A Aia É A História Da Ama de Leite de Um Príncipe
A Aia É A História Da Ama de Leite de Um Príncipe
A Aia É A História Da Ama de Leite de Um Príncipe
. O conto comea com o rei derrotado e morto aps uma batalha. A rainha desolada tentou fazer de tudo para proteger o seu filho, herdeiro do reino. Contudo, o tio da criana, o irmo bastardo do rei, um homem tenebroso e sombrio, estava ansioso por se sentar no trono, e disposto a tudo para consegui-lo. Uma noite, depois de embalar o prncipe, a aia deitou-se e adormeceu. Mas rapidamente acordou com o barulho dos passos do bastardo, que vinha para matar o prncipe. O seu filho, dormia num bero de verga ao lado do prncipe. Num movimento rpido, ela trocou os bebs salvando o seu futuro rei custa da vida do seu filho. A rainha apercebendo-se do que a aia tinha feito agradeceu-lhe, prometendo dar-lhe todas as riquezas. A aia escolheu um punhal e, dizendo que salvara o seu prncipe e que, naquele momento, ia dar de mamar ao seu filho, cravou o punhal no corao. INTRODUO (Primeiros pargrafos) Apresentao do rei e do seu reino. Partida do rei para a guerra, deixando sozinhos a rainha, o filho e o reino. DESENVOLVIMENTO (De A rainha chorou magnificamente o rei at (..) e que valia uma provncia. Comportamento das personagens aquando a morte do rei; A A ia troca as crianas quando pressente o ataque ao palcio. Reaco das personagens morte do suposto principezinho. CONCLUSO (trs ltimos pargrafos) Por amor ao filho, a aia suicida-se. Neste conto estamos perante uma narrativa fechada, pois apresenta um desenlace irreversvel. 4. Rei - Jovem, formoso. Tio Face escura, enorme Aia Bela , robusta, olhos brilhantes Prncipe _ cabelo louro e fino, olhos reluzentes. Escravo Cabelo negro e crespo , olhos reluzentes. 5. Rei Valente, alegre, rico , poderoso, sonhador, ambicioso Rainha Desventurada, chorosa, solitria, triste, angustiada, grata, surpreendida. Tio Mau, cruel, ambicioso, selvagem. Aia - leal, nobre, venervel, sofredora, dedicada, terna, perspicaz, decidida, corajosa. Escravo simples, seguro. 6. Ao longo do texto est presente o processo de caracterizao directa , pois as informaes so dadas pelo narrador. No entanto, existem tambm informaes que so deduzidas a partir do comportamento das personagens ( caracterizao indirecta ). 7. No h referencia a datas ou locais que permitam localizar a aco no tempo. H , apenas algumas expresses referentes ao tempo: lua cheia, comeava a minguar, noite de silncio. noite que acontecem os principais acontecimentos desta histria como: a morte do rei, o nascimento do prncipe e do escravo, o ataque ao palcio, a troca das crianas, as do escravo e do tio. No entanto, a aco fecha com a morte da aia, de madrugada. O ncleo central da aco centra-se numa noite. A condensao de um tempo da histria to longo, numa narrativa curta ( conto) implica a utilizao de sumrios ou resumos ( processo pelo qual o tempo do discurso menor do que o tempo da histria); de elipses ( eliminao, do discurso, de perodos mais ou menos longos da histria. Quanto ordenao de acontecimentos, predomina o respeito pela sequencia cronolgica. 8. A aco localiza-se num reino grande e rico abundante em cidades e searas.. Toada a cao decorre neste espao, sendo que alguns recantos do palcio so sobrevalorizados por oposio a outros, por exemplo, a cmara onde o prncipe e o filho da aia dormiam e a cmara dos tesouros. No entanto , alguns espaos exteriores adquirem alguma importncia como por exemplo o espao onde o rei derrotado e consequentemente morto.
- AO: RESUMO
Um rei jovem e valente partira a batalhar por terras distantes, deixando s e triste a rainha e um filho pequeno. Desafortunadamente, o rei perdeu a vida numa das batalhas e foi chorado por sua esposa. Sendo herdeiro natural do trono, o beb estava sujeito aos ataques de inimigos dos quais e destacava o seu tio, irmo bastardo do rei morto que vivia num castelo sobre os montes, com uma horda de rebeldes. O pequeno prncipe era amamentado por uma aia, me de um beb tambm pequeno. Alimentava os dois com igual carinho pois um era seu filho e outro viria a ser seu rei. A escrava mostrava uma lealdade sem limites. Ora, como se esperava, o bastardo desceu da serra com a sua horda e comeou uma matana sem trguas. A defesa estava fragilizada pois a rainha no sabia como foment-la, limitando-se a temer e a chorar a sua fraqueza de viva sobre o bero de seu filho. Uma noite a aia pressentiu uma movimentao estranha, verificando a presena de homens no palcio. Rapidamente se apercebeu do que iria passar-se e trocou, sem hesitar, as crianas dos respetivos beros. Nesse instante, um homem enorme entrou na cmara, arrebatou do bero de marfim o pequeno corpo que ali descansava e partiu furiosamente. A rainha, que entretanto invadira a cmara, parecia louca ao verificar as roupas desmanchadas e o bero vazio. A aia mostrou-lhe, ento, o bero de verga e o jovem prncipe que ali dormia. Entretanto, o capito dos guardas veio avisar que o bastardo havia sido vencido, mas infelizmente o corpo do prncipe tinha tambm perecido. A rainha mostrou, ento, o beb e, identificando a sua salvadora, abraou-a e beijou-a, chamando-lhe irm do seu corao. Todos a aclamaram, exigindo que fosse recompensada. A rainha levou-a ao tesouro real, para que pudesse escolher a joia que mais lhe agradasse. A ama, olhando o cu, onde decerto estava o seu menino, pegou num punhal e cravou-o no seu corao, dizendo que agora que tinha salvado o seu prncipe tinha de ir dar de mamar ao seu filho.
ESTRUTURA
Da concluso, infere-se que se considerarmos a histria da aia, estamos perante uma narrativa fechada, pois apresenta um desenlace irreversvel. A articulao das sequncias narrativas (momentos de avano) faz-se por encadeamento. Os momentos de pausa abrem e fecham a narrativa e interrompem, por vezes, a narrao com descries (espao, objetos, personagens).
SMBOLOS Ao longo da ao h inmeras referncias ao ouro, material precioso e incorruptvel, smbolo de perfeio. Para alm do seu valor material, simboliza a salvao, a elevao de uma forma superior de vida, mais espiritual. O prncipe, frgil e inocente, tem cabelos louros e dormia no seu bero com o seu guizo de ouro fechado na mo. Na cmara dos tesouros todos os objetos cintilavam e at o cu se tingia de ouro. E era no cu, que se encontrava o escravo, salvo dos perigos e era junto dele que a aia desejou estar. Por outro lado, a presena da escurido, da noite ao longo da ao, acentua o carter trgico da mesma. Os cabelos negros do escravo, em contraste com os cabelos louros do prncipe so referncias morte do primeiro versus a salvao do segundo. - AS PERSONAGENS Neste texto, ressalta uma ambivalncia de temor que envolve as personagens nobres, habitantes de um palcio.
Ao longo do texto est presente o processo de caracterizao directa, visto que as informaes so nos dadas pelo narrador. No entanto, h tambm informaes que so deduzidas a partir do comportamento das personagens (caracterizao indirecta). Deste quadro de personagens, destaca-se, obviamente, aquela que d nome ao conto a Aia, personagem principal, tornando-se modelada, no fim do conto, porque adquire uma densidade psicolgica significativa. Mulher de uma dedicao desmesurada ao filho, ao prncipe e aos reis prova, com o gesto da troca das crianas, uma grandeza de alma que no pode ser compreendida por nenhum humano e que, por consequncia, no tem nenhuma recompensa ou pagamento material. A crena espiritual que alimenta o seu gesto demonstra uma linearidade e uma simplicidade de pensamento que coloca o dever acima de tudo: o dever de escrava e o dever de me. O desejo da aia de provar que a cobia e a ambio podem estar arredadas de um corao leal, fez com que ela escolhesse um punhal para pr termo sua vida. Trata-se de um objecto pequeno, certeiro que remete para o carcter decidido da personagem e que era o maior tesouro que aquela mulher ambicionava, pois, esse objecto lhe abriria caminho para o encontro com o seu filho, para cumprir o seu dever de me, dando-lhe de mamar. O rei, a rainha, o tio, o prncipe e o escravo so personagens secundrias e planas. No so identificadas por um nome prprio uma vez que remetem para a intemporalidade da histria. As crianas esto, no conto, marcadas pela sua posio social: uma dorme em bero de ouro entre brocados, a outra, num bero pobre e de verga. hora da morte por essa marca que o inimigo vai identificar o futuro rei. O prncipe no intervm directamente na aco, mas o centro das atenes de todas as personagens. A personagem escravo existe para salvar a vida do prncipe.
O ESPAO A ao localizada num reino grande e rico, e decorre num palcio, erguido num reino prspero abundante em cidades e searas. Toda aco decorre nesse espao, sendo que alguns recantos do palcio so sobrevalorizados por oposio a outros, por exemplo, a cmara onde o prncipe e o filho da escrava dormiam e a cmara dos tesouros. No entanto, alguns espaos exteriores adquirem alguma importncia: o primeiro o espao onde se efectiva a derrota do rei e consequente morte que vai deixar a rainha viva, o filho rfo e o povo sem rei; o segundo acaba por ser um elemento caracterizador do vilo do conto: vivia num castelo, maneira de um lobo, que entre a sua alcateia, espera a presa. Atravs desta apresentao, o leitor fica na expectativa do que ir acontecer, visto que ela indicadora de confrontao e de tragdia. tambm determinante no clima que se vive no palcio, que denota temor e insegurana. O espao descrito do geral para o particular, do exterior para o interior. Primeiramente, nos apresentado um reino abundante em cidades e searas, onde se situa um palcio, habitado por um prncipe frgil que protegido no seu bero pela sua ama. medida que se desenrolam os acontecimentos, o espao vai-se concentrando cada vez mais, acabando a Aia por se suicidar na cmara dos tesouros. No exterior, no alto, encontramos um castelo sobre os montes, o cimo das serras, povoado pelo tio bastardo e a sua horda, que vigiam a presa o prncipe que vivia no palcio. C em baixo, na plancie, s portas da cidade existe um palcio, onde a populao e o prncipe esto desprotegidos e so presa fcil. No interior da casa real h uma cmara com um bero, um ptio, a galeria de mrmore, a cmara dos tesouros, onde esto a rainha, a aia, o prncipe e o escravo. Quanto ao espao social, descrito o ambiente da corte palcio, rei, rainha, aias, guardas. -O TEMPO No h referncias a datas ou locais que permitam localizar a aco no tempo. H apenas algumas expresses referentes ao tempo: lua cheia , comeava a minguar,noite de Vero, noite de silncio, luz da madrugada. noite que acontecem os principais acontecimentos desta histria a morte do rei, o nascimento do prncipe e do escravo, o ataque ao palcio, a troca das crianas. As mortes do escravo, do tio e da sua horda. No entanto, a aco culmina com a morte da aia, de madrugada. O ncleo central da aco centra-se numa noite. A Condensao de um tempo da histria to longo, numa narrativa curta (conto) implica a utilizao sistemtica de sumrios ou resumos (processo pelo qual o tempo do discurso menor do que o tempo da histria). possvel tambm identificar no texto um outro processo de reduo do tempo da histria, que a elipse (eliminao, do discurso, de perodos mais ou menos longos da histria). Na parte inicial da aco, a lua cheia que o vira (o rei) marchar comeava a minguar, quando um dos seus cavaleiros aparece trazendo a notcia da sua morte. Quanto ordenao dos acontecimentos, predomina o respeito pela sequncia cronolgica.