Apostila Usp Fonte Chaveada

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CAPÍTULO 3

Fontes Chaveadas
Prof. Dr. Sérgio Takeo Kofuji

3.1 INTRODUÇÃO

As tecnologias atualmente empregadas na construção de fontes de tensão são basicamente


três: ferro-ressonante, linear e chaveada.

3.1.1 FONTES FERRO-RESSONANTES

As fontes ferro-ressonantes se baseiam no princípio de ferro-ressonância e são compostas


basicamente por um transformador operando com o secundário saturado. Operando em
saturação, a densidade de fluxo no secundário é praticamente constante, fazendo com que a
tensão de saída permaneça constante mesmo com variações (tipicamente da ordem de +15%)
da tensão de entrada.
Embora a eficiência (parcela da potência total de entrada que é efetivamente transferida à
carga) deste tipo de fonte seja elevada (da ordem de 70 a 80%), têm a desvantagem de em
geral serem volumosas e pesadas.

3.1.2 FONTES LINEARES

As fontes de tensão linear empregam elementos de controle que, colocados em série ou em


paralelo com a carga, fazem a tensão nesta permanecer constante. A figura 1a mostra uma
fonte série empregando um transistor como elemento série de controle. Em geral não é
possível manter a tensão VCE baixa, fazendo com que haja uma grande perda de potência no
transistor.
A figura 1b mostra umas fontes paralelas com transistor, que em geral é utilizada apenas
para pequenas correntes de carga.

- VCE + VCE
I3 IE
IC IS
VE VS R
- - Rcarga
VE Vs
+ Ia +

a) Fonte Série b) Fonte Paralela


Figura 1 Tipos de Fontes Lineares
Apesar de proverem excelente regulação, as fontes de tensão lineares vem sendo cada vez
menos utilizadas na prática, devido ao fato de apresentarem baixa eficiência. Em fontes
lineares é difícil evitar que uma apreciável parte da potência de entrada seja dissipada pelo
elemento de regulação, tornando difícil e onerosa sua construção para elevadas potências.
Além disso, as fontes lineares ocupam grandes dimensões físicas devido à necessidade de
dissipação de potência e provável utilização de um volumoso transformador de entrada para
isolação e transformação de tensão da entrada.

3.1.3 FONTES CHAVEADAS

As fontes chaveadas são idealmente não dissipativas e, assim como as fontes ferro-
ressonantes, provem elevada eficiência (70% ou mais).
A figura 2 mostra algumas configurações básicas de fonte chaveada. Neste tipo de
circuito, o elemento série funciona como chave. Utilizando-se um transistor bipolar como
elemento série, a idéia é que ele opere ora em corte (quando então a corrente IC é quase
nula), ora em saturação (quando então a tensão VCE é quase nula).

a) Buck

b) Boost

c) Buck-Boost

2 - Tipos Básicos de Fontes Chaveadas

Assim, o produto VCE.IC que corresponde à potência dissipada pelo transistor em


condução permanece sempre baixo aumentando a eficiência da fonte. Evidentemente, na
prática a potência no elemento série não é totalmente nula, mas através de técnicas de circuito

Fontes Chaveadas – Cap.3-2 Eletrônica


Experimental
e adequada escolha de componentes esta potência pode ser reduzida a valores relativamente
baixos em comparação com a dissipada nas fontes lineares.
É importante destacar, entretanto, que a ondulação de saída em fontes chaveadas é muito
maior em relação às fontes lineares (quase uma ordem de grandeza).
Nas três configurações da figura 2, o indutor atua como elemento de armazenamento de
energia, transferindo energia da fonte de entrada para a carga de saída.
A configuração Buck é empregada regulada menor do que a de entrada. A configuração
Boost em contrapartida é utilizada para se obter aumento de tensão. Já a configuração Buck-
Boost é utilizada para se obter inversão de tensão.
Nas três configurações, o capacitor não é propriamente parte essencial do circuito é
utilizado apenas para filtrar as componentes alternadas de tensão na saída.

3.2 FONTE BUCK

3.2.1 OPERAÇÃO BÁSICA

Na figura 3 temos um circuito Buck e as formas de onda típicas de corrente e tensão. Quando
o transistor conduz, no ponto A temos uma tensão (VE -VCEsat ) e temos o diodo reversamente
polarizado. Há circulação de corrente pelo transistor e pelo indutor. A corrente no indutor
cresce de um valor inicial não nulo até um valor superior, repondo a energia perdida durante o
período em que o transistor esteve cortado (corrente de magnetização). Admitindo-se que a
tensão de saída é constante, as correntes isso lineares e, portanto a variação de corrente no
período é dada por:

(VE − V S )Ton Ve δ (1 − δ ) (1)


∆I L = I mg ≅ =
L Lf

Quando o transistor é colocado em corte, para não haver interrupção na corrente pelo
circuito, o indutor força a condução do diodo (conhecido como diodo de retorno, pois tem a
função de prover caminho de corrente para o indutor durante o período de corte do
transistor), fazendo a tensão no ponto A ficar fixa em -0,6 Volt. Neste trecho a corrente no
indutor decresce fornecendo energia à carga de saída (corrente de desmagnetização). A
variação de corrente é dada por:

VE − TOFF VS (1 − δ )
∆I L = I dmg ≅ = (2)
L Lf

Observe que estas correntes dependem apenas da tensão de entrada e da tensão de


saída, sendo completamente independentes da corrente média no indutor ou corrente de carga
de saída. Ou seja, a ondulação de corrente no indutor não depende da corrente de carga de
saída. Se reduzirmos a corrente de carga, a corrente média no indutor deverá cair, mas a
ondulação de corrente no indutor deverá se manter inalterada.

Eletrônica Experimental Fontes Chaveadas – Cap.4-3


Supondo que a resistência série do indutor é desprezível, temos que a tensão CC no
resistor de carga será dada pelo valor médio da tensão de entrada.

Figura 3 - Corrente e tensões em uma Fonte BUCK

1T
VS = ∫ V A (t )dt (3)
T 0

Sendo VA = VE - VCEsat Para 0 < τ ≤ δT


VA = -VD Para δT < t ≤ T

Fontes Chaveadas – Cap.3-4 Eletrônica


Experimental
e 0<δ ≤ t

δT
1 T
∫0 (V E − VCEsat )dt − T δ∫T VD dt
1
VS = (4)
T
VS = δ (VE − VCEsat ) − V D (1 − δ ) (5)

Se considerarmaos VCesat despresóvel em relação a VE e VD despresível em realação


a VS, teremos
VS = δVE (6)

Esta expressão, conhecida como função de transferência de conversão, mostra que a


relação entre a tensão de saída não depende, pelo menos em princípio, da corrente de saída,
e nos sugere um procedimento simples para manter a tensão de saída constante, independente
de variações da tensão de entrada: basta ajustar o coeficiente δ (onde δT é a largura do pulso
de controle do transistor) para compensar variações da tensão de entrada.

3.2.2 CÁLCULO DO INDUTOR

Como já vimos, as correntes de magnetização e desmagnetização do indutor são dadas


respectivamente por:

(VE − V S )Ton V E δ (1 − δ )
I mg ≅ ≅
L Lf
VT V (1 − δ )
I dmg ≅ S OFF = S
L Lf

Se reduzirmos excessivamente a corrente de carga de saída, a corrente no indutor poderá


chegar a se anular. Esta situação, que corresponde ao limiar do modo de operação contínuo,
corresponde a:

δ (1 − δ )VE
I S min = (7)
2 Lf

Para evitar que a corrente de saída caia abaixo de ISmin ; em geral é colocado um resistor
“shunt” interno à fonte, em paralelo com o capacitor.

O valor do indutor que fornece ISmin é dado por:

Eletrônica Experimental Fontes Chaveadas – Cap.4-5


δ min (1 − δ min )VE max
Lmin = (8)
2 I S min f
Figura 4 - Corrente ISmin

3.2.3 CÁLCULO DO CAPACITOR

A escolha do capacitor deve levar em consideração o comportamento em regime permanente


e a resposta a transientes de corrente de saída da fonte.

3.2.3.1 REGIME PERMANENTE


Podemos calcular a ondulação de saída fazendo a integral da corrente no capacitor mostrada
na figura 3. Assim:

δ (1 − δ )V E
∆VC = (9)
8LCf 2

Esta expressão permite, para um dado valor de ∆Vc, calcular o valor do capacitor a ser
colocado em paralelo com a carga:

δ min (1 − δ min )VE max


C≥ (10)
8L∆VC f 2

Na prática, o valor de ondulação de saída é muito maior do que o estimado pela


expressão [9] devido ao fato dos capacitares apresentarem uma resistência série ESR
(Equivalent Serie Resistance), que faz somar à ondulação da expressão [9] uma ondulação
triangular que acompanha a corrente de magnetização e desmagnetização do indutor. Esta
ondulação é dada por:

∆V ESR = I mg .ESR (V )
p− p
(11)

Fontes Chaveadas – Cap.3-6 Eletrônica


Experimental
Como veremos a seguir, para melhorar a resposta da fonte a transitórios de corrente de
saída, normalmente utilizamos um capacitor de valor muito mais elevado do que o calculado
pela expressão [10]. Logo, a ondulação de saída será dada predominantemente pela
resistência série do capacitor e podemos estimar seu valor máximo pela seguinte equação:

∆V ESR max = 2.I S min .ESR (12)

3.2.3.2 RESPOSTA A TRANSIENTES DE CORRENTE


Na determinação da função de transferência de conversor, supôs-se que eventuais variações
da corrente de saída fossem absorvidas pelo indutor e capacitor de modo a manter a tensão
de saída constante. No entanto, se analisarmos o que ocorre no instante da variação da
corrente de saída, observaremos pequenas perturbações na tensão de saída, conforme
ilustrado na figura 5.

Figura 5 - Resposta a Transientes de Corrente

A subtensão AVS1 e a sobretensão AVS2 podem ser calculadas a partir das seguintes
expressões:

δ max L∆I S2
∆V S 1 = (13)
(1 − δ max )CVS
L∆I S2
∆VS 2 = (14)
CVS

Em ambas as equações fica claro que para reduzirmos a perturbação da tensão de saída,
ou reduzimos a indutância ou elevamos a capacitância. Como a indutância não pode ser
reduzida abaixo do valor Lmin, o procedimento usual é elevar a capacitância.

Eletrônica Experimental Fontes Chaveadas – Cap.4-7


3.2.4 ESCOLHA DO TRANSISTOR

a) tensão VCEmáxima

BV CEO > 1,2(VE ( max ) + VD ) (15)

b) Corrente IC

I C ( max ) > 2 I S ( max ) (16)

c) Potência

A potência dissipada no transistor é dada pela soma da potência dissipada no período de


condução e da potência dissipada no chaveamento (comutação).

PT = PTcond + PTchav (17)

A potência dissipada na condução pode ser calculada pela seguinte expressão:

PTcond = VCEsa t.I S .δ (18)

Para calcular a potência dissipada na comutação, vamos nos reportar às curvas de


corrente IC e tensão VCE mostrados na figura 6. Na comutação do corte para a saturação do
transistor, inicialmente a corrente IC sobe quase linearmente até atingir o valor Is, mas a tensão
VCE permanece em VE pois o diodo permanece conduzindo suprindo corrente ao indutor.
Após a corrente IC atingir IC, a tensão VCE cai até o valor VceSat . Fazendo uma aproximação
triangular (figura 7), temos:

tS
PTCH (on) = VE I S
2T

Na comutação para o corte podemos também utilizar a aproximação triangular (figura 6),
pois inicialmente a corrente IC permanece constante em IS enquanto a tensão VCE sobe quase
linearmente até atingir VE. Depois a corrente IC cai até zero.

Temos:

tq
PTCH (off ) = V E I S
2T

Finalmente, temos:

(t + tq )
PTCH = V E I S
s
(19)
2T

Fontes Chaveadas – Cap.3-8 Eletrônica


Experimental
Na figura 6, considera-se:
tsi = tempo de subida da corrente IC
ts = tempo total da comutação do transistor para o estado de saturação
tqi = tempo de queda da corrente IC
tq = tempo total da comutação do transistor para o estado de corte

Figura 6 - Formas de onda de IC e VCE no chaveamento

Eletrônica Experimental Fontes Chaveadas – Cap.4-9


O transistor deverá ainda apresentar tempos de comutação reduzidos de forma a
minimizar a potência dissipada na comutação

t s + t q ≤ 2Tψ (20)
PTCH
ψ=
Onde ψ PS

3.2.5 ESCOLHA DO DIODO

Os diodos utilizados em fontes chaveadas devam ter duas características principais: baixa
tensão direta de condução e baixo tempo de recuperação.
A tensão direta de condução é um parâmetro importante na construção de fontes
chaveadas pois quanto maior for VD, maior será a potência dissipada pelo diodo e
consequentemente menor será o rendimento da fonte. Em geral são empregados diodos
Schotty pois apresentam tensão de condução inferior ao dos diodos de silício convencionais.
O tempo de recuperação trr (reverse recovery time) é o tempo necessário para levar um
diodo da condução ao estado de corte. Se este tempo for muito elevado em relação ao
tempo de subida ts do transistor, poderemos ter o transistor e o diodo conduzindo
simultaneamente, acarretando sério risco ao transistor. Em geral o tempo trr é tomado como
sendo um terço do tempo de comutação t. (tempo de subida de corrente) do transistor.

ts
t rr ≤ (21)
3

A tensão máxima reversa do diodo deve ser maior do que a máxima tensão de entrada.
Uma margem de segurança de 20 % é aceitável.

BV r ≥ 1,2V E( max ) (22)

O diodo deve ser especificado de forma a que a máxima corrente direta seja pelo menos
o dobro da corrente máxima de

I F ≥ 2 I S (max ) (23)

Fontes Chaveadas – Cap.3-10 Eletrônica


Experimental
EXEMPLO 1 (extraído da referência [1])

Especificar os componentes do circuito da figura 7. eficiência da fonte e a ondulação no

capacitor. Dados:
fch = 20 KHz ISmin = 5A
VS = 12 V + 10% VEmin = 20 V
ISmin = 0,5AV Vmax = 30V
Suponha Vd = 0,5 V @ 5 VCEsat = 1,0 V @ 5A

Figura 7 - Fonte BUCK do Exemplo 1

Solução:
a) Cálculo de δ min e δ max

VS = δ (VE − VCEsat ) − VD (1 − δ )
VE max = 30V ⇒ δ min = 0, 42
VE min = 20V ⇒ δ max = 0,64

b) Cálculo de indutância

δ mi n.(1 − δ min )VE max .T


L
2 I S min
L = 365,4 µH

c) Cálculo do Capacitor

Inicialmente, vamos estimar o valor do capacitor pela equação [20], supondo a ondulação
AVC = 100 mV Assim,

C = 61,7 µF
Eletrônica Experimental Fontes Chaveadas – Cap.4-
11
Vamos utilizar um capacitor cerca de 10x maior, para que só a componente de tensão
devido à resistência série do capacitor influa na ondulação. Assim, escolheremos o valor de
680µF para o capacitor.

d) Verificação da resposta a variações de corrente.

d.1) Aumento de Corrente


Utilizando a equação [13] com os valores:

δ max= 0,64

L = 370 µH

∆IS= 5A

C= 680 µF

VS = 12 V
obtemos: AVs = 1,9 Volts

Como está especificado a tolerância da tensão de saída em 10%, este valor encontrado
(1,9V) ultrapassa o nível tolerável da tensão de saída (11,2V). Devemos então encontrar qual
o valor do capacitor que permita variações de corrente sem que a tensão de saída ultrapasse
os valores especificados.
Vamos supor que a variação de tensão no capacitor, devido à variação de corrente, seja
de 0,6 Volts (metade do especificado: 1,2 Volts).

Aplicando a equação [13], obtemos o novo valor de capacitor, que é C = 2284 µF. O
valor comercial é 2200 µF.

d.2) Diminuição de corrente


Utilizando a equação [14] com os seguintes valores:

L= 370 µH
∆IS= 5A
C= 2200 µF
VS= 12 V
obtemos AVS = 0,35 Volts

Fontes Chaveadas – Cap.3-12 Eletrônica


Experimental
e) Cálculo da ondulação
Como o valor da capacitância de saída é muito maior do que o calculado, a componente
principal da ondulação será causada pela resistência ESR do capacitor. Supondo que ESR =
0,1 n e aplicando a equação [12], obtemos:

∆V ESR = 2 I S min ESR = 0,1V pp

g) Especificação do diodo (diodo schottky)

IF > 10 A
Vr > 36 Volts

h) Especificação do transistor

PTCH
ts + tq ≤ .2T
PS
ICmax > 1OA
BVCEO > 36 Volts
supondo PTCH = 1W e sendo T = 50 µs, temos
ts + tq ≤ 1,67 µs

3.2.6 CIRCUITO DE CONTROLE

Até agora vimos que para manter a tensão de saída estável, basta que se varie à largura de
pulso AT para compensar variações da tensão de entrada. O circuito que gera os pulsos de
controle do transistor é conhecido como circuito de controle da fonte chaveada.
O circuito de controle é basicamente um oscilador tipo PWM (Pulse Widht Modulator),
no qual a largura dos pulsos de saída é controlada por um sinal de controle. Este sinal é
gerado por um amplificador de erro a partir da diferença entre uma tensão de referência
constante e uma amostra da tensão de saída. Há portanto um processo de realimentação
negativa que faz com que variações na tensão de saída sejam compensados através da
variação da largura de pulso do sinal de controle do transistor.
Na figura 8 temos o diagrama de blocos de um circuito de controle PWM. A parcela da
tensão de saída αVs é comparada com a tensão de referência VREF para obter o sinal de
erro Verro que por sua vez controla a largura de pulsos δT do oscilador PWM. No caso da
tensão de saída desejada ser igual à tensão VREF, α é igual a 1.

Eletrônica Experimental Fontes Chaveadas – Cap.4-


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Figura 8 - Diagrama de Blocos de uma Fonte Buck

3.2.6.1 Descrição do TL494


Atualmente são disponíveis comercialmente diversos circuitos integrados de controle PWM,
facilitando enormemente a construção de fontes chaveadas. Na figura 10 temos o diagrama de
blocos do CI TL494 (ou µA494) que é um dos CIs mais utilizados para a construção de
fontes chaveadas e é o que será utilizado neste experimento.

Fontes Chaveadas – Cap.3-14 Eletrônica


Experimental
Figura 9 - Diagrama de Blocos do CI TL494

3.2.6.2 OSCILADOR DENTE-DE-SERRA


O oscilador dente-de-serra interno do TL494 e programável, sendo a freqüência determinada
por um capacitor CT e um resistor RT externos. A escolha de CT e RT para uma dada
freqüência de chaveamento é feita de um gráfico fornecido pelo fabricante. Para o Motorola
TL494 a freqüência é dada aproximadamente por:

1,1
f OSC = (24)
RT C T

A modulação PWM é realizada através da comparação do sinal dente-de-serra com o


sinal de erro. No inicio da varredura do dente-de-serra, o sinal de saída que controla a
condução do transistor de chaveamento é disposto em nível baixo, mantendo-se neste nível
enquanto o nível do sinal dente-de-serra estiver abaixo do sinal de erro. Quando o sinal
dente-de-serra ultrapassar o sinal de erro, o sinal de saída é disposto em nível alto fazendo
conduzir o transistor de chaveamento.

3.2.6.3 AMPLIFICADOR DE ERRO


O amplificador de erro amplia a diferença entre a tensão de saída e a tensão de referência
interna (5 Volts ± 5%) para gerar o sinal de erro. Um segundo amplificador de erro é provido
no CI tipicamente para a detecção de sobrecorrente de saída.

3.2.6.4 CONTROLE DE SAÍDA


O pino de controle OC de saída permite que sejam gerados sinais de controle para
transistores operando em configuração push-pull, ou seja, sinais não superpostos no tempo e
em oposição de fase. Se o pino estiver aterrado, isso gerados sinais para operação com um
único transistor de chaveamento (single-ended).

3.2.6.5 GERADOR DE TEMPO MORTO


Para possibilitar que o(s) transistor(es) tenham tempo suficiente para cortar e saturar, o ciclo
útil (duty cycle) é limitado através da inserção de um tempo morto (dead time). O tempo
morto é aproximadamente 3 a 5% se o controle de tempo morto estiver aterrado. Podemos
variar o tempo morto ajustando a tensão do terminal de controle de tempo morto.

Eletrônica Experimental Fontes Chaveadas – Cap.4-


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3.2.7 EXEMPLO DE Ir CIRCUITO BUCK COM O TL494

A figura 10 ilustra um típico circuito Buck com o TL494, onde VS = Vref = 5volt

A figura 10 circuito Buck com TL494

A tensão de erro Vc é dada por:

 R  R
VC = 1 2 VS − 2 Vref (25)
 R1  R1
R
[
VC = 2 VS − Vref
R1
] (26)

A resistência R3 é dada por:


R3 = R2 // R1 (27)

A resistência R4 e o capacitor C2 formam um circuito de compensação de freqüência


da fonte chaveada. Ele tem por função evitar que ocorram oscilações ou sobretenções
exageradas na saída devido a pólos e zeros do circuito de conversão e filtragem.
Como o sinal de controle de saída OC está aterrado, o circuito está configurado
para operar no modo single-ended, com os dois transistores internos T1 e T2
interligados em paralelo.

Fontes Chaveadas – Cap.3-16 Eletrônica


Experimental
Quando a tensão da rampa for maior do que a tensão de controle Vc, T1 e T2 estão
em condução. Como os emissores estão aterrados, o transistor T3PNP externo é
colocado em estado de saturação através dos resistores R4 e R5.
Quando a tensão da rampa estiver menor do que a tensão de erro Vc, os
transistores T1 e T2 estarão em corte. O resistor R4 deve neste caso forçar o corte do
transistor externo PNP T3, e deve ser suficientemente baixo para retirar rapidamente as
cargas armazenadas em saturação na base de T3 e reduzir o tempo de queda de
corrente Ic.

Detalhamento da operação da fonte Buch com o TL494:

O circuito pode ser representado através da oscilação de 3 blocos, como mostra a figura
abaixo:

B1 B2 B3
vref
vc δ vs
F1 F2 F3

O bloco B1 é o amplificador de erro, sendC sua salda dada por:

VC ≅
R2
(V S − Vref )
R1

O bloco B2 e o gerador PWM, que consiste basicamente de um comparador em cujas


entradas temos aplicado o sinal de erro Vc e a rampa gerada pelo oscilador deslocado de 0,7
Volt. Como mostra a figura abaixo. Enquanto a tensão da rampa for menor do que a tensão
do sinal de erro a saída do comparador permanecera em 0. Quando a rampa atingir um nível
maior ou igual à tensão de erro, a saída do comparador vai para o nível alto, permanecendo
neste estado ate o reinicio do ciclo.

Eletrônica Experimental Fontes Chaveadas – Cap.4-


17
Portanto, podemos escrever que:

VC
(1 − δ ) =
VCM

O Bloco B3 é o conversor CC-CC e como já vimos anteriormente, a tensão de saída é


relacionada com o fator δ pela seguinte expressão.

VS = δVE

Portanto, podemos escrever que:

VS = δVE
 V 
VS = VE 1 + C 
 VCM 
 R 1 
VS = VE 1 − 2 (VS − Vref )
 R1 VCM 
 V R   Vref R2 
VS = 1 + E 2  = VE 1 + 
 VCM R1   VCM R1 
V R
considerando E 2 >> 1L
VCM R1
R2 Vref
e >> 1L
R1 VCM
temos finalmente VS = Vref

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