Lição 3 - As Abominações Do Templo
Lição 3 - As Abominações Do Templo
Lição 3 - As Abominações Do Templo
16 de Outubro de 2022
Adultos 4º Trimestre de 2022
TEXTO ÁUREO
”E disse-me: Filho do homem, vês tu o que eles estão fazendo? As grandes
abominações que a casa de Israel faz aqui, para que me afaste do meu santuário?
Mas verás ainda maiores abominações.” (Ez 8.6)
VERDADE PRÁTICA
O lugar mais sagrado da Terra Santa se tornou o centro das abominações e isso
serve como prenúncio da apostasia generalizada do fim dos tempos.
Ezequiel 8.5,6,9-12,14,16
5 – E disse-me: Filho do homem, levanta, agora, os teus olhos para o caminho do
norte. E levantei os meus olhos para o caminho do norte, e eis que da banda
do norte, à porta do altar, estava esta imagem de ciúmes, à entrada.
6 – E disse-me: Filho do homem, vês tu o que eles estão fazendo? As grandes
abominações que a casa de Israel faz aqui, para que me afaste do meu santuário?
Mas verás ainda maiores abominações.
9 – Então, me disse: entra e vê as malignas abominações que eles fazem aqui.
10 – E entrei e olhei, e eis que toda forma de répteis, e de animais abomináveis, e de
todos os ídolos da casa de Israel estavam pintados na parede em todo o redor.
11 – E setenta homens dos anciãos da casa de Israel, com Jazanias,filho de Safã, que
se achava no meio deles, estavam em pé diante das pinturas, e cada um tinha na mão
o seu incensário; e subia uma espessa nuvem de incenso.
12 – Então, me disse: Viste, filho do homem, o que os anciãos da casa de Israel fazem
nas trevas, cada um nas suas câmaras pintadas de imagens? E eles dizem: O
SENHOR não nos vê, o SENHOR abandonou a terra.
14 – E levou-me à entrada da porta da Casa do Senhor, que está da banda do norte, e
eis que estavam ali mulheres assentadas chorando por Tamuz.
16 – E levou-me para o átrio interior da Casa do SENHOR, e eis que estavam à entrada
do templo do SENHOR, entre o pórtico e o altar, cerca de vinte e cinco homens, de
costas para o templo do SENHOR e com o rosto para o oriente; e eles adoravam o
sol, virados para o oriente.
INTRODUÇÃO
A literatura apocalíptica se caracteriza pela presença de símbolos, sonhos e visões. O
Livro de Apocalipse é um exemplo clássico desse modelo literário. Ezequiel
inaugurou esse estilo no Antigo Testamento, quando começa e termina o seu livro
com oráculos divinos apocalípticos, capítulos 1 e 40-48, além de 8-11. O capítulo 8
inicia uma nova seção nessa modalidade, meio pelo qual Deus revelou ao profeta as
abominações do Templo de Jerusalém. O objetivo da presente lição é levar os crentes
em Jesus a uma reflexão mais profunda sobre a ruína moral e espiritual da idolatria
por meio da análise dessas abominações chocantes.
Palavra-Chave: IDOLATRIA
I – SOBRE A VISÃO
1- A segunda visão. As visões dos capítulos 1-11 são partes de uma única unidade
literária. O profeta recebeu essa visão 14 meses depois da primeira, a visão da
carruagem da glória de Deus ”no quinto ano do cativeiro do rei Joaquim” (Ez 1.2), e o
capítulo 8 introduz uma nova visão no ”sexto ano, no mês sexto” (Ez 8.1). Mas essa
visão não foi da glória de Deus, o que Ezequiel viu foram as abominações praticadas
no Templo, o que justifica a razão da ira divina sobre os moradores de Jerusalém (Ez
8.18). Essa data é importante porque mostra que a cidade e o Templo ainda não
haviam sido destruídos. Essa visão é preterista porque se relaciona com os
acontecimentos contemporâneos de Ezequiel, mas isso não exclui o futurismo, pois
anuncia eventos que estavam para acontecer (Ez 8.18).
2- As visões das abominações do Templo. A visão no capítulo 8 destoa das demais
visões do próprio Ezequiel e demais profetas do Antigo Testamento. Ele foi levantado
pelo Espírito Santo entre o céu e a terra e levado a Jerusalém numa visão (8.1-3). As
visões de Deus mostram fatos que estão acontecendo no ato da revelação e que
ainda vão acontecer, a curto, médio ou longo prazo e até mesmo no contexto
escatológico. Daniel teve visões de coisas futuras (Dn 7.1,15-28; 8.1,15-27), e da
mesma forma o apóstolo João, cujas visões são de fatos passados, presentes e
futuros: ”Escreve as coisas que tens visto, e as que são, e as que depois destas hão
de acontecer” (Ap 1.19).
3- Como entender as visões de Deus? Ezequiel foi transportado em espírito da
Babilônia para o Templo de Jerusalém, mas há quem afirme ter sido em corpo,
incorpore. Era uma visão em tempo real (11.1), mas não foi física, e isso fica claro
porque o profeta diz “me trouxe a Jerusalém em visões de Deus” (8.3), e depois ele
retorna à Caldeia (11.24). Essa é a mesma experiência do apóstolo João em
Apocalipse (Ap 1.10). Deus introduz o profeta no interior do Templo e lhe mostra
quatro dos oficiais da Casa de Deus e algumas mulheres praticando o mais baixo
grau de idolatria, razão pela qual a sua destruição se torna inevitável.
SINOPSE I
A visão das abominações do Templo destoa das demais visões do profeta Ezequiel e
de outros profetas do Antigo Testamento.
SINOPSE II
As abominações estão ligadas aos ídolos. A afronta maior a Deus é o fato de elas
serem praticadas na Casa de Deus.
AUXÍLIO TEOLÓGICO
DENTRO DO PRÓPRIO TEMPLO
”Dentro do próprio templo, Ezequiel viu uma multidão de imagens representando
toda forma de criatura (Ez 8.7-13). Essa presença era violação direta do mandamento
que proibia a representação de qualquer criatura em forma tangível (Êx 20.4-6).
Ezequiel também viu, no lado norte do templo, mulheres chorando por Tamuz (Ez
8.14,15), o deus sumério-babilônico da fertilidade. O fato de estar sendo feito junto às
portas da casa do Senhor dá a entender não só idolatria aberta e descarada, mas
também a atribuição de Tamuz às bênçãos da fertilidade que só o Senhor dá. Neste
sentido, era violação do mandamento que proíbe o uso do nome do Senhor de
maneira vazia pois o que deveria ter sido designado a ele era designado a Tamuz”
(ZUCK, Roy. (Ed). Teologia do Antigo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p.401).
SINOPSE III
Tamuz era de Osíris pelos egípcios; o sol era cultuado na Babilônia e no Egito.
CONCLUSÃO
Aprendemos, com as quatro cenas do pecado cúltico, que um Deus santo não tolera
o pecado. Deus exige fidelidade de seu povo. O que aconteceu com Israel nos ensina
sobre a responsabilidade na santidade com a adoração e o estilo de vida também
para os dias atuais pelos crentes em Jesus.
REVISANDO O CONTEÚDO
1- Por que a segunda visão de Ezequiel pode ser entendida como preterista e ao
mesmo tempo futurista? Essa visão é preterista porque se relaciona com os
acontecimentos contemporâneos de Ezequiel, mas isso não exclui o futurismo, pois
anuncia eventos que estavam para acontecer (8.18).
2- Como explicar a expressão ”imagem do ciúme”?
O uso da expressão ”imagem de ciúme>> se explica porque a idolatria provoca ciúme
de Deus pelo seu povo (5.13; 16.38, 42; 36.6; 38.19).
3- Como os egípcios viam a zoolatria?
A zoolatria, adoração aos animais, é típica dos egípcios, pois viam neles mais que
símbolos ou emblemas; eles os consideravam receptáculos das formas do poder
divino.
4- Qual era o objetivo do ritual das carpideiras da visão de Ezequiel?
Era realizado anualmente um ritual de lamento pelas carpideiras em favor de Tamuz
no segundo dia do quarto mês para que ele ressuscitasse e fizesse chover.
5- Onde Moisés condenou o culto do sol?
No Egito. O culto ao sol era uma afronta a Deus, Moisés havia alertado o povo dessa
idolatria (Dt 4.19).