Art 2127
Art 2127
Art 2127
= +
= +
= +
16 i 4 i
8 i i 4
0 i i i
3 2
2 1
3 2 1
(6)
O sistema linear formado (6) pode ser escrito na forma matricial B Ai = , onde a matriz A a
matriz dos coeficientes, ou seja,
(
(
(
=
4 1 0
0 1 4
1 1 1
A , o vetor i o vetor das incgnitas,
(
(
(
=
3
2
i
i
i
i
i e
o lado direito dado por
(
(
(
=
16
8
0
B .
1
i
2
i
3
i
3.2 Balanceamento de equaes qumicas
Uma equao qumica balanceada uma equao algbrica que d o nmero relativo de
reagentes e produtos na reao e tem o mesmo nmero de tomos de cada tipo do lado
esquerdo e direito. Mantm reagentes esquerda e produtos direita.
Tem-se que 2H2 + O2 2H2O uma equao balanceada. Duas molculas de
hidrognio se combinam com uma molcula de oxignio para formar duas molculas de gua.
Ainda, 6H2 + 3O2 6H2O tambm uma equao balanceada.
No caso abaixo, a combusto de amnia (NH3) em oxignio produz nitrognio (N2) e
gua. Uma nova aplicao de sistemas lineares se d quando quer-se encontrar uma equao
qumica balanceada para a reao seguinte:
O H z N y O x NH w
2 2 2 3
+ + (7)
Pode-se fazer a seguinte correspondncia:
Nitrognio:
w = 2y (8)
Hidrognio:
3w = 2z (9)
Oxignio:
2x = z (10)
E assim, o sistema linear est formado:
=
=
=
0 z z 2
0 z 2 w 3
0 y 2 w
(11)
Neste caso, o sistema linear (11) pode ser escrito na forma matricial b Ax = , onde a matriz A
a matriz dos coeficientes, ou seja,
(
(
(
=
1 0 2 0
2 0 0 3
0 2 0 1
A , o vetor x o vetor das incgnitas,
(
(
(
(
=
z
y
x
w
x e o lado direito dado por
(
(
(
=
0
0
0
b .
3.3 Construo de estruturas metlicas
Seja um guindaste que deve erguer cargas, assim, pode-se dizer que tem-se um problema
de uma estrutura metlica na qual quer-se determinar o esforo mecnico em cada viga da
estrutura, de forma que se possa escolher as vigas com a resistncia adequada.
Figura 2 Diagrama da estrutura metlica composta por vigas
A partir do momento que se conhece a massa a ser suspensa e tambm o comprimento do
brao deste guindaste, o clculo das foras que incidem na estrutura torna-se imediato. Para
que a estrutura permanea em equilbrio o somatrio das foras em cada n, de 1 a 6, deve ser
nula tanto na direo horizontal como na direo vertical. Para tanto calcula-se a fora
exercida por cada viga nos ns, ou seja, calcula-se a fora
ij
f , que significa a fora exercida
sobre o n i pela viga que liga o n i ao n j.
Para exemplificar, toma-se o n 2, que afetado pelas vigas que o ligam aos ns 1,3 e 4.
Suponha que
i j
u representa o ngulo entre a viga (ij) e a vertical. Ou seja, no equilbrio de
foras, para o n 2 tem-se as seguintes equaes:
2 24 24 23 23 21 21
F cos f cos f cos f = u + u + u (12)
0 sen f sen f sen f
24 24 23 23 21 21
= u + u + u (13)
Constri-se as demais equaes do somatrio das foras para cada um dos ns, ou seja,
tem-se:
1 14 14 13 13 12 12
F cos f cos f cos f = u + u + u (14)
0 sen f sen f sen f
24 24 13 13 12 12
= u + u + u (15)
0 cos f cos f cos f cos f
36 36 32 32 35 35 31 31
= u + u + u + u (16)
0 sen f sen f sen f sen f
36 36 32 32 35 35 31 31
= u + u + u + u (17)
0 cos f cos f cos f cos f
46 46 42 42 45 45 41 41
= u + u + u + u (18)
0 sen f sen f sen f sen f
46 46 42 42 45 45 41 41
= u + u + u + u (19)
E por fim constri-se a equao que representa a situao em que a estrutura, como um
todo, no tem nenhuma acelerao horizontal, promovendo o equilbrio:
0 sen f sen f sen f sen f
63 63 54 54 46 46 35 35
= u + u + u + u . (20)
Faz-se
ji ij
f f = e assim, pode-se escrever as equaes (12)-(20) na forma matricial, isto ,
F Af = (21)
Onde:
) 22 (
f
f
f
f
f
f
f
f
f
f
46
45
36
35
24
23
14
13
12
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
=
Assim,
) 23 (
0
0
0
0
0
0
F
0
F
F
2
1
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
=
) 24 (
sen sen sen sen 0 0 0 0 0
cos 0 0 0 cos 0 cos 0 0
0 0 sen sen 0 sen 0 sen 0
0 0 cos cos 0 cos 0 cos 0
0 0 0 0 sen sen 0 0 sen
0 0 0 0 cos cos 0 0 cos
0 0 0 0 0 0 sen sen sen
0 0 0 0 0 0 cos cos cos
A
46 45 36 35
46 24 14
36 35 23 13
36 35 23 13
24 23 12
24 23 12
14 13 12
14 13 12
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
u u u u
u u u
u u u u
u u u u
u u u
u u u
u u u
u u u
=
Neste problema, no ter soluo significaria que a estrutura correspondente no seria
capaz de se manter em p, e teria de ser trocada.
Se o problema agora fosse estrutura metlica da figura (3), trabalhar-se-ia de forma
anloga, a nova configurao teria apenas ngulos diferentes.
Para uma mesma estrutura sujeita a foras externas variveis, pode-se encontrar a matriz-
coluna das foras que atuam sobre as vigas multiplicando-se a inversa da matriz que modela a
estrutura metlica pela matriz-coluna das foras externas.
Figura 3 Diagrama de uma segunda estrutura metlica composta por vigas
4 SOLUO
Poder-se-ia fazer a seguinte pergunta: qual a diferena entre os problemas (3.1), (3.2) e
estes dois prottipos citados em (3.3) e os problemas reais em engenharia? Basicamente a
resposta seria, tem-se, na prtica problemas maiores, com um nmero maior de componentes
eltricos, de reagentes e de vigas, ter-se-ia estruturas com profundidade, largura e altura
(tridimensionais) e cada viga teria um peso, o que resultaria nos mesmos problemas acima
descritos, mas de dimenso maior.
Percebe-se aqui a grande vantagem de se conhecer a lgebra, j que os dados das matrizes
A so de fcil obteno, ou seja, uma forma de resolver os problemas acima, descritos agora
pelas equaes matriciais citadas dada por:
B A i
1
= , b A x
1
= ou F A f
1
= (25)
claro que para esta soluo ocorrer a matriz A deve ser inversvel. Em sala de aula, ao
se trabalhar a lgebra linear e/ou clculo numrico, ensina-se outras formas de se resolver
sistemas lineares, alguns deles sem a necessidade de inverso de matrizes como na equao
(25), pois alm deste processo ser caro computacionalmente, a inversa nem sempre existe.
Ou seja, fez-se trs aplicaes de lgebra linear aplicadas a engenharia: uma soluo para
um circuito eltrico, uma soluo para o balanceamento qumico, e o projeto de uma estrutura
composta por vigas metlicas. Cada problema exige que se resolva um sistema de equaes
lineares. No terceiro problema tem-se que quanto mais complexa for esta estrutura, maior ser
o nmero de equaes e de variveis. A matriz dos coeficientes do sistema deve ser inversvel
para que a estrutura no entre em colapso.
Destaca-se que resolver as equaes matriciais dos problemas citados implica em tratar-
se de um sistema linear onde tem-se duas classes de mtodos, os diretos e os iterativos. A
escolha do mtodo a ser utilizado depender das propriedades da matriz A, como esparsidade
e o nmero de condio, por exemplo. Os mtodos diretos so aqueles que, aps um nmero
finito de etapas, permite encontrar a soluo. Nos iterativos calcula-se uma sequncia de
aproximaes da soluo dada uma aproximao inicial.
5 CONSIDERAES FINAIS
Tradicionalmente os livros didticos de lgebra linear focam na apresentao de
definies, propriedades e algoritmos de resoluo, onde os exerccios propostos tratam de
casos numricos ou de aplicaes para os outros ramos da prpria matemtica. Neste trabalho,
ao apresentar-se trs aplicaes na rea da engenharia, quer-se mostrar a possibilidade de
discutir contedos bsicos, nesta rea da matemtica, atravs do uso de tecnologias para sua
resoluo. Assim, possibilita-se vislumbrar a utilizao prtica de sistemas lineares e de
matrizes, analisando as limitaes da resoluo manual de problemas reais e compreendendo
os resultados obtidos atravs de sistemas computacionais.
Espera-se contribuir com o ensino de lgebra nos cursos de engenharia possibilitando que
essas aplicaes sejam utilizadas e que inspirem a elaboraes de outros projetos de
aplicao, no apenas no contedo de sistemas lineares, sua representao e soluo matricial
mas tambm em outros onde seja possvel discutir a contribuio da matemtica da soluo de
problemas reais.
REFERNCIAS
ANTON, Howard; RORRES, Chris. lgebra linear com aplicaes. Porto Alegre: Bookman,
2001.
BASSANEZI, R. C. Ensino-aprendizagem com modelagem matemtica. So Paulo: Editora
Contexto, 2002.
STRANG, Gilbert. Introduction to linear algebra. Wellesley: Cambridge, 2003.
APPLICATION OF LINEAR ALGEBRA IN ENGINEERING
Abstract: This paper discusses the importance of presenting applications to the study
of linear algebra course in engineering courses. It presents some cases of application
of linear systems, electric circuits in electrical engineering, balancing chemical equationsin
order to balance production and engineering of steel structures in civil engineering. The
problems presented are solved by solving linear matrix systems that involve numerical data,
allowing for manual resolution. Real problems, in general, are larger in size and require
the help of computer software appropriate for the resolution.
Keywords: Matrices, Linear Systems, Engineering Education