Disponvel em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?

id=40812462011


Red de Revistas Cientficas de Amrica Latina, el Caribe, Espaa y Portugal
Sistema de Informacin Cientfica
Loeste de Arruda Barbosa, Ana La Alcntara Sampaio, Ana Luisa Almeida Melo, Ayslane Patrcia
Nascimento de Macedo, Maria de Ftima Antero Sousa Machado
A EDUCAO EM SADE COMO INSTRUMENTO NA PREVENO DE PARASITOSES
Revista Brasileira em Promoo da Sade, vol. 22, nm. 4, octubre-diciembre, 2009, pp. 272-277,
Universidade de Fortaleza
Brasil
Como citar este artigo Fascculo completo Mais informaes do artigo Site da revista
Revista Brasileira em Promoo da Sade,
ISSN (Verso impressa): 1806-1222
[email protected]
Universidade de Fortaleza
Brasil
www.redalyc.org
Projeto acadmico no lucrativo, desenvolvido pela iniciativa Acesso Aberto
272 RBPS, Fortaleza, 22(4): 272-278, out./dez., 2009
Barbosa LA, Sampaio ALA, Melo ALA, Macedo APN, Machado MFAS
A EDUCAO EM SADE COMO INSTRUMENTO NA
PREVENO DE PARASITOSES
Health education as a tool in the prevention of parasitosis
RESUMO
Objetivo: Sensibilizar crianas e seus responsveis sobre preveno de parasitoses na
infncia atravs de aes de Educao em Sade. Mtodos: Estudo descritivo, de interveno
educativa realizada com moradores de um bairro da periferia do municpio de Crato - CE,
em parceria com a estratgia de Sade da Famlia. Amostras fecais de crianas de 2 a 8
anos foram coletadas para anlise atravs dos mtodos direto e de Holffmann e, a partir
dos resultados, direcionou-se o processo educativo s crianas e seus responsveis, sobre
comportamentos preventivos para a infeco por enteroparasitos. Resultados: Em relao
coleta do material e anlise dos resultados, aproximadamente 47% dos recipientes de coleta
de fezes foram entregues, compondo 21 amostras e, desse total, 10 crianas apresentavam
algum tipo de parasitose, sendo as mais encontradas: Giardia lamblia, Entamoeba histolitica,
Entamoeba coli, Endomilax nana e Ascaris lumbricoides. O momento educativo contou com
a participao de 48 pessoas, dentre as quais 16 crianas. Houve consulta mdica e prescrio
de medicamentos antiparasitrios para as crianas, com resultados positivos para algum tipo
de parasitose. Tanto as crianas como seus responsveis demonstraram ter compreendido
a mensagem educativa participando ativamente das atividades. Concluso: A populao
mostrou-se sensibilizada com as aes desenvolvidas, tendo xito o processo educativo
realizado numa abordagem sujeito-sujeito e no verticalizada, na busca pelo empoderamento
comunitrio acerca das questes abordadas, salientado a importncia de um processo
continuado de educao em sade.
Descritores: Promoo da Sade; Educao em Sade; Comunicao em Sade; Criana;
Doenas Parasitrias.
ABSTRACT
Objective: To aware children and their parents on the prevention of parasitic diseases
in childhood by means of Health Education actions. Methods: A descriptive study of
educational intervention with residents of a neighborhood in the municipality of Crato -
CE, in partnership with the Family Health strategy. Fecal samples from children aged 2
to 8 years were collected for analysis by both direct and Holffmann methods and from the
results, we directed the educational process for children and their parents on preventive
behaviors for infection by intestinal parasites. Results: Regarding to material collection and
the analysis of the results, approximately 47% of the containers for collection of feces were
delivered, comprising 21 samples and, from this total, 10 children had some type of parasites,
the most frequent being: Giardia lamblia, Entamoeba histolytic, Entamoeba coli, Endomilax
nana and Ascaris lumbricoides. The educational moment occurred with the participation of
48 persons, among them 16 children. There was medical consultation and prescription of
antiparasitic drugs to children, with positive results for some type of parasites. Both children
and their parents showed to have understood the message by actively participating in
educational activities. Conclusion: The population proved to be aware of the actions taken,
and succeeded the educational process carried out in a subject-subject approach and not in
a vertical manner, in the search for community empowerment on the issues raised, stressing
the importance of a continuous process of health education.
Descriptors: Health Promotion; Health Education; Health Communication; Child;
Parasitics Diseases.
Loeste de Arruda Barbosa
(1)
Ana La Alcntara Sampaio
(1)
Ana Luisa Almeida Melo
(1)
Ayslane Patrcia Nascimento de
Macedo
(1)
Maria de Ftima Antero Sousa
Machado
(1,2)
Recebido em: 13/12/2008
Revisado em: 27/07/2009
Aceito em: 17/08/2009
1) Universidade Regional do Carir
(URCA) Crato - CE Brasil
2) Universidade de Fortaleza (UNIFOR)
Fortaleza - CE Brasil
Descrio ou avaliao
de mtodos, tcnicas,
procedimentos e instrumentais
273 RBPS, Fortaleza, 22(4): 272-278, out./dez., 2009
Educao em Sade voltada s parasitoses
INTRODUO
Muitas vezes as doenas so decorrentes do meio e das
condies s quais as pessoas esto expostas, dentre elas, as
resultantes de parasitismo. Parasitismo a associao entre
seres vivos, onde existe unilateralidade de benefcios, ou
seja, o hospedeiro espoliado pelo parasito, pois fornece
alimento e abrigo para este
(1).

Em um estudo multicntrico realizado em escolares
de 7 a 14 anos, cobrindo 10 estados brasileiros, 55,3%
dos estudantes foram diagnosticados com algum tipo
de parasitose sendo que a ascaridase, tricurase e a
giardase apresentaram uma distribuio mais homognea,
confrmando que as parasitoses intestinais ainda se
encontram bastante disseminadas e com alta prevalncia
em nosso pas
(2)
. Nesse perodo de vida que se apresenta
uma maior prevalncia de enteroparasitoses causadas por
Giardia sp, Ascaris sp e Trichuris sp
(3)
.
As doenas parasitrias esto associadas a
determinantes sociais e ambientais, mostrando elevada
prevalncia em regies com dfcit em educao, precrias
condies de habitao, abastecimento de gua potvel e
saneamento bsico
(4,5)
.
O parasitismo intestinal ainda se constitui um dos mais
srios problemas de Sade Pblica no Brasil, afetando
especialmente o desenvolvimento fsico, psicossomtico
e social de escolares, principalmente pela sua correlao
com o grau de desnutrio das populaes, se constituindo
as enteroparasitoses um importante assunto para a Sade
Pblica
(5, 6).
Uma gama de patologias causadas por parasitos
do trato gastrintestinal como; giardase, amebase,
ascaridase, tenase, dentre outras, tm facilidade de
tratamento. Na maioria dos casos, o problema resolvido
com administrao de medicamento oral, o qual pode ser
adquirido gratuitamente em todo o pas pelo Sistema nico
de Sade - SUS.
Entretanto, fundamental a prtica de medidas
preventivas no contexto familiar com relao a parasitoses,
no que se refere manipulao, armazenamento e preparo
de alimentos, conduta com a gua a ser consumida, como
tambm, conhecimento acerca desse tipo de agravo
sade por parte da populao, preferencialmente adquirido
mediante um processo educativo, o qual possibilite o
indivduo a mudar comportamentos para a promoo de sua
sade.
A educao em sade um processo de ensino-
aprendizagem que visa a promoo da sade, o educador em
sade tem o papel de facilitador das descobertas e refexes
dos sujeitos sobre a realidade, sendo que os indivduos
tm o poder (empowered) e a autonomia de escolher as
alternativas
(7)
.

Na velha sade pblica, a educao em sade tinha
um nico enfoque, o da preveno de doenas. A nova
educao em sade deve superar a conceituao biomdica
de sade e abranger objetivos mais amplos, uma vez que a
sade deixa de ser apenas a ausncia de doenas para ser
uma fonte de vida
(8)
.
As prticas educativas, quando bem aplicadas, levam
as pessoas a adquirirem os conhecimentos para a preveno
e a reduo das enteroparasitoses
(3)
.
Nesta perspectiva que se d a vivncia ora relatada
neste estudo, com o objetivo de sensibilizar as crianas e os
seus responsveis por meio de aes de Educao em Sade
direcionadas preveno parasitoses na infncia.
MTODOS
Trata-se de um estudo descritivo, de interveno
educativa, realizado com moradores de um bairro da
periferia do municpio de Crato - CE, desenvolvido em
parceria com a estratgia de Sade da Famlia (SF) do bairro
Seminrio. A pesquisa descritiva expe caractersticas
de determinada populao ou de determinado fenmeno,
podendo ainda estabelecer correlaes entre variveis e
defnir sua natureza
(9)
.
Fase 1 Contato com a equipe
Realizou-se a caracterizao dos profssionais da Equipe
de Sade da Famlia (ESF), a fm de detectar a abrangncia
da ao a ser desenvolvida, a partir do nmero de famlias
cadastradas, identifcando seu perfl socioeconmico,
condies de saneamento bsico, habitao e principais
problemas encontrados na rea, dentre outros aspectos
que serviram como princpios norteadores das condies
gerais populao adstrita, aspectos esses que auxiliaram
na abordagem com os participantes do processo educativo.
Houve tambm a disponibilizao do cronograma das
atividades da Unidade Bsica de Sade (UBS) para a
identifcao da existncia e periodicidade de aes
educativas.
Fase 2 - Contato com as famlias
A aproximao com a populao foi facilitada por
intermdio de um Agente Comunitrio de Sade (ACS)
da rea, visto que para o desenvolvimento do estudo e
elaborao de estratgias de interveno fez-se necessrio
o reconhecimento da rea e dos fatores socioeconmico-
culturais contribuintes s parasitoses.
O primeiro contato se deu em domiclio com o
esclarecimento da realizao do estudo e entrega dos
recipientes para coleta das amostras fecais, bem como
274 RBPS, Fortaleza, 22(4): 272-278, out./dez., 2009
Barbosa LA, Sampaio ALA, Melo ALA, Macedo APN, Machado MFAS
o agendamento das atividades posteriores (coleta dos
recipientes e ao educativa).
A visita domiciliar proporcionou tanto uma aproximao
com as famlias, como a identifcao dos fatores de
risco domiciliares para a aquisio das enteroparasitoses,
como tambm, uma viso real das condies de moradia,
saneamento bsico e comportamento de risco.
Fase 3 Coleta e Anlise dos exames parasitolgicos
Os exames laboratoriais de fezes funcionaram como
uma estratgia para identifcar os agravos mais frequentes
causados por parasitos na rea e, com isto, direcionar
o processo educativo. A estratgia se deu por meio do
recolhimento dos recipentes, previamente entregues pelas
mes ou responsveis pelas crianas na unidade, contendo
amostras de fezes de crianas da faixa etria de dois a oito
anos de idade, residentes no bairro. A anlise dos exames
ocorreu no laboratrio de parasitologia da Universidade
Regional do Cariri - URCA, utilizando-se dos mtodos de
anlises: Direto e de Holffmann.
Fase 4 Atividade de promoo da sade
As atividades ocorreram simultaneamente com as
crianas e respectivas mes e/ou responsveis, na UBS do
bairro, contando com a participao de quatro facilitadores
para o pblico infantil e trs para o pblico adulto, sendo as
aes de promoo da sade fundamentadas em atividades
de educao em sade.
A Carta de Ottawa de 1986 defne promoo da sade
como o processo de capacitao da comunidade para atuar
na melhoria da sua qualidade de vida e sade, incluindo
uma maior participao no controle deste processo
(10)
.
Em relao abordagem ao pblico infantil, aconteceu
de forma interativa, utilizando-se de estratgias como:
teatro de fantoches, em que foi trabalhado o tema prticas
corretas de higiene pessoal e alimentar, com nfase em
informaes e cuidados para a preveno e o risco de
adquirir parasitoses com uso do ldico; o uso de crachs
personalizados, para uma maior interao com o grupo;
dinmicas com uso de fguras sobre prticas saudveis, a fm
promover o dilogo e a interao com o pblico. Utilizou-se
tambm como estratgia metodolgica para a avaliao da
compreenso das crianas, quanto ao contedo trabalhado,
placas verdes que representavam o certo e vermelhas o
errado, que levantavam aps questionamentos direcionados
a elas.
Enquanto com as mes e/ou responsveis, a abordagem
se deu com a realizao de uma roda de conversa, fazendo
uso de um manual informativo que continha instrues
para a proflaxia endoparasitria, esclarecimento de
dvidas relacionadas higiene pessoal, preparo alimentar
e comportamento prprio da infncia que leva as crianas a
um maior risco de contrarem parasitos. Tambm ocorreram
debates sobre a prtica de atividades cotidianas vinculadas
preveno dos parasitos no contexto dessas famlias.
A enfermeira e mdico da UBS esteviveram presente
durante as atividades educativas e aps as atividades
desenvolvidas, no intuito proporcionar assistncia especfca
para as crianas que apresentaram resultados dos exames
laboratoriais positivos para algum tipo de parasito.
RESULTADOS
Pde-se constatar, atravs da observao em locus,
que a populao enquadra-se como carente, tendo em
vista a baixa condio socioeconmica em predomnio.
Como tambm, que a localidade era bastante diversifcada,
havendo reas do bairro com boas condies de saneamento
e habitao, enquanto outras, expostas infraestrutura
de saneamento precrio e condies de risco; que, de
modo geral, no apresentava, em maior parte, subsdios
necessrios para uma moradia de qualidade.
Ao se tratar do pblico infantil que participou da
pesquisa, identifcaram-se predomnio de crianas do sexo
feminino e de faixa etria de 5 a 7 anos, devidamente
matriculados em escolas e creches. J o pblico adulto
contou com mes, em sua maioria, em idade de 30 a 35
anos, casadas, que trabalhavam para complementar a renda
familiar.
No que se refere ESF, observou-se demonstrao de
interesse e abertura para a realizao de aes preventivas,
contudo no apresentava em sua rotina a educao em
sade coletiva, oportunizando-se de momentos e estratgias
proporcionadas por acadmicos da rea da sade para
efetivarem essa prtica.
Desta forma, a ESF, disponibilizou os cadastros das
famlias da rea adscrita, mapas da territorializao e outras
documentaes como fchas A, para que fosse feita uma
observao em locus, traado assim o perfl da comunidade
que se trabalhou, como tambm, disponibilizou de
medicamentos antiparasitrios para a implementao da
ao, fornecidos pela Secretaria de Sade do Municpio.
Em relao coleta do material e anlise dos resultados,
aproximadamente 47% dos recipientes de coleta de fezes
entregues foram recolhidos para a realizao de exames,
compondo um total de 21 amostras fecais que, dentre os
seus resultados parasitolgicos, constataram-se dez crianas
com exame negativo e onze apresentavam positividade
quanto s parasitoses, sendo encontrados os seguintes tipos
275 RBPS, Fortaleza, 22(4): 272-278, out./dez., 2009
Educao em Sade voltada s parasitoses
de parasitos: Girdia, Entamoeba histolitica, Entamoeba
coli, Endomilax nana e Ascaris lumbricoides.
Quanto ao educativa, dezesseis crianas
participaram, acompanhadas de seus respectivos pais
ou responsveis, alm de visitantes, voluntrios na
implementao das atividades, autores e equipe de sade
da famlia, somando um total de 48 pessoas envolvidas no
processo.
Realizou-se consulta mdica com todas as crianas
presentes, com prescries de medicamentos para o
tratamento dos agravos diagnosticados com os exames
parasitolgicos positivos, totalizando oito crianas
que receberam um ou mais tipos de medicamentos
antiparasitrios, perfazendo 50% das crianas presentes.
As crianas demonstraram ter compreendido a
mensagem educativa, transmitida em linguagem acessvel
idade, sobre o que so parasitoses e quais os cuidados
higinicos e preventivos para enteroparasitoses. Isso pode
ser constatado pela participao delas ao responder as
indagaes referentes temtica que foi anteriormente
explanada.
Da mesma maneira, pais e responsveis das
crianas, atravs da roda de conversa que abordavam a
temtica, esclareceram suas principais dvidas, abordado
comportamentos preventivos e condutas teraputicas.
Eles demonstraram ter compreendido bem os aspectos
trabalhados atravs de exemplos de prticas higinicas
adequadas e no adequadas dados por muitos deles aos
demais presentes.
Ressaltaram tambm as difculdades socioeconmicas,
que muitas vezes os limitavam em relao s prticas
preventivas, como ausncia de banheiros, impossibilidade
de aquisio de fltros de gua, ausncia de gua encanada
em casa, dentre outras.
DISCUSSO
Devido problemtica das parasitoses,
principalmente no pblico infantil e especialmente nas
classes sociais menos favorecidas, mostraram-se de suma
relevncia as aes desenvolvidas junto a essa populao.
O delineamento das aes vivenciadas em cada
etapa do processo ocorreu de forma a propiciar um
maior contato com os participantes, bem como subsdios
para o desenvolvimento das aes educativas, buscando
infuenciar e sensibilizar, em direo ao empowerment,
na perspectiva de mudanas no estilo de vida, por meio de
prticas saudveis.
A implementao de prticas e processos que tenham
como meta o empowerment comunitrio demanda
abordagens educativas que logrem promover a participao
dos indivduos e coletivos na identifcao e na anlise crtica
de seus problemas, visando a elaborao de estratgias de
ao que busquem a transformao do status quo
(11)
.
De acordo com os resultados encontrados observou-se
que as estratgias de interao e abordagens da temtica
mostraram-se adequadas, acompanhando os requisitos
estruturais para educao em sade, com uma ateno
metodolgica pertinente a especifcidades do pblico alvo,
bem como atendendo as necessidades do mesmo.
Os profssionais devem atentar para o fato de que as
aes educativas em sade no devem possuir um carter
vertical, deve-se primeiramente conhecer a realidade do
indivduo ou do grupo, mergulhar no seu cotidiano, para
em seguida fomentar a responsabilidade individual e a
cooperao coletiva.
Assim, necessria uma anlise das prticas e dos
processos heterogneos por meio dos quais os seres
humanos vm a se relacionar consigo e com os outros
enquanto sujeitos de sua prpria realidade
(12)
.
A participao dos envolvidos no processo educativo
ocorreu de forma ativa, viabilizando aos facilitados do
processo o desenrolar das aes educativas, bem como
a visualizao do entendimento do envolvidos quanto
prtica educativa. Devemos ressaltar aqui que as aes de
sade no dependem apenas dos profssionais que possuem
o conhecimento tcnico e cientfco, mas tambm da
participao comunitria.
Fomentar o envolvimento da populao nessas
aes contribui com o desenvolvimento do interesse e da
independncia no cuidado sade, garantindo o exerccio
da cidadania, alm de promover a proximidade com os
servios de sade
(12)
.
O desenvolvimento de habilidades por meio da edu-
cao em sade tem uma relao direta com a participao
dos usurios para que estes possam ter um maior controle
sobre a sua sade e, assim, possam mudar o comportamento
e passar a atuar de forma positiva, fundamentados no co-
nhecimento
(12)
.
A partir das habilidades e conhecimento construdo, se
pode fazer escolhas fundamentadas no pensamento crtico
no direcionamento das prticas de sade e da vida. Este
conhecimento d s pessoas o poder e o controle sobre seu
destino, fazendo com que estas enumerem suas prioridades,
defnam suas estratgias e implementem aes que visem
uma melhora nas suas condies de sade
(12)
.
276 RBPS, Fortaleza, 22(4): 272-278, out./dez., 2009
Barbosa LA, Sampaio ALA, Melo ALA, Macedo APN, Machado MFAS
CONCLUSO
A educao em sade, sendo uma das ferramentas
indispensveis ao trabalho do profssional de sade, deve
ampliar seu enfoque criana, pois, ao se trabalhar o
indivduo nessa fase da vida, aumentam-se as possibilidades
de se tornarem, na idade adulta, pessoas com uma maior
qualidade de vida, com conscincia crtica e com poder
sobre as questes de sade.
O processo educativo realizado com as crianas, pais e
responsveis certamente contribui para desenvolvimento da
populao, visto o envolvimento de todos com as atividades
desenvolvidas.
Desta forma, torna-se necessrio que haja o
desenvolvimento de aes educativas na busca pelo
empowerment comunitrio, bem como a publicao de
suas prticas desenvolvidas no cotidiano de trabalho. Assim,
pode-se conhecer e avaliar a efccia das aes executadas
e, com isso, servirem de exemplo no direcionamento de
outros profssionais na execuo de processos educativos.
AGRADECIMENTOS
Universidade Regional Do Cariri URCA, Secretaria
de Sade Municipal de Crato CE e Equipe de Sade da
Famlia da Unidade CEMIC
REFERNCIAS
1. Neves DP, Melo AL, Genaro O, Linardi PM.
Parasitologia Humana. 11 ed. So Paulo: Editora
Atheneuw; 2005.
2. Rocha RS, Silva JG, Peixoto SV, Caldeira RL,
Firmo JOA, Carvalho OS, Katz N. Avaliao da
esquistossomose e de outras parasitoses intestinais,
em escolares do municpio de Bambu, Minas Gerais,
Brasil. Rev Soc Bras Med Trop [peridico na Internet].
2000 [acesso em 2009 Ago 10]. Disponvel em:
http://www.scielo.br/pdf/rsbmt/v33n5/3122.pdf
3. Ferreira MU, Ferreira CS, Monteiro CA. Tendncia
secular das parasitoses intestinais na infncia na
cidade de So Paulo (1984-1996). Rev Sade Pblica
[peridico na Internet]. 2000;34(6): 73-82. [acesso em
2009 Ago 02]. Disponvel em: http://www.scielo.br/
pdf/rsp/v34n6s0/3520.pdf
4. Carvalho-Costa FA., Gonalves AQ, Lassance SL,
Silva NLM, Salmazo CAA, Bia MN. Giardia lamblia
and other intestinal parasitic infections and their
relationships with nutritional status in children in
Brazilian Amazon. Rev Inst Med Trop SP [peridico
na Internet]. 2007;49(3):147-153 [acesso em 2009
Aug 12]. Disponvel em: http://www.scielo.br/scielo.
php?pid=S003646652007000300003&script=sci_
arttext&tlng=en
5. Basso RMC, Silva RRT, Soligo DS, Ribacki SI,
Callegari JSM, Antoni ZBC. Evoluo da prevalncia
de parasitoses intestinais em escolares em Caxias
do Sul, RS. Rev Soc Bras Med Trop [peridico na
Internet]. 2008;41(3):263-268. [acesso em 2009 Aug
12] Disponvel em: http://www.scielo.br/pdf/rsbmt/
v41n3/a08v41n3.pdf .
6. Ferrera GRF, Andrade CFS. Alguns aspectos
socioeconmicos relacionados a parasitoses intestinais
e avaliao de uma interveno educativa em
escolares de Estiva Gerbi, SP. Rev Soc Bras Med Trop
[peridico na Internet]. 2005;38(3) [acesso em 2009
Aug 08]. Disponvel em: http://www.scielo.br/scielo.
php?script=sci_arttext&pid=S0037868220050005000
08&lng=en&nrm=iso&tlng=pt
7. Souza LM, Wagner W, Gorini MIPC. Educao em
sade: uma estratgia de cuidado ao cuidador leigo. Rev
Latinoam Enferm [peridico na Internet]. 2007;15(2)
[acesso em 2009 Aug 11]. Disponvel em: http://
www.scielo.br/scielo.php?pid=S01041169200700020
0022&script=sci_arttext&tlng=pt
8. Olivira DL. A nova sade pblica e a promoo da
sade via educao: entre a tradio e a inovao.
Rev Latinoam Enferm [peridico na Internet].
2005;13(3):423-31. [acesso em 2009 Aug 15]
Disponvel em: http://bases.bireme.br/cgibin/wxislind.
exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&src=google&ba
se=LILACS&lang=p&nextAction=lnk&exprSearch=4
05434&indexSearch=ID
9. Vergara SC. Projetos e relatrios de pesquisa em
administrao. 4 ed. So Paulo: Atlas; 2003.
10. Carta de Ottawa WHO 1986. In: Ministrio da Sade/
FIOCRUZ. Promoo da Sade: Cartas de Ottawa,
Adelaide, Sundsvall e Santa F de Bogot. Braslia:
Ministrio da Sade/IEC;1986. p.11-8
277 RBPS, Fortaleza, 22(4): 272-278, out./dez., 2009
Educao em Sade voltada s parasitoses
11. Resende CS. Os mltiplos sentidos da categoria
empowerment no projeto de Promoo
Sade. Cad. Sade Pblica [peridico na
Internet]. 2004;20(4):1088-95. [acesso em 2009
Ago 07] Disponvel em: http://www.scielosp.
org/scielo. php?script=sci_arttext&pid=S0102-
311X2004000400024&lng=en.%20%20doi:%20
10.1590/S0102-311X2004000400024
12. Souza AC, Cunha AP, Saccol AP, Stefanes C,
Hermgenes MV, Lima LM, Wosny AM. A extenso
universitria no processo de educao e sade: um
estudo de caso. Extensio: Revista Eletrnica de
Extenso. 2007;4(5) [acesso em 2009 Aug 12].
Disponvel em: http://www.periodicos.ufsc.br/index.
php/extensio/article/viewArticle/5727
13. Machado MFAS. Compreenso das mudanas
comportamentais dos usurios no PSF por meio da
participao habilitadora [tese]. Fortaleza: Universidade
Federal do Cear, Faculdade de Farmcia, Odontologia
e Enfermagem; 2007.
Endereo para correspondncia:
Loeste de Arruda Barbosa
Rua Tenente Antnio Joo, 233
Bairro Seminrio
CEP: 63113-580 Crato - CE Brasil
e-mail: [email protected] / [email protected]
278 RBPS, Fortaleza, 22(4): 272-278, out./dez., 2009
Barbosa LA, Sampaio ALA, Melo ALA, Macedo APN, Machado MFAS