L13103 Lei Motorista
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L13103
Presidncia da Repblica
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurdicos
LEI N 13.103, DE 2 DE MARO DE 2015.
Dispe sobre o exerccio da profisso de motorista; altera
a Consolidao das Leis do Trabalho - CLT, aprovada
pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, e as
Leis nos 9.503, de 23 de setembro de 1997 - Cdigo de
Trnsito Brasileiro, e 11.442, de 5 de janeiro de 2007
(empresas e transportadores autnomos de carga), para
disciplinar a jornada de trabalho e o tempo de direo do
motorista profissional; altera a Lei no 7.408, de 25 de
novembro de 1985; revoga dispositivos da Lei no 12.619,
de 30 de abril de 2012; e d outras providncias.
A PRESIDENTA DA REPBLICA Fao saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte
Lei:
Art. 1o livre o exerccio da profisso de motorista profissional, atendidas as condies e qualificaes
profissionais estabelecidas nesta Lei.
Pargrafo nico. Integram a categoria profissional de que trata esta Lei os motoristas de veculos
automotores cuja conduo exija formao profissional e que exeram a profisso nas seguintes atividades ou
categorias econmicas:
I - de transporte rodovirio de passageiros;
II - de transporte rodovirio de cargas.
Art. 2o So direitos dos motoristas profissionais de que trata esta Lei, sem prejuzo de outros previstos em
leis especficas:
I - ter acesso gratuito a programas de formao e aperfeioamento profissional, preferencialmente
mediante cursos tcnicos e especializados previstos no inciso IV do art. 145 da Lei no 9.503, de 23 de setembro
de 1997 - Cdigo de Trnsito Brasileiro, normatizados pelo Conselho Nacional de Trnsito - CONTRAN, em
cooperao com o poder pblico;
II - contar, por intermdio do Sistema nico de Sade - SUS, com atendimento profiltico, teraputico,
reabilitador, especialmente em relao s enfermidades que mais os acometam;
III - receber proteo do Estado contra aes criminosas que lhes sejam dirigidas no exerccio da
profisso;
IV - contar com servios especializados de medicina ocupacional, prestados por entes pblicos ou
privados sua escolha;
V - se empregados:
a) no responder perante o empregador por prejuzo patrimonial decorrente da ao de terceiro,
ressalvado o dolo ou a desdia do motorista, nesses casos mediante comprovao, no cumprimento de suas
funes;
b) ter jornada de trabalho controlada e registrada de maneira fidedigna mediante anotao em dirio de
bordo, papeleta ou ficha de trabalho externo, ou sistema e meios eletrnicos instalados nos veculos, a critrio do
empregador; e
c) ter benefcio de seguro de contratao obrigatria assegurado e custeado pelo empregador, destinado
cobertura de morte natural, morte por acidente, invalidez total ou parcial decorrente de acidente, traslado e auxlio
para funeral referentes s suas atividades, no valor mnimo correspondente a 10 (dez) vezes o piso salarial de
sua categoria ou valor superior fixado em conveno ou acordo coletivo de trabalho.
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for exigida a permanncia do motorista empregado junto ao veculo, caso o local oferea
condies adequadas, o tempo ser considerado como de repouso para os fins do intervalo de
que tratam os 2o e 3o, sem prejuzo do disposto no 9o.
12. Durante o tempo de espera, o motorista poder realizar movimentaes
necessrias do veculo, as quais no sero consideradas como parte da jornada de trabalho,
ficando garantido, porm, o gozo do descanso de 8 (oito) horas ininterruptas aludido no 3o.
13. Salvo previso contratual, a jornada de trabalho do motorista empregado no tem
horrio fixo de incio, de final ou de intervalos.
14. O empregado responsvel pela guarda, preservao e exatido das informaes
contidas nas anotaes em dirio de bordo, papeleta ou ficha de trabalho externo, ou no
registrador instantneo inaltervel de velocidade e tempo, ou nos rastreadores ou sistemas e
meios eletrnicos, instalados nos veculos, normatizados pelo Contran, at que o veculo seja
entregue empresa.
15. Os dados referidos no 14 podero ser enviados a distncia, a critrio do
empregador, facultando-se a anexao do documento original posteriormente.
16. Aplicam-se as disposies deste artigo ao ajudante empregado nas operaes em
que acompanhe o motorista. (NR)
Art. 235-D. Nas viagens de longa distncia com durao superior a 7 (sete) dias, o
repouso semanal ser de 24 (vinte e quatro) horas por semana ou frao trabalhada, sem
prejuzo do intervalo de repouso dirio de 11 (onze) horas, totalizando 35 (trinta e cinco) horas,
usufrudo no retorno do motorista base (matriz ou filial) ou ao seu domiclio, salvo se a
empresa oferecer condies adequadas para o efetivo gozo do referido repouso.
I - revogado;
II - revogado;
III - revogado.
1o permitido o fracionamento do repouso semanal em 2 (dois) perodos, sendo um
destes de, no mnimo, 30 (trinta) horas ininterruptas, a serem cumpridos na mesma semana e
em continuidade a um perodo de repouso dirio, que devero ser usufrudos no retorno da
viagem.
2o A cumulatividade de descansos semanais em viagens de longa distncia de que
trata o caput fica limitada ao nmero de 3 (trs) descansos consecutivos.
3o O motorista empregado, em viagem de longa distncia, que ficar com o veculo
parado aps o cumprimento da jornada normal ou das horas extraordinrias fica dispensado do
servio, exceto se for expressamente autorizada a sua permanncia junto ao veculo pelo
empregador, hiptese em que o tempo ser considerado de espera.
4o No ser considerado como jornada de trabalho, nem ensejar o pagamento de
qualquer remunerao, o perodo em que o motorista empregado ou o ajudante ficarem
espontaneamente no veculo usufruindo dos intervalos de repouso.
5o Nos casos em que o empregador adotar 2 (dois) motoristas trabalhando no mesmo
veculo, o tempo de repouso poder ser feito com o veculo em movimento, assegurado o
repouso mnimo de 6 (seis) horas consecutivas fora do veculo em alojamento externo ou, se na
cabine leito, com o veculo estacionado, a cada 72 (setenta e duas) horas.
6o Em situaes excepcionais de inobservncia justificada do limite de jornada de que
trata o art. 235-C, devidamente registradas, e desde que no se comprometa a segurana
rodoviria, a durao da jornada de trabalho do motorista profissional empregado poder ser
elevada pelo tempo necessrio at o veculo chegar a um local seguro ou ao seu destino.
7o Nos casos em que o motorista tenha que acompanhar o veculo transportado por
qualquer meio onde ele siga embarcado e em que o veculo disponha de cabine leito ou a
embarcao disponha de alojamento para gozo do intervalo de repouso dirio previsto no 3o
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CAPTULO III-A
.............................................................................................
Art. 67-A. O disposto neste Captulo aplica-se aos motoristas profissionais:
I - de transporte rodovirio coletivo de passageiros;
II - de transporte rodovirio de cargas.
1o (Revogado).
2o (Revogado).
3o (Revogado).
4o (Revogado).
5o (Revogado).
6o (Revogado).
7o (Revogado).
................................................................................... (NR)
.............................................................................................
Art. 67-C. vedado ao motorista profissional dirigir por mais de 5 (cinco) horas e meia
ininterruptas veculos de transporte rodovirio coletivo de passageiros ou de transporte
rodovirio de cargas.
1o Sero observados 30 (trinta) minutos para descanso dentro de cada 6 (seis) horas
na conduo de veculo de transporte de carga, sendo facultado o seu fracionamento e o do
tempo de direo desde que no ultrapassadas 5 (cinco) horas e meia contnuas no exerccio
da conduo.
1o-A. Sero observados 30 (trinta) minutos para descanso a cada 4 (quatro) horas na
conduo de veculo rodovirio de passageiros, sendo facultado o seu fracionamento e o do
tempo de direo.
2o Em situaes excepcionais de inobservncia justificada do tempo de direo,
devidamente registradas, o tempo de direo poder ser elevado pelo perodo necessrio para
que o condutor, o veculo e a carga cheguem a um lugar que oferea a segurana e o
atendimento demandados, desde que no haja comprometimento da segurana rodoviria.
3o O condutor obrigado, dentro do perodo de 24 (vinte e quatro) horas, a observar o
mnimo de 11 (onze) horas de descanso, que podem ser fracionadas, usufrudas no veculo e
coincidir com os intervalos mencionados no 1o, observadas no primeiro perodo 8 (oito) horas
ininterruptas de descanso.
4o Entende-se como tempo de direo ou de conduo apenas o perodo em que o
condutor estiver efetivamente ao volante, em curso entre a origem e o destino.
5o Entende-se como incio de viagem a partida do veculo na ida ou no retorno, com ou
sem carga, considerando-se como sua continuao as partidas nos dias subsequentes at o
destino.
6o O condutor somente iniciar uma viagem aps o cumprimento integral do intervalo
de descanso previsto no 3o deste artigo.
7o Nenhum transportador de cargas ou coletivo de passageiros, embarcador,
consignatrio de cargas, operador de terminais de carga, operador de transporte multimodal de
cargas ou agente de cargas ordenar a qualquer motorista a seu servio, ainda que
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subcontratado, que conduza veculo referido no caput sem a observncia do disposto no 6o.
(NR)
.............................................................................................
Art. 67-E. O motorista profissional responsvel por controlar e registrar o tempo de
conduo estipulado no art. 67-C, com vistas sua estrita observncia.
1o A no observncia dos perodos de descanso estabelecidos no art. 67-C sujeitar o
motorista profissional s penalidades da decorrentes, previstas neste Cdigo.
2o O tempo de direo ser controlado mediante registrador instantneo inaltervel de
velocidade e tempo e, ou por meio de anotao em dirio de bordo, ou papeleta ou ficha de
trabalho externo, ou por meios eletrnicos instalados no veculo, conforme norma do Contran.
3o O equipamento eletrnico ou registrador dever funcionar de forma independente de
qualquer interferncia do condutor, quanto aos dados registrados.
4o A guarda, a preservao e a exatido das informaes contidas no equipamento
registrador instantneo inaltervel de velocidade e de tempo so de responsabilidade do
condutor.
Art. 8o A Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997 - Cdigo de Trnsito Brasileiro, passa a vigorar com as
seguintes alteraes:
Art. 132. ......................................................................
1o ...............................................................................
2o Antes do registro e licenciamento, o veculo de carga novo, nacional ou importado,
portando a nota fiscal de compra e venda ou documento alfandegrio, dever transitar
embarcado do ptio da fbrica ou do posto alfandegrio ao Municpio de destino. (NR)
Art. 148-A. Os condutores das categorias C, D e E devero submeter-se a exames
toxicolgicos para a habilitao e renovao da Carteira Nacional de Habilitao.
1o O exame de que trata este artigo buscar aferir o consumo de substncias
psicoativas que, comprovadamente, comprometam a capacidade de direo e dever ter janela
de deteco mnima de 90 (noventa) dias, nos termos das normas do Contran.
2o Os condutores das categorias C, D e E com Carteira Nacional de Habilitao com
validade de 5 (cinco) anos devero fazer o exame previsto no 1o no prazo de 2 (dois) anos e 6
(seis) meses a contar da realizao do disposto no caput.
3o Os condutores das categorias C, D e E com Carteira Nacional de Habilitao com
validade de 3 (trs) anos devero fazer o exame previsto no 1o no prazo de 1 (um) ano e 6
(seis) meses a contar da realizao do disposto no caput.
4o garantido o direito de contraprova e de recurso administrativo no caso de
resultado positivo para o exame de que trata o caput, nos termos das normas do Contran.
5o A reprovao no exame previsto neste artigo ter como consequncia a suspenso
do direito de dirigir pelo perodo de 3 (trs) meses, condicionado o levantamento da suspenso
ao resultado negativo em novo exame, e vedada a aplicao de outras penalidades, ainda que
acessrias.
6o O resultado do exame somente ser divulgado para o interessado e no poder ser
utilizado para fins estranhos ao disposto neste artigo ou no 6o do art. 168 da Consolidao
das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943.
7o O exame ser realizado, em regime de livre concorrncia, pelos laboratrios
credenciados pelo Departamento Nacional de Trnsito - DENATRAN, nos termos das normas
do Contran, vedado aos entes pblicos:
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inciso VII do art. 235-B da Consolidao das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o
de maio de 1943, ser exigido:
I - em 90 (noventa) dias da publicao desta Lei, para a renovao e habilitao das categorias C, D e E;
II - em 1 (um) ano a partir da entrada em vigor desta Lei, para a admisso e a demisso de motorista
profissional;
III - em 3 (trs) anos e 6 (seis) meses a partir da entrada em vigor desta Lei, para o disposto no 2o do art.
148-A da Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997;
IV - em 2 (dois) anos e 6 (seis) meses a partir da entrada em vigor desta Lei, para o disposto no 3o do
art. 148-A da Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997.
Pargrafo nico. Caber ao Contran estabelecer adequaes necessrias ao cronograma de realizao
dos exames.
Art. 14. Decorrido o prazo de 3 (trs) anos a contar da publicao desta Lei, os seus efeitos dar-se-o
para todas as vias, independentemente da publicao dos atos de que trata o art. 11 ou de suas revises.
Art. 15. A Lei no 11.442, de 5 de janeiro de 2007, passa a vigorar com as seguintes alteraes:
Art. 4o ..........................................................................
.............................................................................................
3o Sem prejuzo dos demais requisitos de controle estabelecidos em regulamento,
facultada ao TAC a cesso de seu veculo em regime de colaborao a outro profissional, assim
denominado TAC - Auxiliar, no implicando tal cesso a caracterizao de vnculo de emprego.
4o O Transportador Autnomo de Cargas Auxiliar dever contribuir para a previdncia
social de forma idntica dos Transportadores Autnomos.
5o As relaes decorrentes do contrato estabelecido entre o Transportador Autnomo
de Cargas e seu Auxiliar ou entre o transportador autnomo e o embarcador no caracterizaro
vnculo de emprego. (NR)
Art. 5o-A. O pagamento do frete do transporte rodovirio de cargas ao Transportador
Autnomo de Cargas - TAC dever ser efetuado por meio de crdito em conta mantida em
instituio integrante do sistema financeiro nacional, inclusive poupana, ou por outro meio de
pagamento regulamentado pela Agncia Nacional de Transportes Terrestres - ANTT, critrio
do prestador do servio.
.............................................................................................
7o As tarifas bancrias ou pelo uso de meio de pagamento eletrnico relativas ao
pagamento do frete do transporte rodovirio de cargas ao Transportador Autnomo de Cargas TAC correro conta do responsvel pelo pagamento. (NR)
Art. 11. ........................................................................
.............................................................................................
5o O prazo mximo para carga e descarga do Veculo de Transporte Rodovirio de
Cargas ser de 5 (cinco) horas, contadas da chegada do veculo ao endereo de destino, aps
o qual ser devido ao Transportador Autnomo de Carga - TAC ou ETC a importncia
equivalente a R$ 1,38 (um real e trinta e oito centavos) por tonelada/hora ou frao.
6o A importncia de que trata o 5o ser atualizada, anualmente, de acordo com a
variao do ndice Nacional de Preos ao Consumidor - INPC, calculado pela Fundao Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatstica - IBGE ou, na hiptese de sua extino, pelo ndice que o
suceder, definido em regulamento.
7o Para o clculo do valor de que trata o 5o, ser considerada a capacidade total de
transporte do veculo.
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Arthur Chioro
Armando Monteiro
Nelson Barbosa
Gilberto Kassab
Miguel Rossetto
Este texto no substitui o publicado no DOU de 3.3.2015
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