O poema descreve Catarina Eufémia, uma trabalhadora rural portuguesa que foi assassinada em 1954 enquanto lutava pelos direitos dos trabalhadores. Ela não teve medo de enfrentar as autoridades e morreu defendendo causas como justiça e igualdade, inspirando poetas como Sophia de Mello Breyner Andersen. O poema compara Catarina a Antígona, uma figura da mitologia grega conhecida por sua coragem e desafio às leis injustas dos homens.
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O poema descreve Catarina Eufémia, uma trabalhadora rural portuguesa que foi assassinada em 1954 enquanto lutava pelos direitos dos trabalhadores. Ela não teve medo de enfrentar as autoridades e morreu defendendo causas como justiça e igualdade, inspirando poetas como Sophia de Mello Breyner Andersen. O poema compara Catarina a Antígona, uma figura da mitologia grega conhecida por sua coragem e desafio às leis injustas dos homens.
O poema descreve Catarina Eufémia, uma trabalhadora rural portuguesa que foi assassinada em 1954 enquanto lutava pelos direitos dos trabalhadores. Ela não teve medo de enfrentar as autoridades e morreu defendendo causas como justiça e igualdade, inspirando poetas como Sophia de Mello Breyner Andersen. O poema compara Catarina a Antígona, uma figura da mitologia grega conhecida por sua coragem e desafio às leis injustas dos homens.
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O poema descreve Catarina Eufémia, uma trabalhadora rural portuguesa que foi assassinada em 1954 enquanto lutava pelos direitos dos trabalhadores. Ela não teve medo de enfrentar as autoridades e morreu defendendo causas como justiça e igualdade, inspirando poetas como Sophia de Mello Breyner Andersen. O poema compara Catarina a Antígona, uma figura da mitologia grega conhecida por sua coragem e desafio às leis injustas dos homens.
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Catarina Eufémia1
(copiado de Sophia)
O primeiro tema da reflexão grega é a justiça Antígona
E eu penso nesse instante em que ficaste exposta não aprendeu Estavas grávida porém não recuaste a ceder Porque a tua lição é esta: fazer frente aos desastres
Pois não deste homem por ti Adília Lopes
E não ficaste em casa a cozinhar intrigas Segundo o antiquíssimo método obíquo das mulheres Antígona e a lei dos homens Nem usaste de manobra ou de calúnia E não serviste apenas para chorar os mortos Estava tão quieta que podia reconstruir o tempo instante a instante Tinha chegado o tempo a história desse sofrimento Em que era preciso que alguém não recuasse as confidências da casa grande E a terra bebeu um sangue duas vezes puro - onde se via já velha e sozinha - Porque eras a mulher e não somente a fêmea o sobressalto das ameaças Eras a inocência frontal que não recua Antígona poisou a sua mão sobre o teu ombro O mundo girava muito mais leve no instante em que morreste ou teria ela aprendido E a busca da justiça continua como se ultrapassa o medo sentia-se arrastada Sophia de Mello Breyner Andersen não por palavras duras antes uma espécie de alegria em alguma parte 1 Catarina Eufémia personifica o exemplo de coragem e quando se perguntava: tenacidade na luta pela liberdade. Trabalhadora rural, «que foi que perdi?» Catarina Eufémia reivindicava pão e melhores salários quando foi assassinada em terras de Baleizão pelas forças Com os olhos fechados, calmos do regime salazarista. Viviam-se tempos difíceis no porque não saberia mais a que ligá-los Alentejo. Com condições de vida precárias, os camponeses sentava-se na penumbra saíram à rua para protestar. Catarina Eufémia - que se e esta estranha paz supõe ter sido militante comunista - liderava o movimento. Era o símbolo da dedicação aos ideais, como a justiça e a era diante dos infortúnios igualdade. A sua trágica história tornou-se numa lenda e o seu único poder inspirou vários poetas ao longo de décadas. José Tolentino Mendonça Em 19 de Maio de 1954, a situação agravou-se. Os camponeses abordaram abertamente um grupo de trabalhadores recém-chegados para que, também eles, reivindicassem melhores condições de trabalho. Os ânimos aqueceram. Catarina Eufémia, uma ceifeira analfabeta, estava à frente do movimento. Mulher de coragem e determinação, defendia o direito à liberdade de expressão. Lutava por uma sociedade mais justa e, como a própria afirmava, por “pão e trabalho”. Ao ser abordada pelo tenente Carrajola, da GNR, Catarina respondeu com autoridade. No mesmo momento levou vários tiros e morreu. Tinha 26 anos e três filhos. Crê-se que estava grávida. A notícia chocou o País. Catarina Eufémia morreu como uma resistente, exigindo mais dignidade para os trabalhadores agrícolas. A sua acção foi imortalizada. Jovem assalariada rural, ficou na memória de todos como um símbolo da luta pela liberdade. Tem sido, ao longo das décadas, fonte de inspiração de poetas portugueses. Sophia de Mello Breyner escreveu num poema: “Tinha chegado o tempo / Em que era preciso que alguém não recuasse / E a terra bebeu um sangue duas vezes puro / Porque eras a mulher e não somente a fêmea / Eras a inocência frontal que não recua / Antígona poisou a sua mão sobre o teu ombro no instante em que morreste / E a busca da justiça continua.”