Apostila Usp Fonte Chaveada
Apostila Usp Fonte Chaveada
Apostila Usp Fonte Chaveada
Fontes Chaveadas
Prof. Dr. Sérgio Takeo Kofuji
3.1 INTRODUÇÃO
- VCE + VCE
I3 IE
IC IS
VE VS R
- - Rcarga
VE Vs
+ Ia +
As fontes chaveadas são idealmente não dissipativas e, assim como as fontes ferro-
ressonantes, provem elevada eficiência (70% ou mais).
A figura 2 mostra algumas configurações básicas de fonte chaveada. Neste tipo de
circuito, o elemento série funciona como chave. Utilizando-se um transistor bipolar como
elemento série, a idéia é que ele opere ora em corte (quando então a corrente IC é quase
nula), ora em saturação (quando então a tensão VCE é quase nula).
a) Buck
b) Boost
c) Buck-Boost
Na figura 3 temos um circuito Buck e as formas de onda típicas de corrente e tensão. Quando
o transistor conduz, no ponto A temos uma tensão (VE -VCEsat ) e temos o diodo reversamente
polarizado. Há circulação de corrente pelo transistor e pelo indutor. A corrente no indutor
cresce de um valor inicial não nulo até um valor superior, repondo a energia perdida durante o
período em que o transistor esteve cortado (corrente de magnetização). Admitindo-se que a
tensão de saída é constante, as correntes isso lineares e, portanto a variação de corrente no
período é dada por:
Quando o transistor é colocado em corte, para não haver interrupção na corrente pelo
circuito, o indutor força a condução do diodo (conhecido como diodo de retorno, pois tem a
função de prover caminho de corrente para o indutor durante o período de corte do
transistor), fazendo a tensão no ponto A ficar fixa em -0,6 Volt. Neste trecho a corrente no
indutor decresce fornecendo energia à carga de saída (corrente de desmagnetização). A
variação de corrente é dada por:
VE − TOFF VS (1 − δ )
∆I L = I dmg ≅ = (2)
L Lf
1T
VS = ∫ V A (t )dt (3)
T 0
δT
1 T
∫0 (V E − VCEsat )dt − T δ∫T VD dt
1
VS = (4)
T
VS = δ (VE − VCEsat ) − V D (1 − δ ) (5)
(VE − V S )Ton V E δ (1 − δ )
I mg ≅ ≅
L Lf
VT V (1 − δ )
I dmg ≅ S OFF = S
L Lf
δ (1 − δ )VE
I S min = (7)
2 Lf
Para evitar que a corrente de saída caia abaixo de ISmin ; em geral é colocado um resistor
“shunt” interno à fonte, em paralelo com o capacitor.
δ (1 − δ )V E
∆VC = (9)
8LCf 2
Esta expressão permite, para um dado valor de ∆Vc, calcular o valor do capacitor a ser
colocado em paralelo com a carga:
∆V ESR = I mg .ESR (V )
p− p
(11)
A subtensão AVS1 e a sobretensão AVS2 podem ser calculadas a partir das seguintes
expressões:
δ max L∆I S2
∆V S 1 = (13)
(1 − δ max )CVS
L∆I S2
∆VS 2 = (14)
CVS
Em ambas as equações fica claro que para reduzirmos a perturbação da tensão de saída,
ou reduzimos a indutância ou elevamos a capacitância. Como a indutância não pode ser
reduzida abaixo do valor Lmin, o procedimento usual é elevar a capacitância.
a) tensão VCEmáxima
b) Corrente IC
c) Potência
tS
PTCH (on) = VE I S
2T
Na comutação para o corte podemos também utilizar a aproximação triangular (figura 6),
pois inicialmente a corrente IC permanece constante em IS enquanto a tensão VCE sobe quase
linearmente até atingir VE. Depois a corrente IC cai até zero.
Temos:
tq
PTCH (off ) = V E I S
2T
Finalmente, temos:
(t + tq )
PTCH = V E I S
s
(19)
2T
t s + t q ≤ 2Tψ (20)
PTCH
ψ=
Onde ψ PS
Os diodos utilizados em fontes chaveadas devam ter duas características principais: baixa
tensão direta de condução e baixo tempo de recuperação.
A tensão direta de condução é um parâmetro importante na construção de fontes
chaveadas pois quanto maior for VD, maior será a potência dissipada pelo diodo e
consequentemente menor será o rendimento da fonte. Em geral são empregados diodos
Schotty pois apresentam tensão de condução inferior ao dos diodos de silício convencionais.
O tempo de recuperação trr (reverse recovery time) é o tempo necessário para levar um
diodo da condução ao estado de corte. Se este tempo for muito elevado em relação ao
tempo de subida ts do transistor, poderemos ter o transistor e o diodo conduzindo
simultaneamente, acarretando sério risco ao transistor. Em geral o tempo trr é tomado como
sendo um terço do tempo de comutação t. (tempo de subida de corrente) do transistor.
ts
t rr ≤ (21)
3
A tensão máxima reversa do diodo deve ser maior do que a máxima tensão de entrada.
Uma margem de segurança de 20 % é aceitável.
O diodo deve ser especificado de forma a que a máxima corrente direta seja pelo menos
o dobro da corrente máxima de
I F ≥ 2 I S (max ) (23)
capacitor. Dados:
fch = 20 KHz ISmin = 5A
VS = 12 V + 10% VEmin = 20 V
ISmin = 0,5AV Vmax = 30V
Suponha Vd = 0,5 V @ 5 VCEsat = 1,0 V @ 5A
Solução:
a) Cálculo de δ min e δ max
VS = δ (VE − VCEsat ) − VD (1 − δ )
VE max = 30V ⇒ δ min = 0, 42
VE min = 20V ⇒ δ max = 0,64
b) Cálculo de indutância
c) Cálculo do Capacitor
Inicialmente, vamos estimar o valor do capacitor pela equação [20], supondo a ondulação
AVC = 100 mV Assim,
C = 61,7 µF
Eletrônica Experimental Fontes Chaveadas – Cap.4-
11
Vamos utilizar um capacitor cerca de 10x maior, para que só a componente de tensão
devido à resistência série do capacitor influa na ondulação. Assim, escolheremos o valor de
680µF para o capacitor.
δ max= 0,64
L = 370 µH
∆IS= 5A
C= 680 µF
VS = 12 V
obtemos: AVs = 1,9 Volts
Como está especificado a tolerância da tensão de saída em 10%, este valor encontrado
(1,9V) ultrapassa o nível tolerável da tensão de saída (11,2V). Devemos então encontrar qual
o valor do capacitor que permita variações de corrente sem que a tensão de saída ultrapasse
os valores especificados.
Vamos supor que a variação de tensão no capacitor, devido à variação de corrente, seja
de 0,6 Volts (metade do especificado: 1,2 Volts).
Aplicando a equação [13], obtemos o novo valor de capacitor, que é C = 2284 µF. O
valor comercial é 2200 µF.
L= 370 µH
∆IS= 5A
C= 2200 µF
VS= 12 V
obtemos AVS = 0,35 Volts
IF > 10 A
Vr > 36 Volts
h) Especificação do transistor
PTCH
ts + tq ≤ .2T
PS
ICmax > 1OA
BVCEO > 36 Volts
supondo PTCH = 1W e sendo T = 50 µs, temos
ts + tq ≤ 1,67 µs
Até agora vimos que para manter a tensão de saída estável, basta que se varie à largura de
pulso AT para compensar variações da tensão de entrada. O circuito que gera os pulsos de
controle do transistor é conhecido como circuito de controle da fonte chaveada.
O circuito de controle é basicamente um oscilador tipo PWM (Pulse Widht Modulator),
no qual a largura dos pulsos de saída é controlada por um sinal de controle. Este sinal é
gerado por um amplificador de erro a partir da diferença entre uma tensão de referência
constante e uma amostra da tensão de saída. Há portanto um processo de realimentação
negativa que faz com que variações na tensão de saída sejam compensados através da
variação da largura de pulso do sinal de controle do transistor.
Na figura 8 temos o diagrama de blocos de um circuito de controle PWM. A parcela da
tensão de saída αVs é comparada com a tensão de referência VREF para obter o sinal de
erro Verro que por sua vez controla a largura de pulsos δT do oscilador PWM. No caso da
tensão de saída desejada ser igual à tensão VREF, α é igual a 1.
1,1
f OSC = (24)
RT C T
A figura 10 ilustra um típico circuito Buck com o TL494, onde VS = Vref = 5volt
R R
VC = 1 2 VS − 2 Vref (25)
R1 R1
R
[
VC = 2 VS − Vref
R1
] (26)
O circuito pode ser representado através da oscilação de 3 blocos, como mostra a figura
abaixo:
B1 B2 B3
vref
vc δ vs
F1 F2 F3
VC ≅
R2
(V S − Vref )
R1
VC
(1 − δ ) =
VCM
VS = δVE
VS = δVE
V
VS = VE 1 + C
VCM
R 1
VS = VE 1 − 2 (VS − Vref )
R1 VCM
V R Vref R2
VS = 1 + E 2 = VE 1 +
VCM R1 VCM R1
V R
considerando E 2 >> 1L
VCM R1
R2 Vref
e >> 1L
R1 VCM
temos finalmente VS = Vref