A Genealogia Da Moral
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A Genealogia Da Moral
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Friedrich Wilhelm Nietzsche ( 1844-1900 )
NIETZSCHE Neste livro Nietzsche vai discutir a origem dos sentimentos morais. No ser trabalhado aqui nenhum motivo transcendente, nenhum Deus que veio a revelar ao homem princpios para controlar o modo de agir e se comportar, mas sim investigar como surgiu entre os povos o juzo bom e mau. O livro se divide em trs dissertaes que tratam respectivamente da origem dos conceitos bom e mau, da culpa, m conscincia e coisas afins, e por ltimo do valor do ideal asctico. Na primeira dissertao Nietzsche ir desenvolver a idia j apresentada em Humano, Demasiado Humano e Para alm do Bem e do Mal de que existe uma dupla origem para nossos juzos de valor, resultante de duas formas distintas de avaliar a vida: a moral dos senhores e a moral dos escravos. A moral dos senhores, que afirma a vida, elabora seu conceito de bom a partir de si mesma. Eu sou bom, eu sou belo, eu sou forte, eu sou perfeito. Em oposio cria o conceito ruim para tudo aquilo que baixo, vulgar e plebeu. Nietzsche busca as razes etimolgicas dos conceitos de bom e mau em vrias lnguas, e imagina o contexto em que surgiram, afirma que seriam primeiramente caractersticas prprias da nobreza, que as classes inferiores tentariam copiar, por isto as tachando de boas (como fazemos ainda hoje ao copiar o comportamento dos artistas de sucesso, costumes estrangeiros, os nobres e os ricos). Com o advento do cristianismo, que prega que o bom aquilo que pobre, simples e sem fora, esta moral teria se invertido. Refuta tambm a viso de que estes conceitos foram ensinados ao povo por sua utilidade como queria os psiclogos de sua poca, e afirma que surgiram pela influncia de povos dominadores sobre povos dominados. (*)
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O jovem Nietzsche
J a moral dos escravos nasce do ressentimento, sempre uma reao ao que lhe vem de fora. Assim sendo, seu conceito original o mal para designar todo no-eu. Os senhores so o mal, seus deuses so maus, seus costumes perniciosos. Com uma lgica surpreendente inferem: eles so o mal, logo, ns somos o bem. Eles so maus, ns somos bons. Este mundo dos senhores ruim para ns, portanto, existir outro melhor, de boa-venturana, e que advir aps a nossa morte, onde seremos recompensados. Durante longo tempo essa dupla forma de avaliar a moral conviveu na histria at a revolta dos escravos na moral, que comea com o povo judeu e segue adiante com o cristianismo, que ento ir consolidar a vitria da moral dos escravos como a nica moral. A moral dos senhores ento demonizada e colocada margem como orgulhosa e prepotente. Na segunda dissertao descrever o nascimento da conscincia, da sociedade e da linguagem entre as tribos primitivas a partir da crueldade, a justia como acordo entre os fortes que impe sua vontade aos mais fracos. O homem se faz como um animal capaz de fazer promessas. A origem da m conscincia colocada como instintos reprimidos que no podem se exteriorizar e ento se voltam para dentro, contra o homem mesmo que possui esses instintos, e da noo de dvida, proveniente das relaes credor e devedor, a idia de culpa. Todos os temas divinos: razo, sociedade, culpa, justia, so vistos no em relao a revelaes divinas, mas sim enquanto produto da crueldade humana.(**) A terceira dissertao, sobre o ideal asctico, ir revelar a psicologia dos sacerdotes, sua forma de dominar, adoecer, limitar e diminuir o animal homem para garantia de seu poder. A promessa de uma vida em outro mundo sob sua interferncia, j que este to ruim.Quanto ao poder do ideal asctico sobre ns a resposta que esse poder no tem antagonistas. Ele relega a origem dos ascetas necessidade das classes inferiores de moverem seu ressentimento, seu dio, seu sofrimento e seu tdio para uma causa e para um fim, da surge a figura do sacerdote, que dirige todos estes baixos sentimentos da populao para uma causa alm do terreno e do palpvel, aliviando assim, o sofrimento das pessoas. Afirma ainda que, longe da cincia e da filosofia serem as contra-partidrias deste ideal, so elas sim a afirmao atual mais fiel destes ideais, pois tambm filosofia e cincia se baseiam em teorias e dogmas,
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esto tambm comprometidas com a verdade e seus sacerdotes buscam a origem do sofrimento em causas que no so diretamente relacionadas com a vida real, assim como os sacerdotes ascetas. a nica explicao, a nica fonte de sentido para o homem at hoje. E esse sentido dado como se a vida fosse um erro o qual devemos evitar. O ideal asctico trata a vida como uma ponte para outra vida. Por ser o nico sentido at hoje, o nada, e o homem ser um animal carente de sentido(para que serve o homem?), o homem preferir querer o nada a nada querer. (Adaptado e editado de Netsaber) (*) Aqui uma aproximao dos conceitos marxistas. (**) Importante notar aqui a influncia sobre Freud e a psicanlise. NB: Nietzsche, muitas vezes descrito como uma espcie de azarado, gnio louco e doentio. A causa no difcil de entender. Ao l-lo, nota-se que muito perigoso para algumas crenas e ideias bem estabelecidas, e que ns as interiorizamos ao longo da vida. Ao afirmar que as religies so criadas para dar significado a uma existncia que nenhum sentido tem, que o cristianismo foi uma reao de povos escravizados, criada sobre o despeito e o dio camuflado dos oprimidos, que a cincia, as artes e a filosofia so formas metamorfoseadas de religio e, na verdade, seus prolongamentos, e que para nada servem a no ser justificar antropocentricamente a existncia humana, ou seja, so nada, conquistou inimigos de todas as matizes. Se o leitor chegou at aqui porque sabe que estas palavras no se tratam de conselhos ou textos de auto-ajuda, que vem a sugerir eliminar a prtica da religio, arte, cincia ou filosofia, o que seria uma tolice, e sim demonstrar que tudo construdo e praticado em benefcio do prprio homem e nenhuma importncia tem, p.ex., para o planeta, para a existncia como um todo, ou para o universo. Trata-se de uma concluso abstrata que como todas as outras, nenhuma importncia tambm tem, a no ser a de influenciar o pensamento do prprio homem sobre si mesmo e nada mais. A sua morte por problemas neuropsiquitricos se deveu a efeitos colaterais de uma sfilis que contraiu na juventude (e no a nenhuma dificuldade com a sua filosofia como seus detratores pretendem conceber). Tinha uma vida casta e sem atribulaes. Ajuda a entende-lo saber que filsofo, como j evidente, fillogo, professor universitrio, e que est aqui defendendo uma tese, materialista e racional, sobre a origem dos nossos princpios morais; nada tendo a ver com religies institucionalizadas, ideologias ou psicologias, no importando que as suas concluses as contestem ou afirmem e, principalmente, que as influenciem. Trabalha com aforismos e a emoo, evitando o excessivo uso da razo por consider-la, aplicada filosofia e cincia, formas de prtica sacerdotal como em uma outra religio qualquer. Embora tenha vivido na Europa, onde por motivos bvios, predominava o entendimento cristo da existncia e origem da moral, os termos sacerdote e asceta se referem a todos os sacerdotes e ascetas de todos os tempos, sem se referir a monges especiais de religies especiais, mesmo que as cite como exemplo s vezes. Sendo a Alemanha a sua ptria de origem, sua influncia religiosa maior foi o protestantismo. Freud, o utilizou largamente em suas teses, os nazistas tambm se aproveitaram das suas idias, assim como os ps iluministas se aproveitaram de Voltaire, os fascistas italianos de Maquiavel e vrias correntes socialistas de Marx, embora nenhum deles, necessariamente, tenha a ver com qualquer uma dessas correntes, pois so todos anteriores a elas. Mas as coisas no so assim to simples. Nietzsche quem est falando. Filosofa com um martelo na mo e implacvel. E haja crenas e preconceitos com ps de barro. (RBS) Postado h 13th June 2010 por Reginaldo Batista Sartes
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