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Filtração

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OPERAES UNITRIAS I

(Transferncia de
quantidade de movimento)

FILTRAO SLIDO-LQUIDO

Geankoplis, C.J. 2003. Transport Process and Separation


Process Principles. Prentice Hall, 4th edition, 1026pp. Captulo

1. Introduo
Na filtrao, as partculas slidas suspensas em um
fluido so retiradas usando um meio poroso
que
separa as partculas em uma fase slida ( torta ) e
permite o escoamento de um fluido claro ( filtrado );
O fluido pode ser um gs ou um lquido;
O produto pode ser tanto o fluido clarificado quanto
a torta de partculas slidas;
O equipamento de filtrao industrial
diferencia-se
pouco
do
equipamento
de
laboratrio apenas pela quantidade de material a
ser filtrado e o custo do equipamento.

O aparelho de filtrao de laboratrio


tpico
denominado filtro de Bchner . O lquido colocado
por cima e flui por ao da gravidade, no seu percurso
encontra um tecido poroso (um filtro de papel). Como
a resistncia passagem pelo meio poroso aumenta
no decorrer do tempo de filtrao, o filtro se conecta
atravs de um vaso Erlenmayer a uma bomba de
vcuo.

1.1. Filtrao Industrial


A filtrao simples
aquela onde uma diferena
de presso usada para forar o lquido a passar
pelo filtro e pela torta com filtro acumulada;
A filtrao centrfuga
aquela onde a fora
centrfuga utilizada em vez de uma diferena de
presso. Em muitas aplicaes de filtrao, ambos os
filtros (simples e centrfugos) podem ser usados;
Os filtros podem ser feitos para funcionar (a) em
batelada (a torta retirada depois de cada corrida)
ou (b) de forma contnua (a torta slida retirada
continuamente).

Os filtros podem funcionar:


(a) por ao da gravidade , o lquido flui
devido a existncia de uma coluna hidrosttica;
(b) por meio da aplicao de presso ou
vcuo para aumentar a taxa de fluxo;
O meio de filtrao pode ser um conjunto de
placas planas imersas num tanque, folhas
individuais ou um cilindro rotativo mergulhado
no fludo da alimentao.

2. Equipamentos utilizados em
filtrao
2.1. Filtros de leito fixo
O tipo de filtro mais simples. til na clarificao de gua
quando h quantidades pequenas de slidos a ser separados
de grandes volumes de lquido.
Muitas vezes a camada de fundo composta de cascalho
grosso que descansa em uma placa perfurada. Acima do
cascalho colocada areia fina que atua como filtro.
Entrada do Lquido

Defletor

Perfurado

Lquido clarificado

Partcula fina
Partcula grosseiras

2.2. Filtro prensa de placa e


armao
Um dos tipos mais importantes o filtro prensa de
placas e armao (porque mais importante?). Estes
filtros compem-se de placas e armaes reunidas
alternadamente. Utiliza-se tecido para cobrir ambos os
lados das placas.
Tecido filtrante
Extrao
Mistura

Filtrado
molde
Bolo

Placa

Filtros-Prensa
Flowress

(1) O fludo entra

(2) Ocorre a separao lquidoslido

(3) A torta
retirada

Animao:
http://www.grabe.com.br/filtros_prensa_como_funciona_esquema.htm

i. A alimentao bombeada a prensa e flui pelas


armaes;
ii. Os slidos acumulam-se como torta dentro da
armao;
iii.O filtrado flui entre o filtro de tecido e a placa
pelos canais de passagem e sai pela parte inferior
de cada placa;
iv.A filtrao prossegue at o espao interno da
armao esteja completamente preenchida com
slidos. Nesse momento a armao e as placas so
separadas e a torta retirada. Depois o filtro
remontado e o ciclo se repete.

2.3.
Filtro
folhas

de

Foi projetado para grandes volumes


ter uma lavagem eficiente;
Cada folha uma armao de metal
oca coberta por um filtro de tecido. Elas
so suspensas em um tanque fechado;
A alimentao introduzida no tanque
e passa pelo tecido a baixa presso, a
torta se deposita no exterior da folha;
O filtrado flui para dentro da armao
oca. O lquido de lavagem segue o
mesmo caminho que a alimentao;
A torta retirada por uma abertura
do casco.

de lquido e para

Filtro
folhas

de

2.4. Filtro de tambor a vcuo rotativo


contnuo
Filtra, lava e descarrega a
torta de forma contnua.
O tambor recoberto com
um meio de filtrao
conveniente.
Uma vlvula automtica no
centro do tambor ativa o
ciclo de filtrao, secagem,
lavagem e descarga da torta.
O filtrado sai pelo eixo de
rotao.
Existem passagens separadas
para o filtrado e para o
lquido de lavagem.
H uma conexo com ar
comprimido que se utiliza
para ajudar a raspadeira de
facas na retirada da torta.

Filtros de tambor rotativos

Indstria de celulose

2.5. Filtro de disco rotativo


contnuo
Compe-se de discos verticais concntricos montados
em um eixo de rotao horizontal. Funciona como o
filtro de tambor rotativo a vcuo. Cada disco oco e
coberto com um tecido e em parte submerso na
alimentao. A torta lavada, secada, e raspada
quando o disco est na metade superior da sua rotao.
2.6. Filtro horizontal rotativo contnuo
um filtro horizontal giratrio a vcuo com uma
superfcie de filtrao anular rotatria dividida em
setores. A alimentao filtrada, lavada, secada e
raspada. usado em processos de extrao de
minrio, lavagem de polpa e outros processos de
grande capacidade.

3. Meios de Filtrao e Auxiliares de


Filtrao
3.1. Meios de filtrao
O meio para filtrao industrial deve:
Retirar o slido a ser filtrado da alimentao e gerar
um filtrado claro;
Permitir que a torta retida no filtro seja removida de
forma fcil e limpa;
Ser forte o suficiente para no rasgar e ser
quimicamente resistente s solues usadas;
Os poros no devem ser obstrudos para que a taxa
da filtrao no fique muito lenta.

3.2. Auxiliares de Filtrao


Certos compostos podem ser usados para ajudar na
filtrao, como a terra diatomcea que formada
principalmente de slica. Tambm so empregados a
celulose de madeira e outros slidos porosos inertes.
Esses compostos podem ser usados de vrios
modos:
1. Como pr-cobertura antes da filtrao:
O auxiliar de filtrao prevenir os slidos gelatinosos de
entupir o filtro e tambm permitir um filtrado mais claro;
2. Acrescentados alimentao antes da filtrao:
Aumenta a porosidade da torta e reduzindo a resistncia da
torta durante a filtrao;
3. Em um filtro rotativo, o auxiliar de filtrao pode
ser aplicado como uma pr-cobertura:
Posteriormente, as fatias finas desta camada so raspadas
junto com a torta.

4. Teoria Bsica de Filtrao


4.1. Queda de presso de fluido atravs da
torta
A figura mostra uma seo de um filtro em um tempo t
(s) medido a partir do incio do fluxo. A espessura da
torta L (m). A rea da seo transversal A (m2), e a
velocidade linear do filtrado na direo L v (m/s)

Assumindo que h fluxo laminar nos canais da


torta do do filtro, o fluxo do filtrado pelo leito
pode ser descrito por uma equao semelhante
lei de Poiseuille.
A equao de Poiseuille
explica o fluxo
laminar em um tubo, que no sistema internacional
de unidades (SI) pode ser descrito como:

P 32 v

2
L
D

(14.2-1)

Onde:
p a queda de presso em N/m2, v a
velocidade no tubo em m/s, D o dimetro em m,
L o comprimento em m e a viscosidade em
Pa.s

No caso de fluxo laminar em um leito empacotado


de partculas usa-se a equao de Carman-Kozeny ,
que similar a equao de Poiseuille, e que tem sido
aplicada filtrao com sucesso:

pc

k1 v (1 ) S

3
L

2
0

(14.2-2)

Onde: k 1 uma constante igual a 4.17 para partculas


de tamanho e forma definida; a viscosidade do
filtrado em Pa.s; v a velocidade linear baseada na
rea do filtro em m/s; a frao vazia ou
porosidade da torta; L a espessura da torta em m;
S 0 a superfcie especfica da partcula expressada
em m2/m3; P c a queda de presso na torta N/m2.

A velocidade linear
transversal vazia:

dV / dt
v
A

baseada na rea da seo

(14.2-3)

Onde A a rea transversal do filtro em m2 e V o


volume coletado do filtrado em m3 at o tempo t
expresso em segundos (s).
A espessura da torta L depende do volume do
filtrado V e se obtm por um balano de materiais.

O balano de massa na torta fornece:

LA (1 ) p c s (V LA)

(14.2-4)

Onde:
cs = kg de slidos/m3 do filtrado; p a densidade de
partculas slidas na torta em kg/m3.
O termo final de Eq. (14.2-4) o volume do filtrado
mantido na torta, que pequeno e ser negligenciado.
Substituindo (14.2-3) em (14.2-2) e usando (14.2-4)
para eliminar L, temos a equao final:

pc
pc
dV

2
csV
k1 (1 ) S 0 csV
A dt

3
A
p
A

(14.2-5)

Onde a resistncia especfica da torta


definido como:

k1 (1 ) S 02

p 3

m/kg,

(14.2-6)

Para a resistncia mdia do filtro, podemos


escrever, por analogia com a Eq. (14.2-5),

dV p f

A dt Rm

(14.2-7)

Onde Rm a resistncia do meio filtrante para filtrar


o fluxo em m-1 e Pf a queda de presso no filtro.
Na prtica.

Como as resistncias da torta e do meio filtrante


esto em srie, (14.2-5) e (14.2-7) podem ser
somadas:

dV
p

A dt
c sV

Rm
A

(14.2-8)

Onde p = p c + p f . Algumas vezes a Eq.


(14.2-8) modificada como segue:

dV
p

A dt c s
(V Ve )
A

(14.2-9)

Onde V e um volume do filtrado necessrio para


acumular uma torta fictcia cuja resistncia igual
Rm

4.2. Equaes de filtrao presso


constante
4.2.1. Equaes bsicas de filtrao em
batelada
Muitas vezes uma filtrao feita em condies de
presso constante. A equao (14.2-8) pode ser
invertida para dar:

c s
dt

2
V
R m K pV B
dV A (p)
A(p)

(14.2-13)

Onde K p est em s/m6 e B em


s/m3 :

c s
Kp 2
A (p )

Rm
B
A ( p )

(14.2-14)

(14.2-15)

Para presso e
constantes e considerando torta
incompressvel, V e t so as nicas variveis
na
Eq. (14.2-13).
Integrao para obter o tempo da filtrao t
em (s),

dt ( K pV B) dV

(14.2-16)

Kp
2

V BV

Dividindo por V

t K pV

B
V
2

(14.2-17)

Equao de uma reta:


(y=a.x+b)

(14.2-18)

(y=t/V; a=kp/2; x=V;


b=B)
Onde V o volume total do filtrado (m3) recolhido
em t (s).

Para avaliar a Eq. (14.2-17) necessrio conhecer


e Rm. Isto pode ser feito usando Eq. (14.2-18);
Precisa-se dos dados do volume coletado (V) em
tempos diferentes tempos de filtrao;
Depois os dados experimentais se correlacionam no
grfico como t/V contra V, da maneira mostrada na
Figura 14.2-7;

Muitas vezes, o primeiro ponto no grfico no cai na


linha e omitido;
A declividade da linha Kp/2 e o onde cruza o eixo
y B;
Ento, podem utilizar-se as Eqs. (14.2-14) e (14.215), para determinar os valores de Rm e e
finalmente obter a expresso para o clculo do tempo
de filtrao.

Exemplo: Avaliao das Constantes para Filtrao


a Presso Constante.
A tabela abaixo fornece os dados da filtrao em laboratrio de
uma suspenso de CaCO3 em gua a 298,2 K (25C) e a uma
queda de presso constante (-p) de 338 kN/m2.

rea do filtro de prensa de placa: A = 0,0439 m2;


Concentrao na alimentao: c s = 23,47 kg/m3
Calcule as constantes
e R m a partir dos dados
experimentais dados, onde t o tempo em s e V o
3.
volume de filtrado em m

Soluo:
Elaboramos inicialmente um grfico de V contra t/V . Atravs do
coeficiente linear determina-se B = 6400 s/m3 e com a
declividade se obtm K p / 2 = 3,00 x 106 s/m6.
25000
y = 3E+06x + 6408,3
15000
10000
5000

V (m^3)

6,00E-03

5,00E-03

4,00E-03

3,00E-03

2,00E-03

1,00E-03

0,00E+00

t/V (s/m^3)

20000

A 298.2 K a viscosidade de gua = 8,937 x 10-4 Pa.


s. Substituindo os valores conhecidos na Eq. (14.2-14)
obtm-se:
4

c
(8.937 X 10 ) ( ) (23.47)
6
s
K p 6.00 X 10 2

A (p )
(0.0439) 2 (338 X 10 3 )

1.863 X 1011 m / kg (2.77 X 1011 ft / lbm )


Substituindo na Eq. (14.2-15) obtm-se:

Rm
8.937 X 10 4 )( Rm )
B 6400

A( p ) 0.0439(338 X 10 3 )
Rm 10.63 X 1010 m 1 (3.24 X 1010 ft 1 )

Exemplo: Tempo requerido para realizar uma


filtrao
O mesmo produto do exemplo anterior est sendo filtrado
em um filtro de prensa de placa com 20 placas de 0,873m2
de rea cada uma. A filtrao ocorrer presso constante.
Assumindo as mesmas caractersticas da torta do exemplo
anterior, calcule o tempo para recolher 3,37m3 de filtrado.

A = 0,0439m2
Kp = 6,00.106
s/m6
B = 6400 s/m3

Desde que e Rm sero o mesmo


de antes, kp pode ser corrigido. Da
equao (14.2-14), kp
proporcional 1/A2. A nova rea
A = 0,873*20 = 17,46m2. O novo kp
kp: 6,00.106 * (0,0439 / 17,46) 2 37,93s / m 6

0,0439
16,10 s / m 3 , substituindo em (14.2-17) temos:
17,46
kp 2
37,93
t V BV
(3,37) 2 16,10 * 3,37 269,7 s
2
2
B 6400 *

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