Cap. 3-Mecanismo de Formação Do Cavaco 13.1

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• Capítulo 3

MECANISMO DE FORMAÇÃO DO CAVACO

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CAP. 3 – MECANISMO DE FORMAÇÃO DO CAVACO

A formação do cavaco influencia diversos fatores ligados à


usinagem, tais como o desgaste da ferramenta, os esforços de corte,
o calor gerado na usinagem, a penetração do fluido de corte, etc.

Assim, estão envolvidos com o processo de formação do cavaco


aspectos econômicos e de qualidade da peça, a segurança do
operador, a utilização adequada da máquina-ferramenta, etc.
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Fig. 3.1- Esquema da formação do cavaco mostrando
o plano de cisalhamento

Fator de Recalque,  = h2/h1 = s2/s1


 = f(pressão específica do cavaco sobre a ferramenta,
volume do cavaco produzido por CV e a temperatura)
A parte de trás do cavaco é rugosa devido ao fato da
deformação não ser homogênea.
MECANISMO DE FORMAÇÃO DO CAVACO

• Em geral, a formação do cavaco nas condições normais


de usinagem com ferramentas de metal duro ou de aço
rápido, se processa da seguinte forma:
• a) Uma pequena porção do material (ainda solidária à
peça) é recalcada (deformações elásticas e plásticas)
contra a superfície de saída da ferramenta.

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MECANISMO DE FORMAÇÃO DO CAVACO

b) Esta deformação plástica aumenta


progressivamente, até que as tensões de
cisalhamento se tornem suficientemente grandes, de
modo a se iniciar um deslizamento (sem que haja
perda de coesão) entre a porção de material recalcada
e a peça.
MECANISMO DE FORMAÇÃO DO CAVACO

c) Continuando a penetração da ferramenta, haverá uma


ruptura (cisalhamento) parcial ou completa do cavaco,
acompanhando o plano de cisalhamento e dependendo da
ductilidade do material e das condições de usinagem.
MECANISMO DE FORMAÇÃO DO CAVACO
d) Prosseguindo, devido ao movimento relativo entre a
ferramenta e a peça, inicia-se um escorregamento da
porção do material deformada e cisalhada (cavaco) sobre
a superfície de saída da ferramenta.
Enquanto isso, uma nova porção do material está se
formando e cisalhando, a qual irá também escorregar
sobre a superfície de saída da ferramenta, repetindo o
fenômeno.
3.1- A Interface Cavaco-Ferramenta
• O conceito clássico de atrito baseado nas leis de Amonton
e Coulomb ( a força de atrito é proporcional à força normal
Fa = µ.N) não é adequado na usinagem dos materiais,
onde as pressões normais à superfície de saída da
ferramenta são muito grandes.
• Trent defende a teoria de que, na interface cavaco-
superfície de saída da ferramenta, existe uma zona de
aderência e, logo após esta, uma zona de escorregamento
entre o cavaco e a ferramenta (figura 3.2), quando da
usinagem de vários metais que formam cavacos contínuos.
A Interface Cavaco-Ferramenta

Fig. 3.2 – Área de contato Cavaco-Ferramenta

A zona de aderência ocorre devido ás altas tensões de compressão,


às altas taxas de deformação e à pureza do material da peça em
contato com a ferramenta.
Zona de Fluxo dentro do Cavaco

• Fig. 3.3- Zona de Fluxo dentro do Cavaco


CLASSIFICAÇÃO DOS CAVACOS
• a) Cavaco contínuo – a distinção das
lamelas não é nítida.
• b) Cavaco de cisalhamento – apresenta-se
constituído de lamelas justapostas bem
distintas.
• c) Cavaco de ruptura – apresenta-se
constituído de fragmentos arrancados da
peça usinada.

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ESTUDO DOS CAVACOS
• Cavaco é o material removido do tarugo (Billet) durante
o processo de usinagem, cujo objetivo é obter uma peça
com forma e/ou dimensões e/ou acabamento definidas.
• Exemplo:
• -lápis é o tarugo;
-lamina do apontador é a ferramenta de corte;
-material removido é o cavaco.

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Etapas de mecanismo de formação de cavaco:

• 1) Recalque, devido a penetração da ferramenta na peça;


• 2) O material recalcado sofre deformação plástica, que aumenta
progressivamente, até que tensões cisalhantes se tornem
suficientemente grandes para que o deslizamento comece;
• 3) Ruptura parcial ou completa, na região de cisalhamento, dando
origem aos diversos tipos de cavacos;
• 4) Movimento sobre a superfície de saída da ferramenta.

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Mecanismo de formação do cavaco

Ângulo de cisalhamento
Ø
Plano de cisalhamento

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Tipos de cavaco

De ruptura De cisalhamento Contínuo

Ferro
fundido Aço Aço

O fenômeno de formação do cavaco é periódico

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Fontes de Calor

Zona secundária
(cisalhamento/atrito)

FERRAMENTA

Zona terciária
Zona primária (atrito)
(cisalhamento) PEÇA

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Distribuição de Calor

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Tipos de cavacos:

• Cisalhado (segmentado);
• De ruptura (descontínuo);
• Contínuo;
• Cavaco contínuo com aresta postiça de corte (APC)

• As Figuras 4.1 e 4.2 mostram os tipos de cavacos:

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Fig. 4.1
Tipos de cavaco

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Figura 4.2 – Tipos de cavacos
• CAVACO CONTÍNUO:
• Mecanismo de Formação: O cavaco é formado continuamente, devido a
ductilidade do material e a alta velocidade de corte;
• Acabamento Superficial: Como a força de corte varia muito pouco devido
a contínua formação do cavaco, a qualidade superficial é muita boa.

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Denominações para a formação dos cavacos

Tipos de cavaco (a)continuo (b) lamelar (c) cisalhado

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Quanto à forma, os cavacos são
classificados como:

a) Cavaco em fita;
b) Cavaco helicoidal;
c) Cavaco espiral;
d) Cavaco em lascas ou pedaços.

Figura 4.3 - Formas de cavacos produzidos na usinagem dos metais.


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Forma dos cavacos conforme a norma
ISS0O 3685
• Entretanto, a norma ISO 3685 faz uma classificação mais
detalhada da forma dos cavacos, de acordo com a Figura 4.4.

fragmentado

Figura 4.4 - Formas de cavacos produzidos na usinagem dos metais


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FORMAS DE CAVACO:
Os cavacos do tipo contínuos (em fita) trás sérios
inconvenientes, entre eles destacam:

• Pode ocasionar acidentes, visto que eles se enrolam


em torno da peça, da ferramenta ou dos
componentes da máquina;
• Dificulta a refrigeração direcionada, desperdiçando o
fluido de corte;
• Dificulta o transporte (manuseio), ocupa muito
volume;
• Ele prejudica o corte, no sentido de poder afetar, o
acabamento, as forças de corte e a vida útil das
ferramentas.

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CAVACO EM FITA CONT.

• O material da peça é o principal fator que vai influenciar


na classificação quanto à forma dos cavacos. Quanto às
condições de corte: maior vc (velocidade de corte), f
(avanço) e γ (ângulo de saída) tende a produzir cavacos
em fitas (ou contínuos, quanto ao tipo). O “f” é o
parâmetro mais influente e o ap é o que menos influencia
na forma de cavacos. A Figura 4.5 ilustra a influência
destes parâmetros na forma do cavaco.

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Ângulos de saída positivos e negativos

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Mecanismo de formação do cavaco
Contínuo: O ângulo de saída deve ser grande
De ruptura: O ângulo de saída deve ser baixo, nulo
ou negativo.

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INFLUÊNCIA DOS PARÁMETROS "f "e "pc" NA
FORMA DO CAVACO

Influência do f e do pc na forma dos cavacos

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TIPOS DE QUEBRA CAVACOS
• Apesar das condições de corte poderem ser escolhidas para evitar
ou pelo menos reduzir a tendência de formação de cavacos longos em fita
(contínuo ou cisalhado). Até o momento, o método mais efetivo e popular
para produzir cavacos curtos é o uso de dispositivos que promovem a
quebra mecânica deles, que são os quebra-cavacos. Os tipos mais comuns
de quebra-cavacos estão ilustrados na Figura 4.6.

a) b) c)

Figura 4.6 -Tipos mais comuns de quebra-cavacos. a) Quebra-cavaco fixado


mecanicamente; b) Quebra-cavaco usinado diretamente na ferramenta; c) Quebra-cavaco
em pastilha sinterizada.
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Como vantagens do uso de quebra-cavacos
podemos enumerar:
• Redução de transferência de calor para a ferramenta
por reduzir o contato entre o cavaco e ferramenta;
• Maior facilidade de remoção dos cavacos;
• Menor riscos de acidentes para o operador;
• Obstrução menor ao direcionamento do fluido de
corte sobre a aresta de corte da ferramenta.

a) b) c)

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Consequência dos esforços na de Ferramenta
QUEBRA CAVACOS
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FIM

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Decompondo a força de corte (F) que a ferramenta
exerce sobre o material da peça, obtém-se:

A Componente Fshn (força de cisalhamento ao longo do plano de


cisalhamento) é responsável pelo surgimento do plano de cisalhamento.
O material da peça tem estrutura granular, isto é, composta por grãos.
Logo a componente Fshn não se propaga-se em linha reta e sim
através dos grãos,formando uma região onde os grãos são fortemente
deformados.
Temperaturas na usinagem
CONSIDERAÇÕES SOBRE A Vc

• Maior Vc= maior temperatura = menor vida útil.

• Menor Vc= problemas de acabamento e de


produtividade.
SOLICITAÇÕES NA CUNHA DE CORTE

Conseqüência dos esforços na de Ferramenta


Geometria da ferramenta
PRINCIPAIS ÂNGULOS DA FERRAMENTA

Se o ângulo for muito pequeno


1. O gume não pode penetrar
convenientemente no material e a
ferramenta cega rapidamente;
2. Ocorre atrito contra a peça, gera sobre
aquecimento da ferramenta e
acabamento superficial ruim.

Se o ângulo for muito grande


1.Уn O gume quebra ou solta uma série de
pequenas lascas, em virtude de apoio
deficiente.

O tamanho do ângulo de incidência


depende de:
βn 1. Resistência do material da ferramenta;
2. Resistência do material da peça a ser
αa usinada.
FERRAMENTAS DE CORTE

• Aços carbono;
• Aços rápidos comuns;
• Aços rápidos com cobalto;
• Ligas fundidas; Brocas de Diamante

• Metais duros;
• Cermetos ou compósitos
• Cerâmicas;
• Diamantes;
• Nitreto de boro cúbico (CBN).
Aços carbono: São aços com
teores de 0,8 a 1,5% de C.
Até 1.900 eram praticamente os
únicos aços utilizados para
fabricação de ferramentas de corte.
   

Com o aparecimento dos aços rápidos, seu emprego para ferramenta de


corte reduziu-se a aplicações secundárias, sendo hoje apenas utilizado
nos seguintes casos:
1. Pequenas oficinas de reparo, uso doméstico e de lazer;
2. Ferramentas que serão utilizadas uma única vez ou para execução de
poucos peças;
3. Para ferramentas de formar, na usinagem de latão e ligas de alumínio.
FORÇAS DE USINAGEM

Força de usinagem= f(condições de corte (f, vc, ap),


geometria da ferramenta( , , e  ) e o desgaste da
ferramenta.
SUBDIVISÕES DO TRABALHO EFETIVO DA
USINAGEM
CAVACO CISALHADO:

• Mecanismo de Formação: O material fissura no ponto mais


solicitado. Ocorre ruptura parcial ou total do cavaco. A
soldagem dos diversos pedaços (de cavaco) é devida a alta
pressão e temperatura desenvolvida na região.
O que difere um cavaco cisalhado de um contínuo
(aparentemente), é que somente o primeiro apresenta um
serilhado nas bordas.
• Acabamento Superficial: A qualidade superficial é inferior a
obtida com cavaco contínuo, devido a variação da força de
corte. Tal força cresce com a formação do cavaco e diminui
bruscamente com sua ruptura, gerando fortes vibrações que
resultamn uma superfície com ondulações.

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CAVACO DE RUPTURA
(ARRANCADO)
• Mecanismo de Formação: Este cavaco é produzido
na usinagem de materiais frágeis como o ferro
fundido, bronze duro e latão. O cavaco rompe em
pequenos segmentos devido a presença de grafita
(Fofo), produzindo uma descontinuidade na
microestrutura.
• Acabamento Superficial: Devido a descontinuidade
na microestrutura produzida pela grafita ( no caso do
FoFo), o cavaco rompe em forma de concha gerando
uma superfície com qualidade superficial inferior.

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FIM
Prof. Mota

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