Apostila Texto e Gramática
Apostila Texto e Gramática
Apostila Texto e Gramática
1 O modo de falar do brasileiro Alfredina Nery* Especial para a Pgina 3 Pedagogia & Comunicao Toda lngua possui variaes lingusticas. Elas podem ser entendidas por meio de sua histria no tempo (variao histrica) e no espao (variao regional). As variaes lingusticas podem ser compreendidas a partir de trs diferentes fenmenos: 1) Em sociedades complexas convivem variedades lingusticas diferentes, usadas por diferentes grupos sociais, com diferentes acessos educao formal; note que as diferenas tendem a ser maiores na lngua falada que na lngua escrita; 2) Pessoas de mesmo grupo social expressam-se com falas diferentes de acordo com as diferentes situaes de uso, sejam situaes formais, informais ou de outro tipo; 3) H falares especficos para grupos especficos, como profissionais de uma mesma rea (mdicos, policiais, profissionais de informtica, metalrgicos, alfaiates, por exemplo), jovens, grupos marginalizados e outros. So as grias e jarges. Assim, alm do portugus padro, h outras variedades de usos da lngua cujos traos mais comuns podem ser evidenciados abaixo. Uso de r pelo l em final de slaba e nos grupos consonantais: pranta/planta; broco/bloco. Alternncia de lh e i: mui/mulher; vio/velho. Tendncia a tornar paroxtonas as palavras proparoxtonas: arve/rvore; figo/fgado. Reduo dos ditongos: caxa/caixa; pexe/peixe. Simplificao da concordncia: as menina/as meninas. Ausncia de concordncia verbal quando o sujeito vem depois do verbo: Chegou duas moas. Uso do pronome pessoal tnico em funo de objeto (e no s de sujeito): Ns pegamos ele na hora. Assimilao do ndo em no( falano/falando) ou do mb em m (tamm/tambm). Desnasalizao das vogais postnicas: home/homem. Reduo do e ou o tonos: ovu/ovo; bebi/bebe. Reduo do r do infinitivo ou de substantivos em or: am/amar; am/amor. Simplificao da conjugao verbal: eu amo, voc ama, ns ama, eles ama. Variaes regionais: os sotaques Se voc fizer um levantamento dos nomes que as pessoas usam para a palavra "diabo", talvez se surpreenda. Muita gente no gosta de falar tal palavra, pois acreditam que h o perigo de evoc-lo, isto , de que o demnio aparea. Alguns desses nomes aparecem em o "Grande Serto: Veredas", Guimares Rosa, que traz uma linguagem muito caracterstica do serto centro-oeste do Brasil: Demo, Demnio, Que-Diga, Capiroto, Satanazim, Diabo, Cujo, Tinhoso, Maligno, Tal, Arrenegado, Co, Cramunho, O Indivduo, O Galhardo, O p-de-pato, O Sujo, O Homem, O Tisnado, O Coxo, O Temba, O Azarape, O Coisa-ruim, O Mafarro, O P-preto, O Canho, O Duba-dub, O Rapaz, O Tristonho, O No-sei-que-diga, O Que-nunca-se-ri, O sem gracejos, Pai do Mal, Terdeiro, Quem que no existe, O Solto-Ele, O Ele, Carfano, Rabudo. Drummond de Andrade, grande escritor brasileiro, que elabora seu texto a partir de uma variao lingustica relacionada ao vocabulrio usado em uma determinada poca no Brasil. Antigamente "Antigamente, as moas chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e muito
prendadas. No faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo sendo rapages, faziam-lhes p-de-alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio." Como escreveramos o texto acima em um portugus de hoje, do sculo 21? Toda lngua muda com o tempo. Basta lembrarmos que do latim, j transformado, veio o portugus, que, por sua vez, hoje muito diferente daquele que era usado na poca medieval. Lngua e status Nem todas as variaes lingusticas tm o mesmo prestgio social no Brasil. Basta lembrar de algumas variaes usadas por pessoas de determinadas classes sociais ou regies, para percebers que h preconceito em relao a elas. Veja este texto de Patativa do Assar, um grande poeta popular nordestino, que fala do assunto: O Poeta da Roa Sou fio das mata, canto da mo grossa, Trabio na roa, de inverno e de estio. A minha chupana tapada de barro, S fumo cigarro de paia de mo. Sou poeta das brenha, no fao o pap De argun menestr, ou errante cant Que veve vagando, com sua viola, Cantando, pachola, percura de am. No tenho sabena, pois nunca estudei, Apenas eu sei o meu nome assin. Meu pai, coitadinho! Vivia sem cobre, E o fio do pobre no pode estud. Meu verso rastero, singelo e sem graa, No entra na praa, no rico salo, Meu verso s entra no campo e na roa Nas pobre paioa, da serra ao serto. (...) Voc acredita que a forma de falar e de escrever comprometeu a emoo transmitida por essa poesia? Patativa do Assar era analfabeto (sua filha quem escrevia o que ele ditava), mas sua obra atravessou o oceano e se tornou conhecida mesmo na Europa. Leia agora, um poema de um intelectual e poeta brasileiro, Oswald de Andrade, que, j em 1922, enfatizou a busca por uma "lngua brasileira". Vcio na fala Para dizerem milho dizem mio Para melhor dizem mi Para pior pi Para telha dizem teia Para telhado dizem teiado E vo fazendo telhados. Uma certa tradio cultural nega a existncia de determinadas variedades lingusticas dentro do pas, o que acaba por rejeitar algumas manifestaes lingusticas por consider-las deficincias do usurio. Nesse sentido, vrios mitos so construdos, a partir do preconceito lingustico. *Alfredina Nery Professora universitria, consultora pedaggica e docente de cursos de formao continuada para professores na rea de lngua/linguagem/leitura. Fonte: http://educacao.uol.com.br/portugues/ult1693u60.jhtm Variaes Lingusticas A linguagem a caracterstica que nos difere dos demais seres, permitindo-nos a oportunidade de expressar sentimentos, revelar conhecimentos, expor nossa opinio frente
aos assuntos relacionados ao nosso cotidiano, e, sobretudo, promovendo nossa insero ao convvio social. E dentre os fatores que a ela se relacionam destacam-se os nveis da fala, que so basicamente dois: O nvel de formalidade e o de informalidade. O padro formal est diretamente ligado linguagem escrita, restringindo-se s normas gramaticais de um modo geral. Razo pela qual nunca escrevemos da mesma maneira que falamos. Este fator foi determinante para a que a mesma pudesse exercer total soberania sobre as demais. Quanto ao nvel informal, este por sua vez representa o estilo considerado de menor prestgio, e isto tem gerado controvrsias entre os estudos da lngua, uma vez que para a sociedade, aquela pessoa que fala ou escreve de maneira errnea considerada inculta, tornando-se desta forma um estigma. Compondo o quadro do padro informal da linguagem, esto as chamadas variedades lingusticas, as quais representam as variaes de acordo com as condies sociais, culturais, regionais e histricas em que utilizada. Dentre elas destacam-se: Variaes histricas: Dado o dinamismo que a lngua apresenta, a mesma sofre transformaes ao longo do tempo. Um exemplo bastante representativo a questo da ortografia, se levarmos em considerao a palavra farmcia, uma vez que a mesma era grafada com ph, contrapondose linguagem dos internautas, a qual fundamenta-se pela supresso do vocbulo. Analisemos, pois, o fragmento exposto: Antigamente Antigamente, as moas chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e muito prendadas. No faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo sendo rapages, faziam-lhes p-de-alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio." Carlos Drummond de Andrade Comparando-o modernidade, percebemos um vocabulrio antiquado. Variaes regionais: So os chamados dialetos, que so as marcas determinantes referentes a diferentes regies. Como exemplo, citamos a palavra mandioca que, em certos lugares, recebe outras nomenclaturas, tais como: macaxeira e aipim. Figurando tambm esta modalidade esto os sotaques, ligados s caractersticas orais da linguagem. Variaes sociais ou culturais: Esto diretamente ligadas aos grupos sociais de uma maneira geral e tambm ao grau de instruo de uma determinada pessoa. Como exemplo, citamos as grias, os jarges e o linguajar caipira. As grias pertencem ao vocabulrio especfico de certos grupos, como os surfistas, cantores de happy, tatuadores, entre outros. Os jarges esto relacionados ao profissionalismo, caracterizando um linguajar tcnico. Representando a classe, podemos citar os mdicos, advogados, profissionais da rea de informtica, dentre outros. Vejamos um poema e o trecho de uma msica para entendermos melhor sobre o assunto: Vcio na fala Para dizerem milho dizem mio Para melhor dizem mi Para pior pi
Para telha dizem teia Para telhado dizem teiado E vo fazendo telhados. Oswald de Andrade CHOPIS CENTIS Eu di um beijo nela E chamei pra passear. A gente fomos no shopping Pra mode a gente lanchar. Comi uns bicho estranho, com um tal de gergelim. At que tava gostoso, mas eu prefiro aipim. Quanta gente, Quanta alegria, A minha felicidade um credirio nas Casas Bahia. Esse tal Chopis Centis muito legalzinho. Pra levar a namorada e dar uns rolezinho, Quando eu estou no trabalho, No vejo a hora de descer dos andaime. Pra pegar um cinema, ver Schwarzneger E tambm o Van Damme. (Dinho e Jlio Rasec, encarte CD Mamonas Assassinas, 1995.) Por Vnia Duarte Graduada em Letras Equipe Brasil Escola Fonte: http://www.brasilescola.com/gramatica/variacoes-linguisticas.htm
VARIANTES LINGUSTICAS Variantes Uma lngua nunca falada de maneira uniforme pelos seus usurios: ela est sujeita a muitas variaes. O modo de falar uma lngua varia: - de poca para poca: o portugus de nossos antepassados diferente do que falamos hoje; - de regio para regio: o carioca, o baiano, o paulista e o gacho falam de maneiras nitidamente distintas;
- de grupo social para grupo social: pessoas que moram em bairros chamados nobres falam diferente dos que moram na periferia. Costuma-se distinguir o portugus das pessoas mais prestigiadas socialmente (impropriamente chamada de fala culta ou norma culta) e o das pessoas de grupos sociais menos prestigiados (a fala popular ou norma popular); - de situao para situao: cada uma das variantes pode ser falada com mais cuidado e vigilncia (a fala formal) e de modo mais espontneo e menos controlado (a fala informal). Um professor universitrio ou um juiz falam de um modo na faculdade ou no tribunal e de outro numa reunio de amigos, em casa e em outras situaes informais. Alm dessas, h outras variaes, como, por exemplo, o modo de falar de grupos profissionais, a gria prpria de faixas etrias diferentes, a lngua escrita e oral. Diante de tantas variantes lingsticas, inevitvel perguntar qual delas a correta. Resposta: no existe a mais correta em termos absolutos, mas sim, a mais adequada a cada contexto. Dessa maneira, fala bem aquele que se mostra capaz de escolher a variante adequada a cada situao e consegue o mximo de eficincia dentro da variante escolhida. Usar o portugus rgido, prprio da lngua escrita formal, numa situao descontrada da comunicao oral falar de modo inadequado. Soa como pretensioso, pedante, artificial. Por outro lado, inadequado em situao formal usar grias, termos chulos, desrespeitosos, fugir afinal das normas tpicas dessa situao. Quando se fala das variantes, preciso no perder de vista que a lngua um cdigo de comunicao e tambm um fato com repercusses sociais. H muitas formas de dizer que no perturbam em nada a comunicao, mas afetam a imagem social do falante. Uma frase como o povo exageram tem o mesmo sentido que o povo exagera. Como se sabe, o coletivo, sob o ponto de vista do contedo, sempre plural. Nada impede que, mesmo na forma singular, mande o verbo para o plural. Houve mesmo poca em que o chique era a concordncia com o contedo. Hoje, a concordncia com a forma. Nesse particular, h uma aproximao mxima entre lngua e etiqueta social. No portugus atual, uma frase como o povo exageram, embora no contenha nenhum absurdo, deprecia a imagem do falante. Os vestibulares inovadores exploram as variantes lingsticas de uma maneira bem mais apropriada, reconhecendo a sua utilidade para criar variados efeitos de sentido: caracterizar personagens no interior de um texto narrativo; estabelecer relaes de intimidade entre os falantes; ridicularizar pessoas que as utilizam inadequadamente, etc. Os vestibulares tradicionais, quando tratam das variantes, quase s se preocupam com o que chamam de correo gramatical, postulando como falar correto apenas aquele que corresponde s normas da linguagem culta e formal. Para resolver essas chamadas questes de correo de frases, aconselhvel adotar os seguintes cuidados: - checar problemas ligados acentuao, crase e grafia de palavras problemticas (especialmente aquelas que tm grafias semelhantes); - observar o verbo em trs nveis: - a conjugao; - a concordncia; - a regncia; - observar os pronomes em dois nveis: - a colocao; - o uso da forma adequada sua funo sinttica;
- observar se as palavras esto empregadas na sua forma e no seu sentido correto. A questo que segue um bom exemplo de proposta de correo lingstica no estilo tradicional. (U. F. PERNAMBUCO) Observe os inconvenientes lingusticos e reescreva a frase de forma que atenda norma-padro: Convidamos aos professores para que d incio as discurses dos assuntos em palta. R.: Convidamos os professores para que dem incio s discusses dos assuntos em pauta. Os vestibulares modernos exploram as variantes de maneira diferente, solicitando, por exemplo, comentrios sobre o uso de certas variantes e propondo comparaes entre elas, como na questo que segue. (U. F. VIOSA) Suponha um aluno se dirigindo a um colega de classe nestes termos: Venho respeitosamente solicitar-lhe se digne emprestar-me o livro. A atitude desse aluno se assemelha atitude do indivduo que: a) comparece ao baile de gala trajando smoking. b) vai audincia com uma autoridade de short e camiseta. c) vai praia de terno e gravata. d) pe terno e gravata para ir falar na Cmara dos Deputados. e) vai ao Maracan de chinelo e bermuda. Por: Curso Anglo Fonte: http://www.mundovestibular.com.br/articles/413/1/VARIANTESLINGUISTICAS/Paacutegina1.html
proposta do ciclo de palestras (apresentar os recursos, materiais e modos de se construir design) e ter feito apenas sua autopromoo, foi aplaudido de p. O segundo, muito mais jovem, brasileiro que mais parecia inca, pele bem morena, cabelo liso e bem preto, ganhou prmios de design para a web. Seu portugus era pssimo e provocou risos escusos. Em meio a sua apresentao carregada de tu vai, tu fica, baita criente, criente potencial, foi deixando o seu recado. A falta de silncio denotava o pouco caso sua qualificao. No estudou na Europa e sua formao na ESPM no mereceu muita dedicao lngua portuguesa. J trabalhava com design antes de entrar para o mercado da internet. No final, quando as perguntas comearam, houve uma avalanche. Todas as dvidas foram dirimidas com preciso, todas as curiosidades foram satisfeitas sem rodeios. Fiquei extasiado com o web designer, mas por motivo diverso do do cengrafo: por sua capacidade de clareza e transmisso do contedo de forma eficiente. No foi aplaudido de p. No fossem as premiaes, jamais teria sido chamado a palestrar. Essa histria que trago aqui meramente ilustrativa. Serve apenas para destacar uma questo bsica: o preconceito lingstico. Mas no pretendo aqui defender um ou outro, uma vez que, em minha opinio, ambos se apresentaram inadequadamente. Mais de 15 anos de escolaridade, para um, serviu para demarcar o lugar de uma soberba, empolada e arrogante, que mantm os participantes distantes para que o centro das atenes seja ocupado somente por ele (um verdadeiro aprendizado do poder pela linguagem). Mais de 15 anos de escolaridade, para o outro, no serviram sequer para o aprimoramento do seu repertrio verbal. Enquanto a platia ria do segundo para sair de sua mediocridade e se aproximar do status do primeiro (pensavam que, assim, seriam classificados como este). Mais de 15 anos de escolaridade, para a platia, no serviram nem como contribuio para uma leitura crtica dos discursos subjacentes, ora mobilizados no ato das apresentaes. Fonte: http://simplificandoalingua.blogs.sapo.pt/arquivo/1054713.html
A fala e a escrita, como formas de linguagem, esto sujeitas ao erro. Sendo erro a falha da linguagem, quando essa no cumpre sua funo, funo de comunicar o que se quer comunicar. Porm, em ambas, nesse ponto, um erro gramatical no consistiria erro e isso seria ilgico. Se a gramtica no existe para exibir a forma correta de se escrever ou falar, para que existe? No mbito da linguagem, a gramtica equiparada ao cdigo. Usando a lngua portuguesa como exemplo, qual possui ramos em diversas localidades no mundo e mesmo em diversas localidades no Brasil. Cada ramo desses possui sua prpria gramtica, ainda que no oficiais, porm, apesar dessas outras gramticas, h uma em que todos esses ramos se baseiam a que todos se referem formalmente como Norma Culta ou Padro. Todos no Brasil ou fora estudam ou deveriam estudar essa Norma em sua forma mais unificada possvel e,
por todos o fazerem, essa Norma tem um valor de unificar a lngua, para que qualquer texto destinado a essa universalidade de portugueses, de gramticas, recebam a mensagem. Tudo se resume mensagem e ao destinatrio. E para isso se deve usar o cdigo mais apropriado. O cdigo qual o destinatrio tenha maior facilidade de compreenso. Mas quando o destinatrio for um pblico diverso demais, deve-se procurar usar a forma gramatical mais correta da Norma Culta para que a mensagem seja recebida por todos sem qualquer falha na comunicao. Outro ponto sobre a importncia da Norma Culta ou Padro o status que ela garante ao remetente. Us-la corretamente indica certo grau de estudo dele e, para o bem da mensagem, a sua imagem muito importante. Portanto aconselhvel seguir a Norma, porm, tendo sempre em mente o bem da mensagem e a compreenso mais correta dela pelo destinatrio, o remetente pode alter-la ou modific-la. esse poder nessas condies que se configura a liberdade potica. Fonte: http://www.recantodasletras.com.br/teorialiteraria/980084
Existe diferena, entre Norma Culta e Padro Coloquial? 3 de maio de 2011 Norma culta uma modalidade lingustica escolhida pelos falantes escolarizados de uma sociedade como modelo de comunicao verbal. a lngua das pessoas elitizadas. Ela comporta dois padres: o formal e o coloquial: Padro formal o modelo culto utilizado na escrita, que segue rigidamente as regras gramaticais. Essa linguagem mais elaborada, tanto porque o falante tem mais tempo para se pronunciar de forma refletida como porque a escrita supervalorizada na nossa cultura. a histria do vale o que est escrito. Padro coloquial a verso oral da lngua culta e, por ser mais livre e espontnea, tem um pouco mais de liberdade e est menos presa rigidez das regras gramaticais. Entretanto, a margem de afastamento dessas regras estreita e, embora exista, a permissividade com relao s transgresses pequena. Assim, na linguagem coloquial, admitem-se, sem grandes traumas, construes como Ainda no vi ele, Me passe o arroz e No te falei que voc iria conseguir?, inadmissveis na lngua escrita. O falante culto, de modo geral, tem conscincia dessa distino e ao mesmo tempo em que usa naturalmente as construes acima na comunicao oral, evita-as na escrita. Contudo, como se disse, no so muitos os desvios admitidos, e muitas formas peculiares da norma popular so condenadas mesmo na linguagem oral. Construes como Nis foi na fazenda (o na ainda seria tolerado) e Ele pagou dois milho pelos boi so impensveis na boca de um falante culto em ambiente culto, pois passam a quem ouve a impresso de total falta de escolaridade de parte de seu autor. J em ambiente inculto seriam apropriadas: a histria de Em Roma, como (fazem) os romanos. Por outro lado, usos prprios do padro formal empregados na lngua oral costumam parecer forados ou artificiais no falar despreocupado do dia-a-dia e configuram o que se chama de preciosismo. o caso de, num bate-papo, ouvir-se certos empregos do pronome oblquo Ainda no o vimos por aqui -, flexes do mais-que-perfeito do indicativo Eu ainda no entrara no Banco quando aquilo aconteceu e, o que pior, o uso da mesclise*, como em Voc verse-ia em maus lenis se continuasse a insistir naquilo. Moral da histria: assim como se usa traje apropriado para cada situao social, tambm se use o padro lingustico adequado para as diferentes situaes de comunicao social. *Mesclise: a colocao do pronome quando o verbo se encontra no futuro simples do presente ou no futuro simples do pretrito do indicativo, desde que no haja palavras que exeram atrao sobre ele, ou seja, a prclise. Mas isso assunto para outro texto. Fonte: coloquial/ http://www.agitapirenopolis.com.br/existe-diferenca-entre-norma-culta-e-padrao-
Recentemente, em um concurso pblico, uma das questes de lngua portuguesa pedia aos candidatos que assinalassem a frase correta, cujo termo em questo era: mussarela ou muarela. No gabarito do concurso, constava que a frase correta era: O atacante Ronaldo, [...] incapaz de resistir a uma pizza de muarela. Muarela com []? Tal fato causou indignao em muitos candidatos e criou grande polmica gramatical na cidade. No foram poucos os candidatos que entraram com recurso na prefeitura para reclamar dessa questo da prova. Veja voc, como no demais insistir nos textos e lies sobre as dvidas de nossa Lngua, mesmo que nos paream corriqueiros e batidos. Naquele concurso, bom nmero de candidatos errou a questo por seguirem o uso popular de uma palavra, e isso, em um concurso, ou vestibular, no se admite. O que vale a norma culta, os cnones gramaticais. Esse confronto entre o uso popular e a norma culta, atinge at mestres graduados, como o caso do professor de lngua portuguesa da USP, Ataliba Castilho, Autor do livro "Gramtica do Portugus Culto Falado no Brasil, que estranhou a grafia da palavra com "". Dizia-se surpreso, achava que fosse com [ss], pois sempre escreveu e leu desse jeito. Mas, vamos aos fatos: Em nosso idioma, o Vocabulrio Ortogrfico da Lngua Portuguesa (VOLP) - uma espcie de dicionrio que lista as palavras reconhecidas oficialmente como pertencentes lngua portuguesa a autoridade oficial para nos dizer como tal palavra dever ser escrita e falada. O VOLP editado periodicamente pela Academia Brasileira de Letras (ABL). Se voc consultar o VOLP, vai encontrar como formas corretas: mozarela, muarela e muzarela. Sendo muarela o termo abrasileirado. Portanto, as formas: moarela, morzarela, mossarela, mozzarela, murzarela, mussarela, muzzarela, no pertencem, oficialmente, ao nosso idioma. Essa a determinao, e ponto final. Qualquer discusso sobre essa questo deve ser feita em outro plano. Porm, se voc quiser grafar o termo fora dessas orientaes, nada o impede, mas diante da norma gramatical, voc estar cometendo um erro. E por que o uso popular tradicionalizou o termo mussarela? Acredita-se que seja por estar mais prximo do termo de origem mozzarella. A comear pelos estabelecimentos comerciais que trabalham com a pizza. Voc, provavelmente estranharia se lesse nos cardpios pizza muarela, ou mozarela, ou ainda muzarela. Mussarela, com certeza, continuar prevalecendo nos cardpios e no uso popular, mas no esquea que em um concurso ou vestibular quem prevalece a muarela com [].Srgio. ____________________ Para copiar este texto: selecione-o e tecle Ctrl + C. Agradeo a leitura e, antecipadamente, qualquer comentrio. Se voc encontrar erros (inclusive de portugus), relate-me. Ricardo Srgio Fonte: http://www.recantodasletras.com.br/gramatica/1812926
Entrega em domiclio ou a domiclio? As expresses entrega em domiclio e entrega a domiclio so muito recorrentes em restaurantes, na propaganda televisa, no outdoor, no folder, no panfleto, no catlogo, na fala. H, neste caso, uma confrontao entre a norma culta e o uso popular. Ouve-se e lse, com muita frequncia, a locuo entrega a domiclio em substituio a entrega em domiclio, conforme recomenda a gramtica. Uso verificado at mesmo em pessoas de escolaridade completa. Convivem juntas sem problemas maiores porque so entendidas da mesma forma, com um mesmo sentido. No entanto, quando falamos de gramtica normativa, temos que ter cuidado, pois a domiclio no aceita. Por qu? A regra estabelece que esta ltima locuo adverbial deva ser usada nos casos de verbos que indicam movimento, como: levar, enviar, trazer, ir, conduzir, dirigir-se. Portanto, A loja entregou meu sof a casa no est correto. J a locuo adverbial em domiclio usada com os verbos sem noo de movimento: entregar, dar, cortar, fazer. A dvida surge com o verbo entregar: no indicaria movimento? De acordo com a gramtica purista no, uma vez que quem entrega, entrega algo em algum lugar. Porm, h aqueles que afirmam que este verbo indica sim movimento, pois quem entrega se desloca de um lugar para outro. Contudo, obedecendo s normas gramaticais, devemos usar entrega em domiclio, nos atentando ao fato de que a finalidade que vale: a entrega ser feita no (em+o) domiclio de uma pessoa. Veja alguns exemplos com a domiclio (= a casa) a)No precisamos nos preocupar, eles trazem a pizza a domiclio. b)Esta entrega dever ser conduzida a domiclio. c) Dirigiu-se a domiclio para cumprir sua obrigao. Agora observe exemplos com em domiclio a)Escova-se unhas em domiclio. b)Entregas so feitas em domiclio. c)Corta-se cabelo em domiclio. d) Do-se aulas de violo em domiclio. Fontes: Mundo Educao Recanto das Letras
As Modalidades Orais e Escritas YAMARA MAMED RESUMO As modalidades orais e escritas no so s um instrumento utilizado para a comunicao ou veiculao de informaes, mas principalmente como uma forma de mostrar socialmente aquilo que gostaramos que os outros enxergassem uns aos outros, e ao mesmo tempo como vemos o outro de acordo com a nossa perspectiva de mundo, aquela que introjetamos ao longo da vida, onde a relao pensamento e linguagem so muitas prximas, ou seja, esto entrelaadas ambas caminham juntas apesar de apresentarem diferenas na produo e representao, a fala e a escrita so antes de tudo, sistemas comunicativos que expressam a lngua nas praticas sociais.
INTRODUO Atualmente j se houve falar com frequncia que a linguagem escrita e a linguagem oral so duas modalidades de expresso verbal. Refletir sobre as relaes e especificidades da fala e da escrita nos permite entender um pouco tambm sobre a gramtica. A fala procede escrita, no entanto, numa sociedade letrada, as duas modalidades convivem e se entrelaam, h tambm sociedades que no utilizam registro escrito, mas a fala comum a todos os povos. A fala a modalidade mais utilizada em situaes cotidianas e informais e a escrita o registro permanente das idias sociais. A fala e a escrita se apiam em sons e letras articulados em sistemas de representao simblica, isto o homem construiu ferramenta para estabelecer relaes sociais, principalmente as comunicativas e as transformou em prticas sociais. Essas prticas fazem parte da cultura, do modo de pensar, sentir, agir, julgar, ver e lgico falar e escrever. De acordo com alguns autores renomados como Fvero, Akinnaso, Chafe, Rojo e Halliday, as modalidades escritas e orais, vo de um nvel mais informal aos mais formais, passando por graus intermedirios demonstradas com a produo de textos, onde tais condies esto em estreita relao com o contexto, com as condies de interao, com os interlocutores e com o tipo de processamento da informao. Akinnaso (1982) afirma que fala e escrita apresentam formas superficiais diferentes e igual estrutura semntica subjacentes: utilizam o mesmo sistema lxico-semntico e variam, em particular, na escolha e distribuio de padres sintticos e de vocabulrio, de acordo com a produo do texto, admitindo que os textos possam apresentar-se de varias formas, ou seja, ora se aproxima da fala como, por exemplo: os bilhetes domsticos, os bilhetes dos casais, cartas familiares e textos de humor, ora se aproximando do plo da escrita, por exemplo: os discursos de posse de cargo, as conferncias, as entrevistas especializadas e propostas de produtos de alta tecnologia por vendedores especialmente treinados. Conforme observa-se a oralidade e a escrita constituem duas possibilidades de uso da lngua que utilizam o mesmo sistema lingstico e que apesar de possurem caractersticas prprias, no devem ser vistas de forma dicotmica, ou seja, escrita tem sido vista como de estrutura complexa, formal e abstrata, enquanto a fala, de estrutura simples ou desestruturada, informal, concreta e dependente do contexto. Esta viso dicotmica entre oralidade e escrita, em que a primeira ocupava um lugar de supremacia sobre a segunda, permaneceu por muito tempo no meio lingstico, sendo mudada a partir dos anos 80, quando os estudiosos comearam a v-las como prticas sociais diferentes. A este respeito, Marcuschi (2000:17) ressalta que: Hoje predomina a posio de que se pode conceber oralidade e letramento como atividades interativas e complementares no contexto das prticas sociais e culturais. Uma vez adotada a posio de que lidamos com prticas de letramento e oralidade, ser fundamental considerar que as lnguas se fundam em usos e no o contrrio. Chafe melhor estabeleceu as diferenas entre a linguagem oral e a linguagem escrita, apresentando uma proposta de analise, sendo capaz de estabelecer uma comparao. Ainda afirma Chafe que as pessoas no escrevem do mesmo modo que falam, corroborando a teoria de Goody e Watt (1968) acerca da diferena entre a oralidade e a escrita, contradizendo Bloomfield, em cuja concepo a linguagem escrita no passa de uma reproduo da linguagem oral, procurando identificar as diferenas para explicar as causas fundamentais de tais diferenas. Alguns fatores so responsveis pelas diferenas entre linguagem oral e linguagem escrita: o contexto, a inteno do falante ou do escritor e o tpico do que se diz ou escreve. Focalizando o modo de os falantes e escritores selecionarem as palavras ou estruturas para expressarem suas idias, observou que a escolha dos falantes rpida, enquanto a dos escritores lenta, por terem mais tempo para reproduzi-la e revis-la. Com isso, a linguagem escrita tende a ter um vocabulrio mais variado e de convenincia do usurio. A escolha lexical tambm proporciona ao usurio a exibio de um estilo prprio e o controle do grau de formalismo e coloquialismo de suas produes discursivas. Do vocabulrio, um conferencista seleciona palavras e expresses que possam conferir ao seu texto um carter mais ou menos formal, como o faz um escritor de uma carta, para dar ao seu texto um carter mais ou menos coloquial. A esse respeito, a distino entre fala e escrita no se faz com preciso, uma vez que as restries operativas no se associam propriamente ao fator velocidade do processo. O grau de coloquialismo ou formalismo envolve decises estilsticas e de domnio do lxico que podem transferir-se de um modo de produo para o outro com muita facilidade e propriedade. Falar e escrever so formas diferentes de dizer e expressar significados construdos na linguagem e pela linguagem, dentro de uma situao interativa social. Nesse sentido, Halliday (1989) prope que falar e escrever, enquanto formas diferentes de dizer e modos diferentes de se expressar em significados lingsticos, apresentam uma interface: a analogia
entre fala e escrita sustentada por trs princpios. Um deles que a escrita no incorpora todos os potenciais de significao da fala, pois deixa de lado as participaes paralingsticas e prosdicas e, a fala no apresenta os limites da sentena e do pargrafo; estas diferenas, porm, so de sinais e no de contedo. O outro que no h necessidade de duas linguagens para a mesma funo, pois uma seria a duplicao da outra. Logo, cada modalidade serviria para uma finalidade mais especfica, sem perder sua caracterstica fundamental de ser linguagem. Por ltimo, fala e escrita planteiam diferentes aportes para a experincia: a escrita cria o mundo da coisas/objetos e a fala, o dos acontecimentos. Para esse autor, tais aportes seriam formas possveis de se olhar para o mesmo objeto de conhecimento, ou seja, a experincia humana. O ser humano aprende ouvindo e falando, lendo e escrevendo, ou seja constri significados mediante um sistema e uma estrutura samantica. Na medida em que as crianas pertencentes a culturas letradas vo-se desenvolvendo, suas interaes passam a ser transpassadas pelo discurso escrito e as significaes tm uma nova possibilidade de anlise de construo alm da oferecida pelo discurso oral, a saber, a do mbito do discurso escrito. Dentro do espao discursivo da interao, o discurso escrito sofre interpenetraes sociais e culturais, pois, em sua essncia, est permeado pelos sentidos e valores da ideologia do grupo social. Essas interpenetraes se refletem nas formas de interao da criana com a escrita - objeto de conhecimento - dentro de um contexto scio-histrico mais amplo, que revela os ideais e as concepes de um grupo social numa determinada poca (Savioli e Fiorin, 1996:17). Segundo Rojo vm focalizando sua ateno para questes da aquisio da escrita: At recentemente a linguagem escrita no foi vista como processo de desenvolvimento ou construo. Assim, durante dcadas, o desenvolvimento da escrita foi encarado como um treinamento de habilidades viso-motor e de transcrio de cdigo sonoro em formas grficas. Isto acarretou uma grande centrao dos estudos no momento da alfabetizao e na questo da correspondncia grafema-fonema e dos aparatos orgnicos envolvidos na transcrio desta correspondncia. na escrita que a criana vai se explicitando segundo suas falas e lugares sociais, ampliando assim o processo de desenvolvimento, o leitor/escritor vai incorporando, gradualmente, a modalidade discursiva da escrita e as caractersticas dos papis do leitor/escritor. CONSIDERAOES FINAIS Considerando as diferenas (formais, funcionais e da natureza de estmulo) entre a linguagem oral e a linguagem escrita, concluem-se serem distintas tais modalidades. Porm, embora no seja a linguagem escrita transcrio da linguagem oral, no se pode negar a semelhana de seus produtos, que podem expressar as mesmas intenes, j que a seleo de elementos lingsticos de ambos se d a partir de um mesmo sistema gramatical. O que no se pode negar que a linguagem escrita e a linguagem oral no constituem modalidades estanques; apresentam diferenas devido condio de produo, mas o processo se d a partir da lngua, que um conjunto de possibilidades lingsticas, cujos usos se fazem de acordo com normas especficas a cada uma das modalidades. A linguagem oral se caracteriza essencialmente por ser falada − natureza do estmulo, mas o fato de a linguagem oral ser produzida pela boca e recebida pelos ouvidos no e nem pode ser o elemento fundamental para se determin-la distinta da linguagem escrita no mbito cientifico. REFERENCIAIS MAC-KAY, A.P.M.G. Atividade verbal: processo de diferena e integrao entre fala e escrita. So Paulo, Plexus, 2000, p.13-19. BECHARA, Evanildo. A correo idiomtica e o conceito de exemplaridade. In: Azeredo, Jose c, Lngua em debate: conhecimento e ensino. Petrpolis: Vozes, 2000, p.11-8. FVERO, Leonor Lopes et alli. Oralidade e escrita: perspectiva para o ensino da lngua materna. 2 Ed. So Paulo: Cortez, 2000. CASTILHO, Ataliba. T.de. A lngua falada no Ensino de Portugus. So Paulo: Contexto, 2001.158p.
Fonte: http://www.webartigos.com/articles/39830/1/As-Modalidades-Orais-eEscritas/pagina1.html A NATUREZA DAS MODALIDADES ORAL E ESCRITA Jos Mario Botelho (UERJ e FEUDUC) INTRODUO
Que a linguagem escrita e a linguagem oral no constituem modalidades estanques, apesar de apresentarem diferenas devido condio de produo, um fato incontestvel. Contudo, h particularidades de outras ordens que as tornam modalidades especficas da lngua. Tais particularidades so, de fato, elementos exclusivos de cada uma delas, como a gesticulao, por exemplo, na linguagem oral, e a reedio de texto, com apagamento do texto anterior, na linguagem escrita. Certamente, as pessoas no escrevem exatamente do mesmo modo que falam, uma vez que se tratam de processos diferentes. Essas diferentes condies de produo para usos de diferentes intenes propiciam a criao de diferentes tipos de linguagem, que se agrupam nas duas modalidades da lngua. Fatores como: o contexto, a inteno do usurio e a temtica, so responsveis pelas diferenas entre a linguagem oral e a linguagem escrita, que, nem por isso, so estanques. A LINGUAGEM ORAL E A LINGUAGEM ESCRITA, SEGUNDO CHAFE Sem desprezar as diversas teorias acerca das modalidades de uma dada lngua, este trabalho se deter nos estudos de Chafe (1987), que melhor estabeleceu as diferenas entre a linguagem oral e a linguagem escrita, apresentando uma proposta de anlise, a partir da qual foi possvel se estabelecer uma comparao. Chafe afirma que as pessoas no escrevem do mesmo modo que falam, corroborando a teoria de Goody e Watt (1968) acerca da diferena entre a oralidade e a escrita, contradizendo Bloomfield, em cuja concepo a linguagem escrita no passa de uma reproduo da linguagem oral. Writing is not language, but merely a way of recording language by means of visible marks. (Bloomfield, 1933: 21) Em trabalhos anteriores (Chafe, 1982, 1985 e 1986), o autor j demonstrava o seu interesse pelo assunto. Neles, procurou identificar mais precisamente as diferenas a serem encontradas nos dois tipos de linguagem usados por falantes e escritores, para em seguida tentar explicar as causas fundamentais de tais diferenas. Nesses trabalhos, as observaes feitas pelo autor se restringem a uma comparao entre os dois extremos da fala e da escrita: de um lado, a conversao, e do outro oposto, a escrita acadmica. Mais tarde, em parceria com Tannen (1987), o autor levanta a hiptese de que diferentes condies de produo, assim como usos de diferentes intenes, propiciam criao de diferentes tipos de linguagem (cf. Chafe & Tannen, 1987: 390). No mesmo pargrafo, os autores demonstram acreditar que a conversao comum a forma prototpica de linguagem, a partir da qual se deveriam comparar todos os outros gneros quer sejam falados, quer sejam escritos. Alguns fatores so responsveis pelas diferenas entre linguagem oral e linguagem escrita: o contexto, a inteno do falante ou do escritor e o tpico do que se diz ou escreve. Na caracterizao dessas diferenas, Chafe (1987) analisou quatro tipos de produes discursivas coletados para um projeto de estudos: conversao e conferncia (produes discursivas da oralidade), e carta e artigo acadmico (produes discursivas da escrita). Focalizando o modo de os falantes e escritores selecionarem as palavras ou estruturas para expressarem suas idias, observou que a escolha dos falantes rpida, enquanto a dos escritores lenta, por terem mais tempo para reproduzi-la e revis-la. Com isso, a linguagem escrita tende a ter um vocabulrio mais variado e de convenincia do usurio. A escolha lexical tambm proporciona ao usurio a exibio de um estilo prprio e o controle do grau de formalismo e coloquialismo de suas produes discursivas. Do vocabulrio, um conferencista seleciona palavras e expresses que possam conferir ao seu texto um carter
mais ou menos formal, como o faz um escritor de uma carta, para dar ao seu texto um carter mais ou menos coloquial. A esse respeito, a distino entre fala e escrita no se faz com preciso, uma vez que as restries operativas no se associam propriamente ao fator velocidade do processo. O grau de coloquialismo ou formalismo envolve decises estilsticas e de domnio do lxico que podem transferir-se de um modo de produo para o outro com muita facilidade e propriedade. Chafe ressalta, ainda, que a unidade relevante da fala parece ser a entidade basicamente prosdica, que chama de unidade de entonao, a qual descreve em trabalho anterior (Chafe, 1985), corroborando a hiptese de uma orao de cada vez, de Pawley & Syder (1976). Na escrita, as unidades de entonao so mais longas (em torno de nove palavras) do que na fala (em torno de seis palavras), que se limita em tamanho pela memria de curto prazo ou capacidade de conscincia focal do falante e, provavelmente, pela conscincia que esse tem das limitaes de capacidade do ouvinte. A inteno dele demonstrar as propriedades da linguagem falada e da linguagem escrita. Para isso, lana mo dos seguintes parmetros: variedade de vocabulrio, nvel de vocabulrio, construo de oraes, construes de frases e envolvimento e distanciamento. Variedade de vocabulrio De certo, falantes e escritores fazem a seleo de palavras e expresses para exprimirem os seus pensamentos. Como no h uma relao perfeita entre o que a pessoa pensa e a linguagem que usa para a sua expresso, pois nem sempre se traduz automaticamente, com palavras apropriadas, o que se pensa, o usurio precisa ter um bom conhecimento da linguagem. Esse conhecimento inclui o conhecimento de um repertrio de opes lexicais necessrias, que ser ativado sempre que o usurio tiver que se expressar lingisticamente. Nvel de vocabulrio Quanto ao nvel de vocabulrio, o autor assume que falantes e escritores no fazem a seleo de itens lexicais de um mesmo estoque. Ele considera haver palavras e expresses exclusivas de cada repertrio e um sem-nmero de itens neutros, que ocorrem normalmente em ambos os repertrios. Os nveis se verificam nos distintos registros lingsticos, considerando a adequao dos itens escolhidos e do repertrio em si. O autor observa que o vocabulrio da fala inovador e flutuante, enquanto o vocabulrio da escrita , em geral, conservador. A linguagem escrita se enriquece com a ampliao do seu repertrio, ao passo que a riqueza do repertrio da linguagem falada constitui nas constantes transformaes de sentido dos itens de seu repertrio limitado. Tal fato confirma que, apesar de os vocabulrios de cada modalidade serem caractersticos, itens lexicais mais ou menos formais ou coloquiais podem ser utilizados pelo falante e pelo escritor quando lhes forem convenientes. Construo de orao A linguagem mais do que um conjunto de palavras e expresses combinadas; como se d essa combinao o que mais importa para Chafe. Para a discusso desse tpico, o autor se baseia na orao gramatical, mas considera mais realista proceder em termos de unidade de entonao, que inicialmente (Chafe, 1980) denominava unidade de idias. Chafe especula que tal unidade de entonao expressa o que est na memria de curto prazo do falante ou focos de conscincia no momento de produo. Por ser limitada a capacidade do falante em manter a ateno em expresses extensas, a unidade de entonao da fala constitui-se de mais ou menos 6 (seis) palavras.
Construo de frase Na fala, comum o uso da conjuno e para ligar oraes. Isto , h uma forte tendncia por parte dos falantes em produzir seqncias simples de oraes coordenadas, evitando as relaes interoracionais mais elaboradas, encontradas na escrita. A sintaxe elaborada requer maior esforo de produo do que os falantes possam normalmente aplicar, por isso a linguagem falada de qualquer tipo tende a coordenar oraes mais freqentemente que qualquer tipo de linguagem escrita. A funo da frase na linguagem oral problemtica, mas os falantes parecem produzir uma entonao final de frase quando julgam que chegaram ao fim de uma seqncia coerente. O que produz essa coerncia pode variar de um momento para o outro. Chafe reafirma que as frases da escrita so mais bem planejadas que as da oralidade, dando evidncia do tempo e do esforo de sua construo. Envolvimento e Distanciamento Das propriedades da fala e da escrita que so atribudas s diferenas entre os dois processos, a rapidez e a facilidade de esvaescimento da fala, quando opostos cautela e a editabilidade da escrita, so as principais. Outra importante diferena entre a fala e a escrita o relacionamento entre o emissor e o receptor. A audincia da fala na maioria das vezes no s est presente como tambm pode participar fsica e efetivamente do processo, ao contrrio do que ocorre na escrita cuja audincia normalmente ausente e freqentemente desconhecida. Segundo Chafe, na linguagem falada h um envolvimento do falante com sua audincia, consigo mesmo e com a realidade concreta do que est sendo falado. A linguagem escrita carece de qualquer desses aspectos e pode mostrar indicaes de distanciamento do escritor com sua audincia, consigo mesmo e com a realidade. A NATUREZA DA LINGUAGEM ORAL Considerando as diferenas (formais, funcionais e da natureza de estmulo) entre a linguagem oral e a linguagem escrita, conclui-se serem distintas tais modalidades. Porm, embora no seja a linguagem escrita a transcrio da linguagem oral, no se pode negar a semelhana de seus produtos, que podem expressar as mesmas intenes, j que a seleo de elementos lingsticos de ambos se d a partir de um mesmo sistema gramatical. Chafe (1987), ao contrrio, procura estabelecer diferenas entre elas. Diferenas que se verificam nas estruturas sintticas e na formao dos perodos e, principalmente, no vocabulrio, crendo, inclusive, que o repertrio de uma diferente do da outra. O que no se pode negar que a linguagem escrita e a linguagem oral no constituem modalidades estanques; apresentam diferenas devido condio de produo, mas o processo se d a partir da lngua, que um conjunto de possibilidades lingsticas, cujos usos se fazem de acordo com normas especficas a cada uma das modalidades. A linguagem oral se caracteriza essencialmente por ser falada natureza do estmulo , mas o fato de a linguagem oral ser produzida pela boca e recebida pelos ouvidos no e nem pode ser o elemento fundamental para se determin-la distinta da linguagem escrita. H gneros intermedirios que so produzidos de forma sonora e concebidos de forma grfica e outros que so produzidos graficamente e concebidos sonoramente. Ainda h aqueles que, apesar de serem produzidos e concebidos exclusivamente de forma sonora ou exclusivamente de forma grfica, so bastante semelhantes a gneros da outra modalidade. Assim, a natureza falada da linguagem oral no basta para distingui-la e isol-la da linguagem escrita; elas no so estanques e isto fica patente na anlise sob o ponto de vista de um contnuo tipolgico. Entretanto, h particularidades de outras ordens que tornam a linguagem oral uma modalidade especfica da lngua.
Tais particularidades so, de fato, elementos exclusivos da linguagem oral: a gesticulao um deles. A fluidez das idias expostas tambm outra particularidade da oralidade. A velocidade da produo oral se d em virtude de ser simultnea ao processo de produo em si. Outra particularidade da linguagem oral, que proporcionado pelo fato de o falante ter o controle da comunicao no momento de sua efetivao, a eficcia na correo da informao em caso de incompreenso por parte do interlocutor. Como o falante ouve junto com o seu interlocutor as suas palavras proferidas e pode controlar os seus efeitos a partir das reaes do outro, pode ele corrigir com eficcia, por ser momentnea, as eventuais falhas de comunicao quando a informao desejada no se efetiva. Essa caracterstica, que uma vantagem da linguagem oral, determina outra particularidade da fala: a cooperao dos participantes da comunicao. Normalmente, o conhecimento do que se diz compartilhado pelo emissor e pelo receptor, que, normalmente coniventes na comunicao, facilitam o processo de produo daquele que por seu turno tem a responsabilidade da produo discursiva. O conhecimento compartilhado dos participantes da interlocuo oral tambm gera outra particularidade: a simplicidade sinttica, qual se relacionam vrias outras caractersticas. A sintaxe da linguagem oral tipicamente menos bem elaborada que a linguagem escrita, por conter muitas frases incompletas, apresentar-se freqentemente com simples seqncias de frases e poucas estruturas subordinadas. Portanto, a simplicidade sinttica deve ser entendida como estrutura de perodos curtos, em que as oraes normalmente so ligadas ou pelas conjunes simples e, mas e porm, ou por marcadores discursivos do tipo a, ou por oraes absolutas, ou por frases nominais na maioria dos casos reduzidas a uma nica palavra. Assim, a fragmentao, que causada pela falta de termos subentendidos e pelo uso de marcadores discursivos, uma outra caracterstica particular da linguagem oral. A fragmentao no deve ser confundida com uma m formao da estrutura, como entenderam certos tericos. A fala no existe para ser escrita, e da mesma forma, muitos textos escritos no so apreciveis na fala; quando se tenta reproduzir um texto escrito como se fosse conversao, esse texto pode parecer estar mal formado. Quanto ao nvel de vocabulrio, Chafe chega a declarar que o vocabulrio da fala diferente do da escrita. Prefiro acreditar que os repertrios so os mesmos; o que muda o grau de formalismo ou coloquialismo, de que o prprio Chafe fala. Por essa razo, encontram-se, em ambos os gneros de ambas as modalidades, um nmero muito maior de itens comuns, que Chafe denominou neutros e reconheceu ser a maioria. caracterstico na linguagem oral o uso preferencial de declaraes ativas como observaram Chafe e outros estudiosos, cada qual em suas obras acerca do assunto. A utilizao de estruturas de voz passiva muito pouco freqente na linguagem oral. Quando ocorre, do tipo analtico com o uso de auxiliar do tipo ser e normalmente a servio da topicalizao, que, inclusive, outra caracterstica da linguagem oral. A freqncia de termos topicalizados flagrante. Tambm constitui uma particularidade da linguagem oral a representao, por meio de uma pr-forma, do sujeito, que poderia ser elptico em virtude de a flexo verbal j declarar a pessoa do discurso. Ocorre principalmente a representao do sujeito de 1 pessoa por meio de um pronome pessoal. A reiterao desse tipo de sujeito simplesmente efetiva em textos da linguagem oral. Por ltimo, outra caracterstica da linguagem oral a repetio de termos. Certamente esta prtica tem a ver com a limitao do vocabulrio e a convenincia da unidade de entonao, que se submete elocuo, que o trao predominante da fala.
Quanto questo do envolvimento e distanciamento, como j demonstrou Chafe, na linguagem oral se observa o carter de envolvimento e de distanciamento que determinado pelo contexto. Por poderem ser anulados pelo contedo apropriado, tais traos no caracterizam necessariamente a fala ou a escrita. mais provvel, porm, que o trao envolvimento, que pode ser do falante com a sua audincia (muito comum) ou consigo mesmo (no menos comum) ou com o que se est falando (tambm comum), se manifeste com mais freqncia na fala. A NATUREZA DA LINGUAGEM ESCRITA Assim como a caracterstica fundamental da linguagem oral o fato de ela ser produzida pela boca e recebida pelos ouvidos, a linguagem escrita se caracteriza fundamentalmente por ser escrita, ou seja, pelo fato de ser ela produzida pela mo e recebida pelos olhos. Contudo, como j foi dito, no so esses os elementos fundamentais para distingui-las. Os motivos so os mesmos apontados no item anterior. Tambm a escrita apresenta as suas particularidades de outras ordens que a tornam uma outra modalidade da lngua. A particularidade de maior importncia da escrita a correo gramatical, sob a qual esto a objetividade, a clareza e a conciso. Por ser eminentemente uma forma de comunicao em que emissor e receptor esto distantes e, em muitos casos, desconhecidos um do outro, a objetividade, a clareza e a conciso so essenciais. Na falta de compreenso da informao transmitida, normalmente no tem o emissor outra forma de retificar a mensagem se no esperar pela resposta, que pode demorar muito tempo, para tentar numa trplica, que pode no mais surtir efeito. Por isso, a correo gramatical ser to importante. Um texto em que o assunto apresentado de forma objetiva, cujas idias concisas (sem rodeios e bem organizadas) tornam o texto claro, tem tudo para ser compreendido pelo receptor e nele provocar o efeito desejado. Da, ser o texto escrito essencialmente normativo, referencial. Em nome da correo, a linguagem escrita apresenta um processo de produo muito lento. No goza o escritor do direito de se valer de artifcios paralingusticos com a gesticulao e expresso facial. No tem o escritor o controle do sistema de recepo em si; ele espera t-lo, caso tenha a conscincia de ter atendido s exigncias da norma-padro. O escritor no sofre tanta presso no momento de produo do seu texto, porque no tem as mesmas exigncias do processo de produo da fala, em que se monitoram ao mesmo tempo o planejamento e a produto. , contudo, a meu ver, exatamente o contrrio o que ocorre. A responsabilidade do escritor muito maior. Ele no conta com a conivncia do interlocutor que lhe compartilhe um conhecimento do que se expe. Como disse anteriormente, h casos que o interlocutor desconhecido. Escrever um ato solitrio e sofre a imposio da correo; para no se correr o risco de ter o seu texto inutilizado por no se tornar um discurso (texto lido e compreendido), sofre o escritor a inexorvel presso da correo gramatical. Por isso mesmo, o escritor examina o que escreve e usa um tempo considervel na escolha de suas palavras, consultando-as no dicionrio quando necessrio. Eis uma outra particularidade da modalidade escrita: o escritor determina o tempo de produo de seu texto. Nisso, pode comparar a sua produo com o que tinha em mente; mudar suas idias; reorganizar o texto; acrescentar ou eliminar itens, at que o produto final surja. O fato de ter o escritor a obrigao de redigir um texto de acordo com as normas de uso padro nos faz enumerar outras particularidades da linguagem escrita. A produo do texto escrito se d de forma coordenada, pois requer planejamento: etapas so traadas pelo escritor, que a todo o momento as checa, fazendo as mudanas
necessrias, para atender s exigncias diversas (de ordem gramatical e / ou de outras ordens). Sob este ponto de vista, pode-se dizer que o planejamento antecede a produo; e, mesmo que haja um replanejamento, durante a produo, ainda estar antecedendo-a, j que o produto constitui o elemento cabal. No exatamente esta a condio de produo do texto oral, cujos planejamentos e execuo ocorrem simultaneamente, o que dificulta um replanejamento, que, quando ocorre, torna complexa a estrutura frasal, que s no ter abalada a sua compreenso, se certos elementos estiverem presentes: o conhecimento compartilhado; cooperativismo entre falante e ouvinte; o princpio da realidade; e recursos lingsticos diversos. A estrutura sinttica da linguagem escrita tende a ser elegante, j sendo bem formada. Nela se percebem sujeito e predicado, normalmente nesta ordem. Embora seja comum a ocorrncia da orao bimembre em ordem direta, tambm muito comum encontrarmos o que Givn (1979b) chama de estrutura de tpico-comentrio. Ou seja, comum encontrarmos termos deslocados para a posio de tpico a posio inicial da orao, que normalmente ocupada pelo sujeito. Termos da orao (normalmente bimembre) so geralmente substitudos por oraes subordinadas, constituindo perodos compostos. No encaixe dessas oraes, o uso de conjunes e locues conjuntivas uma normalidade. Os perodos complexos normalmente so de bom tamanho na modalidade escrita, sendo os longos bem estruturados. Complexidade da sintaxe , portanto, mais uma caracterstica da linguagem escrita. Essa complexidade se refere a perodos compostos por subordinao, e no falta de compreenso do enunciado. No h, portanto, fragmentao semelhana do que se d na linguagem oral. Na linguagem escrita, as estruturas tendem a ser completas, j que a frase o seu trao caracterstico. Nos perodos em que h coordenao, figuram conjunes diferentes de e, mas e porm, alm delas. Quando no ocorrem tais conectivos, ocorre a pontuao conveniente; marcadores discursivos tpicos da escrita (os homgrafos: e, mas, porm e ento, os principais) podem ocorrer, mas no com muita freqncia. O vocabulrio da modalidade escrita muito variado e essencialmente conservador e dependente do grau do nvel de formalismo, o que constitui mais uma de suas caractersticas particulares. Como j observei anteriormente, no concordo com Chafe quando defende a hiptese de ser o vocabulrio da escrita particular, composto de itens que no ocorrem na modalidade falada. No se podem determinar quantos e quais os itens que no ocorrem numa dada modalidade, j que as duas se valem do mesmo sistema lingustico. Podem-se, decerto, relacionar itens, que dependendo do grau do nvel de formalismo ou coloquialismo (definido pelo objetivo do usurio e do contexto em si) tenham a propenso de ocorrer ou no num dos gneros de uma das modalidades. Na verdade, nada impede que o modalizador a, por exemplo, tpico da modalidade oral, seja usado num texto escrito. Logo, conveniente dizer que um vocabulrio de nvel mais formal que coloquial caracteriza a linguagem escrita, mas no conveniente distinguir trs tipos de vocabulrio, como o fez Chafe: um que ocorre essencialmente na linguagem escrita; outro, essencialmente na linguagem oral; e outro que ocorre igualmente nas duas modalidades. Ainda em relao ao vocabulrio, uma particularidade da escrita a ocorrncia de nominalizaes. O escritor procura no repetir estruturas sintticas ou palavras, por isso comum na escrita um grande nmero de sintagmas nominais modificados, isto , transformaes de verbos ou predicados em nomes. Outra caracterstica da escrita a ocorrncia de declaraes passivas. Isto tambm marca a caracterstica de procurar no repetir estruturas sintticas e de formar estruturas de tpico. Na escrita, ocorrem os dois tipos de estruturas passivas: a analtica (com o auxlio de ser ou similar) e a pronominal (com o uso de pronome apassivador).
Ao contrrio do que ocorre na fala, a eliso de termos freqente e, principalmente, a do sujeito. A representao fsica do sujeito de 1 pessoa s ocorre quando se deseja um efeito estilstico. Outra e ltima particularidade a preocupao com a coeso referencial. A sinonmia, a elipse, a parfrase e a substituio por pr-formas so artifcios comuns de serem observados nos textos escritos. No que se refere questo do envolvimento e distanciamento, como j foi visto anteriormente, ao contrrio da modalidade oral em que predomina o trao de envolvimento, na escrita predomina o trao de distanciamento. Porm, como ambos os traos so determinados pelo contexto e, por conseguinte, podem ser anulados pelo contedo, no constitui o trao de distanciamento em si uma particularidade da linguagem escrita. Admite-se, certamente, que o trao de distanciamento se manifeste com maior freqncia nos gneros da modalidade escrita da lngua, que se caracteriza por ser uma prtica eminentemente solitria do escritor. Assim, so a fala e a escrita dois modos bem diferentes de o usurio representar as suas experincias. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS BECHARA, Evanildo. A correo idiomtica e o conceito de exemplaridade. In: Azeredo, Jos C. (org.), Lngua em debate: conhecimento e ensino. Petrpolis: Vozes, 2000, p. 11-8. BOTELHO, Jos Mrio. A influncia da oralidade sobre a escrita. (Monografia indita). Rio de Janeiro: Pontifcia Universidade Catlica do Rio de Janeiro, 1997. BROWN, Gillian. Teaching the spoken language. In: Association Internationale de Linguistic Aplique. Brussel, Proceedings II: Lecture, 1981, p. 166-82. CHAFE, Wallace; DANIELEWICZ, Jane. Properties of speaking and written language. In: HOROWITZ, Rosalind; SAMUELS, S. Jay (eds.). Comprehending oral and written language. New York: Academic Press, 1987, p. 83-113. FVERO, Leonor Lopes et alii. Oralidade e escrita: perspectivas para o ensino de lngua materna. 2 ed. So Paulo: Cortez, 2000. MARCUSCHI, Luiz Antnio. Da fala para a escrita: atividades de retextualizao. So Paulo: Cortez, 2001. TANNEN, Deborah. The oral / literate continuum in discourse. In: (ed.). Spoken and written language: Exploring coherence in spoken and written discourse. Norwood, NJ: Ablex, 1984. Fonte: http://www.filologia.org.br/ixcnlf/3/03.htm
Convm afirmar que acredito que o trabalho com a leitura, compreenso e a produo escrita em Lngua Materna deve ter como meta primordial o desenvolvimento no aluno de habilidades que faam com que ele tenha capacidade de usar um nmero sempre maior de recursos da lngua para produzir efeitos de sentido de forma adequada a cada situao especfica de interao humana. Luiz Antnio Marcuschi (UFPE) defende o trabalho com textos na escola a partir da abordagem do Gnero Textual2. Marcuschi no demonstra favorabilidade ao trabalho com a Tipologia Textual, uma vez que, para ele, o trabalho fica limitado, trazendo para o ensino alguns problemas, uma vez que no possvel, por exemplo, ensinar narrativa em geral, porque, embora possamos classificar vrios textos como sendo narrativos, eles se concretizam em formas diferentes gneros que possuem diferenas especficas. Por outro lado, autores como Luiz Carlos Travaglia (UFUberlndia/MG) defendem o trabalho com a Tipologia Textual. Para o autor, sendo os textos de diferentes tipos, eles se instauram devido existncia de diferentes modos de interao ou interlocuo. O trabalho com o texto e com os diferentes tipos de texto fundamental para o desenvolvimento da competncia comunicativa. De acordo com as idias do autor, cada tipo de texto apropriado para um tipo de interao especfica. Deixar o aluno restrito a apenas alguns tipos de texto fazer com que ele s tenha recursos para atuar comunicativamente em alguns casos, tornando-se incapaz, ou pouco capaz, em outros. Certamente, o professor teria que fazer uma espcie de levantamento de quais tipos seriam mais necessrios para os alunos, para, a partir da, iniciar o trabalho com esses tipos mais necessrios. Marcuschi afirma que os livros didticos trazem, de maneira equivocada, o termo tipo de texto. Na verdade, para ele, no se trata de tipo de texto, mas de gnero de texto. O autor diz que no correto afirmar que a carta pessoal, por exemplo, um tipo de texto como fazem os livros. Ele atesta que a carta pessoal um Gnero Textual. O autor diz que em todos os gneros os tipos se realizam, ocorrendo, muitas das vezes, o mesmo gnero sendo realizado em dois ou mais tipos. Ele apresenta uma carta pessoal3 como exemplo, e comenta que ela pode apresentar as tipologias descrio, injuno, exposio, narrao e argumentao. Ele chama essa miscelnea de tipos presentes em um gnero de heterogeneidade tipolgica. Travaglia (2002) fala em conjugao tipolgica. Para ele, dificilmente so encontrados tipos puros. Realmente raro um tipo puro. Num texto como a bula de remdio, por exemplo, que para Fvero & Koch (1987) um texto injuntivo, tem-se a presena de vrias tipologias, como a descrio, a injuno e a predio4. Travaglia afirma que um texto se define como de um tipo por uma questo de dominncia, em funo do tipo de interlocuo que se pretende estabelecer e que se estabelece, e no em funo do espao ocupado por um tipo na constituio desse texto. Quando acontece o fenmeno de um texto ter aspecto de um gnero mas ter sido construdo em outro, Marcuschi d o nome de intertextualidade intergneros. Ele explica dizendo que isso acontece porque ocorreu no texto a configurao de uma estrutura intergneros de natureza altamente hbrida, sendo que um gnero assume a funo de outro. Travaglia no fala de intertextualidade intergneros, mas fala de um intercmbio de tipos. Explicando, ele afirma que um tipo pode ser usado no lugar de outro tipo, criando
determinados efeitos de sentido impossveis, na opinio do autor, com outro dado tipo. Para exemplificar, ele fala de descries e comentrios dissertativos feitos por meio da narrao. Resumindo esse ponto, Marcuschi traz a seguinte configurao terica:
a) intertextualidade intergneros = um gnero com a funo de outro b) heterogeneidade tipolgica = um gnero com a presena de vrios tipos
Travaglia mostra o seguinte:
a) conjugao tipolgica = um texto apresenta vrios tipos b) intercmbio de tipos = um tipo usado no lugar de outro
Aspecto interessante a se observar que Marcuschi afirma que os gneros no so entidades naturais, mas artefatos culturais construdos historicamente pelo ser humano. Um gnero, para ele, pode no ter uma determinada propriedade e ainda continuar sendo aquele gnero. Para exemplificar, o autor fala, mais uma vez, da carta pessoal. Mesmo que o autor da carta no tenha assinado o nome no final, ela continuar sendo carta, graas as suas propriedades necessrias e suficientes5.Ele diz, ainda, que uma publicidade pode ter o formato de um poema ou de uma lista de produtos em oferta. O que importa que esteja fazendo divulgao de produtos, estimulando a compra por parte de clientes ou usurios daquele produto. Para Marcuschi, Tipologia Textual um termo que deve ser usado para designar uma espcie de seqncia teoricamente definida pela natureza lingstica de sua composio. Em geral, os tipos textuais abrangem as categorias narrao, argumentao, exposio, descrio e injuno (Swales, 1990; Adam, 1990; Bronckart, 1999). Segundo ele, o termo Tipologia Textual usado para designar uma espcie de seqncia teoricamente definida pela natureza lingstica de sua composio (aspectos lexicais, sintticos, tempos verbais, relaes lgicas) (p. 22). Gnero Textual definido pelo autor como uma noo vaga para os textos materializados encontrados no dia-a-dia e que apresentam caractersticas scio-comunicativas definidas pelos contedos, propriedades funcionais, estilo e composio caracterstica. Travaglia define Tipologia Textual como aquilo que pode instaurar um modo de interao, uma maneira de interlocuo, segundo perspectivas que podem variar. Essas perspectivas podem, segundo o autor, estar ligadas ao produtor do texto em relao ao objeto do dizer quanto ao fazer/acontecer, ou conhecer/saber, e quanto insero destes no tempo e/ou no espao. Pode ser possvel a perspectiva do produtor do texto dada pela imagem que o mesmo faz do receptor como algum que concorda ou no com o que ele diz. Surge, assim, o discurso da transformao, quando o produtor v o receptor como algum que no concorda com ele. Se o produtor vir o receptor como algum que concorda com ele, surge o discurso da cumplicidade. Tem-se ainda, na opinio de Travaglia, uma perspectiva em que o produtor do texto faz uma antecipao no dizer. Da mesma forma, possvel encontrar a perspectiva dada pela atitude comunicativa de comprometimento ou no. Resumindo, cada uma das perspectivas apresentadas pelo autor gerar um tipo de texto. Assim, a primeira perspectiva faz surgir os tipos descrio, dissertao, injuno e narrao. A segunda perspectiva faz com que surja o tipo argumentativo stricto sensu6 e no argumentativo stricto
sensu. A perspectiva da antecipao faz surgir o tipo preditivo. A do comprometimento d origem a textos do mundo comentado (comprometimento) e do mundo narrado (no comprometimento) (Weirinch, 1968). Os textos do mundo narrado seriam enquadrados, de maneira geral, no tipo narrao. J os do mundo comentado ficariam no tipo dissertao. Travaglia diz que o Gnero Textual se caracteriza por exercer uma funo social especfica. Para ele, estas funes sociais so pressentidas e vivenciadas pelos usurios. Isso equivale dizer que, intuitivamente, sabemos que gnero usar em momentos especficos de interao, de acordo com a funo social dele. Quando vamos escrever um e-mail, sabemos que ele pode apresentar caractersticas que faro com que ele funcione de maneira diferente. Assim, escrever um e-mail para um amigo no o mesmo que escrever um e-mail para uma universidade, pedindo informaes sobre um concurso pblico, por exemplo. Observamos que Travaglia d ao gnero uma funo social. Parece que ele diferencia Tipologia Textual de Gnero Textual a partir dessa qualidade que o gnero possui. Mas todo texto, independente de seu gnero ou tipo, no exerce uma funo social qualquer? Marcuschi apresenta alguns exemplos de gneros, mas no ressalta sua funo social. Os exemplos que ele traz so telefonema, sermo, romance, bilhete, aula expositiva, reunio de condomnio, etc. J Travaglia, no s traz alguns exemplos de gneros como mostra o que, em sua opinio, seria a funo social bsica comum a cada um: aviso, comunicado, edital, informao, informe, citao (todos com a funo social de dar conhecimento de algo a algum). Certamente a carta e o e-mail entrariam nessa lista, levando em considerao que o aviso pode ser dado sob a forma de uma carta, e-mail ou ofcio. Ele continua exemplificando apresentando a petio, o memorial, o requerimento, o abaixo assinado (com a funo social de pedir, solicitar). Continuo colocando a carta, o e-mail e o ofcio aqui. Nota promissria, termo de compromisso e voto so exemplos com a funo de prometer. Para mim o voto no teria essa funo de prometer. Mas a funo de confirmar a promessa de dar o voto a algum. Quando algum vota, no promete nada, confirma a promessa de votar que pode ter sido feita a um candidato. Ele apresenta outros exemplos, mas por questo de espao no colocarei todos. bom notar que os exemplos dados por ele, mesmo os que no foram mostrados aqui, apresentam funo social formal, rgida. Ele no apresenta exemplos de gneros que tenham uma funo social menos rgida, como o bilhete. Uma discusso vista em Travaglia e no encontrada em Marcuschi7 a de Espcie. Para ele, Espcie se define e se caracteriza por aspectos formais de estrutura e de superfcie lingstica e/ou aspectos de contedo. Ele exemplifica Espcie dizendo que existem duas pertencentes ao tipo narrativo: a histria e a no-histria. Ainda do tipo narrativo, ele apresenta as Espcies narrativa em prosa e narrativa em verso. No tipo descritivo ele mostra as Espcies distintas objetiva x subjetiva, esttica x dinmica e comentadora x narradora. Mudando para gnero, ele apresenta a correspondncia com as Espcies carta, telegrama, bilhete, ofcio, etc. No gnero romance, ele mostra as Espcies romance histrico, regionalista, fantstico, de fico cientfica, policial, ertico, etc. No sei at que ponto a Espcie daria conta de todos os Gneros Textuais existentes. Ser que possvel especificar todas elas? Talvez seja difcil at mesmo porque no fcil dizer quantos e quais so os gneros textuais existentes.
Se em Travaglia nota-se uma discusso terica no percebida em Marcuschi, o oposto tambm acontece. Este autor discute o conceito de Domnio Discursivo. Ele diz que os domnios discursivos so as grandes esferas da atividade humana em que os textos circulam (p. 24). Segundo informa, esses domnios no seriam nem textos nem discursos, mas dariam origem a discursos muito especficos. Constituiriam prticas discursivas dentro das quais seria possvel a identificao de um conjunto de gneros que s vezes lhes so prprios como prticas ou rotinas comunicativas institucionalizadas. Como exemplo, ele fala do discurso jornalstico, discurso jurdico e discurso religioso. Cada uma dessas atividades, jornalstica, jurdica e religiosa, no abrange gneros em particular, mas origina vrios deles. Travaglia at fala do discurso jurdico e religioso, mas no como Marcuschi. Ele cita esses discursos quando discute o que para ele tipologia de discurso. Assim, ele fala dos discursos citados mostrando que as tipologias de discurso usaro critrios ligados s condies de produo dos discursos e s diversas formaes discursivas em que podem estar inseridos (Koch & Fvero, 1987, p. 3). Citando Koch & Fvero, o autor fala que uma tipologia de discurso usaria critrios ligados referncia (institucional (discurso poltico, religioso, jurdico), ideolgica (discurso petista, de direita, de esquerda, cristo, etc), a domnios de saber (discurso mdico, lingstico, filosfico, etc), inter-relao entre elementos da exterioridade (discurso autoritrio, polmico, ldico)). Marcuschi no faz aluso a uma tipologia do discurso. Semelhante opinio entre os dois autores citados notada quando falam que texto e discurso no devem ser encarados como iguais. Marcuschi considera o texto como uma entidade concreta realizada materialmente e corporificada em algum Gnero Textual [grifo meu] (p. 24). Discurso para ele aquilo que um texto produz ao se manifestar em alguma instncia discursiva. O discurso se realiza nos textos (p. 24). Travaglia considera o discurso como a prpria atividade comunicativa, a prpria atividade produtora de sentidos para a interao comunicativa, regulada por uma exterioridade scio-histrica-ideolgica (p. 03). Texto o resultado dessa atividade comunicativa. O texto, para ele, visto como uma unidade lingstica concreta que tomada pelos usurios da lngua em uma situao de interao comunicativa especfica, como uma unidade de sentido e como preenchendo uma funo comunicativa reconhecvel e reconhecida, independentemente de sua extenso (p. 03). Travaglia afirma que distingue texto de discurso levando em conta que sua preocupao com a tipologia de textos, e no de discursos. Marcuschi afirma que a definio que traz de texto e discurso muito mais operacional do que formal. Travaglia faz uma tipologizao dos termos Gnero Textual, Tipologia Textual e Espcie. Ele chama esses elementos de Tipelementos. Justifica a escolha pelo termo por considerar que os elementos tipolgicos (Gnero Textual, Tipologia Textual e Espcie) so bsicos na construo das tipologias e talvez dos textos, numa espcie de analogia com os elementos qumicos que compem as substncias encontradas na natureza. Para concluir, acredito que vale a pena considerar que as discusses feitas por Marcuschi, em defesa da abordagem textual a partir dos Gneros Textuais, esto diretamente ligadas ao ensino. Ele afirma que o trabalho com o gnero uma grande oportunidade de se lidar com a lngua em seus mais diversos usos autnticos no dia-a-dia. Cita o PCN, dizendo que ele apresenta a idia bsica de que um maior conhecimento do funcionamento dos Gneros
Textuais importante para a produo e para a compreenso de textos. Travaglia no faz abordagens especficas ligadas questo do ensino no seu tratamento Tipologia Textual. O que Travaglia mostra uma extrema preferncia pelo uso da Tipologia Textual, independente de estar ligada ao ensino. Sua abordagem parece ser mais taxionmica. Ele chega a afirmar que so os tipos que entram na composio da grande maioria dos textos. Para ele, a questo dos elementos tipolgicos e suas implicaes com o ensino/aprendizagem merece maiores discusses. Marcuschi diz que no acredita na existncia de Gneros Textuais ideais para o ensino de lngua. Ele afirma que possvel a identificao de gneros com dificuldades progressivas, do nvel menos formal ao mais formal, do mais privado ao mais pblico e assim por diante. Os gneros devem passar por um processo de progresso, conforme sugerem Schneuwly & Dolz (2004). Travaglia, como afirmei, no faz consideraes sobre o trabalho com a Tipologia Textual e o ensino. Acredito que um trabalho com a tipologia teria que, no mnimo, levar em conta a questo de com quais tipos de texto deve-se trabalhar na escola, a quais ser dada maior ateno e com quais ser feito um trabalho mais detido. Acho que a escolha pelo tipo, caso seja considerada a idia de Travaglia, deve levar em conta uma srie de fatores, porm dois so mais pertinentes: a) O trabalho com os tipos deveria preparar o aluno para a composio de quaisquer outros textos (no sei ao certo se isso possvel. Pode ser que o trabalho apenas com o tipo narrativo no d ao aluno o preparo ideal para lidar com o tipo dissertativo, e vice-versa. Um aluno que pra de estudar na 5 srie e no volta mais escola teria convivido muito mais com o tipo narrativo, sendo esse o mais trabalhado nessa srie. Ser que ele estaria preparado para produzir, quando necessrio, outros tipos textuais? Ao lidar somente com o tipo narrativo, por exemplo, o aluno, de certa forma, no deixa de trabalhar com os outros tipos?); b) A utilizao prtica que o aluno far de cada tipo em sua vida. Acho que vale a pena dizer que sou favorvel ao trabalho com o Gnero Textual na escola, embora saiba que todo gnero realiza necessariamente uma ou mais seqncias tipolgicas e que todos os tipos inserem-se em algum gnero textual. At recentemente, o ensino de produo de textos (ou de redao) era feito como um procedimento nico e global, como se todos os tipos de texto fossem iguais e no apresentassem determinadas dificuldades e, por isso, no exigissem aprendizagens especficas. A frmula de ensino de redao, ainda hoje muito praticada nas escolas brasileiras que consiste fundamentalmente na trilogia narrao, descrio e dissertao tem por base uma concepo voltada essencialmente para duas finalidades: a formao de escritores literrios (caso o aluno se aprimore nas duas primeiras modalidades textuais) ou a formao de cientistas (caso da terceira modalidade) (Antunes, 2004). Alm disso, essa concepo guarda em si uma viso equivocada de que narrar e descrever seriam aes mais fceis do que dissertar, ou mais adequadas faixa etria, razo pela qual esta ltima tenha sido reservada s sries terminais - tanto no ensino fundamental quanto no ensino mdio.
O ensino-aprendizagem de leitura, compreenso e produo de texto pela perspectiva dos gneros reposiciona o verdadeiro papel do professor de Lngua Materna hoje, no mais visto aqui como um especialista em textos literrios ou cientficos, distantes da realidade e da prtica textual do aluno, mas como um especialista nas diferentes modalidades textuais, orais e escritas, de uso social. Assim, o espao da sala de aula transformado numa verdadeira oficina de textos de ao social, o que viabilizado e concretizado pela adoo de algumas estratgias, como enviar uma carta para um aluno de outra classe, fazer um carto e ofertar a algum, enviar uma carta de solicitao a um secretrio da prefeitura, realizar uma entrevista, etc. Essas atividades, alm de diversificar e concretizar os leitores das produes (que agora deixam de ser apenas leitores visuais) permite tambm a participao direta de todos os alunos e eventualmente de pessoas que fazem parte de suas relaes familiares e sociais. A avaliao dessas produes abandona os critrios quase que exclusivamente literrios ou gramaticais e desloca seu foco para outro ponto: o bom texto no aquele que apresenta, ou s apresenta caractersticas literrias, mas aquele que adequado situao comunicacional para a qual foi produzido, ou seja, se a escolha do gnero, se a estrutura, o contedo, o estilo e o nvel de lngua esto adequados ao interlocutor e podem cumprir a finalidade do texto. Acredito que abordando os gneros a escola estaria dando ao aluno a oportunidade de se apropriar devidamente de diferentes Gneros Textuais socialmente utilizados, sabendo movimentar-se no dia-a-dia da interao humana, percebendo que o exerccio da linguagem ser o lugar da sua constituio como sujeito. A atividade com a lngua, assim, favoreceria o exerccio da interao humana, da participao social dentro de uma sociedade letrada. 1 - Penso que quando o professor no opta pelo trabalho com o gnero ou com o tipo ele acaba no tendo uma maneira muito clara para selecionar os textos com os quais trabalhar. 2 - Outra discusso poderia ser feita se se optasse por tratar um pouco a diferena entre Gnero Textual e Gnero Discursivo. 3 -Travaglia (2002) diz que uma carta pode ser exclusivamente descritiva, ou dissertativa, ou injuntiva, ou narrativa, ou argumentativa. Acho meio difcil algum conseguir escrever um texto, caracterizado como carta, apenas com descries, ou apenas com injunes. Por outro lado, meio que contrariando o que acabara de afirmar, ele diz desconhecer um gnero necessariamente descritivo. 4 - Termo usado pelas autoras citadas para os textos que fazem previso, como o boletim meteorolgico e o horscopo. 5 - Necessrias para a carta, e suficientes para que o texto seja uma carta. 6 - Segundo Travaglia (1991), texto argumentativo stricto sensu o que faz argumentao explcita. 7 - Pelo menos nos textos aos quais tive acesso.
Referncias ADAM, J. M. (1990). lements de linguistique textuelle. Theorie et pratique de lanalyse. Lige, Mardaga. ANTUNES, I. (2004). Aula de portugus: encontros e interao. So Paulo: Parbola. BRONCKART, J.-P. (1999). Atividades de linguagem, textos e discursos. Por um interacionismo scio-discursivo. So Paulo: Editora da PUC/SP. FVERO, L. L. & KOCH, I. V. (1987). Contribuio a uma tipologia textual. In Letras & Letras. Vol. 03, n 01. Uberlndia: Editora da Universidade Federal de Uberlndia. pp. 3-10.
MARCUSCHI, L. A. (2002). Gneros textuais: definio e funcionalidade In DIONSIO, . et al. Gneros textuais e ensino. Rio de Janeiro: Lucerna. SCHNEUWLY, B. & DOLZ, J. (2004). Gneros orais e escritos na escola. Campinas: Mercado de Letras SWALES, J. M. (1990). Genre analysis. English in academic and research settings. Cambridge: Cambridge University Press. TRAVAGLIA, L. C. (1991). Um estudo textual-discursivo do verbo no portugus. Campinas, Tese de Doutorado / IEL / UNICAMP, 1991. 330 + 124 pp. ___ (2002). Tipelementos e a construo de uma teoria tipolgica geral de textos. Mimeo. WEIRINCH, H. (1968). Estrutura e funcin de los tiempos em el lenguaje. Madrid: Gredos. Fonte: http://www.algosobre.com.br/gramatica/genero-textual-e-tipologia-textual.html
Na construo de um texto, assim como na fala, usamos mecanismos para garantir ao interlocutor a compreenso do que se l / diz. Esses mecanismos lingsticos que estabelecem a conectividade e a retomada do que foi escrito / dito so os referentes textuais e buscam garantir a coeso textual para que haja coerncia, no s entre os elementos que compem a orao, como tambm entre a seqncia de oraes dentro do texto. Essa coeso tambm pode muitas vezes se dar de modo implcito, baseado em conhecimentos anteriores que os participantes do processo tm com o tema. Por exemplo, o uso de uma determinada sigla, que para o pblico a quem se dirige deveria ser de conhecimento geral, evita que se lance mo de repeties inteis. Numa linguagem figurada, a coeso uma linha imaginria - composta de termos e expresses - que une os diversos elementos do texto e busca estabelecer relaes de sentido entre eles. Dessa forma, com o emprego de diferentes procedimentos, sejam lexicais (repetio, substituio, associao), sejam gramaticais (emprego de pronomes, conjunes, numerais, elipses), constroem-se frases, oraes, perodos, que iro apresentar o contexto decorre da a coerncia textual. Um texto incoerente o que carece de sentido ou o apresenta de forma contraditria. Muitas vezes essa incoerncia resultado do mau uso daqueles elementos de coeso textual. Na organizao de perodos e de pargrafos, um erro no emprego dos mecanismos gramaticais e lexicais prejudica o entendimento do texto. Construdo com os elementos corretos, confere-se a ele uma unidade formal. Nas palavras do mestre Evanildo Bechara (1), o enunciado no se constri com um amontoado de palavras e oraes. Elas se organizam segundo princpios gerais de dependncia e independncia sinttica e semntica, recobertos por unidades meldicas e rtmicas que sedimentam estes princpios. Desta lio, extrai-se que no se deve escrever frases ou textos desconexos imprescindvel que haja uma unidade, ou seja, que essas frases estejam coesas e coerentes formando o texto. Alm disso, relembre-se que, por coeso, entende-se ligao, relao, nexo entre os elementos que compem a estrutura textual. H diversas formas de se garantir a coeso entre os elementos de uma frase ou de um texto: 1. Substituio de palavras com o emprego de sinnimos ou de palavras ou expresses de mesmo campo associativo. 2. Nominalizao emprego alternativo entre um verbo, o substantivo ou o adjetivo correspondente
(desgastar / desgaste / desgastante). 3. Repetio na ligao semntica dos termos, empregada como recurso estilstico de inteno articulatria, e no uma redundncia - resultado da pobreza de vocabulrio. Por exemplo, Grande no pensamento, grande na ao, grande na glria, grande no infortnio, ele morreu desconhecido e s. (Rocha Lima) 4. Uso de hipnimos relao que se estabelece com base na maior especificidade do significado de um deles. Por exemplo, mesa (mais especfico) e mvel (mais genrico). 5. Emprego de hipernimos - relaes de um termo de sentido mais amplo com outros de sentido mais especfico. Por exemplo, felino est numa relao de hiperonmia com gato. 6. Substitutos universais, como os verbos vicrios (ex.: Necessito viajar, porm s o farei no ano vindouro) A coeso apoiada na gramtica d-se no uso de conectivos, como certos pronomes, certos advrbios e expresses adverbiais, conjunes, elipses, entre outros. A elipse se justifica quando, ao remeter a um enunciado anterior, a palavra elidida facilmente identificvel (Ex.: O jovem recolheu-se cedo. ... Sabia que ia necessitar de todas as suas foras. O termo o jovem deixa de ser repetido e, assim, estabelece a relao entre as duas oraes.). Diticos so elementos lingsticos que tm a propriedade de fazer referncia ao contexto situacional ou ao prprio discurso. Exerce, por excelncia, essa funo de progresso textual, dada sua caracterstica: so elementos que no significam, apenas indicam, remetem aos componentes da situao comunicativa.
J os componentes concentram em si a significao. Elisa Guimares (2) nos ensina a esse respeito: Os pronomes pessoais e as desinncias verbais indicam os participantes do ato do discurso. Os pronomes demonstrativos, certas locues prepositivas e adverbiais, bem como os advrbios de tempo, referenciam o momento da enunciao, podendo indicar simultaneidade, anterioridade ou posterioridade. Assim: este, agora, hoje, neste momento (presente); ultimamente, recentemente, ontem, h alguns dias, antes de (pretrito); de agora em diante, no prximo ano, depois de (futuro). Esse conceito ser de grande valia quando tratarmos do uso dos pronomes demonstrativos. Somente a coeso, contudo, no suficiente para que haja sentido no texto, esse o papel da coerncia, e coerncia se relaciona intimamente a contexto. Como nosso intuito nesta pgina a apresentao de conceitos, sem aprofund-los em demasia, bastamnos essas informaes. Vejamos como o examinador tem abordado o assunto: (PROVA AFTN/RN 2005) Assinale a opo em que a estrutura sugerida para preenchimento da lacuna correspondente provoca defeito de coeso e incoerncia nos sentidos do texto. A violncia no Pas h muito ultrapassou todos os limites. ___1___ dados recentes mostram o Brasil como um dos pases mais violentos do mundo, levando-se em conta o risco de morte por homicdio. Em 1980, tnhamos uma mdia de, aproximadamente, doze homicdios por cem mil habitantes. ___2___, nas duas dcadas seguintes, o grau de violncia intencional aumentou, chegando a mais do que o dobro do ndice verificado em 1980 121,6% , ___3___, ao final dos anos 90 foi superado o patamar de 25 homicdios por cem mil habitantes. ___4___, o PIB por pessoa em idade de trabalho decresceu 26,4%, isto , em mdia, a cada queda de 1% do PIB a violncia crescia mais do que 5% entre os anos 1980 e 1990.
Estudos do Banco Interamericano de Desenvolvimento mostram que os custos da violncia consumiram, apenas no setor sade, 1,9% do PIB entre 1996 e 1997. ___5___ a vitimizao letal se distribui de forma desigual: so, sobretudo, os jovens pobres e negros, do sexo masculino, entre 15 e 24 anos, que tm pago com a prpria vida o preo da escalada da violncia no Brasil. (Adaptado de http:// www.brasil.gov.br/acoes.htm) a) 1 Tanto assim que b) 2 Lamentavelmente c) 3 ou seja d) 4 Simultaneamente e) 5 Se bem que COMENTRIO: As lacunas no texto ocultam palavras e expresses que atuam como conectores ligam oraes estabelecendo relaes semnticas entre os perodos. A banca sugere algumas opes de preenchimento. Dessas, a nica que no atende ao solicitado a de nmero 5, uma vez que a expresso Se bem que deveria introduzir uma orao de valor concessivo, estabelecendo, assim, idia contrria que foi apresentada at ento pelo texto. Verifica-se, contudo, que o que se segue ratifica as informaes anteriores ao fornecer dados complementares s estatsticas sobre homicdios. Sendo aceita a sugesto da banca, a coerncia textual seria prejudicada. Por isso, o gabarito a opo E. Fonte: http://www.mundovestibular.com.br/articles/2586/1/COESAO-E-COERENCIATEXTUAL/Paacutegina1.html
Todos sabem que as atuais demandas sociais requerem cidados capazes de exercer plenamente a sua cidadania. Isso implica saber analisar criticamente as realidades sociais e organizar a ao para intervir nessa realidade. Ou seja, a sociedade atual precisa de cidados atuantes, que no se limitem a observar a realidade, mas que nela saibam agir, examinar os fatos, articular acontecimentos, prever suas possveis conseqncias para a qualidade de vida das pessoas, da cidade, do pas, do planeta.
No mundo da informao isso significa, por um lado, saber lidar com a informao, que tem vrias naturezas matemtica, cientfica, filosfica, artstica, religiosa, por exemplo , e vem de vrias fontes e por vrios caminhos mdia impressa, radiofnica e televisiva, meio acadmico e Internet, entre outros. Lidar com a informao significa apropriar-se de:
formas de obteno da informao para conhecer o real; procedimentos que permitam o reconhecimento da pertinncia e idoneidade da informao; recursos que possibilitem a divulgao da informao; Por outro lado, exercer plenamente a cidadania significa saber agir utilizando a informao. Em uma sociedade letrada, obter informaes analis-las criticamente, saber divulg-las e agir utilizando essas informaes passa pelo domnio de um objeto social fundamental: a linguagem escrita. Quando se fala em domnio da linguagem escrita, fala-se em saber lidar de maneira proficiente com todos os conhecimentos com os quais se opera nas prticas de linguagem. Quer dizer, fala-se em ler e escrever utilizando os procedimentos e estratgias que conferem maior eficcia aos textos produzidos e s leituras realizadas. No texto Sobre leitura e formao de leitores, discutimos o que isso pode significar quando nos referimos leitura. Agora, vamos priorizar o processo de produo de textos escritos.
Produzir textos: uma prtica social Assim como a leitura, a produo de textos escritos uma prtica de linguagem e, como tal, uma prtica social. Quer dizer: em vrias circunstncias da vida escrevemos textos para diferentes interlocutores, com distintas finalidades, organizados nos mais diversos gneros, para circularem em espaos sociais vrios. Por exemplo: ao lermos um jornal, se o tratamento recebido por determinado assunto em uma determinada matria nos causar indignao ou mesmo admirao podemos escrever uma carta para o jornal manifestando nossa forma de pensar a respeito. Se quisermos divulgar um servio que prestamos, podemos escrever um anncio para uma revista, para um determinado site, para um jornal; ou podemos escrever um folheto de propaganda para ser distribudo na sada do metr, ou, ainda, organizar um outdoor para veicular informao a respeito do servio nos lugares que se espera que circulem potenciais interessados no servio divulgado. Se pretendermos divulgar dados organizados de determinada pesquisa que realizamos, por exemplo, a respeito da evaso dos alunos, escrevemos um artigo acadmico-cientfico, para ser publicado em uma revista de educao ou um livro que circule no espao no qual essa discusso interesse. Se quisermos ter notcias de um ente querido que se encontre distante de ns geograficamente, podemos escrever uma carta, ou enviar uma mensagem por email. A linguagem do jornal diferente daquela do cartaz Foto: Acervo ANDI
Se desejarmos informar um possvel contratante sobre nossa formao e experincia profissional para que ele possa avaliar se correspondemos s expectativas que a empresa tem para um provvel funcionrio, elaboramos um currculo. Como se pode ver, produzimos textos em diferentes circunstncias. A cada circunstncia correspondem: a) finalidades diferentes: manifestar nossa forma de pensar a respeito de determinada matria lida; divulgar determinados servios buscando seduzir possveis clientes; convencer a respeito de determinadas interpretaes de dados; obter notcias sobre um ente querido;
informar sobre sua qualificao profissional; b) interlocutores diversos: leitores de um determinado veculo da mdia impressa (jornal, revista); transeuntes de determinados locais (vias de circulao, rodoviria etc.); colegas de trabalho, leitores de determinada revista acadmico-cientfica ou de determinado tipo de livro; um parente prximo ou um amigo; um possvel contratante; c) lugares de circulao determinados: mdia impressa; academia; famlia ou crculo de amizades; determinada empresa (esfera profissional); vias pblicas de grande circulao de veculos e pessoas; d) gneros discursivos especficos: carta de leitores; anncio; folheto de propaganda; outdoor; artigo acadmico-cientfico; carta pessoal; currculo. Quer dizer: escrever um texto uma atividade que nunca a mesma nas diferentes circunstncias em que ocorre, porque cada escrita se caracteriza por diferentes condies que determinam a produo dos discursos. Essas condies referem-se aos elementos apresentados acima. Mas no apenas a eles. Um aspecto a ser considerado ainda o lugar do qual se escreve. Todos desempenhamos diferentes papis na vida: o de me/pai, de filho/filha, de irmo/irm, de associado de determinado clube, de consumidor de determinado produto, de cidado brasileiro, o relativo profisso que exercemos (professores, mdicos, dentistas, vereadores, escritores, revisores, feirantes, digitadores, diretores de escola etc), entre outros. Cada um desses papis estabelece entre ns e aqueles com quem nos relacionamos determinados vnculos, que implicam responsabilidades assumidas, pontos de vista a partir dos quais os acontecimentos so analisados, recomendaes so feitas, atitudes so tomadas... Ainda que esses papis se articulem todo o tempo, uma vez que so todos constitutivos do sujeito e que, dessa forma, influenciam-se mutuamente, quando assumimos a palavra para dizer alguma coisa a algum, um desses papis predomina, em funo das demais caractersticas do contexto de produo (sobretudo do lugar de circulao do discurso e do interlocutor presumido). Por exemplo: um cineasta, quando em uma conferncia ou mesa-redonda, ao analisar determinado filme, certamente produzir um discurso permeado por anlises tcnicas e histricas. Isso ocorrer no s porque o discurso ser uma conferncia, que poder ter como interlocutores estudantes ou outros cineastas, ou porque circular na esfera acadmica, tendo, portanto, que se adequar a essas condies, mas tambm porque o cineasta no poder, nessas condies enumeradas, produzir o discurso a partir do lugar de pai, por exemplo, ou de amigo de determinado empresrio do ramo, sob pena de no ser eficaz. Se estiver conversando com amigos em um encontro casual, ao contrrio, o contexto de produo dado lhe permitir assumir o lugar de espectador/apreciador da arte do cinema e seu discurso, certamente, no ter a mesma organizao, nem a mesma escolha lexical, podendo ser mais descontrado, menos comprometido com argumentaes coerentes com determinadas posies tericas. E isto por causa de todas as condies de produo citadas, incluindo-se nestas o papel social de onde fala o produtor. Da mesma forma, se a uma pessoa for solicitado um discurso recomendando a reduo do consumo de energia eltrica, este no ser o mesmo, caso seja produzido a partir do lugar de deputado federal, de industrial do ramo da produo de lmpadas, ou do lugar do pai que fala a seus filhos. Os argumentos sero diferentes porque, embora no apenas por este motivo, a relao entre os interlocutores instituiu compromissos diferenciados entre eles. Ser um escritor proficiente, portanto, significa saber lidar com todas as caractersticas do contexto de produo dos textos, de maneira a orientar a produo do seu discurso pelos parmetros por elas estabelecido. Escrita: um processo individual e dialgico
Assim como a leitura, o processo de escrita tanto uma experincia individual e nica, quanto interpessoal e dialgica. individual e nica porque o processo de produo de um texto implica escolhas pessoais quanto a o que dizer e a como dizer: a seleo de tpicos a serem apresentados, das palavras a serem utilizadas, dos enunciados a serem organizados so escolhas do produtor do texto, que refletiro seu estilo de dizer.
Escrever um processo interpessoal e dialgico porque todo texto sempre se relaciona, de alguma forma, com os textos j produzidos anteriormente no que se refere a: o que se pode dizer por meio de determinados gneros;
forma de dizer (escolhas lexicais tpicas do gnero, expresses usuais que acabam por caracteriz-los, por exemplo; os textos produzidos e seu contedo, que podem marcar poca, constituindo-se como referncias; os gneros, propriamente, que tambm so construes histricas, e, dessa forma, modificam-se, caem em desuso, so criados. No sculo XVII, era comum quando se pretendia visitar um parente ou amigo ainda que residente na mesma cidade escrever-se uma carta e entreg-la em mo, com a finalidade de avis-lo de sua visita. Hoje essa prtica caiu em desuso e com ela a situao de utilizao do gnero tendo sido substituda por um telefonema, por exemplo. As tecnologias digitais, por outro lado, acabam por criar novas possibilidades de interlocuo escrita com pessoas distantes geograficamente umas das outras: por e-mail, enviando-se mensagens que ora se assemelham a bilhetes, ora a cartas, em tempo no-real, ou, ainda em chats, nos quais se pode conversar em tempo real com pessoas dos lugares mais longnquos do planeta. Criam-se, assim, se no novos gneros, pelo menos modificaes nos gneros j existentes. Uma carta de amor, por exemplo, possua frmula de iniciao e de concluso muito diferentes no sculo XVII e atualmente. Dificilmente uma jovem hoje receberia uma carta que comeasse com a expresso Estimada senhorita (ou Carssima senhorita), ou que terminasse com a expresso Com votos de considerao e estima. Na literatura, por exemplo, os poemas concretos passaram a existir a partir de determinada poca, como resultado de necessidades estticas historicamente construdas em um determinado perodo; por no corresponderem tambm s novas necessidades estticas, gneros como as cantigas de amigo, por exemplo, tpicos da Idade Mdia, foram sendo preteridos pelos poetas e literatos. As crnicas esportivas tambm foram gneros que se constituram em pocas recentes e apenas em determinadas culturas, como a brasileira. Na Sucia, por exemplo, este no um gnero presente. H tambm textos que se referem a outros j escritos, chegando mesmo a conter citaes explcitas. Se quiser ver um exemplo dessa inter-relao que existe entre os textos denominada tambm de intertextualidade clique aqui. Como possvel perceber, os textos que produzimos so resultantes das escolhas que fazemos quanto a o que dizer e como dizer em funo das condies de produo colocadas. Essas escolhas no so aleatrias, mas determinadas historicamente. Quer dizer, em um dado momento histrico h um conjunto de possibilidades disponveis e no interior
desse conjunto que as nossas escolhas pessoais so feitas. Partes dessas possibilidades relacionam-se aos gneros do discurso. Gneros do discurso e textos Os gneros so formas de enunciados produzidas historicamente, que se encontram disponveis na cultura, como notcia, reportagem, conto (literrio, popular, maravilhoso, de fadas, de aventuras...), romance, anncio, receita mdica, receita culinria, tese, monografia, fbula, crnica, cordel, poema, repente, relatrio, seminrio, palestra, conferncia, verbete, parlenda, adivinha, cantiga, anncio, panfleto, sermo, entre outros. Qualquer manifestao verbal organiza-se, inevitavelmente, em algum gnero do discurso, de uma conversa de bar a uma tese de doutoramento, quer tenha sido produzida em linguagem oral ou linguagem escrita.
Os gneros podem ser identificados por trs caractersticas fundamentais: o tipo de tema que podem veicular; a sua forma composicional; as marcas lingsticas que definem seu estilo. As diferentes manifestaes verbais concretizam-se em textos orais ou escritos organizados nos gneros. Estes se referem, portanto, a famlias de textos que possuem caractersticas comuns No qualquer gnero que serve para se dizer qualquer coisa, em qualquer situao comunicativa. Se imaginarmos que algum pretende discutir uma questo complexa como a descriminalizao das drogas, ou como a pena de morte como forma eficiente de combate criminalidade, essa pessoa precisar organizar o seu discurso em um gnero como o artigo de opinio, por exemplo. Esse o gnero que pressupe a argumentao em favor de questes controversas, mediante a apresentao de argumentos que possam sustentar a posio que se defende e refutar aquelas que forem contrrias defendida no texto. Se a finalidade, por outro lado, for relatar a um grande pblico um fato acontecido no dia anterior, o gnero escolhido pode ser a notcia. Se o que se pretende orientar algum para a realizao de determinada tarefa, pode-se escrever um manual, ou relacionar instrues. Se se deseja apresentar algum ensinamento utilizando situaes vividas por animais que representam determinadas caractersticas humanas, ento a fbula o gnero mais adequado. Portanto, saber selecionar o gnero para organizar o seu discurso implica conhecer suas caractersticas para avaliar sua adequao: s finalidades colocadas para a situao comunicativa; ao lugar de circulao; a um contexto de produo determinado. Pode-se mesmo afirmar que o conhecimento que se tem sobre um gnero determina as possibilidades de eficcia do discurso. Dessa forma, a proficincia do aluno em Lngua Portuguesa depende tambm do conhecimento que ele possa ter sobre os gneros e sua adequao s diferentes situaes comunicativas. Suas caractersticas, portanto, devem ser objeto de ensino, precisam ser
tematizadas nas atividades de ensino. Os procedimentos de escrita Alm desse conhecimento, escrever pressupe o domnio de determinados procedimentos: saber planejar o que vai ser escrito em funo das caractersticas do contexto de produo colocado, saber redigir o que foi planejado, saber revisar o que foi escrito durante o processo mesmo de escrita e depois de finalizado , e saber reescrever o texto produzido e revisado. Tais procedimentos precisam ser sempre articulados no processo de escrita, que outra competncia que tambm precisa ser constituda. Nesse processo, conhecimentos de vrias naturezas entram em jogo: a) discursivos (relativos s caractersticas do discurso, como caractersticas do gnero no qual o texto ser organizado, do contexto de produo especificado, por exemplo); b) pragmticos (relativos s especificidades da situao de comunicao e s diferentes prticas sociais de escrita); c) textuais (relativos linearidade do texto em si: relativos sintaxe, pontuao, coeso e coerncia); d) gramaticais; e) notacionais (relativos ao sistema de escrita). Fonte: http://www.educared.org/educa/index.cfm? pg=oassuntoe.interna&id_tema=9&id_subtema=3 Texto Informativo - Produo de texto PRODUO DE TEXTO Produzir realizar, criar, fabricar. O texto pode ser um desenho, uma palavra , uma frase ou um conjunto de todas estas normas de registro e expresso que, dentro de um contexto, transmitem um significado ou uma idia. Produzir textos inerente criana. Antes mesmo de conhecer letras, ela conta um fato , descreve um passeio, dita regras de uma brincadeira, entre outras coisas. Em sua rotina, ela produz texto oral. Na escola, a criana precisa obedecer a regras de espao, seqncia e lgica , aliadas s regras ortogrficas e gramaticais no definidas por ela. Algumas vezes, o aluno no escreve porque no sabe o que, ou sobre o que quer escrever, ou porque no est motivado, independentemente de saber escrever ou no. Outras vezes, ele escreve apenas para satisfazer uma exigncia do professor. Assim , a criana se nega a produzir, ou no se esfora muito para isso. Comea a o bloqueio: escreve pouco, ou no escreve. A criana passa por fases de produo, todas igualmente importantes para ela. O professor deve requerer as produes dos alunos de maneira gradativa, no que se refere dificuldade de execuo. Para a criana chegar a elaborar um texto individualmente, com forma e contedos prprios, precisa, antes, trabalhar textos coletivamente, ou em pequenos grupos, sob a orientao do professor, com base em modelos de escrita corretos e variados quanto forma ( poesia, contos, msica, trava-lngua etc). A produo de texto no deve ser trabalhada isoladamente, mas de forma interdisciplinar. As produes devero ser arquivadas em um caderno especfico, de maneira que o progresso do aluno possa ser percebido e avaliado com maior segurana pelo professor e pelo prprio aluno.
Sugestes: - Escrever seu nome e desenhar o seu retrato. - Desenhar o pai ou a me e escrever meu pai ou minha me de acordo com o desenho. - Desenhar sua famlia e escrever os nomes. - Desenhar sua casa, sua famlia e escrever os nomes - Desenhar seus amigos e escrever seus nomes. - Desenhar seus brinquedos e escrever os nomes. - Escrever a respeito do brinquedo ou da brincadeira de que mais gosta. - Escrever sobre seu animal preferido e depois fazer o desenho. - Fazer o desenho de um animal de que tem medo e escrever sobre ele. - Desenhar sua classe e seus colegas e escrever sobre eles. - Fazer um desenho com base numa histria contada e copiar o ttulo. - Depois de ouvir uma histria, fazer o desenho e escrever o que quiser sobre ela. - Escrever o que quiser sobre uma data comemorativa. - Observando um desenho, escrever uma histria sobre ele. - Montar personagens com material de sucata e , em grupo, produzir uma histria oral. Desenhar os personagens utilizando sucata e transcrever a histria. - Fazer uma histria tomando por base um Banco de Palavras. A classe decide sobre o que vai escrever, e sugere as palavras que entraro na histria. O professor escreve-as num papel manilha ou na lousa para que as crianas possam recorrer a elas durante a produo. - Recortar letras de jornais e revistas; montar seu nome e escrever uma frase ou um texto. - Recortar letras e formar uma palavra. Em seguida, fazer um desenho e escrever uma frase ou um texto que se refira palavra formada. - Desenhar um meio de transporte e escrever sobre ele. - Escrever sobre um profissional que esteve na escola ( jardineiro, vidraceiro, entregador de merenda, guarda etc).As crianas fazem perguntas diretamente pessoa e depois escrevem um texto. - Escrever sobre um fato da atualidade ( ecolgico, social, poltico, policial etc).O professor pode aproveitar uma notcia de jornal ou uma pergunta de um aluno para propor o tema. - Ouvir uma histria contada pelo professor e escrever sobre ela. - Depois de assistir a um filme em vdeo, escrever a histria. - Escrever sobre O que gostaria de ser quando crescere desenhar. - Escrever sobre um recorte de revista. O professor seleciona alguns recortes e cola em folhas; a criana escolhe aquele sobre o qual escrever. - Escolher uma figura, recortar e colar em uma folha. Em seguida, escrever sobre ela. - Escolher uma letra, recortar e colar em uma folha. Em seguida, escrever sobre ela. - Fazer uma montagem e escrever sobre ela. - Escrever sobre uma cor. O professor recorta pedaos de papel colorido de revistas e cola em folhas de linguagem. O aluno escolhe a cor sobre a qual quer escrever. - Escrever sobre uma figura: o professor recorta uma parte de uma figura de objeto, animal, alimento ou brinquedo e cola em uma folha. O aluno deve identificar a figura ( distino parte/todo) e escrever sobre a parte ou sobre o todo. - Escrever sobre palavras recortadas e coladas em folhas: a criana escreve o que quiser a respeito da palavra. - Escrever sobre um assunto de Cincias e Sade e montar um livro. O professor promove e coordena uma discusso sobre o tema. Em seguida, as crianas fazem um texto coletivo e transcrevem para o livro, onde fazem as ilustraes. Ao terminar, cada criana ter o seu
livro. - Em grupos pequenos de alunos, escrever uma lista de dez palavras e fazer uma produo. - Escrever sobre figuras seqenciadas. - Montar um livro com recortes de jornal ou revista. Por exemplo, a criana resolve fazer um livro sobre frutas: ela recorta e cola uma figura em cada pgina e escreve uma frase sobre a fruta ou apenas o nome dela. - Montar um livro: recortar letras, formar palavras e desenhar. Por exemplo, o aluno decide fazer um livro sobre animais: ele recorta as letras t, p, a , o, de qualquer forma, cor ou tamanho. Em seguida, forma a palavra pato, colando as letras na folha, e faz a ilustrao, repetindo o processo em todas as pginas do livro. - Fazer um livro sobre o arco-ris: cada folha ter uma cor pintada ou um recorte colorido de tecido, papel, plstico etc. O aluno escreve o nome da cor e o que ela significa para ele. - Escrever um bilhete para o professor e assinar. Se possvel, o professor responder a todos os bilhetes. - Fazer o Jornal da Classe. Cada aluno faz um trabalho que pode ser produo, cruzadinha, adivinhaes, receita, desenho para ser pintado, desenho para ligar os pontos etc. Sob a orientao do professor, eles selecionam os trabalhos e montam o jornalzinho. Cada aluno transcreve seu trabalho para folha e assina. O professor pode contribuir com alguma atividade. - Escrever um livro. O professor dobra as folhas de papel sulfite no meio, formando o livro, e grampeia. Cada aluno escreve sua histria e transcreve cada frase em uma pgina, faz os desenhos, elabora a capa, escreve o ttulo e assina. Escrever comentrios baseados nas fichas de animais do chocolate Surpresa. O professor l as informaes da ficha, os alunos comentam e escrevem seus textos. - Fazer um desenho com materiais artsticos e escrever sobre ele. - Escrever um bilhete para um colega. O professor escreve um nome em folhas que sero sorteadas entre as crianas. Cada aluno escreve o bilhete para o colega sorteado. O professor faz a entrega e os alunos tm que identificar quem foi que escreveu o bilhete. - Contar um sonho que teve e escrever sobre ele. - Escrever sobre uma experincia vivenciada. Por exemplo, um passeio feira, ao zoolgico etc. - Escrever sobre uma palavra-surpresa. As crianas escrevem algumas palavras em pequenos papis e colocam numa caixa: o Tesouro de Nomes. De vez em quando, uma criana sorteia uma palavra que ser tema de uma produo. - Escrever sobre um animal que foi trazido para a classe. Um aluno, ou algum da escola, traz, escondido um animal e no diz qual . As crianas conversam com o dono para saber os hbitos, a alimentao, a utilidade e outras caractersticas do animal, tentando aps a explorao, descobrir qual . As informaes so complementadas pelo professor como contedo de Cincias. Em seguida, as crianas fazem um banco de palavras. O depoimento, a seguir, foi dado pelo aluno Rafael sua professora e demonstra bem como ocorre, para ele, o processo de produo de texto. Rafael foi incentivado a criar e a produzir textos desde o incio da 1 srie. s vezes, professora, por exemplo, vendo os desenhos, comeo a juntar algo dos desenhos com outras imagens que eu j vi. A, vem uma histria inteirinha na minha cabea. Parece que estou fazendo um filme... Estou pensando em fazer um livro em casa. (Rafael Nunes- 9 anos- 2 srie- 1991)
Fonte: http://profa-val.blogspot.com/2006/08/texto-informativo-produo-de-texto.html
Regras de Acentuao
Monosslabos Tnicos: So acentuados os monosslabos tnicos terminados com a(s), e(s), o(s) d, p, ps, m, ms, v, l, j, f, p, ps, d, ms, rs, rs, Z, n, cs, d, ns, p, ps, v-la. Oxtonas: Levam acento as oxtonas terminadas em vogais tnicas/tnicas a(s), e(s), o(s) ou em(ns) est(s), ol, fil, pontap, pur (pur), rap (rap), jud, metr, mocot, acm, detm, provm, provns. Oxtonas com ditongos abertos ei, eu ou oi, podendo estes dois ltimos ser seguidos ou no de s anis, batis, fiis, papis, cu(s), chapu(s), ilhu(s), vu(s), corri (de corroer), heri(s), remi (de remoer), sis. As formas verbais oxtonas, quando conjugadas com os pronomes clticos lo(s) ou la(s), terminam na vogal tnica/tnica aberta grafada a, aps a assimilao e perda das consoantes finais grafadas r, s ou z ador-lo(s), d-la(s), habit-la(s). Paroxtonas: Em geral, as palavras paroxtonas no so acentuadas graficamente: enjoo, floresta, grave, homem, mesa, Tejo, vejo, velho, voo. So acentuadas as paroxtonas que apresentam, na slaba tnica/tnica, as vogais abertas a, e, o e ainda i ou u e que terminam em l, n, r, x e ps, assim como, salvo raras excees, as respectivas formas do plural: amvel (amveis), den (denes ou edens), acar (acares), cadver (cadveres), trax (trax ou traxes). Obs.: Poucas paroxtonas deste tipo, com as vogais tnicas/tnicas grafadas e e o em fim de slaba, seguidas das consoantes nasais grafadas m e n, apresentam oscilao de timbre nas pronncias, o qual assinalado com acento agudo, se aberto, ou circunflexo, se fechado: pnei e pnei; pnis e pnis; tnis e tnis; bnus e bnus; Vnus e Vnus. facultativo o acento agudo em formas verbais do pretrito perfeito do indicativo: amamos (ammos), louvamos (louvmos), votamos (votmos).
Recebem acento grfico paroxtonas terminadas em que, quem, com u pronunciado: alongnque, delnque, retrque. Proparoxtonas: Todas so acentuadas rabe, cmara, blasfmia (blasfmia), dinmico, fmea (fmea), glria, ldico, mgoa, msico, nusea, perodo, pblico, trmulo, ltimo, viramos. Ditongos: Perdem o acento grfico o i ou u tnicos/tnicos precedidos de ditongo em paroxtonas baiuca, feiura, Ipuiuna. No se acentuam graficamente os ditongos representados por ei ou oi alcateia, assembleia, heroico, tireide. Perdem o acento grfico os vocbulos terminados em oo ou eem creem, deem, releem, veem, enjoo, perdoo, zoo. Perde o acento grfico o u tnico/tnico dos grupos, que, qui, que, qui argui, averigue, apazigue (apazgue), oblique (oblque). Tambm no leva acento se a vogal i ou u se repetir, o que ocorre em poucas palavras: vadiice, sucuuba, mandriice, xiita, mariice (neologismo de Guimares Rosa). Convm lembrar que, quando a vogal i ou u for acompanhada de outra letra que no seja s, no haver acento ruim, juiz, paul, Raul, cairmos, contribuiu, contribuinte, distribuiu, atraiu, raiz. Pode-se usar acento agudo ou circunflexo na letra e ou o antes de m ou n que no formam slaba: acadmico (acadmico), cmodo (cmodo), fenmeno (fenmeno), tnico (tnico), Vnus (Vnus). O verbo pr e as formas verbais pde, tm e vm recebem acentos diferenciais, as duas ltimas quando na terceira pessoa do plural do presente do indicativo de ter e vir. Trema: Este sinal de direse foi inteiramente suprimido. Excees: Palavras derivadas de nomes prprios estrangeiros: hbneriano, Mller. Acento grave: Na contrao da preposio a com as formas do artigo ou pronome demonstrativo o: (de a+a), s (de a+as) e tambm na contrao da preposio a com os demonstrativos aquele, aquela, aqueles, aquelas e aquilo ou ainda da mesma preposio com os compostos aqueloutro e suas flexes: queles(s), quela(s), quilo, queloutro(s), queloutra(s).
Hiatos: Quando a segunda vogal do hiato for i ou u, tnicos/tnicos, acompanhados ou no de s, haver acento probo, fasca, caste, sava, balastre, carnaba, pas, a, ba, Ja, paraso, sade, herona. Se o i for seguido de nh, no haver acento moinho, tainha, campainha, redemoinho. Fonte: http://www.algosobre.com.br/gramatica/regras-de-acentuacao.html
Observaes (como ficaram) Continua tudo igual ao que era antes da nova ortografia. Observe: Pode-se usar acento agudo ou circunflexo de acordo com a pronncia da regio: acadmico, fenmeno (Brasil) acadmico, fenmeno (Portugal). Continua tudo igual. Observe: 1) Terminadas em ENS no levam acento: hifens, polens. 2) Usa-se indiferentemente agudo ou circunflexo se houver variao de pronncia: smen, fmur (Brasil) ou smen, fmur (Portugal). 3) No ponha acento nos prefixo paroxtonos que terminam em R nem nos que terminam em I: inter-helnico, super-homem, antiheri, semi-internato. Continua tudo igual. Observe: 1. terminadas em I, IS, U, US no levam acento: tatu, Morumbi, abacaxi. 2. Usa-se
Paroxtonas
Se terminadas em: R, X, N, L, I, IS, UM, UNS, US, PS, , S, O, OS; ditongo oral, seguido ou no de S
fcil, txi, tnis, hfen, prton, lbum(ns), vrus, carter, ltex, bceps, m, rfs, bno, rfos, crie, rduos, plen, den.
Oxtonas
Se terminadas vatap, igarap, av, em: A, AS, E, avs, refm, ES, O, OS, parabns EM, ENS
indiferentemente agudo ou circunflexo se houver variao de pronncia: beb, pur (Brasil); beb, pur (Portugal). Monosslabos tnicos (so oxtonas tambm) terminados em A, AS, E, ES, O,OS v, ps, p, Continua tudo ms, p, ps igual. Atente para os acentos nos verbos com formas oxtonas: ador-lo, debat-lo, etc. sada, sade, mido, a, Arajo, Esa, Lus, Ita, bas, Piau 1. Se o i e u forem seguidos de s, a regra se mantm: balastre, egosmo, bas, jacus. 2. No se acentuam i e u se depois vier 'nh': rainha, tainha, moinho. 3. Esta regra nova: nas paroxtonas, o i e u no sero mais acentuados se vierem depois de um ditongo: baiuca, bocaiuva, feiura, maoista, saiinha (saia pequena), cheiinho (cheio). 4. Mas, se, nas oxtonas, mesmo com ditongo, o i e u estiverem no final, haver acento: tuiui, Piau, tei.
EI, OI,
idia, Esta regra colmia, bia desapareceu (para palavras paroxtonas). Escreve-se agora: ideia, colmeia, celuloide, boia. Observe: h casos em que a palavra se enquadrar em outra regra de acentuao. Por exemplo: continer, Mier, destrier sero acentuados porque terminam em R. papis, heri, heris, trofu, cu, mi (moer) Continua tudo igual (mas, cuidado: somente para palavras oxtonas com uma ou mais
slabas). Verbos arguir e arguir e redarguir (agora redarguir sem trema) usavam acento agudo em algumas pessoas do indicativo, do subjuntivo e do imperativo afirmativo. Esta regra desapareceu. Os verbos arguir e redarguir perderam o acento agudo em vrias formas (rizotnicas): eu arguo (fale: ar-go, mas no acentue); ele argui (fale: argi), mas no acentue. Esta regra sofreu alterao. Observe:. Quando o verbo admitir duas pronncias diferentes, usando a ou i tnicos, a acentuamos estas vogais: eu guo, eles guam e enxguam a roupa (a tnico); eu delnquo, eles delnquem ( tnico). tu apazguas as brigas; apazguem os grevistas. Se a tnica, na pronncia, cair sobre o u, ele no ser acentuado: Eu averiguo (diga averig-o, mas no acentue) o caso; eu aguo a planta (diga a-g-o, mas no acentue). Esta regra desapareceu. Agora se escreve: zoo, perdoo veem, magoo, voo. eles tm, eles vm Continua tudo igual. Ele vem aqui; eles vm aqui. Eles tm sede; ela tem sede. Continua tudo igual.
aguar enxaguar, averiguar, apaziguar, delinquir, obliquar usavam acento agudo em algumas pessoas do indicativo, do subjuntivo e do imperativo afirmativo.
o, ee
Derivados de ter na terceira e vir (obter, pessoa do manter, intervir) singular leva acento agudo; na terceira pessoa do plural do presente
levam circunflexo Acento diferencial Esta regra desapareceu, exceto para os verbos: PODER (diferena entre passado e presente. Ele no pde ir ontem, mas pode ir hoje. PR (diferena com a preposio por): Vamos por um caminho novo, ento vamos pr casacos; TER e VIR e seus compostos (ver acima). Observe: 1) Perdem o acento as palavras compostas com o verbo PARAR: Para-raios, parachoque. 2) FRMA (de bolo): O acento ser opcional; se possvel, deve-se evit-lo: Eis aqui a forma para pudim, cuja forma de pagamento parcelada.
Trema (O trema no acento grfico.) Desapareceu o trema sobre o U em todas as palavras do portugus: Linguia, averiguei, delinquente, tranquilo, lingustico. Exceto as de lngua estrangeira: Gnter, Gisele Bndchen, mleriano
ORTOGRAFIA
RESUMO TERICO: De acordo com Ulisses Infante, em 36 Lies Prticas, a ortografia a parte da Gramtica que se ocupa da correta representao escrita das palavras. importante compreender que a ortografia fruto de uma conveno. A forma de grafar as palavras produto de acordos ortogrficos que envolvem os diversos pases em que a lngua portuguesa oficial. Grafar corretamente uma palavra significa, portanto, adequar-se a um padro estabelecido por lei. As dvidas correo devem ser resolvidas por meio da consulta a dicionrios e publicaes oficiais ou especializadas. 1.1 Palavras que se escrevem com "ESA" burguesa, chinesa, despesa, escocesa, francesa, inglesa, japonesa, holandesa, mesa, pequinesa, portuguesa etc. BIZU
Se conseguirmos completar a frase "ELA ", a palavra ser sempre com "S". Ex. Ela chinesa. Ela pequinesa. 1.2 Palavras que se escrevem com "EZA". alteza, avareza, beleza, crueza, fineza, firmeza, lerdeza, proeza, pureza, singeleza, tristeza, rijeza etc. 1.3 Palavras que se escrevem com "S" burgus, chins, corts, escocs, francs, ingls, irlands, montanhs, pedrs, portugus etc. BIZU Se conseguirmos completar a frase "ELE ", a palavra ser com "S". Ex: Ele corts. Ele burgus. Ele francs. 1.4 Palavras que se escrevem com "EZ" altivez, embriaguez, estupidez, intrepidez, palidez, morbidez, pequenez, talvez, vez, viuvez, sisudez, rigidez, surdez, maciez. 1.5 Palavras que se escrevem com "OSO", "OSA" audacioso, brioso, cauteloso, delicioso, formoso, gostoso, perigoso, pomposo, teimoso, valioso etc 1.6 Palavras que se escrevem com "ISAR" alisar, analisar, bisar, paralisar, pesquisar, pisar etc. BIZU Para que estes vocbulos se escrevam com "S", necessrio que no prprio radical j haja a letra "S". Ex.: AVISAR-AVISO, ANALISAR-ANLISE, BISAR-BIS, PARALISAR-PARALISIA, CATLISECATALISADOR-CATALIZANTE, PORTUGUS-PORTUGUESINHO, CASA-CASEBRE.. 1.7 Palavras que se escrevem com "IZAR" (formador de verbos) "IZAO" (formador de substantivos). amenizar, avalizar, catequizar, desmobilizar, despersonalizar, esterilizar, estigmatizar, finalizar, generalizar, harmonizar, poetizar, profetizar, racionalizar, sensacionalizar, civilizar, civilizao; humanizar, humanizao; colonizar, colonizao; realizar, realizao. Obs. No confunda com os casos em que se acrescenta o sufixo -ar a palavras que j apresentam S: analisar, pequisar, avisar. BIZU Apesar de CATEQUIZAR se derivar de CATEQUESE, aquele termo se escreve com Z e este, com S. As palavras POETIZAR e PROFETIZAR no se derivam de POETISA e PROFETISA, mas sim de POETA e PROFETA. Por isso as primeiras se escrevem com Z e as ltimas, com S. 1.8 Palavras que se escrevem com "S" A letra S representa o fonema /z/ quando intervollica: asa, mesa, riso. Usa-se a letra S: a) nas palavras que derivam de outra em que j existe S. (bizu 1.7) b) nos sufixos: -s, -esa (para indicao de nacionalidade, ttulo, origem) -ense, -oso, -osa (formadores de adjetivos) -isa (indicador de ocupao feminina): poetisa, profetisa, papisa c) aps ditongos: lousa, coisa, Neusa, ausncia, nasea. d) nas formas dos verbos pr (e derivados) e querer: pus, pusera, pusesse; repus, repusera, repusesse; quis, quisra. quisesse. Algumas palavras anis, atrs, brasa, compreenso, conversvel, coser(costurar), esfago, esotrico, esoterismo, espectador, esplndido, esterco, estril, estorvo, extravasar, fusvel, gs, gasolina, guisado, heresia, hesitar, hipnose, hipocrisia, imerso, misto, revs, sesta, asilo, isolar, isquemia, oscular, querosene, quis, quiser, puser, siso, poetisa, profetisa, sacerdotisa, submerso, usina, usufruir, usura, usurpar, verstivel, inserto (inserido), consertar(reparar), servo (servente), serrao (ato de serrar), intenso (intensidade), coliso, impulso, imerso, inverso, maisena, pretenso, expanso, pretensioso, obsesso (mas obcecado), lils, reviso, vaso, atravs, Isabel, ourivesaria. 1.9 Palavras que se escrevem com "Z" azar, azougue, azenha, azeitona, azeite, azinhavre, balizar, bizantino, bizarro, buzina, cozer (cozinhar), dezena, dizimar, fuzil, aprazvel, deslize, falaz, fezes, fugaz, gazeta, giz, gozar,
hipnotizar, tez, algazarra, foz, prazerosamente, ojeriza, perspicaz, proeza, desprezar, vazar, revezar, xadrez, azia, aziago, talvez, cuscuz, coalizo, assaz, bissetriz. 2.0 Palavras que se escrevem com "X" bexiga, coxo, engraxar, sintaxe, caxumba, faxina, maxixe, muxoxo, pax, praxe, xale, xcara, excitante, xavante, xereta, baixo, trouxe, enxada, enxaguar, enxame, enxaqueca, enxerto, enxortar, enxoval, enxugar, enxurrada, enxuto, seixo, faixa, exacerbar, exotrmico, exorcismo, expletivo, expirar, expelir, expectativa, expor, explicar, extasiar, exterminar, extenso, extenso, extorsivo, exuberante, exalar, exaltar, exame, exarar, exausto, exquias, exlio, exmio, xito, xodo, exonerar, extico, exumao, broxa(pincel), buxo (arbusto ornamental), x (ttulo de soberano do Oriente), xeque (incidente no xadrez), xampu, xangai, expiar, baixeza, graxa, exsurgir, extirpar, extorso, roxo, xavante. 2.1 Palavras que se escrevem com "CH" enchova, encharcar, encher, enchiqueirar, enchoar, enchente, enchouriar, chave, chuchu, chicote, chifre, chispar, chimpanz, choupana, chorumela, chulo, chumao, chusma, chavo, charuto, champanha, chacina, chantagem, chamin, chicana, chibata, chiar, bricha (prego), bucho (estmago de animais), ch (arbusto), cheque (ordem de pagamento), cocha (gamela), tacha (prego), debochar, fachada, fantoche, linchar, arrocho, brecha, pechincha, pichar, salsicha, chicria, cachimbo, broche, bochecha, flecha, mochila, chute, chope, apetrecho, comicho. 2.2 Palavras que se escrevem com "" ou "C" bea, almoo, terol, ressurreio, exceo, cessao, aucena, joa, camura, mormao, presuno, toro, trana, soobrar, troo, joa, pana, maarico, macio, ruo (grisalho), aguar, caula, seo(departamento), reteno, absteno, disfarar, cerrao (nevoeiro), cervo (veado), decertar (lutar), empoar (formar poa), inteno (propsito), oao (palcio), sucinto, silncio. 2.3 Palavras que se escrevem com "SS" admisso, demissionrio, transmisso, emissor, expresso, expresso, impressionismo, compressor, assado, passar, ingressar, progresso, sucesso, discusso, repercusso, promessa, remessa, agressivo, transgresso, antiqssimo, tenacssimo, excesso, dissenso, sossego, pssego, massagem, secesso, necessrio, escasso, escassez, sesso (reunio), cesso (ceder), sessar (peneirar), russo (natural da Rssia), passo (passada), empossar (dar posse), cassar (anular) dissertar (discorrer). 2.4 Palavras que se escrevem com "SC" abscissa, abscesso, adolescente, ascenso, acrescentar, acrscimo, ascese, ascetismo, ascensorista, conscincia, cnscio, descendente, descenso, descentralizar, descente (vazante), discente, disciplina, discpulo, fascculo, fascnio, fascinante, issceles, nascer, obsceno, oscilao, piscina, piscicultura, imprescindvel, intumescer, irascvel, miscigenao, seiscentos, transcender, rescindir, resciso, ressuscitar, suscitar. 2.5 Palavras que se escrevem com "G" a) nos substantivos terminados em agem, igem, ugem: aragem, barragem, contagem, coragem, malandragem, miragem, fuligem, origem, vertigem, ferrugem, lanugem, rabugem. Cuidado com as excees pajem e lambujem. b) nas palavras terminadas em gio, gio, gio, gio, gio: adgio, contgio, estgio, pedgio; colgio, egrgio; litgio, prestgio; necrolgico, relgio; refgio, subterfgio. Outras angelical, aborgine, agilidade, algema, agir, agiota, apogeu, argila, bege, cogitar, drgea, faringe, fugir, geada, gengibre, gria, tigela, rigidez, monge, ogiva, herege, genuno, algemas, gergelim, gesso, egpcio, gironda, infrigir, bugiganga, viagem (substantivo), vagem, estiagem, folhagem, geringona, ginete, gengiva, sargento, coragem, ferrugem, tragdia, gesto. 2.6 Palavras que se escrevem com "J" a) nas formas dos verbos terminados em -jar: arranjar (arranjo, arrajem, por exemplo); enferrujar (enferruje, enferrujem), viajar (verbo -> viajo, viaje, viajem); b) nas palavras oriundas do Tupi, africana e rabe ou de origem extica: Jibia, paj, jirau, alfanje, alforje, canjica, jerico, manjerico, Moji. OUTRAS: igrejinha, laje, lajeado, varejista, sarjeta, gorjeta, anjinho, canjica, viajem (verbo), encorajem (verbo), enferrujem (verbo), cafajeste, cerejeira, injeo, enrijecer, berinjela, jejuar, jrsei, interjeio, jesuta, jibia, lambujem, majestade, jirau, ultraje, traje, ojeriza, jenipano, paj, pajem, jeito, granja, projtil (ou projetil), rejeio, sarjeta, traje, jerimum.
2.8 A letra "H" hlito, hangar, harmonia, harpa, haste, hediondo, hlice, hemisfrio, hemorragia, herbvoro (mas ervas), hrnia, heri, hesitar, hfen, hipismo, hipocondria, hilaridade, hipocrisia, hiptese, histeria, homenagem, horror, horta, hostil, humor, hmus. Em "Bahia", o H sobrevive por tradio histrica. Observe que nos derivados ele no usado: baiano, baianismo. Referncias Bibliogrficas: Gramtica para concurso - Marcelo Rosental Gramtica Ulisses Infante. Redao em construo - Agostinho Dias Carreiro. Fonte: http://www.sofi.com.br/node/951 d) Hfen
O hfen representa um sinal grfico, cujas funes esto associadas a uma infinidade de ocorrncias lingusticas, tais como: - ligar palavras compostas; - fazer a juno entre pronomes oblquos e algumas formas verbais, representadas pela mesclise e nclise; - separar as slabas de um dado vocbulo; - ligar algumas palavras precedidas de prefixos. Com o advento da Nova Reforma Ortogrfica, houve algumas mudanas em relao sua aplicabilidade. Sendo assim, dada a complexidade que se atribui ao sinal em questo, o presente artigo tem por finalidade evidenci-las, procurando enfatizar, em alguns casos, o que antes prevalecia e o que atualmente vigora. Mediante tais pressupostos, constatemos, pois: Circunstncias lingusticas a que se deve o emprego do hfen: # O hfen passa a ser usado quando o prefixo termina em vogal e a segunda palavra comea com a mesma vogal.
Nota importante: - Essa regra padroniza algumas excees j vigentes antes do Acordo. auto-observao auto-nibus contra-atacar - Tal regra no se aplica aos prefixos -co, -pro, -re, mesmo que a segunda palavra comece com a mesma vogal que termina o prefixo. coobrigar coadquirido - coordenar reeditar protico - proinsulina... # Com prefixos, emprega-se o hfen diante de palavras iniciadas com h. anti-higinico anti-histrico co-herdeiro - extra-humano pr-hidrotpico - superhomem... # Emprega-se o hfen quando o prefixo terminar em consoante e a segunda palavra comear com a mesma consoante. inter-regional sub-bibliotecrio super-resistente...
# Com o prefixo -sub, diante de palavras iniciadas por r, usa-se o hfen. sub-regional sub-raa sub-reino... # Diante dos prefixos -alm, -aqum, -bem, -ex, -ps, -recm, -sem, vice, usa-se o hfen. alm-mar aqum-mar recm-nascido sem-terra vice-diretor... # Diante do advrbio mal , quando a segunda palavra comear por vogal ou h, o hfen est presente. mal-humorado mal-intencionado mal-educado... # Com os prefixos -circum e -pan, diante de palavras iniciadas por vogal, m, n ou h, emprega-se o hfen. circum-navegador - pan-americano circum-hospitalar pan-helenismo... # Usa-se o hfen em casos relacionados nclise e mesclise. entreg-lo amar-te-ei considerando-o... # Com sufixos de origem tupi-guarani, representados por -au, guau, -mirim, usa-se o hfen. jacar-au caj-mirim amor-guau... Casos em que no se emprega o hfen: # No se usa mais o hfen quando o prefixo terminar em vogal e a segunda palavra comear por uma vogal diferente.
Nota importante: - Essa nova regra padroniza algumas excees existentes antes do Acordo. aeroespacial antiamericano socioeconmico... # No se usa mais o hfen em determinadas palavras que perderam a noo de composio.
Observao:
- O hfen ainda permanece em palavras compostas desprovidas de elemento de ligao, como tambm naquelas que designam espcies botnicas e zoolgicas. azul-escuro bem-te-vi couve-flor guarda-chuva erva-doce pimenta-decheiro... # No se emprega mais o hfen em locues substantivas, adjetivas, pronominais, verbais, adverbiais, prepositivas ou conjuntivas. fim de semana caf com leite... Excees: O hfen ainda permanece em alguns casos, expressos por: gua-de- colnia gua-de-coco cor-de-rosa... # Quando a segunda palavra comear com r ou s, depois de prefixo terminado em vogal, retira-se o hfen e essas consoantes so duplicadas.
Observaes importantes: - O hfen ser mantido quando os prefixos terminarem com r e o segundo elemento comear pela mesma letra. hiper-requintado inter-regional super-romntico super-racista...
- A nova regra padroniza algumas excees j existentes antes do acordo, como o caso de: minissaia minissubmarino - minissrie... # No se emprega o hfen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento comea por consoante diferente de r ou s. anteprojeto autopea contracheque extraforte ultramoderno... # O hfen no deve ser usado quando o prefixo termina em consoante e a segunda palavra comea por vogal ou outra consoante diferente. hipermercado hiperacidez - intermunicipal subemprego superinteressante superpopulao... # Diante do advrbio mal, quando a segunda palavra comear por consoante, no se emprega o hfen. malfalado malgovernado malpassado maltratado malvestido...
4.3.2 Emprego das Classes Gramaticais (vide documento Word na pasta Letras Puc)
b) Emprego dos Verbos
Irregulares: so os verbos cujos radicais se alteram ou cujas terminaes no seguem o modelo da conjugao a que pertence. Exemplo: verbo ouvir. Presente Radical Ou Ouv Ouv Ouv Ouv Ouv Perfeito Terminao o es e imos is em Radical Terminao Ouv Ouv Ouv Ouv Ouv Ouv i iste iu imos istes iram
Anmalos: verbos que apresentam mais de um radical ao serem conjugados. Exemplo: verbo ser e ir. No verbo ser ocorrem radicais diferentes, note pela diferena entre: sede, era.
No verbo ir, da mesma forma: vou, fui, irei. Defectivos: no se apresentam em todas as flexes. Exemplos: verbo abolir
verbo reaver
Presente do indicativo Presente do indicativo Eu # Tu aboles Ele abole Ns abolimos Vs abolis Eles abolem Eu # Tu # Ele # Ns reavemos Vs reaveis Eles #
Abundantes: apresentam duas ou mais formas equivalentes. Exemplo: aceitar acender corrigir eleger emergir entregar encher expelir extinguir fritar imergir imprimir inserir limpar matar aceitado acendido corrigido elegido emergido entregado enchido expelido extinguido fritado imergido imprimido inserido limpado matado aceito aceso correto eleito emerso entregue cheio expulso extinto frito imerso impresso inserto limpo morto
Por Marina Cabral Especialista em Lngua Portuguesa e Literatura Equipe Brasil Escola Fonte: http://www.brasilescola.com/gramatica/classificacao-dos-verbos.htm c) Flexo dos nomes
FLEXO NOMINAL (plural) Em vogal ou ditongo: +s (exs: asas, txis) Derivados em r, z: +es (exs: colheres, colares) Em al, el, ol, ul: l = is (exs: jornais, anis) *Excees: males, meles, cnsules Oxtonos em il: il = is (exs:barris, funis) Paroxtonos em il: il =
eis (exs: fsseis, rpteis) Em m: m = ns (ex: nuvens, jovens, fins) Monosslabos ou oxtonos em s: +es (exs: ingleses, lilases, gases) Em x, paroxtonos ou proparoxtonos em s: invariveis (ex: lpis, trax) FLEXO DOS SUBSTANTIVOS COMPOSTOS Regra geral: subs. e adj. variam, verbo no OS DOIS Subst + Subst (ex: couves-flores) Subst + Adj (ex: amores-perfeitos) Adj + Subst (ex: bons-dias) Numeral + Subst (exs: segundas-feiras, primeiros-ministros) S O PRIMEIRO Com preposio (ex: ps-de-moleque) O segundo finalidade ou semelhana (exs: sofs-cama, peixes-boi) S O SEGUNDO Verbo + Subst (ex: guarda-roupas) Invarivel/Prefixo + Varivel (exs: sempre-vivas, ex-chefes) Repetidos (ex: reco-recos) *Exceo: corres-corres NENHUM Verbo + Advrbio (ex: bota-fora) Verbo + Subst Plural (ex: saca-rolha) Obs: mangas-rosa, meios-fios, os leva-e-traz FLEXO DOS ADJETIVOS COMPOSTOS S O LTIMO Adj + Adj (ex: verde-claros) *Exceo: surdosmudos Invarivel + Adj (ex: mal-educados) NENHUM Adj + Subst (exs: verde-oliva, amarelolimo) Cor + de + Subst (ex: cor-de-rosa) Azul-celeste, azul-marinho FLEXO DOS DIMINUTIVOS Em zinho, zito: +s (limozitos, papeizinhos) Em r: 2 formas (exs: florezinhas, florzinhas) *Invarivel: bem-te-vi, arco-ris FLEXO DOS SUBSTANTIVOS VARIAM EM NMERO Numerais (exs: milho, bilho) VARIAM GNERO Cardinais: um, dois e > Duzentos Ambos substituindo os dois VARIAM EM NMERO E GNERO Ordinais (exs: primeiro, segundo) NENHUM Multilicativos (ex: triplo, dobro) Fonte: http://pt.shvoong.com/books/217907-flex%C3%A3o-nominal-plural/#ixzz1TzSPOp7p
1. (CESGRANRIO) Assinale o par de vocbulos que formam o plural como rfo e mata-burro, respectivamente: a) cristo / guarda-roupa b) questo / abaixo-assinado c) alemo / beija-flor d) tabelio / sexta-feira e) cidado / salrio-famlia 2. (U-UBERLNDIA) Relativamente concordncia dos adjetivos compostos indicativos de cor, uma, dentre as seguintes, est errada. Qual? a) saia amarelo-ouro b) papel amarelo-ouro c) caixa vermelho-sangue d) caixa vermelha-sangue e) caixas vermelho-sangue 3. (ITA) Indique a frase correta: a) Mariazinha e Rita so duas leva-e-trazes. b) Os filhos de Clotilde so dois espalhas-brasas. c) O ladro forou a porta com dois ps-de-cabra. d) Godofredo almoou duas couves-flor. e) Alfredo e Radagsio so dois gentilhomens. 4. (BB) Flexo incorreta: a) os cidados b) os acares
c) os cnsules d) os traxes e) os fsseis 5. (BB) Mesma pronncia de "bolos": a) tijolos b) caroos c) olhos d) fornos e) rostos 6. (BB) No varia no plural: a) tique-taque b) guarda-comida c) beija-flor d) pra-lama e) cola-tudo 7. (EPCAR) Est mal flexionado o adjetivo na alternativa: a) Tecidos verde-olivas b) Festas cvico-religiosas c) Guardas noturnos luso-brasileiros d) Ternos azul-marinho e) Vrios porta-estandartes 8. (UF-UBERLNDIA) Na sentena "H frases que contm mais beleza do que verdade", temos grau: a) comparativo de superioridade b) superlativo absoluto sinttico c) comparativo de igualdade d) superlativo relativo e) superlativo por meio de acrscimo de sufixo 9. (MACK) Assinale a alternativa em que a flexo do substantivo composto est errada: a) os ps-de-chumbo b) os corre-corre c) as pblicas-formas d) os cavalos-vapor e) os vaivns 10. (UM-SP) Aponte a alternativa em que haja erro quanto flexo do nome composto: a) vice-presidentes, amores-perfeitos, os bota-fora b) tico-ticos, salrios-famlia, obras-primas c) reco-recos, sextas-feiras, sempre-vivas d) pseudo-esferas, chefes-de-seo, pes-de-l e) pisca-piscas, cartes-postais, mulas-sem-cabeas GABARITO: 1. A 2. D 3.C 4. D 5.E 6.D 7. A 8. A 9. B 10. E Fonte: http://www.mundovestibular.com.br/articles/7436/1/Exercicios-de-FlexaoNominal-/Paacutegina1.html d) Emprego dos Numerais
Grafia, leitura e emprego dos numerais Definio: Numeral a palavra que indica nmero ou ordem de sucesso. Classificao dos numerais: a) cardinais: indicam quantidade. um, dois, trs, quatro, cinco b) ordinais: indicam ordem de sucesso. primeiro, segundo, terceiro, quarto, quinto c) multiplicativos: indicam multiplicao. dobro, triplo, qudruplo, quntuplo d) fracionrios: indicam diviso, frao. meio, metade, um tero, um quarto lista de numerais cardinais e ordinais Algarismo Romanos ......Arbicos Cardinais Ordinais
I II III IV V VI VII VIII IX X XI XII XIII XIV XV XVI XVII XVIII XIX XX XXI XXX XXXL L LX LXX LXXX XC C CC CCC CD D DC DCC DCCC CM M X' C' M' M"
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 30 40 50 60 70 80 90 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1.000 10.000 100.000 1.000.000 1000000000
um primeiro dois segundo trs terceiro quatro quarto cinco quinto seis sexto sete stimo oito oitavo nove nono dez dcimo onze undcimo ou dcimo primeiro doze duodcimo ou dcimo secundo treze dcimo terceiro quatorze ou catorze dcimo quarto quinze dcimo quinto dezesseis dcimo sexto dezessete dcimo stimo dezoito dcimo oitavo dezenove dcimo nono vinte vigsimo vinte e um vigsimo primeiro trinta trigsimo quarenta quadragsimo cinqenta qinquagsimo sessenta sexagsimo setenta septuagsimo ou setuagsimo oitenta octogsimo noventa nonagsimo cem centsimo duzentos ducentsimo trezentos trecentsimo quatrocentos quadringentsimo quinhentos qingentsimo seiscentos seiscentsimo ou sexcentsimo setecentos septingentsimo oitocentos octingentsimo novecentos nongentsimo ou mil noningentsimo dez mil milsimo cem mil dez milsimos um milho cem milsimos um bilho milionsimo bilionsimo
Lista de numerais multiplicativos e fracionrios Algarismos 2 3 4 5 6 7 Multiplicativos duplo, dobro, dplice triplo, trplice quadruplo quntuplo sxtuplo sptuplo Fracionrios meio ou metade tero quarto quinto sexto stimo
8 9 10 11 12 100
Leitura do cardinal Na leitura de numerais cardinais deve-se colocar a conjuno e entre as centenas e dezenas, assim como entre as dezenas e a unidade. 5 058 624 = cinco milhes cinqenta e oito mil seiscentos e vinte e quatro leitura do ordinal. Quando leitura do numeral ordinal, podem ocorrer dois casos:
a) se for inferior ou igual a 10, ou ainda for um nmero redondo, lido como ordinal 3/8 = trs oitavos 6/10 = seis dcimo 4/30 = quatro trigsimos 5/100 = cinco centsimos Excees: = meio; 1/3 = um tero; b) se for superior a 10 e no constituir nmero redondo, lido como cardinal, seguido da palavra avos. 4/18 = quatro dezoito avos 6/35 = seis trinta e cinco avos 8/125 = oito cento e vinte e cinco avos emprego de numeral cardinal ou ordinal 1. Na indicao de reis, papas, sculos, partes de uma obra, usam-se os numerais ordinais at dcimo. A partir da, devem-se empregar os cardinais. Sculo VII (stimo sculo XX (vinte) Joo Paulo II (segundo) Joo XXIII (vinte e trs) Fonte: http://folhetim.tripod.com/numeral.html
para o plural, no masculino, se pelo menos um deles for masculino; para o plural, no feminino, se todos eles estiverem no feminino.
Exemplos: Ternura e amor humano. Amor e ternura humana. Ternura e amor humanos. Carne ou peixe cru. Peixe ou carne crua. Carne ou peixe crus.
2. Adjetivo + Substantivo + Substantivo + ... Quando o adjetivo anteposto se refere a dois ou mais substantivos, concorda com o mais
3. Substantivo + Adjetivo + Adjetivo + ... Quando dois ou mais adjetivos se referem a um substantivo, este vai para o singular ou plural. Exemplos: Estudo as lnguas inglesa e portuguesa. Estudo a lngua inglesa e (a) portuguesa. Os poderes temporal e espiritual. O poder temporal e (o) espiritual.
4. Ordinal + Ordinal + ... + Substantivo Quando dois ou mais ordinais vm antes de um substantivo, determinando-o, este concorda com o mais prximo ou vai para o plural. Exemplos: A primeira e segunda lio. A primeira e segunda lies.
5. Substantivo + Ordinal + Ordinal + ... Quando dois ou mais ordinais vm depois de um substantivo, determinando-o, este vai para o plural. Exemplo: As clusulas terceira, quarta e quinta.
6. Um e outro / Nem um nem outro + Substantivo Quando as expresses "um e outro", "nem um nem outro" so seguidas de um substantivo, este permanece no singular. Exemplos: Um e outro aspecto. Nem um nem outro argumento. De um e outro lado.
7. Um e outro + Substantivo + Adjetivo Quando um substantivo e um adjetivo vm depois da expresso "um e outro", o substantivo vai para o singular e o adjetivo para o plural. Exemplos: Um e outro aspecto obscuros. Uma e outra causa juntas.
8. "O (a) mais ... possvel" - "Os (as) mais ... possveis" - "O (a) pior ... possvel" - "Os (as) piores ..." - "O (a) melhor ... possvel" - "Os (as) melhores ... possveis" O adjetivo "possvel", nas expresses "o mais ...", "o pior ...", "o melhor ..." permanece no singular. Com as expresses "os mais ...", "os piores ...", "os melhores ...", vai para o plural.
Exemplos: Os dois autores defendem a melhor doutrina possvel. Estas frutas so as mais saborosas possveis. Eles foram os mais insolentes possveis. Comprei poucos livros, mas so os melhores possveis.
9. Particpio + Substantivo O particpio concorda com o substantivo a que se refere. Exemplos: Feitas as contas ... Vistas as condies ... Restabelecidas as amizades ... Postas as cartas na mesa ... Salvas as crianas ... Observao: "Salvo", "posto" e "visto" assumem tambm papel de conectivos, sendo, por isso, invariveis: Salvo honrosas excees. Posto ser tarde, irei. Visto ser longe, no irei.
10. Anexo / bastante / incluso / leso / mesmo / prprio + Substantivo Essas palavras concordam com o substantivo a que se referem. Exemplos: Vo anexas as cpias. Recebi bastantes flores. Vo inclusos os documentos. Cometeu um crime de lesa-ptria. Cometeu um crime de leso-patriotismo. Ele mesmo falou aquilo. Ela mesma falou aquilo. Elas prprias falaram aquilo.
11. Meio (= metade) + Substantivo O adjetivo "meio" concorda com o substantivo a que se refere. Exemplos: Meias medidas. Meio litro. Meia garrafa.
12. Meio (= um tanto) + Adjetivo O advrbio "meio", que se refere a um adjetivo, permanece invarivel. Exemplos: Ela parecia meio encabulada. Janela meio aberta. Observaes: 1. Na fala, observam-se exemplos do advrbio "meio" flexionado. Tal fato pode ser explicado pelo fenmeno da "concordncia atrativa", ou por influncia do adjetivo a que se refere: "Ela est meia cansada". Dessa concordncia existem exemplos entre os clssicos: "Uns caem meios mortos". (Cames)
2. Em "meio-dia e meia", "meia" concorda com a palavra "hora", oculta na expresso "meio-dia e meia (hora)". Essa a construo recomendada pela maioria dos manuais de cultura idiomtica. A construo "meio-dia e meio" tambm ocorre na fala; a forma "meio" permanece no masculino, por atrao ou influncia da forma masculina "meio-dia". 3. A palavra "meio" funciona como elemento de justaposio em "meias-luas", "meiostermos", "meios-tons", "meia-idade", etc.
13. Verbo transobjetivo + predicativo do objeto + objeto + objeto ... Verbo transobjetivo + objeto + objeto ... + predicativo do objeto
Verbo transobjetivo o verbo que pede, alm de um complemento-objeto, uma qualificao para esse complemento (= predicativo do objeto). Nesse caso, o predicativo concorda com o(s) objetos. Verbo + predicativo do transobjetivo objeto Julgou Considerei Achei inocentes oportunas simpticos + objeto + objeto ... o pai e o filho a deciso e a sugesto a irm e o irmo
Verbo transobjetivo Julgou Considerei Achei 14. Casa, pgina (+ nmero) + numeral
Na enumerao de casas e pginas, o numeral concorda com a palavra oculta "nmero". Exemplos: Casa dois. Pgina dois.
15. Substantivo + bom / preciso / proibido Em construes desse tipo, quando o substantivo no est determindado, as expresses " bom", " preciso", " proibido" permanecem no singular. Exemplos: Ma bom para a sade. preciso cautela. proibido entrada. Observao: Quando h determinao do sujeito, a concordncia efetua-se normalmente: proibida a entrada de meninas.
16. Pronome de tratamento (referindo-se a uma pessoa de sexo masculino) + verbo de ligao + adjetivo masculino Quando um adjetivo modifica um pronome de tratamento que se refere a pessoa do sexo masculino, vai para o masculino.
Exemplos: Sua Santidade est esperanoso. Referindo-se ao Governador, disse que Sua Excelncia era generoso.
17. Ns / Vs + verbo + adjetivo Quando um adjetivo modifica os pronomes "ns / vs", empregados no lugar de "eu / tu", vai para singular. Exemplos: Vs (= tu) estais enganado. Ns (= eu) fomos acolhido muito bem. Sejamos (ns = eu) breve. Fonte: http://www.pucrs.br/manualred/nominal.php b)Regncia Regncia Verbal e Nominal Definio: D-se o nome de regncia relao de subordinao que ocorre entre um verbo (ou um nome) e seus complementos. Ocupa-se em estabelecer relaes entre as palavras, criando frases no ambguas, que expressem efetivamente o sentido desejado, que sejam corretas e claras. REGNCIA VERBAL Termo Regente: VERBO A regncia verbal estuda a relao que se estabelece entre os verbos e os termos que os complementam (objetos diretos e objetos indiretos) ou caracterizam (adjuntos adverbiais). O estudo da regncia verbal permite-nos ampliar nossa capacidade expressiva, pois oferece oportunidade de conhecermos as diversas significaes que um verbo pode assumir com a simples mudana ou retirada de uma preposio. Observe: A me agrada o filho. -> agradar significa acariciar, contentar. A me agrada ao filho. -> agradar significa "causar agrado ou prazer", satisfazer. Logo, conclui-se que "agradar algum" diferente de "agradar a algum". Saiba que: O conhecimento do uso adequado das preposies um dos aspectos fundamentais do estudo da regncia verbal (e tambm nominal). As preposies so capazes de modificar completamente o sentido do que se est sendo dito. Veja os exemplos: Cheguei ao metr. Cheguei no metr. No primeiro caso, o metr o lugar a que vou; no segundo caso, o meio de transporte por mim utilizado. A orao "Cheguei no metr", popularmente usada a fim de indicar o lugar a que se vai, possui, no padro culto da lngua, sentido diferente. Alis, muito comum existirem divergncias entre a regncia coloquial, cotidiana de alguns verbos, e a regncia culta.
Para estudar a regncia verbal, agruparemos os verbos de acordo com sua transitividade. A transitividade, porm, no um fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de diferentes formas em frases distintas. Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint61.php Regncia a parte da Gramtica Normativa que estuda a relao entre dois termos, verificando se um termo serve de complemento a outro. A palavra ou orao que governa ou rege as outras chama-se regente ou subordinante; os termos ou orao que dela dependem so os regidos ou subordinados. Ex.: Aspiro o perfume da flor. (cheirar)/ Aspiro a uma vida melhor. (desejar) Regncia Verbal 1- Chegar/ ir deve ser introduzido pela preposio a e no pela preposio em. Ex.: Vou ao dentista./ Cheguei a Belo Horizonte. 2- Morar/ residir normalmente vm introduzidos pela preposio em. Ex.: Ele mora em So Paulo./ Maria reside em Santa Catarina. 3- Namorar no se usa com preposio. Ex.: Joana namora Antnio. 4- Obedecer/ desobedecer exigem a preposio a. Ex.: As crianas obedecem aos pais./ O aluno desobedeceu ao professor. 5- Simpatizar/ antipatizar exigem a preposio com. Ex.: Simpatizo com Lcio./ Antipatizo com meu professor de Histria. Estes verbos no so pronominais, portanto, so considerados construes erradas quando os mesmos aparecem acompanhados de pronome oblquo: Simpatizo-me com Lcio./ Antipatizo-me com meu professor de Histria. 6- Preferir - este verbo exige dois complementos sendo que um usa-se sem preposio e o outro com a preposio a. Ex.: Prefiro danar a fazer ginstica. Segundo a linguagem formal, errado usar este verbo reforado pelas expresses ou palavras: antes, mais, muito mais, mil vezes mais, etc. Ex.: Prefiro mil vezes danar a fazer ginstica.
Verbos que apresentam mais de uma regncia: 1 - Aspirar a) no sentido de cheirar, sorver: usa-se sem preposio. Ex.: Aspirou o ar puro da manh. b) no sentido de almejar, pretender: exige a preposio a. Ex.: Esta era a vida a que aspirava. 2 - Assistir a) no sentido de prestar assistncia, ajudar, socorrer: usa-se sem preposio. Ex.: O tcnico assistia os jogadores novatos. b) no sentido de ver, presenciar: exige a preposio a. Ex.: No assistimos ao show.
c) no sentido de caber, pertencer: exige a preposio a. Ex.: Assiste ao homem tal direito. d) no sentido de morar, residir: intransitivo e exige a preposio em. Ex.: Assistiu em Macei por muito tempo. 3 - Esquecer/lembrar a) Quando no forem pronominais: so usados sem preposio. Ex.: Esqueci o nome dela. b) Quando forem pronominais: so regidos pela preposio de. Ex.: Lembrei-me do nome de todos. 4 - Visar a) no sentido de mirar: usa-se sem preposio. Ex.: Disparou o tiro visando o alvo. b) no sentido de dar visto: usa-se sem preposio. Ex.: Visaram os documentos. c) no sentido de ter em vista, objetivar: regido pela preposio a. Ex.: Viso a uma situao melhor. 5 - Querer a) no sentido de desejar: usa-se sem preposio. Ex.: Quero viajar hoje. b) no sentido de estimar, ter afeto: usa-se com a preposio a. Ex.: Quero muito aos meus amigos. 6 - Proceder a) no sentido de ter fundamento: usa-se sem preposio. Ex.: Suas queixas no procedem. b) no sentido de originar-se, vir de algum lugar: exige a preposio de. Ex.: Muitos males da humanidade procedem da falta de respeito ao prximo. c) no sentido de dar incio, executar: usa-se a preposio a. Ex.: Os detetives procederam a uma investigao criteriosa. 7 - Pagar/ perdoar a) se tem por complemento palavra que denote coisa: no exigem preposio. Ex.: Ela pagou a conta do restaurante. b) se tem por complemento palavra que denote pessoa: so regidos pela preposio a. Ex.: Perdoou a todos, 8 - Informar a) no sentido de comunicar, avisar, dar informao: admite duas construes: 1) objeto direto de pessoa e indireto de coisa (regido pelas preposies de ou sobre). Ex.: Informou todos do ocorrido.
2) objeto indireto de pessoa ( regido pela preposio a) e direto de coisa. Ex.: Informou a todos o ocorrido. 9 - Implicar a) no sentido de causar, acarretar: usa-se sem preposio. Ex.: Esta deciso implicar srias conseqncias. b) no sentido de envolver, comprometer: usa-se com dois complementos, um direto e um indireto com a preposio em. Ex.: Implicou o negociante no crime. c) no sentido de antipatizar: regido pela preposio com. Ex.: Implica com ela todo o tempo. 10- Custar a) no sentido de ser custoso, ser difcil: regido pela preposio a. Ex.: Custou ao aluno entender o problema. b) no sentido de acarretar, exigir, obter por meio de: usa-se sem preposio. Ex.: O carro custou-me todas as economias. c) no sentido de ter valor de, ter o preo: usa-se sem preposio. Ex.: Imveis custam caro
Regncia Nominal: Alguns nomes (substantivos, adjetivos e advrbios) so comparveis aos verbos transitivos indiretos: precisam de um complemento O complemento nominal para o nome o que o objeto indireto para o verbo, e apresenta regncia. (Assim como os verbos, alguns nomes apresentam mais de uma regncia) acessvel a, para, por dvida acerca de, em, sobre adequado a, com, para empenho de, em, por afvel com, para com entendido em alheio a erudito em amoroso com, para, para com escasso de anlogo a essencial para ansioso de, por estranho a anterior a exato em aparentado com fcil a, de, para apto para, a favorvel a atentado a, contra falho de, em atento a, em, para feliz com, de, em, por avaro de frtil de, em averso a, para, por fiel a avesso a, de, em firme em vido de forte de, em bacharel em fraco para, com, de, em benefcio a furioso com, de bom para grato a capaz de, para hbil em cego a habituado em necessrio a, em, para negligente em nobre de, em, por nocivo a obediente a obsequioso com orgulhoso com, para com parco em, de parecido a, com, em passvel de peculiar a, de perito em pernicioso a pertinaz em piedade com, de, para, para com, por pobre de poderoso para, com possvel de posterior a proeminncia sobre prestes a, para
certo de cheiro a, de cobioso de comum a, de conforme a, com constante em contente com, de, em, por contempornea de, a contguo a contrrio a cruel com, para com cuidadoso com cmplice em, de curioso de, por desatento a descontente com desejoso de desfavorvel a desleal a devoto a, de devoo a, para com, por diferente de difcil de digno de diligente em, para ditoso com diverso de doce a dcil a dotado de doutor em duro de Autoria: Rosana Jaco Cirilo
horror a hostil a, para com ida a idntico a imediato a impacincia com imune a, de importante contra, para imprprio para inbil para inacessvel para, a incapaz de, para incompatvel com incompreensvel para inconstante em incrvel a, para indito a indeciso em indiferente a indigno de indulgente para, para com inerente a insensvel a intolerante com, para com leal a lento em liberal com maior de mau com, para com menor de morada em natural a, de, em
prodgio de, em pronto para, em propcio a, para propnquo de prprio para, de proveitoso a prximo a, de querido de, por respeito a, com, de, em, entre, para com, por rico de, em sbio em, para sensvel a, para sito em, entre situado a, em, entre soberbo com solcito com, de, em, para, para com, por sujo de temvel a, para transido de suspeito a, de temeroso a triste de, com ltimo em, de, a unio a, com, entre nico em, a, entre, sobre til a, para vazio de visvel a vulgar a, em, entre
Fonte: http://www.coladaweb.com/portugues/regencia c)Colocao Colocao Pronominal Sobre os pronomes: O pronome pessoal do caso reto quando tem funo de sujeito na frase. O pronome pessoal do caso oblquo quando desempenha funo de complemento. Vamos entender, primeiramente, como o pronome pessoal surge na frase e que funo exerce. Observe as oraes:
1. Eu no sei essa matria, mas ele ir me ajudar. 2. Maria foi embora para casa, pois no sabia se devia lhe ajudar.
Na primeira orao os pronomes pessoais eu e ele exercem funo de sujeito, logo, so pertencentes ao caso reto. J na segunda orao, observamos o pronome lhe exercendo funo de complemento, e conseqentemente do caso oblquo. Os pronomes pessoais indicam as pessoas do discurso, o pronome oblquo lhe da segunda orao aponta para a segunda pessoa do singular (tu/voc): Maria no sabia se devia ajudar.... Ajudar quem? Voc (lhe). Importante: Em observao segunda orao o emprego do pronome oblquo "lhe" justificado antes do verbo intransitivo "ajudar" porque o pronome oblquo pode estar antes,
depois ou entre locuo verbal, caso o verbo principal (no caso "ajudar ") estiver no infinitivo ou gerndio. Exemplo: Eu desejo lhe perguntar algo. Eu estou perguntando-lhe algo. Os pronomes pessoais oblquos podem ser tonos ou tnicos: os primeiros no so precedidos de preposio, diferentemente dos segundos que so sempre precedidos de preposio. Pronome oblquo tono: Joana me perguntou o que estava fazendo. Pronome oblquo tnico: Joana perguntou para mim o que eu estou fazendo. Colocao pronominal De acordo com as autoras Rose Jordo e Clenir Bellezi, a colocao pronominal a posio que os pronomes pessoais oblquos tonos ocupam na frase em relao ao verbo a que se referem. So pronomes oblquos tonos: me, te, se, o, os, a, as, lhe, lhes, nos e vos. O pronome oblquo tono pode assumir trs posies na orao em relao ao verbo: 1. prclise: pronome antes do verbo 2. nclise: pronome depois do verbo 3. mesclise: pronome no meio do verbo Prclise A prclise aplicada antes do verbo quando temos: Palavras com sentido negativo: Nada me faz querer sair dessa cama. No se trata de nenhuma novidade. Advrbios: Nesta casa se fala alemo. Naquele dia me falaram que a professora no veio. Pronomes relativos: A aluna que me mostrou a tarefa no veio hoje. No vou deixar de estudar os contedos que me falaram. Pronomes indefinidos: Quem me disse isso? Todos se comoveram durante o discurso de despedida. Pronomes demonstrativos: Isso me deixa muito feliz! Aquilo me constrangeu a mudar de atitude! Preposio seguida de gerndio: Em se tratando de qualidade, o Brasil Escola o site mais indicado pesquisa escolar. Conjuno subordinativa: Vamos estabelecer critrios, conforme lhe avisaram. nclise
A nclise empregada depois do verbo. A norma culta no aceita oraes iniciadas com pronomes oblquos tonos. A nclise vai acontecer quando: Verbo estiver no imperativo afirmativo: Amem-se uns aos outros. Sigam-me e no tero derrotas. O verbo iniciar a orao: Diga-lhe que est tudo bem. Chamaram-me para ser scio. O verbo estiver no infinitivo impessoal regido da preposio "a": Naquele instante os dois passaram a odiar-se. Passaram a cumprimentar-se mutuamente. O verbo estiver no gerndio: No quis saber o que aconteceu, fazendo-se de despreocupada. Despediu-se, beijando-me a face. Houver vrgula ou pausa antes do verbo: Se passar no vestibular em outra cidade, mudo-me no mesmo instante. Se no tiver outro jeito, alisto-me nas foras armadas. Mesclise A mesclise acontece quando o verbo est flexionado no futuro do presente ou no futuro do pretrito: A prova realizar-se- neste domingo pela manh. Far-lhe-ei uma proposta irrecusvel. Por Sabrina Vilarinho Graduada em Letras Equipe Brasil Escola Fonte: http://www.brasilescola.com/gramatica/colocacao-pronominal.htm
d)Paralelismo
Antes de tudo, reflitamos sobre a estrutura de um texto: pargrafos devidamente organizados e interligados entre si por meio de harmoniosa juno de elementos coesivos, ideias dispostas em uma dada sequncia lgica, de modo a formar um todo coerente. Eis alguns dos elementos essenciais perfeita compreenso de qualquer discurso. Contudo, h que se mencionar acerca de alguns entraves que porventura tendem a surgir, implicando diretamente na falta dessa perfeio. Para sermos mais precisos, voltemos nosso foco para a ltima das consideraes supracitadas, retratadas por ideias dispostas em uma dada sequncia lgica, de modo a formar um todo coerente. Esse todo deixa de ser coerente quando h a ruptura de similaridade entre os elementos textuais. Ressaltemos, pois, as palavras de Othon M. Garcia proferidas em seu Comunicao em Prosa Moderna, as quais ele revela sobre tal ruptura: Se coordenao , como vimos, um processo de encadeamento de valores sintticos idnticos, justo presumir que quaisquer elementos da frase sejam oraes, sejam termos dela, coordenados entre si, devam em princpio, pelo menos apresentar estrutura gramatical idntica, pois como, alis, ensina a gramtica de Chomsky no se podem coordenar frases que no comportem constituintes do mesmo tipo. Em outras palavras: as ideias similares devem
corresponder forma verbal similar. Isso o que se costuma chamar paralelismo ou simetria de construo. Diante de tais pressupostos, podemos dizer que o paralelismo se caracteriza pelas relaes de semelhana entre palavras e expresses, materializadas por meio do campo morfolgico (quando as palavras pertencem a uma mesma classe gramatical), sinttico (quando as construes das frases ou oraes so semelhantes) e semntico (quando h correspondncia de sentido). De forma a constat-los, analisemos os casos nos quais se detecta a falta de paralelismo de ordem morfolgica: Sua sada se deve a mgoas, humilhaes, ressentimentos e a agressores que tanto pretendiam ocupar seu cargo dentro da empresa. Constatamos que h uma ruptura de ordem morfolgica, evidenciada pela troca de um substantivo por um adjetivo, ou seja, o termo agressores em detrimento a agresses. Portanto, o discurso carece de uma reformulao, evidenciada por: Sua sada se deve a mgoas, humilhaes, ressentimentos e a agresses por parte daqueles que tanto pretendiam ocupar seu cargo dentro da empresa. No campo sinttico: A preservao do meio ambiente representa no s um dever de cidadania e para que o planeta sobreviva. Aqui, o correto seria utilizarmos a conjuno aditiva mas tambm em vez do conectivo e, visto que o discurso revela a ideia de adio no que se refere s consequncias oriundas de tais aes. Assim, a mensagem se evidenciaria da seguinte forma: A preservao do meio ambiente representa no s um dever de cidadania, mas tambm contribui para que o planeta sobreviva. No campo semntico: H um trecho retirado da obra machadiana, retratado por: Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de ris. Mesmo sabendo das reais intenes do autor, Machado de Assis, detectamos uma quebra de sentido em relao ao tempo, uma vez que para ironizar o interesse de Marcela, ele introduz outra ideia, desta vez relacionada no mais noo de tempo, mas quantidade propriamente dita. Baseados em tais conhecimentos, partamos para conferir alguns casos representativos de paralelismo. quanto mais...tanto mais. Atualmente, quanto mais nos qualificamos, (tanto) mais conseguimos uma boa colocao no mercado de trabalho. Ambas as estruturas paralelsticas foram utilizadas no sentido de indicar uma progresso entre os termos constituintes. seja... seja; quer...quer; ora...ora. Cuide sempre de suas atitudes, seja em casa, seja no trabalho.
Quer queiras, quer no, ters de aproveitar essa oportunidade. Constatamos que o paralelismo se deveu noo de alternncia (primeiro exemplo), como tambm de posio (segundo exemplo). no... e no/nem. No conseguimos viajar nesse ano, nem no anterior. Tal recurso utilizado na inteno de enfatizar uma sequncia de aes negativas. por um lado..., por outro.
Se por um lado agradou aos convidados, por outro desagradou famlia. Constata-se que o emprego das estruturas paralelsticas foi na inteno de estabelecer uma comparao, aludindo a aspectos negativos e positivos mediante uma ao. tanto...quanto. A despedida extremamente ruim, tanto para quem parte, quanto para quem fica. Identificamos que as estruturas introduzem tanto a ideia de adio quanto de equiparao ou equivalncia. Tempos verbais. Se todos comparecessem, haveria mais cooperao. Se todos comparecerem, haver mais cooperao. Inferimos que o emprego do pretrito imperfeito do subjuntivo (comparecessem) se adqua ao futuro do pretrito do indicativo (haveria), bem como o futuro do subjuntivo se adqua ao futuro do presente. Por Vnia Duarte Graduada em Letras Equipe Brasil Escola Fonte: http://www.brasilescola.com/redacao/paralelismo.htm Ambiguidade A duplicidade de sentido, seja de uma palavra ou de uma expresso, d-se o nome de ambiguidade. Ocorre geralmente, nos seguintes casos: M colocao do Adjunto Adverbial Exemplos: Crianas que recebem leite materno frequentemente so mais sadias. As crianas so mais sadias porque recebem leite frequentemente ou so frequentemente mais sadias porque recebem leite? Eliminando a ambiguidade: Crianas que recebem frequentemente leite materno so mais sadias. Crianas que recebem leite materno so frequentemente mais sadias. Uso Incorreto do Pronome Relativo Gabriela pegou o estojo vazio da aliana de diamantes que estava sobre a cama. O que estava sobre a cama: o estojo vazio ou a aliana de diamantes? Eliminando a ambiguidade: Gabriela pegou o estojo vazio da aliana de diamantes a qual estava sobre a cama. Gabriela pegou o estojo vazio da aliana de diamantes o qual estava sobre a cama. Observao: Neste exemplo, pelo fato de os substantivos estojo e aliana pertencerem a gneros diferentes, resolveu-se o problema substituindo os substantivos por o qual/a qual. Se pertencessem ao mesmo gnero, haveria necessidade de uma reestruturao diferente. M Colocao de Pronomes, Termos, Oraes ou Frases Aquela velha senhora encontrou o garotinho em seu quarto. O garotinho estava no quarto dele ou da senhora? Eliminando a ambiguidade: Aquela velha senhora encontrou o garotinho no quarto dela. Aquela velha senhora encontrou o garotinho no quarto dele. Ex.: Sentado na varanda, o menino avistou um mendigo.
Quem estava sentado na varanda: o menino ou o mendigo? Eliminando a ambiguidade: O menino avistou um mendigo que estava sentado na varanda. O menino que estava sentado na varanda avistou o mendigo. Por Marina Cabral Especialista em Lngua Portuguesa e Literatura Equipe Brasil Escola Fonte: http://www.brasilescola.com/redacao/ambiguidade.htm
- Letcia estava muito ansiosa teria que fazer a cirurgia o mais breve. A frase acima siamesa, para evitar este erro, podemos usar sinais de pontuao: - Letcia estava muito ansiosa. Teria que fazer a cirurgia o mais breve. - Letcia estava muito ansiosa; teria que fazer a cirurgia o mais breve.
Podemos usar tambm conectivos coordenativos: - Letcia estava muito ansiosa, pois teria que fazer a cirurgia o mais breve. Outra opo usar conectivos subordinativos: - Como teria que fazer a cirurgia o mais breve, Letcia estava muito ansiosa. - Letcia esta muito ansiosa, porque teria que fazer a cirurgia o mais breve. FRASES FRAGMENTADAS Uma frase FRAGMENTADA quando ela est separada por pontuaes incorretamente, marcada por um ponto que separa enunciados incompletos. Veja alguns exemplos: Eu estava indo para a festa. Quando chegaram alguns amigos na minha casa. Correo: Eu estava indo para a festa, quando chegaram alguns amigos na minha casa. Mariana comprou um celular. No dia do aniversrio dela Correo: Mariana comprou um celular, no dia do aniversrio dela. Fonte: http://blog.educacional.com.br/vivianefdd/tag/frases-siamesas-e-fragmentadas/
"A cama de ferro, a colcha branca, o travesseiro com fronha de morim. O lavatrio esmaltado, a bacia e o jarro. Uma mesa de pau, o tinteiro niquelado, papis, uma caneta. Quadros nas paredes". (rico Verssimo, Clarissa, p. 220)
Na literatura brasileira contempornea, quase todos os novelistas e cronistas dela servem, quase sempre na descrio. A FRASE FRAGMENTADA geralmente uma orao subordinada ou um adjunto que se apresentam isoladamente, isto , no anexados orao principal. Othon Garcia, em "Comunicao em prosa moderna", p. 100, d bem a idia do que frase fragmentada:
"A festa de inaugurao da nova sede estara esplndida. Gente que no acabava mais. Todos muito animados. Mas uma confuso tremenda. E um calor insuportvel. De rachar. De modo que grande parte dos convivas saiu muito antes de terminar, muito antes mesmo da chegada do Governador. Porque era impossvel agentar todo aquele aperto, aquela confuso. E principalmente o calor".
Os perodos do texto so, na verdade, "pedaos" de perodos, verdadeiros fragmentos. So frases fragmentadas. De acordo com a sintaxe ortodoxa, o perodo (e a pontuao) deveria ser assim construdo:
Mas uma confuso tremenda e um calor insuportvel, de rachar, de modo que grande parte dos convivas saiu muto antes de terminar, muito antes mesmo da chegada do Governador, porque era impossvel de agentar todo aquele aperto, aquela confuso, e principalmente o calor."
A frase fragmentada um recurso de estilo, prprio da literatura moderna. A FRASE CURTA, incisiva, direta tambm caracterstica da literatura moderna, ao contrrio do perodo longo, caracterstica do classicismo, do parnasianismo e do romantismo. um estilo entrecortado, soluante,"asmtico", na expresso de Othon Garcia. Ou um estilo "picadinho", segundo Jos Oiticica. No raro, frases nominais, fragmentadas e curtas se misturam, dando como resultado um estilo "estertorante", "convulsivo", "asmtico", segundo, ainda, expresses de Othon Garcia. Observe uma vez mais o texto "Por uma aprendizagem natural da escrita", onde aparecem frases curtas, nominais e fragmentadas.
Por uma aprendizagem natural da escrita Sem professor. Sem aula. Sem provas. Sem notas. Sem computador. Sem dom. Sem queda. Sem inspirao. Sem estresse! S tu. Tu e tu. Tu e o texto. Tu e a folha em branco. Que impassvel espera ser preenchida, para entretecer contigo a teia de palavras que liga todas as dimenses de tua existncia, nesta travessia de comunicao de ti para contigo, de ti para o outro. Sem. S tu. Com teu ritmo. Com tua pulsao. Com paixo. Na aventura do cotidiano. De resgatar a memria. De fecundar o presente. De gestar o futuro. Anunciando esperanas. Denunciando injustias. In(en)formando o mundo com tua-vida-toda-linguagem. Sem! Levanta tua voz: em meio s desfiguraes da existncia, da sociedade, tu tens a palavra. A tua palavra. Tua voz. E tua vez. Gilberto Scarton
O leitor que quiser mais informaes relativas a esses tipos de frase, far bem consultar a excelente obra de Othon Garcia "Comunicao em prosa moderna".
Uma tragada. Um copo de cerveja. Mais um copo de cerveja. Uma tragada. quela hora, sete da noite, o bar estava cheio. Ele se encontrava sozinho, numa mesa no canto, quase escondido. Devia ter 45 anos e gostava de conversar consigo mesmo, de relembrar os bons tempos, aqueles que no voltam mais, essas coisas sentimentais do lugar-comum. Uma tragada. Um copo de cerveja. Mais um copo de cerveja. Uma tragada. Vai ao banheiro. Volta. Continua o ritual. Droga de vida, os bons tempos no resolvem coisa alguma. Parece letra de msica destas duplas que infestam o rdio, mas os ltimos anos foram uma sucesso de dramas. Dramas, no, dramalhes. Encontrar a mulher na cama com seu melhor amigo foi o comeo. Bem que andava desconfiado, mas como que podia imaginar tamanha sem-vergonhice? Ela ainda riu na sua cara,o seu amigo vestiu-se calmamente, fazendo pouco caso de sua presena. Quase que pediu desculpas por encontr-los em adultrio. Mais tarde perdoou a mulher, mas ela preferiu mesmo ficar com seu melhor amigo. Uma tragada. Um copo de cerveja. Mais um copo de cerveja. Uma tragada. Tosse. A desgraada est voltando. Tosse. Vinte anos na mesma empresa. Auxiliar de contabilidade. Cumpridor de seus deveres, de jamais faltar ao servio. Certo dia, sem mais nem menos, o aviso de demisso. "Por que eu, o que fiz, em que falha incorri?" "Conteno de despesa", a resposta, "a crise est braba". Sem mulher e sem emprego. E o emprego? Faz a escrita contbil do bar que freqenta, da verdureira da esquina, da sapataria de um compadre seu, vai se virando. Ganha para comer, pagar o quartinho da penso e tomar a cerveja de todos os dias. o nico luxo que se permite. Uma tragada. Um copo de cerveja. Mais um copo de cerveja. Uma tragada. O dois filhos, de 19 e 17 anos, esto por a, no mundo. Eles que se virem. Ele quer ficar s, os outros que se danem. Se conseguisse esquecer da mulher, tudo seria diferente. A que est, mesmo que continuasse a tra-lo, com seu melhor amigo, com quem quer que fosse, no importa, suportaria tudo para estar junto dela. Isso o deixa louco de raiva: "Que merda de homem sou eu?", se pergunta, e encontra sua frente o copo de cerveja e o cigarro. Uma tragada. Um copo de cerveja. Mais um copo de cerveja. Uma tragada. Tem certeza que nunca vai encontrar resposta. E continua o ritual.
Felicidades Beertolt Brecht - Poemas O primeiro olhar da janela de manh. O velho livro perdido e reencontrado. Rostos animados. A neve, a sucesso das estaes. Jornais. O cachorro. A dialtica. Tomar um banho, nadar um pouco. A msica antiga. Sapatos macios. Compreender. A msica nova. Escrever, plantar. Viajar, cantar. Ser Camarada.
Inocentes Reflexes Renata Eichenberg Viver desejar. Realizar nossos sonhos. Crescer. Amadurecer. Amar. Descobrir.
Procurar. Acredito ser a vida preciosa, atraente, misteriosa, surpreendente. No basta apenas viv-la, temos que sonh-la, imagin-la, sup-la, adivinh-la. Se eu pudesse ter sete vidas, certamente teria sete desejos, sete anseios, sete amores, sete pais, sete filhos, sete sonhos. Como s tenho uma, porm intensa e preciosa, espero, durante a minha vivncia terrena:
conhecer muitos lugares, povos, costumes, tradies; provar todas as formas e tipos de chocolates; escrever, pelo menos, uma obra; ter dois filhos, uma menina e um menino; viver em uma praia tranqila; sentir, todo o dia, o cheiro de terra, mar, areia; ter coragem de mergulhar, conhecendo os mistrios da gua; ver o pr-do-sol sem a sombra de um arranha-cu; viver a vida inteira ao lado de um nico homem; amar e ser amada; sugar a essncia do mundo; provar de todos os vinhos; arrancar suspiros; simplesmente viver.
Devastao Scheila Feij Fantinels Noite escura. Chuva caindo l fora. Continua chovendo. O cachorro late prevendo alguma coisa. Aumenta a chuva. Granizo. Vento. Chuva. Comeo a sentir medo. A gua ultrapassa as portas. Telhas voam e no ouo nada. Pavor. Choro. Os minutos parecem horas. Rezo... Silncio. O pesadelo acabou. Devastao. rvores cadas, casas derrubadas, lgrimas, alguns feridos. Ningum segura a natureza.
Fonte: http://www.pucrs.br/gpt/fragmentadas.php
e)Pontuao
Por Arajo, A. Ana Paula de Os sinais de pontuao so marcaes grficas que servem para compor a coeso e a coerncia textual alm de ressaltar especificidades semnticas e pragmticas. Veremos aqui as principais funes dos sinais de pontuao conhecidos pelo uso da lngua portuguesa. Ponto 1- Indica o trmino do discurso ou de parte dele. - Faamos o que for preciso para tir-la da situao em que se encontra. - Gostaria de comprar po, queijo, manteiga e leite. - Acordei. Olhei em volta. No reconheci onde estava. 2- Usa-se nas abreviaes - V. Ex. - Sr.
Ponto e Vrgula ( ; ) 1- Separa vrias partes do discurso, que tm a mesma importncia. - Os pobres do pelo po o trabalho; os ricos do pelo po a fazenda; os de espritos generosos do pelo po a vida; os de nenhum esprito do pelo po a alma (VIEIRA) 2- Separa partes de frases que j esto separadas por vrgulas. - Alguns quiseram vero, praia e calor; outros montanhas, frio e cobertor. 3- Separa itens de uma enumerao, exposio de motivos, decreto de lei, etc. - Ir ao supermercado; - Pegar as crianas na escola; - Caminhada na praia; - Reunio com amigos. Dois pontos 1- Antes de uma citao - Vejamos como Afrnio Coutinho trata este assunto: 2- Antes de um aposto - Trs coisas no me agradam: chuva pela manh, frio tarde e calor noite. 3- Antes de uma explicao ou esclarecimento - L estava a deplorvel famlia: triste, cabisbaixa, vivendo a rotina de sempre. 4- Em frases de estilo direto - Maria perguntou: Por que voc no toma uma deciso? Ponto de Exclamao 1- Usa-se para indicar entonao de surpresa, clera, susto, splica, etc. - Sim! Claro que eu quero me casar com voc! 2- Depois de interjeies ou vocativos - Ai! Que susto! - Joo! H quanto tempo! Ponto de Interrogao Usa-se nas interrogaes diretas e indiretas livres. - Ento? Que isso? Desertaram ambos? (Artur Azevedo) Reticncias 1- Indica que palavras foram suprimidas. - Comprei lpis, canetas, cadernos 2- Indica interrupo violenta da frase. - No quero dizer verdad Ah! 3- Indica interrupes de hesitao ou dvida - Este mal pega doutor? 4- Indica que o sentido vai alm do que foi dito - Deixa, depois, o corao falar Vrgula usada para vrios objetivos, mas em geral usamos a vrgula para dar pausa leitura ou para indicar que algum elemento da frase foi deslocado da sua posio cannica. Bibliografia ROCHA LIMA, Carlos Henrique da.Gramtica Normativa da Lngua Portuguesa. 45 edio. Rio de Janeiro: Jos Olympio, 2006. Fonte: http://www.infoescola.com/portugues/pontuacao/