Criacionismo e Evolucionismo
Criacionismo e Evolucionismo
Criacionismo e Evolucionismo
CRIACIONISMO
E
EVOLUCIONISMO
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Os que rejeitam n reeacarnao no admitem to-
pouco a encarnao. Adotam o dogma criacionista. pre-
tendendo que Deus vai criando as almas medida que
os corpos so concebidos.
Semelhante doutrina. porm, peca pela base, in-
sustentavel luz da razo e dos fotos.
Nunca se viu na ordem natural da criao o supe-
rior submetido ao inerior. ou o maior sujeito ao me-
nor. No entanto. o critrio criacionista nos apresenta
essa inverso, considerando n origem do Esprito como
uma exigncia reclnmada pela matria. Esta, portanto.
deixa o plano secundrio em que se encontra na Na-
tureza. para ocupar o plano principal. A alma criada
para o corpo. e no o corpo para a alma. A matria
organiznda no mais o instrumento do Espirito. a
frma corprea atravs da qual le se manifesta no
plano fsico; o Espirito que passa a ser o instrumento
da matria de vez que foi criado para ela.
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De outra sorte, o vontade sobana de Deus est
sujeita vontade relativa do homem, visto como este
que determina, mediante o instinto de perpetuao da
espcie. a crino da alma. Fica, assim, o instinto, que
<>inda domina o homem, suplantando a razo suprema,
atributo da Divindade. Conforme vemos. um rema-
tado absurdo. alm de ser uma impressionante heresia.
Mas, ainda no tudo. Jess nos concita a bus-
cannos em primeiro lugar o conhecimento de Deus atra-
vs de sua justia, asseverando que, dste modo, tudo
o mais nos ser dado por acrscimo, isto , que os de-
mais problemas da Vida se solucionar5o automtica-
mente.
Cumpre, pois, procurar conhecer Deus medi:inte a
manifestao de sua justia. porque em tal importa o
processo ou o caminho que nos le,a a conhece-lo tal co-
mo le em realidade. Partindo portanto dessa pre-
missa. o que que a doutrina criacionista nos apresenta
no cenrio terreno? Deus criando vrias rac;as - a
branca. a preta e a amarela. Estas raas revelam dife-
renas. sendo, umas superiores, outras 111feriores. Por
que. pois, e s ~ a s desigualdades? Por que no as criou
tdJs no mesmo nvel, dot<lndo-as das mesmas possi-
bilidades e de idntica capacidade? E. dentro de cada
raa e de cada povo, por que Deus cria almas bons,
dotadas de sentimentos elevados, com pronunciada ten-
dncia virtuosa, e cria almas rebeldes, revoltadas, de
maus instintos. cruis, tendendo para o vcio e para
o crime? Se essas almas iniciaram sua vida com o nasci-
mento do corpo. quer isso dizer que elas foram criadas
ta.is como se apr:esentam no mcio onde v:io e..xe:rcer
suas atividades. E. sendo assim. Deus as f: boas e
r
ms. just<l- e inquas. ''irtuosas e perversas. do mesmo
modo que lhes deu um corpo preto, branco ou amarelo.
No que ""Peita parte intclectual verifica-<e a
mesma anomalia: Deus dota uns Egpiritos com inteli-
gncia lcida, aguda. com capacidade de t>ssimilar os
conhecimentos mais transcendentes: com e
acui<lu<le para desvendar e re<olver os problemas mais
<liceis e complexos. do mesmo passo que o outros dis-
tribue um intelecto tardo. obtuso, bronco. incnpaz de
julgar com ucrto e discerni< com justeza as questes
mais simples. os casos mais comesiohos. Enfim, Deus
cria Si\ntos e rprobos. gnios e cretinos. Como admitir
semelhante heresia?
Prossigamos. no entanto. em nossas lucubraes
em trno de t5o empolgante assunto.
Em se tratando de uma matria enfrma de origem.
portadora de acentuada carga lutica, de um alei1o ou
deformid"de congnita, como se concebe que Deus crie
uma ;ilma para habitar sse corpo fadado a uma exis-
tcncia de sofrimentos, dores. vexames e humilhaes?
Que responsabilidade tem essa alma, que cometeu
lhe tocar por sorte uma indumenrin urdida de
nwzdas, e pst ulas? Onde ficam o mrito e o
demrito - se uns Espritos recebem graas e dons
enqu:111to que outros, desditas e torturns? Que 1nrito
tem o gnio e o santo se o fi zernm, ao nascer. gnio e
santo? Que demfrito cabe ao mau e ao enfermo se as-
sim o fizeram desde o principio?
Tacs perguntas ficam sem resposta de vez que a
lgica dos criacionistas a seguinte: Cada um como
Deus o fz!
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A palnvra do Mestre. daquele que foi enviado do
Alto para guiar e conduzir a Humanidade. firmando
ste postulado sancionado pela razo e o bom senso -
A cada um ser dado segundo as nas obras - desa-
parece, anula-se em face do dogma criacionista. No .
pois. de ndmirar. que do meio onde prevalece aqule
conceito. haja desaparecido a noo de responsabili-
dade, imperando entre todos o materi'1lismo deslavado
e cinico. O que , e que sentido pode ter a respon-
sabi lidnde, se no so os nossos atos, mos o nosso
nascimento que responde pelo que somos? Como o ~
admirar do confusionismo e da corrupo que lavram
no mundo. se nos apresentam a Divindade agindo ao
sabor de caprichos incompreensveis, divorciada dos
mais comcsinhos princpios de justia? Outrossim. como
no justificar a incredulidade e a impostura reinantes
em nossa sociedade, se nos apresentam uma - imor-
talidade - que tem comeo. que se inicia no nasci-
mento. mas no termina na morte? Quem pode crer
sinceramente em semelhante - imortalidade?
Sim, lgico, evidente e concludente que a Vida
comeando no bero ter sua finalidade no tmulo. pois
assim nos diz a razo. o raciocnio. a faculdade de ob-
servar. deduzir e concluir. que so funes da inteli-
gncia.
A crena, pois, na imor talidade. sob o critrio cria-
cionista. no tem base. no se firma em terreno slido.
antes v e insustentavcl. portanto. n:io pode gerar
convicilo. no pode alimentar uma f viva. luminosa.
coue:nte e conseqente.
Como corolrio dessa dvida. dessa natural vacila-
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o sbre a imortalidade. decorre a
Sem a crena inabalavel na imortalidade n;.o h res-
ponsabilidade, de vez que no decurso de uma existncia
efmera que do nascimento morte. no se
verifica a sano da justia, no se confirma a sabedo-
ria da. j citada, sentena: A cada um ser dado se-
gundo as suas obras.
Enquanto. pois, prevalecer " falsa idia criacio-
nistu. os homens co11tinuaro alheios no:o de res
ponsnbilidade.
Nenhum constrangimento experimentaro em dar
expanso <as suas desmedidas ambies e a todos os
impulsos de sua natureza inferior.
E o que diremos dos animais e dos :1njos e arcanjos
- ..ses seres que se encontram nos dois extremos da
criao? Porque condenar os animais vida inferior.
vida rasteira circunscrita eternamente nos limites do
instinto? Os seus sofrimentos, que resultados podero
refletir sbre les. uma vez Gue sua inteligncia pcrma-
necer cristaliz.ada numa zona delimitada?
E os anjos e a rcanjos. essas criaturas bem-aventu
radas, libertas das contingncias e dos percalos ine-
rentes 1-l uma nidade? Por que conceder-lhes t5o acen-
tuado privilgio, colocando-as fra das lutns da ct1rne
e do sangue. acima das paixes e ele tdas as conjun
turas da vida humana, tais como as enfermidades. as
incertezas, a dor, a pobreza e a morte? Como explicar
l'10 flagrante favoritismo, to r evoltilntc parcialidade?
Decidjdamente, para aceitar a doutr:lnn crinclonis.-
ta. circunscrevendo os seres dentro de zonas (cchadas.
isoladas em ciclos distin!os. sem ligaes nem intcrde-
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pendncia, preciso fazer tbo< raw do raciocnio,
preciso fechar os olhos s lies da Natureza. s injun-
es da justia e a tdas as indagaes da inteligncia.
Vejamos. agora, o reverso da medolha, isto . en-
caremos o produto majestoso e deslmnbrante da criao
sob o prisma evolucionista, verificando como Deus e o
Universo se revelam em sua excclsitude arrebatadora.
onde o autor e a obra se ostentam condignos e reci-
procamente se exaltam ao infinito. deslumbrando a in-
teligncia humana.
Comecemos alicerando o postulado da imortalida-
dade na rocha inabalavel da eternidade.
Somos imortaes, portanto somos eternos. No se
concebe Deus na inatividnde. A criao coexiste. pois,
com Ele, de conformidade com :is palavrns de Jesus:
O Pai age sempre, nunca cessa de agir. Somos de on-
tem e ignoramos. disse o profeta Job no meio dos sofri-
mentos e das provas a que se achava submetido. No
iniciamos a vida no bero. portanto no a encerraremos
no tmulo. O Esprito preexiste ao nascimento, por isso
subsiste morte.
Envergamos uma veste material ao ingress.,"lrmos
neste plano, e a despimos ao deix-lo aps havermos
realizado uma etnpa de progresso e de aperfeioamento.
Pnssamos pelas escalas inferiores, fomos galgando. de-
grau por degrau, a escada evolutiva ate atingirmos o
estado em que nos achamos. de ncrdo com o impera-
tivo do Mestre: Sde perfeito> como o vosso ~ ce-
lestial perfeHo. Os germes das foculdades foram se
dese!nolvendo em ns mediante o uso e o esfro em-
pregados para vencermos as dificuldades das ambi11-
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das por onde nos..a psiqu vem descrevendo a sua imen
suravel trajetria.
prendemos o que sabemos custn prprin. a fim
de termos conscincia do que somos e do que valemos.
Depois de havermos atingido certo grau evoluti,o tor
namo-nos os arquitetos dos nossos destinos. somos o
que merecemos, trazen1os conosco o nosso cu ou o
nosso inferno, na expresso da sentena evanglicn
cuja citao sempre oportuna: A cada um ser dado
segundo as suas obras. No h seres votados eterna-
mente condio subalterna. No existem zonas isola
dns nem criaturas desprotegidas ao lado de outras pri-
vilegiadas. Os sis, os mundos com seus habitantes
sio interdependentes. influindo reciprocamente uns s-
bre os outros. Tudo marcha, evolve. se aperfeioa e se
espiritualiza numa ascenio constante. A Vid,1 um
movimento continuo para a frente e para o alto. Sua
etabilidade pode ser comparada do vo, isto . re-
sulta de atividade ininterrupta. Os animais est.io conti-
dos no pensamento divino como todos os demais seres.
Du o observ:io do Mestre excelso: Vde as aves do
cu: elas no semeiam nem ceifam: no tm celeiros
nem despensas, no entanto, vosso Pai celestial tis ali-
menta. A lei do instinto as orienta, dirige e mtintIIJ.
Da esfera do instinto vai despontando a da ra:o e do
sentimento, e. ~ s s i m nu(n wcadc::nmente que une e en.-
tr<>laa sistemas solares infinitos e humanidades tambm
sem conta, o Uni,erso forma um todo uns.wno. palco
incomensurvel onde a Vida se ostenta sob feitios e
modalidades incont,eis. presidida por Deus cuja pte-
seno se manifesta mediante a ao de Leis sbias. jus-
tas, eternas, imutveis.
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Os anjos e arcanjos so individualidades superio-
res que !obrigaram os planos elevados onde habitam.
graas a podias e lutas ingentes. Foram o que ns so
mos. e ns sereDlos o que les No constituem
castas privilegiadas ou distinguidas. Combateram o
bom combate e venceram todos os bices. conquistando
a vida superior. aquela vida j isenta das contingn-
cias do nascer e morrer, ou da enci'cnao e de ...
sencarnao. E que les no foram mais favorecidos do
que ns. o Mestre n-lo ensina naquela passagem em
que, contendendo com os saduceus ncrca d:l imortaHda ...
de. disse-lhes: Aqules que forem julgados dignos da res-
surreio dos mortos. no se casam nem se do em casa-
mento. pois tornaram-se iguais aos fazendo-se
filhos de Deus por serem fi lhos da ressurreio. Por
estas palavras conduimos que os ressurretos. isto .
aqules que terminaram de ,ez seu curso de aprendiza-
gem atravs da matfria corprea, ingressariio na esfera
angelirol, tornando-se por sua vez anjos - tais como
se denominam os habitantes clas regies celestes. A jus-
tia de Deus. indefectvel como . transparece. acompa-
nhando os srcs cm sua arrancada evolutiva, dando a
cada um aquilo que de direito lhe pertence.
Dentro da Doutrina Evolucionista no h lugar
para vaidades. presunes. ciumes. invejas e rivalidades.
Contemplando, na nossa hnaginaiio, o est<ipendo ce-
nrio universal experimentamos o desejo incontido de
di:ermos s entid<tdes que se encontram acima de ns.
tais como os anjos. arcanjos e deuses. estas pafavras:
- 1 rmos meus - no vos invejo: admiro-vos. O
estado superior em que vos achais. constitue um incen-
tivo para mim! Quero imitar-vos, vou esforar-me! se
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rei diligente. operoso e perseverante: minha f no futuro
jamais esmorecer. galgarci um dia a esfera luminosa
que habitais, tornnndo-me, como ora vos vejo! O senti-
mento que me despertais de emulao. Ao contcmplar-
vos, sinto o grande anseio de escalar as alturas subindo
a escada de Jacb por onde vos elevnstes! Sei que mi-
nha sorte vos interessa e que o meu desejo tambm
o vosso! Ajudai-me!
Considerando. em seguida, o que se passa nos pla-
nos inferiores. !obrigo raas bastardas, homens sch-a-
gens. habitantes das selvas e das cavernas: vejo ainda
animais de tda a espcie. de variedades infinitns. do
msero verme que ~ roja no p6 ao pssaro trfego sul-
cando os nres; dn fra bravia que ruge nns brenhas
mansa ovelhinha bitlando docemente it porta do aprisco.
brota-me do corao o impulso de dirigir-me a sses
entes dando-lhes a denomiuno que, com sabedoria.
lhes deu o e Poverelo > de l\ssis: Meus irmos infe-
riores - que vos encontrais abnixo de mim _, n5o ''OS
lamento nem vos despreso. J fui o que ora s o i ~ Na
criao no h privilgios. Tdas as criaturas tm ca-
pacidnde e ensejos para lutar e vencer, melhorar e pro
gredir. J foi dito com ncrto. que entre o verme e a
estria existem pontos de contacto. K enbum ser est
esquecido do Cri,1dor. ele alimenta ns nves e faz crescer
os lrios e as ervas do campo. Todos fazem parte da
estupenda e maravilhosa orquestra da Vida. Em cada
tomo do Universo o Supremo Arquiteto inscreveu a
legenda: caminha. avana. transforma-te e sobe. O can-
to do rouxinol to necessrio no concrto universal
como o pensamento de Newton - disse um grande
filsofo.
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Por isso, irmos meus - nada de revoltas, nada de
desnimos. Eu me interesso pelo , -osso bem. quero ar-
dentemente o vosso progresso. pois sereis um di:i o que
eu sou na atualidade! Creio no vosso aperfelamento
e ua \"OSsa marcha ascencional - porque creio no Au-
tor ~ Vidn e confio na sua justia!
l!diita NOVA ERA LTDA.
'V. C.ntral, 8H - Brooklyn novo
Caixa Postal, JIS2 - Siio Pulo