Estruturas Metalicas
Estruturas Metalicas
Estruturas Metalicas
Uma Aplica c ao de Algebra Linear ` a Engenharia Civil: Projeto de Estrutura Met alica
Prof. Ricardo Takahashi DMAT
Considere o problema do projeto de uma estrutura met alica como esbo cada na Figura 1. Trata-se de um guindaste que dever a i car cargas. O problema consiste em determinar qual e o esfor co mec anico em cada viga da estrutura, de modo que se possa escolher as vigas com a resist encia adequada.
F1 F2
PSfrag replacements 3 4
Figura 1: Diagrama de estrutura met alica composta de vigas. O c alculo das for cas que incidem na estrutura, F1 e F2 , e imediato, conhecendo-se a massa que ir a ser suspensa e o comprimento do bra co do guindaste. Com essas for cas, e preciso agora calcular a for ca exercida por cada viga nos n os (pontos de interse ca o de duas ou mais vigas) para que a estrutura permane ca em equil brio. Essas for cas ser ao denotadas pelas vari aveis fij , em que os ndices indicam os n os ligados por esta viga. Assim, por exemplo, a for ca f41 signica a for ca exercida sobre o n o 4 pela viga que liga o n o 4 ao n o 1. A somat oria das for cas em cada n o, de 1 a 6, deve ser nula tanto na dire ca o horizontal quanto na dire ca o vertical. Para montar o conjunto de equa co es, tomemos como exemplo o n o 1. O n o1 e afetado pelas vigas que o ligam aos n os 2, 3 e 4. As equa co es que implicam no equil brio de for cas sobre o n o 1 s ao: f12 cos 12 + f13 cos 13 + f14 cos 14 = F1 (1) f12 sin 12 + f13 sin 13 + f14 sin 14 = 0 1
sendo que ij representa o a ngulo entre a viga (ij ) e a vertical. Construindo cada equa ca o da somat oria das for cas em cada um dos n os, obt em-se o seguinte conjunto de equa co es: f12 cos 12 + f13 cos 13 + f14 cos 14 = F1 f12 sin 12 + f13 sin 13 + f14 sin 14 = 0 f21 cos 21 + f23 cos 23 + f24 cos 24 = F2 f21 sin 21 + f23 sin 23 + f24 sin 24 = F2 f31 cos 31 + f35 cos 35 + f32 cos 32 + f36 cos 36 = 0 f31 sin 31 + f35 sin 35 + f32 sin 32 + f36 sin 36 = 0 f41 cos 41 + f45 cos 45 + f42 cos 42 + f46 cos 46 = 0 f41 sin 41 + f45 sin 45 + f42 sin 42 + f46 sin 46 = 0 f35 sin 35 + f46 sin 46 + f54 sin 54 + f63 sin 63 = 0, A u ltima equa ca o diz respeito ao equil brio de toda a estrutura, que n ao deve ter em conjunto nenhuma acelera ca o horizontal. Claramente, fij = fji . Assim, por exemplo, f12 = f21 . O conjunto de vari aveis a serem determinadas, portanto, pode ser arranjado no vetor: f12 f13 f14 f23 f = f24 . f35 f36 f45 f46 Denindo um vetor F e uma matriz da seguinte forma: F1 0 F2 0 F = 0 , 0 0 0 0
cos 12
(2)
0 0 0 0 0 0 0 sin 45
0 0 0 0 0 0 cos 46 sin 46
Qual e a vantagem de se escrever (2) na forma (3)? H a in umeras vantagens: Deve ter cado claro para o leitor que h a uma regra simples que leva diretamente do desenho da Figura 1 para as entradas da matriz . Qualquer que fosse a estrutura composta de vigas que se ligam em n os, a regra seria a mesma. Seria poss vel representar por meio de uma matriz qualquer estrutura, e essa representa ca o poderia ser obtida automaticamente (por meio de um programa de computador). Uma vez nessa forma, torna-se pertinente perguntar: quais s ao as solu co es desse problema? Quais s ao os valores necess arios para as resist encias que as vigas devem suportar? Dado um conjunto de for cas externas F , o conjunto de for cas sobre as vigas ser a dado por: f = 1 F Note-se que a matriz deve ser invert vel para que o problema tenha solu ca o. Se n ao for invert vel, isso quer dizer que a estrutura correspondente n ao e capaz de se manter de p e, e tem de ser trocada. Considere agora a estrutura da Figura 2:
F1 F2
PSfrag replacements 3 4
Figura 2: Diagrama de outra estrutura met alica composta de vigas. A equa ca o que resolve essa outra estrutura possui exatamente a mesma forma que a equa ca o anterior. poss S o mudam os a ngulos das vigas em rela ca o ` a vertical, ou seja, as entradas da matriz . E vel portanto mexer nas posi co es dos n os da estrutura, e resolver novamente o sistema a cada nova congura ca o. Dessa forma, e poss vel escolher a melhor geometria poss vel para a estrutura, de forma a obter, por exemplo, as solu co es que representem o m nimo gasto de metal, ou a m axima resist encia da estrutura, etc. Em que esses exemplos diferem de um exemplo real de engenharia? Na pr atica, as estruturas com que se trabalha s ao maiores, possuindo um n umero muito maior de vigas. As estruturas tamb em teriam profundidade, al em de largura e altura (em outras palavras, seriam estruturas tridimensionais). Por m, as vigas teriam cada uma o seu peso. Todos esses detalhes a mais iriam conduzir a equa co es maiores, mas que, essencialmente, teriam a mesma forma que a equa ca o mostrada aqui.