Modernismo em Portugal e Fernando Pessoa

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O MODERNISMO EM

PORTUGAL
GERAÇÃO DE ORPHEU
E FERNANDO PESSOA
A LÍRICA MODERNA

Característica comum a todos os


artistas da vanguarda moderna: a
ruptura com a tradição cultural e o
desejo de criar uma nova estética
em face à crise da humanidade
provocada pelos horrores do entre-
guerras.
Quando digo Eu não me refiro
apenas a mim mas a todo aquele
que couber dentro do jeito em que
está empregado o verbo na
primeira pessoa.
Almada Negreiros, A invenção do dia claro
I

Um ente de paixão e sacrifício,


De sofrimento cheio, eis a mulher!
Esmaga o coração dentro do peito,
E nem te doas coração, sequer!

Sê forte, corajoso, não fraquejes


Na luta: sê em Vénus sempre Marte;
Sempre o mundo é vil e infame e os homens
Se te sentem gemer hão-de pisar-te!

Se à vezes tu fraquejas, pobrezinho,


Essa brancura ideal de puro arminho
Eles deixam pra sempre maculada;

E gritam então vis: "Olhem, vejam


É aquela a infame!" e apedrejam
a pobrezita, a triste, a desgraçada!
Leia mais: https://www.luso-
poemas.net/modules/news03/article.php?storyid=380 © Luso-Poemas
II

Ó Mulher! Como é fraca e como és forte!


Como sabes ser doce e desgraçada!
Como sabes fingir quando em teu peito
A tua alma se estorce amargurada!

Quantas morrem saudosas duma image


Adorada que amaram doidamente!
Quantas e quantas almas endoidecem
Enquanto a boca ri alegremente!

Quanta paixão e amor às vezes têm


Sem nunca o confessarem a ninguém
Doces almas de dor e sofrimento!

Paixão que faria a felicidade


Dum rei; amor de sonho e de saudade,
Que se esvai e que foge num lamento!
Leia mais: https://www.luso-
poemas.net/modules/news03/article.php?storyid=380 © Luso-Poemas
FERNANDO
PESSOA
&
Heterônimos
“Com uma tal falta de gente coexistível,
como há hoje, que pode um homem de
sensibilidade fazer senão inventar os seus
amigos, ou quando menos, os seus
companheiros de espírito?”
A fragmentação em Fernando
Pessoa envolve um ato de
fingimento que se completa na
utilização de várias linguagens,
reveladoras do sujeito como um ser
múltiplo.
Parece que Pessoa levou ao extremo
a fragmentação, chegando mesmo à
despersonalização.
Criou não um, mas vários sujeitos
líricos. Entende-se esses sujeitos
líricos como personas, como
máscaras, como criações.
Sua obra é dividida em produção
ortônima e heterônima.

O heterônimo é um personagem criado


pelo poeta, que escreve a sua própria
obra. Tem nome, obra, biografia e,
sobretudo, um estilo próprios.
O autor, o criador do heterônimo,
passa a ser chamado de
“ortônimo” e a sua criação passa a
ser chamada de “heterônimo”, não
havendo possibilidade de
existência de um sem o outro.
Fernando Pessoa foi quem criou
essa designação e é o único caso,
até o momento, de heteronímia na
literatura universal.
OBRA ORTÔNIMA

Cancioneiro e Quadras ao
Gosto Popular - poesia lírica, de
reflexão existencial e sobre a
arte poética
Mensagem - (único livro
publicado em vida) poemas
Místicos e Nacionalistas. Divide-
se em:

 1ª parte: Brasão - feitos anteriores às navegações


 2ª parte: Mar Português - as grandes conquistas
MAR PORTUGUÊS
“Ó Mar Salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena


Se a alma não é pequena.
Quem passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu”.
POEMAS DO CANCIONEIRO:
AUTOPSICOGRAFIA
O poeta é um fingidor,
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,


Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só as que ele não tem.

E assim nas calhas de roda


Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração
Dizem que finjo ou minto
Tudo o que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação
Não uso o coração.

Tudo o que sonho ou passo,


O que me falha ou finda
É como que um terraço
Sobre outra coisa ainda.
Essa coisa é que é linda.

Por isso escrevo em meio


Do que não está ao pé,
Livre do meu enleio,
Sério do que não é.
Sentir? Sinta quem lê!.
Fernando Pessoa
OS HETERÔNIMOS
Heterónimos de Fernando Pessoa: Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos.
Desenhos de José de Almada Negreiros. Pormenor da fachada gravada da Faculdade
de Letras da U.C.L., 1957-61. França, J. Augusto (1974)
Sentir tudo de todas as maneiras,
Viver tudo de todos os lados,
Ser a mesma coisa de todos os modos possíveis ao
mesmo tempo,
Realizar em si toda a humanidade de todos os
momentos
Num só momento difuso, profuso, completo e
longínquo.

Álvaro de Campos
Quando o autor faz uso de
“heterônimos”, não se esconde sob
um nome falso. Ocorre bem o
contrário, “ele se coloca em posição
de diálogo com o sujeito lírico que
ele mesmo criou, além de assinar a
sua própria obra.”
HETERÔNIMOS PRINCIPAIS:

Alberto Caeiro
Ricardo Reis
Álvaro de Campos
Ricardo Reis Álvaro de Campos Alberto Caeiro

Médico Engenheiro Naval Camponês

Poeta culto e calmo Rebelde- tudo questiona Pouca escolaridade- poesia


voltada para natureza

Filosofia de Epicuro irônico Simplicidade da vida

Contentar-se com o que se razão Sentir- coração


tem
ALBERTO CAEIRO
nasceu em 1889 em Lisboa, mas passou toda sua
vida no campo. Não tinha profissão e educação
mínima.
Poeta da Natureza, linguagem simples,
espontânea, sem rimas, quase uma prosa.
Valoriza o viver de modo simples e objetivo.
Ficções do Interlúdio (O Guardador de Rebanhos;
O pastor Amoroso )
“É preciso desaprender as ideias para aprender as
coisas.”
Alberto Caeiro

O Pai dos heterônimos, o “mestre”. Aquele cuja poesia mais se


aproximou da do próprio Fernando Pessoa, por encontrar no
sentir a base mais sólida de se viver. Para o mestre, o que
importava era viver o mundo, era nele estar presente, sem
querer saber o porquê de estar-se ali naquele momento, sem
interrogar-se do que se vive. Para Caeiro, o objetivo era
aprender a desaprender, aprender a não pensar, a silenciar a
mente, a somente viver o contato direto com a realidade que se
tinha à frente, palpável. A vida para ele era o puro sentir.
O que valia para Caeiro era o hoje, era o presente, era o agora.
Era solitário e neutro. Contrário ao misticismo. Camponês, de
linguagem simples e paradoxal.
O GUARDADOR DE REBANHOS

“Sou um guardador de rebanhos.


O rebanho é os meus
pensamentos
E os meus pensamentos são todos
sensações
Penso com os olhos e com os
ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.”
METAFÍSICA
“Há metafísica bastante em não pensar em nada.
O mistério das coisas? Sei lá o que é o mistério!
O único mistério é haver quem pense no mistério.
(...)
É essa a única missão no Mundo
Essa – existir claramente,
E saber fazê-lo sem pensar nisso.”
RICARDO REIS

nasceu em 1887 na cidade do Porto. Foi


educado num colégio jesuíta, representa a face
humanista de Fernando Pessoa. Estudou grego,
latim e formou-se em medicina. Em 1919 vem
ao Brasil.
Escreveu Odes (composição poética lírica que
entre os gregos antigos se destinava a ser
cantada) com linguagem trabalhada e purista
(postulados gramaticais rígidos).
Sua temática é de inspiração clássica (Concebe
a vida estoicamente).
Ricardo Reis

A veia clássica dos heterônimos de Fernando Pessoa.


Monarquista, educado em colégio de jesuístas,
amante das culturas grega e latina. Buscou sempre o
mais alto, o impossível em sua poesia, esta refinada,
concisa, com linguagem bem trabalhada e
vocabulário rebuscado. Participou bastante da revista
Presença, da denominada 2ª fase do modernismo
português.
Seus poemas eram odes, poemas líricos, com
métrica, estrofes regulares e variáveis. Suas odes
voltavam-se aos deuses da mitologia grega. Ao
contrário de seu mestre, Reis pensava bastante nos
deuses, esses que, para ele, controlavam o destino
dos homens e estavam acima de tudo.
ODES
Para ser grande, sê inteiro:
nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe
quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua
toda
Brilha, porque alta vive
NÃO SÓ QUEM NOS ODEIA OU NOS
INVEJA

Nos limita e oprime; quem nos ama


Não menos nos limita.
Que os deuses me concedam que, despido

De afetos, tenha a fria liberdade


Dos píncaros sem nada.
Quem quer pouco, tem tudo; quem quer nada
É livre; quem não tem, e não deseja,
Homem, é igual aos deuses.
ÁLVARO DE CAMPOS
nasceu em 1890, em Tavira. Estudou engenharia
(mecânica e naval) na Escócia. Sua obra é dividida
em 3 fase:
1ª Influência Simbolista, tédio diante do mundo –
“Opiário”
2ª Influência do Modernismo, poemas futuristas –
“Ode Triunfal” e “Ode Marítima”
3ª Poesia amarga e angustiada, imagens de uma
vida vazia, desencontro do sujeito com o mundo –
“Tabacaria” e “Lisbon Revisited”.
Álvaro de Campos é o mais fecundo e versátil
heterônimo de Fernando Pessoa, e também o
mais nervoso e emotivo, por vezes até histérico.
Com algumas composições iniciais, que devem
algo ao Decadentismo ("Opiário"), Álvaro de
Campos é, sobretudo, o futurista da exaltação
da energia até ao paroxismo (ao auge), da
velocidade e da força da civilização mecânica do
futuro, patentes na "Ode Triunfal".
É o único heterônimo que conhece
uma evolução ("Fui em tempos
poeta decadente; hoje creio que
estou decadente, e já não o sou").
Passa por três fases:
 a decadentista,
a futurista e sensacionista e, por fim,
a intimista-melancólica.
LISBON REVISITAD
“Não : não quero nada.
Já disse que não quero nada.
Não me venham com conclusões!
A única conclusão é morrer.
Não me tragam estéticas!
Não me falem em moral!
(...)
Não me peguem no braço!
Não gosto que me peguem no braço. Quero ser sozinho.
Já disse que sou sozinho!
Ah, que maçada quererem que eu seja da companhia!”
TABACARIA
(fragmento)

Não sou nada.


Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é
(E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,
Com a morte a por umidade nas paredes e cabelos brancos nos homens,
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.

Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.


Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
E não tivesse mais irmandade com as coisas
Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada
De dentro da minha cabeça,
FERNANDO PESSOA
NOS VESTIBULARES E
NO ENEM
QUESTÃO 01
“Como aludido, Ricardo Reis é um poeta doutrinário. Ele
considera a existência humana um jogo em que, por
definição, sairemos derrotados – o xeque-mate nos é
aplicado pelas mãos hábeis e insondáveis do Destino.”

(OLIVEIRA, Paulo. In: Revista Discutindo Literatura. Ano 1,


2. ed.)

Segundo a citação, Ricardo Reis – heterônimo pagão de


Fernando Pessoa – põe a existência humana nas mãos
das forças irrevogáveis do Destino. Há momentos que
seus versos inflamam-se de tamanha consciência da
brevidade da vida, que beiram a um pessimismo esnobe
por considerar-se único sabedor de que tudo passa.
Deste modo investe-se de certo didatismo e convida o
leitor a atentar para a consciência de que nada somos,
de que nada sabemos. Com base na citação e na
afirmação, interprete os versos em que o poeta,
afastando-se dessa linha, propõe uma meta apenas para
a) Ninguém, na vasta selva virgem
Do mundo inumerável, finalmente
Vê o Deus que conhece.

b) Seja qual for o certo,


Mesmo para com esses
Que cremos sejam deuses, não sejamos
Inteiros numa fé talvez sem causa.

c) Deixemos, Lidia, a ciência que não põe


Mais flores do que a Flora pelos mesmos campos
Nem dá de Apolo ao carro
Outro curso que Apolo.

d) Quero ignorado, e calmo


Por ignorado, e próprio
Por calmo encher meus dias.
De não querer mais deles.

e) Não te destines que não és futura.


Quem sabe se, entre a taça que esvazias,
E ela de novo enchida, não te há sorte
Interpõe o abismo?
a) Ninguém, na vasta selva virgem
Do mundo inumerável, finalmente
Vê o Deus que conhece.

b) Seja qual for o certo,


Mesmo para com esses
Que cremos sejam deuses, não sejamos
Inteiros numa fé talvez sem causa.

c) Deixemos, Lidia, a ciência que não põe


Mais flores do que a Flora pelos mesmos campos
Nem dá de Apolo ao carro
Outro curso que Apolo.

d) Quero ignorado, e calmo


Por ignorado, e próprio
Por calmo encher meus dias.
De não querer mais deles.

e) Não te destines que não és futura.


Quem sabe se, entre a taça que esvazias,
E ela de novo enchida, não te há sorte
Interpõe o abismo?
QUESTÃO 02
(UFPE) Fernando Pessoa é considerado o maior poeta do
primeiro Modernismo português, pela genial versatilidade de
sua criação. Leia o poema abaixo e analise as questões
seguintes.

Gato que brincas na rua


Como se fosse na cama,
Invejo a sorte que é tua
Porque nem sorte se chama.

Bom servo das leis fatais


Que regem pedras e gentes,
Que tens instintos gerais
E sentes só o que sentes.

És feliz porque és assim,


Todo o nada que és é teu.
Eu vejo-me e estou sem mim,
Conheço-me e não sou eu.

(Fernando Pessoa, Obra Poética.)


( ) Fernando Pessoa, o ortônimo, escreveu uma poesia
diversificada. Além de seu cancioneiro, dialogou, por
exemplo, com a literatura quinhentista, como no caso da
obra Mensagem; compôs poemas dramáticos, poemas
ingleses e quadras ao gosto popular.
( ) No poema lido, o olhar do eu lírico se move para as
coisas ínfimas, para o pormenor, o que desperta a reflexão
filosófica e faz encontrar nessas coisas significados
maiores.
( ) Tal como em Tabacaria, do heterônimo Álvaro de
Campos, em que o poeta se fixa na rapariga que come
chocolate, o poema destacado reflete um momento
existencial do eu lírico, em que a atenção se foca na falta
de preocupação do gato, que espanta o poeta e lhe inspira
inveja.
( ) O sujeito do discurso sente inveja do gato porque o
animal, seguindo a lei de seu destino, sente prazer em
brincar sem ter disso consciência, o que nos permite
remeter à filosofia do heterônimo Alberto Caeiro, para
quem “a luz do sol vale mais que os pensamentos”.
( ) Os dois últimos versos do poema encerram um lamento
do eu lírico e permite concluir que o gato, ao contrário do
(V ) Fernando Pessoa, o ortônimo, escreveu uma poesia
diversificada. Além de seu cancioneiro, dialogou, por
exemplo, com a literatura quinhentista, como no caso da
obra Mensagem; compôs poemas dramáticos, poemas
ingleses e quadras ao gosto popular.
( V ) No poema lido, o olhar do eu lírico se move para as
coisas ínfimas, para o pormenor, o que desperta a reflexão
filosófica e faz encontrar nessas coisas significados
maiores.
(V ) Tal como em Tabacaria, do heterônimo Álvaro de
Campos, em que o poeta se fixa na rapariga que come
chocolate, o poema destacado reflete um momento
existencial do eu lírico, em que a atenção se foca na falta
de preocupação do gato, que espanta o poeta e lhe inspira
inveja.
(V ) O sujeito do discurso sente inveja do gato porque o
animal, seguindo a lei de seu destino, sente prazer em
brincar sem ter disso consciência, o que nos permite
remeter à filosofia do heterônimo Alberto Caeiro, para
quem “a luz do sol vale mais que os pensamentos”.
(F ) Os dois últimos versos do poema encerram um
lamento do eu lírico e permite concluir que o gato, ao
contrário do poeta, não se vê e está centrado em si; não se
conhece, mas sabe o que é, ou seja, um gato.
QUESTÃO 03
Relacione os fragmentos a seguir de acordo com as
características dos heterônimos de Fernando Pessoa:
I.
“(...) Mas serenamente
Imita o Olimpo
No teu coração.
Os deuses são deuses
Porque não se pensam.”
II.
“(...) Começo a conhecer-me. Não existo.
Sou o intervalo entre o que desejo ser e os
outros me fizeram,
ou metade desse intervalo, porque também há
vida ...
Sou isso, enfim (...)”.
III.
“(...) Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar ...
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência não pensar...”.
IV.
“(...) Será que em seu movimento
A brisa lembre a partida,
Ou que a largueza do vento
Lembre o ar livre da ida?
Não sei, mas subitamente
Sinto a tristeza de estar
O sonho triste que há rente
Entre sonhar e sonhar.”
( ) Bernardo Soares.
( ) Álvaro de Campos.
( ) Alberto Caeiro.
( ) Ricardo Reis.
a) IV, II, III e I.
b) I, II, IV e III.
c) III, I, IV e II.
d) II, IV, I e III.
( IV) Bernardo Soares.
(II ) Álvaro de Campos.
(III ) Alberto Caeiro.
(I ) Ricardo Reis.
a) IV, II, III e I.
b) I, II, IV e III.
c) III, I, IV e II.
d) II, IV, I e III.
COMENTÁRIOS AO GABARITO DA
QUESTÃO 03
Bernardo Soares é uma espécie de alter ego do
poeta. É dele uma das mais importantes obras
de Fernando Pessoa, Livro do desassossego. A
principal característica de Alberto Caeiro é a
forte ligação com a natureza e a negação de
qualquer tipo de pensamento filosófico. Entre
todos os heterônimos, Álvaro de Campos foi o
único a apresentar fases poéticas diferentes: foi
decadentista, futurista e niilista. Concebida no
estilo Neoclássico, a poesia de Ricardo Reis
caracteriza-se pelo emprego de uma linguagem
culta e precisa, distante de espontaneidade.
QUESTÃO 04
ENEM 2004

A tirinha de Hagar estabelece um interessante contraponto com o


poema Eu sou do tamanho do que vejo, de Alberto Caeiro

Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no Universo...


Por isso minha aldeia é grande como outra qualquer
Porque sou do tamanho do que vejo
E não do tamanho da minha altura...
(Alberto Caeiro)
A tira Hagar e o poema de Alberto Caeiro (um dos
heterônimos de Fernando Pessoa) expressam, com
linguagens diferentes, uma mesma ideia: a de que a
compreensão que temos do mundo é condicionada,
essencialmente,
a) pelo alcance de cada cultura.
b) pela capacidade visual do observador.
c) pelo senso de humor de cada um.
d) pela idade do observador.
e) pela altura do ponto de observação.
A tira Hagar e o poema de Alberto Caeiro (um dos
heterônimos de Fernando Pessoa) expressam, com
linguagens diferentes, uma mesma ideia: a de que a
compreensão que temos do mundo é condicionada,
essencialmente,
a) pelo alcance de cada cultura.
b) pela capacidade visual do observador.
c) pelo senso de humor de cada um.
d) pela idade do observador.
e) pela altura do ponto de observação.

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