Utilização Do Pavimento Permeável para A Drenagem Urbana

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CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC

PAULO RENATO ARAÚJO MALTA SANTOS


JOÃO ARTHUR BORNE DE LIMA SILVA

UTILIZAÇÃO DO PAVIMENTO PERMEÁVEL PARA A


DRENAGEM URBANA

MACEIÓ/ AL

2018/2
2

PAULO RENATO ARAÚJO MALTA SANTOS


JOÃO ARTHUR BORNE DE LIMA SILVA

UTILIZAÇÃO DO PAVIMENTO PERMEÁVEL PARA A


DRENAGEM URBANA

Trabalho de conclusão apresentado como requisito


final, para conclusão do curso de Engenharia Civil do
centro universitário cesmac, sob a orientação do MSc.
Fernando Silva de Carvalho.

MACEIÓ/ AL

2018/2
3
4
5

AGRADECIMENTOS

Acima de Tudo a Deus, por me dar forças durante todo o curso de engenharia
Civil e por me conceder esta oportunidade de chegar até aqui.
Aos meus pais, Marcelo e Maria, por tudo que fizeram por mim, todos os
esforços para que eu tivesse a oportunidade de me formar e sempre me
incentivando todos os dias para ser uma pessoa melhor e um profissional melhor.
Ao meu professor Fernando, por toda orientação e esforço durante a execução
do trabalho de conclusão.
A minha namorada Lavínia, por toda ajuda ao meu trabalho, sempre me
incentivando e ajudando a conseguir finalizá-lo.
Paulo Renato

Agradeço aos meus pais, Marcus e Laudicéa, por terem construído comigo
parte desse sonho, pelo amor, incentivo e por todo apoio diário.
Agradeço ao professor Fernando Carvalho, por ter nos acompanhado e
orientado nessa longa jornada, dedicando seu tempo, apoio e nos passando
confiança sobre cada passo a seguir.
João Arthur
6

UTILIZAÇÃO DO PAVIMENTO PERMEÁVEL PARA A DRENAGEM URBANA


USE OF PERMEABLE FLOORING FOR URBAN DRAINAGE

Paulo Renato Araújo Malta Santos


Graduando do curso de engenharia civil
[email protected]
João Arthur Borne de Lima Silva
Graduando do curso de engenharia civil
[email protected]
Fernando Silva de Carvalho
Mestre em engenharia civil
[email protected]
RESUMO
Atualmente tem se verificado a crescente impermeabilização das superfícies resultante da
urbanização das cidades. Os projetos de pavimentos tradicionais procuram conferir ao revestimento a
máxima impermeabilidade possível. Essa medida visa proporcionar aos materiais subjacentes não
tratados proteção contra o aumento de umidade, que diminuiria sua capacidade de carga, e evitar a
rápida degradação do revestimento. Reconhecendo vantagens como sua característica permeável,
este tem como alguns benefícios a redução da aquaplanagem, dos níveis de ruído e o aumento da
permeabilidade da pista. Com isso, é também uma alternativa para tratar os problemas de enchentes.
O revestimento deve permitir a passagem rápida de água de modo que evite que escoe
superficialmente ou evite poças, garantindo que 100% da água seja infiltrada, ou seja, a principal
característica deste tipo de pavimento é a redução do escoamento superficial, mantendo a área útil do
pavimento. Então, o pavimento permeável, tem se tornado uma fonte muito útil para tratar de um dos
principais problemas que acontecem no Brasil.

PALAVRAS-CHAVE: Impermeabilidade. Permeável. Escoamento superficial.


Enchentes.
ABSTRACT
Nowadays, there has been a growing waterproofing of surfaces resulting from the urbanization of
cities. The traditional flooring projects seek to give the coating the maximum possible impermeability.
This measure is intended to provide unprocessed underlayment protection against increased moisture,
which would reduce its loadability, and prevent rapid degradation of the coating. Recognizing
advantages as its permeable characteristic, this one has as some benefits the reduction of
aquaplaning, of the levels of noise and the increase of the permeability of the track. With this, it is also
an alternative to treat flood problems. The coating must allow the rapid passage of water in such a
way as to prevent it from surface runoff or avoid puddles, ensuring that 100% of the water is infiltrated,
ie the main characteristic of this type of pavement is the reduction of surface runoff, of the floor. So the
permeable pavement has become a very useful source to deal with one of the main problems that
happen in whole Brazil.

KEY WORDS: Waterproofing. Permeable. Surface runoff. Floods


7

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Resíduos da construção civil no meio ambiente………………………….10

Figura 2 - Pavimento de asfalto poroso …………………………………………….22

Figura 3 - Pavimento de concreto poroso…………………………………………..22

Figura 4 - Pavimento de bloco de concreto vazado……………………………….23

Figura 5 - Pavimento de bloco de concreto e paralelepípedos …………………..23


Figura 6 - Sistemas de infiltração………..……………………………………...24
Figura 7 - Etapas para a execução de um pavimento permeável ………… …....27
Figura 8 - Exemplo de placa vibratória ……………………………………………....29
Figura 9 - Seção tipo de um pavimento intertravado permeável………..……..30

Figura 10 - Calçada assentada de pavimento permeável…………………………….34


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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Determinação do tempo de retorno segundo ao tipo de obra e a sua


ocupação……………………………………………………………………………...........32

Tabela 2 - coeficientes de permeabilidade dos solos……………………...........35

Tabela 3 - Causa e efeito da urbanização sobre as inundações urbanas……......39

Tabela 4 - Alteração dos parâmetros climáticos devido à urbanização…….......39


9

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 11
2. OBJETIVOS ....................................................................................................... 13
2.1. OBJETIVO GERAL............................................................................................ 13
2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................. 13
3. METODOLOGIA ................................................................................................. 14
3.1. TIPO DE PESQUISA .......................................................................................... 14
3.2. NORMAS TÉCNICAS PARA A APLICAÇÃO DOS PAVIMENTOS PERMEÁVEIS ................ 14
3.3. LOCAL DA PESQUISA........................................................................................ 15
4. REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................. 16
4.1. PAVIMENTO .................................................................................................... 16
4.2. PAVIMENTO PERMEÁVEL .................................................................................. 17
4.2.1. Características ....................................................................................... 17
4.2.2. Utilização do Pavimento permeável pelo mundo ................................... 17
4.2.3. Classificação segundo a composição .................................................... 18
4.2.4. Classificação segundo infiltração ........................................................... 21
4.2.5. Vantagens.............................................................................................. 21
4.2.6. Precauções ............................................................................................ 22
4.2.7. Manutenção ........................................................................................... 22
4.2.8. Durabilidade........................................................................................... 23
4.3. EXECUÇÃO DO PAVIMENTO PERMEÁVEL COM PEÇAS PRÉ MOLDADAS DE CONCRETO
23
4.4. DRENAGEM .................................................................................................... 27
4.4.1. Infra-estrutura e urbanização ................................................................. 27
4.4.2. Impactos do desenvolvimento urbano ................................................... 28
4.4.3. Hidrologia............................................................................................... 29
4.5. NORMAS APLICÁVEIS ...................................................................................... 30
4.5.1. BR 16416 para os pavimentos permeáveis de concreto ....................... 30
4.5.2. ABNT NBR 15.953/2011 - Execução do pavimento intertravado de
concreto .............................................................................................................. 31
4.5.3. A ABNT NBR 9.871/2012 - Qualidade das peças de concreto para
pavimentação ..................................................................................................... 32
4.5.4. NBR 14545 - Determinação do coeficiente de permeabilidade de solos
argilosos à carga variável ................................................................................... 32
4.6. LICENCIAMENTO AMBIENTAL............................................................................. 33
4.6.1. CONAMA 237/1997 ............................................................................... 33
4.6.2. CONAMA 307/2002, (Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos
para a gestão dos resíduos da construção civil). ................................................ 34
10

5. APLICAÇÃO E VIABILIDADE AMBIENTAL ..................................................... 35


5.1. APLICAÇÃO DO PAVIMENTO PERMEÁVEL ............................................................ 38
5.2. VIABILIDADE AMBIENTAL .................................................................................. 39
5.2.1. Abastecimento de água ......................................................................... 39
5.2.2. Percolação da água ............................................................................... 39
5.2.3. Urbanização e seu efeito térmico .......................................................... 39
6. CONCLUSÃO ..................................................................................................... 41
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 42
11

1. INTRODUÇÃO
Os projetos de pavimentos tradicionais procuram conferir ao revestimento a
máxima impermeabilidade possível. Essa medida visa proporcionar aos materiais
subjacentes não tratados, uma proteção contra o aumento de umidade, que
diminuiria sua capacidade de carga, e evitar a rápida degradação do revestimento,
que se fissura quando submetido a pressões hidrodinâmicas pela ação do tráfego
pesado

As obras civis tem causado grandes problemas ambientais ligados à geração de


resíduos provenientes de restos de construções e demolições, na qual esse acúmulo
de resíduos resulta em diversos problemas ambientais, tais como inundações,
poluição, enchentes, entupimento de bueiros, entre outros. Com isso o pavimento
permeável surge como uma alternativa para tratar esses problemas e com isso

melhorar o urbanismo das cidades.

Figura 1: Resíduos da construção civil no meio ambiente, causando problemas


ambientais em Natal.

Fonte: Emanuel Amaral (2011).

Segundo a ABCP (2011), Atualmente tem se verificado a crescente


impermeabilização das superfícies resultante da urbanização das
cidades. Em uma área com cobertura florestal, 95% da água da
chuva se infiltra no solo, enquanto que nas áreas urbanas este
percentual cai para apenas 5%. Com a drenagem da água através do
solo, prejudicada devido às vias pavimentadas e o grande número de
12

construções, o escoamento e o retorno ao lençol freático tornam-se


mais difíceis, resultando em alterações nos leitos dos rios e dos
canais e aumento no volume e constância das enchentes.

Reconhecendo vantagens como sua característica permeável, esse tipo de


calçamento tem sido utilizado em diversas aplicações, assim como em elementos
pré-moldados e na execução de camadas de pavimentação. Além disso, tem como
alguns benefícios a redução da aquaplanagem e dos níveis de ruído e o aumento da
permeabilidade da pista. Com isso, é também uma alternativa para tratar os
problemas de enchentes, no qual pode ser utilizada através de blocos de concreto
intertravado, blocos vazados preenchidos com grama, asfalto poroso ou concreto
poroso.

Desenvolvido para possibilitar a pavimentação em áreas de proteção ambiental


permanente e áreas de proteção de mananciais, tem a peculiaridade de interferir o
mínimo possível nas condições locais, na flora e na fauna, contribuindo para manter
o equilíbrio ecológico da região.

Sendo assim, fica evidente a importância desse novo processo de pavimentação


para o país, que nos últimos anos tem sido marcado pelo elevado crescimento das
frotas de carros, o que causa desgastes nas pavimentações asfálticas e a
degradação do meio ambiente por conta do descarte elevado de pneus e de
resíduos de construções.
13

2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo Geral


Este trabalho possui como objetivo geral estudos sobre pavimento permeável e
oferecer soluções que possam melhorar os problemas relacionados com as chuvas
intensas

2.2. Objetivos específicos


● Avaliar o desempenho deste tipo de pavimentação nas cidades.
● Verificar a viabilidade da utilização do pavimento, visando a redução das
ações das chuvas nas cidades..
● Avaliar a eficiência da drenagem para o pavimento permeável para a
diminuição do efeito do escoamento superficial.
14

3. METODOLOGIA

3.1. Tipo de pesquisa


Esta pesquisa é classificada como descritiva e quanto aos meios, bibliográfica,
partindo de levantamentos conseguidos através de estudos já realizados em outros
locais.

Segundo Perovano (2014), o processo descritivo visa à identificação,


registro e análise das características, fatores ou variáveis que se
relacionam com o fenômeno ou processo. Esse tipo de pesquisa pode
ser entendida como um estudo de caso onde, após a coleta de dados,
é realizada uma análise das relações entre as variáveis para uma
posterior determinação do efeitos resultantes em uma empresa,
sistema de produção ou produto

Com isso este trabalho foi realizado através de estudos na internet, artigos,
livros, sites e revistas onde foi possível coletar informações necessárias para o
estudo do pavimento permeável, tal como a sua importância para a percolação da
água, onde com o pavimento convencional a maior parte da chuva não consegue ser
drenada por esse ser impermeável, ocorrendo vários tipos de problemas como: a
destruição de bueiros, destruição de calçadas, de vias, etc.

Vale destacar que outro autor, para a execução dos experimentos faz-se
necessário alguns dados como por exemplo a capacidade de infiltração do solo em
estudo. Um dos meios de determinação da capacidade de infiltração é o método dos
anéis concêntricos, que determina a velocidade de infiltração existente no solo.

Estas informações se fazem necessárias para o dimensionamento do


reservatório de pedras, exigido na implementação de pavimentos permeáveis.

Angelo Magno utilizou um simulador de chuva que visou a obtenção de diferentes


intensidades de precipitação para verificar a eficiência dos blocos utilizados quanto a
sua capacidade de drenagem (MAGNO,2016).

3.2. Normas técnicas para a aplicação dos pavimentos permeáveis


Entre as normas mais importantes para um sistema de pavimento impermeável,
estão a NBR 9.895 (Solo - Índice de Suporte Califórnia - Método de Ensaio), a NBR
13.292 (Solo - Determinação do Coeficiente de Permeabilidade de Solos Granulares
à Carga Constante - Método de Ensaio), a NBR 14.545 (Solo - Determinação do
15

Coeficiente de Permeabilidade de Solos Argilosos a Carga Variável) e a NBR 9.781


(Peças de Concreto para Pavimentação - Especificação).

3.3. Local da pesquisa


A pesquisa foi realizada em diversos locais do Brasil, onde o pavimento
comum foi substituído pelo pavimento permeável, melhorando o desempenho das
vias através do seu poder de drenagem.
16

4. REFERENCIAL TEÓRICO

4.1. Pavimento
De acordo com Francisco José d’Almeida Diogo, pavimento é definido como:

Um revestimento sobre uma superfície; formado por camadas de


diferentes características; destinado a distribuir cargas sobre um
plano subjacente; apresentando uma superfície adequadamente
resistente à abrasão, com textura e declividade capazes de oferecer
segurança e conforto à circulação de seres vivos ou máquinas
(veículos), (Diogo, 2008).

O uso da tecnologia na pavimentação alternativa não tem se generalizado nos


últimos anos, por conta das prefeituras que não se disponibilizam de engenharias
eficientes. Ou seja, as prefeituras têm utilizado sempre um mesmo método para a
construção dos pavimentos, com uma grande resistência às inovações. Gerando um
mal uso do solo que provocam uma diminuição das capacidades de armazenamento
natural dos deflúvios, estes que irão necessitar outros locais para ocupar já que esse
mal uso do solo provocam grande impermeabilização (CANHOLI, 2005).

Essa impermeabilização gera um aumento no número de enchentes nas


cidades e uma degradação das águas pluviais. Uma vez que a drenagem
convencional busca afastar as águas de precipitações o mais rápido possível,
podendo gerar inundações na jusante.

De acordo com a CETESB (1986, p. 04,05) drenagem urbana apresenta


importantes benefícios, como:

● Redução do custo de construções


● Melhoria do tráfego quando o tempo for de chuva
● Rebaixamento do lençol freático
● Recuperação de terras inapropriadas
17

4.2. Pavimento permeável


Segundo Ferguson (2005), Pavimentos permeáveis são definidos como:

“Aqueles que possuem espaços livres na sua estrutura por onde a


água pode atravessar”, (Ferguson, 2005).

4.2.1. Características
De acordo com ABCP ( Associação Brasileira de Cimento Portland, 2011) Em
áreas urbanas densamente ocupadas, as superfícies destinadas ao sistema viário e
às áreas de estacionamento ocupam espaços consideráveis, chegando a 30% da
área da bacia de drenagem. A utilização de pavimentos permeáveis contribui para a
diminuição do escoamento superficial e para problemas de inundações urbanas.

O revestimento deve permitir a passagem rápida de água de modo que evite


que escoe superficialmente ou evite poças, garantindo que 100% da água seja
infiltrada através do pavimento em um intervalo compatível com a duração das
chuvas locais, ou seja, a principal característica deste tipo de pavimento é a redução
do escoamento superficial, mantendo a área útil do pavimento (ABCP, 2011).

4.2.2. Utilização do Pavimento permeável pelo mundo


O pavimento permeável ou poroso foi inicialmente empregado na França, nos
anos 1945-1950, porém sem muito êxito, pois, na época, a qualidade do ligante
asfáltico se apresentava heterogênea e de pouca trabalhabilidade, não sustentando
as ligações da estrutura por causa do excesso de vazios.
Foi novamente utilizado vinte anos mais tarde, no final dos anos 1970, quando
alguns países como a França, os Estados Unidos, o Japão e a Suécia voltaram a se
interessar pelo pavimento poroso. Os principais motivos que levaram à utilização
sistemática dos pavimentos permeáveis foram:
● O aumento das superfícies impermeáveis, devido ao rápido crescimento
populacional do pós-guerra, que sobrecarregou os sistemas de drenagem
existentes, causando frequentes inundações urbanas;
● A drenagem da pista para evitar a formação de poças de água no pavimento,
o que aumenta a segurança e o conforto para dirigir durante eventos
chuvosos;
● O reduzido nível de emissão de ruídos em comparação com o pavimento
convencional, o que ajuda a diminuir a poluição sonora nas cidades.
18

Nos Estados Unidos, vários estados têm criado leis mudando os objetivos e
métodos da drenagem urbana, impondo a máxima infiltração ou então o
armazenamento temporário da água de escoamento superficial. E com isso a água
armazenada é utilizada para outros serviços, como por exemplo, a irrigação. Os
pavimentos permeáveis são recomendados principalmente na execução de
estacionamentos e vias urbanas com tráfego leve e de baixa intensidade.
Na França, foi lançado em 1978, um programa de pesquisa para explorar novas
soluções para a diminuição das inundações. Dentre essas pesquisas, o pavimento
permeável, também chamado pavimento com estrutura-reservatório, destacou-se
como uma das soluções mais interessantes graças à sua facilidade de integração ao
ambiente das cidades. O pavimento permeável passou, então, por um importante
desenvolvimento industrial, iniciado em 1987, e é hoje amplamente utilizado em vias,
calçadas, praças etc.
No Japão, o pavimento é integrado a programas que incluem todas as técnicas de
infiltração. Tais técnicas são utilizadas principalmente nos quarteirões das grandes
cidades, em lugares disponíveis e que podem ser inundados, tais como quadras de
esporte de universidades, pátios de escolas etc.
Na Suécia o seu uso foi incentivado por sua contribuição na solução de redução
do nível freático que levou à diminuição da umidade do solo e, consequentemente,
ao adensamento do solo argiloso local e os danos causados pelo gelo no norte da
Suécia, onde as rodovias e as canalizações de água pluvial situadas perto da
superfície sofrem danos consideráveis cujos reparos exigem grandes despesas.
A Austrália desde 1996, tem pesquisado as formas de controle na fonte e
incorporado as técnicas de pavimentos permeáveis a diversos projetos de
loteamentos urbanos, áreas industriais e estacionamentos

4.2.3. Classificação segundo a composição


Segundo a Bernucci (2008) , a classificação por composição é dada por:

● Pavimento de asfalto poroso, onde a camada superior é parecida com a do


convencional, retira-se uma fração de areia fina. Pode conter entre 18% a
25% de vazios. Aumenta a aderência e redução de ruídos.
19

Figura 2: Escola politécnica USP.

Fonte: Marcos Santos, 2010.

● Pavimento de concreto poroso, no qual é indicado a locais de tráfego leve,


também é retirado uma fração de areia fina, contendo de 15% a 25% de
vazios.

Figura 3: Pavimento permeável de concreto poroso.

Fonte: ABCP, 2011


20

● Pavimentos de bloco de concreto vazado, onde são assentados sobre a areia


e preenchidos com vegetação rasteira como a grama. Tem uma
permeabilidade de 100% e uma resistência de 35 MPa.

Figura 4: Rhino pisos

Fonte: autor não encontrado.

● pavimento de bloco de concreto e paralelepípedos, este possui uma


permeabilidade menor do que os demais e ela diminui com o tempo
(passagem do tráfego) chegando a metade do valor original após apenas 5
anos.

Figura 5: ECT Joinville

Fonte: Autor não encontrado.


21

4.2.4. Classificação segundo infiltração


Segundo a ABCP a classificação por infiltração é dada por:

● Pavimento com infiltração total, ou seja todo o volume coletado infiltra no solo.
● Pavimento sem infiltração,Todo o volume coletado é coletado por sistema de
drenagem com drenos (tubos) perfurados e espaçados de 3 a 8 m para a
condução da água à rede de drenagem
● Pavimento com infiltração parcial, Situação intermediária das condições de
solo ou do lençol freático, permitindo infiltração parcial (apesar da
necessidade de sistema de coleta por dreno).

Figura 6: Edição 190 - Novembro/2012

Fonte:Revista Téchne.

4.2.5. Vantagens
Segundo a Bernucci (2008), existem algumas vantagens na utilização do
pavimento permeável como por exemplo:

● Uma melhoria na segurança das vias, por conta da diminuição na ocorrência


de poças e com isso uma melhoria na aderência.
● No caso de pavimentos de infiltrações, existe um ganho ambiental já que têm-
se a possibilidade de recargas de reservas subterrâneas.
● No caso de pavimentos porosos, ocorre a melhoria da qualidade das águas
por ação de filtração no corpo do pavimento;
22

● Diminuição das enxurradas e enchentes;


● Possibilidade de reutilização da água da chuva;
● Reduz o impacto e o custo da infraestrutura para tratamento de águas
pluviais;
● Recupera a capacidade de filtração do solo;
● Realimentação do aquífero subterrâneo;
● Redução do escoamento superficial;
● Impede que impurezas e metais atinjam o lençol freático;
● Benefícios na área urbana;

4.2.6. Precauções
Segundo a ABCP, existem algumas precauções na utilização deste tipo de
pavimento, já que:

● Este tipo de pavimento está sujeito a colmatação ou seja, um preenchimento


dos vazios.
● No caso da utilização de blocos porosos, é recomendado que não seja
utilizado rejunte.
● No caso da utilização de pavimentos de infiltração, o mesmo pode gerar uma
poluição dos lençóis freáticos.
● Possui menor resistência se comparado ao pavimento comum, por isso ele
não é utilizado em locais de tráfego médio a pesado, apenas muito leve e
leve.
● Possui um custo inicial maior do que o pavimento comum;

4.2.7. Manutenção
Os sedimentos que com o tempo se acumulam nos pavimentos
permeáveis tendem a diminuir a sua capacidade de infiltração, a velocidade
que o acúmulo de sedimentos ocorre depende do volume de tráfego e da
existência de fontes de sedimentos próximos ao pavimento, como jardins e
áreas propensas a carreamento de sólidos. Segundo a ABCP em dez anos o
pavimento pode chegar em 90% de perda da sua capacidade de infiltração de
água. Com isso, é recomendado a troca do material de rejunte e uma limpeza
anual com um equipamento de aspiração. Além disso, a vegetação que cresce
23

nas juntas deve ser retirada, pois reduz a infiltração de água. Esses procedimentos
são importantes, pois evitam a colmatação superficial e melhoram a penetração de
água.

4.2.8. Durabilidade
Normalmente, adota-se a vida útil de projeto do pavimento de 20 anos. Com o
passar do tempo, o acúmulo de sedimentos no pavimento permeável diminui a
capacidade de infiltração. A velocidade do acúmulo de sedimentos depende do
volume de tráfego e da existência de fontes de sedimentos próximos ao pavimento,
como jardins e áreas propensas a carregamentos de sólidos. Por isso é necessário
fazer uma limpeza anual, para atingir a vida útil do material utilizado.

4.3. Execução do pavimento permeável com peças pré moldadas de


concreto
De acordo com a ABCP (2011), as etapas para execução do pavimento permeável é
similar a do concreto intertravado convencional, apenas mudando os materiais
utilizados em cada camada de estrutura:
24

Figura 7: Etapas para a execução de um pavimento permeável com peças pré-


moldadas de concreto

Fonte: ABCP, 2011.

Os pavimentos permeáveis reduzem o escoamento superficial, e ao mesmo tempo


retardam a chegada de água ao subleito, reduzindo a erosão. Pode ser utilizado
como via para pedestres, estacionamentos e vias de tráfego leve de veículos. A
camada de revestimento dos sistemas permeáveis à base de cimento pode ser feita
tanto com peças pré-moldadas, mais utilizadas, quanto com concreto poroso
moldado in loco (Rodnei corsini, 2014).

Processo de execução dos pavimentos permeáveis:

1. Projeto, a área de contribuição de água para o trecho pavimentado não pode


exceder em cinco vezes a área do pavimento. É necessário dados de
25

precipitação, tráfego e do subleito do solo para ser feito o dimensionamento


do pavimento. O tipo de solo, a capacidade de suporte e o coeficiente de
permeabilidade são usados para dimensionar as camadas de base (base e
sub-base). São necessários dois dimensionamentos: mecânico, que trata da
carga à qual será submetido o sistema; e hidráulico, que mensura o volume
de água a ser recebido e define os níveis de infiltração - total (toda a água da
chuva é direcionada para o subleito), parcial (são instalados tubos de
drenagem como complemento) ou sem infiltração, em que um tubo de
drenagem e uma manta impermeável direcionam a água para um sistema de
drenagem auxiliar.
2. Base e sub-base, o material utilizado na base e sub-base é a brita lavada, e é
necessário um CBR de pelo menos 80%. A capacidade de reserva da água
da base e sub-base vai depender do índice de vazios do material, que deve
ser de no mínimo 32%.
3. Camada de assentamento e rejunte, a camada de assentamento deve ter
uma espessura de 50mm, serve de superfície uniforme para as peças de
concreto pré-moldadas. Para ela deve ser usado agregado graúdo com
dimensão máxima de 9,5 mm. O mesmo agregado, ou agregado mais fino, é
indicado ao rejunte.
4. Revestimento, as peças pré-moldadas de concreto que possuem relação
comprimento/ espessura menor que 4 são apropriadas para tráfego de
veículos e são utilizadas no pavimento intertravado permeável. Um
revestimento com maior permeabilidade utiliza peças de concreto poroso.
O processo executivo do pavimento permeável é feito da seguinte forma:

1. É feita a preparação do subleito, na qual pode ser feito com o solo local ou
feito através de empréstimo, deve apresentar um CBR de mais de 2% e uma
expansão menor ou igual a 2%, e para isso toda a camada do subleito deve
estar limpa.
2. Após a preparação do subleito, se for pedido em projeto, são colocadas a
manta geotêxtil não tecido, para evitar o carreamento de finos para a sub-
base e o tubo de drenagem. A posição da manta é logo acima do subleito
com sobras nas laterais de 0,3 a 0,6m.
26

3. Camadas de sub-base e base, onde a sub-base é espelhada em camadas de


100mm a 150mm e compactada usando uma placa vibratória ou um rolo
compactador. Já a base tem uma espessura de 100mm e pode ser executada
em uma única camada compactada também com uma placa vibratória ou o
rolo compactador.
4. Após as camadas é feito o assentamento das peças, onde devem ser
colocadas contenções laterais para garantir a estabilidade horizontal do
sistema. O agregado para a camada de assentamento deve ser espalhado
uniformemente para, após a compactação ter uma espessura de 50mm, o
material é nivelado manualmente através de uma régua metálica. A primeira
fiada deve ser assentada de acordo com o padrão estabelecido no projeto,
respeitando-se o esquadro e o alinhamento.
5. Por fim, vem o rejuntamento e a compactação do pavimento, após o
assentamento das peças é colocado o material para rejunte, onde é
espalhado seco e deve formar uma camada fina e uniforme. Após isso é feita
a varrição do material até que todas as juntas estejam preenchidas com
material até 5mm do topo da peça. A compactação é feita com placas
vibratórias.

figura 8: Exemplo de placa vibratória utilizada para a compactação dos pavimentos.

Fonte: Petrolec Equipamentos para construção


27

Figura 9: Seção tipo de um pavimento intertravado permeável.

Fonte: ABCP, 2011.

4.4. Drenagem

4.4.1. Infra-estrutura e urbanização


Para Tucci (2008), os principais problemas relacionados com a infra-estrutura e
a urbanização nos países em desenvolvimento, com destaque para a América
Latina, são:

• Grande concentração populacional em pequena área, com deficiência no sistema


de transporte, falta de abastecimento e saneamento, ar, água poluída e inundações.
Essas condições ambientais inadequadas reduzem condições de saúde, qualidade
de vida da população, impactos ambientais, e são as principais limitações ao seu
desenvolvimento.

• Aumento da periferia das cidades de forma descontrolada pela migração rural em


busca de emprego. Esses bairros geralmente estão desprovidos de segurança, de
infra-estrutura tradicional de água, esgoto, drenagem, transporte e coleta de
resíduos sólidos, e são dominados por grupos de delinqüentes geralmente ligados
ao tráfico de drogas.
28

• A urbanização é espontânea e o planejamento urbano é realizado para a cidade


ocupada pela população de renda média e alta. Para áreas ilegais e públicas, existe
invasão e a ocupação ocorre sobre áreas de risco como de inundações e de
escorregamento, com freqüentes mortes durante o período chuvoso. Parte
importante da população vive em algum tipo de favela. Portanto, existem a cidade
formal e a informal. A gestão urbana geralmente atinge somente a primeira.

4.4.2. Impactos do desenvolvimento urbano


Segundo Tucci (1997), As enchentes em áreas urbanas são devido a dois
processos, que ocorrem isoladamente ou de forma integrada:

 enchentes devido à urbanização: são o aumento da freqüência e magnitude das


enchentes devido a ocupação do solo com superfícies impermeáveis e rede de
condutos de escoamentos. Adicionalmente o desenvolvimento urbano pode
produzir obstruções ao escoamento como aterros e pontes, drenagens
inadequadas e obstruções ao escoamento junto a condutos e assoreamento;

 enchentes em áreas ribeirinhas - as enchentes naturais que atingem a população


que ocupa o leito maior dos rios. Essas enchentes ocorrem, principalmente pelo
processo natural no qual o rio ocupa o seu leito maior, de acordo com os eventos
extremos, em média com tempo de retorno da ordem de 2 anos.

E ele ainda complementa que: “O desenvolvimento urbano altera a cobertura


vegetal provocando vários efeitos que alteram os componentes do ciclo hidrológico
natural. Com a urbanização, a cobertura da bacia é alterada para pavimentos
impermeáveis e são introduzidos condutos para escoamento pluvial, gerando as
seguintes alterações no referido ciclo:

1. Redução da infiltração no solo;

2. O volume que deixa de infiltrar fica na superfície, aumentando o escoamento


superficial. Além disso, como foram construídos condutos pluviais para o
escoamento superficial, tornando-o mais rápido, ocorre redução do tempo de
deslocamento. Desta forma as vazões máximas também aumentam, antecipando
seus picos no tempo;
29

3. Com a redução da infiltração, o aqüífero tende a diminuir o nível do lençol freático


por falta de alimentação (principalmente quando a área urbana é muito extensa),
reduzindo o escoamento subterrâneo. As redes de abastecimento e cloacal possuem
vazamentos que podem alimentar o aqüíferos, tendo efeito inverso do mencionado;
4. Devido a substituição da cobertura natural ocorre uma redução da
evapotranspiração, já que a superfície urbana não retém água como a cobertura
vegetal e não permite a evapotranspiração das folhagens e do solo;

4.4.3. Hidrologia

4.4.3.1. Período de retorno


É o período médio em anos, em que se espera que determinado evento de
precipitação possa ser superado ou ocorrer novamente. É muito importante em
obras como reservatórios, canais, bueiros, galerias de águas pluviais, entre outras.
Para os dispositivos de drenagem este tempo se refere às enchentes de projeto que
fornecem as informações para o dimensionamento de maneira que a estrutura
indicada resista as enchentes sem chance de superação.

Tabela 1: Determinação do tempo de retorno segundo ao tipo de obra e a sua


ocupação.

Fonte: DAEE/CETESB, (1980, não paginado).

Quanto maior o tempo de retorno, maior a proteção. Porém quanto maior, mais
ela custará.
30

4.4.3.2. Escoamento superficial direto (ESD)


Das fases básicas do ciclo hidrológico, talvez a mais importante para o
engenheiro seja a do escoamento superficial, que é a fase que trata da ocorrência e
transporte da água na superfície terrestre, pois a maioria dos estudos hidrológicos
está ligada ao aproveitamento da água superficial e à proteção contra os fenômenos
provocados pelo seu deslocamento (VILLELA; MATTOS, 1975).

O escoamento superficial sofre influência de vários fatores, que podem ser


de natureza climática ou de natureza fisiográfica. Em relação às condições
climáticas têm-se o fator da precipitação antecedente, já que um solo que já recebeu
chuva recentemente tem uma facilidade maior em ter o escoamento superficial. Em
relação aos fisiográficos,os mais importantes são a área, pois a sua extensão é
relacionada a quantidade de água que ela pode captar e a permeabilidade e a
capacidade de infiltração, pois quanto maior a sua permeabilidade maior será a sua
capacidade de infiltração.

Villela e mattos (1975), também mencionaram alguns fatores relacionados


ao escoamento superficial, como a topografia da região, formas e obras hidráulicas
entorno da bacia. Outro fator é a cobertura da bacia, se a bacia tiver cobertura
natural, têm-se uma diminuição do escoamento superficial, e se a bacia tiver uma
cobertura urbanizada, ela tem um aumento no volume do escoamento superficial.

4.5. Normas Aplicáveis

4.5.1. BR 16416 para os pavimentos permeáveis de concreto


É a norma que estabelece os requisitos mínimos para o projeto dos pavimentos
permeáveis, a especificação, a execução e a manutenção dos diferentes tipos de
pavimentos permeáveis de concreto. A norma entrou em vigor em seis de setembro
de 2015 e define as diferentes tipologias de pavimentos permeáveis e sistemas de
infiltração, bem como os requisitos gerais de projeto. A NBR 16416 ainda estabelece
as especificações e métodos de ensaio a serem adotados para as diferentes
camadas (base, sub-base e assentamento) do projeto deste tipo de pavimento, bem
como para os materiais utilizados nas juntas e no revestimento.

A NBR 16416 define que os pavimentos permeáveis devem permitir a percolação


(passagem da água por um material impermeável) de 100% da água total
31

precipitada incidente sobre esta área, bem como a totalidade da precipitação sobre
as áreas de contribuição consideradas no projeto.

O projetista deve levar em consideração o tipo de utilização que se espera do


pavimento e as suas condições de carregamento, como também a capacidade de
suporte do solo, coeficiente de permeabilidade do subleito, o nível de lençol freático
e a condição de saturação do solo. Outros pontos que devem ser levados em conta
são a declividade do local, a resistência mecânica do material adotado e o
detalhamento das juntas, para o caso de peças moldadas in loco.

Para as camadas de base e sub-base, são definidos pela norma valores


mínimos para as seguintes especificações: abrasão “Los Angeles”, índices de
vazios, material passante na peneira com abertura de malha de 0,075mm e
dimensão máxima característica. Os valores a serem atendidos para estes requisitos
são definidos também para as camadas de assentamento, e para o material de
ajuntamento, para o caso de projetos de pavimento intertravado impermeável.

Para o revestimento, o valor mínimo para o coeficiente de permeabilidade é


de 10-3m/s para o coeficiente de permeabilidade.

A execução dos pavimentos permeáveis de concreto deve se dar conforme


metodologias construtivas compatíveis com o tipo de revestimento escolhido para a
área pavimentada, e deve ser realizada, antes da liberação para o tráfego, uma
inspeção visual, de forma a verificar a existência de peças quebradas ou outras
falhas que possam prejudicar o desempenho do pavimento.

4.5.2. ABNT NBR 15.953/2011 - Execução do pavimento intertravado de concreto


Determina os requisitos necessários a serem atendidos na execução do
pavimento intertravado de concreto. De fácil instalação, este tipo de pavimentação
dispensa contrapiso de concreto e argamassa de assentamento rejunte, garantindo
agilidade e economia de recursos na obra. Deve, porém, ser instalado de acordo
com projeto específico, desenvolvido com base no tráfego esperado para o local e
nas características pluviométricas da região.
32

4.5.3. A ABNT NBR 9.871/2012 - Qualidade das peças de concreto para


pavimentação
Especificação e métodos de ensaio determina os requisitos a serem atendidos
pelas peças que compõem os pavimentos intertravados de concreto, bem como os
ensaios de laboratório a serem realizados para atingi-los. Áreas com tráfego de
pedestres e veículos leves devem apresentar peças com resistência mínima de 35
MPa, enquanto áreas com tráfego de veículos pesados, necessitam de peças com
50 MPa de resistência. O Selo ABCP da Associação Brasileira de Cimento Portland
é um excelente parâmetro para a compra de peças para pavimento intertravado.

3.2.4 NBR 13292/1995 - Determinação do coeficiente de permeabilidade de solos


granulares à carga constante

Tem como objetivo o método para a determinação do coeficiente de


permeabilidade à carga constante, com a água percolando através do solo em
regime de escoamento laminar, é restrita a materiais granulares, contendo no
máximo 10% em massa que passa na peneira 0,075mm. A aparelhagem necessária
para a execução do ensaio, são:

1. Permeâmetro;
2. Reservatório com filtro;
3. Funil;
4. Equipamento para a compactação;
5. Bomba de vácuo;
6. Tubo manométrico;
7. Balança;
8. Barra de calibração;
9. Peneiras;
10. Equipamentos diversos;

4.5.4. NBR 14545 - Determinação do coeficiente de permeabilidade de solos


argilosos à carga variável

Tem como o objetivo o método para a determinação do coeficiente de


permeabilidade de solos argilosos à cargas variáveis, com a água percolandoatravés
33

do solo em regime de escoamento linear. Na aplicação destes métodos podem ser


utilizados corpos de provas talhados ou montados, obtidos, respectivamente, a partir
de amostras indeformadas ou da compactação de amostras deformadas, cujos
coeficientes de permeabilidade sejam menores do que 10 -3 cm/s.

4.6. Licenciamento ambiental

4.6.1. CONAMA 237/1997

Art. 1º - Para efeito desta Resolução são adotadas as seguintes definições:

I - Licenciamento Ambiental: procedimento administrativo pelo qual o órgão


ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de
empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas
efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam
causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares
e as normas técnicas aplicáveis ao caso.

II - Licença Ambiental: ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente,


estabelece as condições, restrições e medidas de controle ambiental que deverão
ser obedecidas pelo empreendedor, pessoa física ou jurídica, para localizar, instalar,
ampliar e operar empreendimentos ou atividades utilizadoras dos recursos
ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob
qualquer forma, possam causar degradação ambiental.

III - Estudos Ambientais: são todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos
ambientais relacionados à localização, instalação, operação e ampliação de uma
atividade ou empreendimento, apresentado como subsídio para a análise da licença
requerida, tais como: relatório ambiental, plano e projeto de controle ambiental,
relatório ambiental preliminar, diagnóstico ambiental, plano de manejo, plano de
recuperação de área degradada e análise preliminar de risco.

IV – Impacto Ambiental Regional: é todo e qualquer impacto ambiental que afete


diretamente (área de influência direta do projeto), no todo ou em parte, o território de
dois ou mais Estados.
34

4.6.2. CONAMA 307/2002, (Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a


gestão dos resíduos da construção civil).
Art. 8o: Os Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil serão
elaborados e implementados pelos geradores não enquadrados no artigo anterior e
terão como objetivo estabelecer os procedimentos necessários para o manejo e
destinação ambientalmente adequados dos resíduos.

§ 1o: O Projeto de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, de


empreendimentos e atividades não enquadrados na legislação como objeto de
licenciamento ambiental, deverá ser apresentado juntamente com o projeto do
empreendimento para análise pelo órgão competente do poder público municipal,
em conformidade com o Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos da
Construção Civil.

§ 2o O Projeto de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil de atividades e


empreendimentos sujeitos ao licenciamento ambiental, deverá ser analisado dentro
do processo de licenciamento, junto ao órgão ambiental competente.
35

5. APLICAÇÃO E VIABILIDADE AMBIENTAL


Através da realização do presente trabalho, alguns resultados foram obtidos
acerca do pavimento permeável no Brasil, como:

Existem alguns pontos positivos na utilização do pavimento permeável em


calçadas, que são: a grande percolação da água no solo e o abastecimento dos
lençóis freáticos, a conservação de árvores em torno do local mesmo depois do piso
assentado, e necessita de pouca mão de obra e acessível o assentamento em
qualquer calçada.

Figura 11: Exemplo de calçada assentada no município de americana, Praça


Vila esperança.

Fonte: Rodrigues, 2013

Em relação a grande crescente das cidades, o pavimento pode contribuir muito


mais do que uma área livre de pavimentação comum, devido ao seu poder de
drenagem.

Segundo a ABCP (2011), Para um projeto de pavimento permeável ser feito


alguns itens têm que ser checados para garantir a viabilidade da sua instalação,
como:

- Uma declividade de no máximo 5%, pois uma declividade acentuada aumenta


o escoamento superficial e nas áreas no entorno do pavimento deve ser
evitada uma declividade maior do que 20%.
36

- Recomenda-se 30m de distância entre córregos, reservatórios de água e


pântanos.
- Deve ser conhecido os dados de precipitação do local, porém antes tem que
ser definido o período de retorno do projeto, que normalmente é de 5 a 10
anos para projetos de micro drenagens, caso dos pavimentos permeáveis.
- Também deve ser conhecido o Tráfego do local e a sua vida útil, que
normalmente adota-se 20 anos. Por fim, são ainda necessários dados do
subleito para o dimensionamento sendo o tipo de solo, a capacidade de
suporte e o coeficiente de permeabilidade, dados utilizados para
dimensionar a camada de base do pavimento permeável.
O material utilizado para base e sub base é a brita lavada.

Para assentamento é utilizado um agregado graúdo de dimensão máxima de


9.5mm e para o rejunte pode ser utilizado o mesmo material do assentamento
ou algum material mais fino que permita o preenchimento das juntas.

Não é recomendado utilizar areia ou pó de pedra no assentamento devido


ao seu baixo coeficiente de permeabilidade.

Tabela 1: Pinto, 2002. Tabela de coeficientes de permeabilidade dos solos.


Fonte: ABCP, 2011.
Quanto menor o coeficiente de permeabilidade, menos permeável é esse
solo. Para a utilização de pavimentos permeáveis em solos menos
permeáveis, são utilizados tubos de drenagem, evitando que a água fique na
37

estrutura do pavimento por muito tempo e para que a sua resistência não seja
afetada.

Foi verificado que a vida útil do pavimento é de 20 a 40 anos, porém pode


sofrer ataques de sulfatos devido a baixa mistura de água e cimento, e aos
espaços vazios. Com isso, para manter a sua boa funcionalidade, deve ser
feita manutenção anual.

O pavimento permeável é mais indicado para locais com cargas de veículos


leves, como:

1. Ciclovias;
2. Quadras poliesportivas;
3. Ruas de baixo tráfego;
4. Estacionamentos;
5. Parques e quadras;
6. Drenagem urbana;
7. Controle de enchentes

- Concreto permeável x concreto comum:


A principal diferença entre os dois tipos de concretos citados é o índice
de vazios, enquanto o concreto tradicional é compacto, ou seja, possui um
índice de vazios pequeno, o concreto permeável é granular, ou seja, possui
um elevado número de vazios.

Devido a isso o concreto tradicional possui uma resistência elevada, pois,


quanto mais impermeável o concreto, maior será sua resistência.

Os pisos intertravados de concreto permeáveis unem em um só produto um conjunto


de qualidades que os recomendam ao administradores públicos e privados,
contratantes e especificadores (arquitetos, paisagistas, engenheiros) de obras de
calçadas, praças e pavimentos internos de condomínios comerciais e residenciais:
oferecem alternativas estéticas (cores e formas) que permitem projetar com beleza,
obedecem a padrões de qualidade elevados e têm custo acessível, comparado a
38

outras soluções. Representam portanto alternativa eficaz contra a impermeabilização


do solo urbano e devem cada vez mais constar das possibilidades de uso em
normas legais das cidades brasileiras.

5.1. Aplicação do pavimento permeável


A pavimentação permeável pode ser implantada em qualquer ambiente cuja
permeabilidade tenha deixado de existir. Seja por interferência humana ou da
natureza. No entanto, a natureza estrutural dos pisos permeáveis faz com que eles
não suportem cargas muito pesadas. Portanto, o sistema acaba sendo mais
adequado para projetos comerciais e residenciais. Sua aplicação ideal é em áreas
externas, como estacionamentos, ambientes de circulação, jardins, quadras
poliesportivas, ciclovias, calçadas, parques e caminhos verdes.

Pavimento permeável na USP, a Prefeitura de São Paulo e o Centro


Tecnológico de Hidráulica da USP (Universidade de São Paulo) foram responsáveis
pela construção de um sistema de captação e reserva de água em um
estacionamento de 1.600 m² da universidade, em 2010. O projeto piloto é forma de
estudar soluções para problemas de drenagens urbanas.

Segundo as pesquisas pavimentação tem apresentado ótima durabilidade.

Alguns conjuntos habitacionais no bairro de Perus, zona noroeste da cidade,


também optaram por esse método. Na zona sul, na Área de Preservação Ambiental
(PA) de Bororé, o pavimento permeável também foi utilizado.

Apesar das vantagens, a pavimentação permeável também apresenta suas


ressalvas. “Não podem ser aplicados em áreas de enchente ou locais mais baixos
das bacias hidrográficas; exigem manutenção para evitar a colmatação dos poros
(entupimento); e o preço é mais alto, pois trata-se de um sistema composto por
camadas e revestimento”.
39

5.2. Viabilidade ambiental

5.2.1. Abastecimento de água


O pavimento permeável também pode ser utilizado na captação de água para
reservatórios pluviais (cisternas). A solução é ideal para aproveitamento potável
(com tratamento) e não potável (sem tratamento).

Em países como Estados Unidos da América, Japão, Alemanha e Austrália,


são oferecidos financiamentos para construir áreas de captação. A água da chuva
torna-se uma alternativa para garantir segurança no abastecimento em situações de
emergência.

5.2.2. Percolação da água


A constituição porosa dos pisos não retém quase nada de água, permitindo
passagem de até 95% do volume que entra. Dependendo do tipo de material essa
percolação pode chegar a uma velocidade de 0,2 a 0,9m por minuto.

Como a percolação está relacionada à velocidade de entrada e ao tempo de


saída da água no interior do pavimento, não depende só da capacidade de
drenagem do piso. O ideal seria que a percolação fosse compatível com o volume de
precipitações.

Ainda assim, a pavimentação permeável apresenta excelente capacidade de


percolação e é capaz de evitar inundações.

5.2.3. Urbanização e seu efeito térmico


A crescente urbanização das cidades causa uma elevada impermeabilização
das mes0mas, ou seja, gera um escoamento superficial elevado e com isso causa
um número elevado de enchentes ou inundações. Além disso, uma baixa recarga
dos solos causa uma baixa disponibilidade de água nos períodos de baixa
precipitação. As superfícies impermeáveis também têm uma relação direta com
uma alteração da qualidade das águas de um cidade, pois é através do escoamento
superficial elevado que poluentes, sedimentos, produtos químicos, entre outras
coisas são levados para os corpos de água.

O adensamento das áreas urbanas é o fator que mais interfere na drenagem


urbana, modificando o escoamento superficial de forma elevada.
40

Tabela 3: Causa e efeito da urbanização sobre as inundações urbanas

Fonte: Tucci, 2004.

Ou seja, as inundações têm como principais causas, a grande impermeabilização


das cidades, a grande quantidade de lixo nas ruas, as redes de esgoto deficitária,o
desmatamento elevado (aumento do escoamento superficial, pois a vegetação
“retém” a água precipitada) e uma ocupação elevada das margens.

Tabela 4: Alteração dos parâmetros climáticos devido à urbanização.

Fonte: LANDBERG,(1970), citado por TUCCI,(2004).

Então como podemos ver na tabela 4, que o clima nas áreas urbanas é maior
em todos os aspectos em relação às áreas rurais.

De acordo com Tucci (2004) a impermeabilização do solo é um dos principais


problemas enfrentados pelas cidades, uma das formas de amenizar esta
impermeabilização é a utilização de tecnologias que permitam que as águas das
precipitações infiltrem onde estas ocorrem, permitindo assim a recarga das bacias
hidrográficas.

Então, para possibilitar essas infiltrações, vimos que os pavimentos permeáveis


são de fundamental ajuda para a diminuição desses problemas causados pela
grande urbanização das cidades, podendo ser utilizados em alguns locais como em
estacionamentos, praças, calçadas, entre outros locais.
41

6. CONCLUSÃO
Como foi visto através deste trabalho, o pavimento permeável vem surgindo
como uma ótima possibilidade para tratar problemas que têm ocorrido
demasiadamente nos últimos anos. As enchentes, um dos principais problemas
enfrentados pelas grandes cidades devido a grande impermeabilização gerado pelo
pavimento convencional, mostrando assim ser uma ótima solução para a diminuição
deste problema.

Então como pode-se ver, o pavimento permeável é um material que tem


propriedades e funcionalidades bastante específicas. Ele não substitui o concreto
convencional em qualquer tipo de obra, pois cada um tem seus benefícios e
utilidades. Saber suas vantagens e aplicabilidades é fundamental para melhor
aproveitá-los.

É um pavimento que não deve ser utilizado em tráfegos pesados e muito


pesados, é bastante utilizado em estacionamento, calçadas, parques e vias de
tráfego leve.

Um dos problemas para a sua utilização é a sua baixa divulgação, ou seja, é


um material pouco conhecido, mas de funcionalidades muito importantes. Causando
então um desconhecimento muito grande da população em relação às suas funções.
A sua divulgação para o meio acadêmico é base para criar a reforçar a cultura de
utilização dos pavimentos permeáveis, e assim serem difundidos pro resto da
população.
42

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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DRENAGEM PARA UM PAVIMENTO INTERTRAVADO DE CONCRETO
PERMEÁVEL SOB DIFERENTES INTENSIDADES DE PRECIPITAÇÃO, 2016

ABCP - Associação Brasileira de cimento Portland (2011)

ABNT NBR 16416/2014 - Pavimentos permeáveis de Concreto.

ABNT NBR 15.953/2011 - Execução do pavimento intertravado de concreto.

ABNT NBR 9.871/2012 - Qualidade das peças de concreto para pavimentação.

ABNT NBR 13292/1995 - Determinação do coeficiente de permeabilidade de solos


granulares à carga constante

ABNT NBR 14545/2000 - Determinação do coeficiente de permeabilidade de solos


argilosos à carga variável

BERNUCCI at. al. Pavimentação Asfáltica: formação básica para engenheiros. Rio
de Janeiro, Petrobras, 2008

Bonafé, Gabriel. Pavimentos permeáveis evitam acúmulo de água no piso. AECweb.


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PERMEÁVEL EM ÁREAS URBANAS NA RECUPERAÇÃO DE BACIAS
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43

Lorena Amaral Rodrigues Ferreira, ESTUDO SOBRE A DURABILIDADE,


SUSTENTABILIDADE E COMPETITIVIDADE DOS PAVIMENTOS DE CONCRETO
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