Salvamento em Altura e Resgate
Salvamento em Altura e Resgate
Salvamento em Altura e Resgate
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SALVAMENTO EM ALTURA
MSA
1 Edio 2006
Volume 26
Os direitos autorais da presente obra pertencem ao Corpo de Bombeiros da Polcia Militar do Estado de So Paulo. Permitida a reproduo parcial ou total desde que citada a fonte.
PMESP
CCB
COMISSO Comandante do Corpo de Bombeiros Cel PM Antonio dos Santos Antonio Subcomandante do Corpo de Bombeiros Cel PM Manoel Antnio da Silva Arajo Chefe do Departamento de Operaes Ten Cel PM Marcos Monteiro de Farias Comisso coordenadora dos Manuais Tcnicos de Bombeiros Ten Cel Res PM Silvio Bento da Silva Ten Cel PM Marcos Monteiro de Farias Maj PM Omar Lima Leal Cap PM Jos Luiz Ferreira Borges 1 Ten PM Marco Antonio Basso Comisso de elaborao do Manual Cap PM Edison Ramos de Quadros Cap PM Rogrio Guidette 1 Ten PM Mrio Pugliese Falararo 1 Ten PM Renato de Natale Jnior 1 Ten PM Daniel Tenrio dos Santos 1 Ten PM Eli Jos Tavares 1 Ten PM Robson Garcia de Ges 1 Ten PM Carlos Alberto de Camargo Jnior 1 Ten PM Adriano Martins Sub Ten PM Odair Marques da Silva 2 Sgt PM Jos Francisco da Silva Filho 3 Sgt PM Osvaldo Joo Tondati Jnior Cb PM Jlio Csar Damasceno Comisso de Reviso de Portugus 1 Ten PM Fauzi Salim Katibe 1 Sgt PM Nelson Nascimento Filho 2 Sgt PM Davi Cndido Borja e Silva Cb PM Fbio Roberto Bueno Sd PM Vitanei Jesus dos Santos
PREFCIO - MTB
No incio do sculo XXI, adentrando por um novo milnio, o Corpo de Bombeiros da Polcia Militar do Estado de So Paulo vem confirmar sua vocao de bem servir, por meio da busca incessante do conhecimento e das tcnicas mais modernas e atualizadas empregadas nos servios de bombeiros nos vrios pases do mundo. As atividades de bombeiros sempre se notabilizaram por oferecer uma diversificada gama de variveis, tanto no que diz respeito natureza singular de cada uma das ocorrncias que desafiam diariamente a habilidade e competncia dos nossos profissionais, como relativamente aos avanos dos equipamentos e materiais especializados empregados nos atendimentos. Nosso Corpo de Bombeiros, bem por isso, jamais descuidou de contemplar a preocupao com um dos elementos bsicos e fundamentais para a existncia dos servios, qual seja: o homem preparado, instrudo e treinado. Objetivando consolidar os conhecimentos tcnicos de bombeiros, reunindo, dessa forma, um espectro bastante amplo de informaes que se encontravam esparsas, o Comando do Corpo de Bombeiros determinou ao Departamento de Operaes, a tarefa de gerenciar o desenvolvimento e a elaborao dos novos Manuais Tcnicos de Bombeiros. Assim, todos os antigos manuais foram atualizados, novos temas foram pesquisados e desenvolvidos. Mais de 400 Oficiais e Praas do Corpo de Bombeiros, distribudos e organizados em comisses, trabalharam na elaborao dos novos Manuais Tcnicos de Bombeiros - MTB e deram sua contribuio dentro das respectivas especialidades, o que resultou em 48 ttulos, todos ricos em informaes e com excelente qualidade de sistematizao das matrias abordadas. Na verdade, os Manuais Tcnicos de Bombeiros passaram a ser contemplados na continuao de outro exaustivo mister que foi a elaborao e compilao das Normas do Sistema Operacional de Bombeiros (NORSOB), num grande esforo no sentido de evitar a perpetuao da transmisso da cultura operacional apenas pela forma verbal, registrando e consolidando esse conhecimento em compndios atualizados, de fcil acesso e consulta, de forma a permitir e facilitar a padronizao e aperfeioamento dos procedimentos.
O Corpo de Bombeiros continua a escrever brilhantes linhas no livro de sua histria. Desta feita fica consignado mais uma vez o esprito de profissionalismo e dedicao causa pblica, manifesto no valor dos que de forma abnegada desenvolveram e contriburam para a concretizao de mais essa realizao de nossa Organizao. Os novos Manuais Tcnicos de Bombeiros - MTB so ferramentas importantssimas que vm juntar-se ao acervo de cada um dos Policiais Militares que servem no Corpo de Bombeiros. Estudados e aplicados aos treinamentos, podero proporcionar inestimvel
ganho de qualidade nos servios prestados populao, permitindo o emprego das melhores tcnicas, com menor risco para vtimas e para os prprios Bombeiros, alcanando a excelncia em todas as atividades desenvolvidas e o cumprimento da nossa misso de proteo vida, ao meio ambiente e ao patrimnio. Parabns ao Corpo de Bombeiros e a todos os seus integrantes pelos seus novos Manuais Tcnicos e, porque no dizer, populao de So Paulo, que poder continuar contando com seus Bombeiros cada vez mais especializados e preparados.
Coronel PM ANTONIO DOS SANTOS ANTONIO Comandante do Corpo de Bombeiros da Polcia Militar do Estado de So Paulo
MSA SALVAMENTO EM ALTURA 1. INTRODUO..................................................................................................... 1.1 Breve histrico da atividade de salvamento em altura....................................... 1.2 Conceito de salvamento em altura .................................................................... 1.3 Caractersticas do servio.................................................................................. 1.4 Norma Operacional de Bombeiro NOB 29 ..................................................... 2. CORDAS ............................................................................................................. 2.1 Tipos de fibras.................................................................................................... 2.1.1 Poliolefinas...................................................................................................... 2.1.2 Polister.......................................................................................................... 2.1.3 Poliamida........................................................................................................ 2.2 Construo da corda.......................................................................................... 2.3 Cordas dinmicas e estticas............................................................................ 2.3.1 Cordas dinmicas........................................................................................... 2.3.2 Cordas estticas............................................................................................. 2.4 Resistncia da corda......................................................................................... 2.5 Caractersticas das cordas de salvamento........................................................ 2.6 Cuidados com a corda....................................................................................... 2.7 Inspeo da corda.............................................................................................. 2.7.1 Como inspecionar a corda.............................................................................. 2.7.2 Histrico de uso.............................................................................................. 2.8 Acondicionamento da corda............................................................................... 2.8.1 Acondicionamento por um bombeiro.............................................................. 2.8.2 Acondicionamento por dois bombeiros........................................................... 2.8.3 Acondicionamento em sacola......................................................................... 3. EQUIPAMENTOS................................................................................................ 3.1 Normalizao..................................................................................................... 3.1.1 National Fire Protection Association............................................................... 3.1.2 Unio Internacional das Associaes de Alpinismo........................................ 3.1.3 Outras normas................................................................................................ 3.2 Conectores metlicos......................................................................................... 3.2.1 Malha rpida................................................................................................... 3.2.2 Mosqueto...................................................................................................... 3.3 Fita tubular......................................................................................................... 01 02 04 04 04 05 06 06 06 06 06 07 07 07 07 08 08 08 08 09 10 10 12 13 15 16 16 16 16 17 17 17 19
MSA SALVAMENTO EM ALTURA 3.4 Cordim................................................................................................................ 3.5 Protees........................................................................................................... 3.6 Descensores...................................................................................................... 3.6.1 Freio oito......................................................................................................... 3.6.2 Rack................................................................................................................ 3.7 Bloqueadores mecnicos................................................................................... 3.7.1 Bloqueador estrutural...................................................................................... 3.7.2 Ascensor de punho......................................................................................... 3.8 Placa de ancoragem.......................................................................................... 3.9 Cadeira de salvamento...................................................................................... 3.10 Cabo da vida.................................................................................................... 3.11 Tringulo de salvamento.................................................................................. 3.12 Polias............................................................................................................... 3.13 Capacete.......................................................................................................... 3.14 Luvas................................................................................................................ 3.15 Estribo.............................................................................................................. 3.16 Macas............................................................................................................... 3.16.1 Maca-cesto.................................................................................................... 3.16.2 SKED............................................................................................................ 4. NS..................................................................................................................... 4.1 Terminologia...................................................................................................... 4.2 Ns operacionais............................................................................................... 4.2.1 Volta do fiel..................................................................................................... 4.2.2 Trapa............................................................................................................... 4.2.3 Oito duplo........................................................................................................ 4.2.4 Nove................................................................................................................ 4.2.5 Sete................................................................................................................. 4.2.6 Oito duplo de alas duplas.............................................................................. 4.2.7 Borboleta......................................................................................................... 4.2.8 Direito.............................................................................................................. 4.2.9 Pescador duplo............................................................................................... 4.2.10 N de agulha................................................................................................. 4.2.11 N de fita....................................................................................................... 19 20 20 20 21 21 21 22 22 22 25 25 26 26 27 27 27 28 28 30 31 31 31 32 33 33 33 34 35 35 35 36 36
MSA SALVAMENTO EM ALTURA 4.2.12 Meia volta do fiel........................................................................................... 4.2.13 N de mula.................................................................................................... 4.2.14 Prussik.......................................................................................................... 4.2.15 Belonesi........................................................................................................ 4.3 Cadeiras............................................................................................................. 4.3.1 Balso pelo seio................................................................................................ 4.3.2 Balso de calafate............................................................................................. 4.3.3 Arremate no trax........................................................................................... 4.3.4 Cadeira rpida com fita tubular....................................................................... 4.3.5 Cadeira de alpinista........................................................................................ 4.4 Ns auxiliares..................................................................................................... 4.4.1 Boca de lobo................................................................................................... 4.4.2 Volta da ribeira................................................................................................ 4.4.3 Escota............................................................................................................. 4.4.4 Lais de guia..................................................................................................... 5. ANCORAGENS.................................................................................................... 5.1 Sistemas de ancoragem.................................................................................... 5.2 Ancoragem prova de bomba........................................................................... 5.3 Equalizao........................................................................................................ 5.4 Back-up.............................................................................................................. 5.5 Formas de ancoragem....................................................................................... 5.5.1 N sem tenso................................................................................................ 5.5.2 Utilizao de fitas tubulares............................................................................ 5.5.3 Utilizao de cordins....................................................................................... 5.5.4 Utilizao de mosquetes............................................................................... 5.5.5 Montagem de ancoragem simples.................................................................. 5.6 Improvisaes.................................................................................................... 5.6.1 Uso de escadas portteis................................................................................ 5.6.2 Ancoragem humana........................................................................................ 5.6.3 Meios de fortuna............................................................................................. 6. SEGURANA...................................................................................................... 6.1 Princpios gerais de segurana.......................................................................... 6.1.1 Conceitos mentais........................................................................................... 37 37 38 39 39 39 39 40 41 41 42 42 43 43 44 45 46 46 47 49 50 50 51 51 51 52 53 53 53 54 55 57 57
MSA SALVAMENTO EM ALTURA 6.1.2 Conceitos fsicos............................................................................................. 6.1.3 Conceitos de equipe....................................................................................... 6.1.4 Conceitos de prioridade.................................................................................. 6.2 Sistemas de segurana...................................................................................... 6.2.1 Fora de choque............................................................................................. 6.2.2 Fator de queda................................................................................................ 6.3 Tcnicas de progresso com segurana........................................................... 6.3.1 Proteo de via horizontal............................................................................... 6.3.2 Proteo de via vertical................................................................................... 6.4 Procedimentos prticos de segurana............................................................... 7. RAPEL................................................................................................................. 7.1 Tcnica do rapel................................................................................................ 7.2 Rapel militar....................................................................................................... 7.3 Rapel com aparelhos......................................................................................... 7.3.1 Insero do mosqueto na cadeira................................................................. 7.3.2 Passagem da corda pelo freio oito.................................................................. 7.3.3 Passagem da corda pelo rack......................................................................... 7.3.4 Passagem da corda pelo mosqueto (meia volta do fiel)............................... 7.3.5 Fixao do freio e travamento do mosqueto................................................. 7.3.6 Calamento de luvas....................................................................................... 7.3.7 Conferncia e alerta ao segurana................................................................. 7.3.8 Segurana....................................................................................................... 7.3.9 Execuo do rapel.......................................................................................... 7.4 Travas................................................................................................................ 7.4.1 Trava do oito................................................................................................... 7.4.2 Trava do oito de resgate................................................................................. 7.4.3 Trava do rack.................................................................................................. 7.4.4 Trava do meia volta do fiel.............................................................................. 7.5 Variaes do rapel............................................................................................. 7.5.1 Rapel positivo.................................................................................................. 7.5.2 Rapel negativo................................................................................................ 7.5.3 Rapel auto-assegurado................................................................................... 7.5.3.1 Auto-resgate................................................................................................. 57 57 57 58 58 58 60 60 61 62 64 65 65 65 65 66 67 68 69 69 69 69 70 71 71 73 74 75 75 75 75 76 76
MSA SALVAMENTO EM ALTURA 7.5.4 Rapel guiado................................................................................................... 7.5.5 Rapel ejetvel................................................................................................. 7.5.6 Rapel debreado.............................................................................................. 7.5.7 Rapel de helicptero....................................................................................... 8. ASCENSO......................................................................................................... 8.1 Ascenso com aparelhos bloqueadores............................................................ 8.1.1 Montagem do sistema..................................................................................... 8.1.2 Execuo........................................................................................................ 8.1.3 Descrio da tcnica....................................................................................... 8.2 Ascenso com ns bloqueadores...................................................................... 8.2.1 Montagem do sistema e progresso vertical.................................................. 8.2.2 Execuo........................................................................................................ 8.3 Recomendaes importantes............................................................................ 8.4 Ascenso em estruturas metlicas.................................................................... 8.4.1 Operacionalizao do sistema........................................................................ 8.4.2 Execuo........................................................................................................ 8.5 Ascenso em rvores........................................................................................ 8.5.1 Ascenso com ns boca de lobo.................................................................... 8.5.2 Escalada direta............................................................................................... 9. VANTAGEM MECNICA..................................................................................... 9.1 Conceitos bsicos de fsica................................................................................ 9.2 Polias................................................................................................................. 9.3 Montagem de sistemas de vantagem mecnica................................................ 9.3.1 Regra dos doze............................................................................................... 9.3.2 Ao de trao................................................................................................ 9.3.3 Sistema de captura de progresso................................................................... 9.4 Sistemas de vantagem mecnica...................................................................... 9.4.1 Sistema simples.............................................................................................. 9.4.1.1 Simples estendido........................................................................................ 9.4.1.2 Simples reduzido.......................................................................................... 9.4.1.3 Simples independente.................................................................................. 9.4.2 Sistema combinado......................................................................................... 9.4.3 Montagem prtica de um sistema simples reduzido (3:1)............................... 76 77 77 77 80 81 81 81 83 84 84 85 86 86 86 88 88 88 90 91 92 93 94 94 94 94 95 95 95 96 97 97 98
MSA SALVAMENTO EM ALTURA 10. TIROLESA......................................................................................................... 10.1 Potencial de estresse e falha do equipamento................................................ 10.2 Determinando a tenso da corda..................................................................... 10.3 Elementos da tirolesa....................................................................................... 10.3.1 Linha de sustentao.................................................................................... 10.3.2 Sistema de freio............................................................................................ 10.3.3 Sistema de recuperao............................................................................... 10.3.4 Carga............................................................................................................ 10.3.5 Utilizao de cordas duplas.......................................................................... 10.4 Angulao da tirolesa....................................................................................... 11. SALVAMENTO................................................................................................... 11.1 Salvamento de vtimas sem trauma................................................................. 11.1.1 Vtima-bombeiro............................................................................................ 11.1.2 Bombeiro-vtima............................................................................................ 11.1.3 Resgate com freio fixo.................................................................................. 11.1.4 Transferncia de linha.................................................................................. 11.1.5 Debreagem do sistema................................................................................. 11.2 Salvamento de vtimas com trauma................................................................. 11.2.1 Maca-cesto.................................................................................................... 11.2.1.1 Preparao da maca.................................................................................. 11.2.1.2 Preparao da vtima................................................................................. 11.2.1.3 Uso de corda guia...................................................................................... 11.2.1.4 Amarrao para mudana de sentido de deslocamento............................ 11.2.1.5 Conferncia prvia do material montado................................................... 11.2.2. SKED............ .............................................................................................. 11.2.2.1 Preparao da vtima................................................................................. 11.2.2.2 Encordamento............................................................................................ 11.2.2.3 Conferncia prvia do material montado................................................... 11.2.3 Remoo vertical.......................................................................................... 11.2.4 Acompanhamento da maca por bombeiro.................................................... 11.2.5 Rapel com maca... ....................................................................................... 11.2.6 Tirolesa com maca........................................................................................ 11.2.7 Iamento de maca......................................................................................... 101 102 102 103 103 103 104 105 105 105 106 107 107 110 111 112 115 115 116 116 118 121 121 121 122 122 123 123 124 124 125 126 127
MSA SALVAMENTO EM ALTURA 11.2.8 Salvamento com auxlio de escadas portteis.............................................. 11.2.8.1 Escada trilho.............................................................................................. 11.2.8.2 Escada mo-francesa................................................................................ 11.2.8.3 Escada rebatida......................................................................................... 11.3 Resgate de mltiplas vtimas em local de risco............................................... 11.3.1 Elevador....................................................................................................... 11.3.2 Tirolesa......................................................................................................... 11.3.3 Pndulo......................................................................................................... 11.3.4 Rede de abordagem..................................................................................... 11.3.5 Uso de viaturas areas................................................................................. BIBLIOGRAFIA........................................................................................................ 127 127 129 130 131 131 132 133 134 134 136
Este Manual tem por objetivo reunir informaes e padronizar procedimentos relativos atividade de salvamento em altura, com vistas segurana e qualidade do servio prestado, por meio de uma linguagem simples e compreensvel, servindo de um guia prtico destinado ao efetivo operacional: a Prontido. Convm destacar que esta modalidade de atividade requer adaptao, constante prtica e atualizao e que este Manual foi elaborado sob carter informativo, servindo para esclarecer dvidas e relembrar tpicos, atravs de onze captulos: 1. Introduo; 2. Cordas; 3. Equipamentos; 4. Ns; 5. Ancoragens; 6. Segurana; 7. Rapel; 8. Ascenso; 9. Vantagem Mecnica; 10. Tirolesa, e 11. Salvamento.
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MSA
INTRODUO
1.1 Breve histrico da atividade de salvamento em altura As atividades de salvamento foram realizadas desde os primrdios do bombeiro paulista e, em sua histria, encontramos algumas referncias a respeito. Em 1874, quando foi criada uma turma de bombeiros com dez homens egressos do Corpo de Bombeiros da Corte, foram adquiridos poucos materiais, dentre os quais um saco salva-vidas (o primeiro material para salvamento de que se tem notcia). Em 1924, com a denominao de Batalho de Bombeiros Sapadores, o bombeiro reequipado pelo Estado e, dentre os novos equipamentos, referencia-se a aquisio de uma auto-escada pivotante Magyrus. Em 1931, o Tenente Coronel Affonso Luiz Cianciulli assumiu o comando dos bombeiros e dedicou cuidados especiais ao servio de salvao, implementando melhoramentos e invenes suas, como carretilhas de salvao, alm de um carro especial para salvamento de pessoas cadas em poos. Em 1950, foi criada a Seo de Salvao que contou com equipamentos, instruo e efetivo prprios. Em 1964, aps receber outras denominaes, passou a chamar-se 4 Companhia de Bombeiros, sob o comando do 1 Ten Jos Carnecina Martins, at 1969, quando assumiu o comando o 1 Ten Hlio Barbosa Caldas, havendo novo aumento de efetivo, aquisio de equipamentos e maior especializao dos homens nas reas de educao fsica, mergulho, salvamento em altura e sobrevivncia. A 8 Companhia de
Bombeiros (Salvamento) foi criada em 1973 e, em 1975, as 4 e 8 Cias passaram a ser denominadas 1 e 2 Grupamentos de Busca e Salvamento, atravs da Lei 616. Indubitavelmente, os grandes incndios ocorridos na dcada de 70 representaram um divisor de guas na histria do Corpo de Bombeiros do Estado de So Paulo, a partir dos quais importantes mudanas na legislao de preveno, bem como, novos equipamentos e viaturas foram implementadas. Em 24 de fevereiro de 1972, ocorreu o catastrfico incndio do Edifcio Andraus, que atingiu 31 andares, ceifando 16 vidas e ferindo outras 375. Este foi o primeiro incndio em que houve o emprego bem sucedido de helicpteros no salvamento de mltiplas vtimas. Em 1 de fevereiro de 1974, o incndio no Edifcio Joelma causou 189 mortes e 320 feridos. Desta vez, o emprego de aeronaves no foi bem sucedido como no incndio do Edifcio Andraus e muitas das vtimas sucumbiram no telhado, esperando resgate por helicpteros.
EDIFCIO ANDRAUS
EDIFCIO JOELMA
Em 14 de fevereiro de 1981, um grande incndio irrompeu no Edifcio Grande Avenida, ocasionando 17 vtimas fatais e 53 feridos. Uma das imagens que marcou este incndio, foi a travessia de um bombeiro, atravs de uma corda, at uma vtima e seu casal de filhos para resgat-los. Em 1996, tivemos o incndio na favela de Helipolis em que, mais uma vez, houve o acesso e remoo de vtimas atravs de helicptero, alm do uso da tcnica de rapel nas operaes de salvamento.
FAVELA DE HELIPOLIS
At 1992, a especializao em salvamento em altura era realizada atravs do Estgio de Salvamento em Altura (ESA). Naquele ano, seu currculo foi reformulado e reconhecido perante a Diretoria de Ensino da PMESP, sendo institudo o Curso de Salvamento em Altura (CSAlt). Em 1998, a atividade de salvamento em altura sofreu mais uma importante evoluo, a partir da introduo de novas tcnicas, conceitos e equipamentos que, entretanto, no alcanaram todos os rinces do Estado, por conta de diferenas de condies materiais financeiras e de pessoal.
Atividade de bombeiro especializada no salvamento de vtimas em local elevado, atravs do uso de equipamentos e tcnicas especficas, com vistas ao acesso e remoo do local ou condio de risco vida, de quem no consiga sair por si s, em segurana.
1.3 Caractersticas do servio Diferentemente de outros atendimentos, como em um acidente automobilstico, em que na maioria das vezes as equipes esto concentradas ao redor do veculo e tm contato entre si ou em um incndio em que os componentes da guarnio normalmente esto unidos, ao menos, pelas linhas de mangueiras, o atendimento a uma ocorrncia de salvamento em altura usualmente se d de forma isolada, uma vez que envolve um cenrio em trs dimenses, em que a vtima encontra-se suspensa em um local elevado de difcil acesso. Assim, o bombeiro que efetuar a interveno propriamente dita, dever estar seguro de si, ter domnio das tcnicas e do manuseio de equipamentos, atuando de forma rpida, precisa e segura.
1.4 Norma Operacional de Bombeiro NOB 29 A NOB-29 a norma operacional do Corpo de Bombeiros da PMESP que trata sobre a atividade de salvamento em altura, com o objetivo de estabelecer critrios tcnicos claros, com vistas regulamentao e padronizao dessa especialidade, garantindo a eficincia e a eficcia do servio operacional do Corpo de Bombeiros, com base em um sistema organizado que contemple o bombeiro, o equipamento e o atendimento da emergncia propriamente dito. Est organizada em quatro partes que versam sobre o sistema de salvamento em altura, pessoal, equipamentos e operaes e impe aos comandantes de fraes de tropa, do comandante de prontido ao comandante de Grupamento de Bombeiro, a incumbncia da fiscalizao, nas respectivas esferas de atribuies, do fiel cumprimento da norma quanto confeco de escalas de servio, distribuio de viaturas e equipamentos, uso e conservao de materiais, treinamento de pessoal e atendimento a ocorrncias. Para melhor compreenso deste Manual, indicamos leitura e conhecimento dessa Norma.
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MSA
CORDAS
As cordas representam o elemento bsico do salvamento em altura, tanto que encontramos diversas literaturas internacionais que utilizam a expresso resgate com cordas (rope rescue). Na maior parte das vezes, a corda representa a nica via de acesso vtima ou a nica ligao do bombeiro a um local seguro, razo pela qual merece ateno e cuidados especiais.
2.1
Tipos de fibras As cordas so feitas de fibras naturais (algodo, juta, cnhamo, sisal, entre outras) ou
sintticas. Devido as caractersticas das fibras naturais, como a baixa resistncia mecnica, sensibilidade a fungos, mofo, pouca uniformidade de qualidade e a relao desfavorvel entre peso, volume e resistncia, apenas cordas de fibras sintticas devem ser utilizadas em servios de salvamento. Dentre as fibras sintticas, destacamos: 2.1.1 Poliolefinas (polipropileno e polietileno): so fibras que no absorvem gua e so empregadas quando a propriedade de flutuar importante, como por exemplo, no salvamento aqutico. Porm, estas fibras se degradam rapidamente com a luz solar e, devido a sua baixa resistncia abraso, pequena resistncia a suportar choques e baixo ponto de fuso, so contra-indicadas para operaes de salvamento em altura (proibidas para trabalhos sob carga). 2.1.2 Polister: as fibras de polister tm alta resistncia quando midas, ponto de fuso em torno de 250C, boa resistncia abraso, aos raios ultra-violetas e a cidos e outros produtos qumicos, entretanto, no suportam foras de impacto ou cargas contnuas to bem quanto as fibras de poliamida. So utilizadas em salvamento, misturadas com poliamida, em ambientes industriais. 2.1.3 Poliamida (nylon): boa resistncia abraso, em torno de 10% mais resistente trao do que o polister, mas perde de 10 a 15% de sua resistncia quando mido, recuperando-a ao secar. Excelente resistncia a foras de impacto. Material indicado para cordas de salvamento em altura.
2.2
Construo da corda Para a construo de uma corda, as fibras podem ser torcidas, tranadas ou
dispostas sob a forma de capa e alma. As cordas destinadas a servios de salvamento possuem capa e alma. A alma da corda confeccionada por milhares de fibras e 6
responsvel por cerca de 80% da resistncia da corda. A capa recobre a alma, protegendo-a contra a abraso e outros agentes agressivos, respondendo pelos 20% restantes da resistncia da corda.
CAPA E ALMA
2.3
Cordas dinmicas e cordas estticas 2.3.1 Cordas dinmicas So cordas de alto estiramento (elasticidade) usadas principalmente para fins
esportivos na escalada em rocha ou gelo. Esta caracterstica permite absorver o impacto, em caso de queda do escalador, sem transferir a ele a fora de choque, evitando assim leses. Sua alma composta por um conjunto de fios e cordes torcidos em espiral, fechados por uma capa.
CORDA DINMICA
2.3.2 Cordas estticas So cordas de baixo estiramento (elasticidade) usadas em espeleologia, rapel, operaes tticas, segurana industrial e salvamento, situaes que o efeito i-i contraindicado e em que se desconsidera o risco de impacto por queda. Para tanto, os cordes da alma so paralelos entre si, ao contrrio das dinmicas, em que so torcidos.
CORDA ESTTICA
2.4
Resistncia da corda A resistncia de uma corda estabelecida como carga de ruptura. A corda deve ter
uma carga de ruptura vrias vezes maior do que a carga que ir suportar. Esta relao entre resistncia e carga conhecida como fator de segurana. O fator de segurana 5:1
considerado adequado para transportar equipamentos, mas insuficiente se vidas humanas dependem da resistncia da corda, quando adotamos o fator de segurana 15:1.
2.5
Caractersticas das cordas de salvamento As cordas de salvamento so cordas estticas com capa e alma e fibras de
poliamida. De acordo com a norma NFPA-1983/2001, devem ter dimetro de 12,5mm e carga de ruptura de 4000 kgf.
2.6
Cuidados com a corda As cordas so construdas para suportarem grandes cargas de trao, entretanto, so
sensveis a corpos e superfcies abrasivas ou cortantes, a produtos qumicos e aos raios solares, por isso, ateno: Evite superfcies abrasivas, no pise, no arraste e nem permita que a corda fique em contato com quinas desprotegidas; Evite contato com areia (os pedriscos podem alojar-se entre as fibras, danificandoas); Evite contato com graxa, solventes, combustveis, produtos qumicos de uma forma geral; Evite que a corda fique pressionada (mordida); No deixe a corda sob tenso por um perodo prolongado, nem tampouco utilize-a para rebocar um carro ou para qualquer outro uso, seno aquele para o qual foi destinada; e Deixe-a secar sombra, em voltas frouxas, ultravioletas danificam suas fibras. jamais ao sol, pois os raios
2.7
Inspeo da corda A vida til de uma corda no pode ser definida pelo tempo de uso. Ela depende de
vrios fatores como o grau de cuidado e manuteno, freqncia de uso, tipo de equipamentos com que foi empregada, velocidade de descida, tipo e intensidade da carga, abraso fsica, degradao qumica, exposio a raios ultravioletas, entre outros. A avaliao das condies de uma corda depende da observao visual e ttil de sua integridade, bem como de seu histrico de uso.
2.7.1 Como inspecionar a corda ? Cheque a corda em todo seu comprimento e observe: 8
sinais de corte e abraso, queimadura, traos de produtos qumicos ou em que os fios da capa estejam desfiados (felpudos); o ngulo formado pela corda realizando um semi-crculo com as mos, devendo haver uma certa resistncia e um raio constante em toda sua extenso; e se h falcaa, se a capa encontra-se acumulada em algum dos chicotes ou se a alma saiu da capa.
CORDA PUDA
CAPA QUEIMADA
INCONSISTNCIA
SEM FALCAA
2.7.2 Histrico de uso Rejeite cordas para salvamento em altura que: tenham sido utilizadas para fins para os quais no tenham sido destinadas (salvamento de vidas humanas) como rebocar veculos, movimentao de cargas, progresso em ambientes confinados, etc tenham sido submetidas a grandes foras de choque, como em balancinhos de cortes de rvores.
Esta avaliao deve ser feita peridica e sistematicamente, preenchendo-se a ficha de inspeo e uso da corda.
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Realize um cote e faa voltas sucessivas at puxar uma ala pelo mao para realizar o arremate
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Utilize o segundo bombeiro para recolher o chicote, realizando voltas sucessivas com a medida de dois braos do primeiro bombeiro
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Efetue voltas sucessivas e aps, puxe uma ala pelo mao para o arremate, formando um n boca de lobo
Ancore a sacola cadeira e use o mosqueto como guia para acondicionar a corda
Corda acondicionada
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O acondicionamento em sacolas tem diversas vantagens como proporcionar proteo corda, facilidade de acondicionamento (bastando acomodar a corda no interior da sacola, sem qualquer cuidado especial), comodidade de transporte, alm da garantia de que, uma vez lanada a sacola, no haver risco de formao de cocas ou ns acidentais.
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3
MSA
EQUIPAMENTOS
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3.1
equipamentos de proteo individual e proteo contra quedas, sob o enfoque da segurana do trabalho, cuja fabricao, em conformidade com essas normas, indicada pelo Certificado de Aprovao (CA). Embora atendam suficientemente aos ambientes de trabalho, como os da construo civil e da indstria, no contemplam atividades esportivas ou de salvamento, para as quais so consideradas inadequadas, razo pela qual valemonos de normas internacionais de consenso para especificao e aquisio de equipamentos. 3.1.1 National Fire Protection Association
A National Fire Protection Association (NFPA) uma associao independente sediada em Massachussetes EUA, destinada a promover a segurana contra incndio e outras emergncias. Dentre diversas normas, a NFPA - 1983 Standard on Fire Service Safety Rope and Systems Components, revisada em 2001, versa sobre equipamentos de salvamento em altura utilizados por bombeiros. Esta norma estabelece a classificao de equipamentos de uso pessoal e de uso geral (para duas pessoas, tambm chamadas cargas de resgate). Segundo a norma, a carga de uma pessoa de 300 lbs (135kg) e a carga de resgate equivale a 600 lbs (270 kg), estes valores levam em conta o peso estimado de uma pessoa padro mais os equipamentos de segurana. A NFPA no certifica equipamentos; a certificao realizada por laboratrios de teste independentes e idneos, como o Underwrites Laboratories (UL) ou o Safety Equipament Institute (SEI). 3.1.2 Unio Internacional de Associaes de Alpinismo
A Unio Internacional de Associaes de Alpinismo (UIAA), sediada em Genebra Sua, estabelece normas para os equipamentos e a segurana dos montanhistas (de uso esportivo). 3.1.3. Outras normas Existem outras normas que tratam de equipamentos para atividades em altura, como as EN (Normas Europias), cuja fabricao nessa conformidade, indicada por um nmero e pela chancela CE, que significa estar conforme especificaes.
COLETNEA DE MANUAIS TCNICOS DE BOMBEIROS
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3.2
Conectores metlicos 3.2.1 Malha rpida Elo metlico com uma porca sextavada que rosqueia ambas as extremidades do anel,
MALHA RPIDA
3.2.2
Mosqueto
Pea presilha que tem mltiplas aplicaes, como facilitar trabalhos de ancoragens, unir a cadeira ao equipamento de freio, servir de freio ou dar segurana atravs do n meia volta de fiel, entre outras. O tipo, o formato e o material variam de acordo com a destinao e uso. Existem mosquetes sem trava, com trava e com trava automtica, feitos em diversos materiais como ao carbono, alumnio, ao inox e em vrios formatos.
MOSQUETO DE ALUMNIO
MOSQUETO DE AO ASSIMTRICO
MOSQUETO DE AO FORMATO D
MOSQUETO OVAL
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dividido nas seguintes partes: dorso ou espinha (1), dobradia (2), gatilho (3), trava (4) e bloqueio ou nariz (5).
4 5 3 1 2 PARTES DO MOSQUETO
Os mosquetes so desenhados para suportarem carga unidirecional ao longo do dorso com a trava fechada.
OS MOSQUETES SO DESENHADOS PARA SUPORTAREM CARGA UNIDIRECIONAL, AO LONGO DO DORSO E COM A TRAVA FECHADA.
Os mosquetes usados em esporte so concebidos para serem bastante leves e compactos, alguns mosquetes utilizados em escalada podem ser abertos mesmo com carga. Ao contrrio, mosquetes para salvamento no devem ser abertos com carga, devem suportar cargas mais elevadas e ter maior abertura para utilizao conjunta com outros equipamentos e para prender macas ou estruturas de grande dimetro ou espessura. A NFPA prev mosquetes de uso geral com trava, em ao e com resistncia nominal de 4000Kgf. Mosquetes de uso esportivo (de alumnio, por exemplo) tambm podem ser utilizados em servios de salvamento, no entanto, em condies de menor esforo ou carga, como em ancoragens auxiliares, auto-seguros ou linhas de segurana. Ao inspecionar o mosqueto, observe toda sua estrutura procurando detectar deformidades, amassamentos ou trincas. Observe ainda o alinhamento entre o bloqueio e o corpo do mosqueto e a tenso da mola da dobradia. Outrossim, qualquer material metlico que sofra uma queda importante, deve ser descartado.
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3.3
Fitas tubulares
FITA TUBULAR
As fitas tubulares podem ser fechadas por n ou costuradas. De forma geral, destinam-se a facilitar ancoragens, de modo bastante prtico e funcional, preservando a corda. Todo material txtil sofre desgaste tanto pela abraso, quanto pela deteriorao por raios ultravioletas (raios solares). Devem ser trocadas toda vez que as linhas da costura comearem a puir ou quando sua colorao comear a aparentar uma tonalidade desbotada (queimada pelo sol).
ABRASO
3.4
fechados por pescador duplo ou n oito, utilizado principalmente para realizao de um n bloqueador corda em ancoragens, para montagem de tirantes ajustveis para macas, ascenso em cordas, entre outras aplicaes.
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CORDINS
3.5
tubulares de superfcies abrasivas ou cortantes. Podem ser industrializadas ou feitas com pedaos de mangueira, carpete, lona ou qualquer outro material similar.
PROTEO DE MANGUEIRA
PONTE DE ROLETES
3.6
Descensores 3.6.1 Freio oito Freio bastante difundido no Corpo de Bombeiros, de funcionamento simples, leve, robusto,
compacto e pouco custoso. Confeccionado em ao ou duralumnio e nos formatos convencional ou de salvamento (com orelhas).
OITO DE AO
Tem como caractersticas torcer a corda, dissipar mal o calor, no permitir a graduao do atrito e necessitar ser removido do mosqueto para a passagem da corda. Comparando-se o oito convencional ao de salvamento, o segundo tem melhor dissipao de calor, no permite a formao do n boca de lobo e possibilita a realizao de outra variao
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de trava em funo das orelhas, alm de facilitar a coneco da vtima ao freio, atravs do orifcio central. 3.6.2 Rack
Descensor linear metlico com barretes mveis em alumnio macio ou ao inox que apresenta as vantagens de no torcer a corda, no necessitar ser desclipado da ancoragem para a passagem da corda, dissipando melhor o calor e permitindo a graduao do atrito da corda ao freio durante sua utilizao ( medida em que so aumentados ou diminudos os barretes).
RACK
3.7
Bloqueadores mecnicos Aparelhos aplicados corda que permitem o travamento (bloqueio), sob carga, em
uma nica direo, utilizados para ascenso, para auxlio em sistemas de segurana ou de vantagem mecnica. 3.7.1 Bloqueador estrutural (rescucender)
Aparelho que possui uma canaleta fechada, por onde a corda desliza, e uma cunha excntrica que pressiona a corda, prensando-a contra a canaleta e travando-a. Para a montagem do bloqueador, necessrio desengatar um pino removvel, desmontando a aparelho em trs peas para a passagem da corda, observando-se a correta montagem e direcionamento, de acordo com o sentido de travamento desejado. Deve-se atentar para o risco de perda da cunha em virtude do rompimento do cabo que une o corpo do bloqueador pea, o que comumente ocorre aps muito tempo de utilizao.
RESCUCENDER
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Bloqueador dotado de uma canaleta aberta na lateral e de uma cunha dentada que pressiona a corda contra a canaleta por ao de uma mola, alm de uma manopla para empunhadura. Cada aparelho operado por uma das mos, formando-se o par (direito e esquerdo).
ASCENSORES DE PUNHO
3.8
Placa de ancoragem Placa metlica que facilita a distribuio de vrias linhas de ancoragem, distribuindo
os esforos e facilitando a visualizao, organizao e manipulao dos equipamentos empregados, tambm utilizadas na preparao de macas, para convergncia dos tirantes, ancoragem ao sistema e coneco do bombeiro e da vtima.
PLACAS DE ANCORAGEM
3.9
Cadeira de salvamento Cintos, em diversos modelos, formados por fitas, fivelas e alas que envolvem a
cintura e as pernas, com pelo menos um ponto de ancoragem na cintura, podendo ou no ter outros pontos de ancoragem (pontos estruturais) e possuir suspensrios ou peitorais, de acordo com sua destinao. Existem modelos para uso esportivo e para uso profissional (salvamento). As cadeiras para salvamento renem caractersticas especficas como fitas largas e acolchoadas (prevendo-se a possibilidade da permanncia dependurado por um longo tempo, durante uma operao de salvamento), alm de, no mnimo, dois pontos estruturais, na parte anterior e posterior da cintura.
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CADEIRA ESPORTIVA
CADEIRA DE SALVAMENTO
Os pontos de ancoragem so feitos por anis metlicos em D, com resistncia de 22 kN, com ou sem ala de fita de segurana. Pode ser utilizada com peitoral avulso ou que seja parte integrante da cadeira. Nesses casos, h pontos de ancoragem na altura do osso esterno e na regio dorsal, podendo ainda haver pontos de fixao em V sobre os ombros. Cadeiras com estas caractersticas so indicadas para trabalhos em espao confinado, ascenso em cordas e salvamento aqutico.
A NFPA-1983 (edio 2001) classifica as cadeiras de salvamento em trs classes: Classe I cintos que se ajustam em torno da cintura e em torno das coxas, e so desenhados para fuga de emergncia com carga de apenas uma pessoa; Classe II cintos que se ajustam em torno da cintura e em torno das coxas dimensionados para carga de salvamento; e Classe III cintos que alm de ajustarem-se em torno da cintura e coxas, ajustamse ao tronco atravs de peitoral ou suspensrio. Ao utilizar cadeiras, especial ateno deve ser tomada quanto aos pontos de ancoragem (pontos estruturais) daquele modelo, de modo que no sejam confundidos com os porta-objetos, imprprios para quaisquer ancoragens.
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Ponto estrutural
Porta-objetos
Outro cuidado importante refere-se ao tipo de fivela para fechamento e ajuste da cadeira. Modelos que no tenham estruturas mveis que mordam a fita, necessitam que a fita passe pela fivela e retorne em sentido contrrio, para que haja o travamento.
Ao executar a inspeo peridica da cadeira, observe todas as fitas e peas metlicas, detectando deformidades, cortes e abraso anormais, bem como a eficincia das fivelas de fechamento e ajuste e as condies das costuras, normalmente em cores contrastantes com a fita, justamente para conferncia deste item.
3.10
Cabo da vida Corda em poliamida, com capa e alma, de 12,5mm de dimetro e 6m de comprimento
com mltiplas utilidades, como a improvisao de cadeiras, a montagem dos tirantes de sustentao da maca, bem como a fixao da vtima a ela, a montagem de sistemas independentes de vantagem mecnica, dentre outras.
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CABO DA VIDA
3.11
Tringulo de salvamento Equipamento construdo em PVC com estrutura em fita tubular e olhais para ancoragem de
adultos ou crianas, caracterizado pela simplicidade e rapidez de uso, podendo substituir as cadeiras no abandono de vtimas.
TRINGULO DE SALVAMENTO
3.12
Polias As polias servem para desviar o sentido de aplicao da fora ou para compor
sistemas de vantagem mecnica, de acordo com a forma de utilizao, assim como servem para proporcionar o deslize por uma corda. Existem diversos modelos, cada qual com destinaes especficas, dentre os quais destacamos as simples ou duplas (referente ao nmero de rodas da polia), polias de base chata (cujo formato das placas laterais permite o ajuste automtico do n prussik, destinando-se a operar como polia mestra em sistemas de vantagem mecnica) e polias passa-n (cuja largura avantajada possibilita a passagem de cordas emendadas ou duplas, assim como pode ser utilizada como mdulo redutor de atrito).
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26
POLIA PASSA-N
3.13
Capacete Equipamento de proteo individual que deve ser leve, proporcionar bom campo
visual e auditivo, possuir aberturas de ventilao e escape de gua (importante para trabalhos em locais com gua corrente), suportes para encaixe de lanternas de cabea e, principalmente, boa resistncia e amortecimento contra impactos, alm de uma firme fixao cabea, atravs de ajuste circunferncia do crnio e da jugular. Assim como os demais equipamentos de segurana, deve ser inspecionado constantemente, observando-se trincas e deformidades, os sistemas de ajuste cabea, assim como as condies de fivelas e velcros. O capacete constitui um equipamento de uso obrigatrio e na falta de um modelo especfico para trabalho em altura, pode ser substitudo pelo capacete Gallet, que rene nveis de proteo iguais ou superiores contra impacto, tendo por desvantagem a diminuio do campo visual e auditivo e no possuir aberturas de ventilao e de drenagem de gua.
CAPACETE
3.14
Luvas Confeccionadas em vaqueta e com reforo na palma, as luvas para salvamento em altura
devem proteger as mos da abraso e do aquecimento das peas metlicas, devendo oferecer boa mobilidade e ajuste s mos.
LUVAS
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3.15
Estribo Escada de fita utilizada normalmente pelo bombeiro que acompanha a maca, possibilitando um
ESTRIBO
3.16
deslocamento de vtimas de trauma para locais de acesso s viaturas, equipe mdica ou helicptero, podemos recorrer utilizao de uma maca, com a finalidade de facilitar o transporte, proteger a vtima e, desta forma, otimizar seu atendimento. Dentre os modelos de macas em uso no CB, destacamos: 3.16.1 Maca-cesto: Confeccionada em ao tubular em todo seu permetro e por material plstico (PVC) nas partes que envolvem a vtima, podendo ser inteiria ou em duas partes acoplveis. Ao inspecion-la, deve-se atentar para a integridade estrutural da maca, conferindo-se, ainda, as condies dos quatro tirantes de fixao da vtima e suas fivelas, a base de apoio para os ps, os pinos de travamento da maca (que garantem o seu acoplamento seguro) e as condies da corda que costura lateralmente a maca.
MACA-CESTO
3.16.2 SKED:
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Sistema compacto de maca constitudo por uma folha plstica altamente resistente, acompanhada por uma mochila e acessrios que conferem ao equipamento leveza, praticidade e funcionalidade. No proporciona imobilizao dorsal, razo pela qual deve ser utilizada prancha longa. Para movimentaes na horizontal, dispe de dois tirantes reforados de nylon com capacidade para suportar 1725 kg cada um. O tirante a ser utilizado na regio do tronco da vtima 10 cm menor do que o da regio das pernas, devendo ser observada esta disposio no momento do uso. Ao inspecion-la, verifique suas condies estruturais, especialmente quanto a abrases ou cortes, estado das fitas, alas de transporte e fivelas de fechamento e ajuste, bem como, o estado de conservao de seus acessrios: 01 mosqueto em ao grande para salvamento (com certificao NFPA), 01 corda de 20m, 02 fitas de nylon para iamento em dois tamanhos, 01 suporte para os ps, 04 alas adicionais pequenas para transporte.
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31
O n o entrelaamento de parte de uma ou mais cordas formando uma massa uniforme. Pode ter diversas destinaes, como servir para ancoragem, emenda de cordas, realizar cadeiras improvisadas, entre outras. Os ns constituem o ponto mais frgil de um sistema, por essa razo, devemos escolher ns que apresentem pequena perda de resistncia da corda e que sejam simples de fazer e desfazer.
4.1
Terminologia
Chicote - extremidade livre da corda Vivo parte da corda sob tenso (trecho de trabalho) Seio ou anel parte compreendida entre os chicotes ou volta em que as sees cruzam entre si Ala volta em forma de U Falcaa acabamento do chicote para evitar que as fibras destrancem Socar apertar o n Solecar afrouxar o n Permear dobrar ao meio Tesar tensionar a corda Coar atritar a corda Morder pressionar ou manter a corda sob presso Safar liberar a corda Cocas tores indesejveis da corda Laseira - frouxido ou folga da corda
4.2
Ns operacionais 4.2.1 Volta do fiel N de ancoragem que tem por caracterstica ajustar-se medida em que seja
PELO SEIO
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32
PELO CHICOTE
Execuo : (pelo seio) faa dois anis simultneos no mesmo sentido, cruze-os e vista o objeto ou (pelo chicote) passe o chicote pelo objeto, cruzando-o frente, formando um anel em torno do ponto de ancoragem. Passe o chicote novamente, no mesmo sentido e retorne-o, de trs para frente, pelo espao entre os anis formados.
4.2.2 Trapa Existem vrios tipos de trapas. Sua caracterstica de ser realizado a partir de voltas sucessivas e um arremate. Sua grande vantagem consiste em preservar a carga de ruptura original da corda.
TRAPA
Execuo : efetue voltas sucessivas (quatro a cinco) e arremate com volta de fiel, oito duplo ou oito duplo e mosqueto . Eficincia : 100%.
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33
Utilizado para encordamento, mais resistente que o volta de fiel, em que obtemos uma ala fixa.
OITO DUPLO
Execuo: (pelo seio) com a corda dupla, forme o anel e passe ento a ala pelo anel no mesmo sentido em que foi formado OU (pelo chicote) com a corda simples, faa um anel, envolvendo-o com o chicote e passando por ele no mesmo sentido (volta do fiador), envolva o objeto com o chicote, e retorne-o seguindo o caminho inverso da corda par formar o n.
4.2.4 Nove Ideal para suportar cargas, confecciona-se pelo seio, dando uma volta a mais que o oito duplo, antes de passar a ala pelo cote inicial. Eficincia : 70%
NOVE
4.2.5 Sete Utilizado para unir uma corda fixa a outra ancoragem intermediria. Para direcion-lo do sentido desejado, deve-se orientar o cote inicial na direo oposta
33
34
SETE
4.2.6 Oito duplo de alas duplas Tambm chamado mickey ou coelho, realiza-se partindo-se do oito duplo podemos chegar ao coelho, inserindo a ala dobrada pela laada e englobando todo o n com esta mesma ala. Mais resistente, pode ter suas alas com comprimento regulvel e usadas juntas ou separadamente. Eficincia : 82%
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35
4.2.7 Borboleta N realizado no meio da corda para obter-se uma ala a partir da qual possa partir uma outra linha ou ancoragem.
BORBOLETA
4.2.8 Direito N para emenda de cordas de mesma bitola. Atente para no realizar o n torto nem o esquerdo. Pode ser feito pelo seio ou pelos chicotes.
DIREITO
4.2.9 Pescador duplo Permite a emenda de cordas, sendo comumente utilizado para fechamento de cordins. Embora possa ser simples ou duplo, em salvamento utiliza-se somente o pescador duplo. Eficincia : 79%
35
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PESCADOR DUPLO
Execuo: mantenha as cordas a serem unidas paralelas entre si e com os chicotes desencontrados entre si. Faa um anel duplo em torno da corda e passe o chicote por ele. Repita o procedimento com o outro chicote .
4.2.10 N de agulha N de emenda tambm conhecido como n de juno simples, cavalcante ou cavalgante. Realizado para unir cordas que podero sofrer atrito contra a rocha durante a descida de uma maca, por exemplo, com a condio de apresentar menor possibilidade de enroscar-se s irregularidades de uma parede rochosa do que de outros ns de emenda, devido ao seu volume e comportamento sob carga.
N DE AGULHA
Execuo: faa um n simples com os dois chicotes paralelos entre si e apontando para a mesma direo, porm, deixando os chicote livres em pelo menos 50 cm, aps ajust-lo bem.
4.2.11 N de fita Tambm chamado n de gua, indicado para fechamento de fitas tubulares. Eficincia : 64%.
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N DE FITA
Execuo: faa um n simples e, com a outra extremidade, refaa o n no sentido contrrio. Deixe chicotes suficientes de cada lado.
4.2.12 Meia volta do fiel O n meia volta do fiel ou UIAA ou meio-fiel chamado de n dinmico por no ficar preso ancoragem e com a caracterstica de operar nos dois sentidos do chicote, servindo de n de segurana (tanto para a descida, quanto para a subida).
4.2.13 N de mula Utilizado para bloquear o meia volta de fiel, arrematado por pescador simples.
37
38
N DE MULA
4.2.14 Prussik Possui a caracterstica de, submetido a tenso, bloquear ou travar e, aliviada a
tenso, ficar livre. Pode ser aplicado em cordas de maior dimetro ou superfcies cilndricas .
PELO SEIO
PELO CHICOTE
Execuo: (pelo seio) passe a ala por dentro da ala que envolve o objeto pelo menos duas vezes, de forma que os chicotes terminem unidos e paralelos entre si OU (pelo chicote) d ao menos duas voltas com o chicote em torno do objeto, no mesmo sentido (de 38
39
dentro para fora), cruze-o frente da corda e d o mesmo nmero de voltas no mesmo sentido (agora, de fora para dentro).
4.2.15 Belonesi N bloqueador unidirecional para ser realizado em cordas do mesmo dimetro a partir do chicote.
BELONESI
4.3
Cadeiras 4.3.1 Balso pelo seio Realizado a partir de uma azelha, posiciona-se a ala sobre o n, desfazendo uma
4.3.2 Balso de calafate O balso de calafate feito a partir do lais de guia de forma a passar o chicote uma outra vez pelo cote inicial, formando outra ala para a perna. Tem a vantagem de poder ser feito junto ao corpo da vtima, sem que ela precise vestir o balso.
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40
BALSO DE CALAFATE
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41
ARREMATE NO TRAX
CADEIRA RPIDA
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Passe um dos chicotes debaixo de uma das alas da virilha e acompanhe as voltas
4.4
Ns auxiliares
4.4.1 Boca de lobo N auxiliar, utilizado para iamento de materiais, realizado a partir de dois anis feitos
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43
Pelo chicote
Pelo seio
4.4.2 Volta da ribeira N de correr, utilizado em superfcies cilndricas, em cortes de rvore, por exemplo.
VOLTA DA RIBEIRA
4.4.3 Escota N para emenda de cordas de dimetros diferentes. O de menor dimetro costura o de maior. Utilizado para emendas sem carga, por exemplo, na transposio ou iamento de uma corda.
ESCOTA SIMPLES
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44
ESCOTA DUPLA
4.4.4 Lais de guia N que possibilita a formao de uma ala fixa. Pode ser utilizado para a fixao de uma corda guia a uma maca, assim como, a partir do lais de guia, inicia-se o balso de calafate. Execuo: faa um anel e passe o chicote por ele, costurando o vivo e retornando pelo anel.
LAIS DE GUIA
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4
MSA
NS
5
MSA
ANCORAGENS
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Considera-se ancoragem como o sistema de amarrao ou fixao de uma corda ou indivduo a um ponto. Existem abordagens e linhas diferentes de execuo, principalmente em virtude da regio e tipos de materiais empregados. De um lado, temos a linha europia (ou alpina) cuja nfase dada a cordas mais leves e de menor dimetro, em que as ancoragens so feitas com base na diviso da carga entre dois ou mais pontos de fixao (equalizao), realizando tantos fracionamentos quantos sejam necessrios, visando preservar a corda. De outro lado, temos a linha americana, que d nfase a cordas de maior dimetro e resistncia ao atrito, clipadas a ancoragens j existentes e robustas (um ponto prova de bomba), sanando-se as preocupaes com o desgaste da corda atravs do uso de protees. A abordagem deste manual levar em conta as duas linhas de trabalho, considerando os pontos aplicveis a cada situao peculiar e estabelecendo critrios mnimos que levem em conta a segurana, a preservao do material e a funcionalidade de cada tcnica. De qualquer maneira, primordial preservar a corda, atravs do uso de protees!
5.1 Sistemas de ancoragem Para optarmos pela tcnica e tipo de ancoragem a ser empregada em uma ocorrncia, devemos levar em conta os seguintes aspectos: Resistncia dos pontos de ancoragem; e Localizao dos pontos de ancoragem entre si. Com base nesta avaliao, ser adotado um dos seguintes conceitos: Ponto-bomba; Back-up; ou Equalizao.
5.2 Ancoragem prova de bomba O ponto a prova de bomba (PAB) aquele escolhido para a realizao de uma ancoragem que, devido a sua grande resistncia, dispensa qualquer outro sistema secundrio de ancoragem de segurana. Sendo assim, ao utilizarmos um Ponto-Bomba, qualquer reforo, ancoragem de segurana ou back-up, se tornar obsoleto, pois a resistncia do ponto de ancoragem
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superior resistncia de qualquer outro componente do sistema de ancoragem e, a seu respeito, no paira qualquer dvida sobre sua resistncia. Ao encontrarmos um pontobomba, partiremos para a confeco de uma ancoragem simples utilizando fitas tubulares, mosqueto, cordins e cordas.
ANCORAGEM SIMPLES
5.3 Equalizao Em situaes em que no haja um ponto nico suficientemente seguro (PAB) ou em que o posicionamento do ponto existente seja desfavorvel ao local em que desejamos que nossa linha de trabalho seja direcionada, podemos lanar mo da equalizao. A tcnica da equalizao consiste em dividir, em partes iguais, a carga sustentada pelo sistema entre os pontos de ancoragem. Para isso, devemos obedecer algumas regras: Escolha pontos preferencialmente alinhados (paralelos) entre si; O ngulo formado pela equalizao dever respeitar o limite de 90,
evitando sobrecarga sobre os pontos de ancoragem; A equalizao dever ser sempre auto-ajustvel; e Para proporcionar segurana em caso de falncia de um dos pontos de
ancoragem, necessria a confeco de um cote de segurana. Pode ter a forma de V ou M sendo essencial que seja observado o ngulo mximo de 90 entre as linhas de ancoragem. Quanto maior o ngulo formado, maior a possibilidade da ancoragem entrar em colapso, pois aumentar exponencialmente a sobrecarga nos pontos de fixao, tendendo ao infinito.
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AUTO AJUSTVEL
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5.4 Back-up O termo back-up diz respeito a uma segunda segurana, que pode visar o ponto de ancoragem ou o equipamento. utilizado para garantir a segurana de todo o sistema. Para realizao do back-up como segundo ponto de ancoragem, algumas regras devem ser observadas: Os pontos devem estar preferencialmente alinhados; O ponto secundrio de ancoragem (back-up) no deve receber carga e somente ser utilizado em caso de falncia do ponto principal; No dever haver folga entre os dois pontos de ancoragem, para evitar o aumento da fora de choque em caso de rompimento do ponto principal; e O back-up sempre dever ser mais forte e resistente do que o principal.
Levando-se em conta as regras apresentadas, para que o back-up cumpra seu papel com eficincia, podemos nos deparar com duas situaes: 1. 2. Ponto principal abaixo do ponto secundrio (back-up); ou Ponto principal acima do ponto secundrio.
Ponto principal ERRADO ! Qualquer folga pode aumentar a fora de choque em caso de ruptura do ponto principal, possibilitando ento, uma sobrecarga no ponto secundrio ou de segurana
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Ponto Principal
N direcional
5.5 Formas de ancoragem Ao realizarmos uma ancoragem, devemos optar por tcnicas e materiais que nos ofeream as seguintes condies: rapidez, segurana, conservao do material. Ademais, como visto no captulo anterior, todo n diminui a resistncia da corda, por esta razo, devemos adotar medidas para preserv-la. Para tanto, podemos utilizar os ns sem tenso ou acessrios, como mosquetes, fitas, cordins e placas de ancoragem.
5.5.1 Ns sem tenso O uso de ns sem tenso preserva integralmente a resistncia da corda, uma vez que a tenso dissipada a cada volta. Efetue de quatro a cinco voltas redondas e um arremate com volta do fiel ou oito duplo e mosqueto.
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A utilizao de fitas torna mais prtica e rpida a ancoragem. Envolva o objeto com a fita, se possvel, dobrando-a, mas evitando formar o n boca de lobo. Jamais faa o n ou passe a corda diretamente pela fita, sob o risco de romp-la, utilize um conector metlico.
ENVOLVA O OBJETO
UTILIZE MOSQUETES
5.5.3 Utilizao de cordins Quando falamos em prussicar a corda referimo-nos aplicao de um par de cordins fechados por um pescador duplo corda, atravs de ns prussiks.
PRUSSICANDO A CORDA
Aplique os cordins observando para que o maior deles fique frente do menor, bem como que ambos fiquem igualmente tensionados (desta forma dividindo a carga entre si), inserindo-os no mosqueto de ancoragem.
5.5.4 Utilizao de mosquetes Os mosquetes devem ser utilizados fechados e travados, e os esforos aplicados ao longo do dorso.
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MSA SALVAMENTO EM ALTURA 5.5.5 Montagem de ancoragem simples Utilizando-se de mosqueto, cordins e fita tubular.
Mosqueto
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Oito duplo
Fita
TRAVE O MOSQUETO
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Os pontos ou dispositivos de ancoragem podem ser criados de forma criativa e segura para suprir uma necessidade, atravs da construo deles ou da utilizao de meios de fortuna. 5.6.1 Uso de escada portteis As escadas podem ser utilizadas em condies excepcionais para criao de pontos de ancoragem, observando-se os seguintes cuidados: adotar medidas para sua estabilizao, dividir os esforos entre os banzos (ao invs de utilizar degraus), adotar um back-up.
TRIP
5.6.2 Ancoragem humana Utilizando-se homens como ponto de ancoragem, adotam-se os princpios relativos equalizao, devendo-se ainda observar o limite de carga e o posicionamento estvel dos homens que dividiro o esforo, a diminuio da silhueta e do ponto de gravidade dos mesmos.
ANCORAGEM HUMANA
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Mobilirios e outros objetos podem ser utilizados como pontos de ancoragem em situaes extremas, devendo-se antes, porm, atentar para sua resistncia fsica e robustez, proteg-los adequadamente e adotar obrigatoriamente ancoragens adicionais de segurana (back-up).
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MSA
SEGURANA
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A maior parte dos acidentes envolvendo altura ocorre por falha humana. Excesso de confiana, imprudncia, negligncia, desconhecimento ou pouca familiarizao com os equipamentos e, conseqentemente, uso inadequado, so as principais causas. Trs princpios basilares devem pautar o atendimento s ocorrncias, a segurana, o temporesposta e o zlo com o material; dos trs, a segurana vem em primeiro lugar!
Sabemos que o servio operacional de bombeiro nos expe a uma srie de riscos e que uma atuao profissional no pode contar com o empirismo ou somente com a sorte. Assim, convm que cada um compreenda os fatores gerais que podem concorrer para a ocorrncia de um acidente, para que sirva de base de reflexo para mudana de comportamento, ateno, conhecimento e adoo prticas de segurana nos servios de salvamento em altura. Fatores que podem desencadear um acidente em altura: Conferncia de equipamentos no realizada; Cordas ou fitas deterioradas Falncia da ancoragem; Presso do meio ridicularizando a segurana e considerando-a exagerada; Presso por bombeiros antigos, em razo do costume e de tcnicas desatualizadas; Personalidade do bombeiro; Urgncia na execuo devido ao risco iminente; Ausncia de .procedimentos de segurana No utilizao de EPI ACIDENTE
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MSA SALVAMENTO EM ALTURA 6.1 Princpios gerais de segurana 6.1.1 Conceitos Mentais
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- Se estiver extenuado, no realize trabalhos envolvendo altura, outro integrante da guarnio poder executar o servio; - Nervosismo e intranqilidade atrapalham. Pare e tranqiliza-se para a execuo do servio ou solicite a outro integrante da guarnio para realiz-lo; - Solicite ajuda sempre que necessitar, no espere que a situao se agrave; - Todos ns cometemos erros, portanto, devemos ser acompanhados e ter nossos procedimentos checados, isto vale at para os bombeiros mais experientes; - A prtica e o treinamento constante aumentam a segurana e reduzem drasticamente a possibilidade de erros em situaes de emergncia.
6.1.2 Conceitos Fsicos - Instale linhas de segurana ou linhas da vida. Todos os bombeiros prximos ao local da emergncia devem estar ancorados; - Utilize sempre o EPI completo: capacete, cadeira, luvas e dois auto-seguros; - Cheque constantemente todo o equipamento; - Utilize sistemas redundantes, como por exemplo, mais de uma ancoragem.
6.1.3 Conceitos de equipe Determine um integrante da equipe ou do grupo de treinamento para revisar e fazer cumprir todos os procedimentos de segurana. Esta funo deve ser passada para um integrante da equipe que possua boa experincia e que no seja o comandante, pois este estar preocupado com a estratgia, ttica e segurana da operao como um todo.
6.1.4 Conceitos de prioridade Muitos bombeiros durante o atendimento emergncias, ignoram sua prpria segurana em detrimento da segurana da vtima. Primeiro cheque sua segurana e tenha certeza de que est realizando uma manobra segura, revise a segurana dos outros integrantes da equipe e s ento inicie o acesso, imobilizao e remoo da vtima.
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Antes de iniciar qualquer servio devemos nos perguntar se a ocorrncia se trata de um salvamento ou de uma recuperao. No prudente colocar um integrante da equipe de salvamento em risco para recuperar um corpo, pode ser melhor esperar at que o local esteja mais seguro, esperar a chegada de equipamentos mais apropriados ou a chegada de equipes de apoio ou especializadas.
6.2 Sistemas de segurana Os sistemas de segurana em servios de salvamento em altura focam, basicamente, a proteo contra quedas. Para melhor compreenso, faz-se necessria a apresentao de dois conceitos bsicos: a fora de choque e o fator de queda. 6.2.1 Fora de choque a fora transmitida ao bombeiro durante a reteno de sua queda. Ao cair, o bombeiro acumula energia cintica que aumentar quanto maior for a altura de sua queda. A corda, as ancoragens, o sistema de freio e o segurana absorvero parte dessa fora, porm, a fora absorvida pelo bombeiro que sofreu a queda no pode chegar a 12KN, limite mximo que o corpo humano suporta. Para reduzir a fora de choque, em uma queda assegurada, devemos adotar medidas visando diminuir o fator de queda. 6.2.2 Fator de queda Fator de queda o valor numrico resultante da relao entre a distncia de queda pelo comprimento da corda utilizada. FATOR QUEDA = DISTNCIA DA QUEDA (metros) COMPRIMENTO DA CORDA (metros) Como visto anteriormente, todos os componentes do sistema e, principalmente a corda, absorvero parte da fora de choque. Exceto em progresses do tipo via ferrata , o fator de queda mximo possvel ser o fator 2, pois a altura da queda no pode ser superior a duas vezes o comprimento da corda.
Mantenha a ancoragem de segurana acima da linha da cintura ou da cabea, preferencialmente, para reduzir o fator de queda.
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O bombeiro escalou 8 metros, portanto, usou 8 metros de corda O bombeiro teve uma queda de 4 metros
Bombeiro realizando a segurana de outro integrante da equipe enquanto escala uma encosta, estrutura ou edificao
QUEDA CONTROLADA
Bombeiro realizando a segurana de outro integrante da equipe enquanto escala uma encosta, estrutura ou edificao
RISCO SADE !
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O bombeiro escalou 3 metros e estava usando um auto-seguro de 1 metro de corda 2 metros de intervalo entre os pontos ancoragem da via ferrata O bombeiro sofreu uma queda de 4 metros: FQueda = Metros de queda Metros de corda = 4/1 FATOR DE QUEDA = 4 2 metros do intervalo de ancoragens da via + 1 metro escalado acima do ponto de ancoragem + 1 metro de comprimento do auto seguro Via ferrata: utilize absorvedor de queda ou trava-quedas!
Provas efetuadas em laboratrios confirmam a teoria de que em uma queda fator 2, seja ela de quatro ou de vinte metros, a fora de choque registrada a mesma, aproximadamente de 9KN, em caso de corda dinmica e, em caso de corda esttica, de 13 a 18KN. Levando em conta que o corpo humano resiste a uma fora de choque de no mximo 12KN, verificamos o perigo de escalar utilizando cordas estticas.
6.3 Tcnicas de progresso com segurana 6.3.1 Proteo de via horizontal (linhas de segurana) As linhas de segurana so semelhantes a corrimos. Asseguramo-nos a elas por meio dos auto-seguros (parte integrante do EPI para trabalhos em altura) sempre que estivermos prximos a um desnvel, vo ou beiral. So montadas com uma corda na horizontal, ancorada, em alguns casos, em pontos intermedirios, em funo de sua extenso.
LINHA DE SEGURANA
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ERRADO ! Bombeiro com um auto-seguro de 1m ancorado em uma linha de segurana abaixo de sua cintura
LINHA DE SEGURANA
6.3.2 Proteo de via vertical Para a segurana de uma progresso vertical, pode-se utilizar basicamente duas tcnicas: a progresso auto-assegurada e a progresso assegurada por outro bombeiro. A progresso auto-assegurada aquela por meio da qual o prprio bombeiro efetua sua segurana, utilizando os auto-seguros de sua cadeira.
PROGRESSO AUTO-ASSEGURADA
J a segunda tcnica depende de outro bombeiro que, utilizando um freio conectado a sua cadeira, d segurana, preferencialmente com uma corda dinmica, ao bombeiro que
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efetua a escalada progredindo de modo a ir fixando pontos de ancoragem intermedirios, utilizando costuras e mosquetes, por onde a corda passar.
PROGRESSO ASSISTIDA
Aps a fixao de uma corda de segurana ao topo da estrutura, outros bombeiros podero progredir utilizando o auto-seguro e um bloqueador como trava-quedas.
6.4 Procedimentos prticos de segurana Utilize o EPI completo; Esteja sempre ancorado; Mantenha todos os objetos presos a sua cadeira; Confira todo o sistema montado antes de utiliz-lo e pea para um terceiro tambm conferir (inclusive sua cadeira); Esteja preparado para a possibilidade de precisar auto resgatar-se; Utilize os equipamentos para a finalidade para os quais foram projetados; Inspecione os equipamentos sistemtica e periodicamente; Treine constantemente, no s voc, como a equipe.
De tudo o que foi exposto, convm destacar: - Treinamento especfico e familiarizao com equipamento so fundamentais para diminuir riscos de acidentes;
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- A sua segurana e a dos bombeiros que esto trabalhando no local da emergncia so importantssimas, pois de nada podero ajudar caso se tornem vtimas, pelo contrrio, ocuparo mais pessoal e material; - Nunca ignore ou menospreze procedimentos de segurana; - Inspecione o material antes e depois do uso; - Tenha tranqilidade e calma na execuo de manobras e tcnicas, a pressa pode conduzi-lo a erros; - Realize sempre um planejamento da ao a ser executada prevendo materiais e equipamentos, pessoal necessrio, trajeto a ser executado, protees e procedimentos de segurana; - Avalie sempre o binmio RISCO X BENEFCIO para chegar a um equilbrio; - Utilize sempre sistemas simples e seguros, lembre-se M.I.S.S Mantenha Isto Simples e Seguro.
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MSA
RAPEL
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7.1 Tcnica do rapel Esta tcnica surgiu no final do sculo passado a partir da necessidade de exploradores franceses contratados para pesquisarem canyons e cavernas dos Pirineus (cadeia de montanhas que separa o sul da Frana do norte da Espanha) e que se deparavam com situaes em que eram obrigados a transpor obstculos como abismos, cachoeiras e pontes. Daquela poca at os tempos atuais, essa tcnica vem sendo aperfeioada, a medida em que novos e melhores equipamentos so desenvolvidos e normalizados. O rapel, enquanto tcnica, utilizado basicamente por trs esportes: a escalada, a espeleologia (explorao de cavernas) e o canyoning (rapel em cachoeiras) e, na rea profissional, por militares e socorristas. Para ns, bombeiros, representa um meio de acesso ou fuga de um local inspito.
7.2 Rapel militar O rapel pode ser feito com ou sem o uso de aparelhos. Em situaes em que haja uma pequena distncia a ser vencida, em que no haja aparelhos disponveis, o rapel clssico ou militar pode ser efetuado atravs de uma laada da corda em redor do corpo, de modo que o atrito criado possibilite o controle da descida.
RAPEL MILITAR
7.3 Rapel com aparelhos Para a realizao do rapel so necessrios os seguintes equipamentos: corda, mosqueto, descensor (freio oito, rack ou mosqueto), cadeira, luvas de proteo, autoseguro e capacete .
7.3.1 Insero do mosqueto na cadeira Para o destro, segure o mosqueto na mo direita com o polegar no gatilho e indicador no prolongamento do dorso, insira-o de cima para baixo girando-o at que a
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dobradia fique voltada para si e a abertura para cima (o que facilitar a colocao do freio). Se a cadeira tiver uma ala vertical (ao invs de horizontal), faa o mesmo, porm inserindoo da esquerda para a direita, girando-o at que a dobradia fique voltada para si e a abertura para a esquerda e para cima.
A ABERTURA DO MOSQUETO DEVE FICAR VOLTADA PARA CIMA E A DOBRADIA PARA O BOMBEIRO
7.3.2 Passagem da corda pelo freio oito Com o oito clipado cadeira pelo olhal maior, faa uma ala com a corda, mantendo o chicote voltado para a mo de comando, passando-a de baixo para cima, em seguida abra o mosqueto girando a pea oito 180 em sua direo, clipando-o novamente ao oito.
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7.3.3 Passagem da corda pelo rack Libere as barras e entrelace a corda sucessivamente por cima e por baixo, observando-se as canaletas existentes nos dois primeiros cilindros, que servem de guia na colocao da corda. Esteja atento para que a barra maior fique do mesmo lado da mo de comando da descida.
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CHICOTE
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MSA SALVAMENTO EM ALTURA O mosqueto pode ser utilizado como freio atravs do n meia volta do fiel .
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7.3.5 Fixao do freio e travamento do mosqueto Aps a passagem da corda pelo freio, fixe-o cadeira fechando e travando o mosqueto, atentando para apenas girar a rosca da trava at encost-la, sem aplicar fora. No caso do rack, ele j estar anteriormente conectado cadeira atravs do mosqueto, pois sua configurao permite a passagem da corda sem que seja necessrio desclip-lo da cadeira.
7.3.6 Calamento das luvas O ltimo passo da equipagem o calamento das luvas, sua utilizao antes comprometer seu tato e maneabilidade.
7.3.7 Conferncia e alerta ao segurana Aps completar a equipagem, cheque passo a passo cada ao repetindo em voz alta: Corda no oito ! Oito no mosqueto ! Mosqueto travado ! Luvas caladas ! Segurana !
7.3.8 Segurana Do solo, outro homem poder dar segurana ao rapel. Para tanto, dever manter-se com as mos altura do tronco, sem luvas e olhando atentamente para cima, bastando tesar a corda para, em qualquer eventualidade, interromper a descida e, se for o caso, assumir o comando.
Olhar atento para cima
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MSA SALVAMENTO EM ALTURA 7.3.9 Execuo do rapel O chicote da corda dever estar afastado do solo, cerca de 50 cm;
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realizados e alerte o segurana de solo; Atente para evitar a formao do n boca de lobo durante a sada (quando utilizar oito
convencional);
rtula e a pelve. Enquanto a corda permanecer tesada (tensionada), o executante no descer. A outra mo poder ficar apoiada na corda, acima do oito, jamais sobre ele. As duas mos trabalham em conjunto uma servindo de guia e apoio, outra no comando do deslize;
MO DE APOIO
MO DE COMANDO
- O rapel no deve ser iniciado de um salto brusco, deve-se evitar freadas sbitas durante a descida, a fim de que as ancoragens no sejam sobrecarregadas; - O tronco dever permanecer longe da corda (no fletido sobre ela), a cabea, a roupa e o cabelo longe das peas; Para manter uma posio estvel, deve-se apoiar a planta dos ps na parede, em
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Mantenha o tronco afastado da corda, apie a planta dos ps na parede, em uma posio semi-sentada
- Deve-se visar a direo de descida, olhando por cima do ombro da mo de comando, de maneira a observar possveis obstculos durante o percurso (janelas, beirais, arbustos, pedras); - Aliviando-se a tenso do chicote, comearemos a deslizar e a descer, simplesmente caminhando pela parede ou aos saltos; - Ao chegar ao solo, flexione as pernas para facilitar a soltura do equipamento e a liberao da corda e ento saia debaixo da rea de descida.
7.4 Travas Existem vrios tipos de travas que podem ser realizadas para interromper ou assegurar a descida, entretanto, sero abordadas neste manual as mais usuais, simples e seguras. H diversas razes para se fazer uma trava, como a necessidade do bombeiro estar com as duas mos livres para realizar um procedimento, a converso de um sistema de descida para iamento, ou vice-versa, entre outras.
7.4.1 Trava do oito Eleve a mo de comando, mantendo a corda tesada, fazendo uma trajetria circular imaginria. Segure ento a corda com a mo de apoio para completar a trajetria, posicionando o chicote entre o vivo e a pea oito, puxando-o para baixo com as duas mos para realizar a primeira trava. Em seguida, faa uma ala passando-a por dentro do mosqueto, repetindo a seqncia anterior, a fim de realizar uma segunda trava, finalizando o procedimento. Para desfazer a trava, repita as aes em ordem contrria, prestando especial ateno no momento de desfazer a ltima trava com segurana.
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7.4.2 Trava do oito de resgate Aps realizar a primeira trava, conforme anteriormente descrito, ao invs de passar o chicote pelo mosqueto, passe-o pelas orelhas para ento executar a segunda trava, finalizando o procedimento.
Efetue a 1 trava
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Para realizar a trava com o rack, passe o chicote pelo primeiro barrete e, em seguida, passe uma ala por dentro do mosqueto, arrematando o vivo com um pescador simples, acima do freio.
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Quando o mosqueto for utilizado como freio, realize a trava fazendo o n de mula e arremate com pescador simples.
7.5 Variaes do rapel 7.5.1 Rapel positivo Descida realizada com o apoio dos ps em uma parede.
RAPEL POSITIVO
RAPEL NEGATIVO
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Em situaes em que no haja um bombeiro no solo para dar segurana ao rapel, por exemplo, no caso do primeiro bombeiro a descer em um abismo, o prprio executante pode fazer sua segurana prussicando a corda com um cordim ancorado sua cadeira, arrastando-o durante a descida, devendo estar atento para evitar o travamento indesejado e preparado para retomar a descida, atravs de auto-resgate.
RAPEL PRUSSICADO
DETALHE
ARRASTE O CORDIM
7.5.3.1 Auto-resgate No caso do cordim travar inadvertidamente, o bombeiro poder retomar o rapel de duas formas: aps efetuar a trava do oito, o bombeiro faz uma pedaleira instalando um cordim para aliviar seu peso e liberar o cordim de seu auto-seguro ou faz uma azelha como pedaleira, desfaz a trava e retoma a descida. Quando utilizar deste expediente, o bombeiro deve atentar para fazer uma descida lenta e contnua, pois um rapel veloz ir queimar a capa do cordim.
7.5.4 Rapel guiado Utilizado para desviar de obstculos a trajetria da descida. Para tanto, utilizam-se duas cordas, uma para o freio (a de descida) e outra para a guia (corda simples solecada), clipando a ela um mosqueto ou polia.
GUIA
LINHA DE RAPEL
RAPEL GUIADO
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7.5.5 Rapel ejetvel Esta tcnica diz respeito forma de ancoragem que permite a recuperao da corda. Utiliza-se este mtodo em situaes em que seja necessrio recolher a corda para utiliz-la em um outro lance de descida ou porque no seja razovel deix-la no local, (empregada em ambientes rurais e em cortes de rvore, por exemplo). Para este tipo de rapel, deve-se permear a corda, fazer uma ala com um oito duplo ou nove em um dos chicotes e fixar um mosqueto. Envolva ento o ponto de ancoragem e clipe o outro chicote por dentro do mosqueto. Ao trmino da descida, que dever ser feita pelo chicote contrrio ao que foi feito o "n", recolha o outro chicote.
7.5.6 Rapel debreado Esta tcnica refere-se a um tipo de ancoragem com um n dinmico (meia volta do fiel), utilizada para gerenciamento de atrito, ou seja, em ambientes, normalmente rurais, em que no seja possvel proteger a corda em toda sua extenso, executa-se uma ancoragem em um mosqueto com uma meia volta do fiel, bloqueado por n de mula e arremate com pescador simples, liberando-se um metro a cada descida. Desta forma a possibilidade de sobrecarga de um nico ponto reduzida.
7.5.7 Rapel de helicptero Primeiramente, necessrio destacar algumas normas de segurana para operaes com aeronaves (helicptero) : Jamais aproxime-se da aeronave pelo rotor (cauda); Desembarcado, mantenha-se sempre sob viso do piloto; Esteja com o capacete firmemente preso cabea; Aguarde o comando do piloto para embarcar na aeronave; Equipe-se para o rapel; Afivele-se ao cinto de segurana da aeronave; e Aguarde a indicao do tripulante para iniciar o rapel. Os bombeiros devero descer um de cada lado, em sincronismo, para evitar a desestabilizao da aeronave. Aquele que sai com o chicote pela sua prpria mo de
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comando (destro, saindo pelo lado direito da aeronave) tem sua sada favorvel, bastando projetar-se para o lado externo da aeronave. No entanto, o bombeiro que sai pelo lado oposto mo de comando (o destro, que sai do lado esquerdo da aeronave), dever, aps a passagem da corda pelo oito, ter a cautela de passar o chicote por baixo de suas pernas, para evitar que ocorra a trava do oito . Para posicionar-se no esqui da aeronave, a mo de comando j deve estar sob a coxa, mantendo a corda tesada. Coloca-se o p sobre o apoio intermedirio do esqui e simultaneamente faz-se uma rotao de 90, para em seguida colocar o outro p diretamente no esqui, ficando de frente para a aeronave. J sobre o esqui, deve-se manter uma abertura suficiente entre as pernas para dar estabilidade ao bombeiro. Estando prontos, ambos devero pagar corda at que pernas fiquem paralelas ao solo para, simultaneamente, continuarem a descida flexionando os joelhos, at estarem abaixo da aeronave, efetuando um pndulo. Aps a inverso, devero tirar os ps dos esquis da aeronave para ento iniciarem a descida, em rapel negativo, de forma contnua e sem freadas sbitas (trancos). Todos as aes devem ser simultneas e sincronizadas, de modo que ambos toquem o solo ao mesmo instante.
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ASCENSO
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Ascenso toda progresso vertical que implica em deslocamento, no mnimo, do peso do prprio corpo. So diversos os locais que podem exigir a progresso vertical do bombeiro para o atendimento a uma emergncia. Em ambientes urbanos temos fachadas de edificaes, torres metlicas de energia eltrica, de telefonia (antenas), chamins, andaimes, painis, telhados, poos, rvores em risco de queda iminente, crregos canalizados, ambientes industriais e espaos confinados. Em ambiente rural, encostas, costeiras, cachoeiras ou vales podem ser o cenrio de um acidente que demande uma operao de salvamento em altura. Muitas so as tcnicas de subida e os equipamentos para a sua execuo. O ideal que o sistema utilizado seja eficiente e eficaz, combinando segurana e simplicidade. A tcnica recomendada de ascenso inclui o uso de ascensores de punho, ou seja, um ascensor para cada mo, ambos conectados cadeira de salvamento e cada um com seu estribo, sempre com dois pontos de fixao da cadeira aos aparelhos, e estes, corda. Secundariamente, pode-se utilizar ns bloqueadores, como tcnica alternativa de ascenso. 8.1 Ascenso com aparelhos bloqueadores Os equipamentos individuais necessrios so: capacete, cadeira de salvamento, um par de ascensores de punho, quatro mosquetes com trava de rosca, dois auto-seguros, um par de luvas e um sistema de pedaleiras (fabricadas ou improvisadas com fitas tubulares). 8.1.1 Montagem do sistema Aps equipar-se com capacete, cadeira, dois auto-seguros, dois mosquetes (um em cada auto) e dois ascensores j preparados com suas respectivas pedaleiras e mosquetes auxiliares, posicione os ascensores na corda para ascenso, de maneira que o ascensor de cima dever estar na altura do brao semi-estendido (direito ou esquerdo conforme escolha pessoal), quando o bombeiro estiver sentado na cadeira. 8.1.2 Execuo 1 Passo: o aparelho inferior colocado na corda; 2 Passo: conecte o mosqueto do auto-seguro no olhal apropriado na parte inferior do ascensor (feche o gatilho e trave o mosqueto); 3 Passo: ajuste a pedaleira;
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4 Passo: conecte o mosqueto auxiliar na parte superior do aparelho, no olhal apropriado como um guia para a corda, tendo a funo de impedir que o aparelho se desconecte da corda durante a operao; 5 Passo: coloque o aparelho superior na corda; 6 Passo: conecte o mosqueto do outro auto-seguro no olhal apropriado da parte inferior do ascensor (feche o gatilho e trave o mosqueto); 7 Passo: ajuste a pedaleira; 8 Passo: conecte o mosqueto auxiliar na parte superior do aparelho, no olhal apropriado como um guia para a corda, tendo a funo de impedir que o aparelho se desconecte aleatoriamente da corda durante a operao; 9 Passo: verifique se todos os mosquetes esto fechados e travados corretamente; 10 Passo: posicione os ascensores o mais alto possvel na corda; 11 Passo: sente-se na cadeira de salvamento e posicione os ps nas respectivas pedaleiras, verificando os ajustes (as pernas no devero estar completamente estendidas, pois a subida no ser eficiente).
Bombeiro equipado
Conecte o ascensor
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8.1.3 Descrio da tcnica (progresso vertical) 1 Passo: progresso na corda. Quando o ascensor superior estiver sendo elevado, o bombeiro dever aliviar o peso da respectiva pedaleira, apoiando o peso de seu corpo no outro ascensor (projetar o corpo para cima, apoiando-se por completo na perna oposta, isto , apoiando-se na pedaleira do ascensor oposto); 2 Passo: elevar o ascensor inferior, observando o mesmo gesto motor de apoiar-se na pedaleira do ascensor oposto (o superior) e aliviar a perna do ascensor que estiver sendo levado para cima. Progredir; 3 Passo: chegada. Na parada para sada do sistema, sempre dever haver uma fita ou auto-seguro para que o bombeiro possa ancorar-se e realizar a sada da corda com segurana.
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8.2 Ascenso com ns bloqueadores Preferencialmente, deve-se executar uma ascenso com uso de aparelhos especficos, pois o bombeiro poder ter maior agilidade, e eficcia. No entanto, quando no se dispe dos ascensores, os ns que bloqueiam a corda podem ser uma boa alternativa tcnica, como o prussik, marchard ou a ascenso com o n belonesi e cabo da vida. Neste manual, ser apresentada a ascenso com o prussik. Os equipamentos individuais necessrios so : capacete, cadeira de salvamento, dois auto-seguros, dois mosquetes (um para cada auto), um par de luvas e um par de cordins . 8.2.1 Montagem do sistema e progresso vertical O tamanho da pedaleira (feita a partir da unio de dois cordins ou de um cordim a uma fita) depender do biotipo do bombeiro. O comprimento do cordim superior deve permitir que depois de aplicado o n prussik na corda de subida e conectado a ala do cordim no mosqueto da cadeira, o bombeiro tenha frente de seu rosto o n, aps estar colocado no sistema (sentado na cadeira de salvamento). A pedaleira, depois de aplicada corda, dever permitir que o bombeiro possa posicionar o p para apoio ou ambos os ps.
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Detalhe do prussik
Detalhe da pedaleira
8.2.2 Execuo 1 Passo: o cordim superior deve ser colocado na corda aplicando-se o n prussik com duas a trs voltas, ajuste muito bem as voltas do n para evitar que ele deslize e seu travamento seja comprometido. Mantenha o n de unio do anel do cordim lateralizado; 2 Passo: aps aplicao do n na corda, conecte a ala do cordim no olhal central da cadeira com um mosqueto com trava de rosca; 3 Passo: aplique o n prussik com o outro cordim abaixo do outro cordim j instalado na corda; 4 Passo: conecte um auto-seguro ao cordim do n prussik longo atravs de mosqueto prprio, de modo que o bombeiro fique conectado a corda por dois pontos, ambos fixos no olhal central da cadeira de salvamento; 5 Passo: Progresso. Ocorre com o deslizamento do cordim superior pela corda para acima, estando todo o peso do corpo apoiado no cordim inferior; 6 Passo: aps o posicionamento do cordim superior acima, sente na cadeira e deslize o outro n prussik para cima; 7 Passo: Chegada. Na parada para sada do sistema, dever haver uma fita ou autoseguro para que o bombeiro possa ancorar-se e realizar a sada com segurana.
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8.3 Recomendaes importantes Durante a ascenso, mantenha o corpo o mais vertical possvel, procurando exercer maior fora nas pernas, utilizando as mos para projetar os ascensores para cima e manter o equilbrio, um de cada vez. Nunca desconecte qualquer dos aparelhos da corda durante a ascenso se ainda no tiver chegado ao seu objetivo e se no estiver seguro em uma parada. Sempre prepare uma ancoragem de chegada para sair do sistema com segurana. Utilize sempre o mosqueto auxiliar como guia na parte superior do ascensor para evitar que o aparelho se desconecte inadvertidamente. Mantenha-se sempre apto no teste de aptido fsica. Procure desenvolver sua habilidade de subir com segurana e com mnimo esforo e de saber improvisar em situaes inesperadas ou difceis.
8.4 Ascenso em estruturas metlicas Tem-se como estruturas metlicas fixas: torres de alta tenso, antenas de telecomunicao (telefonia, rdio, televiso), gruas (guindaste empregado em obras de construo civil), pontes, brinquedos de parques de diverso (montanha russa, roda gigante, entre outros), elevadores, plantas de processamento industriais, etc. Os equipamentos individuais necessrios so: capacete, cadeira de salvamento, peitoral ajustvel, um par de ascensores de punho, dois auto-seguros, seis mosquetes com trava de rosca, um par de luvas e um sistema de pedaleiras. Os equipamentos necessrios para operacionalizar o sistema so: corda dinmica de 11 mm (onze milmetros) de dimetro, fitas tubulares ou fitas costuradas, mosquetes de ao ou de alumnio com trava de rosca, freio oito e proteo para corda.
8.4.1 Operacionalizao do sistema A escalada da estrutura deve ser iniciada com segurana. Nunca se deve progredir verticalmente sem planejar e estabelecer os sistemas de segurana que garantiro o resultado favorvel das operaes no local. Em estruturas metlicas fixas, h diversas formas de iniciar sua escalada, que iro variar de acordo com os materiais disponveis na viatura. Uma das formas, consiste da
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progresso pela estrutura utilizando ganchos metlicos (conectores apropriados), presos a cadeira de salvamento por absorvedores de impacto. O mtodo recomendado deriva das tcnicas de escalada, onde se instala a cada dois metros, ancoragens com fitas tubulares (costuradas ou no) e mosquetes ao longo da estrutura metlica, por onde ser passada a corda que ir servir de segurana escalada dos bombeiros.
Bombeiro equipado
Ancoragem cadeira
Costura em detalhe
8.4.2 Execuo 1 Passo: ancore a corda dinmica de segurana cadeira do bombeiro com mosqueto de ao;
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2 Passo: inicie a progresso vertical instalando a cada dois metros uma fita e um mosqueto com trava de rosca, onde a corda dinmica ser passada por dentro; 3 Passo: um segundo bombeiro dever fazer a segurana de baixo (do cho) com uso de um freio oito fixo ou ancorado a sua cadeira, por onde a corda de trabalho ser conectada (subida com segurana de baixo); 4 Passo: medida que o primeiro bombeiro sobe, o segurana de baixo vai liberando a corda que est passando pelo freio oito, de modo que, se ele cair, estar seguro pelo sistema de freio e pela ala da corda dinmica que passou pela ltima fita costurada na estrutura pelo bombeiro; 5 Passo: caso outros bombeiros necessitem subir, a segurana poder ser coordenada de cima pelo primeiro bombeiro que j est no topo da estrutura. De acordo com o tipo de estrutura e salvamento a ser executado, deve-se prever que os bombeiros que realizaro a subida devero portar materiais sobressalentes como: cadeiras para vtimas, corda esttica para rapel, fitas tubulares, mosquetes, etc.
8.5 Ascenso em rvores O acesso copa de uma rvore pode ser feito por meio de escalada, quando no for possvel o uso de escadas portteis ou de viaturas areas (auto-escada, plataforma elevatria).
8.5.1 Ascenso com ns boca de lobo Consiste da ascenso em rvores atravs do tronco das mesmas. O bombeiro deve possuir alm do EPI, os seguintes equipamentos: trs cabos vidas, freio oito, mosquetes, corda esttica 12,5mm e fitas tubulares para ancoragem. Munido destes equipamentos, o bombeiro deve seguir os seguintes passos: 1 Passo: Confeccione n oito duplo no chicote dos cabos da vida; 2 Passo: Permeando os cabos da vida, confeccione dois ns boca de lobo no tronco da rvore (um na altura da cabea e o outro na altura da cintura); 3 Passo: prenda as alas do cabo da vida superior no mosqueto da ala central da cadeira e no cabo da vida inferior, apie os ps;
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4 Passo: permeie a corda esttica e confeccione o n oito duplo, fixe um mosqueto e ancore-o ao cabo da vida superior, passando a corda pelo freio oito e travando-a, para utilizao em descidas emergenciais, a partir do ponto em que estiver na rvore.
Aps a preparao, damos incio a escalada, travando o cabo da vida inferior com o peso do corpo, elevamos o n superior, deixando ento o peso sobre este n, solecando o n inferior para reposicion-lo e travando-o novamente com o peso do corpo, e assim sucessivamente, conseguindo desta forma escalar a rvore. Se houver galho para transpor, utiliza-se o terceiro cabo da vida, confeccionando um n boca de lobo no caule acima do galho e entramos em auto neste novo cabo da vida, transpondo o galho, recuperando o material e prosseguindo a ascenso at o objetivo, onde ser confeccionado uma nova ancoragem com fitas ou cordas. Aps o trmino do trabalho, efetua-se a descida, realizando o rapel ejetvel.
Rapel ejetvel
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Acesse o galho desejado ou prximo a ele, arremessando com as prprias mos, uma retinida com um peso. Emendando a corda esttica na mesma, recupera-se a corda por cima do galho, a fim de empregar um chicote para ascenso e o outro, para ancoragem debreada, do solo. Em seguida, utiliza-se qualquer dos mtodos de ascenso at chegar ao objetivo, onde se confecciona uma ancoragem para auto-assegurar-se. Em caso de descida emergencial, basta um segundo bombeiro destravar o n meia volta do fiel e gerenciar a descida do bombeiro que est no sistema. Para descer, utilize tcnica de rapel ejetvel.
Lanamento da retinida
Iamento da corda
Ancoragem debrevel
Ascenso
Ancoragem do bombeiro
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9
MSA
VANTAGEM MECNICA
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9.1 Conceitos bsicos de fsica Para realizarmos um trabalho podemos lanar mo de facilitadores chamados mquinas. Entre as mquinas simples, podemos citar os planos inclinados, alavancas e polias. O homem utiliza uma mquina para poupar esforo de maneira a poder realizar um grande trabalho utilizando uma pequena fora. Chamamos esta relao entre o esforo requerido (fora de resistncia) e o esforo realizado (fora de ao ou motriz) de vantagem mecnica. Assim, vantagem mecnica o nmero de vezes que a fora de resistncia maior que a de ao. Podemos determinar a vantagem mecnica (VM) pela frmula abaixo :
VM = FR
A FR = fora de resistncia, ou seja, a carga.
FA = fora de ao realizada para movimentar a carga.
Se FR e FA tiverem a mesma intensidade, a vantagem mecnica ser igual a 1 (um). Qualquer sistema que oferea vantagem mecnica igual a 1 no economiza fora .
NO H REDUO DE FORA
No entanto, se FR tiver uma intensidade maior do que FA, a vantagem mecnica ser maior do que 1. Nesse caso, haver economia de fora .
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A fim de obtermos economia de energia (reduo de fora), podemos empregar mquinas complexas como motores, guindastes, etc, ou mquinas simples como alavancas, planos inclinados, rodas e principalmente, no caso de operaes de salvamento em altura, polias.
9.2 Polias Quanto ao seu emprego, as polias podem ser fixas ou mveis. Quando fixada a um ponto qualquer, a polia no acompanha a carga e, desta forma, no economiza fora, servindo to somente para mover pequenas cargas com maior comodidade, pela mudana de direo e sentido das foras aplicadas. A polia mvel, como o prprio nome indica, aquela que pode deslocar-se com a carga. Um dos chicotes da corda ancorado a um ponto fixo, enquanto ao outro aplicada a fora motriz. Neste caso, haver reduo de fora.
POLIA FIXA : MUDANA DE DIREO
As linhas em torno das polias devem estar paralelas entre si para que se tenha o rendimento esperado. Quanto maior a angulao entre elas, menor ser a vantagem mecnica.
Quando falamos em vantagem mecnica, referimo-nos a vantagem mecnica terica, pois se desconsidera o efeito das perdas, especialmente pelo atrito. Assim, se
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substitussemos polias por mosquetes, teoricamente teramos uma mesma vantagem mecnica, no entanto, importante saber que um mosqueto tem uma eficincia estimada em 60%, enquanto uma boa polia tem uma eficincia de 90%. Por isso, uma vantagem mecnica de 2 : 1 com uma polia representa na realidade uma vantagem de 1,9 :1 em contrapartida, se utilizssemos um mosqueto (ao invs da polia), a eficincia seria de 1,6 :1. 9.3 Montagem de sistemas de vantagem mecnica 9.3.1 Regra dos doze Esta regra deve ser utilizada sempre que utilizarmos sistemas de vantagem mecnica para tracionar cordas fixas (como nas tirolesas) e estabelece que o produto do fator de reduo pelo nmero de homens deve ser no mximo doze, por exemplo, em um sistema 3:1, podemos utilizar at quatro homens para a trao.
9.3.2
Ao de trao
Em servios de salvamento, recomenda-se to somente sistemas movidos por fora humana. A trao deve ser continuada, evitando-se trancos.
9.3.3
Adote, por segurana, um sistema de captura de progresso (cordins ou bloqueadores mecnicos), para prevenir que a corda escape e a carga caia, por exemplo.
O uso de polias de base chata facilita o deslize dos cordins durante o tracionamento
9.4 Sistemas de vantagem mecnica Podemos classificar os sistemas de vantagem mecnica como simples ou combinados.
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Chamamos de sistemas simples aqueles em que a fora de trao incide diretamente sobre a carga ou sobre a corda a que a carga encontra-se ancorada. Os sistemas simples de acordo com sua montagem so divididos em estendidos, reduzidos ou independentes. Para o clculo da vantagem mecnica nos sistemas simples, basta somar o nmero de ramais de corda que saem da carga ou do bloqueador.
9.4.1.1
Simples estendido
Nos sistemas estendidos, a corda percorre todo espao entre o ponto fixo e o ponto mvel (carga). Apesar de sua simplicidade, verifica-se que quanto maior a vantagem mecnica adquirida, maior a quantidade de corda empregada.
2:1
3:1
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4:1 9.4.1.2 Simples reduzido Nos sistemas reduzidos utilizamos bloqueadores, como cordins ou bloqueadores estruturais ancorados corda, sobre a qual incide a fora de trao e no diretamente sobre a carga, como no sistema estendido, o que nos possibilita empregar uma extenso menor de corda para executar o servio. Para efetuar a trao, devemos avanar o bloqueador em direo a carga cada vez que o mesmo se aproxima da polia fixa, impedindo a trao.
TRAO 3 : 1
9.4.1.3
Simples independente
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Os sistemas independentes no empenham a corda do sistema para a realizao da trao, isto , utiliza-se uma corda auxiliar para tracionar o sistema j existente.
SISTEMA INDEPENDENTE 2 : 1
SISTEMA INDEPENDENTE 3 : 1
9.4.2 Sistema combinado Chamamos de sistemas combinados os sistemas onde a vantagem mecnica incide sobre outro sistema de vantagem mecnica, tendo como vantagem final a multiplicao dos fatores.
(2 : 1) x (2 : 1) = 4 : 1
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(2 : 1) x (3 : 1) = 6 : 1 Para o clculo da vantagem mecnica obtida a partir de sistemas combinados, devemos multiplicar cada um dos fatores para chegar ao resultado final. 9.4.3 Montagem prtica de um sistema simples reduzido (3 : 1)
Prussique a corda
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Sistema 3x1
Tracione o sistema
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100
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MSA
TIROLESA
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Chamamos de tirolesa a tcnica de transposio de vos livres, por intermdio do deslize de polias, conectores metlicos ou descensores, atravs de uma corda ancorada em dois pontos, na horizontal ou inclinada (como comumente utilizada).
A grande vantagem da tirolesa possibilitar o transporte de vtimas por trechos impercorrveis, no entanto, h que se considerar, na escolha desta tcnica, as desvantagens existentes, como a de se criar cargas altssimas nas ancoragens, a lentido da montagem e o fato de normalmente apresentar funcionamento incerto e difcil de ser remediado. Assim, devemos optar por esta tcnica somente quando no haja outras alternativas mais simples e seguras e exista tempo suficiente e pessoal habilitado para execut-la.
10.1 Potencial de estresse e falha do equipamento Mais do que qualquer outra tcnica de salvamento em altura, a tirolesa tem o potencial de sobrecarregar a corda, equipamentos e ancoragens, podendo causar falha do sistema. A montagem e o uso do sistema requerem conhecimento das foras potenciais envolvidas. 10.2 Determinando a tenso da corda As cordas jamais devem ser tesadas excessivamente. Sob carga, a corda deve formar um ngulo tal que no sobrecarregue o sistema, portanto, previsvel (e desejvel) que se forme certa laseira. Ao tesar a corda, jamais utilize aparatos mecnicos (viaturas, talhas ou tirfor), mas to somente a fora humana, respeitando-se a regra dos doze. Ao montar uma tirolesa, importante levar em conta a fora T sobre as cordas de suspenso (portanto, sobre as ancoragens) medida em que suportam um carga (F). A fora real T aumenta ao passo em que a corda carregada se aproxima da horizontal.
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103 Tenso T* (F=100kg) 75kg 100kg 200kg 1200kg F/T 1:3/4 1:1 1:2 1:12
10.3.1 Linha de sustentao Deve consistir de uma corda dupla, esttica e com tensionamento moderado para evitar fadiga do sistema.
LINHA DE SUSTENTAO
10.3.2 Sistema de freio A frenagem da descida pode ser feita das seguintes maneiras : pelo prprio executante, segurando com mos e ps a corda ou torcendo a
polia durante a descida; adotando-se uma corda ancorada carga, para comando de cima,
possibilitando o controle da velocidade da travessia, podendo ser utilizado o rack, oito, mosqueto; ou utilizando-se uma corda do solo acoplada linha de sustentao por um
mosqueto de ao, a cerca de 45 da linha de sustentao , freando-se gradativamente a descida assim que a pea de deslize tocar o mosqueto de freio (devendo ser considerado e evitado o choque entre as peas).
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Rack
FREIO SUPERIOR
10.3.3 Sistema de recuperao Consiste de uma corda da carga ao local de destino, cujo objetivo evitar que a carga pare no meio da travessia, podendo ser utilizado ainda um sistema de reduo de fora para tal.
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RECUPERAO
10.3.4 Carga Poder ser uma vtima, um bombeiro ou uma vtima imobilizada em uma maca e acompanhada de um bombeiro. 10.3.5 Utilizao de cordas duplas Deve-se utilizar cordas duplas na montagem da tirolesa, especialmente quando se fala em salvamento de vtimas, dividindo-se a carga entre ambas.
CORDAS DUPLAS
10.4 Angulao da tirolesa Na montagem de tirolesas anguladas, devemos observar ngulo formado entre o solo e a corda, a fim de que a descida seja segura, constante e moderada. A angulao depender, entre outros fatores, do tipo de pea a ser empregado para o deslize, preferencialmente polias e, eventualmente peas oito ou mosquetes de ao. Estipula-se o ngulo de segurana em torno de 20 utilizando-se peas diversas, que deve ser reduzido se utilizarmos polias. O no tensionamento excessivo do sistema e o uso de freio superior podero amenizar os efeitos de uma angulao elevada ou de difcil mensurao.
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11
MSA
SALVAMENTO
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Fatores como o estado em que a vtima se encontra (consciente ou inconsciente, calma ou em pnico, com ou sem traumas), a quantidade (uma, duas ou mais vtimas), o local (urbano ou rural), a possibilidade de queda (potencial ou iminente) e outros riscos, iro nortear a ao se socorro a ser implementada pelas equipes de salvamento. O conhecimento das tcnicas deve ser aliado a horas de treinamento direcionado a cada situao particular e previsvel, a fim de que o bombeiro no seja surpreendido no momento da ocorrncia. Antes de qualquer interveno, um rpido e prvio planejamento deve considerar os riscos e peculiaridades da ocorrncia, a fim de que seja estabelecida e estratgia e tcnica a ser empregada no salvamento, assim como ratificadas as funes de cada membro da equipe, conforme treinamento anterior. Didaticamente, este captulo ser dividido em trs grupos tcnicos, de acordo com o tipo de abordagem a cada vtima: Salvamento de vtimas sem trauma; Salvamento de vtimas com trauma, necessitando obrigatoriamente da adequada
estabilizao e emprego de macas e devido atendimento pr-hospitalar; e Salvamento de mltiplas vtimas em local de risco.
11.1 Salvamento de vtimas sem trauma 11.1.1 Vtima-bombeiro Chamamos de vtima-bombeiro a tcnica em que a vtima desce junto ao bombeiro, entre suas pernas, o que requer procedimentos especficos para segurana da operao e para que o bombeiro tenha controle suficiente da descida.
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Para controle do rapel, necessitamos de maior atrito da corda ao freio pois, alm do peso do bombeiro, h o peso da vtima a ser suportado. Para tanto, podemos utilizar a passagem dupla da corda e, neste caso, o socorrista dever manter a mo de comando afastada do corpo, evitando a sobreposio das voltas ou a passagem de uma ala adicional pelo mosqueto, antes da insero do oito. Passagem dupla pelo freio oito:
INSERO DO OITO
A cadeira da vtima no deve ser conectada diretamente cadeira do bombeiro mas ao aparelho de freio, devendo haver uma distncia suficiente para que a vtima tenha contato fsico com o socorrista, sem no entanto correr o risco de tocar ou enroscar-se ao freio, podendo ser utilizada uma fita tubular ou costura da cadeira da vtima ao freio.
O bombeiro deve manter contato verbal com a vtima, tranqilizando-a, e utilizar as pernas e a mo de apoio para proteg-la de eventuais obstculos durante a descida. 108
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Posicionamento da vtima
Mantenha a mo de comando afastada do freio (quando utilizar a passagem dupla pelo oito)
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Atravs desta tcnica so instalados dois freios corda, ao de cima ancora-se a vtima e, ao debaixo o bombeiro que, descendo primeiro, controla do cho a descida da vtima. Ambos posicionam-se no vo e, enquanto o bombeiro estiver descendo, seu prprio peso mantm a vtima parada, cuja descida iniciada quando o bombeiro tocar o solo e solecar a corda, comandando o rapel. Tem o inconveniente do bombeiro perder o contato com a vtima, que efetua a descida isoladamente. Variao da tcnica bombeiro-vtima: unidos por uma costura ou fita tubular, iniciada a descida, bombeiro e vtima descem juntos, evitando-se a descida isolada da vtima.
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Descida bombeiro-vtima
11.1.3 Resgate com freio fixo Atravs desta tcnica, o freio permanece fixo e a descida controlada de cima pela equipe de apoio, havendo to somente uma ala ancorada cadeira da vtima, que pode ou no estar acompanhada por um bombeiro. Descendo isolada, dever ser conectada uma corda guia para liber-la de eventuais obstculos, durante o trajeto at o solo. Ser prefervel a utilizao do rack ao oito ou mosqueto, em razo da formao de cocas por estes tipos de freio. A vtima poder estar ancorada atravs de uma cadeira, de um balso com arremate no trax, de uma cadeira rpida de fita tubular ou atravs de um tringulo de salvamento. Dever ser previsto um sistema de segurana para bloqueio da corda, podendo ser utilizado um cordim ou bloqueador estrutural (rescucender)
Comando superior
Tringulo de salvamento
Corda guia
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COMANDO SUPERIOR
Ao substituir o sistema de freio por um sistema de vantagem mecnica e captura de progresso, podemos efetuar o iamento de uma vtima.
11.1.4 Transferncia de linha Esta tcnica diz respeito necessidade de transferir a vtima da corda em que esteja suspensa ou dependurada para a corda de salvamento. Aplica-se, na maioria das vezes, a salvamento de operrios que, aps um acidente, tiveram suas quedas evitadas pela linha da vida de seus cintos de segurana ou trava-quedas.
RESGATE DE OPERRIO
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A operao exige o conhecimento de alguns equipamentos para trabalho em altura, funcionamento do trava-quedas e, dentro do possvel, que seja desprezado todo tipo de equipamento utilizado pela vtima, isto , evite contar ou confiar no mesmo.
Inverte para vestir uma cadeira na vtima ou clipar o sistema de vantagem mecnica na cadeira que ela utiliza
Efetua um pequeno iamento com a fora das mos ou improvisando uma pedaleira
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FREIO
Execuo: 1. Aps o planejamento prvio, dever ser montada uma linha para rapel, prxima da vtima; 2. O bombeiro descer at que a cabea da vtima fique prxima da linha de seus ps e ento realizar a trava do oito;
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3. Aps tranqilizar a vtima e explicar os procedimentos que sero realizados, o bombeiro executa a inverso para vestir o tringulo de salvamento na vtima ou ancorar a vtima, conectando-o por fitas tubulares ao seu freio. 4. Conferidas as ancoragens, o bombeiro cortar a corda em que a vtima encontrase suspensa, passando-a para o seu sistema, para ento desfazer sua trava e descer com segurana. 5. O bombeiro que efetuar a interveno deve ter consigo um sistema de vantagem mecnica com captura de progresso, pr-montado, para efetuar um pequeno iamento e facilitar a desconexo da vtima.
11.1.5 Debreagem do sistema (descenso debreada) H situaes em que a vtima encontra-se dependurada em um local de risco e no possvel ou seguro que o bombeiro efetue o acesso a ela (em uma cachoeira, por exemplo). Nesses casos utiliza-se o sistema de descenso debreada, aproveitando-se a corda e a cadeira que vtima utiliza para desc-la ao solo, bloqueando-se a corda da vtima com um aparelho ou n bloqueador atravs da corda de salvamento presa a um freio fixo, devidamente travada. Utilizando-se de um sistema de vantagem mecnica, efetua-se uma pequena trao para transferir o peso para a corda de salvamento, efetuando-se ento um n na corda da vtima (para prevenir, eventualmente, que a corda corra e passe pelo bloqueador), para ento cort-la. Destravando-se o freio, a vtima descida de forma lenta e suave.
11.2 Salvamento de vtimas com trauma Em casos de transposio de obstculo, terreno acidentado ou ainda de deslocamentos de vtimas de trauma para locais que ofeream uma maior facilidade e acessibilidade s viaturas, helicptero ou equipe mdica, devemos recorrer a utilizao de uma maca. Sua indicao de uso deve levar em conta a gravidade das leses da vtima, inconscincia, tipo de terreno a transpor ou sua impossibilidade em auxiliar no prprio deslocamento, em todos os casos de trauma ou que o decbito seja indicado para a vtima, salvo em situaes de risco iminente vtima ou socorrista, considerando que a utilizao e preparao das macas demandam um certo tempo.
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Para a sustentao da maca, ancoramos os ps e a cabea da maca, concentrandoos no seu centro de gravidade. Existem tirantes comercializados como itens de srie ou opcionais de macas, porm, pode-se confeccionar tirantes ajustveis utilizando-se dois cabos da vida permeados e dois pares de cordins, unidos por prussiks e pescadores duplos ou utilizando-se to somente dos ns belonesi, possibilitando, desta forma, a regulagem da inclinao da maca, de acordo com o quadro clnico da vtima ou com a topografia do terreno e obstculos que se apresentam no trajeto.
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Os tirantes regulveis permitem um ajuste rpido em caso da necessidade de mudana da posio horizontal para a vertical e vice-versa, bastando apenas deslizar os ns bloqueadores atravs dos tirantes.
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11.2.1.2 Preparao da vtima Vtimas de trauma devem ter imobilizao dorsal e cervical, obrigatoriamente. A fixao da vtima maca visa evitar sua queda em caso de inverso ou o escorregamento em caso de inclinao da maca, no entanto, esteja atento para que a imobilizao no prejudique a respirao da vtima, nem tampouco agrave as leses existentes. A fixao da vtima na maca-cesto pode ser realizada de vrias formas, porm, deve ser padronizada para evitar erros e facilitar a conferncia por parte de qualquer integrante da equipe. Sugerimos os seguintes procedimentos: 1. Inspecione a maca cesto e verifique se os pinos-trava esto devidamente encaixados, assegurando a unio das duas partes; 2. Aps a imobilizao da vtima em prancha longa, posicione-a na maca cesto, fechando os quatro tirantes da maca e ajustando o suporte de ps; 3. Iniciar o encordamento com o n volta do fiel seguido de arremate, confeccionar amarrao que tambm servir como suporte de ps; 4. Costure a maca passando a corda pelos pegadores, efetuando cotes; 5. Na altura do trax, cruze a corda sobre a vtima, para o outro lado da maca e retornando a costura em X ; 6. Arremate a corda no pegador passando a mesma entre os ps da vitima.
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Amarrao finalizada
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O uso de corda guia tem por finalidade evitar que a maca raspe ou enrosque em salincias da parede ou efetue giros em vo livre, prejudicando a estabilizao da vtima. Deve ser instalada sempre que a maca estiver isolada (sem acompanhamento por bombeiro) e houver possibilidade de enrosco ou desestabilizao.
11.2.1.4 Amarrao para mudana no sentido de deslocamento Mesmo sabendo que toda operao de salvamento deve ser planejada, por questes de segurana e tempo, mantenha uma ancoragem pr-fixada cabeceira da maca-cesto para viabilizar, em caso de necessidade, uma possvel inverso do deslocamento da maca, do plano horizontal para o vertical.
11.2.1.5 Conferncia prvia do sistema ou material montado A conferncia e a checagem de todos os equipamentos e itens de segurana fundamental para o sucesso e segurana da operao, devendo ser realizada em voz alta por um dos integrantes da equipe de salvamento e conferida pelos demais, momento em que devem ser enumerados todos os procedimentos executados por ordem cronolgica, como segue: Pinos-trava da maca; Tirantes da prancha longa; Tirantes da maca cesto; Amarrao de fixao da vtima; Trava e angulao correta dos mosquetes empregados; Equalizao correta dos tirantes;
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MSA SALVAMENTO EM ALTURA Cabo guia (se houver); e Trava e angulao correta do mosqueto principal.
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11.2.2 SKED 11.2.2.1 Preparao da vtima Assim como na maca-cesto, a fixao de uma vtima na maca SKED pode ter variaes, porm, deve ser padronizada para evitar erros e facilitar a conferncia por parte de qualquer integrante da equipe. Sugerimos os seguintes procedimentos: 1. Ao retir-la da mochila, desenrole-a para em seguida invert-la, enrolando suas extremidades no sentido contrrio ao que estava acondicionada para que fique plana, facilitando sua manipulao; 2. Instale tirante de cabea e o tirante dos ps; 3. Aps a imobilizao da vtima em prancha longa, posicione-a na maca, fechando os tirantes porm, sem ajust-los; 4. Inicie o encordamento para possvel inverso da posio de iamento ou descida; 5. Ajuste os tirantes e instale o suporte de ps; 6. Ajuste e arremate o encordamento; 7. Faa a regulagem da aba superior da maca na altura da cabea; 8. Instale, se necessrio, as fitas tubulares extra para a funo de pegadores.
Desenrole a maca
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Feche a cabeceira
11.2.2.2 Encordamento Para efetuar o encordamento utilize a corda com aproximada mente 11,0 m, que acompanha o equipamento. Inicie a confeco do n oito com a corda permeada, passando seus chicotes por entre os orifcios ou ilhoses da maca iniciando pela cabea e tomando o cuidado de realizar a amarrao de forma igual nos dois lados. Realize a passagem do encordamento em um dos pegadores da prancha longa repetindo a operao do outro lado; Continue inserindo os chicotes pelos orifcios ou ilhoses da maca, tensionando-os aps cada passagem at que chegue nos ps da maca Emende os chicotes com um n direito na altura dos ps; Leve os chicotes da corda at as alas mais prximas do p da maca SKED e una estas pontas com um n direito e cotes.
11.2.2.3 Conferncia prvia do sistema ou material montado Enumere todos os procedimentos executados por ordem cronolgica, como segue: Tirantes da prancha longa Tirantes do SKED Fixao da vtima e ajuste de todas as presilhas
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Encordamento de reforo para possvel inverso de iamento para posio vertical Equalizao correta dos tirantes Cabo guia (se houver) Trava e angulao correta do mosqueto principal
11.2.3 Remoo vertical Definimos remoo vertical como a remoo de um local ou situao de risco em que o ngulo de inclinao to acentuado que os pesos da maca, vtima e socorristas ficam todos sustentados pela corda. Esta ao pode ser realizada em encostas de morros, paredes, vos livres e faces de edifcios ou estruturas. Para unir o conforto do paciente ao fcil manuseio por um nico bombeiro, a maca geralmente iada ou descida na posio horizontal, porm, em passagens estreitas pode ser necessrio que a maca opere na posio vertical. Em terrenos com baixa inclinao, a sustentao da maca por cordas desnecessria, entretanto, a utilizao de um sistema com corda de segurana indispensvel para movimentao da equipe de salvamento. Qual a linha divisria entre a atuao da tcnica de remoo vertical e de um salvamento de baixa inclinao? Depende de cada situao, mas est por volta de 60 de inclinao. Na remoo vertical de macas, obrigatrio o uso de duas cordas de servio, uma principal que suportar a carga e outra de segurana e back-up, dotadas de sistemas de freio, bloqueio, vantagem mecnica e captura de progresso pr-montados para qualquer eventualidade, considerando ainda que uma poder assumir o papel da outra, em virtude de mudanas de topografia do terreno ou situao, razo pela qual devem ter a mesma especificao tcnica.
11.2.4 Acompanhamento da maca por bombeiro Sempre que possvel, em qualquer situao de salvamento (rapel, iamento ou tirolesa), a vtima dever estar acompanhada do bombeiro, que deve ficar com a maca a altura de sua cintura em condies de prestar assistncia vtima e safar a maca da parede ou de obstculos no caminho. O bombeiro dever estar ancorado ao sistema, que inclui a corda principal e a corda de segurana, devendo ser dotado de um mecanismo que
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POSICIONAMENTO DO BOMBEIRO
11.2.5 Rapel com maca O comando da descida pode ser feito pelo prprio socorrista ou pela equipe de apoio; No primeiro caso, o freio clipado maca e o controle exercido pelo prprio socorrista, o que exige dele muita ateno e auto-confiana. Semelhantemente descida vtima-bombeiro, necessrio maior atrito da corda ao freio. No outro caso, o freio ancorado no alto (permanecendo fixo) e o controle exercido pela equipe de apoio, sendo a maca e o socorrista descidos de baldinho, sendo indispensvel que haja um meio de comunicao eficiente entre eles, bem como um dispositivo para proteo de quina adequado, uma vez que a descida ser comandada de cima.
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MSA SALVAMENTO EM ALTURA 11.2.6 Tirolesa com maca Devemos observar os seguintes itens de segurana para a montagem de uma tirolesa com maca : Utilizar corda dupla;
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No tesar excessivamente a corda, observando-se a regra dos doze, jamais empregando aparatos mecnicos para tal; e
Freio
Recuperao
Na preparao da maca, podemos utilizar tirantes clipados corda de sustentao independentes (um menor e outro maior, respeitando-se a angulao do sistema) e interligados entre si ou ambos concentrados em um nico ponto (centro de gravidade). Assim como no rapel, a vtima poder ou no estar acompanhada do socorrista. Ao acompanh-la, o socorrista dever posicionar-se no centro da maca ou junto cabeceira e, sempre que possvel, estar dotado de um sistema que permita deslocar-se, para cima ou para baixo, a fim de melhor assistir a vtima.
TIRANTES
ACOMPANHAMENTO
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MSA SALVAMENTO EM ALTURA 11.2.7 Iamento de maca Para iar vtimas, observe os seguintes procedimentos : utilize um sistema de vantagem mecnica e de captura de progresso;
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- proteja a corda de cantos vivos e superfcies abrasivas; e - evite trancos durante a subida, realizando a trao de forma contnua.
Proteo de quina
IAMENTO
11.2.8 Salvamento com auxlio de escadas portteis Em ocorrncias que demandem o transporte de vtimas em macas em locais de baixa altura, difcil acesso e sada, especialmente para a manipulao de vtimas imobilizadas, pela necessidade de descida, iamento, realizao de curvas ou movimentaes excessivas e bruscas, representando risco desnecessrio vtima, bem como em situaes em que no dispomos de um ponto de ancoragem confivel ou alinhado para a remoo da vtima, podemos nos valer de tcnicas de salvamento com o auxlio de escadas portteis. Podemos citar alguns exemplos de situaes comuns nos quais estas tcnicas podem ser oportunamente aplicadas, como no caso de um morador que sofre uma descarga eltrica em sua laje quando tentava instalar ou arrumar sua antena de TV, uma criana vtima de queda em telhado quando empinava pipa ou qualquer outra situao em que a descida da vtima pelo local por onde ela subiu se torne impraticvel.
11.2.8.1 Escada trilho Esta tcnica consiste de utilizar a escada como um trilho, proporcionando um plano inclinado para o deslize da maca, quer para descida, quer para iamento.
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Execuo: 1. A vtima imobilizada em prancha longa fixada no SKED ou maca-cesto, sendo montados os tirantes de transporte e a corda guia. 2. A escada prolongvel dever ser arvorada em local seguro, de modo que permanea inclinada com uma angulao suave e segura, se possvel menor ou igual a 45 graus; 3. A maca ancorada atravs de seu ponto de fixao superior; 4. A corda instalada em um freio oito ou rack fixo (no caso de descida) ou em um sistema de vantagem mecnica (no caso de iamento); 5. A maca deve ser assegurada para seu posicionamento sobre os banzos da escada; 6. Dois bombeiros sero responsveis pela corda guia e recepo da vtima, enquanto outros dois bombeiros asseguram a descida da vtima.
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7. Conferida toda a segurana, checadas as funes e estando todos prontos, o comandante da operao determina para que avancem a maca e que, cuidadosamente, a mesma deslize sobre a escada. 8. A descida controlada pela corda instalada ao freio fixo e orientada pela corda guia, at que a maca chegue em segurana ao solo. 9. No caso de iamento, o sistema de freio substitudo por um sistema de vantagem mecnica.
11.2.8.2 Escada mo-francesa Esta tcnica consiste em utilizar a escada como ponto de ancoragem e proporcionar um vo para a descida segura da vitima
ESCADA MO FRANCESA
Execuo: 1. A vtima imobilizada em prancha longa fixada no SKED ou maca-cesto, sendo montados os tirantes de transporte e a corda guia. 2. A escada prolongvel dever ser arvorada em local seguro, realizando a fixao da pea oito em seu topo com fita tubular 3. Os croques devero ser fixados na escada prolongvel com cabo da vida, de modo que fiquem paralelos ao solo e presos ao degrau, o que possibilitar o avano da escada e a formao de um vo livre para passagem da maca 4. Faa o n oito duplo na corda, instalando-a na pea oito, fixa na escada;
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5. Desloque a vtima junto a escada para conectar o mosqueto da maca ao n duplo oito ; 6. Dois bombeiros sero responsveis pelo apoio e segurana na base da escada pela corda guia e recepo da vtima. 7. Dois outros bombeiros ficaro responsveis respectivamente pelos croques (avano da escada) e um terceiro pela liberao da corda e descida da vtima. 8. Conferida toda a segurana, checadas as funes e os estando todos prontos, o comandante determina para que avancem a escada e que, cuidadosamente, a maca seja colocada no vo. 9. A descida controlada pela corda instalada ao oito fixo e orientada pela corda guia at que a maca pouse em segurana no solo.
11.2.8.3 Escada rebatida Mtodo atravs do qual a vtima chega ao solo fixando-se a maca ao topo da escada, colocada junto edificao a 90. medida em que a escada tombada, a maca vem descendo at repousar sobre os banzos da escada, na horizontal. Este mtodo requer espao suficiente para o rebatimento, livre de fios, automveis, etc, e imprescindvel que o p da escada fique estvel.
ESCADA REBATIDA
Execuo :
1. A vtima imobilizada em prancha longa fixada no SKED ou maca-cesto, sendo montados os tirantes de transporte ;
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2. A escada prolongvel dever ser arvorada em local seguro, realizando a fixao do tirante confeccionado por fita tubular ou cabo da vida no topo da escada em ambos os banzos 3. Ancore duas cordas no p da maca, em ambos os lados, para controle da descida, utilizando freio oit com passagem rpida ou o prprio corpo passando a corda por cima do ombro e por trs das costas; 4. Devem ser instaladas cordas para controle da descida da escada por dois bombeiros que serviro tambm de corda guia; 5. A maca suspensa e levada prxima escada para a fixao dos tirantes prconfeccionados aos banzos da escada; 6. A escada encostada na parede deve ser estabilizada por um bombeiro no solo; 7. Conferida toda a segurana, checadas as funes e os estando todos prontos, o comandante determina para que avancem a escada e para que os bombeiros liberem cuidadosamente a corda que controla a escada para que a maca seja colocada no vo; 9. Com a maca no vo, os bombeiros responsveis liberam simultaneamente a corda para que a maca desa nivelada ou com a cabea ligeiramente elevada; 10. A liberao gradual at que a escada e a maca cheguem ao solo.
11.3 Resgate de mltiplas vtimas em local de risco Este grupo tcnico diz respeito a situaes de elevado risco vida em que seja necessrio realizar um abandono rpido de diversas vtimas, sendo invivel, pelas condies do sinistro, a utilizao das rotas de fuga normais ou caminhamentos do local. 11.3.1 Elevador Esta tcnica consiste de um mtodo de salvamento de vtimas com freio oito fixo por meio de uma corda de, no mnimo trs vezes a altura do patamar em que se encontram as vtimas. Aps passar a corda pelo freio oito, efetue duas alas com o n oito duplo, um em um chicote, junto ao freio oito (atravs do qual descer a primeira vtima), outro junto ao solo. medida em que a vtima desce, a outra ala sobe para ser utilizada pela prxima vtima, funcionando como se fosse uma gangorra. necessrio que um bombeiro controle a sada de cima das vtimas e, do solo, outros dois operem o comando da descida, enquanto um terceiro utiliza o outro chicote
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como guia. Esta tcnica tem o inconveniente de formar muitas cocas na corda, especialmente se ela for muito longa.
Guia
Comando Vista superior Uma ala desce (vtima), outra sobe (material) Revezamento do material
11.3.2 Tirolesa A tirolesa constitui outra opo para abandono de uma edificao, devendo ser observados os seguintes cuidados: Aps a montagem da tirolesa, o primeiro a descer deve ser um bombeiro, que
alm de ajudar na recepo das vtimas, testar o sistema e seu funcionamento; As vtimas devem ser posicionadas de forma a ficarem distantes da polia ou
freio, bem como devero possuir um peitoral, para o caso de tornarem-se inconscientes; Dever ser previsto um sistema de frenagem e revezamento de material.
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Detalhe do peitoral
11.3.3 Pndulo Mtodo atravs do qual procede-se o abandono de uma edificao a outra, de um nvel superior a um inferior, levando-se em conta a relao altura e distncia entre prdios, considerando-se a altura da localizao das vtimas bem superior distncia entre as torres (para que seja eficiente). Para tanto, so ancorados um freio fixo em cada prdio (preferencialmente um descensor linear), sendo ancorados os dois chicotes cadeira da vtima. Os chicotes so recolhidos, e os freios travados. A liberao dos freios inicia-se pelo lado em que as vtimas esto e o outro freio s liberado no momento em que desejar-se regular a altura da vtima, descendo-a at o patamar de destino. Neste outro prdio, alm do freio, conveniente haver um sistema de vantagem mecnica pr-montado. Retirada a vtima, recolhem-se as cordas para a retirada da prxima vtima.
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Este recurso j salvou vidas no passado, como no incndio do Edifcio Andraus, e tambm uma opo vlida para salvamento de mltiplas vtimas. utilizada para transposio de vos, devendo ser ancorada de modo a formar um V, formando uma ponte cujas laterais sirvam de parede ou corrimo s vtimas. As vtimas devero atravessar preferencialmente ancoradas por uma linha de segurana e o nmero e freqncia de vtimas deve ser controlado por um bombeiro.
Vista geral
Vtima ancorada
11.3.5 Uso de viaturas areas O uso de viaturas areas requer a observao de limites de carga, voada do equipamento e restries para o arvoramento. Na medida do possvel, as vtimas devero estar acompanhadas por bombeiros, ancoradas e utilizando EPI.
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APOSTILA CEO-CSALT I/93 APOSTILA DA 2 SEMANA DE ATUALIZAO TCNICA DE SALVAMENTO EM ALTURA 2 GBS/1999 APOSTILA CEO-CSALT I/04 4 GB CABO DA VIDA TCNICA DE EMPREGO OPERACIONAL NO SERVIO DE BUSCA E SALVAMENTO Maj PM Benedito Alberto Rodrigues do Amaral RAPEL E TIROLESA Cap PM Saulo de Souza Azevedo INSTRUO ESPECFICA PARA UTILIZAO DE EQUIPAMENTOS DE SALVAMENTO EM ALTURA 1 Ten PM Renato de Natale Jnior e 1 Ten PM Robson Garcia de Ges APOSTILA DO CURSO DE BOMBEIRO PARA OFICIAIS/SARGENTOS NOES BSICAS DE SALVAMENTO EM ALTURA APOSTILA DE ARBORISMO 1 Tem PM Rodrigo Thadeu de Arajo e Cb PM Jlio Csar Damasceno MANUAL DO CURSO DE SALVAMENTO BSICO 1 Ten PM Jos Flix Drigo APOSTILA DE VOLTAS E NS Centro de Instruo de Bombeiros APOSTILA DE CABOS E NS Centro de Instruo de Bombeiros TCNICAS EM AMBIENTE VERTICAL Ronaldo Franzen Nativo RATOS DE CAVERNA Srgio Beck INFORMATIVO DE ASSESSORIA TCNICA OMNI SPORTS MARO 1997 PMI LOW STRETCH ROPES Luiz Makoto Ishibe INFORMATIVO SOBRE CORDAS DINMICAS E ESTTICAS NEW ENGLAND ROPES Serelepe RESCUE TECHNICIAN OPERATIONAL READINESS FOR RESCUE PROVIDERS Maryland Fire Rescue Institute University of Maryland CONFINED SPACE ENTRY AND RESCUE MANUAL - CMC Rescue, Inc. ROPE RESCUE FOR FIREFIGHTING Ken Brennan FIRE SERVICE RESCUE IFSTA TECNICAL RESCUE FIELD OPERATIONS GUIDE - Tom Pendley CMC ROPE RESCUE MANUAL James A. Frank & Jerrold B. Smith SWIFTWATER RESCUE Slim Ray VERTICAL RESCUE I, ROPES E RINGGING Illinois Fire Service Institute TECHNICAL RESCUE RIGGERS GUIDE Rick Lipke LIFE ON A THREAD John J. Neal 136
MSA SALVAMENTO EM ALTURA APOSTILA SALVAMENTO DE VTIMAS 1 Ten PM Carlos Alberto de Camargo Jr CUIDADOS E DICAS AO REALIZAR UM RAPEL Luiz Makoto Ishibe (http://www.uol.com.br/webventure/montais/d_rapel.htm)
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APOSTILA DO CURSO BSICO DE INTRODUO AO MONTANHISMO Clube Alpino Paulista (http://www.uol.com.br/webventure/montain/cap/a_pg7.htm) (http://www.uol.com.br/webventure/montain/cap/a_pg9.htm) (http://www.uol.com.br/webventure/montain/cap/a_pg11.htm) CMC RESCUE EQUIPAMENTY CATALOG 115 (1994) CATLOGO PTZEL PROFISSIONAL (2005) CATLOGO PTZEL PROFISSIONAL (2001) CATLOGO PTZEL PROFESSIONAL (1998) CATLOGO PTZEL SPORT (1994) CATLOGO YATES MATEMTICA TEMAS E METAS (Vol II Trigonometria e Progresses) Antonio dos Santos Machado MECANISMOS SENAI SP Drio do Amaral Filho e Jairo Jos Cortez FISICA NA ESCOLA (http://www4.prossiga.br/lopes/prodcien/fisicanaescola/cap2-1.htm) (http://www4.prossiga.br/lopes/prodcien/fisicanaescola/cap2-2.htm) (http://www4.prossiga.br/lopes/prodcien/fisicanaescola/cap2-3.htm) (http://www4.prossiga.br/lopes/prodcien/fisicanaescola/cap2-4.htm) IMPROVISANDO DENTRO DA SALA DE AULA Associao de Roldanas (http://www.conviteafisica.com.br/home_fisica/improviso_sala_de_aula/mecanica/mec_assoc _roldanas.htm)
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O CONTEDO DESTE MANUAL TCNICO ENCONTRASE SUJEITO REVISO, DEVENDO SER DADO AMPLO CONHECIMENTO A TODOS OS INTEGRANTES DO CORPO DE BOMBEIROS, PARA APRESENTAO DE SUGESTES POR MEIO DO ENDEREO ELETRNICO [email protected]