INTRODUÇÃO

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Educação para Saúde, Criança, Adolescente e a Família 2023/2024

INTRODUÇÃO
A Educação em Saúde permite o desenvolvimento de comportamentos com
capacidade de influenciar os determinantes de uma vida saudável, nomeadamente a
manutenção e melhoria do estado de saúde da criança/adolescente/família e, por isso, a
perceção da importância desta prática por quem a experiencia (enfermeiros e pais/família)
poderá contribuir fortemente para o seu sucesso.

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Educação para Saúde, Criança, Adolescente e a Família 2023/2024

1- Fundamentação Teórica
Desde o princípio, sabe-se que as crianças e adolescentes eram sujeitos desprovidos
de direitos e prioridades, além disso eram considerados como desajustados na sociedade. No
entanto para que houvesse mudança nesta realidade, notou-se a necessidade de incrementar
políticas públicas voltadas a este público.
Desta forma, em 1990 criou-se o Estatuto da criança e do adolescente (ECA), e mais
tarde em 2007 o Programa Saúde na Escola (PSE), os quais contribuíram fortemente para dar
subsídios e ampliação a eficácia e concretização de direitos e prioridades, tanto na saúde como
educação de crianças e adolescentes.

Por esta razão, este estudo teve por objetivo relatar a vivência de estudantes de
enfermagem no desenvolvimento de atividades inerentes à área da saúde de crianças e
adolescentes como sujeitos de direitos e prioridades nas políticas públicas, ao abordar a
metodologia da problematização, por meio das etapas do arco de Charles Maguerez.

Trata-se de um relato de experiência a partir da realização de ações educativas e do


diagnóstico situacional da realidade, de crianças de 6 a 8 anos de uma unidade de Centro de
Referência da Assistência Social (CRAS) e adolescentes de 11 a 15 anos de uma escola de
ensino fundamental, em um município no interior da Amazônia.

A partir da ação educativa desenvolvida, ficou evidente a falta de conhecimento do


público alvo relacionado aos seus direitos e deveres constante no Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA), o que reforça a importância do tema abordado e a intensificação das
políticas públicas voltadas a crianças e adolescentes como sujeitos de direitos e prioridades.

A adolescência é marcada por ser um período de desenvolvimento em que o


indivíduo apresenta uma série de alterações, físicas, biológicas, sociais, psicológicas e
comportamentais. Dentre essas, os comportamentos de risco são bastante evidentes, pois a
característica do pensamento mágico “comigo não acontece nada” é percebida como ainda
não sendo um adulto, mas não se sente mais como uma criança, e sendo assim tem condições
de assumir situações perigosas com riscos

Assim, este estudo teve como objetivo construir e validar um instrumento de


avaliação da Educação em Saúde, realizada pelos enfermeiros voltados à
criança/adolescente/família.Tratou-se de uma pesquisa descritiva, transversal desenvolvida
em duas fases elaboração dos itens e sua associação às dimensões da escala com recurso à
revisão bibliográfica, a entrevistas exploratórias a enfermeiros e pais/família, análise por
peritos (enfermeiros) e posterior validação com recurso à análise fatorial exploratória.

As qualidades psicométricas da escala foram avaliadas por uma amostra de 603


indivíduos (enfermeiros e pais/família), sendo ainda realizados estudos de fiabilidade,
validade e consistência interna. Os resultados mostram uma análise fatorial exploratória que
encontra três fatores “parceria de cuidados com a criança/adolescente/família.

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2 - Educação para Saúde


A saúde, considerada como “um com- ponente de desenvolvimento econômico e
social” (Il ) e como importante fator de bem-estar do ser humano, é meta a ser conquistada.
Ao lado das prioridades de saneamento básico, prevencao das doencas transmissíveis,
protecão, recuperação e promocão da saúde, que são os objetivos da saúde pública, a
educacáo para a saúde é parte integrante do processo dessa conquista.

Podemos considerar que a saúde individual ou da família é de responsabilidade


direta de cada indivíduo e do líder familiar, ao passo que o problema da saúde pública
compete as instituicóes públicas e à comunidade, possuindo, portanto, urna dinâmica
diferente. Sendo assim, podemos pensar na educacáo para a saúde em tres níveis: individual,
familiar e da comunidade. Lembramos que os objetivos principais a serem atingidos pela
educacáo-sentido lato-sáo:

 A consciência que o indivíduo deve ter de si mesmo;


 A consciencia que o indivíduo deve ter do meio em que vive;
 0 estabelecimento entre o indivíduo e o meio de relacóes produtivas para ambos.
Transportando esse conceito para a área de nosso estudo, depreende-se que os prin-
cipais objetivos da educa@0 para a saúde seriam:

 A consciência do direito à saúde, dentro do grau de desenvolvimento do grupo social no


qual vive o indivíduo;
 0 conhecimento sobre saúde;
 0 conhecimento dos servicos para a saúde que a comunidade possua e sua conseqüente
utilizacão;
 0 conhecimento e a utilizacáo das práti- cas de saúde.
A educacão sanitária, baseia-se em que “cada modalidade do enfoque educacional
exige um correto processo de planejamento no que se refere ao diagnóstico das necessidades
educativas e da situacáo particular em que se encon- tram os indivíduos afetados, à utilizacáo
correta da metodologia educativa, à selecáo dos instrumentos apropriados e a um cons- tante
processo ,de avaziao e autocrítica”. Dentro desse estudo, aquele autor con- sidera quatro
etapas dentro da educacáo sanitária:

1) Etapa da criacão de urna consciência sanitária e da apresentacáo dos


conhecimentos sobre saúde, quando ensinar equivalia a dizer.

2) Etapa da propaganda sanitária, quando educar significava persuadir as pessoas a


fazer o que os técnicos achavam melhor para elas. Foi a época da “venda da saúde”.
3) Etapa da investigação e da avaliapío M educacão em saúde.
4) Etapa de planejamento da educação em saúde, a etapa atual

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3 - Educação para Criança


A relevância que se atribui à educação das crianças e a consciencialização da
responsabilidade que, nesta matéria, a sociedade detém, tem vindo a desenvolver-se num
crescendo de interesse após a aprovação, pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em
1989, da Convenção sobre os Direitos da Criança.
Também em Portugal se tem evidenciado uma clara valorização do estatuto da
criança e da importância da sua educação. É de salientar o progresso, na legislação
portuguesa, no que diz respeito à salvaguarda da promoção e protecção das crianças. Mas,
não obstante este progresso, assinalável, há na sociedade portuguesa fortes desigualdades
sociais entre as crianças, uma grande taxa de pobreza infantil (mais de 20%), crianças
maltratadas, mal amadas, mal acolhidas pela escola.

Estes indícios são reflexos de uma série de factores sociais como o desemprego, os
baixos níveis de escolarização dos pais, a maior taxa de mulheres trabalhadoras a tempo
inteiro na Europa, factores que, aliados à crescente multiculturalidade, às transmutações da
família tradicional com muitas situações de famílias mono-parentais e de crianças sem pais,
tornam os contextos educativos muito vulneráveis.

Mudanças de comportamentos com tendência para o sedentarismo e a passividade


perante a televisão ou o fascínio do entretenimento com jogos informáticos levaram à
reorganização dos espaços, dos tempos e das vivências da infância e a um novo
relacionamento com o mundo, provocando um modo diferente de apreender e conviver com
o real.

Socialmente espera-se que as crianças sejam sociáveis e cordiais umas com as outras,
respeitadoras dos pais e dos mais velhos e que apreendam os diferentes comportamentos
adequados a cada sexo. Torna- -se evidente que este tipo de cuidados e de experiências de
socialização, de crianças por outras crianças, terá um efeito substancial e extenso no seu
desenvolvimento. Todo este sistema confere várias oportunidades às crianças para
descobrirem capacidades e limitações, desenvolverem competências sociais, aprendendo a
dominar os papéis adultos. No contexto de grupo, as crianças aprendem a liderar e a seguir
os outros, a colaborar na resolução de problemas, a cooperar no jogo e outras actividades,
bem como a discordar e a lutar.

Naturalmente, estas questões culturais terão implicações consideráveis na forma


como as crianças experienciam os contextos escolares, por exemplo, ao confrontarem-se
com linguagem, valores, expectativas e práticas que lhes são, ou não, pouco familiares. Não
obstante, pela participação em diversos ambientes, interagindo com situações sociais e
culturais diversificadas, as crianças alargam os seus conhecimentos, consolidam diferentes
relações e exercitam papéis específicos dentro de cada contexto o que é
desenvolvimentalmente estimulante , sendo que estas transições ecológicas bem sucedidas
requerem apoio e acompanhamento por parte de figuras de referência, afectivamente
significativas, sejam estas membros da família, amigos e/ou professores (Bronfenbrenner,
1979).
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Por tudo o que se disse, torna-se claro que o desenvolvimento e educação formal de
crianças têm de ser vistos no contexto social mais alargado. Efectivamente, é cada vez mais
evidente que a creche ou o jardim-de-infância ou mesmo a escola de per se não determinarão
a vida das crianças, excepto enquanto parte de uma rede mais vasta de influências e
experiências que afectam o seu desenvolvimento. Porque o desenvolvimento é de tal modo
multifacetado e complexo, torna-se essencial compreender o papel de cada uma dessas
experiências no curso do desenvolvimento humano, nomeadamente na forma como a
ecologia do desenvolvimento afecta a satisfação de necessidades básicas.

4 – Adolescência: da família ao mundo público

Apesar de Freud não ter se debruçado especificamente sobre a adolescência,


podemos apreender, a partir de textos como As transformações da puberdade (FREUD,
1905/1972), algumas indicações bastante pertinentes sobre o tema, que foram desenvolvidas,
mais tarde, por outros psicanalistas. Em termos freudianos, é possível dizer que o trabalho
psíquico da adolescência inclui uma reedição edípica, na qual o sujeito adolescente revive e
ressignifica as experiências da infância vividas, principalmente, na esfera familiar, agora em
uma rede de relações ampliada. Frente à experiência presente de realização possível da
sexualidade e dos ideais constituídos pelas identificações no Édipo, que o embalaram durante
a infância, o adolescente se depara com novas questões a respeito do desejo e do ideal.

Remontando a Freud, é importante trazer aqui o seu depoimento em 1914, publicado


em Algumas reflexões sobre a psicologia do escolar, na conferência comemorativa dos
cinquenta anos do colégio em que estudou quando adolescente. Nessa conferência, Freud
afirma que, nos seus anos de jovem estudante, mais importante para o seu futuro interesse
pela ciência, foi a sua relação com os professores e com os outros alunos, do que o conteúdo
daquilo que lhe foi transmitido.

É nessa fase do desenvolvimento de um jovem que ele entra em contato com os


professores, de maneira que agora podemos entender a nossa relação com eles (...) Foi por
isso que, embora ainda bastante jovens, impressionaram-nos como tão maduros e tão
inatingivelmente adultos. Transferimos para eles o respeito e as expectativas ligadas ao pai
onisciente de nossa infância e depois começamos a tratá-los como tratávamos o nosso pai
em casa (FREUD, 1914/1974: 288).

Assim, lembra Freud que, em seu tempo de jovem estudante, "algo" era atribuído por
ele aos professores que lhes colocava em um lugar de destaque e assim nos dá notícias da
transferência e da autoridade decorrente desta operação, de forma similar ao que também
constatou em relação ao lugar ocupado pelo analista numa análise. Freud observa que o
professor, muitas vezes, assume o lugar de "pai substituto", depositário de um ideal de eu
que já não mais se sustenta nas figuras de identificação da infância.

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A partir de Freud (1914/1974), podemos afirmar que, enquanto na infância o sujeito


se constitui a partir do ideal do eu de seus pais, que ele vê encarnado nas suas primeiras
figuras de idealização e de identificação na saída do Édipo, a adolescência diz respeito ao
momento em que as idealizações começam a cair e que a ameaça de castração volta a
aparecer. Assim, o adolescente se depara com o fracasso dos ideais infantis encarnados em
seus pais e até mesmo em algumas figuras do universo social, tal como os professores.

Trata-se, porém, na adolescência, da queda de um ideal paralela à tentativa de


reerguê-lo sob novas bases, e o professor, enquanto representante do mundo público fora da
família, acaba sendo suporte de transferência da relação "ambivalente", como descreve
Freud (1914/1974) diante da figura paterna: matá-lo ou valer-se de sua força apropriando-se
dela? Eis o conflito que remonta também ao pai totêmico da horda, apresentado por Freud
(1913/1972) em Totem e tabu.

Paradoxalmente, a partir de uma visada freudiana, como já foi trabalhado por Kupfer
(1996), para aprender/crescer é necessário superar o mestre - ou seja, tornar-se seu próprio
mestre - a partir da apropriação de seus ensinamentos. Podemos pensar que esse conflito
expressa, então, um embate entre o sujeito e a educação, já que, para crescer, leia-se também
aprender, é necessário matar, simbolicamente, o pai.

Winnicott desenvolve bastante os caminhos apontados por Freud, quando afirma que
a adolescência deve ser entendida como algo além da simples puberdade física, que diz
respeito a uma vivência psíquica específica. No entanto, destaca que o que se vive na
adolescência é novo, mesmo que guarde semelhanças com as experiências do passado, que
agora, através das novas experiências no ambiente, podem resultar em saídas criativas,
originais e enriquecedoras (WINNICOTT, 1962/1969).

Afirma que a adolescência se caracteriza fortemente pelo retorno de fantasias


incestuosas e parricidas (WINNICOTT, 1968/1988) perturbadoras pelo fato de que, com o
amadurecimento sexual e corporal, tornam-se possíveis de serem realizadas. Vem daí a ideia
winnicottiana de que o confronto com o ambiente e com os adultos é tão importante, como
continência para essas fantasias, que, muitas vezes, se expressam através de condutas que
mesclam uma dependência regressiva e uma independência desafiadora (WINNICOTT,
1962/1969) na relação com os representantes do mundo adulto, como o autor já havia
trabalhado anteriormente a respeito da tendência antissocial (WINNICOTT, 1956/1969).
Nesse sentido, Winnicott chama a atenção para o fato de que, para além de uma postura
desafiante do adolescente, devemos poder ver uma situação de grande dependência e
imaturidade, que convoca os adultos a assumirem seu lugar de responsáveis perante eles.

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CONCLUSÃO

A Educação em Saúde permite o desenvolvimento de comportamentos com


capacidade de influenciar os determinantes de uma vida saudável, nomeadamente a
manutenção e melhoria do estado de saúde da criança/adolescente/família e, por isso, a
perceção da importância desta prática por quem a experiencia (enfermeiros e pais/família)
poderá contribuir fortemente para o seu sucesso. Assim, este estudo teve como objetivo
construir e validar um instrumento de avaliação da Educação em Saúde, realizada pelos
enfermeiros voltados à criança/adolescente/família.

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AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar, agradecemos a Deus pelo privilégio de dar-nos mais um ano de


vida, a cada manhã fôlego de vida, não é fácil viver neste mundo tão corrupto e não se
corromper sem ajuda de Deus. Em segundo lugar ao nosso (a) professor (a) por permitir com
que a gente mergulhasse na pesquisa e falasse sobre Educação para Saúde, Criança,
Adolescente e a Família, em terceiro lugar aos nossos estimados colegas que contribuíram
direita ou indiretamente. Obrigado a todos pelo silêncio e pelo carinho especial que sentem
por nós, prometemos volta quando haver mais oportunidades.

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REFERÊNCIAS

https://revistamundodasaude.emnuvens.com.br/mundodasaude/article/view/986
https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/mis-41573
https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/135505/000986985.pdf?sequenc
https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/12866
https://www.cnedu.pt/content/antigo/files/1_A_Educacao.pdf

https://mudes.org.br/empresa/a-importancia-da-educacao-para-a-sociedade/

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