Item 1a
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O processo de socializao:
indivduo, sociedade e cultura
Introduo
tema 1-
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meio de inter-relaes sociais. O homem, desde seus primrdios, considerado um ser de relaes sociais, que incorpora normas, valores vigentes na
famlia, em seus pares, na sociedade. Assim, a formao da personalidade
do ser humano decorrente, segundo Savoia (1989, p. 54), de um processo
de socializao, no qual intervm fatores inatos e adquiridos. Entende-se, por
fatores inatos, aquilo que herdamos geneticamente dos nossos familiares, e os
fatores adquiridos provm da natureza social e cultural.
Reita
Lembre-se: personalidade um somatrio sincrtico, resultante da ao dos
fatores hereditrios/genticos (constituio fsica, caracteres morfolgicos e
fsico-qumicos) e dos ambientais (interao entre as pessoas e o mundo, que
envolve os hbitos, valores, capacidades, aspiraes, etc.), ou seja, diz respeito totalidade daquilo que somos (PISANI, 1996, p. 14). Ento, a nossa personalidade reconhecida diante do papel que ns representamos, por
meio das nossas aes. E as nossas condutas produto de socializao.
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Entende-se por grupos internos o grupo de famlia, da escola. So os grupos de igualdade de atitudes, de opinies. J os grupos externos correspondem a grupos no qual no pertencemos, como por exemplo, as famlias que
passam nas ruas, que encontramos em clubes sociais e esportivos, etc.
2.1.2 Cultura
O indivduo, enquanto ser particular e social, desenvolve-se em um contexto
multicultural, em que temos regras, padres, crenas, valores, identidades muito
diferenciadas. Assim, a cultura torna-se um processo de intercmbio entre indivduos, grupos e sociedades.
A partir do momento em que faz uso da linguagem, o indivduo se encontra
em um processo cultural, que, por meio de smbolos, reproduz o contexto cultural
que vivencia. Strey (2002) aponta que o indivduo tanto cria como mantm a
sua cultura presente na sociedade. Cada sociedade humana tem a sua prpria
cultura, caracterstica expressa e identicada pelo comportamento do indivduo.
Segundo Strey (2002, p. 58), o homem tambm um animal, mas um animal
que difere dos outros por ser cultural. Para ele, a cultura refere-se ao conjunto
de hbitos, regras sociais, intuies, tipos de relacionamento interpessoal de um
determinado grupo, aprendidos no contexto das atividades grupais.
Assim, no podemos considerar a cultura como algo isolado, mas como
um conjunto, integrado de caractersticas comportamentais aprendidas. Essas
caractersticas so manifestadas pelos sujeitos de uma sociedade e compartilhadas por todos. Com isso, a cultura refere-se ao modo de vida total de um
grupo humano, compreendendo seus elementos naturais, no naturais e ideolgicos. Segundo Ramos (2003, p. 265), as culturas penetram o indivduo [...] da
mesma forma que as instituies sociais determinam estruturas psicolgicas [...]
o homem pensa e age dentro do seu ciclo de cultura.
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Reita
Quais so os papis que voc adquiriu ao longo da sua histria de vida?
Voc a mesma pessoas de quando nasceu? Fazer uma restrospectiva da sua
histria pode ajudar a voc a elucidar essas questes, alm de reconhecer sua
trajetria de vida, suas experincias que foram importantes no seu processo
de socializao e formao da personalidade. Perceber que, ao longo do
tempo, adquiriu vrios papis sociais, com novas responsabilidades tambm
sociais, como por exemplo: os papis prossionais, os papis de estudante.
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Saiba mais
Para aprofundar um pouco mais a respeito dessa temtica, acesse o endereo online: <http://www2.uel.br/ccb/psicologia/revista/textov2n13.htm>
e leia o artigo: Identidades: questes conceituais e contextuais. Esse artigo
traz um dilogo terico realizado por uma discente do curso de Psicologia e
uma docente do Departamento de Psicologia Social e Institucional da Universidade Estadual de Londrina, promovendo uma discusso a respeito da concepo da identidade ao longo da histria, como uma construo social.
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Resumo
Vimos, neste captulo, que o ser humano, na verdade, fruto das relaes
sociais. Ao mesmo tempo em que ele individual, tambm coletivo, pois vive
em um processo constante de transformao, desde o nascimento at sua morte,
por meio de interaes grupais (famlia, vizinho, trabalho), sendo inuenciados
por padres culturais. A cultura fornece regras, padres, crenas, etc., que so
aprendidas no contexto das atividades grupais. Ento, a partir dessa realidade
scio-histrica que nos socializamos. Por isso, tambm estudamos os agentes
socializadores do processo de socializao que so: famlia, a escola e os meios
de comunicao em massa. E medida que nos socializamos, que ampliamos
nossas relaes, vamos tambm adquirindo novos papeis sociais e status que
determinam nossa posio social na sociedade. A partir da compreenso desses
fenmenos sociais, temos condies de explicar por que somos do jeito que
somos e entender a nossa identidade social. Mas vimos que tudo isso depende
da capacidade de termos conscincia de si-mesmo, que tambm adquirimos, a
partir das relaes sociais e dos papeis que desenvolvemos.
Atividades
1. Comente a frase a seguir, com argumentos tericos, a partir do que foi estudado no captulo 1 desta apostila.
O indivduo um ser inseparvel da sua cultura e da sociedade em que vive.
Lembre-se: escreva sua resposta e socialize com os colegas; por meio da web-interatividade compartilhe suas consideraes com os professores da disciplina.
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II.
c)
II e III
b) I e IV
d) III e IV
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c)
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Referncias
LANE, Silvia T. Maurer. O que psicologia social. 22. ed. So Paulo: Brasiliense,
2006.
MYERS, David G. Psicologia Social. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2000.
PISANI, Elaine Maria. Temas de psicologia social. 2. ed. Petrpolis: Vozes, 1996.
RAMOS, Arthur. Introduo psicologia social. 4. ed. Santa Catarina: UFSC, 2003.
SAVOIA, Maringela Gentil. Psicologia social. So Paulo: McGraw-Hill, 1989.
SAWAIA, Bader (Org.). As artimanhas da Excluso: anlise psicossocial e tica
da desigualdade social. 6. ed. Petrpolis, 2006.
STREY, Marlene Neves (Org.). Psicologia Social Contempornea. 7. ed. Rio de
Janeiro: Vozes, 2002.
Anotaes
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