo.
Esconde-se a cantar a um canto, impertinente,
E eu tenho que passar a noite inteira a ouvi-lo.
Se acaso me levanto e busco esse insolente,
Mudando de lugar ele emudece o trilo.
Enraiveo... Maldigo-o e, logo, novamente
Grita mais alto ainda... um desgraado grilo.
Hoje, pensando bem nesse irritante intruso
Cujo horrente trilar um desmedido abuso
Provocando, afinal, a minha pacincia;
Conclu: A mesma cousa nossa alma acontece:
Aps um ato mau o remorso aparece
Como o grilo a gritar dentro da conscincia.
A ARANHA
Eu tenho uma fidalga e loira companheira
Que, sempre a meditar, de v-la no me farto.

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um triste e sozinha aranha tecedeira,
Dia e noite a tecer labirintos no quarto.
Ora desce, ora sobe at a cumeeira;
Ora baloua no ar o seu trabalho infarto.
E, de fios de prata, a aranha fiandeira
Uma estrela bordou num ngulo do quarto.
Hoje, pela manh, outra aranha doirada,
Num idlio de amor, de gozos saciada,
L morreu e ficou na teia cetinosa...
Assim mesmo acontece a todos ns, querida:
Quem somente se entrega aos prazeres da vida,
Ter o mesmo fim da aranha desditosa.
6. Crtica social So poemas em que se percebe a influncia romntica de Castro Alves.
No geral, os poemas de Frontes tm essa preocupao, no importando o tema. Mas h
alguns especficos, como Preto Velho (antiescravista) e Itatiaia, em que sobressai at um
certo nacionalismo.
PRETO VELHO
Preto velho est cansado,
Trpego, exausto, sem f.
Vem de longe, acabrunhado,
L de Luanda ou Guin...
J no sabe... H quantos anos,
Um magote de tiranos
O trouxera de rojo.
No bojo esconso de um barco,
Como um batrquio no charco,
Nos ferros da escravido.
Preto velho era menino,
Quando, em doirada manh,
Alheio ao rude destino,
Brincava com sua irm;
Trs caadores de gentes,
Naquelas paragens quentes
De sua terra natal.
Sorrateiros, se acercaram
Do preto e a irm, e os laaram

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Como a qualquer animal.
Enlaados, sacudidos
No fundo da embarcao;
Entre gritos e gemidos
De uma negra multido.
E quanto mais se gritava,
Duro chicote vibrava
Nos lombos nus a doer.
Era um inferno fervendo,
Uns gritando, outros gemendo
Na agonia de sofrer.
ASPECTOS FORMAIS
Frontes contm poemas de estruturas variadas. Na maioria, percebe-se o gosto do
autor pela rima e pela mtrica. Mas h composies com estrofao irregular e versos
livres. Em sntese, podemos perceber no livro:
1. Versos decasslabos Presentes principalmente nos sonetos.
2. Versos alexandrinos Presentes principalmente nos sonetos.
3. Redondilha maior Mtrica comum nos poemas de inteno popular, como Cano
do Amaznida.
4. Preferncia pelos sonetos Dois quartetos e dois tercetos respectivamente. forma
fixa de poesia, em que se nota a regularidade rmica e mtrica. Caracterstica parnasiana.

INFLUNCIA DE AUGUSTO DOS ANJOS


Alm da influncia romntica (Castro Alves), parnasiana (Olavo Bilac e Raimundo
Correia) e simbolista (Cruz e Sousa), importante notar em alguns poemas de Frontes
um palavreado pouco potico (larva, lama, lesma, verme, lodo, putrefao, etc.) e alguns
vocbulos cientficos (embriogenia, protoplasma, bactria, tomo, neurnio, clulas),
somente presentes na poesia de Augusto dos Anjos, autor do livro de poemas Eu.
GNERO
A classificao adequada para Frontes poesia lrica. H variaes entre lrica
amorosa, lrica religiosa e lrica social. Mas o lirismo o trao comum a todos os poemas,
j que em em outros aspectos a obra no guarda muita unidade. Aqui e ali, notam-se

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poemas meio narrativos, tendendo para o gnero pico. o caso de Sat, Caim e O Cristo
do Corcovado.
LITERATURA
GRAMTICA
01. Classifique de verdadeiras ou falsas as afirmativas seguintes, sobre a obra Frontes,
de Hemetrio Cabrinha:
1. (
) Frontes foi a ltima obra de Hemetrio Cabrinha. A inteno era enfeixar
em um livro os poemas mais representativos do seu labor potico.
2. (
) A tendncia mstica trao marcante em todo o livro, como o foi na vida do
prprio poeta, adepto do Movimento Esprita.
3. (
) O ttulo da obra j mostra influncia parnasianista: sugere pea arquitetnica
para adornar a parte superior de portas e janelas, ou para enfeitar a parte frontal de casas ou
edifcios.
4. (
) A admirao por poetas do passado faz com que o autor faa-lhes
homenagens e deixe contaminar-se pelo estilo do homenageado. Por isso, h poemas de
estilos variados dentro de Frontes.
02. Do livro Frontes, de Hemetrio Cabrinha, foi extrado o seguinte texto. Sobre ele,
classifique as afirmativas de verdadeiras ou falsas:
Disseram que eu morrera. Ainda to cedo
Para deixar em paz o velho mundo,
Onde, por entre espinhos me enveredo,
Como um simples rafeiro vagabundo.
Por enquanto no
1. (
2. (
3. (
4. (
5. (
6. (

) Trata-se de um quarteto, com versos alexandrinos.


) A orao "que eu morrera" subordinada substantiva subjetiva.
) O sujeito de disseram indeterminado.
) Ha, na estrofe, orao subordinada adverbial comparativa.
) No vocbulo mundo, h encontro consonantal.
) H, no perodo, construo com verbo impessoal.

03. Classifique de verdadeiras ou falsas as afirmativas seguintes, sobre a obra Frontes,


de Hemetrio Cabrinha:
1. (
) Dos estilos do passado, a influncia simbolista a mais forte, fazendo
lembrar Cruz e Sousa e Alphonsus de Guimaraens.
2. (
) Nos poemas romnticos, nota-se a influncia social da poesia de Castro
Alves.
3. (
) Predominam, no livro, os poemas de versos heteromtricos e livres.

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4. (
) O desejo de morte, a tristeza exagerada so traos de vrios poemas que
fazem lembrar a segunda gerao romntica.
04. Do livro Frontes, de Hemetrio Cabrinha, foi extrado o seguinte texto. Sobre ele,
classifique as afirmativas de verdadeiras ou falsas:
Quando ns dois a ss nos encontramos,
As nossas almas lbricas se beijam.
Rebentam rosas no verdor dos ramos
E aves em festa pelo azul voejam.
1. (
2. (
3. (
4. (
5. (
6. (

) H, no perodo, orao subordinada adverbial temporal.


) A expresso "a ss" tem funo de adjunto adverbial.
) O verbo rebentar transitivo direto.
) O verbo voejar intransitivo.
) No vocbulo beijam h ditongo decrescente oral e ditongo decrescente nasal.
) O se (segundo verso) tem funo sinttica de objeto direto.

05. Opte pela afirmativa falsa sobre Frontes, de Hemetrio Cabrinha:


a) Aos novos poemas do livro, o autor agregou trs composies anteriores: Satan, Caim e
O Cristo do Corcovado.
b) Frontes um livro de carter hbrido, por reunir estilos e formas diferentes.
c) Apegado apenas ao ornamentalismo parnasiano, o autor constri poemas vazios de
sentimentalismo e emoo. No h, no livro, espao para a dor e a paixo.
d) A maioria dos poemas fruto da meditao do "eu" lrico; da a obra merecer a
classificao de poesia lrica.
e) H espao no livro para poemas seminarrativos, de carter pico.
06. Leia a estrofe seguinte. Opte, depois, pela afirmativa correta:
E a boca em praga, o olhar em fogo e a mente em lava,
Conturba-se no ardor de seu sonho de lesma;
Sentindo em seus desdns a humanidade escrava
Da eterna servido hedionda de si mesma.
(Satan)
a) H, na estrofe, traos da poesia social de Castro Alves.
b) H, na estrofe, o erotismo comum nos poemas de Olavo Bilac.
c) Pode-se notar, na estrofe, um palavreado incomum para a poesia, fazendo lembrar
Augusto dos Anjos.
d) O tom filosfico do poema prprio de Raimundo Correia, autor de As Pombas.
e) As duas rimas presentes na estrofe so pobres.
07. Do livro Frontes, de Hemetrio Cabrinha, foi extrado o poema Promio, a seguir
transcrito:

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ESTUDOS LITERRIOS
Se meus versos no tm o esplendor da obra-prima,
A pureza da forma e a nobreza da rima...
Se lhes falta fulgor;
H neles, entretanto, agudos sentimentos
Suavizando o clamor dos grandes sofrimentos
Unidos pela dor.
Oiro na ganga bruta em rstica batia
Recolhido com suor dos garimpos da idia
Em horas de emoo.
Pepitas sem lavor no cadinho da vida
Onde a alma geme, chora e canta, embevecida,
Nas malhas da iluso.
Classifique as afirmativas seguintes de verdadeiras ou falsas:
1. (
) Reiterando o que afirma nos versos 1 e 2, o poema tem forma irregular:
versos heteromtricos e brancos.
2. (
) O poeta pe-se em defesa da perfeio formal, considerando os sentimentos e
a emoo como suprfluos para a arte potica.
3. (
) O vocbulo fulgor (verso 3) pode ser entendido como brilho, esplendor.
4. (
) A palavra batia, de acordo com norma prosdica, est acentuada
incorretamente.
5. (
) O acento grfico em tm (verso 1) diferencial de timbre.
08. Sobre a construo "H neles, entretanto, agudos sentimentos, suavizando o clamor
dos grandes sofrimentos", classifique as afirmativas de certas ou erradas:
1. (
) Trata-se de um perodo composto, com duas oraes.
2. (
) A orao principal tem verbo impessoal.
3. (
) A expresso "agudos sentimentos" tem a funo de objeto direto.
4. (
) O vocbulo agudos est na funo de predicativo do objeto.
5. (
) A orao subordinada adverbial.
6. (
) No vocbulo suavizando, h hiato e dgrafo.
09. Do livro Frontes, de Hemetrio Cabrinha, foi extrado o seguinte texto. Sobre ele,
casslifique as afirmativas de verdadeiras ou falsas:
Quantas queixas de amor nos olhos das estrelas,
Transbordando de fel nas rtilas pupilas!
Bem o disse Bilac: "Amai para entend-las",
E eu vos digo: "Sofrei bastante para ouvi-las".
1. (
) A estrofe um quarteto com versos alexandrinos.
2. (
) As rimas estrelas - entend-las, pupilas - ouvi-las podem ser consideras como
ricas e raras.

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ESTUDOS LITERRIOS
3. (
) Olavo Bilac poeta do Parnasianismo, autor do poema pico O Caador de
Esmeraldas.
4. (
) H, na estrofe, presena de prosopopia.
5. (
) H, na estrofe, orao subordinada substantiva apositiva.
6. (
) O monosslabo "o", em "Bem o disse Bilac", pronome demonstrativo.
10. Classifique de verdadeiras ou falsas as afirmativas seguintes, sobre a obra Frontes,
de Hemetrio Cabrinha:
1. (
) H, no livro, poemas retratando a realidade regional amaznica.
2. (
) Uma das contradies do livro a denncia social exposta pelo autor em
confronto com um Deus superior que harmoniza tudo no universo.
3. (
) A felicidade amorosa de alguns poemas contrasta com a infelicidade e
sofrimento de outros.
4. (
) O que mais sobressai nos poemas de Frontes a dor e angstia do "eu"
lrico.
11. Sobre a estrofe seguinte, classifique de verdadeiras ou falsas:
Quanta lindeza se encerra
No rinco onde nasci!
Se Deus andou pela terra
Nasceu no meu tapiri.
Decerto, porque em tudo,
Desde a relva de veludo
sombra dos igaps;
H tanta beleza, h tanta,
Que Deus parece que canta
No eco de nossa voz.
1. (
2. (
3. (
4. (
5. (
6. (

) O vocbulo onde tem funo sinttica de adjunto adverbial de lugar.


) H, na estrofe, exemplo de orao com verbo impessoal.
) O ltimo verso tem valor de adjunto adverbial de lugar.
) Os verbos nascer, andar e cantar so intransitivos.
) O verbo haver intransitivo.
) H, na estrofe, orao subordinada adverbial consecutiva.

12. Classifique de verdadeiras ou falsas as afirmativas seguintes, sobre a obra Frontes,


de Hemetrio Cabrinha:
1. (
) Nota-se, na maioria dos poemas, a falta de autenticidade do autor, falando de
sofrimento sem com ele envolver-se.
2. (
) Em alguns poemas, a espiritualidade mostra-se, s vezes, contra o
catolicismo.
3. (
) Percebe-se, no livro, uma mistura de estilos. O autor imita poetas famosos da
literatura brasileira, fazendo-lhes homenagens.
4. (
) Por ser modernista, o poeta pouco valoriza os esquemas rmicos e mtricos.

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ESTUDOS LITERRIOS
13. Relacione corretamente:
a) Frontes
b) Iracema
c) Quincas Borba
d) Mundo Mundo Vasto Mundo
1. (
) A prosa, submetida a um rigoroso tratamento lrico, ganhou aspecto de
poesia.
2. (
) Em alguns textos, o amor smbolo de realizao e felicidade, chegando a
contaminar tudo ao redor. O erotismo faz lembrar as composies de Olavo Bilac.
3. (
) O lado telrico, sensvel paisagem regional, vem tona em poemas como
Cano do Amaznida:
4. (
) Poemas que encerram mensagens filosficas, quase sempre pessimistas,
mostram a influncia do Parnanasianismo.
5. (
) O pessimismo, a desiluso, os aspectos mesquinhos do ser humano ganham
destaque no livro.
6. (
) Nos poemas Preto Velho (antiescravista) e Itatiaia, sobressai a crtica social,
at um certo ponto nacionalista.
7. (
) O folclore amaznico, com ntida influncia das tradies nordestinas,
ganham espao no livro.
14. Do livro Frontes, de Hemetrio Cabrinha, foi extrado o seguinte texto. Sobre ele,
classifique as afirmativas de verdadeiras ou falsas:
Preto-Velho j no presta...
S presta para morrer.
Nada do mundo lhe resta,
No paga a pena viver.
Teve alforria, no entanto,
Ainda o maltratam tanto
Por ter a cor negra e vil...
Mas sirva de eterno espelho,
O sangue do Preto-Velho
Est na alma do Brasil.
1. (
) Trata-se de uma dcima, com versos em redondilha maior.
2. (
) A rima espelho - velho (versos 8 e 9) imperfeita e feminina.
3. (
) A temtica do poema faz lembrar a Terceira Gerao Romntica.
4. (
) O sujeito de maltratam (verso 6) oculto (eles).
5. (
) Explica-se a prclise em "Ainda o maltratam tanto" pelo presena de
advrbio (palavra atrativa).
6. (
) A orao "Por ter a cor negra e vil..." (verso 7) subordinada adverbial
causal.

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ESTUDOS LITERRIOS
7. (
) A orao "O sangue do preto velho est na alma do Brasil" (versos 9, 10) tem
predicado nominal.
15. Leia o poema seguinte. Classifique, depois, as afirmativas de verdadeiras ou falsas:
Por que me deste sorrindo,
Tantos beijos, tanto amor?
E agora de mim fugindo,
Em meu seio vais abrindo
Uma cratera de dor?
Teu amor foi meu calvrio,
Os teus braos minha cruz.
Teu corao, meu sacrrio,
Teus lbios, meu brevirio
E os teus olhos, minha luz.
1. (
) Trata-se de quintilhas, com versos em redondilha maior.
2. (
) Pela temtica, podemos afirmar que pertence a Frontes, de Hemetrio
Cabrinha.
3. (
) Justifica-se o por que separado no primeiro verso porque a frase
interrogativa.
4. (
) A segunda estrofe contm cinco oraes, todas com predicado nominal.
5. (
) Nota-se, na segunda estrofe, presena de zeugma.
6. (
) Os vocbulos lbios, calvrio, sacrrio so acentuadas pela mesma razo.
16. Leia o poema seguinte.
"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro a janela, plido de espanto.
Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando esto contigo?
E eu vos direi: "Amai para entend-las!
Pois s quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas."
Classifique as afirmativas seguintes de verdadeiras ou falsas:
1. (
) Trata-se de um poema com versos decasslbos.
2. (
) Pela mtrica e pela rima, pode-se concluir que se filia ao Parnasianismo.
3. (
) Na construo "E abro a janela, plido de espanto", o predicado verbal.

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ESTUDOS LITERRIOS
4. (
) Na construo "E eu vos direi, no entanto, que, para ouvi-las, muita vez
desperto", h uma orao subordinada adverbial final.
5. (
) Na construo "Que sentido tem o que dizem, quando esto contigo?", h
pronome demonstrativo e pronome relativo.
6. (
) Nota-se, no primeiro terceto, presena de apstrofe.
7. (
) Na construo "E eu vos direi, no entanto, que, para ouvi-las, muita vez
desperto", h uma orao subordinada substantiva objetiva direta.
17. Leia a estrofe seguinte. Classifique, depois, de verdadeiras ou falsas as afirmativas
feitas sobre ela:
Caboclo: Nasci na selva
Onde canta o uirapuru.
Onde, no verde da relva,
Corre a algera inhambu.
No meu tapiri de palha,
Onde o cu, noite, o orvalha
E a luz da lua branqueia,
Passa o rio murmurando,
Pelos barrancos cantando
Mil canes lua cheia.
1. (
) Trata-se de uma dcima, com versos em redondilha menor.
2. (
) Os vocbulos uirapuru, inhambu e caboclo esto errados quanto
acentuao grfica.
3. (
) Os vocbulos nasci e tapiri no levam acento por serem oxtonas terminadas
em i.
4. (
) Os vocbulos lua e rio contm ditongo.
5. (
) H, na estrofe, presena de hiprbole.
6. (
) A temtica social de escravido faz lembrar a terceira gerao romntica.
7. (
) No vocbulo branqueia, h um encontro consonantal, dois dgrafos e dois
ditongos.
8. (
) Os verbos cantar (verso 2), correr (verso 4) e passar (verso 8) tm a mesma
regncia.
18. Leia a estrofe seguinte. Classifique, depois, de verdadeiras ou falsas as afirmativas
feitas sobre ela:
Teu amor foi meu calvrio,
Os teus braos minha cruz.
Teu corao, meu sacrrio,
Teus lbios, meu brevirio
E os teus olhos, minha luz
1. (

) Trata-se de uma quintilha, com versos em redondilha maior.

16

ESTUDOS LITERRIOS
2. (
3. (
crescente.
4. (
5. (
6. (
7. (

) O vocbulo olho tem plural metafnico.


) O vocbulos brevirio contm encontro consonantal, hiato e ditongo
) O vocbulo teus contm hiato.
) No vocbulo corao h ditongo decrescente nasal.
) No verso 1, os vocbulos teu e meu tm funo de adjunto adnominal.
) Os vocbulos calvrio e lbios so acentuados pela mesma regra.

19. Leia o poema seguinte. Classifique, depois, de verdadeiras ou falsas as afirmativas


feitas sobre ele:
A alma que busca exlio nas clausuras
Emotivas da vida transitria,
Traz em em sua odissia, em sua histria
As conseqncias das aes impuras.
Absorvida nas dores, nas torturas,
No desespero de uma luta inglria,
Percorre amargurada trajetria
Em sucessivas existncias duras.
Reparando a fraqueza de seus atos,
Como cegos levados pelos tatos,
Busca na treva a meta desejada.
At que um dia, em vestes vaporosas,
Abre no espao as asas luminosas
e conquista a Manso Iluminada.
(Busca da Perfeio)
1. (
) Trata-se de um soneto, com versos decasslabos.
2. (
) Pela temtica, podemos fili-lo ao movimento simbolista.
3. (
) A partcula que (verso 1) pronome relativo.
4. (
) O sujeito de busca (verso 1) a expresso "A alma".
5. (
) Os verbos trazer (verso 1), buscar (verso 11), abrir (verso 13 e conquistar
(verso 14) so transitivos diretos.
6. (
) No ltimo terceto, percebe-se uma metfora.
7. (
) No vocbulo inglria, h dgrafo, encontro consonantal e ditongo crescente.
8. (
) Os vocbulos exlio, histria e existncias so acentuados pela mesma regra.
20. Leia a estrofe seguinte. Classifique, depois, de verdadeiras ou falsas as afirmativas
feitas sobre ela:
Existem para mim s aflies extremas:
Meus punhos sentem sempre o jugo das algemas

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ESTUDOS LITERRIOS
Chumbadas s ambies dos baixos sentimentos.
Mas o que me enternece e deslumbra minhalma,
conhecer a vida e conquistar a calma
Na divina expanso dos grandes sofrimentos.
Resignao
1. (
2. (
3. (
4. (
5. (
6. (
7. (

) Trata-se de uma sextilha, com versos alexandrinos.


) O verbo existir (verso 2) transitivo direto.
) A expresso aflies extremas tem funo de sujeito.
) No vocbulo sentem, h dgrafo e ditongo decrescente nasal.
) Os verbos enternecer e deslumbrar so transitivos diretos.
) H, em todas as estrofes, exemplo de versos brancos.
) No vocbulo deslumbra h dois encontros consonantais e um dgrafo.

21. Leia as estrofes seguintes. Classifique, depois, de verdadeiras ou falsas as afirmativas


feitas sobre elas:
Mas um rumor, ao longe, de repente,
Ecoando distncia, estruge, esturra...
Uma invisvel fora o rio empurra
De encontro as margens assombrosamente
As guas fervem, tumultuam, crescem
Alagando, destruindo, aniquilando.
Num furor infernal, arrebatando
rvores altas que nas guas descem.
(A Pororoca)
1. (
) Trata-se de quartetos, com versos alexandrinos.
2. (
) Nos versos 2 e 4, h erro de crase.
3. (
) A descrio de um fenmeno da natureza aproxima o poema da esttica
parnasiana.
4. (
) O sujeito de descem (ltimo verso) "rvores altas".
5. (
) No vocbulo crescem, h encontro consonantal, dgrafo e ditongo decrescente
nasal.
6. (
) Os vocbulos distncia, invisvel e rvores so acentuados pela mesma regra.
7. (
) Nota-se no segundo quarteto presena de gradao.
22. Leia a estrofe seguinte. Classifique, depois, de verdadeiras ou falsas as afirmativas
feitas sobre ela:
Tenho um perseguidor incmodo, imprudente
Que me no deixa em paz, calmo e tranqilo.
Esconde-se a cantar a um canto, impertinente,

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ESTUDOS LITERRIOS
E eu tenho que passar a noite inteira a ouvi-lo.
1. (
2. (
3. (
4. (
5. (

) H, no primeiro verso, exemplo de predicativo do objeto.


) H, no segundo verso, exemplo de predicativo do objeto.
) H, no segundo verso, erro de colocao pronominal.
) H, na estrofe, orao subordinada adjetiva restritiva.
) H, no terceiro verso, erro de crase.

23. Leia a estrofe seguinte. Classifique, depois, de verdadeiras ou falsas as afirmativas


feitas sobre ela:
Se acaso me levanto e busco esse insolente,
Mudando de lugar ele emudece o trilo.
Enraiveo... Maldigo-o e, logo, novamente
Grita mais alto ainda... um desgraado grilo.
1. (
2. (
3. (
4. (
5. (

) Os verbos levantar e buscar esto empregados com a mesma regncia.


) O verbo maldizer est empregado como transitivo direto.
) O verbo emudecer est empregado como intransitivo.
) H, na estrofe, exemplo de rima rica.
) H, na estrofe, exemplo predicado nominal.

24. Leia as estrofes seguintes. Classifique, depois, de verdadeiras ou falsas as afirmativas


feitas sobre elas:
Hoje, pensando bem nesse irritante intruso
Cujo horrente trilar um desmedido abuso
Provocando, afinal, a minha pacincia;
Conclu: A mesma cousa nossa alma acontece:
Aps um ato mau o remorso aparece
Como o grilo a gritar dentro da conscincia.
1. (
2. (
3. (
4. (
5. (

) No primeiro terceto, h duas oraes subordinadas reduzidas.


) No primeiro verso do segundo terceito, h erro de ortografia.
) No segundo terceto, h smile.
) Os verbos pensar e provocar esto empregados com a mesma regncia.
) No primeiro terceto, h predicado nominal.

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