Barragens de Terra e Enrocamento
Barragens de Terra e Enrocamento
Barragens de Terra e Enrocamento
INTRODUO
A fotografia ilustra um
exemplo de barragem (de
concreto) com finalidade de
gerao de energia eltrica
no Rio Paraibuna, prximo
Juiz de Fora, conhecido
como Usina Quatro.
Local que aproveita a
ocorrncia de um grande
desnvel no curso do rio.
aplicao. Existe uma certa variabilidade no tipo de barragem de terra, que poder ser
homogneo ou zonado.
a) Homogneo - aquele composto de uma nica espcie de material, excluindo-se a
proteo dos taludes. Nesse caso, o material necessita ser suficientemente impermevel, para
formar uma barreira adequada contra a gua, e os taludes precisam ser relativamente suaves,
para uma estabilidade adequada.
b) Zonado - esse tipo representado por um ncleo central impermevel, envolvido
por zonas de materiais consideravelmente mais permeveis, zonas essas que suportam e
protegem o ncleo. As zonas permeveis consistem de areia, cascalho ou fragmentos de
rocha, ou uma mistura desses materiais.
5.3.3 - Barragens de Enrocamento
Esse tipo de barragem aquele em que so utilizados blocos de rocha de
tamanho varivel e uma membrana impermevel na face de montante. O custo para a
produo de grandes quantidades de rocha, para a construo desse tipo de barragem, somente
econmico em reas onde o custo do concreto fosse elevado ou onde ocorresse escassez de
materiais terrosos e houvesse, ainda, excesso de rocha dura e resistente. Devemos lembrar que
a rocha de fundao adequada para uma barragem de enrocamento pode no ser aceitvel para
uma de concreto.
A rocha que deve preencher a maior parte da barragem precisa ser inalterada
pelo intemperismo, no sendo facilmente desintegrada ou quebrada. Rochas que, quando
sujeitas ao de explosivos, fragmentam-se facilmente em pedaos muito pequenos, com
elevada porcentagem de lascas e p, so igualmente inadequadas. As rochas para essas
barragens, devendo ter resistncia ao intemperismo fsico e qumico, gnaisse, diabsio, etc. Os
blocos de rocha so colocados de modo a se obter o maior contato entre suas superfcies e os
vazios entre elas, que so preenchidos por material de menor tamanho.
- Exemplo de Barragem de Terra construida
Um exemplo de Barragem de Terra associada a uma de enroncamento citamos:
A barragem de Passo Severino, situa-se na bacia hidrolgica do rio Santa
Lucia, 70Km ao norte da cidade de Montevideo, Uruguai,. Destina-se a formar um
reservatrio de acumulao de guas no rio Santa Lucia e mater uma vazo mnima regulada
em 8m3/s, a jusante, onde est instalada a toma da de gua para abastecimento da cidade de
Montevideo e municpios vizinhos.
A obra de barramento consta de uma estrutura vertedora em concreto, com
comprimento de 71,2m implantada no leito natural do rio, uma tomada dgua na sua
extremidade direita, dois macios de solo e rocha compactados, sendo um de cada lado da
estrutura vertedora e uma estrutura complementar para extravasamento de grades enchentes
(Sangradouro), situada numa sela topogrfica da margem direita. O comprimento total das
obras de barramento de 2.300m e sua altura mxima de 28m . A Figura 1 mostra a
localizao geral da obra e as sees tpicas de cada uma das estruturas componentes.
LEGENDA
1- Argila
2- Saprolito
3- Areia
4a- Pedra Britada Fina
4b- Pedra Britada Grossa
5- Enrocamento (mx.= 0,60)
5a- Enrocamento Fino (mx=0,30)
6- Enrocamento Selecinado (Riprap)
5.4.1 - Topografia
primeira vista, a topografia determina as primeiras alternativas para o tipo de
barragem. claro que, se o local estudado estiver localizado num vale estreito com paredes
rochasas, a sugesto ser de uma barragem de concreto. o caso da barragem do Funil, no
Rio Paraba. Porm, em reas de topografia aplainada e vales bastante abertos, indica-se
normalmente a barragem de terra. o exemplo das barragens de Jupi e Ilha Solteira, no Rio
Paran ou de Promisso, no Rio Tiet. Existem, claro, os casos intermedirios.
5.4.2 - Geologia e Condies das Fundaes
As condies das fundaes dependem da espessura e caractersticas fsicas,
qumicas e minerolgicas da rocha, que suportar o peso da barragem. Aquelas caractersticas
incluem a permeabilidade, a presena ou no de determinadas estruturas, como acamamento,
xistosidade, dobras, fraturas, etc. As condies esto diretamente ligadas com a altura da
barragem, isto , as consideraes diferem para uma barragem baixa e uma alta.
Normalmente, so encontradas as seguintes condies de fundaes:
1) - Rocha S e Slida - normalmente aceita qualquer tipo de barragem. Inclui, via de regra, a
escavao da camada superficial quando alterada (mesmo sendo rocha) e tratamento eventual
por injeo, para consolidao.
2) - Sedimentos (Aluvies) - incluem os cascalhos, areias, siltes e argilas. Os cascalhos esto
sujeitos intensa percolao, os siltes e as areias ocasionam recalques e percolao, e as
argilas sofrem recalques, principalmente quando saturadas de gua. Dependendo do tipo de
barragem, da sua altura e com aplicao de tratamentos adequados, qualquer desses materiais
poder ser utilizado.
5.4.3 - Materiais de Construo
Os materiais necessrios para a construo de uma barragem so vrios e
devem estar localizados o mais prximo possvel do local da barragem. Esses materiais so os
seguintes:
a) solos, para os diques de terra.
b) rocha, para do diques de enrocamento e proteo dos taludes.
c) agregado, para concreto, que inclui areia, cascalho natural e pedra britada.
d) areia, para filtros e concretos.
5.5 - Fases Gerais no Estudo de Barragens
A implantao de uma barragem em determinado curso dgua envolve sempre
uma sequencia natural de trabalho. Toda obra de vulto agrupa diferentes turmas
especializadas de tcnicos, com a finalidade de seguirem, medida do possvel, os seguintes
tens:
5.5.1 - Levantamento Topogrfico
Analisa as caractersticas geogrficas e topogrficas do curso a ser estudado. A
funo desse levantamento a de preparar plantas topogrficas que permitam verificar as
seces transversais mais favorveis para uma barragem, calcular a rea de inundao das
seces escolhidas e obter o perfil longitudinal do curso dgua.
5.5.4 - Planejamento
9
11
12
13
14
15
17
18
Fator de
Segurana
mnimo
1,3(2)
Envoltria de
Resistncia
1,0(4)
R, S
1,5
1,5
Sismos (5)
1,0
(R+S)/2 para
R<S e S para
R>S
(R+S)/2 para
R<S e S para
R>S
(6)
Fim de construo
Notas:
Q ou S(3)
Observaes
Taludes de montante e jusante
Talude
de
montante
envoltria composta).
Talude
de
montante
envoltria intermediria)
(usar
(usar
21
22
sendo compactado em camadas por meio de placa vibratria ( figura 6 ). No primeiro caso o
consumo do material de filtro maior, pois a geometria final do filtro construdo fica
constituda de sees trapezoidais superpostas, de altura igual espessura da camada e a
largura no topo igual dimenso mnima do projeto. Para a construo dessas camadas so
utilizados equipamentos, que preenchidos por material de filtro e puxados por um trator fazem
o lanamento da camada com espessura e largura desejada. No segundo caso, quando o filtro
inclinado, tambm h necessidade de maior consumo de material, para se observar a
dimenso mnima do projeto. Quanto maior a espessura do aterro escavado para substituio,
maior o excesso de consumo de material de filtro.
5.11.2 - Transies
As transies entre enrocamento e aterros so construdas com tcnicas
semelhantes s utilizadas na execusso dos filtros em chamin, em camadas concomitantes,
apoiadas sobre a face do aterro ou do enrocamento. Junto as transies importante que o
enrocamento contenha certo teor de pedras midas e finos, e que seja empalhado com a
lmina do trator movimentando-se no sentido em que se afasta da transio, conduzindo as
pedras maiores para longe desta. Os materiais de transio so compactados com rolos
pneumticos ou vibratrios, tomando-se cuidado especial para que o aterro adjacente
transio no fique sem compactao.
5.11.3 - Rip - rap
Os projetos de rip-rap prevem a incluso de uma ou mais camadas de
transio entre as pedras e o aterro. As camadas de transio do rip-rap so lanadas depois de
uma certa espessura de aterro. Toda terra solta sobre a face do talude raspada por um trator
de lmina e espalhada na superfcie do aterro. A seguir so lanadas as camadas de transio
do rip-rap. Quando se dispe de enrocamento bem graduado pode-se construir o rip- rap sem
as camadas de transio, adotando-se uma tcnica de espalhar o enrocamento de cima para
baixo, com a lmina do trator abaixada, que vai gradativamente sendo levantada, a medida
que o tratror vai descendo pela superfcie da latitude. Assim, consegue-se fazer com que o
material mais fino fique em contato com o aterro, que servir de transio para as pedras
grandes a serem lanadas no prximo lance de construo do rip-rap. Na Barragem de gua
Vermelha foi utilizado este processo, sendo o rip-rap construdos em lances de cerca 3 a 4
metros de altura, aproveitando-se a ocorrncia de material adequado na pedreira, constitudo
de pedras midas, provenientes de uma camada de basalto denso e colunar, bastante fraturado,
sobreposta de um derrame de basalto vesicular so, que dava origem as pedras gradas.
24
25
MATERIAL
MATERIAIS
TABELA
DE
CLASSIFICAO ZONA MTODO DE
COLOCAO
IA
LANADO
COMPACTADO EM
BASALTO
IB
CAMADAS DE 0,80m
MACIO
(AT 25% DE
BRENCHA
COMPACTADO EM
BASLTICA)
IC
CAMADAS DE 1,60m
ENROCAMENTO
I
TRANSIO
II
ATERRO
III
INTERCALAO
DE BASALTO
ID
MACIO E
BASLTICA
BASALTO
MACIO IE
ROCHAS SELEC.
DE O,80 m
BRITA CORRIDA
DE BASALTO
II B
MACIO
MATERIAL
IMPERMEVEL III D
CAPA DE TERRA
COMPACTADO EM
CAMADAS DE 0,80m
DADOS DE
COMPACTAO
ROLO VIBRATRIO 4
PASSADAS 25% DE
GUA ( 10 TON )
ROLO VIBRATRIO 4
PASSADAS 25% DE
GUA ( 10 TON )
ROLO VIBRATRIO 4
PASSADAS 25% DE
GUA ( 10 TON )
ROCHA DE FACE
COLADA
GRADUAO MENOR CAMADAS ROLO
QUE 6 COMPACT.
VIBR. MIN 4
EM CAMADAS - 0,40m PASSADAS .
FACE ROLO
VIBR.MIN. 6
PASSADAS ASCEN.
MENOR QUE 3 / 4
ROLO PNEUMTICO
COMPACT. EM
OU EQUPAM. DE
CAMADAS 0.30m
CONSTRUO
26
27