1.

(FUVEST) Poderamos sintetizar uma das caractersticas do Romantismo pela seguinte aproximao de opostos: Parte superior do formulrio Aparentemente idealista, foi, na realidade, o primeiro momento do Naturalismo Literrio. Cultivando o passado, procurou formas de compreender e explicar o presente. Pregando a liberdade formal, manteve-se preso aos modelos legados pelos clssicos. Embora marcado por tendncias liberais, ops-se ao nacionalismo poltico. Voltado para temas nacionalistas, desinteressou-se do elemento extico, incompatvel com a exaltao da ptria. Parte inferior do formulrio 2. Se uma lgrima as plpebras me inunda, Se um suspiro nos seios treme ainda. pela virgem que sonhei... que nunca Aos lbios me encostou a face linda!

(lvares de Azevedo)

A caracterstica do Romantismo mais evidente desta quadra : Parte superior do formulrio o espiritualismo. o pessimismo. a idealizao da mulher. o confessionalismo. a presena do sonho. Parte inferior do formulrio 3. Minhalma triste como a rola aflita Que o bosque acorda desde o albor da aurora, E em doce arrulo que o soluo imita O morto esposo gemedora chora.

(Casimiro de Abreu)

A estrofe apresentada revela uma situao caracteristicamente romntica. Aponte-a. Parte superior do formulrio A natureza agride o poeta: neste mundo, no h amparo para os desenganos amorosos. A beleza do mundo no suficiente para mitigar a solido do poeta. A morte, impregnando todos os seres e coisas, tira do poeta a alegria de viver. O poeta recusa valer-se da natureza, que s lhe traz a sensao da morte. O poeta atribui ao mundo exterior estados de esprito que o envolvem. Parte inferior do formulrio 5. TEXTO 1 Minha terra tem macieiras da Califrnia onde cantam gaturamos de Veneza. Os poetas da minha terra so pretos que vivem em torres de ametista, os sargentos do exrcito so monistas, cubistas, os filsofos so polacos vendendo a prestaes. A gente no pode dormir com os oradores e os pernilongos. Os sururus em famlia tm por testemunha a Gioconda. Eu morro sufocado em terra estrangeira. Nossas flores so mais bonitas nossas frutas mais gostosas mas custam mais de cem mil-ris a dzia. Ai quem me dera chupar carambola de verdade

e ouvir um sabi com certido de idade. (Murilo Mendes)

TEXTO 2 l? ah sabi... pap... man... sof... sinh... c? bah (Jos Paulo Paes) Os textos acima parodiam importante poema de nossa literatura, cujo autor foi: Parte superior do formulrio lvares de Azevedo Gonalves Dias Fagundes Varela Gonalves de Magalhes Casimiro de Abreu Parte inferior do formulrio 6. (FUVEST) Cantei o monge, porque ele escravo, no da cruz, mas do arbtrio de outro homem. Cantei o monge, porque no h ningum que se ocupe de cant-lo. E por isso que cantei o monge, cantei tambm a morte. ela o eplogo mais belo de sua vida: e seu nico triunfo. O autor do trecho acima um poeta da segunda gerao romntica brasileira. Pelo fato de no utilizar frequentemente um tipo de linguagem prpria da gerao em que se encaixa, oscila, muitas vezes, entre a tradio clssica e o pessimismo. Trata-se de: Parte superior do formulrio Castro Alves. Junqueira Freire. Gonalves Dias. Casimiro de Abreu. Gonalves de Magalhes. Parte inferior do formulrio Era um sonho dantesco... O tombadilho Que das luzernas avermelha o brilho, Em sangue a se banhar. Tinir de ferros... estalar do aoite... Legies de homens negros como a noite, Horrendos a danar... (Castro Alves) Aponte a alternativa que no se aplica ao texto: Parte superior do formulrio O sonho dantesco a que se refere o poeta compe-se de figuras humanas, os escravos. Sonho dantesco remete s cenas horrveis do "Inferno", descritas na Divina Comdia, de Dante Alighieri.

O sonho dantesco expressa a indignao do eu-lrico diante do desajuste opressor/oprimido da sociedade brasileira do sculo XIX. A expresso sonho dantesco conota a recusa em admitir que o que se via era real. O sonho dantesco o resultado da inadaptao do poeta ao mundo, devido a seus conflitos exclusivamente interiores. Parte inferior do formulrio 8. Leia atentamente o texto abaixo Ontem plena liberdade... A vontade por poder... Hoje... cm'lo de maldade! Nem so livres pra... morrer! Prende-os a mesma corrente Frrea, lgubre serpente Nas roscas da escravido... (...) Senhor Deus dos desgraados! Dizei-me vs, Senhor Deus! Se eu deliro... ou se verdade Tanto horror perante os cus... Sobre esse texto, no correto afirmar que: Parte superior do formulrio mostra o trao romntico do inconformismo. d tratamento eloquente linguagem para tratar do tema da escravido. pode ser identificado com a poesia abolicionista de Castro Alves. pelo tema que explora classifica-se na corrente social da poesia romntica. traduz o pessimismo e o egocentrismo do poeta romntico diante da impossibilidade de mudar o mundo. Parte inferior do formulrio 9. (FUVEST) Oh! Bendito o que semeia Livros... livros mo cheia... E manda o povo pensar! O livro caindo n'alma germe - que faz a palma, chuva - que faz o mar. Vs, que o templo das idias Largo - abris s multides, P'ra o batismo luminoso Das grandes revolues, Agora que o trem de ferro Acorda o tigre no cerro E espanta os caboclos nus, Fazei desse "rei dos ventos" Ginete dos pensamentos, Arauto da grande luz!... (Castro Alves) O tratamento dado aos temas do livro e do trem de ferro, nesses versos de "O livro e a Amrica", permite afirmar corretamente que, no contexto de Espumas Flutuantes, Parte superior do formulrio o poeta romntico assume o ideal do progresso, abandonando as preocupaes com a Histria. o entusiasmo pelo progresso tcnico e cultural determina a superao do encantamento pela natureza. o entusiasmo pelo progresso cultural se contrape ao temor do progresso tcnico, que agride a natureza. o poeta romntico se abre ao progresso e tcnica, em que no v incompatibilidade com os ciclos naturais o poeta romntico prope que literatura e natureza somem foras contra a invaso do progresso tcnico.

Parte inferior do formulrio 10. (FUVEST) LEITO DAS FOLHAS VERDES Por que tardas, Jatir, que tanto a custo voz do meu amor moves teus passos? Da noite a virao. movendo as folhas, J nos cimos do bosque rumoreja. Eu sob a copa da mangueira altiva Nosso leito gentil cobri zelosa Com mimoso tapiz de folhas brandas, Onde o frouxo luar brinca entre flores. Do tamarindo a flor abriu-se, h pouco, J solta o bogari mais doce aroma! Como prece de amor, como estas preces, No silncio da noite o bosque exala. Brilha a lua no cu, brilham estrelas, Correm perfumes no correr da brisa, A cujo influxo mgico respira-se Um quebranto de amor, melhor que a vida! A flor que desabrocha ao romper d'alva Um s giro do sol, no mais, vegeta: Eu sou aquela flor que espero ainda Doce raio do sol que me d vida. (Gonalves Dias) Assinale a alternativa correta com relao ao texto. Parte superior do formulrio Principalmente pela manifestao de elementos simblicos, tais como "luar", "vales", "bosque" e "perfumes", pode-se dizer que o poema muito se aproxima da esttica simbolista. O poema romntico indianista recupera as antigas cantigas de amigo medievais, para expressar o amor por meio da espera. O poema de Gonalves Dias demonstra profunda influncia renascentista, recebida principalmente de Cames. Apesar da intensa presena da natureza, o poema em questo j se aproxima do Parnasianismo, pela presena dos elementos mitolgicos. Mesmo sendo romntico, notam-se ainda no poema os aspectos marcantes do Arcadismo, principalmente no que diz respeito ao bucolismo. Parte inferior do formulrio

Literatura - Romantismo (10 questes) 1. (FUVEST) Poderamos sintetizar uma das caractersticas do Romantismo pela seguinte aproximao de opostos: Cultivando o passado, procurou formas de compreender e explicar o presente. Voltado para temas nacionalistas, desinteressou-se do elemento extico, incompatvel com a exaltao da ptria. Comentrio:A liberdade de criao propiciou ao romntico a amplitude temtica, reforada pela multiplicidade de assuntos que oferecia o mundo da poca, com seus conflitos, transformaes e interesses. 2. Se uma lgrima as plpebras me inunda, Se um suspiro nos seios treme ainda. pela virgem que sonhei... que nunca Aos lbios me encostou a face linda! (lvares de Azevedo)

A caracterstica do Romantismo mais evidente desta quadra : a idealizao da mulher. Comentrio:A figura da mulher quase sempre convertida em anjo, figura poderosa e inatingvel, ou em demnio, capaz de mudar a vida do homem, de lev-lo morte e loucura. 3. Minhalma triste como a rola aflita Que o bosque acorda desde o albor da aurora, E em doce arrulo que o soluo imita O morto esposo gemedora chora. (Casimiro de Abreu) A estrofe apresentada revela uma situao caracteristicamente romntica. Aponte-a. O poeta recusa valer-se da natureza, que s lhe traz a sensao da morte. O poeta atribui ao mundo exterior estados de esprito que o envolvem. Comentrio:Casimiro de Abreu quase sempre tido como ingnuo. Poeta de enorme popularidade, sua obra oferece um acesso fcil, musical, sem complexidade filosfica ou psicolgica, que agrada os leitores menos exigentes. 4. (FUVEST) "O indianismo dos romnticos [...] denota tendncia para particularizar os grandes temas, as grandes atitudes de que se nutria a literatura ocidental, inserindo-as na realidade local, tratando-as como prprias de uma tradio brasileira." (Antonio Candido, Formao da Literatura Brasileira) Considerando-se o texto acima, pode-se dizer que o indianismo, na literatura romntica brasileira: procurou adaptar os modelos europeus realidade local. Comentrio:A alternativa explicitada no texto de Antonio Candido, que se refere insero dos temas e atitudes da literatura romntica ocidental na realidade local, tratando-os como prprios de uma tradio brasileira. Segundo o crtico, a realidade local foi subordinante e os modelos europeus foram adaptados a ela. A alternativa B, que pode ter confundido o estudante, inverte a relao entre subordinante e subordinado, como proposta no fragmento transcrito. 5. TEXTO 1 Minha terra tem macieiras da Califrnia onde cantam gaturamos de Veneza. Os poetas da minha terra so pretos que vivem em torres de ametista, os sargentos do exrcito so monistas, cubistas, os filsofos so polacos vendendo a prestaes. A gente no pode dormir com os oradores e os pernilongos. Os sururus em famlia tm por testemunha a Gioconda. Eu morro sufocado em terra estrangeira. Nossas flores so mais bonitas nossas frutas mais gostosas mas custam mais de cem mil-ris a dzia. Ai quem me dera chupar carambola de verdade e ouvir um sabi com certido de idade. (Murilo Mendes)

TEXTO 2 l? ah sabi... pap... man... sof... sinh... c? bah (Jos Paulo Paes)

Os textos acima parodiam importante poema de nossa literatura, cujo autor foi: Gonalves Dias Comentrio:Os textos apresentados pertencem 1 gerao modernista, que tinha como uma de suas caractersticas parodiar as produes literrias dos primeiros movimentos literrios nacionais. Neste caso, o poema "Cano do Exlio", de Gonalves Dias. 6. (FUVEST) Cantei o monge, porque ele escravo, no da cruz, mas do arbtrio de outro homem. Cantei o monge, porque no h ningum que se ocupe de cant-lo. E por isso que cantei o monge, cantei tambm a morte. ela o eplogo mais belo de sua vida: e seu nico triunfo. O autor do trecho acima um poeta da segunda gerao romntica brasileira. Pelo fato de no utilizar frequentemente um tipo de linguagem prpria da gerao em que se encaixa, oscila, muitas vezes, entre a tradio clssica e o pessimismo. Trata-se de: Junqueira Freire. Casimiro de Abreu. Comentrio:Junqueira Freire, injustamente banido de nossas antologias escolares, autor de Inspiraes do Claustro e Contradies Poticas, coletneas de poemas romnticos da 2 gerao, chamada individualista, mal-do-sculo, byroniana, gtica, ultra-romntica. Conhecido como o "poeta-monge", Junqueira Freire tentou, na vida monstica, a superao das tenses adolescentes, enclausurandose num mosteiro sob o nome eclesistico de Frei Lus da Santa Escolstica. Sem vocao genuinamente mstica e asctica, a soluo escapista da vida monacal chocava-se com as pulses erticas e mrbidas da adolescncia romntica. Sua poesia, por vezes prxima do melhor lvares de Azevedo, , em grande parte, projeo desse conflito, como demonstra o texto que encabea a questo. 7. Era um sonho dantesco... O tombadilho Que das luzernas avermelha o brilho, Em sangue a se banhar. Tinir de ferros... estalar do aoite... Legies de homens negros como a noite, Horrendos a danar... (Castro Alves) Aponte a alternativa que no se aplica ao texto: O sonho dantesco a que se refere o poeta compe-se de figuras humanas, os escravos. O sonho dantesco o resultado da inadaptao do poeta ao mundo, devido a seus conflitos exclusivamente interiores. Comentrio:A obra de Castro Alves marcada pela preocupao com questes cadentes de seu tempo, com o abolicionismo e a expanso do movimento republicano. 8. Leia atentamente o texto abaixo Ontem plena liberdade... A vontade por poder... Hoje... cm'lo de maldade! Nem so livres pra... morrer! Prende-os a mesma corrente Frrea, lgubre serpente Nas roscas da escravido... (...) Senhor Deus dos desgraados! Dizei-me vs, Senhor Deus! Se eu deliro... ou se verdade Tanto horror perante os cus... Sobre esse texto, no correto afirmar que: d tratamento eloquente linguagem para tratar do tema da escravido. traduz o pessimismo e o egocentrismo do poeta romntico diante da impossibilidade de mudar o mundo. Comentrio:A alternativa e equivocada, pois no se verificam no texto apresentado o pessimismo e o egocentrismo, caractersticas da 2 gerao romntica. O texto em questo corresponde poesia da 3 gerao romntica, dita condoreira. 9. (FUVEST) Oh! Bendito o que semeia Livros... livros mo cheia... E manda o povo pensar! O livro caindo n'alma germe - que faz a palma, chuva - que faz o mar. Vs, que o templo das idias Largo - abris s multides,

P'ra o batismo luminoso Das grandes revolues, Agora que o trem de ferro Acorda o tigre no cerro E espanta os caboclos nus, Fazei desse "rei dos ventos" Ginete dos pensamentos, Arauto da grande luz!... (Castro Alves) O tratamento dado aos temas do livro e do trem de ferro, nesses versos de "O livro e a Amrica", permite afirmar corretamente que, no contexto de Espumas Flutuantes, o poeta romntico se abre ao progresso e tcnica, em que no v incompatibilidade com os ciclos naturais o poeta romntico prope que literatura e natureza somem foras contra a invaso do progresso tcnico. Comentrio:Ao aproximar metaforicamente o livro ao "germe" e "chuva", na primeira estrofe, e, ao fazer o trem de ferro acordar o "tigre" e espantar "os caboclos nus", o poeta relaciona as imagens do progresso e da tcnica s sugestes da natureza e no v qualquer incompatibilidade entre esses dois universos, que outros romnticos concebiam antagnicos e inconciliveis. 10. (FUVEST) LEITO DAS FOLHAS VERDES Por que tardas, Jatir, que tanto a custo voz do meu amor moves teus passos? Da noite a virao. movendo as folhas, J nos cimos do bosque rumoreja. Eu sob a copa da mangueira altiva Nosso leito gentil cobri zelosa Com mimoso tapiz de folhas brandas, Onde o frouxo luar brinca entre flores. Do tamarindo a flor abriu-se, h pouco, J solta o bogari mais doce aroma! Como prece de amor, como estas preces, No silncio da noite o bosque exala. Brilha a lua no cu, brilham estrelas, Correm perfumes no correr da brisa, A cujo influxo mgico respira-se Um quebranto de amor, melhor que a vida! A flor que desabrocha ao romper d'alva Um s giro do sol, no mais, vegeta: Eu sou aquela flor que espero ainda Doce raio do sol que me d vida. (Gonalves Dias) Assinale a alternativa correta com relao ao texto. O poema romntico indianista recupera as antigas cantigas de amigo medievais, para expressar o amor por meio da espera. Mesmo sendo romntico, notam-se ainda no poema os aspectos marcantes do Arcadismo, principalmente no que diz respeito ao bucolismo. Comentrio:A alternativa b a nica que contempla corretamente uma caracterstica relevante do poema de Gonalves Dias: a presena de um emissor, de um eu-lrico feminino, maneira das cantigas de amigo da tradio medieval lusa, de cunho provavelmente autctone, pr-literrio, anterior influncia mais refinada da poesia trovadoresca das Cortes ocitnicas. Mas, contrariamente espontaneidade dos cantares de amigo, o poema de Gonalves Dias resulta de uma sofisticada elaborao imagtica, ocultando sob o ritmo prosaico dos versos brancos requintados jogos sonoros, que incluem o aproveitamento da sonoridade da lngua indgena: "bagari", "arasia" etc.