FICO Carlos A Historia Que Temos Vivido
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A histria
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Acessado em 15
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www.casadasafricas,org.brlsite/irng/upload/665414,pcU>,
expresso
no diz respeito
voltada apenas
assinala o incio de
de outras, assemelhadas,
que designaram
desde a Antiguidade,
somente
a hist-
de distanciamento
ou as limitaes
modalidade,
tericas,
impostas
pela
disciplina histrica.
Antes de argumentar,
1'01'//18
xx. A
que se estender
por historiadores
como a necessidade
11111. 010,
I
histrico
no uma especialidade
ao sculo
1"li '. ;\n 101a,27 anos depois ... Golpe fraccionista, Disponvel em <http:! I
11,
um perodo
presente
peculiares
I i'l ''')S,
do tempo
para assuntos
questes
relaes
que pretendo
entre
abordar
erspectiva,
~stemu~o
':.i~terdio
Acessado
2010.
um general
moderado
por qu
11"
que ocupou
(1964-1985),
em 1968, a decretao
o regime,
'I
tornou-se
illl 'rrogatrios
prtica sistemtica
de todos quantos
de "subverso".
'Ipoiou
"olllunistas,
de protesto
que lideravam,
.straram o embaixador
po,' um instante
e o corrigi
'1\1/.'()' s qucstro
IIlom .ntn
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compreensivo:
exaltou-se.
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Eu o olhei
o senhor sabe
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militar:
os que atuaram
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da histria
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problemas
Refiro-me
resente
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percalos,
at afirmar-se
praticada
I 11111111111111,1111101
traum-
que tm animad;
exclusivamente
a ela.
durante
a Antiguidade,
a Ida-
plenamente
de "eventos
~;;;;'e--;:
tericos
no digam respeito
A inter-
dos coetneos;
e a memria
metodolgica
apenas por
ela ressurgiria,
enfrentando
seno o da luta
OD nsivo daquela"
pe~stemunho
pragmtica
embora,
ue encerrou
e recuo tem ~;
diante
caminho
aditadurahaviaendur
da luta armada
nt
""1,\11.1, [ustarn
I,
confrontada
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e irretor uivel
ticos" -
ue ex ~i-
ue at ento no hav-
do historiador
autntico
de ento,
histrico
pretao
~gundo
Camos
eu e ele, um distanciamento
comprometendo,
democracia,
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Ele
flagrado na entrevista
11rl',~t<
p'
mentamos,
torturada!".
A partir
eram suspeitos
Como se v, o "falseamento"
at ento res-
autoritrio.
levantou-se
em profundo
perguntei
do Ato Institucional
senhora
impor-
para despertar
o interesse
no contexto
studos historiogrficos,
,~('lIS
hlstria
nhrc
contempornea
p rodo recente,
reclamava
que a Alemanha
ao contrrio
da Frana e da Inglaterra.
que se tornariam
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II1d
, a ar-
d rc dos Annales.'
Henry Rousso,
ainda bastante
at
a "atitude prudente
(Rousso, 2007:278).
de
Michelle Perrot
nos anos 1950, que dificultava a abordagem da histria do tempo presente (Perrot,
1993:254).
da especialidade
rei Leopoldo III da B.lgica no episdio de sua rendio aos alemes. Mar-
ada pela histria poltica tradicional, a produo dessa fase deu visibilidade
-----
a histria
----- - ~..
-"
._._-
~--,
te~
marcantes -
enfoques da hist~o
se tornaram.
importncia
praticada
A c~o
tempo presente
do Institut
na Fra~~~m
explcito de configurar um
distinto da modalidade
existente at o sculo
esporadicamente
ddos (Ernst,
sobretudo
contas com o
Zeitpeschichte -
na medida em
que o instituto francs, apesar de ter sido criado como herdeiro do antigo
omit d'Histoire
atual, assinalou a
em seus pro-
a interdi-
assado traumtico.
uma
foram v-;;-
da modalidade
na Fran a e na Alemanha
de enten-
contex-
diferenar-se, no obstante
tambm
pretendesse
ocupar-se
da histria
Ii
uci nF bvrecontraahistriavnemen-
de Mu-
'''"'''\II.I~',t(I'
, 111.1111
1111
d 'pois se translorm.u-l.,
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I-
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A disposio combativa deu a impresso de que a histria do tempo presente surgiu na
Frana, o que certamente no o caso. Ver, por exemplo, Arstegui (1998: 16).
3 Segundo Grard Noiriel, a histria contempornea teria ficado restrita ao ensino desde
a criao de cadeiras de histria contempornea na Sorbonne, a partir de 1884, com o
que ficaram desqualificados os historiadores no universitrios que faziam oposio
Terceira Repblica abordando o perodo recente. Ver Noiriel (1998).
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'slalwll'l'iI1H'1110 dI'
nt ao essencialmente
metodolgica
1I1.\isespinhosos
presente:
na afirmao
confrontar
como o da perspectiva
nhj to ou da neutralidade
N '
evitando
cientfica,
de que a especialidade
1111'
.riores" como o jornalismo,
a que m
r ,firo tal
os problemas
,10 presidente
('culo XX -,
histrica,
do distanciamento
era rigorosa,
do
sobre
1967).
historiador
1I1.ls,mas tambm
dI' 'ornunicao
um cone do
com o .ornalismo
de memorialistas
uma antecipao
bs stante tempo.
para encontrar
de massa, sobretudo
de te-
de integrantes
(1985). As interpre-
,,',do
os perodos
de Moderna"
v iculada tm -
Koselleck,
Heeren
quartel
de Heeren
ou "histria
contempornea"
do prprio
literalmente
tempo"-
cesa, conforme
sobre a estranheza
O()
atamar desprestig~o
(Koselleck,
"armadilha"
contra a
O_direito de e~a-
I 'ut r vista Sobre a histria do tempo presente com o historiador Henry Rousso concedld,\ Arend e Macedo (2009:205).
I
do sculo XX, no
(apud Kosel-
no prosperou:
o prprio
e tambm
"histria
do nosso tempo",
para
fixou-se o termo
Zeit-
presente),
''histria
do tempo",
como abreviao
incorporado
de ''histria
tradio fran-
1101-"firmou a leitura de
ara esse
contempo-
Leopold von Ranke usou a expresso "histria dos tempos mais recentes"
da ltima
(apud Koselleck,
Em resumo, como afirmou Kosellec~ em seu estudo sobre os conceilos de movimento na modernidade,
de 1977, a tpica do "gnero infear.s a interdi-
de "histria
geschichte,
o resente,
da histria "se-
ao perodo
no existiria um
ue a histria do tem
-,
atribui
(Koselleck,
com que
conceituais,
de algum modo,
cultura da mercadoria"
aqueles
em seus levantamentos
contempornea,
tomou
quanto
estariam,
chama de "fatos
da especialidade
afirma que
circunstncia
deveu-se
que a
to inadequado
anteriores
gerao
, uma atrbui
.om a autoridade
ironizar, podemos
um nome
11111\11.1,,1111111,Iclol cI'",1l1
do trabalho do historiador.
Se quisermos
jamais conseguia
histricos":
, no rol daquilo
alemo Arnold
dos jornalistas
I I
rllll",I 11111.111,'
do
conscientemente.
I,ss,
rn
lnduhitavelment
batizamos
.1111.s, lamentava
distinta de "gneros
quase nominalistas
e em polmicas
norte-americano
lornalistas" (Schlesinger,
I I
"lIllIp.IIIIIII.ld'I 111111"
terico'
"
d ulo
11111,1
1I,\rr,\li V.Id, NII.I''!Instituio.
A (rgum
I 11"
j mencionado
Fritz Ernst,
enriquecendo
no final
os debates
(histria do
do presente),
que
o
o
s
;;
Vl
~
ui
fui
no frutificou
~ a Frana,
(Ernst,
a expresso
Revoluo
Francesa,
expresso
contemporary
riador britnico
:J
1957: 139),
~quanto
contemporaine
os fal~tes
history p~a
desi~a
osterior
desig!!ar o
Llewellyn Woodward
a oca
erodo recente.
histo-
a expresso
c:<:
'o
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"I "'li
h/II"')
11111
1)1'11'111111'''1''1'1110
1 6:1). Na antiga Repblica Democrtica Ale-
111
'1111,,I
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plt', 11(11'q('
,li
designava apenas
10 1789/1940
pVI'!
atravs da expresso
(histria do
a 1945 (Lagrou
N('U
"
2003) N
. a
'
com a abor-
d,) rem scolar da histria do "mundo atual", que Julio Arstegui advertia
nssunn, distinto (Arstegui, 1998: 15). Na Itlia, a noo de tempo
.~I,.
prevalecendo
"")OS
complemento
da mo-
1'.1
H,'( "'lIl
m nte, como
consequncia
da abundncia
de estudos sobre a
J'
pelos
II 10011Ido/'.s. Uma distino bsica diz respeito ao carter convencionaI 101011 "VI lista das propostas de periodizao,
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11111/"
",,
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'I 1"1"'1
distinguir um conjunt
uliar s irnan nt . Sp
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traumitico
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do Holoca~sto
com~.~rter
eXCerbao do-fenmeno
da memria'
10 do enfo ue realista.
so exem
Para o historiador
como a queda
'I'" d,
111"
\1
um momento
literatura,
considera
de
em uma
rande instabilidade
e angstia di~te
de m~dan~as~iado
gera~ia um "~nso
pnic<::pblico
~uecimento"
que explicaria a conv:~o da ~emria ~_~~~~bse~so cultural de prop-;;-;es mon;--m~ntais no mundo inteiro" (Huyssen,
transio democrtica
e a
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p ctivas -
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peculiares ao sculo XX -
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pelo debate
quando
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do que
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osterior
patolgica
ou uma "cultura
preocupe-se
do trauma"
com a possibilidade
considera
que todos
em geral"
011 11111.1111111111
I .//111111 11(I
his-
trati'm-a e~das
de uma e;Peri~cia
de trau~~,~~ti
na identificao
oral, sobretudo
ela informtica
'ss, s
rr
bl .mtcas delimitaria
111(,,,11'
pn' .iso ,portanto,
?a
e intensidade
das ex-
.il rn tica,
I
dI'
(ILI'
'<lu
por exemplo,
no sentido
se es especficas.
d vo reconhecer
Trata-se de interpretao
porque o estabelecimento
de uma perodzao
um mesmo processo
quase
Certamente
os dois processos
do feminismo" -
no esto inteiramente
importncia
temporal
tem, no obstante,
A suposio
Koselleck
a constituio
do ~m
em seu estudo
a Revoluo
no
se a historio
de
~a
crtico, de transio,
daquele tempo:
resente
sobre os escritos
de
impresso
temporal.
correlacionar
fi~
ou "histria
~z
equili-
a convico
de acelerao,
mas essa
em relao histria
da ace-
o
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coletiva;ente
111,1{ IIlIPllssIl'I'M
,.rI'jlOS
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no obstante
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fi
S~'ll~,I\"I" dc'
r st S '1111'1'1'
,I
empricas,
evidncias significativas
<
Ali/is, a historiador
P<SSOll),
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1\ suposio
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de buscar comprovaes
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Holocausto
(lIdll
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do tem
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"dl'SII!- quv 1I'"I>"lh.sscrnos
111
U.~N,\S
+ad
clis .usso
'S ILIII
ientfico,
, rrncia
turo),
-nciam
u seja, o estabelecimento
de um dado fenmeno
simplista, tratando-se
o problema
.harnar de 'tempo
pvrodo
1930-1980, o ps-guerra
ikllano e tornou-se
afastou-se rapidamente
do nosso co-
parte integrante
Alm disso, se analisarmos fatos que parecem nos distanciar do "velho" sculo XX -
um presidente
'hina -
a eleio de
estar tratando
da mesma poca, no
,iP nas pelo fato bvio de que vivemos este tempo presente,
!>('In porque
11:\
qu
"s.,tries no concludas
mas tam-
de eventos":
1966:2). A ideia de
o tempo vivido "no est fechado" (Lagrou, 2007: 36) um t os
abemos o que acontecer
depois (Woodward,
do tem o
da
resente.
historicamente"
que "ape(Ernst,
ignorncia
(Coulanges,
para o historiador
do futuro
do tempo presente
do abandono da modalidade
"0
entendia
foi justamente
representada
no enfren-
a impossibilidade
de saber
de pelo me-
1I0Sduas ou trs geraes. Ele enfatizava que Tucdides recolheu mate1'1,I nquanto a Guerra do Peloponeso acontecia, mas no a teria escrito
do enun-
.orn uma
1966:2,5).
NU!, rao. P~a Pieter Lagrou, aquilo que temos chamado, desde os anos
,I
11(''1111
IId,i 1'1-1.111\.11111
lIiI' 1'(1111)1
-ta de 'v ntos (Woodward,
dad que nos induz a delimitar o sculo XX como uma fase que apresenta
uni lade -
I 1.1111111
.111 1,,"1 '.11.I
1111, qlll 1
a questo
abordada
de causalidade,
ou no fude maneira
no possvel descartar
como "interminveis",
em funo de
atravs da memria.
derivadas da 11
Guerra Mundial, que passaram para um novo patamar com o fim da URSS,
ou o impressionante
desenvolvimento
nologia (Lagrou, 2003). Poderamos ento afirmar que a nova era q'le se
iniciou no sculo XX no se restringe
acontecimentos
ou s experincias d~ acelerao do tempo ou de exacerbao da memria do tero final do milnio: o perodo que temos chamado (sabemos
que inadequadamente)
apenas se iniciou
>
>
V1
o
~
UJ
IUJ
::J
o'
terminar.
Trata-se,
ortanto,
do estabelecimento
de uma periodizao,
no da
a alterao do significado
de um conceito,
de celeridade
c:<:
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I
do tempo,
79
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1)".\1,
111
<11'11"
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1111 I,
.1
longo do
S'
'LiI
11
(lll
Iv,,,'
('xpresso "histria do tempo presente" tambm marcou os estudos hisfeitos a partir do final dos anos 1970-
designar uma nova fase da prpria disciplina histrica, que passaria por
desde o surgimento da "terceira gerao" dos An-
nales, com a nouvelle bistoire, que assinalava a crise do marxismo, o abandono da histria estrutural,
sobre as fontes no a~
(Ri
I' /1111.1"
( hartier, J 9
d
111
111
) qWllllo
di' I'olllts
(lU'
:249) ou "superabundantes"
1966:10). Mark
frequentemente
nao
,.
de
()()7: '/H
durar
sobre o perodo vivido, na medida em que as decises realmente importantes so ocultadas do pblico -
e assemelhados, h o componente
poltico
adicional da chamada justia de transio. No caso brasileiro, por exemplo, um acervo documental peculiar tem sido constitudo a partir d~ documentos reunidos pelas prprias vtimas da represso que, em funao de
uma lei recente, pleiteiam reparaes financeiras junto ao governo. Desse
modo, cada processo atual constitui uma espcie de "antidossi", o reverso dos velhos dossis da espionagem ou da polcia poltica, que, alis,
tambm esto disponveis. No pequena a dimenso tico-moral desses
acervos. Em alguns pases tem havido conflitos entre a legislao que ga-
s
V)
~
LU
ILU
liberar
::::J
O'
1 .
I
. :'. o l~teresse especia pelo emprego de conceitos poltico-sociais e a anlis d sur s
MIgmflcaoes ganham, portanto, uma importncia de carter social e hstri o." (),~
I.
I(~ k (2006: 10 1)
M "/
m sm podo NI'I' dito, dl\ ldgum modo, em relao Iibera?o .de documentos sigiIORoNd dil /01111\(111 I dll //1'1 \l1~'" dll Inl('/lg n j{ das gran I s pot n la~, notadame~te .dos
I!NI.HIONIInldllN, 1\111 1'1111\'11" d" 111"'"11'1 dllN Opl"'~'II;~ H retos qu t,IS pais S I au ma/'.11I1, NOJ,"I'I\II11l
dlll,"!11 I I 11111
I 11,101
'o
l-
V)
81
11111,1
I1 ,1111111111
, 11I1.IIIIIH\'I'V~lId,1dos PI,W;OSI'~',\d,11I1I111111,11111111111
111,111
11111.1IIlhl~"11I111111'111.11
do p(mto d . vist
~III .1~'lltIAklll,1 d(' l listoriador
11111
Lido,
Cju
dll hlslQriad
preciso observar
os contextos
II Hlria
a el
10Aqui, entretanto,
reponderante
e do potencial
eu gostaria de assina-
desde o trmino
para a
da II Guer-
do historiador
1111
sculo XIX, da histria do tempo vivido como no cientfica.
Iltltn nte a esse entendimento,
dl\
ti a Antiguidade,
fundadas convices
que o testemunho
1111''',
como registrou
IIIV,Ipresente
Contra-
ancestrais garantem,
do historiador
do
essencial
---
-"'
histria
do relato testemunhal
articulada
sobre memria
em So jernimo
PI'O
o regime
sucesso. e bastante
1111
outro aspecto.
os vnculos
do que terminou
de grande
diferenciados,
apenas
e Sabrow, 1997:224-226).
r etc. (Klessmann
s aprovou,
bvi ,rcit-rando
es-
mrito
de Vichy. Embora
do especialista
historiador
exercidapelos
pecialidade:
II ti testemunhar
(mea
dI)
scire potui) -
I'(lllvico tambm
Ilobsbawm:
n= cognitione
est presente
que os presenciou
(Hobsbawm,
o j mencionado
pela peculiaridade
Como mencionei
Num momento
ao registrar
quanto
de artifcio
encontra-se
parcial, incerta
evidenciar
de
a vigincia
do passaem suas
ou hipottica"
mobilizar
so limitados
presente
da designao
gistrou,
presente.
Schlesinger,
do presente,
s questes
da modalidade
metodolgicas
da periodizao,
do no enfrenta-
acertadamente,
como Eric
episdios
refere
ao seu estatuto
da histria
se a modalidade
1998:247).
(Schlesinger,
quanto as problemticas
do tempo
para quem
tionar
do
o estatuto
do tempo
nos contradizer,
metodolgica"
em compreend-los inteiramente
tem marcado
ordem
em autores contemporneos,
um jovem historiador
escrevemos
abordar -
111'10conhecimento
coetneos,
II
se tornar um perito.
grande sinceridade,
do
com
a destacar que
mento de questes
fontes: os documentos
(Ernst,
que pretendesse
O importante
Ih,d, explicou que sua histria da Igreja da Inglaterra foi feita a partir de
li
-mnnda
'11111\11 I 111111
11111111.1\',111
IIgIIl.1I 1I1I,llIdo NIII'li' UtI'.1 ti
1i
devo
>
intelectual,
de nosso domnio
Para Richard
inclusive
no que se
Rorty, no haveria
e daqueles
entre o entendimento
de fenmenos
e compreensveis:
demasiada ao problema
1IIIraa preferncia pelo uso da expresso "fontes orais" no lugar de "histria oral", ver
1,1(,orf (1999:100) e Lagrou (2007:35).
s
Vl
z
UJ
r-
UJ
diferena
toriadores
HI
o problema
da subjetividade
relacionada
ao tempo
no
o'
<>::
'o
rVl
83
111 I Z 1111111
li, 111"I
1111' I"
11,111
.1111
I 11.1.I. q\l.lIqllc'l 01111.1.11)()rd.lgI'I1\d.1 ItI 1111", 1 11111"111\l'1
11111d"gl,III(.lplld
'Sabr
kS:mhllll1
,11"'11.\<1.\1\\
-ntc lU' noss
xpcrin
'
11,\0
('Up
w, 1997:20),"'11
IllIhNh,\wmcliz
ia pessoal moldad
P 10 tempo em
1998:245),
sobre o pr -
Roger Chartier
indica por que, em sua opinio, "pela prpria natureza de suas preoes" essa especialidade
NUg
1.1 '!'OU,
li 'ks
IItc
S\..' 'lIl
duma
,11"1 11(11111111'111,1
c'.dC'I1\
1,,1 1111.1ti I
.1I1\('II(l,
\1111
n uu-aldade
impossvel.
na experincia
se pudssemos
menciona-
no
histrico (apud
de
O deslize lingustico
se deve
da intensa politizao
I 80 -
resente,
ue envol-
hoje talvez
a 1'1',-
11,\0
SUpOl' qUl'
v .rdadeiro" (1993:252),
1.11111111
111111111111'11 ti
.10 . I' 'li
I 111,11111111111
101"
de
a grupos especficos,
1IIIIa"rede estreitamente
que h de surpreendente
Zl'S,
por ve-
II I , ao contrrio
preciso e certeza
ele pressupunha
uma
of the Historian",
no veem problemas
skl remos as crticas que, ao longo do sculo XX, foram feitas ao mito
ponente do entendimento
d neutralidade
curso histrico -
prefigurativas
do dis-
inclua a subjetividade,
rincias traumticas
identificao,
Para
ele questiona
objetiva que
Para ele, a empatia em relao s vtimas de expe admissivel, mas preciso distingui-Ia da ideia de
o
Cl
s
s
V'>
::E
UJ
Battaglia
e objetividade
(Haskell, 2004:357).
engajamento
que muitos
ob] tividade cuja viabilidade muito difcil de afianar, desde que concientfica, bem como os ataques da teoria da literatura,
realizada em Ams-
no era tido
e de participao
do obser-
histrica" (2004:64-65),
Chla~us
IUJ
O'
'o
lV'>
:r:
tos no final dos anos 1970 por Reinhart Koselleck sobre ponto de vista,
perspectiva
e temporalidade
85
11111
1'1" \111fI I
t I
(HIIIII,
d,\
.11, "111\'11
11 1lI'lIIO (1'1('Kwwlll,(1 t'll.tll('('cu como ",11'1
',d 111\1\'11I\i" 1'0 <j I~'
Ii
tl
scritas no remoto
ausa da repercusso
do problema
da subjetividade,
IH
I"
I'I/li
11 I I I 111111li" II 11',1111,,'1111\11
11111
II un II~ ,lld,l/oIq\l('
11111
dI' C'OIIHdlH'11'()
plilll
('li
lU
d.l.qlld'
~Eto
estabeleceu
categoricamente
--_._----
a impossibi-
especialmente
10. nt rior. Assim, durante algum tempo, o debate pareceu estar dividido
cntr
objetivismo
em sua
his-
que, assim, era concebido como "uma projeo das ideias e dos
da
rn
do conhecimento
com a
no difcii de compreende~~os
I' Jativistas segundo as quili cada indivduo criaria uma histria diferente,
pessoal
vivendo um momento
tisclie Zeitschrift, de
de transformao,
seria um
mas, um ano antes de morrer, disse que "a melhor coisa que aparecia na
P uco arrogante dizer que, hoje, elas nos parecem simplistas. O impor-
sobre os acontecimentos
esse afastamento,
constantemente
Hubjetiv~
a xig~!l.s.i~
~denciosidade
histria ~Eo
etc.) ~u
resen~~.9E!~
duo histria do sculo XIX que motivara um processo contra ele justamente por tratar do conturbado
o
o
>
s
li)
no qual, no sculo
XX, foi algumas vezes reduzido a uma caricatura de si mesmo. Emboassociado ao momento
m por Gotthold
dor aquele ~e
das disLessing,
de hist0r!a-
UJ
fUJ
:::J
c::<:
'o
fli)
tncia que o presente vivido por ele teve em sua concepo de histria
descreve a hi~~ri~~po
e de s~
87
1/1) M,\ \
Illi' 1111111,"
I li" (1111 1,1')',/
ti
t',
I!II
Illhllll
.\1111\11'q"I'.1
"1111
li
VI'III'.11"1111111
1111111.1111
111111.11
\' .1
11111
11'111,1
,1'1I1!l1"IIH'lIl'iOll,Hlo,() 1:1I110S0
hislOI ,,,11111 111.111'0 ,t1i'IIl,IO
N II'I!IIIII' I77E 18 I)
'x:pr 'ss nd
.11111111.1
qlll' R, nk igualm nte vivenciou ,'0111imp. r 'i lidade os acontecimentos
d,
qUi'
11I('1llqu
~'m's d
recentes,
os fatos (Ernst,
,d:\sl;'im nto refletido, tal como sugere Fritz Ernst: em seu estudo sobre
)
li
I, I'" 111111I1,I
,I, 111til
111,di 'I
11"1" 11111111
" 1,1111111111111'
, "',\I\dl' .\gil,\~'ao p liti a
.11111ti" 1111111I
11111
I' de
.1
'X,1'
Revue Historioue,
, 'I'ncia,
em 1876 -
c 'r a superioridade
peridico
descartando
os historiadores
propriamente
falando") e criticando
de
"o ltirn
para a posteridade"
estavam
us diferentes,
gl"(
e derradeiro
mas reconhecia
que elas
s paixes contemporneas,
envolvendo-se
I1 101'1<
dor disse que, no caso de Frederico lI, o Grande (que reinara en-
poral do historiador
mas, em
diretamente
ral, especialmente
li,
lc .laraes de documentos
.ntretanto,
I r 'S
incompatvel
da histria do tem o
da
a emergncia
2006:36)."
tradicional,
11
simultaneamente,
Mundo "repercutiram,
natural, prognosticvel"
d ....
ncia histrica como disciplina acadmica na segunda metade do s"as
tempo-
tem-
do
e expec-
de incio lentamente,
do Novo
o
Cl
s
s
V'!
z
lJ.J
t mpo~'
fragilidade heurstica)
lidade-d~nar
a ~cessria
(ausncia de recuo
e da limItao do sujeito
imparcialidad:).
Po;i'm,
im ossibi-
horizontes
tal interdio
a noo de
IlJ.J
:;)
o'
'o
lV'!
:r:
11 Ver
89
1111"ti"
11, ""1
"p.lpl'l
I'
" NI
" ,11'
r'
na historiografia
crtico. A pr .pond
antiga e medieval,
p,II'a
os text
prevalncia
futuro" (2006:238).
Mas as concluses
da
todas as histrias
com elas
o horizonte
de expectativa
crist do
considera
tempo_:~ia~
I',
problema
ti" p. rtidarismo,
isto ,_d
1/),111<1
nar a histria
ou morais,
da tendencio;dade,
Conforme
temporal
vale di-
registra
nstituio de ~
temE?-
temporal
(Koselleck,
2006:292),
universal",
mas a centra-
como as j mencionadas
enquanto
o prprio
Koselleck,
o "distanciamento
intelectual" proposto
as questes
de expectativa
por Ranke -
no
marcaram
melhor os acontecimentos
cimento)
interditou
presente
em Chladenius
revoltoso,
(apud Haskell,
restritiva
o anseio objetivista,
desde o Renas-
um estrangeiro,
um corteso,
2004:345),
novas perspectivas
e paixes:
1913:664-665)
o entendimento
-
e revolues
sem-
(Iggers,
A interpretao
o debate posterior
corroborariam
sua pretenso
nhecida referncia
historiador -
',<
.rl, ('OIllO lU 'ri" KOIwlll,k.A . rr lao entre as duas questes foi tratada
P()l'
"Compreendemos
Entretanto,
pre tendencioso
de Ranke ao definitivamente
em Ranke deveu-se
(2006:291,
I 11'011111"(W,,"d
1988:xi).
'd~ p-;~;;o,
recente.
do presente
que sua
da situa~ polti~dos
polticas
o ncleo da motivao
I HIN't de distanciamento
d(' ab trair-se
or ~
d~presses
da subjetividade,
(, (' i, claramente,
~~-~e7ultadoda~difi~~'
ou da censuril'"
que as objees
e "no tanto
'I
.~'I'i, m semelhantes
rncia da his
quando
t rnporal e.I
'U
p,'o edimento
ram redigidos
00 :274-276)
d 'i.
'it d
nt
11
um cidado ou um campons)
ou em Goethe,
permitem
leituras
(por um
quando
renovadas
ele mencionou
da histria,
que
que, assim,
o
>
s
Vl
dual e identificar o objeto histrico com uma verdade mais geral. O histo-
reescrita
(apud Koselleck,
ao vincular
a questo
o
::E
UJ
a partir do qual a
verdade objetiva, uma viso geral, torna-se cada vez mais confivel" [Ranke
ou im arcialidade,
de vista do partidarismo,
pelo historiador
de uma
Perspectiva
a "parfait indpendance
de son
do ponto
da perspectiva
pr tensa neutralidade
fortemente
:30o
coisas diferentes.
fUJ
:J
o'
s
ct:
'o
fVl
:r:
a expresso
pode mesclar-se
91
1,lhIiZII,IIH'IIIPl'I'llv,I"(I")'I\
1(11)
,'"III"/'l'vi
.111111.11.
111li' .I. 111ti I" II"d" I, 1/11"lI ,
(""1111( 1111111
III.IIft 1111'11Iwl ti 'S ',lrt;\1"a int .rfernca
I nto tk VIS!.I,111111
, .11'111',1.11'
'llelS
Ou
S' til
tao in r nt
no conduz, obviamente,
,I p.HtI,tina aproximao
(' m
'ria
Evidentemente,
seria pre-
casio.
Carlo Ginzburg tem uma viso positiva da questo: "a noo de perspectiva deixar de constituir
da pers-
I'! ' rto, no entanto, que a passagem do tempo ajuda a superar intert1i~''S c temas tabu. muito frequente,
li'
pl'l,ti .1,11'111.1111
1'''111,1,dl"III,ltlv,\s de .nfr ntamento do problema. Uma
,h'I,ls
IlIldll, '''1 di
1111'11('/011
'i em um dos exemplos com que iniciei este artigo.
'2
Conforme
retamente,
aguel:..:ssunt?,
de modoque
no campo
tais
os procedimentos
discursivos prprios
e
ao
O carter aparentemente
a importncia
singelo da
de um problema
incompreensvel
que, indi-
ausncia de reflexes
sobre o
constituindo
zo centrada no sujeito consciente, base do paradigma iluminista. No seria possvel fundar a objetividade do conhecimento
na conscincia de um
sujeito isolado que estabelece o que o real. Como sabido, esse debate
rankiana da histria recente
a um questionamento
que "marca
sobretudo
Entretanto,
subjetividade -
respec-
banal, em termos
e Horkheimer,
destruda;
2:
>
o
::E
V)
maor entrelaamento
UJ
se consolidou percepes
que se tornaram
praticamente
IUJ
::J
::!
""l'o
V)
:r:
I)
J, ap den
13
93
11111'''111.1'',
1111,..'111.1 '1"1 d 1"
(11.,11111'"1, 11/1/0),1'1111.11110,
.1 !'I '01', ,1Il(('N di' ,,,11' 1111111 11.1.11,'
Oll,tI
11111
til "I
,",
1111'01
I', II'l"
I 'til
f"
"011d"
o que
I'i () ('II/'n'lI
vi 1'111('11''lIl' no s r,
se deu no contexto
d.
UI1l,
"/'IP('
aproximao supostamente
do tempo presente,
,,'t<Ju'
stabelecimento da verdade seria impossvel para qualquer sujeiI() di, nt de seja l qual for o seu objeto.
1:111uma instigante reflexo sobre a questo do distanciamento
his-
Il"'j('o, ainda indita, Jaap den Hollander defendeu a posio de que deV('llios ad tar, preferencialmente,
14
cultural
na
como a
11
de uma
as experincias
de tipo coletivo,
as mudanas
drsticas,
a histria
em
pSI ' loglco e mobilizado por ele no sentido de que a experincia sublime
iria uma experincia
Iorna-se seu passado.
11
que assim
1,"1 11111""
I 1I I" "I.
11111
"1111di di I" I "" ..11,'.,\.,". 1.11
11111111
'"1111111111"lItI
.I,
I'
di li
slltl.I\'.\(II/"'
111"I
,10
m zsrn t mp
001:
um conta-
que permitiria
a separao
mas no
conforme
leitura restritiva de Ranke. A resposta de Hollander, inspirada em Ankersmit, privilegia a questo do acesso. Entretanto,
conhecida a posio
de Ankersmit segundo a qual os perodos especficos da histria so atributos da nossa descrio do passado e no atributos do prprio passado.
Ora, se as especificidades de uma poca no esto no passado, mas nas
estruturas
narrativas,
associar autodistancia-
bem uma
transparentemente,
dos historiadores
da
histria do tempo presente tem a ver com essa ltima questo mais coHollander diz que devemos criar uma distino entre sujeito e ob-
j 'l
dissociando-nos
do passado,
A d
'1 ' d
. gra eo a genti eza o autor, que permitiu que eu consultasse a comunicao inti,~,(dada"Contemporary History and the Art of Self-Distancing", realizada na conferncia
I hcTransfiguratlOn ofthe Present: Reflections on Historical Distance", na Universidade
de' Gronrngen, na Holanda, em janeiro de 2010.
I'.
mezinha, a da imparcialidade,
o
>
>
\Il
~
UJ
IUJ
todos aderem
~
o
se<:
'o
I\Il
95
"",,10
111'oito
"I'''
IIII
I I,
li,
p.III'IIII'IIII'IIII'
1)1'1.'
"'Ill
S
"ti
'S
'r Illll()S
() re.il , S .m as .nsa o d
uma
I 1II I", I I I
I1I
II I
I'
111111 1111'1,,,lh,ldos
\I
I1 1I111II1
qu ijeira
I
ti
''''1''1/1
conforme
descrevem
por Ankersmt.
da
os pacient
Ademais,
o faramos
III.\S d histria
no dizerem
lidou-se
('OI1S
Iidacl
h muito
impossvel.
respeito
tempo
das modalidades
Il -utralidade
Alm
histria
apenas
a argumentao
ortodoxas
desses
da teoria
grandes
do tempo
filosfica
do reflexo
problepresente,
"I'
li"
11 I 'I
sobre
a inviabi-
e sobre
o mito
da
li"
I I ,,111 11111"I
I" I
da chamada
empirismo
da histria",
e de rejeio
produo
"crise
historiogrfica
do tempo
mergulhamos
do debate
epistemolgico.
j existente,
presente
em
tambm
deveo debate
li,/" I -o.
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