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LITERATURA - BARROCO

Questes comentadas
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1. (Ita 1996) Assinale a opo correspondente ao perodo que tem melhor redao, considerando correo, clareza,
conciso e elegncia.
a) Duas so as personalidades de destaque do Barroco brasileiro: o baiano Gregrio de Matos e o portugus Vieira;
este porm, estudioso das duas literaturas, pertence, segundo a crtica, mais literatura brasileira que portuguesa.
b) No Barroco brasileiro, duas personalidades se destacam: Gregrio de Matos e Vieira; este, nascido em Portugal
mas estudado nas duas literaturas, pertence, segundo a crtica, mais literatura brasileira que literatura
portuguesa.
c) Gregrio de Matos e Vieira so as duas personalidades que se destacaram no Barroco brasileiro; sendo que o
ltimo porm, segundo a crtica, pertence mais literatura brasileira que portuguesa, pois, embora portugus de
origem, estudou ambas.
d) No Barroco brasileiro, destacaram-se duas personalidades: Gregrio de Matos - o Boca do Inferno - e Pe. Vieira,
cuja origem, de Lisboa, no o impediu de estudar ambas as literaturas, pertencendo pois, segundo alguns crticos,
mais ao Brasil que Portugal.
e) Proeminentes personalidades, Gregrio de Matos e Vieira destacam-se no Barroco brasileiro; este porm, mesmo
nascido em Lisboa mas estudioso das duas literaturas, pertence, segundo a crtica especializada, mais literatura
brasileira que a de Portugal.

2. (Unesp 1989) Identifique os movimentos literrios a que pertencem as seguintes estrofes, na ordem em que elas se
apresentam.

I- "A praa! A praa do povo
Como o cu do condor
E o antro onde a liberdade
Cria guias em seu calor."

II- "Vozes veladas, veludosas vozes,
Volpia dos violes, vozes veladas,
Vagam nos velhos vrtices velozes
Dos ventos, vivas, vs, vulcanizadas."

III- "Anjo no nome, Anglica na cara!
Isso ser flor, e Anjo juntamente:
Ser Anglica flor, e Anjo florente,
Em quem, seno em vs, se uniformara:"

IV- "Eu, Marlia, no fui nenhum vaqueiro,
Fui honrado Pastor da tua aldeia;
Vestia finas ls, e tinha sempre
A minha choa do preciso cheia.
Tiraram-me o casal, e manso gado,
Nem tenho, a que me encoste, um s cajado."

V- "Torce, aprimora, alteia, lima
A frase, e enfim,
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No verso de ouro engasta a rima,
Como um rubim.
Quero que a estrofe cristalina,
Dobrada ao jeito
Do ourives, saia da oficina
Sem um defeito."
a) Romantismo, Simbolismo, Barroco, Arcadismo e Parnasianismo.
b) Modernismo, Parnasianismo, Barroco, Arcadismo e Romantismo.
c) Romantismo, Modernismo, Arcadismo, Barroco e Simbolismo.
d) Simbolismo, Modernismo, Arcadismo, Parnasianismo e Barroco.
e) Modernismo, Simbolismo, Barroco, Parnasianismo e Arcadismo.

3. (Unesp 1996)
DE SCRATES FlLSOFO

Caminhando Scrates, um atrevido se descomediu com ele, e lhe deu um coice. Estranhando alguns a
pacincia do filsofo, disse:
- Pois eu que lhe hei de fazer depois de dado?
Responderam:
- Demand-lo em juzo pela injria.
Replicou:
- Se ele em dar coices confessa ser jumento, quereis que leve um jumento a juzo?

BERNARDES, Padre Manuel. Nova Floresta ("Injrias", tomo V, cap. XXXI, p. 382). in: OBRAS COMPLETAS DO PADRE MANUEL BERNARDES (reprod. fac-similiada
da ed. de 1728). So Paulo: Ed. Anchieta, 1946.

Nesta fbula do Padre Manuel Bernardes (1644-1710), o grande moralista barroco se serve do filsofo Scrates para
ensinar que, quase sempre, os danos de uma injria recaem em quem a comete e no em quem a sofre. Com base
neste comentrio, examine atentamente o texto e responda:
a) Qual a diferena entre o pensamento de Scrates e o raciocnio de seus acompanhantes quanto ao "coice"
recebido?
b) Na refinada elaborao sinttica de Manuel Bernardes, como se classifica a orao de que se serve Scrates para
atribuir ao agressor as qualidades de "jumento"?

4. (Mackenzie 1996)
Assinale a alternativa INCORRETA.
a) Na obra de Jos de Anchieta, encontram-se poesias seguindo a tradio medieval e textos para teatro com clara
inteno catequista.
b) A literatura informativa do Quinhentismo brasileiro empenha-se em fazer um levantamento da terra, da ser
predominantemente descritiva.
c) A literatura seiscentista reflete um dualismo: o ser humano dividido entre a matria e o esprito, o pecado e o
perdo.
d) O Barroco apresenta estados de alma expressos atravs de antteses, paradoxos, interrogaes.
e) O Conceptismo caracteriza-se pela linguagem rebuscada, culta, extravagante, enquanto o Cultismo marcado
pelo jogo de ideias, seguindo um raciocnio lgico, racionalista.

5. (Mackenzie 1998)
A terra mui graciosa,
To frtil eu nunca vi.
A gente vai passear,
No cho espeta um canio,
No dia seguinte nasce
Bengala de casto de oiro.
Tem goiabas, melancias,
Banana que nem chuchu.
Quanto aos bichos, tem-nos muitos,
De plumagens mui vistosas.
Tem macaco at demais
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Diamantes tem vontade
Esmeraldas para os trouxas.
Reforai, Senhor, a arca,
Cruzados no faltaro,
Vossa perna encanareis,
Salvo o devido respeito.
Ficarei muito saudoso
Se for embora daqui.
(Murilo Mendes)

O texto:
a) faz referncia literatura dos jesutas no Brasil no sculo XVI.
b) alude humoristicamente quilo que se convencionou chamar de literatura informativa no Brasil.
c) parodia tendncias prprias do Barroco brasileiro.
d) contraria qualquer proposta temtica do Modernismo brasileiro de 1922.
e) apresenta elementos que o relacionam com o "Grupo Mineiro", basicamente responsvel pelo Arcadismo no
Brasil.

6. (Ufpe 2001)

TEXTO 1
"Irmo ... uma palavra boa e amiga. Se acostumaram a cham-la de irm. Ela tambm os trata de mano, de irmo.
Para os menores como uma mezinha. Cuida deles. Para os mais velhos como uma irm que brinca
inocentemente com eles e com eles passa os perigos da vida aventurosa que levam.
Mas nenhum sabe que para Pedro Bala, ela a noiva. Nem mesmo o Professor sabe. E dentro do seu corao
Professor tambm a chama de noiva."
(Jorge Amado: "Capites da Areia").

TEXTO 2

Para um homem se ver a si mesmo, so necessrias trs coisas: olhos, espelho e luz. Se tem espelho e cego, no
se pode ver por falta de olhos; se tem espelho e olhos e de noite, no se pode ver por falta de luz. Logo, h mister
luz, h mister espelho e h mister olhos. Que coisa a converso de uma alma seno entrar o homem dentro de si e
ver-se a si mesmo? (...)
O pregador concorre com o espelho que a doutrina.
(Padre Antnio Vieira: "Sermo da Sexagsima").

TEXTO 3

" almas presas mudas e fechadas,
nas presses colossais e abandonadas,
Da dor no calabouo, atroz, funreo!
Nesses silncios solitrios, graves
Do chaveiro do Cu, possus as chaves
Para abrir-vos as Portas do Mistdo?!"
(Cruz e Souza: "Missal").

Os autores dos textos 2 e 3 abordam temas transcendentais, seguindo o modelo do movimento a que cada um
pertenceu e o gnero literrio que praticou. Sobre eles e suas obras, assinale a alternativa INCORRETA.
a) Cruz e Souza foi o primeiro poeta negro do Brasil e pertenceu ao movimento simbolista. Nesse poema valoriza a
realidade subjetiva e espiritualidade.
b) Vieira, barroco e conceptista, fez predominar no texto 1 o jogo conceitual em um processo lgico de deduo e
raciocnio.
c) Os textos 2 e 3 tm a mesma finalidade e objetivo, pelo fato de terem o Barroco e o Simbolismo caractersticas
comuns: linguagem preciosa, excesso de imagens e preocupao formal.
d) No texto de Cruz e Souza, a busca da transcendncia d-se atravs da preponderncia de smbolos e de um
vocabulrio ligado s sensaes.
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e) Enquanto o texto 3 emotivo e lrico, procurando comover o leitor, o texto 2 persuasivo, procurando convencer o
ouvinte sobre seus ensinamentos.

7. (Uel 2001) O Barroco manifesta-se entre os sculos XVI e XVII, momento em que os ideais da Reforma entram em
confronto com a Contra-Reforma catlica, ocasionando no plano das artes uma difcil conciliao entre o
teocentrismo e o antropocentrismo. A alternativa que contm os versos que melhor expressam este conflito :
a) Um pai de Monal, bonzo bram,
Primaz da Cafraria do Pegu,
Que sem ser do Pequim, por ser do Au,
Quer ser filho do sol, nascendo c.
(Gregrio de Matos)
b) Temerria, soberba, confiada,
Por altiva, por densa, por lustrosa,
A exaltao, a nvoa, a mariposa,
Sobe ao sol, cobre o dia, a luz lhe enfada.
(Botelho de Oliveira)
c) Fbio, que pouco entendes de finezas!
Quem faz s o que pode a pouco obriga:
Quem contra os impossveis se afadiga,
A esse cede amor em mil ternezas.
(Gregrio de Matos)
d) Luzes qual sol entre astros brilhadores,
Se bem rei mais propcio, e mais amado;
Que ele estrelas desterra em rgio estado,
Em rgio estado no desterras flores.
(Botelho de Oliveira)
e) Pequei Senhor; mas no porque hei pecado,
Da vossa alta clemncia me despido;
Porque quanto mais tenho delinquido,
Vos tenho a perdoar mais empenhado.
(Gregrio de Matos)

8. (Uem 2004) Assinale o que for correto.
01) O Barroco foi um estilo de poca que teve seu apogeu no sculo XVII. Uma de suas principais caractersticas o
culto do contraste, espcie de reflexo dos conflitos do homem da poca, ansioso por encontrar uma sntese entre
elementos contraditrios que o atraem, como razo e f. Em funo disso, o escritor barroco enfatiza o
inconsistente, o efmero, analisa a realidade por meio dos sentidos. Da as figuras de linguagem como a
metfora, a anttese, o paradoxo, o oxmoro serem comuns em seus poemas. Os versos que seguem, retirados
de um poema de Gregrio de Matos, um dos principais representantes do estilo no Brasil, so, nesse sentido,
exemplares: "Se s fogo, como passas brandamente?/ Se s neve, como queimas com porfia?".
02) O Arcadismo est associado ao Iluminismo, conjunto de tendncias que marcaram o final do sculo XVII e o
sculo XVIII. Razo e cincia so as palavras-chave do perodo, em que o intenso progresso cientfico conduziu
a uma viso racionalista e cientfica do mundo. Em consequncia, o escritor rcade passa a repudiar o estilo
barroco, tido como "de mau gosto", instaurando um novo padro de arte inspirado nos clssicos, cujas
convenes artsticas punham a fantasia em segundo plano; valorizavam o homem como ser terreno; a arte
deveria retratar problemas, verdades e situaes universais, imitar a natureza (da paisagem e do homem) e ser
verossmil. Cludio Manoel da Costa, autor do romance "Marlia de Dirceu", um dos principais representantes
do Arcadismo no Brasil.
04) O romantismo um estado de alma, uma atitude profundamente emotiva diante da vida. Sempre houve
temperamento e sensibilidade romnticos. No sculo XIX, no entanto, tal temperamento e sensibilidade se
manifestaram com tanto vigor que chegaram a caracterizar um estilo de poca: o Romantismo. No Brasil,
costuma-se dividir, didaticamente, o movimento em trs geraes: 1) a nacionalista, cujos temas mais
recorrentes so o ndio, a saudade e o amor impossvel; 2) a ultra-romntica, cujos temas mais recorrentes so a
dvida, o tdio, a orgia, a infncia, o medo de amar e o sofrimento; 3) a social, liberal ou condoreira, cujos temas
mais recorrentes so a escravido, a Repblica e o amor ertico.
08) O Parnasianismo surge na segunda metade do sculo XIX, reagindo contra o sentimentalismo e o subjetivismo
romnticos. Olavo Bilac, no entanto, um dos principais representantes do estilo, apesar da clara preocupao
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com o refinamento formal, demonstra, em alguns de seus sonetos, fortes marcas de romantismo, rendendo
tributo ao espiritualismo que caracterizava a escola de Gonalves Dias. Os versos que seguem, retirados de um
dos poemas de Bilac, exemplificam essa peculiaridade de sua produo potica: "No me basta saber que sou
amado,/ Nem s desejo o teu amor: desejo/ Ter nos braos teu corpo delicado,/ Ter na boca a doura do teu
beijo.".
16) Surgido no final do sculo XIX, o Simbolismo consiste em um estilo de poca marcado pela reao contra os
princpios cientificistas da poca. Da resulta uma poesia marcada pela subjetividade, pelo misticismo e pelo
espiritualismo, pela musicalidade e pela expresso indireta de ideias e de emoes. Nos versos que seguem, do
poeta simbolista Cruz e Sousa, as comparaes extremamente subjetivas e as sinestesias visuais e olfativas
concorrem para criar a atmosfera de sugesto que os caracteriza, tornando-os tpicos desse estilo: "Mais claro e
fino do que as finas pratas/ O som da tua voz deliciava.../ Na dolncia velada das sonatas/ como um perfume a
tudo perfumava.".
32) O Modernismo brasileiro, inaugurado em 1922, com a Semana de Arte Moderna, nasceu sob a influncia das
vanguardas europeias. Em sua primeira fase, de 1922 a 1930, combateu as caractersticas estticas tradicionais
e conservadoras, cujo melhor exemplo era o Parnasianismo. Os versos que seguem, retirados do poema de
Manuel Bandeira intitulado "Potica", dialogam com o passadismo dos parnasianos e reafirmam os ideais
modernistas marcados pela libertao e pela renovao da linguagem: "Estou farto do lirismo comedido/ Do
lirismo bem comportado/ [...] Abaixo os puristas/ Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais/ Todas
as construes sobretudo as sintaxes de exceo/ Todos os ritmos sobretudo os inumerveis/ [...] No quero
mais saber do lirismo que no libertao.".

9. (G1 - cftmg 2008) Analise as afirmativas sobre a produo literria brasileira dos sculos XVII e XVIII, e assinale V
para as verdadeiras e F para as falsas.

( ) A irreverncia de Gregrio de Matos transparece sobretudo em seus poemas lricos de temtica religiosa, nos
quais o conflito barroco entre Deus e o homem resolve-se sempre em favor deste ltimo.
( ) Na maioria dos poemas de Cludio Manuel da Costa, cumpre-se a conveno pastoral por meio do discurso
dirigido pelo eu-lrico pastor Glauceste sua inalcanvel musa Nise.
( ) Na obra de Toms Antnio Gonzaga, j se verificam alguns traos prenunciadores do Romantismo como certa
subjetividade e emotividade.

A sequncia CORRETA encontrada :
a) V, F, V.
b) F, V, F.
c) F, V, V.
d) V, F, F.

TEXTO PARA A PRXIMA QUESTO:
As questes a seguir tomam por base o poema-cano O AMOR VELHO, MENINA, do poeta-msico Tom Z
(Antnio Jos Santana Martins, 1936-), e um fragmento da CARTA DE GUIA DE CASADOS (1651), de Francisco
Manuel de Melo (1608-1666), reconhecido como um dos maiores escritores portugueses de sua poca.

O AMOR VELHO, MENINA

O amor velho, velho, velho, velho
E, menina,
O amor trilha de lenis e culpa,
Medo e maravilha.

O tempo, a vida, a lida
Andam pelo cho,
O amor, aeroplanos.
O amor zomba dos anos,
O amor anda nos tangos,
No rastro dos ciganos,
No vo dos oceanos,
O amor poo onde se despejam
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Lixo e brilhantes:
Oraes, sacrifcios, traies.
(In: Tom Z. The HIPS OF TRADITION. CD M945118-2, Warner, 1992.)


CARTA DE GUIA DE CASADOS
fragmento

Persuado-me, Senhor N., que esta coisa que o mundo chama amor, no s uma coisa, porm muitas com
um prprio nome. Poder bem ser que por isto os antigos fingissem haver tantos amores no mundo, a que davam
diversos nascimentos; e tambm pode ser venha daqui que ao amor chamamos amores; pois se ele fora um s,
grande impropriedade fora esta.
Eu considero dois amores entre a gente: o primeiro aquele comum afeto com que, sem mais causa que a
sua prpria violncia, nos movemos a amar, no sabendo o qu, nem porque amamos. O segundo aquele com que
prosseguimos em amar o que tratamos e conhecemos. O primeiro acaba na posse do que se desejou; o segundo
comea nela: mas de tal sorte, que nem sempre o primeiro engendra o segundo, nem sempre o segundo procede do
primeiro.
Donde infiro que o amor que se produz do trato, familiaridade e f dos casados, para ser seguro e excelente,
em nada depende do outro amor que se produziu do desejo do apetite, e desordem dos que se amaram antes
desconcertadamente; a que, no sem erro, chamamos amores, que a muitos mais empeceram que aproveitaram.
(MELO, Francisco Manuel de. CARTA DE GUIA DE CASADOS Coleo Portugal n 36. Porto: Ed. Domingos Barreira, s/d., p. 29.)


10. (Unesp 1997) O estilo barroco de Francisco Manuel de Melo, caracterizado pela insistncia em enfatizar conceitos
e argumentos, serve-se de procedimentos sintticos que o tornam um tanto repetitivo, redundante e, por vezes,
obscuro, como exemplifica o seguinte perodo: "Poder bem ser que por isto os antigos fingissem haver tantos
amores no mundo, a que davam diversos nascimentos; e tambm pode ser venha daqui que ao amor chamamos
amores; pois se ele fora um s, grande impropriedade fora esta."
Examine com ateno o perodo citado e,
a) indique a passagem na qual, no entanto, para evitar mais uma repetio, o autor praticou a elipse da conjuno
subordinativa integrante;
b) reescreva o perodo, evitando outras repeties de palavras ou locues, para torn-lo mais claro e conciso.


TEXTO PARA A PRXIMA QUESTO:

Na(s) questo(es) a seguir escreva nos parnteses a letra (V) se a afirmativa for verdadeira ou (F) se for falsa.


11. (Ufpe 1996) Observe:

"Descoberto em 1500, no sculo que, em Portugal, dominava o Classicismo, o Brasil , por muitas causas,
no teve condies de dar incio colonizao e ao processo cultural.
Entre as raras manifestaes literrias do sculo, destaca-se o teatro jesutico.
A obra de colonizao do Brasil, iniciada propriamente por Martim Afonso em 1530, j pelos inconvenientes
do sistema, j por outros motivos fceis de entender, mais dificultosa se tornaria, no fosse a colaborao oportuna e
decisiva dos jesutas."
(Faraco e Moura, em LNGUA E LITERATURA)

A partir de ento, surgem dois movimentos que ainda no podem ser considerados literatura propriamente brasileira.
( ) O Barroco o primeiro grande perodo artstico no Brasil. Nas artes plsticas h destaque para a figura do
Aleijadinho; na Literatura, para o poeta Gregrio de Matos Guerra.
( ) O Neoclassicismo, movimento esttico propenso a um retorno aos ideais espirituais e artsticos do Renascimento,
corresponde a uma tendncia contrria ao barroquismo.
( ) No texto barroco, a linguagem retorcida, com bastantes jogos verbais, enfatizando a prolixidade e o estilo
confuso.
( ) No texto neoclssico, a linguagem racional, as imagens so conhecidas e repetidas (chaves, lugares-
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comuns).
( ) No Barroco, tanto quanto no Neoclassicismo, os poetas abordaram aspectos como dvida, angstia e tdio, sob
a forma de um sentimentalismo lacrimoso.
( ) hiprbato
( ) hiprbole
( ) silepse
( ) anacoluto
( ) pleonasmo


TEXTO PARA A PRXIMA QUESTO:
No meio disso, a que vinha agora uma criana deform-la por meses, obrig-la a recolher-se, pedir-lhe as
noites, adoecer dos dentes e o resto? Tal foi a primeira sensao da me, e o primeiro mpeto foi esmagar o grmen.
Criou raiva ao marido. A segunda sensao foi melhor. A maternidade, chegando ao meio-dia, era como uma autora
nova e fresca. Natividade viu a figura do filho ou filha brincando na relva da chcara ou no regao da aia, com os trs
anos de idade, e este quadro daria aos trinta e quatro anos que teria ento um aspecto de vinte e poucos...
Foi o que a reconciliou com o marido.
(Esa e Jac, de Machado de Assis)



12. (Espm 2006) Considerando os aspectos histrico-literrios, pode-se afirmar que o texto:
a) Apresenta aspectos do Barroco por mostrar os conflitos existenciais da personagem influenciada pela religiosidade
(da o ttulo da obra "Esa e Jac").
b) coerente com o padro do Realismo ao enfocar uma crtica social questo da rejeio da maternidade e o
consequente abandono dos filhos.
c) Est contra o padro do Romantismo, imediatamente anterior obra, uma vez que no idealiza o instinto maternal
e a mulher.
d) Tem afinidade com o Naturalismo ao enfatizar o Determinismo biolgico e as personagens patolgicas.
e) Faz sintonia com a poesia do Parnasianismo, pois apresenta a obsesso pela forma no vocabulrio e o tema
clssico greco-latino.


TEXTO PARA A PRXIMA QUESTO:

SEGUE NESTE SONETO A MXIMA DE BEM VIVER QUE ENVOLVER-SE NA CONFUSO DOS NSCIOS
PARA PASSAR MELHOR A VIDA

SONETO
Carregado de mim ando no mundo,
E o grande peso embarga-me as passadas,
Que como ando por vias desusadas,
Fao o peso crescer, e vou-me ao fundo.

O remdio ser seguir o imundo
Caminho, onde dos mais vejo as pisadas,
Que as bestas andam juntas mais ousadas,
Do que anda s o engenho mais profundo.
No fcil viver entre os insanos,
Erra, quem presumir que sabe tudo,
Se o atalho no soube dos seus danos.

O prudente varo h de ser mudo,
Que melhor neste mundo, mar de enganos,
Ser louco c'os demais, que s, sisudo.
(MATOS, Gregrio de. Poemas escolhidos. So Paulo: Cultrix, 1989. p. 253)

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13. (Ufrj 2009) O Barroco faz um uso particular de metforas para concretizar abstraes. No texto, encontram-se
vocbulos cujos significados constroem imagens vinculadas travessia do eu-lrico no mundo. Retire do texto quatro
vocbulos desse campo semntico, sendo dois verbos e dois substantivos.


TEXTO PARA A PRXIMA QUESTO:

"No o homem um mundo pequeno que est dentro do mundo grande, mas um mundo grande que est dentro
do pequeno. Baste
1
por prova o corao humano, que sendo uma pequena parte do homem, excede na capacidade
a toda a grandeza do mundo. (...) O mar, com ser um monstro
2
indmito, chegando s areias, para; as rvores, onde
3
as pem, no se mudam; os peixes contentam-se com o mar, as aves com o ar, os outros animais com a terra. Pelo
contrrio, o homem, monstro ou quimera de todos os elementos, em nenhum lugar
4
para, com nenhuma fortuna se
contenta, nenhuma ambio ou apetite o falta: tudo confunde e como maior que o mundo, no cabe nele".

14. (Fei 1997) Podemos reconhecer neste trecho do Padre Antnio Vieira:
a) O carter argumentativo tpico do estilo barroco (sculo XVII).
b) A pureza de linguagem e o estilo rebuscado do escritor rcade (sculo XVIII).
c) Uma viso de mundo centrada no homem, prpria da poca romntica (princpio do sculo XIX).
d) O racionalismo comum dos escritores da escola realista (final do sculo XIX).
e) A conscincia da destruio da natureza pelo homem, tpica de um escritor moderno (sculo XX).

TEXTO PARA A PRXIMA QUESTO:

MULHER AO ESPELHO

Hoje, que seja esta ou aquela,
pouco me importa.
Quero apenas parecer bela,
pois, seja qual for, estou morta.

J fui loura, j fui morena,
j fui Margarida e Beatriz.
J fui Maria e Madalena.
S no pude ser como quis.

Que mal faz, esta cor fingida
do meu cabelo, e do meu rosto,
se tudo tinta: o mundo, a vida,
o contentamento, o desgosto?

Por fora, serei como queira
a moda, que me vai matando.
Que me levem pele e caveira
ao nada, no me importa quando.

Mas quem viu, to dilacerados,
olhos, braos e sonhos seus,
e morreu pelos seus pecados,
falar com Deus.

Falar, coberta de luzes,
do alto penteado ao rubro artelho.
Porque uns expiram sobre cruzes,
outros, buscando-se no espelho.
(MEIRELES, Ceclia. Poesias Completa. Rio de Janeiro: Civilizao Brasileira, 1973.)
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15. (Uerj 2002) A temtica e alguns procedimentos caractersticos do Barroco no sculo XVII foram retomados no
poema de Ceclia Meireles.

a) O questionamento das concepes do senso comum quanto vaidade sugere uma preocupao tambm
existente entre os autores barrocos.
Identifique, no poema, um aspecto da vaidade apresentado negativamente e outro apresentado positivamente.

b) O jogo de oposies entre conceitos era um dos recursos caractersticos da literatura barroca.
Indique um contraste prprio do Barroco que predomina no texto.


TEXTO PARA A PRXIMA QUESTO:

Moraliza o Poeta nos Ocidentes do Sol as Inconstncias dos bens do Mundo.

Nasce o Sol, e no dura mais que um dia,
Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contnuas tristezas a alegria.

Porm se acaba o Sol, por que nascia?
Se formosa a Luz , por que no dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?

Mas no Sol, e na Luz falte a firmeza,
Na formosura no se d constncia,
E na alegria sinta-se tristeza.

Comea o mundo enfim pela ignorncia,
E tem qualquer dos bens por natureza
A firmeza somente na inconstncia.
(GUERRA, Gregrio de Matos. ANTOLOGIA POTICA. Rio, Ediouro, 1991. p. 84.)

16. (Ufrrj 2000) Um dos aspectos da arquitetura do poema barroco aquele em que conceitos e/ou palavras so
inicialmente citados ao longo do poema, para mais adiante, serem retomados conclusivamente. Este recurso, no
soneto de Gregrio de Matos, acontece respectivamente
a) nos dois quartetos e no 20. terceto.
b) no 10. quarteto e no 20. quarteto.
c) nos dois quartetos e nos dois tercetos.
d) no 20. quarteto e no 10. terceto.
e) no 10. terceto e no 20. terceto.


TEXTO PARA A PRXIMA QUESTO:

Descreve o que era realmente naquele tempo a cidade da Bahia

A cada canto um grande conselheiro
Que nos quer governar a cabana, e vinha,
No sabem governar sua cozinha,
E podem governar o mundo inteiro.

Em cada porta um frequentado olheiro,
Que a vida do vizinho, e da vizinha
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Pesquisa, escuta, espreita, e esquadrinha,
Para a levar Praa, e ao Terreiro.

Muitos Mulatos desavergonhados,
Trazidos pelos ps os homens nobres,
Posta nas palmas toda a picardia.

Estupendas usuras nos mercados,
Todos, os que no furtam, muito pobres,
E eis aqui a cidade da Bahia.
MATOS, Gregrio de. In: BARBOSA, F. (org.) Clssicos da Poesia Brasileira. RJ: Klick Editora, 1998, p.24/25.

17. (Ufrrj 2005) A crtica incapacidade dos portugueses de governar o Brasil e a consequente pobreza do povo so
temas presentes nesse poema barroco de Gregrio de Matos e representam uma caracterstica retomada, mais
tarde, pelo Romantismo.

Essa caracterstica
a) o sentimento nativista.
b) a preferncia pelo soneto.
c) a denncia da escravido.
d) a tendncia regionalista.
e) a volta ao passado histrico.


TEXTO PARA A PRXIMA QUESTO:

SEUS OLHOS

Oh! rouvre tes grands yeux dont la paupiere
tremble,
Tes yeux pleins de langueur;
Leur regard est si beau quand nous sommes
ensemble!
Rouvre-les; ce regard manque ma vie, il semble
Que tu fermes ton coeur.
Turquety

Seus olhos to negros, to belos, to puros,
De vivo luzir,
Estrelas incertas, que as guas dormentes
Do mar vo ferir;

Seus olhos to negros, to belos, to puros,
Tm meiga expresso,
Mais doce que a brisa, - mais doce que o nauta
De noite cantando, - mais doce que a frauta
Quebrando a solido.

Seus olhos to negros, to belos, to puros,
De vivo luzir,
So meigos infantes, gentis, engraados
Brincando a sorrir.

So meigos infantes, brincando, saltando
Em jogo infantil,
Inquietos, travessos; - causando tormento,
Com beijos nos pagam a dor de um momento,
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Com modo gentil.

Seus olhos to negros, to belos, to puros,
Assim que so;
s vezes luzindo, serenos, tranquilos,
s vezes, vulco!

s vezes, oh! sim, derramam to fraco,
To frouxo brilhar,
Que a mim me parece que o ar lhes falece,
E os olhos to meigos, que o pranto umedece
Me fazem, chorar.

Assim lindo infante, que dorme tranquilo,
Desperta a chorar;
E mudo e sisudo, cismando mil coisas,
No pensa - a pensar.

Nas almas to puras da virgem, do infante,
s vezes do cu
Cai doce harmonia duma Harpa celeste,
Um vago desejo; e a mente se veste
De pranto co'um vu.

Quer sejam saudades, que sejam desejos
Da ptria melhor;
Eu amo seus olhos que choram sem causa
Um pranto sem dor.

Eu amo seus olhos to negros, to puros,
De vivo fulgor;
Seus olhos que exprimem to doce harmonia,
Que falam de amores com tanta poesia,
Com tanto pudor.

Seus olhos to negros, to belos, to puros,
Assim que so;
Eu amo esses olhos que falam de amores
Com tanta paixo.

(Gonalves Dias, A. POESIA E PROSA COMPLETAS. Rio de Janeiro, Ed. Nova Aguilar, 1998, pp. 131-132.)


18. (Puc-rio 1999) Podemos dizer que o poema:
a) herda do Barroco a intensa religiosidade comprovada pelo binmio pecado/redeno.
b) herda do Arcadismo o ambiente pastoril acentuado pela referncia a elementos naturais.
c) apresenta, em consonncia com a esttica do Parnasianismo, o gosto pela preciso descritiva de elementos da
tradio clssica.
d) apresenta, em consonncia com a esttica do Simbolismo, uma representao etrea e espectral do perfil
feminino.
e) comprova a influncia literria europeia na produo potica brasileira dos sculos XVIII e XIX, o que se atesta
pela epgrafe utilizada.


TEXTO PARA A PRXIMA QUESTO:

Ora, suposto que j somos p, e no pode deixar de ser, pois Deus o disse, perguntar-me-eis, e com muita
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razo, em que nos distinguimos logo os vivos dos mortos? Os mortos so p, ns tambm somos p: em que nos
distinguimos uns dos outros? Distinguimo-nos os vivos dos mortos, assim como se distingue o p do p. Os vivos
so p levantado, os mortos so p cado, os vivos so p que anda, os mortos so p que jaz: Hic jacet
1
. Esto
essas praas no vero cobertas de p: d um p-de-vento, levanta-se o p no ar e que faz? O que fazem os vivos, e
muito vivos. NO AQUIETA O P, NEM PODE ESTAR QUEDO: ANDA, CORRE, VOA; ENTRA POR ESTA RUA,
SAI POR AQUELA; J VAI ADIANTE, J TORNA ATRS; TUDO ENCHE, TUDO COBRE, TUDO ENVOLVE, TUDO
PERTURBA, TUDO TOMA, TUDO CEGA, TUDO PENETRA, EM TUDO E POR TUDO SE METE, SEM AQUIETAR
NEM SOSSEGAR UM MOMENTO, ENQUANTO O VENTO DURA. Acalmou o vento: cai o p, e onde o vento parou,
ali fica; ou dentro de casa, ou na rua, ou em cima de um telhado, ou no mar, ou no rio, ou no monte, ou na
campanha. No assim? Assim .
(VIEIRA, Antnio. Trecho do Cap. V do Sermo da Quarta-Feira de Cinza. Apud: Sermes de Padre Antnio Vieira.
So Paulo: Ncleo, 1994, p.123-4.)

1 - Hic jacet: aqui jaz.


19. (Ufscar 2001) Em Padre Vieira fundem-se a formao jesutica e a esttica barroca, que se materializam em
sermes considerados a expresso mxima do Barroco em prosa religiosa em lngua portuguesa, e uma das mais
importantes expresses ideolgicas e literrias da Contra-Reforma.

a) Comente os recursos de linguagem que conferem ao texto caractersticas do Barroco.

b) Antes de iniciar sua pregao, Vieira fundamenta-se num argumento que, do ponto de vista religioso, mostra-se
incontestvel. Transcreva esse argumento.

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Gabarito:

Resposta da questo 1: [B]

Resposta da questo 2: [A]

Resposta da questo 3:
a) Scrates busca a compreenso dos fatos; seus acompanhantes pensam apenas na condenao da injria.
b) "em dar coices": orao subordinada adverbial causal reduzida de infinitivo.

Resposta da questo 4: [E]

Resposta da questo 5: [B]

Resposta da questo 6: [C]

Resposta da questo 7: [E]

Resposta da questo 8: 53

Resposta da questo 9: [C]

Resposta da questo 10:
a) "... e tambm pode ser (que) venha aqui"
b) "Poder bem ser que por isto os antigos fingissem haver tantos amores no mundo, a que davam diversos nascimentos; e caso venha daqui que
a ele chamamos amores; pois se fora um s, grande impropriedade seria esta."

Resposta da questo 11: V V V V F

Resposta da questo 12: [C]

Resposta da questo 13:
Os vocbulos que constroem imagens vinculadas ao campo semntico de travessia so os seguintes: ando, vou-(me), seguir, andam, anda, erra
(verbos); passadas, vias, caminho, pisadas, atalho (substantivos).

Resposta da questo 14: [A]

Resposta da questo 15:
a) A moda que destri o corpo e a alma de quem a segue.
A conscincia da destruio pela vaidade elevar o indivduo at Deus.

b) Um dentre os contrastes:
- vida e morte
- juventude e velhice
- essncia e aparncia

Resposta da questo 16: [C]

Resposta da questo 17: [A]

Resposta da questo 18: [E]

Resposta da questo 19:
a) O Barroco o movimento marcado pela oposio de ideias; assim, no poema encontram-se antteses ("p levantado"/ "p cado"; paradoxos
("Distinguimo-nos os vcios dos mortos, assim como s distingue o p do p"); anforas (pronome indefinido "tudo") polissndetos (ou) e outros.
b) O argumento : "Ora, pressuposto que j somos p, e no pode deixar de ser, pois Deus o disse"...

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