Metodos de Transformacao de Plantas
Metodos de Transformacao de Plantas
Metodos de Transformacao de Plantas
RESUMO
A tecnologia de transferncia de genes tem criado novas alternativas para a produo de plantas
com adaptaes ao ambiente de cultivo com maior capacidade de produo. Os mtodos
utilizados na produo de plantas geneticamente modificadas podem ser classificados como
indiretos e diretos. O mtodo indireto requer a utilizao de um vetor biolgico para a introduo
do DNA na planta. Os vetores mais utilizados so a Agrobacterium tumefaciens com capacidade
de transferir parte de seu DNA para o genoma da planta. A transferncia de genes mediada por
Agrobacterium tem sido bastante empregada. Os mtodos diretos so aqueles que provocam
modificaes nas paredes e membranas celulares para a introduo de DNA exgeno, atravs de
processos fsicos ou qumicos, os mais eficientes so a eletroporao de protoplastos e
biobalstica. As plantas transgnicas tem sido produzidas nas principais espcies cultivadas e
levadas ao mercado consumidor, expressando o aumento da qualidade nutricional ou resistncia a
herbicidas, insetos ou fungos.
Palavras chave: Agrobacterium tumefaciens, genoma, DNA, biobalstica.
INTRODUO
A biotecnologia vegetal consiste na aplicao de um conjunto de tcnicas para manipular
o potencial gentico das plantas, originou-se no final da dcada de 1850 com trabalhos dos
fisiologistas vegetais alemes Julius Von Sachs e W. Knop (RAVEN, 1999).
Os mtodos da biotecnologia permitem no somente reduzir o tempo da obteno de
variedades com novas caractersticas, mas tambm transmitir propriedades de espcies que,
normalmente so sexualmente incompatveis. Em outras palavras, as barreiras naturais entre as
espcies podem ser superadas, o que oferece um enriquecimento de variedades realmente novas
em forma de plantas transgnicas. Alm disso, possvel, com os mtodos da biologia molecular
moderna, isolar e manipular genes especficos, o que no acontece no melhoramento clssico,
onde o melhorista obrigado a trabalhar com genomas inteiros (BARROS e MOREIRA, 2001).
Segundo Borm (2001) a biotecnologia o desenvolvimento de processos biolgicos,
utilizando se a tcnica de DNA recombinante, a cultura de tecidos e outros. Pode-se ser tambm
o uso industrial de processos de fermentao de leveduras para a produo de lcool ou cultura de
tecidos para a extrao de produtos secundrios. E ainda um processo tecnolgico que permite a
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das bactrias, implicando na presena de algum determinante gentico que transformou a planta.
Este determinante o plasmdeo Ti que se integra ao genoma da planta hospedeira, havendo
produo de vrias opinas (que so polipeptdios e servem de fonte de carbono e nitrognio
bactria) e multiplicao acelerada das clulas transformadas. Diferentes tipos de pTi codificam a
produo de diferentes opinas (octopina, nopalina, agropina), que so sintetizadas pela planta.
Outros tipos de opinas tambm so sintetizadas pelas clulas das galhas da coroa. Por exemplo,
clulas de tumor induzidas pelo tipo que produz nopalina, sintetizam tambm agropina e
manopina (LIPP-NISSINEN, 1993).
Mais de 600 espcies vegetais so conhecidamente susceptveis infeco por A.
tumefaciens e A. rihizogenes, sendo a maioria delas da classe das Angiospermas dicotiledneas e
Gimnospermas e com raridade das Angiospermas monocotiledneas (BRASILEIRO, 1998).
As agrobactrias tm-se mostrado um vetor natural para transformao gentica, bastante
eficiente para dicotiledneas. Por ser uma metodologia fcil de ser aplicada e de baixo custo a
transformao via Agrobacterium tem sido a mais amplamente utilizada (BORM, 1998).
A
insensibilidade
de
certas
espcies
vegetais,
especialmente
Angiospermas
monocotiledneas, infeco por Agrobacterium limita a utilizao dessa bactria como vetor de
transformao gentica. Assim, sistemas de transformao direta, baseados em mtodos qumicos
ou fsicos, foram desenvolvidos paralelamente ao sistema Agrobacterium (BORM, 1998).
Sua importncia para os estudos de transformao de plantas reside na capacidade natural
que esses patgenos possuem de introduzir DNA em plantas hospedeiras. Esse DNA integrado
e passa a ser expresso como parte do genoma da planta (HOHN, 1992).
Figura 4: Vetor binrio, contendo o gene de interesse entre as extremidades do T-DNA, mantm
em uma linhagem desarmada de Agrobacterium de forma independente do plasmdio Ti
desarmado, cujos oncogenes foram eliminados e a regio vir mantida (Fonte:
http://www.ufv.br/dbg/trab2002/TRANSG/TRG004.htm)
TRANSFERNCIA POR ELETROPORAO DE PROTOPLASTOS
Protoplastos so definidos como clulas desprovidas de paredes celulares (EVANS,
1991). Para a introduo de DNA usando a eletroporao, os protoplastos so expostos a pulsos
curtos de corrente contnua e alta voltagem, em presena do DNA exgeno. o mtodo mais
indicado para plantas monocotiledneas como milho e trigo (EVANS, 1991).
Parmetros como durao dos pulsos eltricos, intensidade do campo eltrico,
concentrao e forma do DNA, presena ou ausncia de DNA carregador, composio do tampo
de eletroporao e temperatura de incubao dos protoplastos devem ser determinados
(SANTARM, 1998)
No procedimento conhecido como fuso de protoplastos, os protoplastos de duas plantas
diferentes so unidos, produzindo uma clula somtica hbrida. Logo aps a remoo das paredes
e antes que elas sejam novamente formadas, os protoplastos so fusionados pela adio de um
agente apropriado como polietileno glicol ou mediante descargas eltricas (RAVEN, 1999).
Para a transferncia dos genes, os protoplastos previamente selecionados e purificados so
mantidos em soluo juntamente com os plasmdeos que contem os genes a serem introduzidos.
Aps isso se utiliza uma descarga de capacitores para produzir pulsos de alta voltagem que induz
a abertura de poros na membrana celular, o que permite a penetrao e a eventual integrao dos
genes no genoma (BRASILEIRO e DUSI, 1999)
A descarga eltrica proveniente de um aparelho (eletroporador) que permite ao operador
o controle da voltagem e sua durao, bem como ao nmero de pulsos e o intervalo entre estes. A
amostra de suspenso das clulas intactas ou protoplastos contendo o material a ser inserido (em
geral 0,4 a 1 ml acondicionada em uma cmara cilndrica de "plexiglass" cujas extremidades
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qualquer tipo de clula. Assim, foi permitida a transformao in situ de clulas diferenciadas sem
necessidade de regenerao. Outra importante vantagem est na possibilidade de obteno de
plantas transgnicas atravs da transformao de clulas-me do meristema apical. A tcnica de
biobalstica mostrou-se bastante eficiente, pois as micropartculas conseguem atingir as trs
camadas do meristema apical (BRASILEIRO e CARNEIRO, 1998) que formado por clulas
iguais e estas vo se diferenciando em trs tipos de meristema primrio a protoderme, o
procmbio e o cmbio vascular (RAVEN, 1999)
Diversos parmetros fsicos e biolgicos devem ser levados em considerao para se
estabelecer um protocolo de transformao utilizando-se esse mtodo, tais como a espcie vegetal
e seu estado fisiolgico, o tipo de explante, tipo e tamanho da partcula, mtodo de precipitao,
velocidade das partculas, tipo de equipamento (SANFORD et al., 1993).
A biobalstica tem se mostrado um mtodo promissor para a introduo de novas e
desejveis variedades, vrios protocolos de regenerao e transformao vem sendo publicados
(KLEIN, 1987).
Figura 5.: Micropartculas de ouro com 1 a 3 micrmetros de dimetro, recobertas com DNA a
ser introduzido ( Fonte: http://www.fruticultura.iciag.ufu.br/transgenicos.htm#MTODOS )
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CONCLUSO
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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