Apostila Sobre Escravidão Negra No Brasil

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COLGIO ESTADUAL DR.

OVANDE DO AMARAL ENSINO FUNDAMENTAL E MDIO


ALUNO: _____________________________________________________________N _______ 6 ___
A IDENTIDADE NEGRA NO BRASIL COLNIA
E SUA INFLUNCIA CULTURAL
NA SOCIEDADE ATUAL
POVOS AFRICANOS DESTERRADOS E ESCRAVIZADOS:
Na Idade Moderna, Portugal foi o primeiro pas da Europa a realizar o comrcio
de escravos negros. Os navios portugueses dominavam os mares desse perodo. Eram verdadeiras
fortalezas, capazes de transportar pesadas cargas e uma populao numerosa. Isso foi possvel,
tamm pelo fato de os portugueses !" #averem con$uistado muitas regi%es da &frica, nesta poca,
como por e'emplo( Moami$ue, Nigria, )ngola, *uin, etc.
+om o decorrer do tempo, #olandeses, ingleses e franceses tamm passaram a
participar do tr"fico negreiro. +alcula,se $ue somente para a )mrica, entre os sculos -.I e -I-,
vieram cerca de /0 mil#%es de escravos. 1m $uinto deste total veio para o 2rasil. Ou se!a, cerca de
3 mil#%es de negros em tr4s sculos de escravido.
TRFICO NEGREIRO:
VIAGEM E MORTE NOS NAVIOS
5e acordo com a refer4ncia acima citada, durante mais de tr4s sculos de
escravido, o tr"fico negreiro trou'e para o 2rasil, apro'imadamente 3 mil#%es de escravos.
O primeiro desemar$ue documentado de escravos africanos no 2rasil data o ano
de 6789 :)tlas ;ist<rico = I>?O@ = 2rasil 700 )nos, p"g.6AB.
Na &frica, os traficantes de escravos negros, firmaram alianas com os c#efes
triais africanos. Estaeleceram com eles um comrcio aseado no escambo, e os negros eram
negociados em troca de $uin$uil#arias( aguardente de cana, rolos de fumo, tecidos, fac%es,
espel#os, guizos, etc. 5epois de serem acorrentados e marcados com ferro em rasa, os negros eram
levados at os presdios da costa africana. E ento eram transportados para o 2rasil nos c#amados
navios negreiros.
Os navios negreiros saiam da &frica com apro'imadamente A00 escravos e um
grupo de cerca de 6/ traficantes rancos. Ceceando uma revolta dos negros, os traficantes
trancavam,nos no poro do navio.
Nos escuros por%es, o espao era reduzido e o calor, insuport"vel. )lm disso, a
"gua era su!a e o alimento insuficiente para todos. O anzo :melancoliaB, causado pela saudade da
sua terra e de sua gente, era outra causa $ue os levava D morte.
5evido aos maus,tratos e Ds pssimas condi%es de transporte, morriam cerca de
/0 a 30E dos negros durante a viagem. Por isso, os navios negreiros eram c#amados de tumeiros
:palavra referente a tumaB. :+O?CIN, *ilerto. ;ist<ria *loal = *eral e 2rasil. p./66.B
Os soreviventes eram desemarcados e vendidos nos principais portos da
+olFnia, como >alvador, Cecife e Cio de Ganeiro.
>egundo o #istoriador )rno He#ling, Ia ampliao do tr"fico e sua organizao
em s<lidas ases empresariais permitiram criar um mercado negreiro transatlJntico $ue deu
estailidade ao flu'o de mo,de,ora, aumentando a oferta, ao contr"rio da oscilao no
fornecimento de indgenas, ocasionada pela dizimao das trios mais pr<'imas e pela fuga de
outras para o interior da +olFniaI. Por outro lado, a Igre!a, $ue tin#a se manifestado contra a
escravido dos indgenas, no se opFs D escravizao dos africanos. 5essa maneira, a utilizao da
mo,de,ora escrava africana tornou,se a mel#or soluo para a atividade aucareira.
PRINCIPAIS GRUPOS AFRICANOS
Os principais grupos africanos trazidos para o 2rasil foram(
Ba!"#( origin"rios do Congo, Angola e Moambique. Estes geralmente eram
desemarcados nos portos de Pernamuco, Minas *erais e Cio de !aneiroK alcanando mais
tarde >o Paulo, Maran#o, Par" e )mazonas.
S$%a&#&#( +apturados principalmente na Nigria, Daom e Guin. Os sudaneses eram
dei'ados principalmente na 2a#ia, mais tarde se espal#aram para as regi%es vizin#as.
?amm #aviam os '$()# e os *a%+#, grupos de negros islamizados $ue vieram
para o 2rasil !untamente com os sudaneses. Esses grupos tin#am uma cultura em diferente dos
outros grupos africanos, pois sofreram influ4ncia dos "raes na regio da &frica de onde eram
provenientes. Em sua terra esses grupos adotaram o islamismo, acreditando em )l" e Mariana, $ue
para eles era a me de 5eus.
) +ultura dos povos africanos sofreu modifica%es no 2rasil, por$ue eles tiveram
$ue adotar a cultura dos rancos $ue os mantin#am como escravos. Eram origados a mudar de
seus nomes de famlia e adotar nomes cristosK eram impedidos de falar a lngua materna e de
praticar sua religioK o atismo era origat<rio.
) dominao cultural era um recurso importante para manter so controle a massa
de escravos. Mas mesmo assim essa etnia de grande valor para a formao cultural rasileira,
conseguiu conservar e mais tarde resgatar muito de sua cultura nativa.
Classificao Interna
No 2rasil os escravos receiam uma nova classificao, representada por tr4s
grandes grupos( os ladinos, os boais e os crioulos.
Os escravos $ue traal#avam na casa grande receiam um tratamento mel#or e,
em alguns casos, eram considerados pessoas da famlia. Esses escravos, c#amados de IladinosI
:negros !" aculturadosB, entendiam e falavam o portugu4s e possuam uma #ailidade especial na
realizao das tarefas domsticas. Os escravos c#amados IoaisI, recm,c#egados da &frica, eram
normalmente utilizados nos traal#os da lavoura. ;avia tamm a$ueles $ue e'erciam atividades
especializadas, como os mestres,de,aLcar, os ferreiros, e outros distinguidos pelo sen#or de
engen#o. +#amava,se de crioulo o escravo nascido no 2rasil. *eralmente dava,se prefer4ncia aos
mulatos para as tarefas domsticas, artesanais e de superviso, dei'ando aos de cor mais escura,
geralmente os africanos, os traal#os mais pesados.
) conviv4ncia mais pr<'ima entre sen#ores e escravos, na casa grande, ariu
espao para as negocia%es. Esta aertura era sempre maior para os ladinos, con#ecedores da lngua
e das man#as para Ipassar a vidaI, e menor para os africanos recm,c#egados, os oais.
Na maioria das vezes, essas negocia%es no visavam D e'tino pura e simples da
condio de escravo, e sim, oter mel#ores condi%es de vida( manuteno das famlias, lierdade
de culto, permisso para o cultivo em pedao de terra do sen#or, com a venda da produo, e
condi%es de alimentao mais satisfat<rias.
A OP!O PELO ESCRA"O NEGRO
5iversas causas so apontadas pela #istoriografia tradicional para e'plicar o
desinteresse do Portugu4s pela escravido do ndio em contraposio D do negro(
) inadaptao do ndio para o traal#o agrcola, na medida em $ue este era incum4ncia das
mul#eres indgenas. ;avia uma arreira cultural $ue o colonizador no podia romperK
Os negros eram tecnicamente mais avanados do $ue os ndios rasileiros, $ue ainda estavam
num processo de civilizao asicamente primitivaK
Os indgenas eram mais MselvagensN e #ostis D escravido, en$uanto os negros revelavam
temperamento mais suserviente.
."rios setores da Igre!a se opuseram D escravido indgena, mas no se manifestaram contra a
escravido negra.
)lgumas dessas causas podem ter sua parcela de importJncia, outras porm so
praticamente inadmissveis, como por e'emplo a passividade do negro.
) #ist<ria tradicional passava a idia de $ue a escravido negra foi amena. 5izia
tamm $ue o negro era sumisso e no reagia. Essa idia porm e$uivocada. ) escravido negra
uma #ist<ria marcada pela viol4ncia do sen#or de escravos. ?amm repleta de revoltas e lutas
do negro, $ue uscava a liertao.
5e certo, a prefer4ncia pelo negro africano pode ser compreendida como mais um
elemento da engrenagem do sistema colonial. Os lucros do comrcio negreiro dirigiam,se para a
metr<pole portuguesa, en$uanto $ue os gan#os comerciais com a captura do indgena, geralmente
atravs do escamo :troca por mercadoriasB, ficavam dentro da colFnia. Percee,se, ento, por$ue a
escravido indgena foi desmotivada e a MopoN pela escravido negra foi, na verdade, uma
imposio do sistema colonial.
A E#PLORA!O DO TRABAL$O ESCRA"O
5e acordo com a doutrina mercantilista, as colFnias deveriam representar um
mercado e'clusivo para as suas metr<polesK por um lado, fornecer g4neros agrcolas e metais
preciososK por outro, consumir os produtos da manufatura europia. ) funo da colFnia era
complementar a economia da metr<pole e !amais l#e fazer concorr4ncias.
.oltada para a e'portao, a agricultura no 2rasil desenvolveu,se em grandes
e'tens%es de terra = os latifLndios, onde se praticavam a monocultura, ou se!a, o cultivo de um
Lnico produto agrcola, utilizando o trabalho escravo. Essa modalidade de e'plorao agrcola,
con#ecida como plantation, foi a ase da ocupao portuguesa na )mrica do >ul.
A econo%ia A&careira
Esta atividade foi desenvolvida a principio na regio costeira. +omo a costa
rasileira no tin#a as ri$uezas met"licas $ue os portugueses esperavam encontrar, o Lnico recurso
para e'plorar a regio foi a atividade agrcola.
O produto mais ade$uado para o plantio na zona costeira foi a cana,de,aLcar. Na
regio Nordeste, o solo e o clima $uente favoreceram mais o desenvolvimento da cultura canavieira,
mas em toda a costa os solos eram pr<prios para o plantio da cana.
No Incio da colonizao do 2rasil, o aLcar era um produto muito caro nos
mercados europeus. 5este modo, os produtores de aLcar no 2rasil,colFnia alcanaram a
prosperidade.
Essa prosperidade, porm, foi possvel graas ao traal#o do negro escravo $ue
mostrou grande resist4ncia ao traal#o necess"rio para o desenvolvimento desta atividade agrcola.
>endo assim, a a$uisio de escravos era considerada um investimento astante lucrativo, pois os
negros tin#am um e'celente rendimento no traal#o.
En'en(o) a &ni*a*e +ro*&tora
O engen#o, a grande propriedade produtora de aLcar, era constitudo,
asicamente, por dois grandes setores( o agrcola = formado pelos canaviais = e o de eneficiamento
= a casa,do,engen#o, onde a cana,de,aLcar era transformada em aLcar e aguardente.
)s constru%es caractersticas do engen#o eram as seguintes(
,a#a-./a%&( Cesid4ncia do sen#or de engen#o. Podia ser uma manso trrea ou um sorado.
Nela moravam o sen#or de engen#o e sua famlia, alm de empregados de confiana
: capatazesB, $ue cuidavam de sua segurana pessoal. ) casa,grande era a central administrativa
da vida econFmica e social do engen#oK
#&0a(a( #aitao rLstica dos escravos, $ue, geralmente aglomeravam,se num Lnico
compartimento miser"velK
,a1&(a: local onde se realizavam as cerimFnias religiosas. Nos domingos e dias santos, a capela
era o centro de reunio de toda a comunidade, assim como nos atizados, casamentos e funerais.
,a#a %" &.&2"( instala%es destinadas D produo do aLcar( a *"&%a , onde se moa a cana
para a e'trao do caldo :a garapaBK as '"/a(2a# , onde o caldo de cana era fervido e purificado
em tac#os de coreK
,a#a %& 1$/.a/( onde o aLcar, depois de resfriado e condensado, era levado para ser
ran$ueado, separando,se o aLcar mascavo :escuroB do aLcar de mel#or $ualidade e depois
posto para secar. E os .a(13&# = onde os locos de aLcar eram $uerados eram v"rias partes
e reduzidos a p<.
)lguns engen#os possuam ainda constru%es $ue serviam de resid4ncia para o
capelo, os feitores, o mestre,de,aLcar e alguns traal#adores assalariados.
5edicando,se a faricao do aLcar, o engen#o necessitava comprar diversos
produtos para sustentar o aglomerado #umano $ue nele vivia. Entre esses produtos, citam,se(
tecidos, lin#a, papel, pratos, !arros de estan#o, tac#os de core, en'adas, foices, pregos, ti!olos,
cestos, reu, cordas e diversos g4neros alimentcios.
Ouando toda essa operao terminava, o produto era pesado e separado conforme
a $ualidade, e colocado em cai'as de at 70 arroas. >< ento era e'portado para a Europa. Muitos
engen#os possuam tamm destilarias para produzir a aguardente :cac#aaB, utilizada como
escamo no tr"fico de negros da &frica.
O$!/a# ,$(!$/a# %& &41"/!a56"
Outras atividades econFmicas susidi"rias da cultura canavieira surgiram na
regio nordeste( as culturas do algodo e do taaco.
O algodo no c#egou a ter a mesma importJncia da cana,de,aLcar. Mas,
contriuiu para o arateamento do vestu"rio, muito mais caro $uando confeccionado com outros
tecidos. Eram feitas de algodo as roupas dos escravos.
) cultura do fumo, emora tamm no fosse to importante, colaorou muito
para o desenvolvimento da colonizao. O fumo em rolo serviu de moeda corrente para a troca de
escravos africanos $ue eram trazidos para traal#ar nos canaviais. Os principais centros produtores
localizavam,se no CecFncavo 2aiano e no litoral de )lagoas.
A Atividade Mineradora e a Expanso Pastoril
) descoerta do ouro, em fins do sculo -.II, permitiu a interligao da pecu"ria
do Nordeste e do Cio *rande do >ul com a regio mineradora. Os #aitantes das *erais , "reas dos
atuais estados de Minas *erais, *oi"s e Mato *rosso , tendiam a dedicar,se e'clusivamente D
atividade mineradora, precisando comprar tudo o $ue consumiam de outros locais. No foram raras,
ali, as crises de aastecimento e de falta de alimentos.
Os escravos, ali como em toda a +olFnia, representavam a fora de traal#o sore
a $ual repousava a vida econFmica da real capitania das Minas *erais. .ivendo mal alimentados,
su!eitos a castigos e atos violentos, constituam a parcela mais numerosa da populao da$uela
regio.
O traal#o escravo na sociedade colonial rasileira teve caractersticas diversas na produo do
aLcar :agriculturaB e na e'plorao do ouro. +ompare o traal#o escravo na sociedade
aucareira e na mineradora.
PUNI,ES E TORTURAS
Os escravos africanos eram, de forma geral, astante e'plorados e maltratados e,
em mdia, no agPentavam traal#ar mais do $ue dez anos. +omo reao a essa situao, durante
todo o perodo colonial foram constantes os atos de resist4ncia, desde fugas, tentativas de
assassinatos do sen#or e do feitor, e at suicdios.
Essas rea%es contra a viol4ncia praticada pelos feitores, com ou sem ordem dos
sen#ores, eram punidas com torturas diversas. )marrados no tronco permaneciam dias sem direito a
comida e "gua, levando inumer"veis c#icotadas. Eram presos nos ferros pelos ps e pelas mos. Os
ferimentos eram salgados, provocando dores atrozes. Ouando tentavam fugir eram considerados
indignos da graa de 5eus, pois, segundo o padre )ntFnio .ieira, ser Ireelde e cativoI estar Iem
pecado contnuo e atualI....
Os principais instrumentos utilizados na tortura dos escravos eram( .a/.a(2&7/a#
= colar $ue se pun#a ao pescoo, com corrente penduradaK ,a(,&!a = gril#%es $ue se amarravam aos
tornozelosK a872"# = um anel com $ue se apertavam os dedosK 97/a-*$%" = ferros onde se
metiam as mos e psK 1&7a = algemasK ,27,"!& e !/"," cepo onde se amarravam os escravos
para castig",los.
A FOR-A!O DOS .UILO-BOS
Os negros escravos procuravam reagir contra a escravido. Muitos fugiram em
usca da lierdade, e fundaram comunidades, c#amadas :$7("*;"#, para se protegerem dos
,a17!6&#-%"-*a!", $ue eram #omens violentos $ue perseguiam os fugitivos para captur",los.
Entre os maiores $uilomos esto os de )mr<sio e o Ouilomo *rande. )
destruio de amos, em 6Q3A e 6Q7R respectivamente, no impediu $ue ocorressem outras fugas e
a formao de novos $uilomos. O mais famoso deles foi o <UILOMBO DE PALMARES.
O Ouilomo de Palmares foi c#amado assim por ocupar uma vasta regio do
estado de )lagoas, onde #avia muitas palmeiras. Os negros de Palmares praticavam a agricultura e a
pecu"ria, e inclusive comerciavam com os povoados vizin#os.
No entanto, para os sen#ores de engen#o, Palmares era uma ameaa, pois
mostrava $ue os negros podiam ser livres. Muitas e'pedi%es militares foram enviadas contra
Palmares, $ue no entanto resistiu por A7 anos :6A/R,6AR3B, e c#egou a arigar /0 mil pessoas. Os
negros, so o comando do lder Z$*;7= defendiam,se contra os ata$ues dos escravistas.
Em 6A9Q, os sen#ores de engen#o contrataram o andeirante paulista 5omingos
Gorge .el#o para atacar Palmares. Este organizou em 6AR/ um grande ata$ue, para destruir o
$uilomo, mas foi derrotado pelos negros. No entanto, #ouve um segundo ata$ue de Gorge .el#o,
au'iliado por A mil soldados. Os negros resistiram por um m4s, ao final do $ual o $uilomo foi
destrudo e seus #aitantes massacrados. Sumi conseguiu fugir, mas dois anos depois foi capturado
e morto. E at #o!e ele um smolo da resist4ncia dos negros contra a escravido.
ABOLI!O DA ESCRA"ATURA
Pioneira das campan#as nacionais rasileiras a M+ampan#a )olicionistaN da
>ociedade 2rasileira +ontra a Escravido, liderada pelo engen#eiro )ndr Ceouas, por Gos do
Patrocnio, ardente !ornalista do !ornal MO aolicionistaN, e pelo deputado Goa$uim Nauco, inicia
uma grande luta pela liertao dos escravos.
5e certa forma, pode,se dizer $ue a )olio da escravatura foi um movimento
social, ocorrido entre 69Q0 e 6999, $ue defende o fim da escravido no pas. ?ermina com a
promulgao da Tei &urea, $ue e'tingue o regime escravista origin"rio da colonizao do 2rasil.
O regime comea a declinar com o fim do tr"fico de escravos, em 6970.
Progressivamente, os imigrantes europeus assalariados sustituem os escravos no mercado de
traal#o. Mas s< a partir da *uerra do Paraguai :69A7,69Q0B $ue o movimento aolicionista gan#a
impulso. Mil#ares de e',escravos $ue retornam da guerra vitoriosos, muitos at condecorados,
correm o risco de voltar D condio anterior por presso dos seus antigos donos. O prolema social
torna,se uma $uesto poltica para a elite dirigente do /U Ceinado. ."rias leis surgiram neste
perodo de transio do regime escravocrata para a aolio da escravatura(
L&7 %" V&!/& L79/& = promulgada em /9V0RV69Q6, lierta os fil#os de escravos nascidos a
partir desta data, mas os mantm so tutela de seus sen#ores at atingirem maior idade :/6
anosBK
L&7 %"# S&4a.&)/7"# em 6997, o governo cede mais um pouco e promulga a Tei >araiva,
+otegipe. +on#ecida como a Tei dos >e'agen"rios, ela lierta os escravos com mais de A7 anos,
mediante compensa%es aos seus propriet"rios.
L&7 $/&a Em 68 de maio de 6999, o governo imperial rende,se Ds press%es e a princesa
Isael assina a Tei &urea, $ue e'tingue a escravido no 2rasil. ) deciso desagrada aos
fazendeiros, $ue e'igem indeniza%es pela perda de seus MensN. +omo no conseguem, aderem
ao movimento repulicano. )o aandonar o regime escravista, o imprio perde sua Lltima
coluna de sustentao poltica.
O fim da escravatura, porm, no mel#ora a condio social e econFmica dos e',
escravos. >em formao escolar ou uma profisso definida, para a maioria deles a simples
emancipao !urdica no muda sua condio sualterna nem a!uda a promover sua cidadania ou
ascenso social.
$ERANA CULTURAL NEGRA
) presena negra foi marcante na formao da cultura e do povo rasileiro.
.e!amos alguns e'emplos dessa influ4ncia(
A(7*&!": fei!oada, cocada, vatap", acara!, $uindim, caruru, p,de,mole$ueK
R&(7.76": umanda, candoml e >incretismo religiosoK
M>#7,a: ritmos musicais como sama, ma'i'e, maracatu, congada. Instrumentos musicais,
como ataa$ue, erimau, ganz", agogF, cuca, reco,recoK
V",a;$()/7": palavras como atu$ue, engala, anana, gingar, macuma, $uitanda, sama,
c#uc#u, cac#aa, mole$ue, fu", caula.
R&'&/+,7a# B7;(7"./)'7,a#: :Wontes pes$uisadasB

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