Variação Linguistica
Variação Linguistica
Variação Linguistica
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Variao lingustica A lngua em
movimento
A variao lingustica um interessante aspecto da lngua portuguesa. Pode
ser compreendida por meio das influncias histricas e regionais sobre os
falares.
A lngua um sistema vivo e pode ser modificada por seus falantes de acordo com a situao lingustica
um idioma nos une, mas as variaes podem ser considerveis e justificadas de acordo com a
comunidade na qual se manifesta.
As variaes acontecem porque o princpio fundamental da lngua a comunicao, ento
compreensvel que seus falantes faam rearranjos de acordo com suas necessidades
comunicativas. Os diferentes falares devem ser considerados como variaes, e no como
erros. Quando tratamos as variaes como erro, incorremos no preconceito lingustico que
associa, erroneamente, a lngua ao status. O portugus falado em algumas cidades do interior
do estado de So Paulo, por exemplo, pode ganhar o estigma pejorativo de incorreto ou
inculto, mas, na verdade, essas diferenas enriquecem esse patrimnio cultural que a nossa
lngua portuguesa. Leia a letra da msica Samba do Arnesto, de Adoniran Barbosa,
e observe como a variao lingustica pode ocorrer:
Samba do Arnesto
O Arnesto nos convidou pra um samba, ele mora no Brs
Ns fumos no encontremos ningum
Ns voltermos com uma baita de uma reiva
Da outra vez ns num vai mais
Ns no semos tatu!
No outro dia encontremo com o Arnesto
Que pediu desculpas mais ns no aceitemos
Isso no se faz, Arnesto, ns no se importa
Mas voc devia ter ponhado um recado na porta
Um recado assim i: "i, turma, num deu pra esper
Aduvido que isso, num faz mar, num tem importncia,
Assinado em cruz porque no sei escrever.
Samba do Arnesto, Adoniran Barbosa
H, na letra da msica, um exemplo interessante sobre a variao lingustica. importante
ressaltar que o cdigo escrito, ou seja, a lngua sistematizada e convencionalizada na
gramtica, no deve sofrer grandes alteraes, devendo ser preservado. J imaginou se cada
um de ns decidisse escrever como falamos? Um novo idioma seria inventado, aboliramos a
gramtica e todo o sistema lingustico determinado pelas regras cairia por terra. Contudo, o
que o compositor Adoniran Barbosa fez pode ser chamado de licena potica, pois ele
transportou para a modalidade escrita a variao lingustica presente na modalidade oral.
As variaes lingusticas acontecem porque vivemos em uma sociedade complexa, na qual
esto inseridos diferentes grupos sociais. Alguns desses grupos tiveram acesso educao
formal, enquanto outros no tiveram muito contato com a norma culta da lngua. Podemos
observar tambm que a lngua varia de acordo com suas situaes de uso, pois um mesmo
grupo social pode se comunicar de maneira diferente, de acordo com a necessidade de
adequao lingustica. Prova disso que voc no vai se comportar em uma entrevista de
emprego da mesma maneira com a qual voc conversa com seus amigos em uma situao
informal, no mesmo?
A adequao um tipo de variao lingustica que consiste em adequar a lngua s diferentes situaes
comunicacionais
VARIAES LINGUSTICAS
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26/03/200712h37
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Toda lngua possui variaes lingusticas. Elas podem ser entendidas por meio
de sua histria no tempo (variao histrica) e no espao (variao regional).
As variaes lingusticas podem ser compreendidas a partir de trs diferentes
fenmenos.
1) Em sociedades complexas convivem variedades lingusticas diferentes,
usadas por diferentes grupos sociais, com diferentes acessos educao
formal; note que as diferenas tendem a ser maiores na lngua falada que
na lngua escrita;
2) Pessoas de mesmo grupo social expressam-se com falas diferentes de
acordo com as diferentes situaes de uso, sejam situaes formais, informais
ou de outro tipo;
3) H falares especficos para grupos especficos, como profissionais de uma
mesma rea (mdicos, policiais, profissionais de informtica, metalrgicos,
alfaiates, por exemplo), jovens, grupos marginalizados e outros. So as grias e
jarges.
Assim, alm do portugus padro, h outras variedades de usos da lngua
cujos traos mais comuns podem ser evidenciados abaixo.
Ausncia de concordncia verbal quando o sujeito vem depois do verbo: Chegou duas
moas.
Ampliar
Como diminuir o percentual de erros nos casos de concordncia com porcentagens VEJA
MAIS >Imagem: Fbio Sgroi/Pgina 3
pato, O Sujo, O Homem, O Tisnado, O Coxo, O Temba, O Azarape, O Coisaruim, O Mafarro, O P-preto, O Canho, O Duba-dub, O Rapaz, O Tristonho, O
No-sei-que-diga, O Que-nunca-se-ri, O sem gracejos, Pai do Mal, Terdeiro,
Quem que no existe, O Solto-Ele, O Ele, Carfano, Rabudo.
Drummond de Andrade, grande escritor brasileiro, que elabora seu texto a
partir de uma variao lingustica relacionada ao vocabulrio usado em uma
determinada poca no Brasil.
Antigamente
"Antigamente, as moas chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas
e muito prendadas. No faziam anos: completavam primaveras, em geral
dezoito. Os janotas, mesmo sendo rapages, faziam-lhes p-de-alferes,
arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio."
Como escreveramos o texto acima em um portugus de hoje, do sculo 21?
Toda lngua muda com o tempo. Basta lembrarmos que do latim, j
transformado, veio o portugus, que, por sua vez, hoje muito diferente
daquele que era usado na poca medieval.
Lngua e status
Nem todas as variaes lingusticas tm o mesmo prestgio social no Brasil.
Basta lembrar de algumas variaes usadas por pessoas de determinadas
classes sociais ou regies, para perceber que h preconceito em relao a
elas.
Veja este texto de Patativa do Assar, um grande poeta popular nordestino,
que fala do assunto:
O Poeta da Roa
Sou fio das mata, canto da mo grossa,
Trabio na roa, de inverno e de estio.
A minha chupana tapada de barro,
S fumo cigarro de paia de mo.
Sou poeta das brenha, no fao o pap
De argun menestr, ou errante cant
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Variantes Lingusticas
Por Marcos Duarte
Uma lngua nunca falada da mesma forma, sendo que ela estar
sempre sujeita a variaes, como: diferena de pocas (o portugus
falado hoje diferente do portugus de 50 anos atrs), regionalidade
(diferentes lugares, diferentes falas), grupo social (uso de etiqueta,
assim como grias por determinadas tribos) e ainda as diferentes
situaes (fala forma e informal).
Alm das variaes j citadas, h ainda outras variaes, como, modo
de falar de diferentes profissionais (linguagem tcnica da rea), as
grias das diferentes faixas etrias, a lngua escrita e oral.
Diante de tantas variantes lingsticas, comum perguntar-se qual
a forma mais correta. Porm no existe forma mais correta, existe
sim a forma mais adequada de se expressar de acordo com a
situao. Dessa forma, a pessoa que fala bem aquela que consegue
estabelecer a forma mais adequada de se expressar de acordo com a
situao, conseguindo o mximo de eficincia da lngua.
Usar o portugus rgido e srio (linguagem formal escrita) em uma
comunicao informal, descontrada falar de forma inadequada. Soa
como pretensioso, artificial. Da mesma forma, inadequado utilizar
grias, termos chulos e desrespeitosos em uma situao formal.
Ao se falar de variantes preciso no perder de vista que a lngua
um cdigo de comunicao e tambm um fato com repercusses
sociais. Existem muitas formas de comunicar que no perturbam a
comunicao, mas afetam a imagem social do comunicador. Uma
frase como O povo exageram tem o mesmo sentido que O povo
exagera. Como sabemos o coletivo como contedo sempre plural.
Porm hoje a concordncia com a forma. Nesse particular, h uma
aproximao mxima entre lngua e etiqueta social. Atualmente falar
O povo exageram deprecia a imagem do falante.
verbo
os
(conjugao,
pronomes
problemticos;
concordncia,
(colocao,
funo
regncia);
sinttica);
Variao Lingustica
Variao Lingustica
A lngua portuguesa o cdigo mais utilizado por ns, brasileiros, nas situaes de
comunicao e interao social. Criei este blog para falar sobre o tema variao
lingustica e suas vertentes. Darei uma breve definio sobre lngua e em seguida
tratarei do tema variao lingustica.
Lngua um cdigo formado por signos (palavras) e leis combinatrias por meio
do qual as pessoas se comunicam e interagem entre si.
Lngua a linguagem verbal (oral/escrita) utilizada por um grupo de indivduos que
constituem uma comunidade.
revista, uma exposio publica, uma redao num concurso publico a variedade
lingustica exigida quase sempre a padro. Por isso importante domin-la bem.
Norma culta ou norma padro?
Se h tantas variaes de uma lngua, qual delas a ensinada na escola? Por que
essa e no as demais? Quem faz essa escolha? Essas perguntas apenas refletem
um fato: de todas as variaes, uma tem mais prestgio que as demais e acaba por ser
escolhida como Padro a todos os falantes.
Dialeto padro: tambm chamado norma padro culta, ou, simplesmente norma culta,
o dialeto a que se atribui, em determinado contexto social, maior prestgio;
considerado o modelo da a designao de padro, de norma segundo o qual se
avaliam os demais dialetos. o dialeto falado pelas classes sociais privilegiadas,
particularmente em situaes de maior formalidade, usado nos meios de comunicao
de massa (jornais, revistas, noticirios de televiso, etc.), ensinado na escola, e
codificado nas gramticas escolares (por isso, corrente a falsa ideia de que s o
dialeto padro pode ter uma gramtica, quando qualquer variedade lingustica pode
ter a sua). ainda, fundamentalmente, o dialeto usado quando se escreve (h
naturalmente, diferenas formais, que decorrem das condies especficas de
produo da lngua escrita, por exemplo, de sua descontextualizao. Excetuadas
diferenas de pronncia e pequenas diferenas de vocabulrio, o dialeto padro
sobrepe-se aos dialetos regionais, e o mesmo, em toda a extenso do pas
Magda Soares
Exemplos com humor da norma padro:
Variao Histrica
contemporneo.
fragmento
exposto:
Antigamente
Antigamente, as moas chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e muito
prendadas. No faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas,
mesmo sendo rapages, faziam-lhes p-de-alferes, arrastando a asa, mas ficavam
longos meses debaixo do balaio."
Carlos Drummond de Andrade
Em comparao modernidade, percebemos um vocabulrio antiquado.
Variao Geogrfica
Variedade que a Lngua Portuguesa assume nos diferentes lugares onde ela falada.
Este anncio faz um trocadilho entre bichas (filas) que ocorrem nos centros urbanos,
e bichos, smbolo da natureza. O texto talvez parea estranho ao falante da lngua
portuguesa que mora no Brasil. Para ns, as pessoas formam filas (e no bichas)
quando aguardam sua vez de serem atendidas em um banco, etc. Ns percebemos
que a maneira como o portugus empregado no Brasil e em Portugal no
exatamente a mesma, assim como tambm diferente nas regies geogrficas
brasileiras. Usaremos como exemplo o Sudeste: os modos de fala de Minas Gerais e
do Rio de Janeiro apresentam suas peculiaridades e distines. Do mesmo modo, as
regies urbanas e as regies rurais tambm possuem vocabulrio e pronncia
diferentes, bem como expresses tpicas. Portanto, h variaes na lngua
dependendo dos aspectos geogrficos.
e [kaska].
(A minha me boa e eu gosto dela e o meu pai bom e eu, eu gosto dele
tambm muito. Ns vamos na cidade passear. Na cidade bom. Ns toma (mos)
picol.)
Segundo:
(A mame faz comida, o papai vai na roa eu "barru" o cho, o nen chora e eu
ajudo a minha me nos "trem" do almoo.)
Nesses textos, podemos constatar a ausncia da segmentao convencional exigida
pela escrita, mas as crianas esto simplesmente demonstrando que tm uma
percepo fontica muito acurada ao escreverem de acordo com sua prpria fala.
De fato, a fala um continuum: ao falarmos no fazemos segmentao alguma, a
no ser que falemos de maneira artificial, muito vagarosamente ou separando as
slabas propositadamente. As crianas percebem o funcionamento da fala to bem
que registram quase todas as palavras emendadas. No texto 1, por exemplo, as
nicas palavras escritas separadamente so "me" e "", grafada sem acento, e no
caso do texto 2 apenas o artigo "a" e o nome "mame" (que a criana grafou
"mamae") tiveram registro separado das outras.
E no s na hiposegmentao (conferir Silva, 1991) que percebemos a relao
entre a fala e a escrita dessas crianas. Dissemos, anteriormente, que pessoas do
campo falam diferentemente daquelas que vivem nos centros urbanos, e podemos
observar que os dois textos retratam o uso da variedade rural. No primeiro,
aparecem as formas "bu" e "tamei", por exemplo, e no segundo aparecem "barru",
"trem" e "armoo", em vez de "bom", "tambm", "varro", "loua" e "almoo",
normalmente usados nas reas urbanas.
Outras marcas da oralidade presentes na escrita dos dois textos so:
1) ditongao da vogal "o" diante de "a": a criana escreve "boua"em vez de "boa";
2) ditongao da vogal "o" diante da fricativa surda ([s]); a forma exigida pela
escrita, "ns", escrita "nis";
3) ditongao da vogal "a" diante da fricativa surda: aparece a forma "fais" em vez
de "faz";
4) apagamento da semivogal "i" da palavra "muito" e nasalizao da vogal "u" (que
a criana grafa "muntu");
5) anulao da oposio entre "i" e "e" em final de slaba ou quando o "e" constitui
elementos de coeso. Exemplos.:
a- "Na cidadi bu";
b- "O meu pai bu i eu gosto deli";
Para compreender a escrita inicial dos alunos e o porqu dos seus muitos "erros",
necessrio, dentre outras coisas, que se valorize a oralidade e que se compreenda
que eles muitas vezes transferem para a escrita marcas da variedade lingstica
que usam no dia-a-dia.
Variaes lingusticas
A lngua portuguesa encontra-se em constante alterao, evoluo e
atualizao, no sendo um sistema esttico e fechado. O uso faz a
regra e os falantes usam a lngua de modo a suprir suas necessidades
comunicativas, adaptando-a conforme suas intenes e necessidades.
Sendo uma sociedade complexa, formada por diferentes grupos
sociais, com diferentes hbitos lingusticos e diferentes graus de
escolarizao, ocorrem variaes na lngua, principalmente de carter
local, temporal e social.
Nem todas as variaes lingusticas usufruem do mesmo prestgio,
sendo algumas consideradas menos cultas. Contudo, todas as
variaes devem ser encaradas como fator de enriquecimento e
cultura e no como erros ou desvios.
Tipos de variao
As variaes lingusticas ocorrem principalmente nos mbitos
geogrficos, temporais e sociais.
Questo 1
"Todas as variedades lingusticas so estruturadas e correspondem a sistemas e
subsistemas adequados s necessidades de seus usurios. Mas o fato de estar a lngua
fortemente ligada estrutura social e aos sistemas de valores da sociedade conduz a uma
avaliao distinta das caractersticas das suas diversas modalidades regionais, sociais e
estilsticas. A lngua padro, por exemplo, embora seja uma entre as muitas variedades de
um idioma, sempre a mais prestigiosa, porque atua como modelo, como norma, como
ideal lingustico de uma comunidade. Do valor normativo decorre a sua funo coercitiva
sobre as outras variedades, com o que se torna uma pondervel fora contrria
variao."
Celso Cunha. Nova gramtica do portugus contemporneo. Adaptado.
A partir da leitura do texto, podemos inferir que uma lngua :
a) conjunto de variedades lingusticas, dentre as quais uma alcana maior valor social e
passa a ser considerada exemplar.
b) sistema que no admite nenhum tipo de variao lingustica, sob pena de
empobrecimento do lxico.
c) a modalidade oral alcana maior prestgio social, pois o resultado das adaptaes
lingusticas produzidas pelos falantes.
d) A lngua padro deve ser preservada na modalidade oral e escrita, pois toda
modificao prejudicial a um sistema lingustico.
ver resposta
Questo 2
Questo 106 - Enem 2013 (Variaes lingusticas no Enem)
At quando?
No adianta olhar pro cu
Com muita f e pouca luta
Levanta a que voc tem muito protesto pra fazer
E muita greve, voc pode, voc deve, pode crer
No adianta olhar pro cho
Virar a cara pra no ver
Questo 3
Questo 115 - Enem 2012 (Variaes lingusticas no Enem)
Texto I
Antigamente
Antigamente, os pirralhos dobravam a lngua diante dos pais e se um se esquecia de arear
os dentes antes de cair nos braos de Morfeu, era capaz de entrar no couro. No devia
tambm se esquecer de lavar os ps, sem tugir nem mugir. Nada de bater na cacunda do
padrinho, nem de debicar os mais velhos, pois levava tunda. Ainda cedinho, aguava as
plantas, ia ao corte e logo voltava aos penates. No ficava mangando na rua, nem
escapulia do mestre, mesmo que no entendesse patavina da instruo moral e cvica. O
verdadeiro smart calava botina de botes para comparecer todo lir ao copo dgua, se
bem que no convescote apenas lambiscasse, para evitar flatos. Os bilontras que eram
um precipcio, jogando com pau de dois bicos, pelo que carecia muita cautela e caldo de
galinha. O melhor era pr as barbas de molho diante de um treteiro de topete, depois de
fintar e engambelar os cois, e antes que se pusesse tudo em pratos limpos, ele abria o
arco.
ANDRADE, C. D. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1983 (fragmento).
Texto II
Expresso
Significado
Dormir
Debicar
Zombar, ridicularizar
Tunda
Surra
Mangar
Escarnecer, caoar
Tugir
Murmurar
Lir
Bem-vestido
Copo d'gua
Convescote
Piquenique
Treteiro de topete
Tratante atrevido
Abrir o arco
Fugir
Bilontra
Velhaco
FIORIN, J. L. As lnguas mudam. In: Revista Lngua Portuguesa, n. 24, out. 2007
(adaptado).
Na leitura do fragmento do texto Antigamente constata-se, pelo emprego de palavras
obsoletas, que itens lexicais outrora produtivos no mais o so no portugus brasileiro
atual. Esse fenmeno revela que
a) a lngua portuguesa de antigamente carecia de termos para se referir a fatos e coisas do
cotidiano.
b) o portugus brasileiro se constitui evitando a ampliao do lxico proveniente do
portugus europeu.
c) a heterogeneidade do portugus leva a uma estabilidade do seu lxico no eixo temporal.
d) o portugus brasileiro apoia-se no lxico ingls para ser reconhecido como lngua
independente.
e) o lxico do portugus representa uma realidade lingustica varivel e diversificada.
ver resposta
Questo 4
Contudo, a divergncia est no fato de existirem pessoas que possuem um grau de
escolaridade mais elevado e com um poder aquisitivo maior que consideram um
determinado modo de falar como o correto, no levando em considerao essas
variaes que ocorrem na lngua. Porm, o senso lingustico diz que no h variao
superior outra, e isso acontece pelo fato de no Brasil o portugus ser a lngua da imensa
maioria da populao no implica automaticamente que esse portugus seja um bloco
compacto coeso e homogneo. (BAGNO, 1999, p. 18)
Sobre o fragmento do texto de Marcos Bagno, podemos inferir, exceto:
a) A lngua deve ser preservada e utilizada como um instrumento de opresso. Quem
estudou mais define os padres lingusticos, analisando assim o que correto e o que
deve ser evitado na lngua.
b) As variaes lingusticas so prprias da lngua e esto aliceradas nas diversas
intenes comunicacionais.
c) A variedade lingustica um importante elemento de incluso, alm de instrumento de
afirmao da identidade de alguns grupos sociais.
Respostas
Resposta Questo 1
Alternativa a. Embora as variedades lingusticas sejam consideradas importantes do
ponto de vista comunicacional, a lngua padro ainda alcana maior prestgio social.
voltar a questo
Resposta Questo 2
Alternativa d. A linguagem coloquial adotada por Gabriel, O Pensador, confere letra da
msica grande espontaneidade, marca do discurso utilizado no gnero textual rap.
voltar a questo
Resposta Questo 3
Alternativa e. O texto de Carlos Drummond de Andrade apresenta exemplos de palavras
ou expresses que caram em desuso, o que comprova o dinamismo da lngua e as
variaes sofridas ao longo do tempo.
voltar a questo
Resposta Questo 4
Alternativa a. fundamental que as variaes lingusticas sejam respeitadas e
compreendidas, j que dizem respeito a um organismo vivo, que a lngua. Esta, por sua
vez, jamais deve ser utilizada como instrumento de opresso, pois cada variante exerce
uma funo dentro de um grupo social. Respeitar as variaes lingusticas um dos
princpios da cidadania.
Questo 1
Vcio da fala
Para dizerem milho dizem mio
Para melhor dizem mi
Para pior pi
Questo 2
(Enem - 2009)
A norma-padro est vinculada ideia de lngua modelo, seguindo as regras gramaticais de acordo com o
momento histrico e com a sociedade
Questo 3
(Enem 2014)
ia
eu
aqui
ia eu aqui de novo pra xaxar
Vou
mostrar
Que
eu
ainda
Isso
Que
eu
Que
eu
aqui
Que
eu
aqui
ia
eu
aqui
Como se deve xaxar.
de
no
novo
presses
dou
no
um
posso
de
novo
de
novo
de
novo
xaxando
cabras
couro
desaforo
levar
cantando
xaxando
mostrando
Vem
c
morena
linda
Vestida
de
chita
Voc
a
mais
bonita
Desse
meu
lugar
Vai,
chama
Maria,
chama
Luzia
Vai,
chama
Zab,
chama
Raque
Diz que tou aqui com alegria.
(BARROS, A. ia eu aqui de novo. Disponvel em <www.luizluagonzaga.mus.br >
Acesso em 5 mai 2013)
A letra da cano de Antnio Barros manifesta aspectos do repertrio lingustico e cultural
do Brasil. O verso que singulariza uma forma do falar popular regional
a) Isso um desaforo
b) Diz que eu tou aqui com alegria
c) Vou mostrar presses cabras
d) Vai, chama Maria, chama Luzia
e) Vem c, morena linda, vestida de chita
ver resposta
Questo 4
A variao inerente s lnguas, porque as sociedades so divididas em grupos: h os
mais jovens e os mais velhos, os que habitam numa regio ou outra, os que tm esta ou
aquela profisso, os que so de uma ou outra classe social e assim por diante. O uso de
determinada variedade lingustica serve para marcar a incluso num desses grupos, d
uma identidade para os seus membros. Aprendemos a distinguir a variao. Quando
algum comea a falar, sabemos se de So Paulo, gacho, carioca ou portugus.
Sabemos que certas expresses pertencem fala dos mais jovens, que determinadas
formas se usam em situao informal, mas no em ocasies formais. Saber uma lngua
ser poliglota em sua prpria lngua. Saber portugus no s aprender regras que s
existem numa lngua artificial usada pela escola. As variaes no so fceis ou bonitas,
erradas ou certas, deselegantes ou elegantes, so simplesmente diferentes. Como as
lnguas so variveis, elas mudam.
(FIORIN, Jos Luiz. Os Aldrovandos Cantagalos e o preconceito lingustico. In O
direito fala. A questo do preconceito lingustico. Florianpolis. Editora Insular, pp. 27, 28,
2002.)
Sobre o texto de Jos Luiz Fiorin, incorreto afirmar:
a) As variaes lingusticas so prprias da lngua e esto aliceradas nas diversas
intenes comunicacionais.
b) A variedade lingustica um importante elemento de incluso, alm de instrumento de
afirmao da identidade de alguns grupos sociais.
Respostas
Resposta Questo 1
Alternativa b. Os primeiros modernistas estavam preocupados com a criao de uma
poesia tipicamente nacional, por isso, voltavam-se para os coloquialismos e desvios da
norma culta provenientes da oralidade. Eles acreditavam que o portugus falado pelo
brasileiro comum era a verdadeira lngua do Brasil e deveria ser definitivamente aceito
como parte de nossa identidade cultural.
voltar a questo
Resposta Questo 2
Alternativa b. A orao est de acordo com a norma-padro culta da lngua portuguesa,
especialmente no que se refere ao emprego do pronome oblquo no verbo escrever.
voltar a questo
Resposta Questo 3
Alternativa c. A palavra cabras, utilizada para referir-se a homens, bastante utilizada
na regio Nordeste do Brasil.
voltar a questo
Resposta Questo 4
Alternativa d.
Questo 1
(Enem/2003)
No ano passado, o governo promoveu uma campanha a fim de reduzir os ndices de
violncia. Noticiando o fato, um jornal publicou a seguinte manchete:
CAMPANHA CONTRA A VIOLNCIA DO GOVERNO DO ESTADO ENTRA EM NOVA
FASE
Questo 2
Questo 3
(Enem 2010)
Carnavlia
Repique tocou
O surdo escutou
E o meu corasamborim
Cuca gemeu, ser que era meu, quando ela passou por mim?
[...]
ANTUNES, A.; BROWN, C.; MONTE, M. Tribalistas, 2002 (fragmento).
No terceiro verso, o vocbulo corasamborim, que a juno corao + samba +
tamborim, refere-se, ao mesmo tempo, a elementos que compem uma escola de samba e
situao emocional em que se encontra o autor da mensagem, com o corao no ritmo
da percusso.
Essa palavra corresponde a um:
a) estrangeirismo, uso de elementos lingusticos originados em outras lnguas e
representativos de outras culturas.
Questo 4
Assinale a sequncia correta:
I. O pleonasmo consiste em intensificar o significado de um elemento do texto por meio da
redundncia, isto , da repetio da ideia j expressa por esse elemento.
II. A ambiguidade no pode ser considerada um vcio de linguagem, j que no provoca
qualquer tipo de dificuldade para a interpretao de um texto.
III. O neologismo um fenmeno lingustico que consiste na criao de novas palavras ou
expresses e no pode ser considerado como um vcio de linguagem, j que pode ser
empregado com intenes artsticas.
IV. O arcasmo consiste no emprego de palavras ou expresses cuja utilizao seja menos
frequente na modalidade escrita e na modalidade oral. o oposto do neologismo, pois
est na contramo do movimento criador de palavras.
V. Solecismo uma inadequao na estrutura sinttica da frase com relao
gramtica normativa do idioma. Podem subverter as normas da concordncia, da
regncia e da colocao.
a) I, II e III.
b) II e IV.
c) I, III, IV e V.
d) I, II, IV e V.
e) III e V.
ver resposta
Respostas
Resposta Questo 1
Alternativa e. Na manchete Campanha contra a violncia do governo do Estado entra
em nova fase, no possvel identificar se a campanha contra a violncia do governo do
Estado ou se o governo do Estado que est promovendo uma campanha contra a
Resposta Questo 2
Alternativa e.
voltar a questo
Resposta Questo 3
Alternativa b. O neologismo um fenmeno lingustico que consiste na criao de novas
palavras ou expresses. Pode ser um fenmeno espontneo, com origem na oralidade, ou
artstico, com fins literrios.
voltar a questo
Resposta Questo 4
Alternativa c. A ambiguidade pode provocar dificuldades de interpretao de texto, pois
confere s palavras ou expresses mltiplas possibilidades de leitura, efeito indesejado
nos textos no literrios.
Questo 1
(UERJ)
O medo um evento poderoso que toma o nosso corpo, nos pe em xeque, paralisa
alguns e atia a criatividade de outros. Uma pessoa em estado de pavor dona de uma
energia extra capaz de feitos incrveis.
Um amigo nosso, quando era adolescente, aproveitou a viagem dos pais da namorada
para ficar na casa dela. Os pais voltaram mais cedo e, pego em flagrante, nosso Romeu
teve a brilhante ideia de pular, pelado, do segundo andar. Est vivo. Tem hoje essa incrvel
histria pra contar, mas deve se lembrar muito bem da vergonha.
Me lembrei dessa histria por conta de outra completamente diferente, mas na qual
tambm vi meu medo me deixar em maus lenis.
Estava caminhando pelo bairro quando resolvi explorar umas ruas mais desertas. De
repente, vejo um menino encostado num muro. Parecia um menino de rua, tinha seus 15,
16 anos e, quando me viu, fixou o olhar e apertou o passo na minha direo. No
pestanejei. Sa correndo. Correndo mesmo, na mais alta performance de minhas pernas.
No meio da corrida, comecei a pensar se ele iria mesmo me assaltar. Uma onda de
vergonha foi me invadindo. O rapaz estava me vendo correr. E se eu tivesse me
enganado? E se ele no fosse fazer nada? Mesmo que fosse. Ter sido flagrada no meu
medo e preconceito daquela forma j me deixava numa desvantagem fulminante.
No sou uma pessoa medrosa por excelncia, mas, naquele dia, o olhar, o gesto, alguma
coisa no rapaz acionou imediatamente o motor de minhas pernas e, quando me dei conta,
j estava em disparada.
Fui chegando ofegante a uma esquina, os motoristas de um ponto de txi me perguntaram
o que tinha acontecido e eu, um tanto constrangida, disse que tinha ficado com medo. Me
contaram que ele vivia por ali, tomando conta dos carros. Fervi de vergonha.
O menino passou do outro lado da rua e, percebendo que eu olhava, imitou minha
corridinha, fazendo um gesto de desprezo. Tive vontade de sentar na guia e chorar. Ele s
tinha me olhado, e o resto tinha sido produto legtimo do meu preconceito.
Fui atrs dele. No consegui carregar tamanha bigorna pra casa. "Ei!" Ele demorou a virar.
Se eu pensava que ele assaltava, ele tambm no podia imaginar que eu pedisse
desculpas. Insisti: "Desculpa!" Ele virou. Seu olhar agora no era mais de ladro, e sim de
professor. Me perdoou com um sinal de positivo ainda cheio de desprezo. Fui pra casa
pelada, igual ao Romeu suicida.
Denise Fraga
A crnica um gnero textual que frequentemente usa uma linguagem mais informal e
prxima da oralidade, pouco preocupada com a rigidez da chamada norma culta.
Um exemplo claro dessa linguagem informal presente no texto est em:
a) O medo um evento poderoso que toma o nosso corpo, (l. 1)
b) Me lembrei dessa histria por conta de outra completamente diferente, (l. 6)
c) De repente, vejo um menino encostado num muro. (l. 8-9)
d) ele tambm no podia imaginar que eu pedisse desculpas. (l. 23)
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Questo 2
(ENEM - 2012)
A substituio do haver por ter em construes existenciais, no portugus do Brasil,
corresponde a um dos processos mais caractersticos da histria da lngua portuguesa,
paralelo ao que j ocorrera em relao ampliao do domnio de ter na rea semntica
de posse, no final da fase arcaica. Mattos e Silva (2001:136) analisa as vitrias de ter
sobre haver e discute a emergncia de ter existencial, tomando por base a obra
pedaggica de Joo de Barros. Em textos escritos nos anos quarenta e cinquenta do
sculo XVI, encontram-se evidncias, embora raras, tanto de ter existencial, no
mencionado pelos clssicos estudos de sintaxe histrica, quanto de haver como verbo
existencial com concordncia, lembrado por Ivo Castro, e anotado como novidade no
sculo XVIII por Said Ali. Como se v, nada categrico e um purismo estreito s revela
um conhecimento deficiente da lngua. H mais perguntas que respostas. Pode-se
conceber uma norma nica e prescritiva? vlido confundir o bom uso e a norma com a
prpria lngua e dessa forma fazer uma avaliao crtica e hierarquizante de outros usos e,
atravs deles, dos usurios? Substitui-se uma norma por outra?
Questo 3
Vcio da fala
Para dizerem milho dizem mio
Para melhor dizem mi
Para pior pi
Para telha dizem teia
Para telhado dizem teiado
E vo fazendo telhados.
Oswald de Andrade
Sobre o poema de Oswald de Andrade, um dos principais representantes da primeira
gerao do modernismo brasileiro, correto afirmar:
a) Oswald, como os demais modernistas da primeira fase, defendia o uso da
coloquialidade nos textos escritos como maneira de alcanar uma linguagem
genuinamente brasileira, linguagem que levasse em considerao os diferentes registros
da lngua portuguesa.
b) O poema de Oswald tece uma crtica sobre o emprego da coloquialidade nos textos da
literatura brasileira. De acordo com o poema, essa coloquialidade subverte a norma culta
da lngua, nico registro capaz de representar adequadamente a linguagem potica.
c) O ttulo Vcio da fala remete falha dos brasileiros ao reproduzir erradamente fonemas
complexos. Essa simplificao das palavras prejudicial para o idioma, j que pode
vulgarizar a lngua portuguesa.
d) Aqueles que subvertem a norma culta ao falar mio, em vez de milho, mi em vez
demelhor, pi em vez de pior, teiado em vez de telhado esto prejudicando o
entendimento da mensagem, anulando a comunicao, sua principal finalidade.
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Questo 4
"Todas as variedades lingusticas so estruturadas, e correspondem a sistemas e
subsistemas adequados s necessidades de seus usurios. Mas o fato de estar a lngua
fortemente ligada estrutura social e aos sistemas de valores da sociedade conduz a uma
avaliao distinta das caractersticas das suas diversas modalidades regionais, sociais e
estilsticas. A lngua padro, por exemplo, embora seja uma entre as muitas variedades de
um idioma, sempre a mais prestigiosa, porque atua como modelo, como norma, como
ideal lingustico de uma comunidade. Do valor normativo decorre a sua funo coercitiva
sobre as outras variedades, com o que se torna uma pondervel fora contrria
variao."
Celso Cunha. Nova gramtica do portugus contemporneo. Adaptado.
A partir da leitura do texto, podemos inferir que uma lngua :
a) o conjunto de variedades lingusticas, dentre as quais uma alcana maior valor social e
passa a ser considerada exemplar.
b) sistema que no admite nenhum tipo de variao lingustica, sob pena de
empobrecimento do lxico.
c) a modalidade oral alcana maior prestgio social, pois o resultado das adaptaes
lingusticas produzidas pelos falantes.
d) A lngua padro deve ser preservada na modalidade oral e escrita, pois toda
modificao prejudicial a um sistema lingustico.
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Respostas
Resposta Questo 1
Alternativa b. Considera-se linguagem informal aquela que se desvia da chamada
norma-padro ou norma culta, mas estabelece comunicao eficiente em contextos
informais, como os de uma conversa pessoal. Segundo a norma culta do portugus, no
se deve comear uma frase por um pronome pessoal tono, como em Me lembrei dessa
histria.... A norma preconiza ou Lembrei-me dessa histria... ou Eu me lembrei dessa
histria.... Entretanto, a prclise do pronome frequente na linguagem informal, valorizada
em especial pelo gnero da crnica jornalstica.
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Resposta Questo 2
A alternativa e, a opo correta, revela o ponto de vista da autora ao afirmar que os
comportamentos puristas so prejudiciais compreenso da constituio lingustica, ou
seja, segundo ela, defender a pureza da linguagem de maneira limitada s revela um
conhecimento deficiente da lngua.
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Resposta Questo 3
Alternativa a. Antes mesmo da questo do preconceito lingustico vir tona com a
Sociolingustica, os primeiros modernistas j ponderavam sobre a necessidade de se
considerar os diferentes registros da lngua portuguesa e respeitar a fala brasileira. Em seu
poema, Oswald de Andrade utiliza a escrita para, de certa forma, revelar o conflito social
existente entre as variedades de uma mesma lngua e, ao mesmo tempo, o conflito social
que se estende relao lngua/fala.
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Resposta Questo 4
Alternativa a. Embora as variedades lingusticas sejam consideradas importantes do
ponto de vista comunicacional, a lngua padro ainda alcana maior prestgio social.
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Questo 1
Tendo em vista que as grias compem o quadro de
variantes lingusticas ligadas ao aspecto sociocultural, analise
os excertos a seguir, indicando o significado de cada termo
destacado de acordo com o contexto:
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Questo 2
(FUVEST)
Capitulao
Delivery
At para telepizza
um exagero.
H quem negue?
Um povo com vergonha
Da prpria lngua.
J est entregue.
Lus Fernando Verssimo
a) O ttulo dado pelo autor est adequado, tendo em vista o
contedo do poema? Justifique sua resposta.
b) O exagero que o autor v no emprego da palavra delivery
se aplicaria tambm telepizza? Justifique sua resposta.
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Questo 3
A seguir so apresentados alguns fragmentos textuais. Sua
tarefa consistir em analis-los, atribuindo a variao
lingustica condizente aos mesmos:
a Antigamente
Antigamente, as moas chamavam-se mademoiselles e
eram todas mimosas e muito prendadas. No faziam
anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os
janotas, mesmo sendo rapages, faziam-lhes p-dealferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses
debaixo do balaio."
Carlos Drummond de
Andrade
b - Vcio na fala
Para dizerem milho dizem mio
Para melhor dizem mi
Para pior pi
Para telha dizem teia
Para telhado dizem teiado
E vo fazendo telhados.
Oswald de Andrade
c Aqui no Norte do Paran, as pessoas chamam a
correnteza do rio de corredeira. Quando a corredeira est
forte perigoso passar pela pinguela, que uma ponte muito
estreita feita, geralmente, com um tronco de rvore. Se temos
muita chuva a pinguela pode ficar submersa e, portanto,
impossibilita a passagem. Mas se ocorre uma manga de
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Questo 4
Os enunciados lingusticos em evidncia encontram-se
grafados na linguagem coloquial. Reescreva-os de acordo
com o padro culto da linguagem.
a Os livros esto sobre a mesa. Por favor, devolve eles na
biblioteca.
b Falar no celular uma falha grave. A consequncia deste
ato pode ser cara.
c Me diga se voc gostou da surpresa, pois levei muito para
preparar ela.
d No aviso havia o seguinte comentrio: No aproxime-se
do alambrado. Perigo constante.
e Durante a reunio houveram reclamaes contra o atraso
do pagamento dos funcionrios.
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Questo 5
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Respostas
Resposta Questo 1
a Os termos em evidncia representam garotos e garotas
pretensiosos, esnobes, isentos de caractersticas condizentes
a um bom relacionamento interpessoal.
b conservador, sistemtico, que no aprova as mudanas
oriundas da sociedade.
c manter um relacionamento sem compromisso.
d - amigo, companheiro / garota / um evento grandioso que
promete grandes surpresas.
e compreender, assimilar o contedo.
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Resposta Questo 2
a Sim, somos coagidos pelo modismo vigente, submetendonos aos estrangeirismos por valorizarmos o que importado
em detrimento quilo que nos pertence, no caso, a lngua
portuguesa.
b - No, o enfoque principal do emissor se atm ao termo
delivery, pois o mesmo est relacionado lngua inglesa (cuja
significncia est relacionada entrega domiciliar), que,
segundo a concepo do autor, representa um descrdito em
relao ao nosso idioma.
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Resposta Questo 3
a variao histrica
b variao cultural
c variao regional
d variao social
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Resposta Questo 4
a devolva-os
b falar ao celular
c diga-me; prepar-la.
d no se aproxime
e - houve
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Resposta Questo 5
Analisando o texto em referncia, percebemos que no mesmo
h uma variao regional, relacionada ao termo cuitelinho,
como tambm um forte predomnio da variao cultural, pois o
mesmo no se adequa norma padro da linguagem.
A letra musical um tpico exemplo de que para a
sociolingustica no existe a noo de certo ou errado,
existe sim, diferentes falas, desvios lingusticos, concebidos
de maneira errnea pela gramtica tradicional.
Questo 1
Enem 2009
A norma-padro est vinculada ideia de lngua modelo, seguindo as regras gramaticais de acordo
com o momento histrico e com a sociedade
Quanto s variantes lingusticas presentes no texto, a normapadro da lngua portuguesa rigorosamente obedecida por
meio
a) do emprego do pronome demonstrativo esse em Por que
o senhor publicou esse livro?.
b) do emprego do pronome pessoal oblquo em Meu filho, um
escritor publica um livro para parar de escrev-lo!.
c) do emprego do vocativo Meu filho, que confere fala
distanciamento do interlocutor.
d) da necessria repetio do conectivo no ltimo quadrinho.
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Questo 2
Enem 2010
S.O.S Portugus
Questo 3
"Todas as variedades lingusticas so estruturadas, e correspondem a
sistemas e subsistemas adequados s necessidades de seus usurios.
Mas o fato de estar a lngua fortemente ligada estrutura social e aos
sistemas de valores da sociedade conduz a uma avaliao distinta das
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Questo 4
A variao inerente s lnguas, porque as sociedades so divididas
em grupos: h os mais jovens e os mais velhos, os que habitam numa
regio ou outra, os que tm esta ou aquela profisso, os que so de
uma ou outra classe social e assim por diante. O uso de determinada
variedade lingustica serve para marcar a incluso num desses
grupos, d uma identidade para os seus membros. Aprendemos a
distinguir a variao. Quando algum comea a falar, sabemos se
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Respostas
Resposta Questo 1
Alternativa b. A orao est de acordo com a norma-padro
culta da lngua portuguesa, especialmente no que se refere ao
emprego do pronome oblquo no verbo escrever.
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Resposta Questo 2
Alternativa c. Por ser um texto direcionado a um pblico
especfico, os professores, apresenta caractersticas prprias
por meio de marcas lingusticas, fato que se comprova nas
expresses empregadas: cdigo, regras gramaticais e
modalidades.
Resposta Questo 3
Alternativa a. Embora as variedades lingusticas sejam consideradas importantes
do ponto de vista comunicacional, a lngua padro ainda alcana maior prestgio
social.
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Resposta Questo 4
Alternativa d.
Cheio de mitologia;
Se a gente canta o que pensa,
Eu quero pedir licena,
Pois mesmo sem portugus
Neste livrinho apresento
O praz e o sofrimento
De um poeta campons.
[...]
A contraposio feita pelo texto entre poetas clssicos e poeta campons reflete a prpria oposio entre
os registros lingusticos, respectivamente o padro e as variedades populares. Note-se ainda que a
expresso sem portugus faz referncia percepo do eu lrico de que seu uso no corresponda a uma
realizao vlida da lngua, uma vez que no respaldada socialmente, como dissera Celso Cunha,
como exemplar.
EXERCCIOS
(FUVEST- 2012, primeira fase) "Todas as variedades lingusticas so estruturadas, e correspondem a
sistemas e subsistemas adequados s necessidades de seus usurios. Mas o fato de estar a lngua
fortemente ligada estrutura social e aos sistemas de valores da sociedade conduz a uma avaliao
distinta das caractersticas das suas diversas modalidades regionais, sociais e estilsticas. A lngua
padro, por exemplo, embora seja uma entre as muitas variedades de um idioma, sempre a mais
prestigiosa, porque atua como modelo, como norma, como ideal lingustico de uma comunidade. Do valor
normativo decorre a sua funo coercitiva sobre as outras variedades, com o que se torna uma
pondervel fora contrria variao."
Celso Cunha. Nova gramtica do portugus contemporneo. Adaptado.
Depreende-se do texto que uma determinada lngua um:
a) conjunto de variedades lingusticas, dentre as quais uma alcana maior valor social e passa a ser
considerada exemplar.
b) sistema de signos estruturado segundo as normas institudas pelo grupo de maior prestgio social.
c) conjunto de variedades lingusticas cuja proliferao vedada pela norma culta.
d) complexo de sistemas e subsistemas cujo funcionamento prejudicado pela heterogeneidade social.
e) conjunto de modalidades lingusticas, dentre as quais algumas so dotadas de normas e outras no o
so.
Gabarito
LETRA A, pois a alternativa apresenta a parfrase das ideias centrais apresentadas pelo gramtico Celso
Cunha. Ao destacar o papel de modelo, de ideal lingstico do chamado uso culto, atribui-lhe exatamente
esse papel exemplar, responsvel por sua ascendncia sobre as demais variedades. Extrapolando a
questo, esse papel exemplar da variedade padro tambm garante a essa a funo de fator de coeso
lingustica, em meio s mltiplas variedades de uso.
(UFV - 2006) Suponha um aluno se dirigindo a um colega de classe nestes termos: Venho
respeitosamente solicitar-lhe que se digne emprestar-me o livro. A atitude desse aluno se assemelha
atitude do indivduo que:
a) comparece ao baile de gala trajando smoking.
b) vai audincia com uma autoridade de short e camiseta.
c) vai praia de terno e gravata.
d) pe terno e gravata para ir falar na Cmara dos Deputados.
e) vai ao Maracan de chinelo e bermuda.
Gabarito
LETRA C, j que nesta alternativa que se encontra uma correlao entre fala e atitude com a seguinte
caracterizao: ser muito formal em uma situao que pede naturalmente informalidade.