Indústria de Papel e Celulose
Indústria de Papel e Celulose
Indústria de Papel e Celulose
INTRODUÇÃO
História
Perspectivas do Setor
MATÉRIAS-PRIMAS
Matérias-prima Fibrosas
Matérias-prima Não-Fibrosas
IMPACTOS AMBIENTAIS
Uso das Melhores Tecnologias Disponíveis (BATs)
Enzimas na Indústria de Papel e Celulose
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. INTRODUÇÃO
1.1 História
2 MATÉRIAS-PRIMAS
A maior parte da composição do papel é constituída de celulose, que é a matéria-
prima mais importante no processo. Além desta, também são utilizadas inúmeras
matérias-primas não fibrosas, dependendo do tipo e da utilização do papel. De acordo
com a sua finalidade, os papéis podem ser classificados em impressão, escrever,
embalagem, fins sanitários, cartões e cartolinas e especiais. 7
2.2.1 Cargas
O processo de adicionar matéria mineral ao papel (massa), antes da formação da
folha, é extremamente antigo, tendo sido praticado desde os primórdios da fabricação
do papel. 7
No princípio não se via a adição de cargas à massa como benéfica e alguns
papéis, que tinham quantidade apreciável de carga, eram considerados adulterados.
Mais tarde, com a expansão do uso do papel e o conseqüente aparecimento de vários
novos requisitos, as cargas passaram a ser consideradas como parte integrante e, em
alguns casos, imprescindíveis. 7
Dentre as mais usadas destacam-se: caulim, dióxido de titânio, carbonato de
cálcio, talco, etc. 7
• Colagem Ácida:
O material empregado é a cola de resina, derivada do breu. O breu é
saponificado, transformando-se em sal solúvel. Atualmente, além desta reação, é feita
uma outra com anidrido maleico, resultando numa cola fortificada, isto é, com mais
grupos carboxilas livres para reação. 7
Para que a cola de resina exerça sua função é preciso adicionar sulfato de
alumínio, que tem a função de baixar o pH (meio ácido), favorecendo a precipitação da
resina e depositando os flocos de resinato de alumínio, insolúvel, sobre as fibras de
celulose. 7
• Colagem Alcalina
Neste caso utiliza-se um composto químico denominado alquilceteno, que reage
com a celulose. A colagem alcalina é normalmente aplicada nos casos em que se
consomem cargas quimicamente ativas, como, por exemplo, o carbonato de cálcio,
quando se deseja papéis mais brancos e com maior resistência. Proporciona, também,
maior vida para o papel e para os equipamentos por onde ele irá passar. 7
2.2.3 Amido
A resistência interna de um papel é geralmente conferida pelo tipo de fibra e
tratamento mecânico dado a ela. Contudo, pode-se melhorar esta característica com a
adição de amido, sendo o de milho o mais utilizado. 7
Além da resistência interna, a adição do amido na massa (celulose) proporciona
melhor lisura, maior rigidez, maior resistência à penetração de líquidos e evita a
formação de pó. 7
Os amidos também são empregados para proporcionarem maior resistência
superficial, cujo processo é mais conhecido por colagem superficial, que é aplicado na
prensa de colagem (size press, localizada no meio da secagem da máquina de papel),
quando a folha já se encontra formada e praticamente seca. 7
A colagem superficial, entre outras coisas, dificulta a penetração de líquidos,
aumenta as características mecânicas, a opacidade e a facilidade de impressão. É muito
importante para os papéis de impressão “offset”. 7
• Pigmentos: são cargas coloridas para dar cor ao papel. Trata-se de óxidos
metálicos e produtos orgânicos sintéticos. 7
3.1 Descascamento
3.2 Picagem
O disco tem um diâmetro que varia de 70 a 450 cm e pode ser equipado com 4,
8, 10, 12 ou mais facas. O disco recebe a madeira através de um bocal que forma um
ângulo de 35 a 45o em relação à face de corte. O ajuste das facas permite regular o
tamanho dos cavacos, os quais são obtidos pelo impacto da tora com as facas, deixando
o picador através de fendas existentes no disco. A velocidade de rotação do disco será
regulada em função do diâmetro do disco e do número de facas. Por exemplo, para um
disco com 214 cm de diâmetro, com 12 facas, a velocidade recomendada é de 450 rpm.
12
Os cavacos que saem do picador são estocados no pátio e, posteriormente, passam por
um sistema classificatório constituído de peneiras vibratórias. 12
Os cavacos graúdos retidos na primeira peneira, de malha mais aberta, são
desviados para sofrerem nova divisão em um outro picador de menor tamanho,
denominado de repicador. Os cavacos que saem do repicador reingressam no sistema
classificatório. Os cavacos que passaram através da primeira peneira, caem em outra de
malha mais fechada. Aqueles que ficaram retidos nesta última, constituem o material
aceito para o processo de polpeamento e, os demais que passaram pela peneira
constituem os finos. O material constituído de finos poderá ser polpeado separadamente
(produto de mais baixa qualidade) ou então queimado em caldeiras (mais comum). 12
Quando o processo de cozimento é contínuo, o material aceito é conduzido
diretamente ao processo de cozimento por meio de esteiras transportadoras ou
transporte pneumático. Quando o processo de cozimento é descontínuo (em bateladas),
o cavaco aceito é normalmente estocado no pátio sob a forma de pilhas antes de ser
conduzido ao processo. 12
A madeira, sob forma de cavacos, sofre um aquecimento com vapor (em torno
de 140° C) provocando uma transição do estado rígido para um estado plástico na
madeira e na lignina, seguindo para o processo de desfibramento em refinador a disco. 7
A pasta obtida desta forma tem um rendimento um pouco menor do que no processo
mecânico (92 a 95 %), mas resulta em celulose para a produção de papéis de melhor
qualidade, pois proporciona maior resistência mecânica e melhor imprimibilidade, entre
outras coisas. 7
O processo termomecânico é apresentado segundo duas configurações básicas de
equipamentos, sendo que na mais comum o preaquecedor de cavacos é vertical (Figura
15); na configuração fornecida pela C. E. Bauer, o preaquecedor é horizontal (Figura
16). 15
5.1 Desfibramento
Na maioria dos casos, a pasta é seca até um teor de umidade entre 5 e 10%. O
método dominante é o uso das máquinas de secar, vistas nas Figuras 21 e 22, que,
principalmente, na parte úmida, são muito parecidas as máquinas de papel. 15
Figura 21 - Máquina de secar, constituída por tela plana (Fourdrinier) e cilindros
secadores (Sandy Hill-Kamyr)
Caixa de Entrada
Trata-se de um compartimento que tem a função de distribuir a suspensão de
fibras sobre a tela formadora o mais uniformemente possível. No interior da caixa de
entrada existe um ou mais cilindros rotativos perfurados, que têm a função de
uniformizar a suspensão, evitando a aglomeração de fibras em flocos, que prejudicam a
uniformidade da folha de papel ou sua aparência e, conseqüentemente, a sua má
formação. 7
Mesa Plana
É onde se dá a formação da folha. É constituída de uma mesa propriamente dita
com suporte e colunas de aço, sobre o qual corre a tela formadora, apoiada sobre os
elementos desaguadores, rolo de cabeceira, rolo de sucção e rolos guias. Esta suspensão
tem uma concentração que varia entre 4 a 15 g/L (gramas de sólido por litro de
suspensão), dependendo da máquina, do tipo de papel, da velocidade etc. 7
A tela formadora é feita de plástico ou metal (bronze fosforoso ou aço
inoxidável) e tem a malha bastante fechada (80 mesh para papéis grossos e 100 mesh
para papéis finos). Ao caírem sobre a tela, as fibras ficam retidas na superfície e a água
passa através da mesma, escoando em calhas apropriadas. Esta água, rica em partículas
de fibras e cargas, é recirculada para diluir a massa que alimenta a máquina. 7
Além do movimento longitudinal, a tela tem um outro movimento transversal
realizado por um “shaker”. A conjugação certa da freqüência do sacudimento com a
amplitude é um dos pontos-chave para uma boa formação do papel. 7
Prensas
A folha de papel, ao sair da mesa plana já está formada, porém 80 a 85 % da sua
constituição é água. A finalidade das prensas é retirar parte dessa água A prensa é
formada por 2 rolos cilíndricos, sendo o inferior de borracha ou ebonite e o superior de
material mais duro como granito. 7
As máquinas de papel têm 2 ou 3 prensas, que trabalham com feltro especial,
agulhado, que serve para apoio e condução da folha. No ponto de encontro entre os dois
rolos é feita a prensagem do papel e feltro. A água contida no papel é transferida para o
feltro. 7
Ao sair das prensas para a fase seguinte do processo (secagem), a folha de papel
ainda contém 50 a 65 % de água. 7
Secagem
A secagem é o setor da máquina de papel onde se faz a secagem final da folha e
realiza-se a cura das resinas adicionadas. A secagem é composta de inúmeros cilindros
secadores. O número de secadores depende do tipo e do tamanho da máquina. Os
secadores são cilindros de aço com superfície polida e trabalham com pressão de vapor.
7
Calandra e Enroladeira
A calandra é usada para o acerto da espessura e aspereza do papel, ainda na
máquina de papel, enquanto que na enroladeira a folha contínua de papel vai sendo
bobinada até um determinado diâmetro, daí partindo para os vários processos de
beneficiamento. 7
O termo papel é dado a uma folha formada, seca e acabada, de uma suspensão de
fibras vegetais, as quais foram desintegradas, refinadas e depuradas e tiveram ou não a
adição de outros ingredientes, para dar ao produto final, características de utilização. É
quase uma operação mecânica, apesar dos aspectos físicos e químicos serem
importantes. O princípio da fabricação do papel é a tendência das fibras celulósicas se
unirem e assim permanecerem após secas. 17
Quando a polpa celulósica atinge um nível de brancura adequado, passa-se à
etapa de formação da folha, que é o produto final das fábricas de celulose. Isto é feito
em uma máquina especial, na qual a polpa é continuamente depositada sobre uma tela.
Então, a água é removida pela parte de baixo da tela, por vácuo, e em seguida a celulose
é seca e enrolada em grandes bobinas. Nem sempre as indústrias que produzem a
celulose fabricam também o papel. Assim, para ser enviada às fábricas de papel, a folha
de celulose contínua é geralmente cortada em folhas individuais e, então, enfardada. 1
A polpa segue para a caixa de entrada, adicionado aditivos para dar ao papel as
propriedades desejadas. A água é adicionada então à polpa em uma relação de 200
porções da água a uma porção da fibra, e é pulverizada sobre uma tela formadora da
folha, a mesa plana. Assim a folha de papel já começa a tomar forma e gramatura,
definidas através de ajustes de velocidade e concentração da polpa branqueada feitos na
máquina.18
Com a máquina rodando em alta velocidade, o papel é pressionado entre telas e a
água é absorvida com uma série dos cilindros chamados de secadores. Após secar, o
papel atravessa um processo de calandragem e alisamento que visam: retirar o excesso
de umidade existente na folha, alisar sua superfície e controlar sua espessura.18
O papel sai da Calandra e segue para a enroladeira, onde a folha é transformada
em um grande rolo de papel para futura confecção de rolos menores nas rebobinadeiras,
denominados bobinas, que seguem padrões de tamanho pré-determinados destinadas
para clientes gráficos.18
Para fazer o papel cortado A4, A3 e outros tamanhos comercializados, as
bobinas continuam o processo passando pelas cortadeiras, onde são transformadas em
folhas de papel cortado, adotando-se padrões de formato e gramatura. Após o corte, as
folhas são contadas e separadas de acordo com quantidade em que elas serão
embaladas.18
As empacotadeiras são responsáveis por embalar o papel cortado, conforme a
quantidade determinada. Os pacotes de folhas embaladas passam a receber o nome de
resmas e são encaminhadas ao processo seguinte. Após o encaixotamento das resmas, as
caixas são acomodadas em paletes e encaminhadas para a expedição.18
Na expedição é realizado o embarque de paletes em caminhões responsáveis
pelo transporte dos papéis aos distribuidores. Os distribuidores encaminham os papéis
aos pontos de venda: papelarias, livrarias, supermercados, lojas de informática etc. 18
Figura 25 – Esquema da Máquina de Papel
8.5 Branqueamento
O objetivo do branqueamento é obter uma polpa com alvura (1) maior e estável
(baixa reversão), uma vez que a polpa não branqueada possui alvura baixa (menor que
30% ISO). Polpas branqueadas tem alvura superior a 88% ISO. Como as etapas
anteriores não removem toda a lignina, é necessário o uso de agentes químicos
oxidantes para tal função. O kappa após o branqueamento é menor do que 1. 7
O branqueamento da polpa é feito em mais de um estágio, normalmente quatro
ou cinco. Os agentes químicos mais usados são dióxido de cloro, ozônio, oxigênio e
peróxido. Ultimamente, tem sido utilizado também o ácido peracético. O cloro
molecular assim como o hipoclorito estão sendo substituídos por outros agentes
branqueantes como o peróxido, devido à formação de subprodutos clorados (AOX e
OX). 7
9. IMPACTOS AMBIENTAIS
10. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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12
Tópicos Especiais em Tecnologia Orgânica: Celulose & Papel, ENG 07768.
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