Trabalho Escravo No Brasil
Trabalho Escravo No Brasil
Trabalho Escravo No Brasil
muulmanos (vistos como infiis). A igreja via a escravido na Amrica como forma
dos africanos pagarem pelos seus pecados. E ento, quatro milhes de africanos
ingressaram nessas terras.
Os senhores de engenho, de maior poder aquisitivo, preferiam a mo de obra
africana a indgena. Isso porque o escravo africano se adaptou melhor ao tipo de
trabalho realizado na colnia, com a maior rentabilidade compensava o custo do
investimento. Os negros realizavam as mais duras e difceis tarefas. O comrcio de
escravos africanos foi uma das atividades econmicas mais rentveis para os
europeus.
Em torno disso muitas reas econmicas foram desenvolvidas. No transporte
dos negros incrementou-se a indstria naval, os navios negreiros tinham pssimas
condies para os escravos e muitos morriam durante o trafico. Para a manuteno
dos negros a manufatura (o comercio de tecidos, plvora) e o cultivo de gneros
agrcolas como o tabaco.
O africano era visto como uma mercadoria. Chegando a terras americanas
eram exibidos e seus compradores analisavam minuciosamente se eles mereciam
ou no ser comprado. Para dificultar rebelies os senhores de escravo evitavam
comprar africanos da mesma tribo ou famlia.
Os escravos africanos viviam em senzalas, uma espcie de galpo mido e
escuro, tinham uma pssima alimentao, tendo como principal alimento a
mandioca, e, se no obedecessem s ordens do seu senhor recebiam duros
castigos fsicos como o tronco, amputaes, palmatria, castrao e quebra de
dentes. Eles tambm eram proibidos de praticar sua religio e seguir sua cultura. Por
causa das pssimas condies de vida a vida til do escravo chegava a no mximo
10 anos sendo substitudos por seus filhos.
Os escravos eram responsveis por todo o trabalho braal realizado no
engenho. Trabalhavam de sol a sol nos canaviais, moendas, caldeiras e aos
domingos cuidavam do roado para o seu prprio sustento. Em regies como Rio de
Janeiro, Pernambuco e em outras cidades litorneas chegaram a trabalhar como
estivadores (retirada e arrumao de cargas), barqueiros, vendedores, aprendizes,
mestres em artesanato e servios domsticos.
Os escravos resistiram ao cativeiro de diversas formas. Havia os que
cometiam suicdio, matavam os feitores, os que conseguiam fugir e a luta armada.
Muitos conseguiam fugir e formar os quilombos. Os quilombos eram o refgio para o
negro. Um lugar de difcil acesso que os permitiam viver em liberdade, resgatar suas
tradies, produzir seus alimentos e produtos manufaturados. Praticavam uma
justia severa, punindo adultrio, roubo e homicdio com pena de morte.
A reao do nativo foi to marcante que se tornou um perigo para capitanias
como Esprito Santo e Maranho. O segredo dos negros que eles preferiam morrer
lutando a voltar condio de escravo. O mais importante quilombo foi Palmares.
Ficava no atual estado de Alagoas. Palmares foi a unio de vrios quilombos. O lder
que se destacou foi Zumbi. Muitas foram as tentativas de destru-lo, durante 80
anos, os quilombolas derrotaram mais de 30 expedies. S em 1695, com ajuda do
bandeirante Domingos Jorge Velho palmares foi destrudo.
A partir dos sculos XVIII e XIX, com o desenvolvimento do comrcio de
pedras preciosas em Minas Gerais e Gois, os escravos africanos foram trabalhar
nas minas. Se conseguissem encontrar uma boa quantidade de ouro podiam at
comprar sua liberdade. Outras reas econmicas que utilizavam o trabalho escravo
foram a criao de gado e o tropeirismo (comerciantes que iam de uma regio a
outra).
Depois da independncia do Brasil, sob a influencia dos ideais iluministas,
comeou a surgir a conscincia antiescravista. Na primeira metade do sculo XIX
cresceram as presses internacionais pelo fim do trfico negreiro. A Inglaterra foi a
maior defensora, consolidado pela Revoluo Industrial, com o capitalismo, ela
desejava
trabalhadores
assalariados
para
exercer
poder
da
compra.
apenas fsica, mas tambm cultural. A influencia africana revelou-se mais forte que a
europia. A religio africana, como a umbanda, atrai seguidores de todas as classes
sociais. No s na religio, mas na comida e msica brasileira pode-se ver a
suprema influncia africana.
Apesar da miscigenao, o preconceito com o negro no Brasil ainda resiste
at os dias de hoje. Salvo raras excees, os maiores cargos pblicos, os melhores
empregos, o maiores salrios, ainda so dos brancos. Essa diferena tem
diminudo com a ao de alguns projetos sociais implementados no Brasil voltado
para os negros.
A escravido atual
Mesmo passado mais de um sculo aps a implementao da lei urea, em
termos prticos, a escravido ainda um problema que continua a existir.
Atualmente, considerada escravido moderna, casos em que uma pessoa
submetida a condies degradantes de trabalho, com jornadas exaustivas e que
seja submetido a qualquer forma de privao de liberdade.
De acordo com o Cdigo Penal, artigo 149, reduzir algum a condio
anloga de escravo, quer submetendo-o a trabalhos forados ou a jornada
exaustiva, quer sujeitando-o a condies degradantes de trabalhando, quer
restringindo, por qualquer meio, sua locomoo em razo de dvida contrada com o
empregador ou preposto, sofrer pena de recluso, de dois a oito anos, e multa,
alm da pena correspondente violncia.
Mesmo que hoje j no existam mais senzalas ou correntes, h vrias
semelhanas com o trabalho escravo de sculos passados: castigos fsicos,
jornadas de trabalho que ultrapassam 12 horas por dia, ameaas de mortes, sem
alimentao adequada ou gua potvel.
No Brasil, o trabalho escravo atual ocorre com mais frequncia em espaos
rurais, distantes de centros urbanos, em atividades econmicas como a pecuria, a
produo de carvo e trabalho em lavouras.
J no cenrio urbano, houve um vasto crescimento de libertaes de trabalhadores,
principalmente no setor da construo civil. Em 2013, o nmero de libertos na rea
urbana chegou a ultrapassar o da rea rural.
Ainda na zona urbana, os imigrantes latinos americanos com situao irregular so,
muitas vezes, mais vulnerveis a explorao e a terem seus direitos desrespeitados.
FONTES
http://www.brasilescola.com/brasil/trabalho-escravo-no-brasil-atual.htm
http://g1.globo.com/economia/trabalho-escravo-2014/platb/
http://www.escravonempensar.org.br/sobre-o-projeto/o-trabalho-escravo-no-brasil/
http://www.historiadobrasil.net/escravidao/
http://www.brasilescola.com/historiab/formas-trabalho-escravo-no-brasil.htm
http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=4
http://www.escravonempensar.org.br/sobre-o-projeto/o-trabalho-escravo-no-brasil/
http://g1.globo.com/economia/trabalho-escravo-2014/platb/
http://www.brasilescola.com/brasil/trabalho-escravo-no-brasil-atual.htm
http://amazonia.org.br/wp-content/uploads/2012/05/Atlas-do-Trabalho-Escravo.pdf
http://www.senado.gov.br/atividade/materia/detalhes.asp?p_cod_mate=105791
http://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/2014/01/chacina-de-unai-completa-10-anos-e-ato-emfrente-ao-stf-pede-justica.html
LIVRO: TODA A HISTORIA Historia Geral e do Brasil Jose Jobson de A.Arruda e Nelson Piletti editora
tica 11 edio.