GELIFICAO DE ALGINATO

Daniela Corra Ribeiro Gonalves R.A.: 416509 Helen Frutuoso Lucas Jesus Arajo Marcelo Aparecido de Paula Rosa GRUPO 7 R.A.: 416606 R.A.: 416428 R.A.: 416746

I INTRODUO

Esta prtica laboratorial teve como principal objetivo a sntese do biopolmero Alginato de Clcio a partir de solues de cloreto de clcio (CaCl2) e de alginato de sdio, outro biopolmero preparado a partir da biognese em algas marinhas que tem como propriedade a solubilidade em gua (1). Os alginatos agem ainda como componentes estruturais na parede celular das algas, compreendendo cerca de 40% da matria seca destes organismos (2). A utilizao do alginato muito recorrente, principalmente na indstria de alimentos, na biotecnologia e na biomedicina. Na indstria alimentcia sua principal funo a de aumentar a viscosidade, a estabilidade, emulsificar e gelificar solues aquosas (2). O alginato de clcio especificamente age ainda no favorecimento de meio prprio para cicatrizao de feridas, e tem sido largamente utilizado pela indstria farmacutica, pois as fibras do composto absorvem a exsudao de feridas, convertendo-as em gel. Isso promove um ambiente mido e quente no local da ferida, permitindo a cicatrizao com nenhum ou menor dano ao novo tecido (3). II DESCRIO DO EXPERIMENTO

Estavam disponveis para o grupo no laboratrio de Qumica Orgnica os seguintes materiais: trs bqueres de 50mL, um bquer de 25mL, trs tubos de ensaio, uma proveta volumtrica, pipeta pasteur, peneira, esptula, pisseta com gua, basto de vidro e um agitador magntico de potncia 440W. Parte 1 Preparo de solues de Alginato de Sdio e de Cloreto de Clcio O experimento foi iniciado preparando-se uma soluo de alginato de sdio ([-C6H7O6Na-]n) com concentrao de 1%. Foi colocado 7,5mL de gua destilada no bquer de 25mL e enquanto este era submetido agitao magntica, foi adicionado gradativamente 0,015g de Alginato de

Sdio. A agitao durou trs minutos, quando foi acrescentado mais 7,5mL de gua destilada e agitado por mais 12 minutos, ao final dos quais se observou a formao de uma substncia gelatinosa e incolor. Foram preparadas ainda solues de cloreto de clcio (CaCl2) em trs diferentes concentraes: 0,03M, 0,05M e 0,1M. Para isso foram utilizados 50mL de gua destilada adicionados a trs bqueres de 50mL e 0,16g, 0,27g e 0,55g de cloreto de clcio, respectivamente. Estas solues foram deixadas em repouso para posterior utilizao. Parte 2 Preparo das partculas de alginato soluo de alginato de sdio previamente preparada foram pipetadas vinte gotas de corante alimentar de colorao amarela disponibilizado pelo professor. Em seguida, com a pipeta pasteur foi adicionado a cada soluo de cloreto de clcio quarenta gotas da soluo de alginato de sdio com o corante amarelo, ficando em repouso por dez minutos. Parte 3 Teste qualitativo de cintica de liberao Aps aguardar o repouso das solues, as partculas formadas foram peneiradas e lavadas. cada tubo de ensaio foi adicionada gua destilada em quantidade suficiente para preencher metade de seu volume. De cada conjunto de partculas foram coletadas 10 unidades e colocadas nos tubos de ensaio recm-preparados. Posteriormente ao trmino da prtica, o restante das partculas de alginato de clcio foi peneirado e lavado novamente para assim serem reunidas s demais amostras provenientes dos experimentos realizados pelos outros grupos da turma, deixadas em repouso e posterior observao. As vidrarias utilizadas para as solues de cloreto de clcio foram lavadas em pias diferentes das vidrarias utilizadas para as solues de alginato de sdio. O restante das partculas foi coletado, lavado e armazenado em um bquer separado para posterior anlise. III RESULTADOS - Massa do bquer em que foram coletadas todas as partculas restantes: 77,57g - Massa total do bquer com as partculas: 88,99g - Massa final do bquer com as partculas aps secagem: 85,43g

 Observaes Algumas partculas, formadas aps o gotejo de alginato de sdio nas solues de cloreto de clcio, permaneceram na superfcie do bquer, enquanto outras, ao longo do tempo, submergiram. As partculas que permaneceram por maior tempo dentro das solues tinham aspecto mais consistente do que as que permaneceram menor tempo. A consistncia tambm variou dentre as diferentes concentraes: as partculas emergidas na soluo mais concentrada eram mais consistentes, e nas menos concentradas a consistncia diminuiu. Alm disso, aps alguns dias, as amostras das partculas nos tubos de ensaio apresentavam colorao diferente. Ao fim do experimento, as partculas coletadas de todos os grupos foram pesadas e resultaram em uma massa de 11,42g (somente as esferas). Aps alguns dias, sendo novamente pesadas, mediram-se apenas 7,86g restantes Custos - Uso do agitador magntico de potncia 440W por 15min: Energia = Potncia x Tempo de aquecimento Energia = 0,11kWh Custo = Energia x Custo do kWh local Custo = R$ 0,034

- 0,15g de alginato de sdio: R$ 0,06 - 1,0g de cloreto de clcio: R$ 0,10 Custo Total: R$ 0,194

IV DISCUSSO O cido algnico, composto mucilaginoso, provm da parede celular das algas marrons (ou feofceas) (4). Sendo o alginato de sdio um sal alcalino do cido algnico, solvel em meio aquoso, sua equao NaAlg Alg - + Na+ desloca-se para o lado dos produtos, tendendo formao de ons. (5) A partir da juno do alginato de sdio com o cloreto de clcio, obteve-se o alginato de clcio, conforme a equao (j balanceada): 2NaAlg + CaCl2 CaAlg2 + 2NaCl. Sabendo-se que o alginato de um sal alcalino tem como propriedade a precipitao de sua soluo em presena de ons polivalentes como o clcio, o produto formado teve

aspecto coloidal, assim como j descrito por MANO e MENDES, 1999, "a soluo aquosa de alginato alcalino misturada soluo de cloreto de clcio que espessa e enrijece em um tempo suficientemente curto" (1). Dessa forma, a equao CaAlg2 2Alg
-

+ Ca2+ desloca-se desta vez para o lado dos reagentes, ou seja,

aumenta a quantidade do sal de clcio na soluo. Observou-se que, logo que gotejado o alginato de sdio na soluo de cloreto de clcio, houve a formao de "bolinhas", que inicialmente permaneceram na superfcie, precipitando para o fundo do bquer aos poucos (Imagem 1). Isso se deve constante absoro de clcio e sada de sdio das bolinhas (Imagem 2), o que fez com que elas aumentassem sua massa dentro de um mesmo volume, e conseqentemente sua densidade. Houve a ocorrncia de excees, pois algumas bolinhas armazenaram ar e permaneceram na superfcie do bquer, ou seja, num mesmo volume possuam menor massa. Alm disso, as bolinhas de maior consistncia foram resultantes de solues de maior concentrao de clcio, porque houve maior absoro do ction provindo do meio, assim como as que permaneceram emergidas por mais tempo (PAPAGEORGIOU et al, 1994 apud FREITAS, 1999) (6). Por esse motivo tambm a diferena de colorao pode ser observada: quanto maior absoro de clcio e, por conseqncia, de corante, aps o repouso, houve maior liberao deste para o meio, dando s solues diferentes coloraes (quanto mais concentrada era a soluo de CaCl2 da qual vieram as bolinhas, mais intenso era o amarelo da soluo resultante no tubo de ensaio). A perda de massa ocorreu devido evaporao da gua que saiu das bolinhas aps alguns dias, o que tambm provocou a diminuio dessas partculas. V CONCLUSO Analisando o experimento, infere-se que a maleabilidade do alginato de clcio favorece seu uso em diversos ramos da indstria, uma vez que o rendimento, a capacidade de precipitao e as propriedades fsicas, como consistncia, densidade e viscosidade, so facilmente ajustveis atravs, por exemplo, da concentrao de sais durante a produo. Entretanto no ramo gastronmico, sua instabilidade dificulta o armazenamento para futuro consumo, devido umidade e temperatura que influenciam na evaporao da gua, essencial para manter algumas propriedades do alginato de clcio. Concluindo, o alginato um biopolmero solvel em gua e com facilidade de interao com ctions, o que favorece o seu amplo uso na indstria.

VI BIBLIOGRAFIA

(1) MANO, Eloisa Biasotto; MENDES, Lus Cludio. Introduo a polmeros. 2 ed. revista e ampliada. So Paulo: Editora Blcher, 1999. p. 149-153. (2) GARCIA-CRUZ, Crispin Humberto, FOGGETTI, Ulisses e SILVA, Adriana Navarro da. Alginato bacteriano: Aspectos tecnolgicos, caractersticas e produo. Qumica Nova, So Jos do Rio Preto, Vol. 31, No. 7, 2008. Disponvel em:

<http://quimicanova.sbq.org.br/qn/qnol/2008/vol31n7/34-RV07235.pdf>. Acesso em: 17 de outubro 2011. (3) BARTHOLOMEU, V.S. et al. Uso de alginato de clcio e triglicrides de cadeia mdia em leso ulcerativa na regio de artria radial direita de um recm nascido - relato de experincia. Acta Paul Enf, So Paulo, v.13, Nmero Especial, Parte II, p. 119-121, 2000. Disponvel em: <http://www.unifesp.br/denf/acta/2000/13_esp2/pdf/pt28.pdf>. Acesso em: 17 de outubro 2011. (4) Heterokonta/ Phaeophyceae. Disciplina: Protistas fotossintetizantes, Departamento de Cincias Biolgicas, Universidade Estadual de Feira de Santana. Disponvel em: <http://www.uefs.br/disciplinas/bio245/Aula%20%20VI.pdf>. outubro 2011. (5) Souza, K. V. de ; Vieira, E. S. ; Cestari, A. R.; Zamora, P. G. P. e Zawadzki, S. F.. Utilizao de ferro imobilizado em matriz de alginato na degradao de corante utilizado em indstria txtil. 17 CBECIMat - Congresso Brasileiro de Engenharia e Cincia dos Materiais, 15 a 19 de Novembro de 2006, Foz do Iguau, PR, Brasil. Disponvel em: <http://www.metallum.com.br/17cbecimat/resumos/17Cbecimat-404012.pdf>. Acesso em: 19 de outubro 2011. (6) FREITAS, S. M. L. Utilizao de alginato de sdio em texturizados de suco misto de laranja e cenoura de valor energtico reduzido. Campinas, Faculdade de Engenharia de Alimentos, Universidade Estadual de Campinas, 110 f. Dissertao (Mestrado em Tecnologia de Alimentos), 1999. Acesso em: 19 de