Budismo Niskama Karma Atual
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Bud
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Introdução ao Budismo Niskama Karma – Satyananda Apta 2014
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Ao fazê-lo você estará gerando bênçãos para sua vida, pois ao fazermos o bem
geramos um karma bom e isso abençoa nossos esforços.
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Karma dessa ação vai lhe trazer benefícios surpreendentes!
Bud
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Introdução ao Budismo Niskama Karma – Satyananda Apta 2014
CAUSA FUNDAMENTAL
Buda resumiu sua filosofia em três aforismos fáceis de serem compreendidos, a saber:
O primeiro aforismo (Fora daquilo que lhe pertence tudo é insatisfação) procura mostrar
que dado à impermanência das coisas deste mundo, nada que satisfaça seus desejos é
duradouro, portanto tende a ter como resultado final a insatisfação.
O segundo aforismo (A causa da insatisfação é o apego) demonstra que a raiz de seus
sofrimentos se situa no apego pelas coisas que lhe trazem prazer e no apego aos seres ou
pessoas (seja a pessoa amada, seja um filho, uma filha, seja uma mãe, um pai, um irmão, um
cão, um gato, um hamster) ou coisas que você deseja (seja um computador, um celular, um
carro, uma casa, um livro, uma viagem).
O terceiro aforismo (Cessando o apego cessa a insatisfação) apresenta a solução para
os seus problemas e o segredo para a obtenção de uma vida feliz.
NÃO É RELIGIÃO
O Budismo não é religião e não foi intenção do Buda apresentar ao mundo um método
religioso.
Se nos dias de hoje existem religiões budistas, se deve a uma tentativa de sobrevivência
da espiritualidade budista que é confundida pelo leigo como uma prática religiosa.
Bud
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Introdução ao Budismo Niskama Karma – Satyananda Apta 2014
Compreenda-se que isso não é uma crítica às religiões budistas existentes, pois se o
Budismo não fosse classificado como uma prática espiritual (Aqui no Ocidente, infelizmente
considerada religião.), não obteria recursos necessários para sua sobrevivência material e
inclusão social.
Fica mais fácil de entender isso ao considerar-se que não existem, por exemplo,
organizações dedicadas aos ensinamentos de Sócrates como método de autodisciplina e
realização pessoal.
Quem quiser saber de Sócrates e seus métodos terá que estudar filosofia que
transformou-se nos dias de hoje em um método de ensinar uma disciplina e não um método de
vivenciá-la praticando-a, que era o que realmente Sócrates ensinava, pregava e adotava como
estilo de vida.
Quando o Dalai Lama esteve no Brasil, em sua entrevista na revista Veja, uma de suas
primeiras declarações foi: "- Eu não acredito em Deus."
Isso deu origem a vários questionamentos a respeito de Buda acreditar em Deus ou não.
Buda jamais se preocupou ou se ocupou em tecer conjeturas a respeito de uma teologia
budista.
Isso torna o Budismo um recurso insubstituível tenha você uma religião ou não, acredite
em Deus ou não.
Mesmo que você tenha uma religião, desde que adote o amor, a compaixão, o não
praticar o mal em seu estudo ou em sua pratica, estará perfeitamente compatível com a prática
do Budismo.
Para uma pessoa profundamente religiosa o Budismo é um excelente recurso de
realização espiritual independente de qual religião ou denominação pertença.
Se você está familiarizado com a vida de Buda lembrar-se-á que sua intenção inicial era
solucionar o problema do sofrimento diante da descoberta da miséria, da doença, da velhice e
da morte.
Bud
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Budismo Niskama Karma não são monges, são pessoas que vivem em sociedade, exercem
suas profissões, podem se casar ou não, podem ter filhos ou não, não há empecilhos à pratica
do Budismo e a vida normal como cidadão do mundo.
O próprio Buda era casado e tinha um filho além de exercer atividades relacionadas a
seus cargos como príncipe como narrado pelos historiadores.
O Budismo Niskama Karma transmitido, ensinado e praticado por nossa Ordem não
exige que você seja monge para que possa alcançar a realização espiritual que é, no Budismo,
denominada Iluminação.
Você até pode, em uma forma de licença poética (*), aceitar o tratamento como monge
ou monja, em entrevistas, em cerimoniais, em pregações dentro do Templo ou locais de retiros
espirituais e em outras ocasiões sociais porque o público assim vê as pessoas que usam uma
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(*) – LICENÇA POÉTICA: a licença poética é um nome que se dá para uma incorreção no uso
da linguagem que é permitida de forma específica na poesia e na literatura e de forma mais
abrangente para dar permissão e desculpar opiniões, denominações, teorias e situações que
fujam à regra habitual da linguagem utilizada coloquialmente.
vestimenta budista nessas ocasiões.
Isso não deve magoa-lo, não deve ofendê-lo, nem deve perturbá-lo de forma alguma,
pois é apenas um título, títulos são coisas do ego, da vaidade, nada têm a ver com um
praticante do Budismo.
Não se dedique ao Budismo em busca de glórias humanas, o objetivo de nossa prática é
a realização espiritual.
Quaisquer práticas de natureza espiritual que sugiram, não imponham, práticas
disciplinares (O impor subentende o domínio e a hierarquia que são assuntos leigos e nada
têm a ver com a espiritualidade.), o abster-se ou o isentar-se de certas atitudes ou
determinados comportamentos, pode ser aceito como ascetismo (*) e não necessariamente
como comportamento religioso ou monástico. Portanto, em nossa ordem, somos ascetas
apenas, não somos monges.
ENFRENTANDO O APEGO
Desde que compreendemos que o apego é a raiz de todos os nossos males, como você
pode escolher enfrenta-lo?
Existem dois procedimentos possíveis diante do apego; o primeiro consiste em você
fugir dos objetos de seus desejos, fugir de tudo que lhe traga prazer; o segundo consiste em
você se desapegar dos objetos de seus desejos.
O primeiro procedimento não é próprio do budista visto que preconiza as privações
levadas ao excesso sem que necessariamente aquele que as pratique esteja desapegado dos
objetos de seus desejos.
Não adianta abster-se e ainda desejar.
O segundo procedimento é sábio porque não exige que o praticante do Budismo se
afaste das coisas que lhe deem prazer e sim que não se apegue a elas, esse o "caminho do
meio".
Torna-se óbvio que ao adotar este segundo procedimento o budista assume uma atitude
compassiva com relação ao apego, pois não estará buscando a realização de seus desejos (o
que causa prazer) e sim os aceitando sem se apegar a eles.
Buda não condenava o desejo, condenava o apego, infelizmente aqui no ocidente
confunde-se o desejo com o apego devido a deficiências na tradução do sânscrito para o pali,
Bud
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Introdução ao Budismo Niskama Karma – Satyananda Apta 2014
प प प .
Quanto a não tomar substâncias que tirem a clareza da mente, em nossa Ordem é
permitida a ingestão de uma bebida de baixo teor alcoólico como, por exemplo, pequena dose
de cerveja, um cálice de licor ou de vinho, claro que isso muito raramente, apenas em ocasiões
sociais e nunca antes da prática da meditação ou antes de um retiro espiritual pois a mente
lúcida é necessária a essas práticas.
No "caminho do meio", o que é proibido é o excesso.
Adotamos a moderação, seguindo um provérbio que diz: "Tudo que é muito é
demasiado".
Em sânscrito esse preceito é assim: Suramerayamajja pamadatthana veramani
sikkhapadam samadiyami.
प प .
Em termos das relações sexuais, por exemplo, é permitido ao monge de nossa Ordem
ser casado.
Em sânscrito esse preceito é assim: Kamesu micchacara veramani sikkhapadam
samadiyami.
प .
Os dois preceitos que não foram comentados são citados em sânscrito da seguinte
forma:
Tomar o preceito de abster-se de tomar o que não for dado. Em sânscrito: Adinnadana
veramani sikkhapadam samadiyami.
Bud
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Introdução ao Budismo Niskama Karma – Satyananda Apta 2014
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प .
Quando você permite que um desejo se aloje em sua mente está dando origem ao
esforço de concretiza-lo, o que toma conta de sua vontade e o torna escravo.
A dor da ansiedade provém do fato de você desejar e ter que direcionar esforços para
conseguir o objeto de seu desejo (às vezes esse esforço se resume na ansiedade em si
mesma).
Um agravante da ansiedade é a possibilidade de você jamais vir a concretizar esse
desejo - jamais conseguir obter o objeto de seu desejo.
Mesmo que o consiga sofre duas vezes, a primeira através dos esforços de obtê-lo, que
o escraviza, e a segunda por saber de antemão que o objeto de seu desejo é impermanente.
A impermanência é dolorosa porque causa insatisfação e isso o lembra que um dia
perderá o objeto de seu desejo - essa é a dor da perda. (*) Veja mais na página 8.
Considere atentamente que não é um objeto ou uma pessoa que faz você sofrer e sim o
conteúdo emocional que você projeta sobre eles.
A BUSCA DA SIMPLICIDADE
Buda preferiu uma vida simples que consistia em caminhadas de uma a outra aldeia,
trocando seus conhecimentos pelo alimento diário.
Essa era uma vida árida com seus incômodos naturais, mas considere que essa foi uma
escolha feita por ele e não algo que lhe foi imposto por uma ordem religiosa ou por um
determinado Templo ou uma determinada Escola.
Os pensadores mais espiritualizados sempre preferiram uma vida mais simples; veja por
exemplo a vida de Diógenes, Epiteto, Francisco de Assis, Tolstoi e Jesus.
Segundo a Bíblia Jesus nada possuía de seu exceto suas próprias vestes: "o filho do
homem não tem onde reclinar a cabeça. - Mateus 8,20."
O homem sábio pode atingir a felicidade satisfazendo apenas as necessidades mais
urgentes e abstendo-se de todo o supérfluo.
A vida ascética em comunidades fechadas que adotam a reclusão como uma forma de
fuga às tentações do mundo representa a forma mais facilmente suportável e por conseguinte
a preferida por muitos dos que buscam o caminho da sabedoria.
Bud
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Introdução ao Budismo Niskama Karma – Satyananda Apta 2014
Mas reconheçamos a verdade: isso não é o padrão, o ser humano é um ser gregário,
social.
Se você prefere uma vida mais isolada das fugacidades do mundo isso é aceitável,
desde que não tenha que se sujeitar a disciplinas que lhe sejam impostas por pessoas que se
julguem (ou de fato mereçam mesmo), uma posição hierarquicamente superior à sua posição.
É preciso compreender que o poder, a hierarquia, a imposição (bem como a submissão)
são coisas do ego e da vaidade, nada tendo a ver com a verdadeira disciplina e com o
verdadeiro sacrifício.
As palavras disciplina e sacrifício têm sua origem no latim, que é bem diferente do
sânscrito.
Em latim sacrifício era sacre ficare e pode ser traduzido por "tornar sagrado" e tem seu
equivalente em sânscrito na palavra Bhãva que pode ser traduzida por "atitude".
A palavra disciplina era em latim disciplinare e pode ser traduzida para "ensinar algo a si
mesmo" tendo sido pervertida com o tempo para significar: impor um comportamento, uma
tarefa, um serviço ou um trabalho (ou estudo) a outrem.
Tanto em latim quanto em sânscrito, Tapas प , disciplina é um ensinamento a que se
dedica por vontade própria para alcançar a compreensão, algo a ser atingido, algo que se
conquista e não uma forma de imposição.
No máximo poderia ser entendida como uma "autoimposição", nunca como algo que é
obrigatório vindo de fora.
Diante da dificuldade de conviver com suas práticas e manejá-las apropriadamente
quando em sociedade alguns praticantes do Budismo, logo após a morte do Buda adotaram a
vida religiosa (monástica) como meio de fugir a todos os prazeres, escapando às armadilhas
colocadas pela vida interpretando-as como meios de entrega-los ao sofrimento.
Mas Buda nunca preconizou essa fuga como uma maneira de se atingir a sabedoria
(estado búdico).
Mesmo tendo sido um asceta itinerante que percorria a Índia e o Nepal transmitindo
essa concepção filosófica Buda não impôs a si mesmo a vida monástica.
Bud
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Introdução ao Budismo Niskama Karma – Satyananda Apta 2014
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EXEMPLO: Suponhamos que o seu doce favorito seja o pudim de leite condensado. Você
come uma pequena fatia e fica satisfeito, sentindo o sabor delicioso dessa iguaria. Mas a
satisfação que você sentiu é impermanente. Ou seja, se você ingerir uma segunda porção já
não será tão saborosa como a primeira. A satisfação é impermanente, apenas o primeiro
momento é perfeitamente "satisfatório". Se alguém o obrigasse a comer o pudim inteiro (ou
comer pudim o dia inteiro) seria um castigo, pois o excesso gera insatisfação, causa vômitos,
diarreia e outros sintomas. É por essa razão que o Buda disse na primeira das Quatro Nobres
Verdades que "a vida é insatisfação." Nenhum prazer por mais apurado e maravilhoso que
pareça à primeira instância, dura para sempre. Chega um momento em que o prazer é saciado
e no próximo momento causa insatisfação.
O ATINGÍVEL
Todo sofrimento (insatisfação) resulta da desproporção entre aquilo que você quer
e o que você consegue.
Ora, essa proporção ou desproporção é determinada por sua vontade, logo; você é o
responsável por sua felicidade ou infelicidade.
Cada vez que um homem perde o controle sobre as circunstancias que se manifestam
em sua vida (permitindo-se o desânimo, a ira, ou a perda da coragem), está permitindo à sua
vontade determinar em sua mente uma desproporção.
A compreensão da impermanência ajuda muito a entender este ponto.
Tudo que lhe traz alegria, satisfação e prazer, não traz alegria contínua, satisfação
contínua, ou prazer contínuo; portanto apenas ilude sua mente e lhe impede a felicidade a
menos que cultive o total desapego.
Bud
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Introdução ao Budismo Niskama Karma – Satyananda Apta 2014
Esse princípio foi magistralmente ilustrado numa estrofe da poesia "Se" de Rudyard
Kipling que diz o seguinte: "Se encontrando a desgraça e o triunfo conseguires; tratar da
mesma forma a esses dois impostores..."
Para que você não mergulhe no mar de Maya (ilusão e alienação) que subjuga a mente
permitindo que nela se introduza a desproporção, aprenda a distinguir entre aquilo que
depende de você e aquilo que não depende.
Se você meditar profundamente a esse respeito perceberá que a única coisa que
depende de si é o seu pensamento, a sua vontade e as ações que você possa fazer a partir do
seu pensamento e de sua vontade; tudo o mais não depende de você.
Mas não subestime a vontade nem suponha que é pouco o que depende de você.
A IMPERMANÊNCIA
Dentro do universo onde você vive não lhe pertence a certeza sobre muitas coisas.
Você não sabe praticamente nada a seu próprio respeito, nem a respeito das pessoas
Bud
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A avançada ciência deste século não conhece nenhuma forma de vida capaz de existir
para sempre.
Nem sequer em condições especiais você consegue prolongar sua vida por muito
tempo.
Tudo o que sabe é que o que existe hoje não existiu algum dia e não conseguirá existir
para sempre.
Você pode notar a impermanência na ascensão e queda das nações; nas mudanças
culturais; nos modismos; no envelhecimento natural de todas as coisas; nas forças da
natureza; no desemprego de seu vizinho; na criança que caiu da bicicleta; etc...
Tudo o que existe no universo, seja no macrocosmo formado pelas estrelas, seja no
microcosmo da vida celular, está vinculado a esta lei da impermanência.
O que faz a música harmoniosa, o que permite a harmonia no voo do pássaro, o que
traz beleza à tela do pintor, o que faz com que o carro ande, o que cria um bolo, o que conduz
ao amor, é a impermanência - tudo na vida é fruto da impermanência.
Há alguns anos conheci um menino chamado Pablo, que veio numa das festas de meus
filhos.
Depois disso mudei de São Paulo e fiquei muitos anos sem vê-lo.
Tempos depois no lançamento do livro de um amigo meu, encontrei um rapagão mais
alto do que eu, nesses muitos anos que não o vi, Pablo se dedicou com afinco à pratica das
artes marciais e chegou a uma faixa elevada no Karatê.
Foi então que um acidente ocorreu e teve que colocar um pino na perna.
Hoje está inutilizado para a prática das artes marciais (pelo menos para a prática da
parte física das artes marciais, veja os livros: Budismo – a Filosofia dos Praticantes de Artes
Bud
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Introdução ao Budismo Niskama Karma – Satyananda Apta 2014
Quando morava em Niterói, em uma época em que eu já simpatizava, mas ainda não
praticava o Budismo, me apaixonei por uma mocinha com todo o amor de meu coração, com a
melhor das boas intenções manifestei minha vontade de ter um lar ao lado dela.
Ela simplesmente me jogou fora e me senti usado sexualmente.
Sofri muito, para mim foi como a dor de um pai que perde uma filha que muito amava.
Descobri com muita dor que por mais que amemos alguém não basta amarmos para
sermos amados.
E foi apenas nessa ocasião que aprendi a duras penas a lei da impermanência.
E você?
Precisará receber uma lição da vida para aprender a lei da impermanência?
No exato momento em que você se conscientiza da impermanência adquire uma nova
percepção que o torna consciente do fato de estar vivo.
Então tem a oportunidade de se desapegar de suas máscaras e das inúmeras atitudes
que costuma assumir como um gesto de defesa contra a sociedade que o cerca.
Percebe então mais claramente que algumas vezes tem desejado coisas que - diante da
lei da impermanência - irão apenas lhe prejudicar e lhe causar dor.
Note bem que a conscientização dessa lei não irá automaticamente transformar sua
vida.
Haverá ainda a necessidade de transcender hábitos que não mais se justificam, padrões
de comportamento que passaram a se tornar indesejáveis, etc...
Mas terá a vantagem de se tornar mais consciente dos obstáculos reais.
Perceberá que os verdadeiros obstáculos são os seus desejos e apegos que o levam a
repetir constantemente comportamentos injustificáveis diante da impermanência da vida.
Evidentemente essa percepção entrará em choque com a maneira com que se avalia e
até mesmo com aquilo que passa a aceitar como sendo sua personalidade.
Bud
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O DESAPEGO
Você não precisa ir nem para a Índia, nem para o Tibet, nem para o Japão para alcançar
a iluminação.
Você não precisa ingressar em uma escola de Budismo nem se tornar um monge para
atingir a iluminação.
Estou ciente que muitos "mestres" lhe dirão que é preciso ter um mestre para que
consiga trilhar o caminho da iluminação.
Embora o Buda tenha tido muitos mestres e peregrinado por todo Nepal e pela Índia em
busca da verdade, foi apenas quando ele se sentou aos pés da árvore Bodhi que ele a
alcançou.
Então lembre-se que é o que ocorre dentro de você quando abandona suas atitudes de
apego que o conduz à iluminação, nenhum mestre, nenhum mantra, nenhum sutra fará isso por
você.
Bud
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Introdução ao Budismo Niskama Karma – Satyananda Apta 2014
confortavelmente, zelar por seus familiares, ser um excelente profissional em sua área de
trabalho e ter uma posição de relevo na sociedade em que vive.
Abandonar não é sinônimo de transcender.
Transcender não significa fugir ou evitar, é preciso compreender que transcender tem o
sentido de não se identificar nem se apegar ao objeto dos desejos.
EGOÍSMO E CONSCIÊNCIA
Muitas pessoas acusam os budistas de serem egoístas porque estão sempre voltados
ao seu próprio aperfeiçoamento.
Essas pessoas esquecem que milhares de culturas, religiões e filosofias tentaram mudar
o mundo - olhe ao seu redor e veja por si mesmo o que conseguiram.
É impossível mudar o mundo - é uma tarefa demasiada para suas forças; mas o
aperfeiçoamento de si mesmo é uma tarefa proporcional aos meios que você dispõe e, mais
que um mérito é o dever de cada um.
OS OBJETIVOS DO HOMEM
Conta-se que em certa época viveu um homem que tinha grandes objetivos na cabeça,
mas que não via a oportunidade de coloca-los em ação.
Quando era garoto esse homem pensava: "- Vou fazer uma grande obra que deixará
Bud
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marcada minha passagem por este mundo, mas agora tenho que estudar e não tenho tempo,
quando terminar a oitava série eu o farei."
Aí ele entrou no segundo ciclo, mas os estudos se complicaram e ele pensou: "- Agora
não tenho tempo porque tenho muita matéria para estudar mas quando entrar na faculdade o
mundo verá do que sou capaz."
Os anos se passaram e ele entrou na faculdade, mas as atividades acadêmicas, as
dependências em certas matérias, o convívio com os colegas fizeram-no pensar: "- Bom, ainda
não deu, mas assim que me formar tomarei todas as providências necessárias para a
realização de meus objetivos."
Ele se formou, mas viu-se envolvido no torvelinho da vida, casou-se com uma colega da
faculdade e teve que arranjar um emprego.
Pensou: "- Logo que consiga comprar minha casa já terei tempo disponível para a
grande tarefa a que me propus."
Mas, mal acabou de comprar sua casa, surgiram os filhos e os problemas típicos da vida
familiar, o tratamento dentário da esposa, contas a pagar, aumento do custo de vida...
E ele pensou: "- Não tem jeito mesmo, vou ter que por de lado meus objetivos até que as
crianças cresçam, enquanto isso eu estarei adquirindo experiência e mais tarde poderei
realiza-los."
Mas depois que as crianças se tornaram adultas vieram as noras e os genros, os netos
e as netas, aumentaram as atividades em família e o tempo disponível se tornou mais exíguo
ainda.
E o homem mais uma vez pensou: "- É, parece que ainda não é desta vez, mas dentro
de cinco anos me aposento e então terei todo o tempo do mundo para fazer tudo que desejar."
Mas assim que se aposentou aquele homem morreu.
Lembre-se: seja o que for que tenha a fazer, faça-o hoje, o futuro é agora!
A pessoa que desistiu não se desapegou, no íntimo ainda mantém o desejo de realizar
certas coisas, mas não encontra dentro de si a determinação e a disciplina necessárias para
concretiza-las; limita-se a submeter-se às suas inclinações e aos acontecimentos a seu redor
que a arrastam a uma vida infeliz e sem objetivos.
Bud
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Esse tipo de pessoa (mais comum do que se pensa) sofre por sua incapacidade de
realização, por sua incapacidade de fazer o que deve ser feito e por seu esmorecimento no
cumprimento do que é seu dever.
Se não criar em si mesma a autodisciplina e o censo de dever, ela acabará por perder
respeito por si mesma e passará a se desprezar, descambando para o terreno do vício e da
preguiça, terminando por destruir a própria vida.
VIVENDO O MOMENTO
Bud
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Pode ocorrer que ao ler estas coisas você sinta certa aversão a estes assuntos, mas se
aguçar sua percepção verificará que essa aversão não é genuinamente sua, que não surge do
mais íntimo de seu ser e sim que resulta dos condicionamentos sociais a que se tem submetido
durante toda a vida.
A morte e a impermanência das coisas são fatos que não podem ser negados e recusar-
se a encara-los de frente é apenas um ato de covardia moral e psicológica que não irá impedir
que ocorram.
Nas rádios do interior e nos jornais de todas as cidades costumam anunciar as mortes
dos cidadãos.
Os obituários dos jornais não chegam a impressionar muito porque neles só se publica o
anúncio da morte de pessoas de destaque; mas se você vive numa cidade do interior, terá a
oportunidade de ouvir diariamente noticias sobre a morte de pessoas simples e humildes como
qualquer um de nós.
Irá verificar se ouvir o rádio com certa frequência que diariamente são anunciadas as
mortes de muitas pessoas mesmo em uma cidade pequena.
Essas notícias sobre a morte são uma constante lição sobre a vida e terá muitas
vantagens se não as ignorar.
JUSTIFICAÇÕES DE VIDA
À medida que vai passando por diversas vivências você adquire algum conhecimento e
alguma experiência.
Porém, devido às suas angústias e desejos raramente você vê os fatos da vida com
olhos sensíveis e perceptivos.
Diante das decisões que seu modo de vida lhe impõe, muitas vezes você está
consciente do que tem a fazer, mas decide fazer o oposto, se o oposto lhe parecer mais fácil.
E depois de não ter cumprido com suas obrigações ou de não ter feito o que era preciso,
pede desculpas ou o que é pior, se justifica!
Sua mente é sua inimiga e lhe apresenta opiniões e julgamentos para justificar o fato de
agir inadequadamente.
Praticamente não existem vícios ou falhas de personalidade que não possam ser
vastamente justificadas por uma mente doentia e egocêntrica.
Algumas vezes, quando você se dispõe a fazer um esforço real no sentido de seu
próprio aperfeiçoamento, acaba por aumentar suas inseguranças sugerindo a si mesmo que o
que está fazendo não é direito.
A principal causa para esse modo de agir incoerente é o medo - medo resultante da falta
de força interior.
Esse medo toma conta de sua mente de modo sutil, interferindo em sua capacidade de
avaliar as coisas com clareza.
O medo é uma das mais poderosas armas do ego para se proteger, porque quando
ocorrem sentimentos de medo ou fraqueza, você desiste de enfrentar suas próprias realidades
ou a si mesmo.
Dessa forma mascara seus verdadeiros sentimentos e pensamentos, de maneira a
perder a autenticidade de seu modo de pensar.
E quando perde a autenticidade de seu modo de pensar, seu modo de sentir, de olhar,
de falar e de agir não é autêntico.
Essa hipocrisia mórbida acaba por lhe envolver de tal forma que passa a esconder
completamente o que sente por si mesmo e pelos outros evitando a conscientização do fato de
que isso o está colocando longe da verdadeira compreensão.
Se alguém tivesse a ousadia de sugerir que seu ego está assumindo o controle e que
está desperdiçando sua vida, certamente encontraria inúmeras justificações e desculpas para a
defesa de suas atitudes.
Mas, se num gesto de amadurecimento através da pratica da meditação ou de quaisquer
outros métodos budistas efetivos para despertar a consciência se atrever a se observar com
atenção e sinceridade, será levado ao ponto em que terá que admitir que você esta se
escondendo de si mesmo.
A percepção desse estado de coisas, embora salutar, nem sempre o leva a ações
modificadoras.
Tal fato ocorre porque se sente esmagado pelas possíveis transformações que antevê
que cairão sobre sua vida se realmente tiver a coragem de lançar fora suas máscaras e
assumir sua posição real diante de sua vida.
Teme tanto a mudança que acha mais fácil enfileirar justificativas e negar
constantemente a necessidade de mudança, do que mudar.
Mesmo que tenha consciência do que precisa fazer para tornar sua vida significativa e
digna de ser vivida e mesmo que saiba como fazê-lo – algumas pessoas são fracas demais
para começar.
OS JOGOS SOCIAIS
Bud
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em você.
Algumas pessoas estão apenas trocando um sorriso amarelo por outro sorriso amarelo.
Muitas vezes você se envolve tanto nesses jogos que já não pode distingui-los de si
mesmo e acaba por perder contato com sua natureza interior.
Esses jogos o levam a um comportamento doentio - daí a sociedade estar doente - e
embora você se sinta extremamente cansado com o jogo, continua a jogar.
Pode até tomar consciência do fato de que está apenas disputando jogos, mas sua
maneira de viver cria situações de tensão que parecem impedi-lo de agir de acordo com seus
sentimentos interiores mais autênticos.
Certamente você tem sonhos bonitos e decentes, mas de fato quase nada realiza em
sua vida espiritual e material.
Em todo o mundo as pessoas passam suas vidas sonhando com uma vida diferente e
espiritualmente desenvolvida sem fazerem nada para tomar uma iniciativa séria nesse sentido.
Uma das razões para o adiamento desse tipo de decisão é que a sociedade foi
estruturalmente organizada de tal forma que a menos que você se conforme com o atual
estado de coisas não conseguirá sobreviver.
Assim sendo você se sente constrangido e incapaz de tomar as decisões necessárias
para mudar sua vida.
Ainda que comece a percorrer um caminho espiritual isso não quer dizer que continuará.
Não porque esteja a se impor uma disciplina rígida demais ou acima de suas forças e
sim porque falta coragem e confiança.
Ignora seus potenciais para sobreviver sobre seus próprios valores - sempre foi
incentivado pela sociedade a levar uma vida dependente.
Não significa que a espiritualidade em si mesma não possua motivações suficientes para
incentiva-lo a continuar sua busca, o problema é que para manter uma atitude voltada à
espiritualidade entra em conflito com seu modo de pensar costumeiro.
As razões de suas dificuldades é que quer percorrer ao mesmo tempo dois caminhos
Bud
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diferentes - aquele que lhe traz o sucesso no mundo e aquele que lhe proporciona uma vida
espiritual mais significativa.
O mais provável é que siga um caminho espiritual por algum tempo e desista assim que
esbarre nos primeiros problemas.
Talvez tenha idealizado fantasias e expectativas irreais.
Ou pode perceber que o simples fato de decidir iniciar um caminho espiritual não o
impede de encontrar muitos dos problemas e hábitos que supunha tivessem sido deixados
para trás.
Sempre haverá uma diferença significativa entre suas expectativas e sua experiência
real e, às vezes, por não se aperceber disso, chega à conclusão que o tempo que dedicou à
sua busca espiritual foi perdido.
IDEOLOGIA
Tudo na vida é uma questão de ideologia até mesmo a busca ou não da espiritualidade.
Quando você era uma criança teve a necessidade de adquirir um sistema de valores que
lhe permitisse sobreviver ao mundo a seu redor.
Esse sistema de valores (que mais tarde acabaria por compor sua ideologia) lhe foi
imposto de fora, a partir dos critérios de julgamento de seus pais, professores e outras pessoas
que, de alguma forma exerceram alguma influencia sobre você.
Pare um minuto e considere que todas as influências que lhe venham de fora na
intenção de fazer sua cabeça, são alienantes.
A palavra alienação deriva do termo alien que significa aquilo que vem de fora.
Quando conceitos, atitudes e procedimentos lhe são impostos a partir de outras pessoas
você tem sempre a opção de aceita-los ou não.
Caso os aceite sem vivencia-los, sem que os tenha encontrado através de sua
experiência pessoal, está se alienando.
A palavra ideologia contém em si dois termos, a saber: ideia e lógica.
Ideia é uma percepção personalizada; com isso se diz que ela surge de sua concepção,
de sua ideação da realidade.
Para facilitar o raciocínio aceite, por hipótese, que o termo ideologia seja um sinônimo
dos valores que você determinou para si mesmo como sua filosofia de vida.
Ora, suas ideias são exclusivamente suas, mesmo vivendo num mundo em que a
televisão e outros meios de comunicação tentam fazer sua cabeça a última palavra é sempre
sua e você decide até que ponto aceita essas influencias.
Desde que, a partir de uma informação vinda do exterior, você vivencie um fato e passe
a construir um determinado critério pessoal a respeito desse fato, você está adotando uma
ideologia.
No entanto, se ao invés de construir um critério próprio você aceitar junto com as
informações que lhe veem do exterior uma avaliação que não seja a sua, então você estará se
alienando.
Com isso poderá concluir que você só terá uma ideologia se ela partir de si mesmo, de
sua própria avaliação da realidade, de sua própria maneira de ver o mundo, de sua víscera, de
dentro de si mesmo.
E tudo o mais que tentem lhe impor ou que, pior ainda, você aceite sem vivenciar, será
exclusivamente alienação.
Quando descobrir em si mesmo um antagonismo interior entre seus desejos com
relação ao sucesso no mundo e sua busca de espiritualidade, verifique quais os pontos em seu
sistema de valores (sua ideologia) que estão em conflito com seus desejos.
Localizado o ponto, reconstitua os meios de que se valeu para adota-lo, verifique
atentamente se os valores que lhe serviram de base eram autenticamente seus ou se eram de
Bud
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alguma forma impostos (ou aceitos sem o crivo de sua vivência pessoal) de fora.
Fazendo essa verificação você não só descobrirá as razões que estão por trás dos
empecilhos à sua busca espiritual como também caminhará com passos certos em direção a
seu autoconhecimento.
DHARMA
Bud
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Antiga lei indiana denominada Karma ensina que você colhe aquilo que semeia; ou seja,
você se torna o receptáculo das consequências dos atos que pratica.
Velho provérbio brasileiro diz: Quem semeia ventos colhe tempestades.
Quando você pratica o mal tem experiências que lhe trazem o sofrimento e que pode
aprender a relacionar com o mal que faz.
Quando age corretamente passa por experiências gratificantes que o leva a concluir que
resultam do bem que faz.
Dessa forma aprende (às vezes a duras penas) que existe uma Lei maior regendo o
Universo e que quando afronta essa Lei a vida lhe puxa as orelhas.
Quanto mais compreende essa lei maior (Dharma) melhor se prepara para viver em
harmonia com ela, proporcionando a si mesmo e a todos com quem convive os frutos de uma
semeadura sadia e benfazeja.
Para realizar seu Dharma (seu dever) deve praticar o bem em todas as ocasiões,
cumprindo suas responsabilidades diante da vida de forma inexorável e sistemática ainda que
isso possa lhe causar algumas dificuldades diante de uma sociedade que não compartilha com
você este nível de consciência.
Existe uma lei (Dharma) regendo o Universo e apenas quando se aprende a viver em
perfeita harmonia com essa lei se pode obter a perfeita ventura e felicidade.
Segundo o budismo clássico (que é reencarnacionista) pode ser necessário um
incontável número de vidas até que alguém seja capaz de viver de uma forma totalmente justa
confiando cegamente no Dharma, mas todos terão que assimilar esta lição cedo ou tarde.
É impossível o pleno conhecimento de si mesmo e a Iluminação a menos que antes de
tudo você aprenda a realizar o Dharma visto que a retidão é base da vida espiritual.
Como pode descobrir o que é certo ou errado diante das inúmeras circunstâncias
impostas pelo mundo a todos aqueles que nele vivem?
O amadurecimento (da percepção e não da idade) ensina o homem que os maus atos
geram sofrimento e que os bons criam felicidade e regozijo permitindo que aprenda cada vez
com mais eficiência, pelo método de tentativa e erro a evitar o erro e as tendências que o
levam ao mal.
Da mesma forma que quando deseja eliminar um mau hábito precisa por em prática
simultaneamente duas espécies de ação (uma que elimine o mau hábito e outra que gere um
Bud
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bom hábito para substituir aquele que quer eliminar) tem que aprender a eliminar de seus atos
aqueles que são ruins ao mesmo tempo em que cultiva os que são bons.
Não basta evitar o mal, é necessário que pratique o bem.
A verdadeira vida espiritual não consiste em adotar certos dogmas teológicos e praticar
os rituais pertinentes a uma determinada crença, mas sim na adoção de atitudes retas,
desapegadas, impessoais e que estejam em harmonia com o Dharma (Vontade Divina) em
todo momento.
Quando elimina suas preferências pessoais e passa a se dedicar a uma existência
inteiramente voltada a realização de seus potenciais (Dharma) e ao bem comum, você pratica
aquilo que é conhecido como Niskama Karma (ação desinteressada).
Isso significa transcender os desejos pessoais interessando-se apenas em cumprir o
Dharma fazendo o que for necessário de acordo com sua individualidade e os potenciais
(capacidades) que possui.
Você não é responsável por aquilo que não sabe; sua responsabilidade cessa onde se
iniciam circunstâncias que desconheça, mas é totalmente responsável pelo que sabe.
A situação que se descortina diante de você resulta do Dharma, do dever que tem que
cumprir perante esta existência.
Seja ela uma situação importante ou insignificante, notada pela sociedade ou
despercebida por ela; não vem ao caso, o que se impõe é a obrigatoriedade em cumprir seu
dever (Dharma).
É preciso que se conscientize que é incapaz de impedir o cumprimento do Dharma, mas
que se não colaborar com ele criará complicações para si mesmo e terá obstáculos ao seu
progresso espiritual.
Embora o peixe não seja capaz de alterar o curso do rio por mais que se esforce,
terá maiores dificuldades quando nadar contra a corrente e aumentará sua velocidade
quando somar aos seus esforços o poder da corrente a favor.
O indivíduo reto melhora a si mesmo e melhora a sociedade em que vive, pois atua
sobre ela à medida que age.
Apesar de se esforçar nem sempre conseguirá fazer o que é certo, mas se conseguir
manter a determinação em cumprir o Dharma, gradualmente aumentará seu Prajna
(Sabedoria) e sua percepção ampliada lhe permitirá compreender o modo correto de agir em
cada circunstância.
A capacidade de discernir o que é certo só é desenvolvida fazendo o que lhe pareça
certo em cada circunstância e observando o resultado.
Quando isso se tornar parte de si mesmo cessará todo esforço e a vida fluirá de modo
fácil e consciente.
Mas lembre-se: Apenas o desejo de agir de modo correto não é suficiente para
produzir transformações no caráter e propiciar melhoria espiritual.
Muitos se interessam pela necessidade de adotar um modo de viver mais correto e até
começam a fazer o que é certo desde que isso não afete seus interesses e hábitos pessoais.
Mas não causará uma profunda transformação em si mesmo apenas acreditando no que
é correto; é necessário que o coloque em prática sempre, não apenas quando lhe convier.
Bud
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Você tem que fazer o que é certo em todas as circunstâncias, mesmo que possa
ter perdas ou sofrimentos.
Para conseguir faze-lo, tem que estar sempre alerta, tem que agir de forma inflexível
escolhendo o que é certo em todas as ocasiões.
Alguns sofrimentos estão à espera de todos que tomam esta decisão, pois tão logo
decidam cumprir o Dharma, começam a surgir todo tipo de tentações e impedimentos.
Desde que me entendo por gente jamais pude perceber que exista uma vontade divina
que atue de maneira despótica sobre a evolução das pessoas, antes tenho observado que seja
o que for que exista como vontade superior (a que alguns chamam Deus) permite que cada
um tenha a liberdade de agir à sua maneira e aprender com seus próprios erros.
O Dharma de cada pessoa resulta da soma dos diferentes tipos de motivações que
atuam sobre ela, por isso não existe um conjunto de regras rígidas (como os dez
mandamentos, por exemplo) que sirva igualmente a todas as pessoas como condutoras a uma
vida de retidão.
Através da meditação sobre estes conceitos o praticante do Budismo Niskama Karma
evolui em sua concepção do Dharma e aprende a cultivar as atitudes necessárias a uma vida
correta.
A compreensão de seu verdadeiro Dharma vem da percepção espiritual que o conduz à
purificação de sua mente e a consequente transcendência de seus desejos.
O que deve orienta-lo é sua individualidade e não sua personalidade (a soma das
atitudes artificiais e dos desejos impostos por seu ego).
Disse Buda: "- Depois de minha morte, o Dharma será o vosso mestre. Observai o
Dharma e sereis fieis a mim."
Quando começar a ocorrer em seu interior uma mudança fundamental que os místicos
costumam denominar Senda Espiritual você perceberá a dificuldade em retornar a seu modo
de viver anterior, mesmo que o deseje.
Se você ainda não atingiu os primeiros efeitos dessa mudança fundamental não a
perceberá, mas à medida que os atinja ocorre uma mudança positiva que motiva a prosseguir.
Você estará diante da descoberta do caminho espiritual.
Perceberá então que a mudança fundamental está aqui e agora - seja o que for que
você esteja fazendo.
Se não se capacitar a promover a revolução interior necessária à mudança fundamental,
mas alimentar essa perspectiva em seu íntimo - o caminho virá até você.
Mesmo que você não se esforce para perceber que o sorvedouro do desejo e do apego
lhe seja destrutivo, suas próprias frustrações mágoas e desapontamentos o conduzirão a certa
moderação e ajudarão a obter um novo ângulo no seu posicionamento diante da vida.
Todos que se dedicam à mudança fundamental esbarram no inicio dessa busca com
obstáculos que a seus olhos parecem de grandes proporções.
À medida que sua transformação interior atingir estágios mais elevados você perceberá
que esses obstáculos eram gerados por sua própria mente para tentar forçar sua desistência
visto que a ela (à mente) não interessa sua evolução espiritual.
Você não deve desistir não importa quais sejam os esforços de aperfeiçoamento pessoal
a que tenha que se dedicar e não importam as proporções dos obstáculos que tenha que
enfrentar.
Se você desistir de enfrentar esses obstáculos agora terá que enfrenta-los mais tarde,
não poderá fugir deles, não poderá esquivar-se a eles, não poderá justificar-se por não tê-los
enfrentado.
Bud
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VIVA AGORA!
Agora mesmo você tem tudo para agarrar sua vida com as próprias mãos e fazer dela o
que quiser.
A decisão será sempre sua - se hesitar em dar o primeiro passo ou se caminhar
aleatoriamente para frente e para trás com indecisão estará apenas desperdiçando seu próprio
tempo.
Você pode decidir-se agora mesmo a encarar sua vida com honestidade.
As pessoas estão sempre tentando proteger seus egos (auto imagem?) e esse é o
habito mais difícil de ser abandonado.
O ideal seria que houvesse uma maneira de realizar sua transformação interior sem que
houvesse a possibilidade de ferir seu ego; sem análises; sem raciocínios (outra vez a mente!);
sem mastigações mentais e sem que sinta o impulso autodestrutivo de preservar.
Lamentavelmente não é possível realizar a transformação fundamental sem que remova
as nódoas e as manchas que o impedem de ter uma percepção límpida e real.
Se você tiver uma vasilha cheia de água turva irá notar que a menos que remova a
sujeira que existe dentro dela, não importa que quantidade de água limpa lance sobre a água
turva, ela poderá lhe parecer límpida, mas continuará contendo sujeira.
As pessoas que conviveram com alguns dos grandes místicos indianos (Ramana
Maharishi, Ramakrishna, Yogananda, etc...) notaram que todos eles tinham em comum um
olhar de grande compaixão.
Os grandes místicos possuem esse olhar de compaixão porque percebem mais do que
ninguém como as pessoas a sua volta estão desesperadas e exaustas pelo constante apego e
pelas angustiantes tentativas de agarrar todas as coisas que a vida lhes oferece.
Certamente você já ouviu falar que o urso destrói suas vitimas menores a patadas e
dentadas e seus adversários maiores agarrando-os, fincando suas unhas nas costas deles e
esmagando-os contra seu próprio corpo.
Certa vez li a história de um lenhador do Canadá que foi surpreendido em seu
acampamento por um imenso urso pardo e não tendo nenhuma arma, arremessou-lhe a
chaleira de água quente com que pretendia preparar seu café.
O interessante dessa história é que ao sentir a queimadura o urso que estava
acostumado a agarrar suas vitimas ao invés de arremessa-la longe agarrou-se a ela
desesperadamente - quando mais lhe ardiam as queimaduras, mais ele se agarrava à chaleira.
As pessoas são exatamente assim!
Você sabe que os apegos o magoam e acabam por destruí-lo, mas cada vez mais se
agarra a seus apegos.
A maioria das pessoas não possui muita determinação em suas próprias vidas, não
sabendo muito bem o que esperam da vida e tendo apenas mesquinhas ambições pessoais,
ânsia de satisfazer os próprios desejos, certo desespero para viver uma vida confortável, uma
ânsia de ser feliz a qualquer custo - tudo isso temperado com muita excitação e sensualidade.
Você pode perceber que suas ansiedades e apegos são incapazes de lhe proporcionar
uma satisfação permanente, apenas lhe criam mais dor e dependência?
É um circulo vicioso: o apego gera dor e a dor faz com que agarre mais ainda seus
Bud
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O CACHORRO DESDENTADO
E o que é pior, é que mesmo sabendo que existem atitudes mais saudáveis do que os
apegos, você continua a se mover nesse circulo vicioso e a deixar-se dominar pelo ego.
Agora que sabe essas coisas, acaba de gerar a oportunidade de acabar com esses
hábitos.
Por que não se interessa o suficiente pela verdadeira natureza de seu ser a ponto de
admitir que esse hábito está em sua vida e iniciar as mudanças necessárias para se libertar
dele?
Por que você continua tentando enganar a si mesmo?
O MEDO DE MUDAR
Toda mudança implica em medo visto que exige que se abandonem velhos padrões de
comportamento para que se adotem outros.
Mas o pior tipo de medo é aquele que o impede de descobrir por que tem medo de
crescer e assumir aquele aumento de responsabilidade que surge quando cresce.
Embora superficialmente sua mente o faça crer que quer crescer, em um nível mais sutil
teme que o crescimento e a transformação fundamental ameacem suas pequenas falhas e
dependências psicológicas que ilusoriamente parecem lhe dar tanto prazer.
Sua mente interfere em suas tentativas de aperfeiçoamento pessoal, causando-lhe
desalentos e frustrações que parecem diminuir os resultados que consegue atingir.
Uma das armas mais eficazes de sua mente é fazer com que se sintonize com
pequenos detalhes e ninharias que não seriam obstáculos se soubesse se desapegar do ego.
A maioria das pessoas quando toma a decisão de meditar, ao invés de simplesmente
sentar e meditar se perde em toda sorte de preparativos - arruma a sala, acende incensos,
estende um colchonete no chão, etc...
E quando começa a meditar perde-se num torvelinho de complicações que parece
formar uma espiral de recordações.
Ao invés de manter a mente focalizada no presente, no aqui e agora, conduz a mente a
Bud
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OBSERVAÇÃO DIÁRIA
É necessário que observe honestamente seus atos na vida diária e que procure
enfrentar frontalmente suas pequenas fraquezas e tentações.
Essa dedicação ao que é correto não precisa necessariamente ser chamada de religião,
busca espiritual ou filosofia de vida; os rótulos não importam, o que realmente importa é que
aja corretamente e que sua mente não mascare seus atos com segundas intenções.
A vida não lhe pede que aceite esta ou aquela religião nem lhe impõe este ou aquele
sistema filosófico.
Para falar a verdade não é necessário que siga nenhum sistema de formação filosófica
ou religiosa.
Não é preciso que se identifique com nenhum rotulo, com nenhuma comunidade, com
nenhum agrupamento de pessoas (mesmo que lhe dê suporte e seja muito agradável o
Bud
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convívio no Sangha).
Você pode escolher se desenvolver à sua própria maneira a partir de percepções que
surjam de seu coração e de suas próprias experiências diante da vida, como fez o Buda.
O maior passo que pode dar em direção à sua realização espiritual é assumir
integralmente esse dever que tem, de encontrar a verdade.
A HONESTIDADE
A honestidade é necessária para que seja coerente no exame de suas atitudes e atos
diante da vida.
A menos que seja honesto irá se enganar tentando encobrir seus erros, tentando
justificar suas falhas e deslizes, tentando fugir às dificuldades que surgirem no caminho, ao
invés de enfrentar a si mesmo e as suas fraquezas, produzindo em si a mudança
transformadora.
Se você busca a verdadeira harmonia e o autoconhecimento por que enganar a si
mesmo?
Aliás, à medida que atinja níveis evolutivos mais elevados acabará por perceber que,
mesmo que aparentemente algum ato seu esteja enganando alguém, na realidade muito mais
que enganar aos outros, você estará enganando a si mesmo.
A BUSCA DO PRAZER
Quando tenta contentar o ego você está na realidade fugindo a suas responsabilidades,
ao seu dever de procurar sua liberdade interior.
Quando assume esse dever está aprendendo a ser responsável por sua própria
individualidade e passa a viver em harmonia, vivenciando em seus atos o sentido profundo da
liberdade interior que dá propósito à sua vida e que lhe permite a tranquilidade mesmo quando
atravessa as situações mais difíceis.
Não foi isso que o Buda fez?
Quando observa a maneira com que gasta seu tempo, descobre que por falta de
método, por não firmar sua mente em direção às coisas que tem intenção de fazer mesmo que
o dia lhe pareça atarefado, desperdiça boa parte dele em confusões, devaneios inúteis e outras
perdas de tempo.
Deve estar sempre consciente do que está fazendo, não com objetivos pessoais (do
Bud
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ego), como o desejo de ficar rico, de ser poderoso, de possuir muitos bens materiais, mas com
o objetivo de viver o mais harmoniosamente possível, vivenciando o próprio ato de estar vivo.
CUIDANDO DE SI MESMO
Alguns executivos e certamente a maioria dos presidentes das grandes empresas, tem
muitas dificuldades nas mãos, pois são responsáveis pelas necessidades de centenas de
pessoas.
Mas a proposta que a vida lhe faz é que seja responsável por si mesmo.
Se você tivesse que cuidar de 50 ou 100 pessoas, estaria em maus lençóis e certamente
teria que lidar com muitos problemas, mas não é tão difícil cuidar de si mesmo - afinal você
estará lidando com apenas uma pessoa!
Lamentavelmente as escolas nos ensinam muitas coisas inúteis, mas não ensinam a
sermos responsáveis pelo nosso próprio desenvolvimento interior.
De repente você descobre que mesmo sendo adulto e tendo constituído sua própria
família, não aprendeu como ter uma vida harmoniosa e significativa.
Ainda que tenha conseguido atingir certo padrão financeiro que lhe dê sentimento de
segurança e realização material muitas vezes ainda não é capaz de ter domínio pleno sobre
suas emoções e sobre os apegos gerados pelo seu ego.
Ainda que se imagine auto suficiente e adulto se não tiver domínio sobre suas emoções
e sobre seu ego estará apenas se enganando.
No momento que tiver que enfrentar alguma crise é que saberá se seu conhecimento
interior é capaz de gerar forças suficientes para que possa enfrentar as dificuldades.
FUGA E ALIENAÇÃO
Muitas pessoas buscam o caminho espiritual porque se sentem atraídas pelo lado
romântico dessa vida.
Bud
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Introdução ao Budismo Niskama Karma – Satyananda Apta 2014
A vereda espiritual nada tem a ver com rituais e costumes originais e alienantes e sim
diz respeito apenas ao dever que você tem de assumir a responsabilidade por si mesmo e por
seu autodesenvolvimento.
Muito mais que seus medos, suas ansiedades e suas preocupações, o que o prejudica é
a recusa em assumir sua responsabilidade diante desses medos, dessas ansiedades e dessas
preocupações.
Por mais que tente jamais deixará de ser você mesmo e o ato de ser implica em ter
consciência, em perceber em plenitude, em assumir sua própria natureza essencial.
Ao assumir e reconhecer o poder de suas emoções está eliminando estados de solidão
e desespero inúteis.
Passa a aprimorar gradualmente seu relacionamento com as outras pessoas e pouco a
pouco o ambiente que o cerca, a própria sociedade em que vive se torna mais positiva e
harmoniosa.
O pensamento negativo atua como uma infecção; pessoas negativas costumam atrair
pessoas negativas - em inglês elas até recebem um nome especial; são chamadas de
negaholics - bêbedos de negatividade.
ESTEJA CONSCIENTE
Bud
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Introdução ao Budismo Niskama Karma – Satyananda Apta 2014
APRENDER É PERCEBER
Aprenda a perceber que as informações que lhe chegam do mundo são sempre de
natureza real e não emocional – é você que acrescenta suas emoções aos fatos e informações
que o atingem.
Você pode se libertar do mundo de recordações e lembranças que lhe tolhem os passos
e o impedem de ver a realidade como ela é.
Você pode se libertar dos padrões sociais que lhe impõem modelos romantizados e
irreais de emoções e sentimentos.
Você pode ter consciência imediata do que se passa em sua mente e em seus
sentimentos.
Você pode modificar os padrões emocionais que tem adotado até este momento com
relação à sua própria vida e aos fatos com que convive diariamente.
Analise seu modo de pensar e as ações que são geradas por essa atitude diante dos
acontecimentos que lhe ocorrem nas circunstancias do dia-a-dia.
Com o tempo essa análise vai se transformar em percepção é como se um copo de
água lodosa fosse deixado um período para decantar e o lodo em suspensão dentro dele se
assentasse ao fundo tornando a água translúcida.
Se você se habituar a praticar essa atenção (mindfulness) com regularidade todos os
dias, todas as horas, todos os momentos, estará desenvolvendo uma originalidade de
percepção que o tornará consciente o tempo todo.
Sua vida se tornará mais simples e ao mesmo tempo mais útil e construtiva; você não
estará mais interessado apenas em buscar satisfação para si mesmo.
A busca insana de resultados sempre efêmeros e pouco significativos se transmutará
em percepção, contemplação e compaixão, o que lhe dará a compreensão da impermanência
de tudo na vida.
Estar consciente a cada minuto e enfrentar cada situação conscientemente é uma das
melhores maneiras de aceitar a responsabilidade de cumprir seu dever de autoconhecimento.
DEFINIÇÃO
Tudo que foi exposto neste e-book fundamenta-se na concepção pessoal do Budismo da
ação desinteressada – o Budismo Niskama Karma.
O Budismo Niskama Karma é uma doutrina moral, não religiosa, calcada na
consciência individual. (Doutrina = Conjunto de princípios que servem de base a um sistema
filosófico. Moral = Conjunto de regras de conduta.)
Bud
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Introdução ao Budismo Niskama Karma – Satyananda Apta 2014
Há pouco mais de vinte anos fui convidado por um aluno nissei a visitar uma seita
budista.
Lá chegando eu e Helena Saito, uma amiga também nissei, fomos recebidos com muita
cordialidade e simpatia.
Sentamo-nos numa grande sala cheia de cadeiras e as pessoas foram chegando e
sentando-se ao nosso redor.
Em seguida seguiu-se a leitura em voz alta de um sutra, extremamente longo e
cansativo.
Logo depois teve uma palestra de um conferencista recém chegado do Japão que
representava a ala jovem dessa seita.
Enquanto todas essas coisas aconteciam algumas pessoas recitavam o sutra
incessantemente (como se fosse um mantra ou uma oração) de forma desesperada, pedindo
graças.
Houve depoimentos a respeito de graças recebidas e de pessoas adultas que narravam
experiências disciplinares recebidas através dos pais para que recitassem o sutra diariamente.
Fiquei tremendamente constrangido.
Pedir graças é cultivar desejos, é cultivar a dor, é contrariar todos os
ensinamentos de Buda.
Para praticar o Budismo Niskama Karma basta que você faça com que seus atos
concordem com suas opiniões.
O budista de nossa escola ao principiar sua prática verifica que está preso a certos
desejos e hábitos e não se liberta sem algum sofrimento.
Mas a discordância entre seus atos e suas opiniões é para ele mais dolorosa do que
todas as renúncias.
Da mesma forma que um músico não gostaria de passar toda a sua vida ante ruídos
dissonantes aquele que segue os ensinamentos do Buda também sente que a desarmonia
filosófica é para ele um sofrimento.
Para quem segue os ensinamentos do Buda a única maneira de viver é transformar a
vida numa obra de arte.
Bud
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Introdução ao Budismo Niskama Karma – Satyananda Apta 2014
É trabalhoso enviar o link deste livro para seus amigos, mas não é difícil.
Ao fazê-lo você estará gerando bênçãos para sua vida, pois ao fazermos o bem
geramos um karma bom e isso abençoa nossos esforços.
1 – Escolha um parente ou amigo a quem deseja enviar o link para que receba este livro
e inicie o preparo do e-mail digitando uma mensagem escrita por você mais ou menos assim:
Recebi este e-book e resolvi compartilhar com você mantenha apertada a tecla CTRL e
clique neste link a seguir:
3 – Selecione e copie a URL que está lá no alto da página, veja a ilustração abaixo (vai
variar de acordo com o Browse que você utiliza):
4 – Inclua o link (a URL) completando a frase que você escreveu, vai ficar mais ou
menos assim:
Recebi este e-book e resolvi compartilhar com você mantenha apertada a tecla CTRL e
clique neste link a seguir: http://perfeitaoportunidade.com.br/squeeze-page-budismo/
5 - Agora basta enviar os e-mails e constatar no decorrer das próximas semanas como o
Karma dessa ação vai lhe trazer benefícios surpreendentes!
Bud
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